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Uma Santa Obra de NatalC. H. <strong>Spurgeon</strong>


Uma Santa Obra deNatalNº 666Sermão pregado na manhã de domingo, 24 de dez<strong>em</strong>bro de 1865.Por Charles Haddon <strong>Spurgeon</strong>,No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres.“E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes foradita; E todos os que a ouviram maravilharam-se do que ospastores lhes diziam. Mas Maria guardava todas estas coisas,ponderando-as <strong>em</strong> seu coração. E voltaram os pastores,glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido evisto, como lhes havia sido dito.” (Lucas 2:17-20).Cada estação do ano t<strong>em</strong> suas próprias frutas: maçãs no outono, bagasde azevinho 1 de Natal. A terra produz segundo o período do ano e tudo oque o hom<strong>em</strong> quer debaixo do céu t<strong>em</strong> sua hora. Nesta época, o mundose dedica a congratular-se e a expressar seus bons desejos pelo b<strong>em</strong>estarde seus cidadãos. Permitam-me sugerir uma obra compl<strong>em</strong>entar <strong>em</strong>ais sólida para os cristãos. Ao pensar hoje no nascimento do Salvador,dev<strong>em</strong>os aspirar a um nascimento renovado do Salvador <strong>em</strong> nossoscorações. Como Cristo já foi ―formado <strong>em</strong> nós, a esperança da glória,‖que possamos ser ―renovados no espírito de nossa mente.‖ Quepossamos ir de novo à Belém de nosso nascimento espiritual pararealizar nossas primeiras obras, para desfrutar de nossos primeirosamores e para festejar com Jesus como fiz<strong>em</strong>os nos dias santos, felizese celestiais de nosso noivado. Vamos a Jesus com algo desse frescorjuvenil e desse supr<strong>em</strong>o deleite que era tão manifesto <strong>em</strong> nós quando Ovimos pela primeira vez. T<strong>em</strong>os que coroá-Lo novamente, pois aindaestá adornado com o orvalho de Sua juventude, e segue sendo ―o mesmoont<strong>em</strong>, hoje e eternamente.”Embora os cidadãos de Durham não habitass<strong>em</strong> longe da fronteiraescocesa — mesmo nos t<strong>em</strong>pos antigos estavam muitas vezes expostosa ser<strong>em</strong> atacados — eram dispensados dos trabalhos de guerra porquehavia uma catedral dentro de seus muros e eles estavam destinados aoserviço do bispo, sendo conhecidos nos t<strong>em</strong>pos antigos pelo nome de―os consagrados ao santo serviço.‖ Agora, nós que somos cidadãos daNova Jerusalém e t<strong>em</strong>os o Senhor <strong>em</strong> nosso meio, b<strong>em</strong> poderíamos noslicenciar das maneiras ordinárias de celebrar estas festas e, nos1 Azevinho: árvore de folhas brilhantes, com espinhos nas bordas e pequenos frutos <strong>em</strong> forma de bolinhasroxas. São usados nas decorações de Natal.W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R1


considerando ―consagrados ao santo serviço‖ deveríamos guardá-las deuma maneira diferente do resto das pessoas, fazendo dela uma santacont<strong>em</strong>plação ao bendito serviço desse cl<strong>em</strong>ente Deus que nos dá oindizível presente do Rei recém- nascido.Selecionei este texto nesta manhã porque me pareceu indicar quatromaneiras de servir a Deus, quatro métodos de realizar uma obra santa ede exercitar o pensamento cristão. Cada um dos versículos apresentadiante de nós numa maneira diferente de prestar um sagrado serviço.Alguns ficaram sabendo da notícia e contaram para outros aquilo quetinham visto e ouvido; alguns se maravilharam com êxtase e assombro;uma pessoa, ao menos, segundo o terceiro versículo, ponderava,meditava e pensava nessas coisas; e outros, <strong>em</strong> quarto lugar,glorificaram e louvaram a Deus. Não sei qual desses quatro gruposrendeu um melhor serviço a Deus, mas penso que se pudéss<strong>em</strong>oscombinar todas essas disposições mentais e esses exercícios externos,teríamos a segurança de louvar a Deus de uma maneira extr<strong>em</strong>amentepiedosa e aceitável.I. Para começar, então, <strong>em</strong> primeiro lugar encontramos que algunscelebraram o nascimento do Salvador DIVULGANDO o que tinham vistoe ouvido, verdadeiramente pod<strong>em</strong>os dizer que tinham algo que valia apena que se repetisse aos ouvidos dos homens. Aquilo que os profetas eos reis esperaram longamente tinha chegado ao fim, e havia chegado aeles. Haviam encontrado a resposta do enigma perpétuo.Eles podiam correr pelas ruas como o antigo filósofo gritando: ―Eureka,eureka!,‖ pois sua descoberta foi muito superior à dele. Não haviamencontrado nenhuma solução para um probl<strong>em</strong>a mecânico ou para umdil<strong>em</strong>a metafísico, mas sua descoberta não foi inferior a nenhumadescoberta de algum valor real jamais feita pelos homens, porque foicomo as folhas da árvore da vida para curar as nações e como um rio deágua da vida para alegrar a cidade de Deus.Eles tinham visto uns anjos e os ouviram entoar um cânticocompletamente novo e insólito. Tinham visto algo mais que anjos:tinham cont<strong>em</strong>plado o Rei dos anjos, o Anjo do Pacto <strong>em</strong> qu<strong>em</strong> nosdeleitamos. Tinham ouvido a música do céu e, quando perto daquelamanjedoura, o ouvido de sua fé ouviu a música da esperança da terra— uma harmonia mística que ressoaria ao longo de todas as eras — adoce e solene melodia dos corações se sintonizou para louvar aoSenhor, e a gloriosa onda do santo gozo de Deus e do hom<strong>em</strong> se fundiu<strong>em</strong> uma alegre harmonia. Tinham visto o Deus encarnado: uma visãoque qu<strong>em</strong> cont<strong>em</strong>pla sente que sua língua se solta, a menos que umêxtase indescritível o deixasse mudo. Impossível ficar<strong>em</strong> calados tendovisto esse espetáculo único! Começaram a contar sua inigualávelhistória à primeira pessoa que encontraram fora daquela humilde portade estábulo, e não descansaram de dar vozes até que caiu a noite,dizendo: ―Vão e O ador<strong>em</strong>! Vão adorar a Cristo, o Rei recém-nascido!‖W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R2


