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Dossiê Debateconsidera<strong>da</strong>, conforme indica Rafestin (1993): agente-espaço-agente. Asimples relação agente-espaço, caso pudéssemos abstrair uma relação isola<strong>da</strong>desse tipo, não define a priori uma territoriali<strong>da</strong>de, mas simplesmenteuma espaciali<strong>da</strong>de, ou seja, a dimensão espacial <strong>da</strong>s relações sociais.Mais que espaços de per se, que são, na ver<strong>da</strong>de, substratos materiaisde territoriali<strong>da</strong>des, os territórios, projetam, antes, relações de poder noespaço, configurando-se como espaços definidos e delimitados por taisrelações. Dito de outra maneira, tratam-se de relações de poder espacialmentedelimita<strong>da</strong>s que operam sobre um substrato referencial de base geográfica(SOUZA, 1995). É nessa mesma linha de raciocínio que Guattari distinguetambém espaço de território:Os territórios estariam ligados a uma ordem de subjetivação individual e coletivae o espaço estando ligado mais às relações funcionais de to<strong>da</strong> espécie. O espaçofunciona como uma referência extrínseca em relação aos objetos que ele contém.Ao passo que o território funciona em uma relação intrínseca com a subjetivi<strong>da</strong>deque o delimita (GUATTARI, 1985, p. 110).Para Rafestin (1977), a linguagem subjacente na interpretação dosterritórios e <strong>da</strong>s territoriali<strong>da</strong>des não é simplesmente uma linguagem deformas e de funções, mas essencialmente de relações. Isto porque ela éintrínseca ao espaço socialmente produzido, como uma maneira degarantir a existência e mesmo a reprodução de relações sociais. Assimsendo, o espaço, enquanto meio e condição de reprodução de relaçõessociais, ganha expressão na existência de territórios e na configuraçãode territoriali<strong>da</strong>des.É importante, entretanto, conforme nos propõe Haesbaert (1995),estender a noção de território e de territoriali<strong>da</strong>de para além <strong>da</strong> idéia decontrole e de domínio politicamente estruturado, considerando aapropriação do espaço a partir de sua dimensão simbólica, identitária eafetiva, conforme enfatizam também Guattari e Ronilk:Os seres existentes se organizam segundo territórios que os delimitam e osarticulam aos outros existentes e aos fluxos cósmicos. O território pode serrelativo tanto a um espaço vivido, quanto a um sistema percebido no seio doqual um sujeito se sente “em casa”. O território é sinônimo de apropriação,de subjetivação fecha<strong>da</strong> sobre si mesma. Ele é o conjunto dos projetos e <strong>da</strong>srepresentações nos quais vai desembocar, pragmaticamente, to<strong>da</strong> uma sériede comportamentos, de investimentos, nos tempos e nos espaços sociais,culturais, estéticos, cognitivos (GUATTARI; ROLNIK, 1996, p. 323).A idéia de territorialização, por conseguinte, pressupõe uma dimensãosimbólico-cultural e outra de caráter político-disciplinar. A primeira dizrespeito a uma identi<strong>da</strong>de territorial atribuí<strong>da</strong> pelos grupos sociais comoforma de “controle simbólico” sobre o espaço onde vivem, sendo, igualmente,uma forma de apropriação; enquanto a segun<strong>da</strong> é uma dimensão maisconcreta e que tem a ver com a definição de limites ou fronteiras visandoà disciplinarização dos indivíduos e ao uso/controle dos recursos existentes(HAESBAERT, 1995).Na ci<strong>da</strong>de podemos falar de territoriali<strong>da</strong>des diversas, assim como deprocessos de desterritorialização e reterritorialização 1 , tendo em vista aimportância dos agentes na produção de localizações e na apropriação~ 6.2 | 2007~ 67

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