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DOSSIÊ DEBATE:Identi<strong>da</strong>de, espaço e culturaO dossiê que apresentamos a seguir discute questões relaciona<strong>da</strong>s com oespaço e o território, o local e o global, no urbanismo, nos deslocamentosproduzidos no campo artístico e intelectual e nas práticas literária e poética.Angela Phryston debate os modos de consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des latinoamericanascomo modelos de urbani<strong>da</strong>de e de moderni<strong>da</strong>de. Assim, traçaum percurso que parte <strong>da</strong> cópia do modelo europeu e chega ao momentoem que as ci<strong>da</strong>des latino-americanas se tornaram elas próprias referências,não apenas para as ci<strong>da</strong>des menores de seus países, mas também de umoutro tipo de urbani<strong>da</strong>de, transformando-se em modelos de uma urbani<strong>da</strong>deperiférica e alternativa.O texto de Saint-Clair Cordeiro discute políticas urbanas no casoespecífico <strong>da</strong> renovação na área central de Belém. Um dos conceitosfun<strong>da</strong>mentais é o de território que, longe de significar apenas o espaço,pressupõe a correlação de forças entre agentes diferenciados. Os territóriosprojetam relações de poder no espaço, configurando-se como espaçosdefinidos e delimitados por tais relações.Enei<strong>da</strong> Cunha Leal reflete sobre a ci<strong>da</strong>de de Salvador enquanto lugarde produção de imagens <strong>da</strong> negritude, <strong>da</strong> brasili<strong>da</strong>de afro-descendente e<strong>da</strong> convivência inter-racial. É no contexto <strong>da</strong> discriminação e <strong>da</strong> extrema<strong>da</strong>violência, diz Enei<strong>da</strong>, que emerge a construção cultural <strong>da</strong> africani<strong>da</strong>debaiana. Através de músicas de Caetano Veloso e Gilberto Gil (<strong>da</strong> músicacomo espaço de construção de imagens identitárias), a autora mostraalgumas transformações que se produziram nas últimas déca<strong>da</strong>s no cenáriocultural e social baiano.Angélica Madeira, por sua vez, propõe pensar a prática artística na vi<strong>da</strong>urbana na América Latina, a partir do conceito de itinerância, entendidocomo deslocamento dentro de um circuito, buscando compreender osagenciamentos sociais e a ordem que rege ca<strong>da</strong> campo, definindo relaçõesentre práticas e habitus. Realizando um percurso histórico que vai do períodocolonial ao início deste século, passando pelas ci<strong>da</strong>des de Salvador, Riode Janeiro e Brasília, o texto acompanha os movimentos do processocivilizador e seu vínculo com as artes.Carlos Capela abor<strong>da</strong> Os sertões como projeto que, ao lançar os olhossobre o passado imediato, busca um ajuste de contas com o presente. Olivro de Euclides <strong>da</strong> Cunha é analisado como um desafio a não <strong>da</strong>r as costaspara as falhas e as faltas <strong>da</strong> História, antes que como uma representaçãodos fatos ocorridos. A partir de certas figuras do espanto, que aparecemtambém na obra do pintor espanhol Francisco Goya, o texto sinaliza queOs sertões é, antes de tudo, uma denúncia contra o fechamento <strong>da</strong> Históriaque acena para os limites de uma razão universalizante.No texto de Florencia Garramuño encontramos uma reflexão acerca<strong>da</strong>s conseqüências na poesia contemporânea de uma sensoriali<strong>da</strong>de e umasentimentali<strong>da</strong>de exacerba<strong>da</strong>s. Numa poesia, como a de Marcos Siscar eSergio Raimondi, que produz uma minimização do sujeito, tornando-ovulnerável sem fazê-lo desaparecer completamente, predomina não mais aexperiência ou a percepção, mas o sentir como forma de exploração do real.Finalmente, Beatriz Resende fala de uma literatura cuja marca é amanifestação de uma urgência diante <strong>da</strong> convivência com o intolerável <strong>da</strong>violência urbana. Em narrativas fortemente marca<strong>da</strong>s por um pathos trágico,a força recai já não sobre questões do passado, mas sobre o momentoimediato e sobre a banali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> violência no cotidiano. Ao trazer à tonaesse debate, a literatura se assume como incontornavelmente política.56 ~ ~ 6.2 | 2007

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