E quanto a nós, amados, acaso não t<strong>em</strong>os também algo a relatar qued<strong>em</strong>anda sua expressão? Se falamos de Jesus, qu<strong>em</strong> poderá noscondenar? Isto, na verdade, faria se mover a língua do que dorme: omistério do Deus encarnado por nossa causa que sangra e morre paraque nós não fiqu<strong>em</strong>os s<strong>em</strong> sangue n<strong>em</strong> morramos; que desce para quepossamos subir, e que foi envolto <strong>em</strong> panos para que possamos serdespojados das vendas da corrupção. Aqui t<strong>em</strong>os essa história que é tãograciosa para todos os ouvintes que qu<strong>em</strong> a repete com maiorfrequência faz o melhor, e que qu<strong>em</strong> menos a divulga t<strong>em</strong> o maiormotivo para acusar-se de um silêncio pecaminoso.Eles tinham algo a contar, e esse algo continha a inimitável combinaçãoque é o sinal secreto e a marca régia de autoria divina; um inimitávelcasamento de sublimidade e simplicidade. Anjos cantando, cantando auns pastores! O céu resplandecente de glória, brilhando à meia-noite!Deus! Um Bebê! O Infinito! Uma criança de um palmo de altura! OAncião de Dias! Nascido de mulher! O que poderia ser mais simples quea pousada, a manjedoura, um carpinteiro, a esposa de um carpinteiro eum menino? Que poderia ser mais sublime que uma ―multidão doexército celeste‖ que desperta com suas canções de gozo a noite, e Deusmesmo manifestado <strong>em</strong> carne humana? Um menino não é mais que umacontecimento comum; mas que maravilha é ver a Palavra que ―noprincípio estava com Deus, habitando entre nós para que víss<strong>em</strong>os Suaglória, glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.‖Irmão, t<strong>em</strong>os que contar uma história muito simples e muito sublime.O que poderia ser mais simples? ―Creiam e vivam.‖ O que poderia sermais simples? ―Deus estava <strong>em</strong> Cristo reconciliando consigo o mundo.‖Um sist<strong>em</strong>a de salvação tão maravilhoso que às mentes angélicas nãoresta senão adorar ao meditar nisso; e, contudo, tão simples que ascrianças no t<strong>em</strong>plo pod<strong>em</strong> cantar apropriadamente hinos a suasvirtudes, quando entoam: ―Hosana! Bendito o que v<strong>em</strong> <strong>em</strong> nome doSenhor!” Quão esplendida combinação do sublime e do simples t<strong>em</strong>osna grandiosa expiação oferecida pelo Salvador encarnado! Oh, de<strong>em</strong> aconhecer a todos os homens esta verdade salvadora!Os pastores não precisaram de nenhuma desculpa para divulgar oanúncio do nascimento do Salvador por toda a parte, pois receberam docéu o que contaram. Suas novas não foram sussurradas a seus ouvidospor oráculos sibilinos n<strong>em</strong> vieram à tona por uma investigaçãofilosófica; não foram concebidas poeticamente n<strong>em</strong> foram encontradascomo um tesouro descoberto entre os volumes da tradição, mas lhesforam reveladas por aquele notável pregador do Evangelho que dirigiuas hostes angélicas e deu test<strong>em</strong>unho dizendo: ―Hoje nasceu, na cidadede Davi, um Salvador, que é Cristo o Senhor.‖Quando o céu confia a um hom<strong>em</strong> uma misericordiosa revelação, essehom<strong>em</strong> fica obrigado a entregar a outros as boas novas. Como! GuardarW W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R3


<strong>em</strong> segredo a declaração que a eterna misericórdia fez para <strong>em</strong>belezar oar da meia-noite? Com que propósito os anjos foram enviados, se amensag<strong>em</strong> não fosse divulgada amplamente? De acordo com o ensinodo nosso próprio amado Senhor, não dev<strong>em</strong>os ficar calados, pois Eleassim nos ordena: ―o que haveis ouvido <strong>em</strong> segredo, isso há de se revelar<strong>em</strong> público; e o que foi falado ao ouvido nos aposentos, proclamar-se-ánas ruas.‖Amados, vocês ouviram uma voz do céu; vocês, que nasceram duasvezes e que foram gerados para uma esperança viva, ouviram o Espíritode Deus dando-lhes test<strong>em</strong>unho da verdade de Deus e ensinando-lhesacerca das coisas celestiais. Então, vocês hão de guardar este Nataltransmitindo a seus s<strong>em</strong>elhantes o que o próprio Espírito Santo deDeus t<strong>em</strong> considerado apropriado revelar.Mas <strong>em</strong>bora os pastores revelass<strong>em</strong> o que ouviram do céu, record<strong>em</strong>que também falaram do que tinham visto aqui <strong>em</strong>baixo. Através daobservação, eles se apropriaram firm<strong>em</strong>ente daquelas verdades que lhesforam comunicadas por revelação. Ninguém pode falar das coisas deDeus, com êxito, a menos que a doutrina que encontra no livro aencontre também <strong>em</strong> seu coração. T<strong>em</strong>os que reduzir e esclarecer omistério e conhecer seu poder prático no coração e na consciência,graças ao ensino do Espírito Santo.Meus irmãos, o Evangelho que pregamos nos é revelado seguramentepelo Senhor, mas também, nossos corações têm provado e comprovado,t<strong>em</strong> compreendido, t<strong>em</strong> sentido e t<strong>em</strong> absorvido sua verdade e seupoder. Se não t<strong>em</strong>os sido capazes de entender sua altura e suaprofundidade, sentimos seu poder místico <strong>em</strong> nosso coração e <strong>em</strong> nossoespírito. T<strong>em</strong>-nos revelado mais claramente o pecado e revelado nossoperdão. T<strong>em</strong> eliminado o poder reinante do pecado. T<strong>em</strong>-nos dado aCristo para que reine <strong>em</strong> nós e o Espírito Santo para que more <strong>em</strong>nossos corpos como <strong>em</strong> um t<strong>em</strong>plo. Agora t<strong>em</strong>os que falar. Eu nãoquero exortar a nenhum de vocês a falar de Jesus, se meramenteconhece a Palavra segundo se encontra na Bíblia, pois esse ensinocareceria do suficiente poder. Porém, me dirijo sinceramente a qu<strong>em</strong> jáconhece Sua poderosa influência <strong>em</strong> seu coração, a qu<strong>em</strong> não só ouviuacerca do bebê, mas que o viu na manjedoura, o tomou <strong>em</strong> seuspróprios braços e o recebeu como tendo nascido para si mesmo, o seuSalvador, ‗Christos,‘ o seu ungido, Jesus, o seu Salvador do seu pecado.Amados, poderiam fazer outra coisa que não fosse falar das coisas queviram e ouviram?Deus t<strong>em</strong> lhes feito provar e tratar esta boa palavra de vida, e vocês nãodev<strong>em</strong> ficar tranquilos n<strong>em</strong> se atrevam a fazê-lo, mas dev<strong>em</strong> dar aconhecer aos amigos e vizinhos aquilo que t<strong>em</strong> sentido <strong>em</strong> seu interior.Esses pastores eram pessoas desprovidas de instrução. Poder-se-iagarantir que eram incapazes de ler algum livro; não existe nenhumaW W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R4


