<strong>PROT</strong>-<strong>AML</strong> 66medidas são essenciais nas áreas centrais e nos corre<strong>do</strong>res mais congestiona<strong>do</strong>s para queseja possível <strong>de</strong>senvolver alternativas credíveis em transporte colectivo.No caso da administração optar por este segun<strong>do</strong> cenário, o conceito <strong>de</strong> transportes a<strong>de</strong>finir tem <strong>de</strong> ter em conta a actual estrutura espacial das <strong>de</strong>slocações no interior da <strong>AML</strong> 1 .Assim, se para as <strong>de</strong>slocações pendulares por motivo <strong>de</strong> trabalho é previsível que os fluxosmais importantes em direcção a Lisboa se continuem a realizar nos eixos radiais <strong>de</strong> expansãourbana, já para as <strong>de</strong>slocações por outros motivos (compras, serviços, recreio e lazer, …) asua maior incidência não terá um padrão radial, antes se processan<strong>do</strong> em termos <strong>de</strong> área,numa coroa circular <strong>de</strong>finida a partir <strong>de</strong> um raio <strong>de</strong> aproximadamente 10km a 15km a partir<strong>do</strong> centro da <strong>AML</strong> (rotunda <strong>do</strong> Marquês <strong>de</strong> Pombal), isto é, engloban<strong>do</strong> tanto as <strong>de</strong>slocaçõesradiais como as transversais. Com a progressiva <strong>de</strong>sconcentração <strong>do</strong> emprego terciário <strong>do</strong>centro <strong>de</strong> Lisboa para a sua periferia imediata, este tipo <strong>de</strong> padrão espacial <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocaçõesterá ainda tendência a captar igualmente uma parte das <strong>de</strong>slocações casa-trabalho.Estan<strong>do</strong> comprova<strong>do</strong> economicamente que para distâncias abaixo <strong>do</strong>s 15Km <strong>do</strong> centro dacida<strong>de</strong>, é necessário uma maior utilização <strong>do</strong> TC, acima daquela distância <strong>de</strong>ve admitir-seuma maior utilização <strong>do</strong> TI, colocan<strong>do</strong>-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> “P+R” em eixosservi<strong>do</strong>s pelo TC.Para este ”Perímetro <strong>de</strong> Transporte Urbano”, correspon<strong>de</strong>nte ao Núcleo Central da <strong>AML</strong> eperiferia imediata, existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma utilização complementar <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s semipesadase ligeiras no sistema <strong>de</strong> Transportes Colectivos, que simultaneamente possarespon<strong>de</strong>r às funções <strong>de</strong> transporte e <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> espaço <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> poraquele perímetro, que como se sabe inclui funções <strong>de</strong>ntro e na proximida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s limites <strong>do</strong>concelho <strong>de</strong> Lisboa.A utilização mais articulada das várias re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Transporte Colectivo <strong>de</strong>ntro da coroa centralda Área Metropolitana (a cida<strong>de</strong> e o periurbano <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um raio <strong>de</strong> 15km) exige que <strong>do</strong>isconceitos <strong>de</strong> ligações sejam estabeleci<strong>do</strong>s à priori para respon<strong>de</strong>r tanto às <strong>de</strong>slocaçõesperiferia-centro como periferia-periferia.Dentro da cida<strong>de</strong>, para a coroa até um raio <strong>de</strong> 10km, <strong>de</strong>vem privilegiar-se as ligaçõesdirectas ou com 1 transbor<strong>do</strong>, isto é uma política multimodal. Estas ligações <strong>de</strong>vem serconseguidas com a introdução <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> TC <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> intermédia a funcionar emsítio próprio (velocida<strong>de</strong>s comerciais acima <strong>de</strong> 20km/h), garantin<strong>do</strong> funções <strong>de</strong> transporte(metro e eléctrico <strong>de</strong> superfície) e funções <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong> (re<strong>de</strong> <strong>de</strong> autocarros eeléctricos).Para a coroa <strong>de</strong>finida por um raio <strong>do</strong>s 10km aos 30km, <strong>de</strong>vem articular-se as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong>Transporte Colectivo em Sítio Próprio com as re<strong>de</strong>s ro<strong>do</strong>viárias que permitem o rebatimentoda circulação automóvel ou <strong>de</strong> autocarros, respectivamente através <strong>de</strong> ”P+R” ou <strong>de</strong> boasInterfaces, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> uma política intermodal, mas on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>vem minimizar ostransbor<strong>do</strong>s.As re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Transporte Colectivo em Sítio Próprio incluem o comboio e as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong>capacida<strong>de</strong> intermédia que po<strong>de</strong>m fechar malhas das re<strong>de</strong>s pesadas e semi-pesadas, nasáreas com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s humanas líquidas entre os 60 e os 160 [(hab+p.t.)/ha].1 No entanto, é <strong>de</strong> referir que no médio/longo prazo, a política <strong>de</strong> investimentos em infraestruturas <strong>de</strong> transportetem <strong>de</strong> seguir o conjunto <strong>de</strong> directivas comunitárias (ex: directiva XI/194/90) segun<strong>do</strong> as quais a avaliação <strong>de</strong> planose programas com incidência no ambiente <strong>de</strong>vem internalizar as respectivas externalida<strong>de</strong>s.