probabilidade de que n<strong>em</strong> sequer conhecess<strong>em</strong> uma só letra. Erampastores, mas pregavam muito b<strong>em</strong>, e, meus irmãos, ao contrário doque alguns poderiam pensar, a pregação não deve estar restrita a essessenhores cultos que obtiveram seus títulos <strong>em</strong> Oxford ou <strong>em</strong>Cambridge, ou <strong>em</strong> qualquer instituição de nível superior ouuniversidade. É verdade que a educação não é necessariamente umimpedimento para a graça e poderia ser uma arma muito apropriada <strong>em</strong>mãos destras, mas a graça de Deus t<strong>em</strong> sido glorificada frequent<strong>em</strong>entepela maneira clara e simples com que homens desprovidos de instruçãotêm entendido e proclamado o Evangelho. Não me importaria pedir aomundo inteiro que encontre um Mestre <strong>em</strong> Artes, atualmente vivo, quetenha atraído mais almas a Cristo Jesus do que Richard Weaver. Setodo o colégio episcopal tivesse feito uma décima parte do que essehom<strong>em</strong> solitário fez para ganhar almas, seria mais do que a maioria denós reconheceria.D<strong>em</strong>os a nosso Deus toda a glória, mas ainda assim não negu<strong>em</strong>os ofato de que esse pecador salvo recém-saído da mina de carvão, queainda t<strong>em</strong> o sotaque do carvoeiro, pela graça de Deus, conta a históriada cruz de tal maneira que os mui ‗reverendos padres‘ <strong>em</strong> Deuspoderiam sentar-se humild<strong>em</strong>ente a seus pés para aprender a forma dechegar ao coração e derreter uma alma obstinada. É certo que umirmão s<strong>em</strong> educação não está necessariamente equipado para todo otipo de trabalho — t<strong>em</strong> sua própria esfera — mas é muito capaz decontar o que t<strong>em</strong> visto e ouvido, e me parece que assim é, <strong>em</strong> certamedida, todo hom<strong>em</strong>. Se viu Jesus e ouviu Sua voz salvadora, serecebeu a verdade como do Senhor, se sentiu Seu tr<strong>em</strong>endo poder comovindo de Deus para você, e se t<strong>em</strong> experimentado Sua potência sobreseu próprio espírito, vamos, você certamente pode declarar o que Deust<strong>em</strong> escrito <strong>em</strong> seu interior.Se não pode ir mais além e não pode investigar os mistérios maisprofundos, os pontos mais espinhosos, b<strong>em</strong>, b<strong>em</strong>, exist<strong>em</strong> alguns quepod<strong>em</strong> fazê-lo e, portanto, não precisa sentir-se incomodado; mas aomenos poderia revelar as verdades primordiais e fundamentais que são,quando muito, as mais importantes. Se você não pode falar no púlpito,se seu rosto fica corado, se sua língua se recusa a cumprir sua funçãoquando está na presença de muitos, exist<strong>em</strong> seus filhos: diante delesvocê não se envergonha de falar; há um pequeno grupo <strong>em</strong> torno dalareira na noite de Natal; há uma pequena congregação no trabalho; háuma pequena audiência <strong>em</strong> algum lugar a qu<strong>em</strong> você poderia falaracerca do amor de Jesus pelos perdidos. Não vá mais além do que sabe;não mergulhe no que não tenha experimentado, pois se o fizer, estaráfora de seu nível, e então logo estará hesitando desajeitadamente econtribuindo para que a confusão piore. Deve ir até onde conheça eafirmar que se reconhece como um pecador e reconhece Jesus como oSalvador – de fato um grandioso Salvador – fale sobre esses assuntos, edaí virá boa vontade. Amados, cada um <strong>em</strong> sua própria posição declareo que tenha ouvido e visto; publiqu<strong>em</strong> isso entre os filhos dos homens.W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R5


Mas, foram autorizados? É algo grandioso ser autorizado! Os ministrosdesautorizados são os mais vergonhosos intrusos! Homens sob<strong>em</strong> aopúlpito que não foram ordenados e que não figuram na sucessãoapostólica. É muito horrível! É muito, muito horrível! 2 A mentepuseísta 3 é completamente incapaz de medir o tamanho do horrorcontido na ideia de que um hom<strong>em</strong> desautorizado a pregar e fora dasucessão apostólica se atreva a ensinar o caminho da salvação. Paramim este horror se ass<strong>em</strong>elha muito ao terror de um menino <strong>em</strong> idadeescolar diante do duende que seus próprios medos evocaram. Penso euque se visse um hom<strong>em</strong> escorregar sobre o gelo até uma tumba fria epudesse impedi-lo de se afogar, não seria muito horrível o fato de podersalvá-lo, <strong>em</strong>bora, eu não seja um <strong>em</strong>pregado da Real Brigada deResgate. Imagino que se visse um incêndio e ouvisse uma pobr<strong>em</strong>ulher, que provavelmente morrerá queimada, gritar da janela de umandar superior, se eu aproximasse a escada de incêndio à janela epreservasse sua vida, não seria um assunto tão terrível o fato de eu nãopertencer ao corpo de Bombeiros. Não sei se é algo tão chocante que umgrupo de valorosos voluntários perseguisse um inimigo fora dos limitesde seu próprio condado, <strong>em</strong>bora um exército inteiro de mercenáriospudesse estar descuidando desse trabalho <strong>em</strong> obediência a algumaord<strong>em</strong> militar que os incapacitara de prestar seu serviço efetivo. Masacontece que os pastores e outros como eles estão na sucessãoapostólica e estão autorizados pela ord<strong>em</strong> divina, pois todo hom<strong>em</strong> queouve o Evangelho está autorizado a divulgá-lo aos d<strong>em</strong>ais. Vocênecessita uma autorização? Aqui t<strong>em</strong> a autorização, confirmadacategoricamente, proveniente da Sagrada Escritura: ―O que ouve, diga:V<strong>em</strong>,‖ isto é, cada pessoa que ouve verdadeiramente o Evangelho t<strong>em</strong>que convidar outros a beber<strong>em</strong> da água da vida. Esta é toda aautorização que se requer para pregar o Evangelho de acordo com ahabilidade de cada um. N<strong>em</strong> todos têm a habilidade de pregar a Palavrae nós não gostaríamos de saber que todos pregam na grandecongregação, pois se todos foss<strong>em</strong> bocas, que grande vazio haveria naIgreja. Contudo, cada cristão, à sua maneira, deve pregar as boasnovas.Nosso sábio Deus cuida de que essa liberdade de profetizar nãodes<strong>em</strong>boque <strong>em</strong> um motim, pois Ele não outorga os eficazes donspastorais e ministeriais a muitos; contudo, cada um t<strong>em</strong> que ministrarsegundo seus dons. Cada qual deve dar a conhecer o nome do SenhorJesus, <strong>em</strong>bora não seja no púlpito, mas no seu banco na igreja, no seutrabalho, <strong>em</strong> algum lugar, <strong>em</strong> qualquer lugar e <strong>em</strong> todo lugar. Que istolhes sirva de autorização: ―O que ouve, diga: V<strong>em</strong>‖.2 <strong>Spurgeon</strong> aqui está realmente zombando da posição defendida pelo Puseístas3 Puseísta: palavra que t<strong>em</strong> sua orig<strong>em</strong> no doutor E. B. Pusey, líder tractariano, com fortes inclinações aimitar a Igreja de Roma <strong>em</strong> seu ritualismo e <strong>em</strong> outras práticas católicas externas, tais como o batismoinfantil. O pastor <strong>Spurgeon</strong> usa frequent<strong>em</strong>ente ‘Pusey’ e ‘puseísmo’ para descrever essas tendências.W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R6


Eu nunca pensaria <strong>em</strong> pedir uma autorização para gritar ―Fogo‖ sevisse que alguma casa está ardendo; nunca sonharia <strong>em</strong> pedir algumaautorização para realizar meu melhor esforço para resgatar um pobrepróximo que perece, n<strong>em</strong> tenho a intenção de fazê-lo agora! Toda aautorização que necessita qualquer um de vocês não é a autoridade quepudesse <strong>em</strong>anar de uns prelados decorados com roquetes e alvas, masa autoridade que provém diretamente da grandiosa Cabeça da Igreja,que dá autorização a todos os que ouv<strong>em</strong> o Evangelho para que todosensin<strong>em</strong> seu próximo, dizendo: ―Conhece o Senhor‖.Aqui, queridos irmãos, t<strong>em</strong>os uma maneira de guardar um Natalcompletamente santo e, <strong>em</strong> algum sentido, um Natal completamentejubiloso. Imit<strong>em</strong> esses humildes homens, de qu<strong>em</strong> se diz: ―Ao vê-lo,revelaram o que se lhes havia dito acerca do menino‖.II. Apresent<strong>em</strong>os agora diante de vocês outro modo de guardar o Natal:mediante uma SANTA FASCINAÇÃO, ADMIRAÇÃO e ADORAÇÃO. ―Etodos os que ouviram maravilharam-se do que os pastores lhes diziam.”Pouco t<strong>em</strong>os que dizer dessas pessoas que ficaram meramentefascinadas, mas que não fizeram nada mais. Muitos são conduzidos amaravilhar<strong>em</strong>-se pelo Evangelho. Contentam-se <strong>em</strong> ouvi-lo. Agrada-lhesouvi-lo e, se <strong>em</strong> si mesmo o Evangelho não é nada novo, exist<strong>em</strong> novasmaneiras de expressá-lo, e a eles lhes encanta ser<strong>em</strong> refrescados graçasà variedade. A voz do pregador é para essas pessoas como o som dealguém que dá um tom preciso com um instrumento. Para elas encantaescutar-lhe. Não são céticos, não colocam objeções, não identificamdificuldades; simplesmente diz<strong>em</strong> a si mesmas: ―É um excelenteevangelho, é um maravilhoso plano de salvação. Aqui t<strong>em</strong>os um amorextr<strong>em</strong>amente assombroso, uma condescendência extr<strong>em</strong>amenteextraordinária.‖ Algumas vezes se surpreend<strong>em</strong> de que sejam simplespastores qu<strong>em</strong> lhes digam essas coisas; a duras penas pod<strong>em</strong> entendercomo pessoas ignorantes e s<strong>em</strong> educação falam dessas coisas e comopuderam entrar nas cabeças desses simples pastores; de onde puderamaprendê-las; como é que parec<strong>em</strong> tão motivados por elas; que tipo deoperação eles dev<strong>em</strong> ter experimentado para ser<strong>em</strong> capazes de falarcomo faz<strong>em</strong>. Mas depois de levantar suas mãos e de abrir suas bocasdurante uns nove dias, a surpresa perde intensidade e segu<strong>em</strong> seucaminho e já não pensam mais a respeito.Exist<strong>em</strong> muitos de vocês que são conduzidos a se maravilhar s<strong>em</strong>preque ve<strong>em</strong> uma obra de Deus <strong>em</strong> seu distrito. Se ficam sabendo dealguém que se converte depois de ter sido um pecador muito notável,diz<strong>em</strong>: ―Isso é algo muito maravilhoso!‖ Há um avivamento. Quandoacontece de estar<strong>em</strong> presentes <strong>em</strong> uma das reuniões <strong>em</strong> que o Espíritode Deus está trabalhando gloriosamente, então vocês diz<strong>em</strong>: ―B<strong>em</strong>, istoé algo singular! É algo muito assombroso!‖ Até mesmo os jornaisreservam um espaço <strong>em</strong> alguma coluna, algumas vezes, para umasobras muito grandes e extraordinárias do Deus Espírito Santo. Mas aítermina toda a <strong>em</strong>oção. Tudo é um maravilhar-se e nada mais.W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R7


Agora, eu confio que não ocorra o mesmo com nenhum de nós; que nãopens<strong>em</strong>os no Salvador e nas doutrinas do Evangelho que Ele veio parapregar simplesmente com estupefação e assombro, pois isto nos fariamuito pouco b<strong>em</strong>. Por outro lado, há outro modo de se maravilhar que ésimilar à adoração, se é que não é adoração. Penso que é muito difíciltraçar uma linha entre o santo assombro e a adoração real, quando aalma fica sobrecarregada com a majestade da glória de Deus, <strong>em</strong>boranão se expresse <strong>em</strong> um cântico, ou mesmo quando articula sua voz coma cabeça inclinada <strong>em</strong> humilde oração, contudo, adora silenciosamente.Eu estou inclinado a pensar que o assombro que algumas vezes seapodera do intelecto humano diante da l<strong>em</strong>brança da grandeza e dabondade de Deus é, talvez, a forma mais pura de adoração que sobe doshomens mortais ao trono do Altíssimo.Eu recomendo este tipo de assombro para aqueles entre vocês quedevido à tranquilidade e isolamento de suas vidas dificilmente sãocapazes de imitar os pastores na divulgação da história aos d<strong>em</strong>ais. Aomenos pod<strong>em</strong> completar o círculo de adoradores diante do tronomaravilhando-se pelo que Deus t<strong>em</strong> feito.Permitam-me sugerir-lhes que esse santo assombro ante o que Deust<strong>em</strong> feito deveria ser algo muito natural para vocês. Que Deus considerea Sua criatura caída, o hom<strong>em</strong>, e <strong>em</strong> vez de varrê-lo com a escova dadestruição, projete um maravilhoso esqu<strong>em</strong>a para sua redenção, e queEle mesmo assuma ser o Redentor do hom<strong>em</strong> e pagar o preço de seuresgate, é, na verdade, maravilhoso! Provavelmente lhes seja maismaravilhoso, no que se refere a vocês, que vocês sejam redimidos pelosangue: que Deus abandone os tronos e as régias coisas no alto parasofrer ignominiosamente aqui <strong>em</strong>baixo por vocês. Caso conhecess<strong>em</strong> asi mesmos, não poderiam ver nunca <strong>em</strong> sua carne nenhuma razão oumotivo adequados para um ato s<strong>em</strong>elhante. ―Por que tanto amor pormim?‖, dirão. Se Davi, sentado <strong>em</strong> sua casa, somente podia dizer:―Qu<strong>em</strong> sou eu, e que é minha casa, para que tu me tenhas trazido atéaqui‖, que diríamos você e eu? Se fôss<strong>em</strong>os os indivíduos maismerecedores e tivéss<strong>em</strong>os guardado incessant<strong>em</strong>ente os mandamentosdo Senhor, não teríamos podido merecer uma bênção tão inestimávelcomo a encarnação; mas como pecadores, como ofensores que serebelaram e se apartaram mais e mais longe de Deus, que dir<strong>em</strong>osdeste Deus encarnado que morreu por nós, senão: ―nisto consiste oamor: não <strong>em</strong> que nós tenhamos amado a Deus, mas <strong>em</strong> que Ele nosamou.‖?Deix<strong>em</strong> que sua alma se perca no assombro, pois o assombro, queridosamigos, é neste sentido, uma <strong>em</strong>oção muito prática. O santo assombroos conduzirá a uma adoração agradecida; ficando atônitos pelo queDeus t<strong>em</strong> feito, derramarão suas almas com assombro ao pé do tronode ouro com o cântico: ―Ao que está assentado no trono, e ao Cordeiro,que faz estas grandes coisas por mim, seja a louvor, a honra, a glória, oW W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R8