<strong>PROT</strong>-<strong>AML</strong> 67Para a coroa <strong>de</strong>finida com raio superior a 30km, os mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Transporte Colectivo maisutiliza<strong>do</strong>s incluem comboio e autocarros. Nesta re<strong>de</strong> intermodal as ligações po<strong>de</strong>m exigir umou mais transbor<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se minimizar os seus efeitos negativos através <strong>de</strong> umapolítica tarifária que integre não só os vários mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> TC como o próprio parqueamento <strong>do</strong>TI.A estruturação <strong>do</strong> sistema em cada uma das coroas <strong>de</strong>finidas <strong>de</strong>verá garantir aacessibilida<strong>de</strong>, com tempos <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocação competitivos com a <strong>de</strong>slocação em TI(consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocação mais o <strong>de</strong> estacionamento), associada a políticasrestritivas <strong>de</strong> estacionamento nas áreas centrais.Elemento essencial e <strong>de</strong>terminante para o sucesso <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> quepotencie o TC, é o mo<strong>do</strong> como os seus utentes lhe ace<strong>de</strong>m, tanto ao nível da sua coberturaespacial como <strong>do</strong> custo da sua utilização. O sistema tarifário <strong>de</strong>ve assim favorecer a maioracessibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Transporte Público.O conceito <strong>de</strong> transportes que se preconiza para a <strong>AML</strong> po<strong>de</strong> assim resumir-se <strong>do</strong> seguintemo<strong>do</strong>.4.2.1 Núcleo central (raio <strong>de</strong> 10km)Nesta área é importante consi<strong>de</strong>rar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma forte conectivida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong><strong>de</strong> TC, assente numa eficaz multimodalida<strong>de</strong> e no privilegiar das ligações directas,nomeadamente entre os principais centros <strong>de</strong> emprego e <strong>de</strong> comércio e as áreas mais<strong>de</strong>nsamente habitadas. Desejavelmente <strong>de</strong>ver-se-á caminhar para um sistema <strong>de</strong> títulosmultimodais que permitam a utilização indiferenciada <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> transporte àdisposição da população.Para este núcleo central <strong>de</strong>verá ser estudada, no âmbito <strong>do</strong> “<strong>Plano</strong> Metropolitano <strong>de</strong>Transportes” (PMT), uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>, baseada na complementarida<strong>de</strong> entreo comboio, metropolitano e eléctrico mo<strong>de</strong>rno a implementar no horizonte temporal <strong>do</strong><strong>PROT</strong><strong>AML</strong>.Deve ainda ser implementada uma política <strong>de</strong> estacionamento que penalize o usoindiscrimina<strong>do</strong> <strong>do</strong> TI na área central <strong>de</strong> Lisboa e favoreça a transferência modal para o TC nasestações <strong>do</strong> metropolitano e <strong>de</strong> eléctrico mais afastadas <strong>do</strong> centro.O favorecimento <strong>do</strong>s mo<strong>do</strong>s suaves (peões e bicicletas) nas áreas centrais, em particular na<strong>de</strong> Lisboa, é igualmente um <strong>do</strong>s aspectos a consi<strong>de</strong>rar com a maior atenção (ver figura 10).4.2.2 Coroa <strong>de</strong> transição (entre os 10km e os 30km)Nestas zonas da <strong>AML</strong>, o sistema <strong>de</strong> transportes <strong>do</strong> periurbano, terá <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a <strong>do</strong>ispadrões <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocação: as <strong>de</strong>slocações radiais em relação a Lisboa – que ainda continuam aser <strong>do</strong>minantes, embora em perda <strong>de</strong> importância relativa – e as que se processam entre osvários núcleos resi<strong>de</strong>nciais, <strong>de</strong> emprego e <strong>de</strong> comércio/serviços que se têm vin<strong>do</strong> a<strong>de</strong>senvolver nas aglomerações consolidadas na periferia <strong>de</strong> Lisboa.