poder, a majestade e o domínio.‖ Estando pleno desse assombro vocêserá conduzido a uma santa vigilância; terá medo de pecar contra umamor como esse. Sentindo a presença do poderoso Deus no dom de Seuamado Filho, tirará o calçado de seus pés, porque o lugar <strong>em</strong> que estáterra santa é. Será conduzido ao mesmo t<strong>em</strong>po a uma gloriosaesperança. Se Jesus se entregou por você, se Ele t<strong>em</strong> feito esta obramaravilhosa por você, sentirá que o céu mesmo não é d<strong>em</strong>asiado grandepara sua expectativa, e que os rios de prazer à direita de Deus não sãod<strong>em</strong>asiado doces n<strong>em</strong> d<strong>em</strong>asiado profundos para que beba deles. Qu<strong>em</strong>poderia assombrar-se de algo mais tendo ficado maravilhado uma vezna manjedoura e na cruz? Que pode ser maravilhoso para alguémdepois de ter visto o Salvador? As sete maravilhas do mundo! Vamos,poderia pô-las todas <strong>em</strong> uma casca de noz: as máquinas e a art<strong>em</strong>oderna pod<strong>em</strong> superar a todas elas; mas esta maravilha especial nãoé só a maravilha da terra, mas do céu e da terra e inclusive do próprioinferno. Não é a maravilha da antiguidade, mas a maravilha de todos ost<strong>em</strong>pos e a maravilha da eternidade.Qu<strong>em</strong> vê as maravilhas humanas muitas vezes, ao final já não ficaassombrado; a mais nobre construção que um arquiteto tenhalevantado, por fim deixa de impressionar o espectador; mas nãoacontece assim com esse maravilhoso t<strong>em</strong>plo de Deus encarnado;quanto mais o cont<strong>em</strong>plamos, mais nos assombramos; quanto mais nosacostumamos a ele, mais t<strong>em</strong>os uma ideia de seu esplendorincomparável de amor e de graça. Digamos que se pode ver mais coisasacerca de Deus na manjedoura e na cruz do que nas reluzentes estrelasno alto, no ondulante abismo <strong>em</strong>baixo, na alta montanha, nos férteisvales, nas moradas da vida ou no abismo da morte. Pass<strong>em</strong>os entãoalgumas horas escolhidas desta época festiva submersos <strong>em</strong> santoassombro que produza gratidão, adoração, amor e confiança.III. No versículo seguinte, encontrarão uma terceira forma de trabalhosanto, isto é, SEU SAGRADO CORAÇÃO PONDERANDO EPRESERVANDO.Ao menos uma pessoa — e esperamos que tivess<strong>em</strong> outras, ou dequalquer forma, sejamos nós mesmos esses outros — uma pessoaguardava todas essas coisas e as ponderava <strong>em</strong> seu coração.Maravilhava-se, porém, fez algo mais: ponderava. Observarão que háum exercício da parte dessa b<strong>em</strong>-aventurada mulher nos três grandescomponentes de seu ser; na sua m<strong>em</strong>ória: ela guardava todas essascoisas; nos seus afetos: ela as guardava <strong>em</strong> seu coração; <strong>em</strong> seuintelecto: ela as ponderava, considerava-as, pesava-as e as analisava detal forma que a m<strong>em</strong>ória, o afeto e o entendimento eram exercitadosacerca dessas coisas. Deleita-nos ver isso <strong>em</strong> Maria, mas não nossurpreende, quando recordamos que ela era a mais interessada detodos na terra, pois Jesus Cristo nasceu dela. Os que mais seaproximam de Jesus e, mais intimamente conviv<strong>em</strong> com Ele, serão comcerteza os que estão mais absorvidos Nele.W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R9


Certas pessoas são mais estimadas a distância, mas não o Salvador;quando O conhecer<strong>em</strong> plenamente, então o amarão com o amor queexcede todo entendimento; compreenderão as alturas e asprofundidades, as larguras e os comprimentos de Seu amor; e quandovocês fizer<strong>em</strong> isso, então seu próprio amor se encherá além de todalargura e comprimento, de toda altura e profundidade. O nascimento,principalmente, referia-se a Maria, portanto, era ela qu<strong>em</strong> estava maisimpressionada com ele. Not<strong>em</strong> a maneira como foi mostrado seuinteresse; ela era uma mulher, e a graça que mais brilha na mulher nãoé a intrepidez, pois essa pertence à mente masculina. Porém, amodéstia afetuosa é uma beleza f<strong>em</strong>inina, e por isso não l<strong>em</strong>os que elatenha dado a conhecer tanto quanto que ponderara <strong>em</strong> seu interior.S<strong>em</strong> dúvida tinha seu círculo e suas palavras para falar Nele; mas elaficava principalmente <strong>em</strong> sua casa, como a outra Maria. Ela trabalhava,mas sua obra era diretamente para Ele, o gozo e deleite de seu coração.Como os d<strong>em</strong>ais meninos, o santo menino necessitava de cuidados quesomente a mão e o coração de uma mãe pod<strong>em</strong> dar; ela estava,portanto, dedicada a Ele. Oh, bendita dedicação! Doce compromisso!Não consider<strong>em</strong> como inaceitável o serviço que se ocupa melhor deJesus que de Seus discípulos ou de Suas ovelhas desgarradas. Aquelamulher que quebrou o vaso de alabastro e derramou o perfume sobre opróprio Jesus foi criticada por Judas, e mesmo os outros discípulospensaram que os pobres tinham perdido um benefício, mas ―ela fezpara mim uma boa obra‖ foi a resposta do Salvador.Eu desejo levá-los a este pensamento: que se durante esta época, vocêsque são calados e retraídos não pod<strong>em</strong> falar a outros, ou não contamcom uma oportunidade desejável ou com um dom apropriado para essetrabalho, poderiam sentar-se com Jesus e honrá-lo <strong>em</strong> paz. Mariacarregou o Senhor <strong>em</strong> seus braços; oh, que vocês possam carregá-Lonos seus! Ela realizou trabalhos diretamente para Sua pessoa. Imit<strong>em</strong>na.Vocês pod<strong>em</strong> amá-Lo, bendizê-Lo, louvá-Lo, estudá-Lo, refletir sobreEle, compreender Seu caráter, estudar os tipos que O anunciavam eimitar Sua vida, e desta maneira, <strong>em</strong>bora sua adoração não sesobressaia entre os filhos dos homens e dificilmente os beneficie,diferent<strong>em</strong>ente de algumas outras formas de trabalho, contudo,beneficiará a vocês mesmos e será aceitável para seu Senhor.Amados, record<strong>em</strong> o que ouviram de Cristo e o que Ele t<strong>em</strong> feito porvocês; façam de seu coração uma taça de ouro que contenha as ricasl<strong>em</strong>branças de sua anterior misericórdia; convertam-no <strong>em</strong> uma urnade maná que preserve o pão celestial do qual se alimentaram os santosdos t<strong>em</strong>pos antigos. Sua m<strong>em</strong>ória deve entesourar tudo o que vocês têmouvido ou sentido ou conhecido acerca de Cristo, e logo seus cálidosafetos dev<strong>em</strong> ir peren<strong>em</strong>ente a Ele. Am<strong>em</strong>-No! Derram<strong>em</strong> esse vaso dealabastro de seu coração e façam que flua sobre Seus pés todo oprecioso perfume de seu afeto. Se não puder<strong>em</strong> fazê-lo com gozo, façamdolorosamente, lav<strong>em</strong> Seus pés com lágrimas e enxugu<strong>em</strong> com osW W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R10


cabelos da sua cabeça; mas am<strong>em</strong>-No, am<strong>em</strong> o bendito Filho de Deus, oseu s<strong>em</strong>pre terno Amigo. Seu intelecto deve ser exercitado a respeito doSenhor Jesus. Por meio da meditação, volt<strong>em</strong> uma e outra vez ao quele<strong>em</strong>. Não sejam homens que ficam na letra: não se detenham nasuperfície; submerjam às profundezas. Não sejam como a andorinhaque roça a torrente com sua asa, mas como o peixe que penetra naprofundidade da onda. De<strong>em</strong> profundos tragos de amor; não sorvam epronto, mas mor<strong>em</strong> junto ao poço como Isaac morava junto ao poço doDeus-vivo-que-me-vê (Lacai-roi). Permaneçam com seu Senhor; nãodeix<strong>em</strong> que Ele seja para vocês como um andarilho que fica só por umanoite, mas rogu<strong>em</strong>-Lhe dizendo: ―Fica conosco, porque o dia já declinou.”Retenham-No e não deix<strong>em</strong> que se vá. Como sab<strong>em</strong>, a palavra―ponderar‖ quer dizer pesar. Empregu<strong>em</strong> a balança do juízo. Oh, mas,onde está a balança que poderia pesar o Senhor Cristo? “Eis aqui queEle levanta as ilhas como um grão de pó”; qu<strong>em</strong> levantará a Ele? ―Pesaos montes com balança.‖ Que assim seja; se seu entendimento não podecompreendê-Lo, seus afetos dev<strong>em</strong> percebê-lo; e se seu espírito nãopode abarcar o Senhor Jesus com os braços de seu entendimento, que oabrace com os braços de seu afeto. Oh, amados, aqui existe umabendita obra de Natal para vocês, se, como Maria, guardar<strong>em</strong> todasessas coisas <strong>em</strong> seus corações e ponderar<strong>em</strong> sobre elas.IV. Agora é a vez do último tipo entre as santas obras natalinas. ―Evoltaram os pastores‖ — l<strong>em</strong>os no versículo vinte — ―GLORIFICANDO eLOUVANDO a DEUS por todas as coisas que tinham ouvido e visto, comose lhes havia dito.‖ A que voltaram? Voltaram novamente à suaocupação de cuidar dos cordeiros e das ovelhas. Então, se desejamosglorificar a Deus, não necessitamos renunciar à nossa ocupação.Algumas pessoas têm a ideia de que a única maneira <strong>em</strong> que pod<strong>em</strong>viver para Deus é tornando-se ministros, missionários, ou assistentessociais cristãos ou vendedoras de Bíblias 4 . Ai! Quantos de nósficaríamos fora de qualquer oportunidade de engrandecer o Altíssimo seesse fosse o caso. Os pastores voltaram às baias de suas ovelhasglorificando e louvando a Deus.Amados, o importante não é o ofício que des<strong>em</strong>penham, mas adedicação que <strong>em</strong>penham; não é a posição, mas a graça que noscapacita para glorificar a Deus. Deus será glorificado com toda certezanesse local de trabalho do sapateiro onde o piedoso trabalhador cantasobre o amor do Salvador enquanto segura seu furador, sim, e églorificado muito mais que <strong>em</strong> muitos postos de benevolência onde areligiosidade oficial cumpre com seus escassos deveres. O nome deJesus é glorificado tanto por aquele carroceiro quando arreia seu cavaloe bendiz a seu Deus ou quando fala com seu colega de trabalho nocaminho, como por aquele teólogo que por todo o país, como Boanerges,4 Bible Women: (mulheres da Bíblia), era uma organização, fundada por Ellen Ranyard, que recrutavamulheres provenientes de distritos pobres de Londres, as treinava durante um período de três meses paraque vendess<strong>em</strong> Bíblias e dess<strong>em</strong> conselhos domésticos às esposas e às mães da áreaW W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R11


etumba com a pregação do Evangelho. Deus é glorificado quandopermanec<strong>em</strong>os <strong>em</strong> nossa vocação. Tenham cuidado de não sedesviar<strong>em</strong> do caminho do dever, abandonando seu chamado, e tenhamcuidado de não desonrar sua profissão de fé enquanto estão nela; nãotenham uma alta opinião de si mesmos, mas não consider<strong>em</strong> poucacoisa seus chamados. Não existe nenhum ofício que o Evangelho nãosantifique. Se procurar<strong>em</strong> na Bíblia, encontrarão que as maisinsignificantes formas de trabalho estiveram, de uma maneira ou outra,conectadas com os mais atrevidos atos de fé, ou com pessoas cujasvidas foram de outra maneira ilustres. Sê fiel a teu chamado, irmão, sêfiel a teu chamado! Não importa o que Deus tenha feito de ti; se Ele techama, permanece fazendo isso, a menos que estejas muito seguro,olha, a menos que estejas muito seguro de que Ele te chama a outracoisa. Os pastores glorificaram a Deus, apesar de voltar<strong>em</strong> à suaocupação.Eles glorificaram a Deus apesar de ser<strong>em</strong> pastores. Tal comocomentamos, eles não eram homens instruídos. Muito longe de ter umasortida biblioteca cheia de livros, é provável que não pudess<strong>em</strong> ler n<strong>em</strong>uma só palavra; contudo, glorificaram a Deus. Isto elimina todadesculpa para vocês, boas pessoas, que diz<strong>em</strong>: ―eu não tenho nenhumgrau escolar; nunca recebi nenhuma educação, nunca assisti n<strong>em</strong>sequer à escola dominical.‖ Ah, mas se você t<strong>em</strong> um coração reto, podeglorificar a Deus. Não se preocupe, Sara, não esteja abatida porquesabe muito pouco; aprenda mais se puder, mas faça bom uso do que jáconhece. Não se preocupe, João; é verdadeiramente uma pena quetivesse que começar a trabalhar muito cedo na vida, o que o impediu deadquirir sequer os rudimentos do conhecimento; mas não pense quenão pode glorificar a Deus. Se quiser louvar a Deus, viva uma vidasanta; você pode fazer isso por Sua graça, de todas as maneiras, s<strong>em</strong>educação acadêmica. Se quiser fazer o b<strong>em</strong> aos d<strong>em</strong>ais, seja bom, vocêmesmo, e esse é um caminho que está aberto de igual maneira ao maisiletrado como ao mais ilustrado. Tenha bom ânimo! Os pastoresglorificaram a Deus e você também pode fazê-lo.Recorde que há algo <strong>em</strong> que eles tiveram preferência sobre os sábios. Ossábios precisaram que os guiasse uma estrela; os pastores não. Ossábios se extraviaram apesar da estrela; se encontraram de repente <strong>em</strong>Jerusalém, mas os pastores foram diretamente a Belém. As mentessimples encontram algumas vezes um Cristo glorificado ali onde ascabeças instruídas, muito desnorteadas com sua tradição, não Oencontram. Um bom doutor costumava dizer: ―Aqui está, estessimplórios entraram no reino, enquanto que nós, homens cultos,buscamos tateando a maçaneta da porta.‖ Assim acontecefrequent<strong>em</strong>ente; portanto, pessoas de mentes simples, consol<strong>em</strong>-se ealegr<strong>em</strong>-se.Vale a pena notar a maneira com que esses pastores honraram a Deus.Honraram-No louvando. Pens<strong>em</strong>os mais no sagrado cântico do que oW W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R12


faz<strong>em</strong>os algumas vezes. Quando o cântico explode <strong>em</strong> pleno coroproveniente de milhares de pessoas nesta casa, não é senão somenteum ruído para os ouvidos de alguns homens; mas enquanto que muitosverdadeiros corações, tocados com o amor de Jesus, estão cantando <strong>em</strong>uníssono com suas línguas, não é um mero ruído na estimativa deDeus, mas contém uma doce música que alegra Seu ouvido. Qual é ogrande propósito último de todo esforço cristão? Quando estivepregando aqui o Evangelho na outra manhã, minha mente estavaplenamente focada <strong>em</strong> ganhar almas, mas enquanto pregava parecia irmais além. Pensei: ―b<strong>em</strong>, esse não é o principal objetivo depois de tudo:o principal objetivo é glorificar a Deus, e ainda mesmo, uma mente retabusca a salvação dos pecadores como um meio para o fim de glorificar aDeus‖. De repente me veio ao pensamento: ―Se ao cantar salmos e aocantar hinos realmente glorificamos a Deus, estamos fazendo muitomais que na pregação, pois então não ficamos nos meios, mas estamosmuito perto do próprio fim.‖ Se louvamos a Deus com o coração e com alíngua, glorificamos a Ele da maneira mais segura possível, pois entãorealmente O estamos glorificando. ―O que sacrifica louvores me honrará,”disse o Senhor. Cant<strong>em</strong> então, meus irmãos! Não cant<strong>em</strong> somentequando estiver<strong>em</strong> reunidos, mas cant<strong>em</strong> estando sozinhos. Alegr<strong>em</strong> seutrabalho com salmos, hinos e cânticos espirituais. Façam a sua famíliafeliz com música sagrada. Estou certo de que nós cantamos muitopouco e, s<strong>em</strong> dúvida, o avivamento da religião t<strong>em</strong> acompanhados<strong>em</strong>pre o avivamento da salmodia cristã. As traduções dos salmos quefez Lutero foram de tanto serviço como suas discussões e controvérsias;os hinos de Charles Wesley, de Cennick, de Toplady, de Newton e deCowper ajudaram tanto no avivamento da vida espiritual na Inglaterracomo a pregação de John Wesley e George Whitefield.Necessitamos cantar mais. Cant<strong>em</strong> mais e murmur<strong>em</strong> menos, cant<strong>em</strong>mais e caluni<strong>em</strong> menos, cant<strong>em</strong> mais e critiqu<strong>em</strong> menos, cant<strong>em</strong> maise lament<strong>em</strong> menos. Que Deus nos conceda hoje que glorifiqu<strong>em</strong>os aEle, como o fizeram aqueles pastores, louvando-O.Eu ainda não concluí com os pastores. Qual era o t<strong>em</strong>a de seu louvor?Parece que eles louvaram a Deus pelo que tinham ouvido. Se pensarmosa respeito, há uma boa razão para bendizer a Deus cada vez queouvimos um sermão evangélico. Que dariam as almas no inferno sepudess<strong>em</strong> ouvir o Evangelho uma vez mais, e pudess<strong>em</strong> estar <strong>em</strong>condições <strong>em</strong> que a graça da salvação lhes fosse acessível? Que dariamos moribundos, cujo t<strong>em</strong>po praticamente se acabou, se pudess<strong>em</strong> viruma vez mais à casa de Deus para receber outra advertência e outroconvite?Meus irmãos, que fariam vocês algumas vezes quando estão confinadospela enfermidade e não pod<strong>em</strong> se reunir com a grande congregação,quando sua carne e seu coração clamam pelo Deus vivo? B<strong>em</strong>, louv<strong>em</strong>a Deus pelo que têm ouvido. Têm ouvido as falhas do pregador. Que elese lamente por elas. Têm ouvido a mensag<strong>em</strong> de seu Senhor. Bendiz<strong>em</strong>W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R13


a Deus por isso? Dificilmente ouvirão algum sermão que não osconduza a cantar se vocês têm uma mente reta. George Herbert disse:―A oração é o fim da pregação.‖ E assim é, mas o louvor é também seufim. Louv<strong>em</strong> a Deus porque ouv<strong>em</strong> que há um Salvador! Louv<strong>em</strong> a Deusporque ouv<strong>em</strong> que o plano de salvação é muito simples! Louv<strong>em</strong> a Deusporque têm um Salvador para sua própria alma! Louv<strong>em</strong> a Deus porqueforam perdoados, porque foram salvos!Louv<strong>em</strong>-No pelo que ouviram, mas observ<strong>em</strong> que eles louvaram tambéma Deus pelo que tinham visto. Vejam o versículo vinte: ―ouvido e visto.‖Ali está a música mais doce: no que t<strong>em</strong>os experimentado, no quet<strong>em</strong>os sentido <strong>em</strong> nosso interior, do que nos t<strong>em</strong>os apropriado e nascoisas que t<strong>em</strong>os feito tocantes ao Rei. O simples ouvir pode geraralguma música, mas a alma da canção deve proceder do enxergar com oolho da fé. E, queridos amigos, vocês que viram com essa visão dadapor Deus, rogo-lhes que suas línguas não fiqu<strong>em</strong> sumidas <strong>em</strong> umsilêncio pecaminoso, mas que sejam sonoras para louvar a graçasoberana. Que se ouçam seus louvores. Despert<strong>em</strong> o saltério e a harpa.Um ponto pelo qual louvaram a Deus foi a coincidência entre o quetinham ouvido e o que tinham visto. Observ<strong>em</strong> a última frase. ―Como lheshavia dito.” Acaso não perceberam que o Evangelho t<strong>em</strong> sido <strong>em</strong> vocêsexatamente o que a Bíblia disse que seria? Jesus disse que lhes dariagraça; acaso não a receberam? Ele lhes prometeu repouso, acaso não oreceberam? Ele disse que teriam gozo, consolo e vida por crer<strong>em</strong> Nele, enão receberam todas essas coisas? Não são Seus caminhos, caminhosdeleitosos, e Suas veredas, veredas de paz? Certamente pod<strong>em</strong> dizercom a rainha de Sabá: ―N<strong>em</strong> mesmo a metade me foi dita.‖ Eu encontreique Cristo é mais doce do que Seus servos me disseram que era. Eu vi as<strong>em</strong>elhança conforme O pintavam para mim, mas não foi senão umasimples pincelada comparado com Ele mesmo: o Rei <strong>em</strong> sua formosura.Eu ouvi sobre a terra boa, mas, oh, flui com leite e mel mais ricamentee mais doc<strong>em</strong>ente do que os homens foram capazes de descreverquando estavam <strong>em</strong> sua melhor condição para falar! Certamente, o quet<strong>em</strong>os visto anda de mãos dadas com o que t<strong>em</strong>os ouvido.Glorifiqu<strong>em</strong>os e louv<strong>em</strong>os a Deus, então, pelo que t<strong>em</strong> feito.Esta palavra é dirigida, ainda, àqueles que não são convertidos, então,terei concluído. Não penso que possam começar no versículo dezessete,mas desejo que comec<strong>em</strong> no dezoito. Vocês não pod<strong>em</strong> começar noversículo dezessete. Não poderiam comunicar a outros o que nãosentiram. Não tent<strong>em</strong>. N<strong>em</strong> pod<strong>em</strong> ensinar na escola dominical, n<strong>em</strong>tentar pregar se não são convertidos.Ao mal, disse Deus: ―Que tens tu que falar de minhas leis?‖ Masagradaria a Deus que começass<strong>em</strong> com o versículo dezoito,maravilhando-se! Maravilhando-se de que se lhes tenha perdoado avida, maravilhando-se de estar<strong>em</strong> fora do inferno, maravilhando-se deque Seu bom Espírito contenda com o primeiro dos pecadores.W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R14


Maravilh<strong>em</strong>-se de que esta manhã o Evangelho tenha uma palavra paravocês, depois de todas as vezes que o rejeitaram e de todos seuspecados contra Deus. Gostaria que começass<strong>em</strong> ali, porque então euteria uma boa esperança de que vão seguir adiante, ao seguinteversículo, e vão mudar de verbo, e assim vão passar de maravilhar-se aponderar.Oh, pecador, eu desejaria que ponderasse sobre as doutrinas da cruz.Pense <strong>em</strong> seu pecado, na ira de Deus, no juízo, no inferno, no sanguede seu Salvador, no amor de Deus, no perdão, na aceitação, no céu;pense <strong>em</strong> todas essas coisas. Passe de maravilhar-se a ponderar.E logo, agradará a Deus que possa progredir ao seguinte versículo, deponderar a glorificar. Tome a Cristo, olhe para Ele e confie Nele. Entãocante: ―sou perdoado‖ e prossiga seu caminho sendo um pecadorcrente, e, portanto, um pecador salvo, lavado no sangue e limpo.Regresse depois disso ao versículo dezessete e comece a torná-Loconhecido aos d<strong>em</strong>ais.Mas quanto a vocês, cristãos que são salvos, quero que comec<strong>em</strong> estamesma tarde no versículo dezessete —“Então, vou contar aos pecadores ao redorQuão amado Salvador encontrei:Vou mostrar o Teu sangue redentor,e vou a dizer: „“Eis aqui o caminho para Deus!”‟Então, quando o dia terminar, subam aos seus aposentos <strong>em</strong>aravilh<strong>em</strong>-se, e admir<strong>em</strong> e ador<strong>em</strong>; pass<strong>em</strong> também meia hora comoMaria, ponderando e entesourando <strong>em</strong> seus corações a obra do dia e oque ouviram no dia, e <strong>em</strong> seguida fech<strong>em</strong> tudo com o que não há deconcluir nunca: prossigam esta noite, amanhã e todos os dias de suasvidas glorificando e louvando a Deus por todas as coisas que viram eouviram. Que o Senhor os abençoe por Jesus Cristo nosso Senhor.Am<strong>em</strong>.Trecho da Escritura lida antes do sermão — Lucas 2:1-20.W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R15


ORE PARA QUE O ESPIRITO SANTO USE ESSE SERMÃO PARATRAZER UM CONHECIMENTO SALFÍVICO DE JESUS CRISTO E PARAEDIFICAÇÃO DA IGREJAFONTE:Traduzido de http://www.spurgeon.com.mx/sermon666.htmlTodo direito de tradução protegido por lei internacional de domíniopúblico e com autorização de Allan Roman.Sermão nº 666 — Volume 11 do The Tabernacle Metropolitan Pulpit,Tradução e Revisão: Cibele CardozoRevisão Ortográfica: Marcus Paolo Diel RiosProva: Armando MarcosCapa: Victor Silva<strong>Projeto</strong> <strong>Spurgeon</strong> - Proclamando a Cristo crucificado.<strong>Projeto</strong> de tradução de sermões, devocionais e livros do pregador batistareformado Charles Haddon <strong>Spurgeon</strong> (1834-1892) para glória de Deus<strong>em</strong> Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo, para edificação da Igrejae salvação e conversão de incrédulos de seus pecados.Acesse <strong>em</strong>: www.projetospurgeon.com.brVocê t<strong>em</strong> permissão de livre uso desse material, e é incentivado adistribuí-lo, desde que s<strong>em</strong> alteração do conteúdo, <strong>em</strong> parte ou <strong>em</strong> todo,<strong>em</strong> qualquer formato: <strong>em</strong> blogs e sites, ou distribuidores, pede-se somenteque cite o site “<strong>Projeto</strong> <strong>Spurgeon</strong>” como fonte, b<strong>em</strong> como o link do sitewww.projetospurgeon.com.br. Caso você tenha encontrado esse arquivo<strong>em</strong> sites de downloads de livros, não se preocupe se é legal ou ilegal,nosso material é para livre uso para divulgação de Cristo e do Evangelho,por qualquer meio adquirido, exceto por venda. É vedada a venda dess<strong>em</strong>aterialW W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R16


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