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Espanhola - Portal Educacional

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6 ọ anoLivro doProfessorConcepção de ensinoCom o atual processo de globalização, tornam-se cada vez mais importantes as habilidades que possibilitam àspessoas se relacionarem com outras culturas, entendendo e participando das comunidades interpretativas. Para tal,faz-se necessário o estudo de diferentes línguas. Isso tem provocado uma acentuada procura pelo aprendizado de línguasestrangeiras, uma vez que se trata de um conhecimento fundamental para intercâmbios profissionais e culturais.Considerando essa perspectiva, concebemos que, além da questão do mercado de trabalho, o ensino de língua estrangeiradeve ser motivado na escola, levando em consideração a formação cidadã e privilegiando, nesse processo, “a relaçãoentre teoria e prática e a concretização dos conteúdos curriculares em situações mais próximas e familiares dos alunos,nas quais se incluem as do trabalho e do exercício da cidadania” (BRASIL, 2000. p. 103). Uma formação cidadã pressupõea construção do conceito de alteridade, entendido como “produto de duplo processo de construção e de exclusão socialque, indissoluvelmente ligados como os dois lados de uma mesma folha, mantém sua unidade por meio de um sistema derepresentações” (JODELET, 1998. p. 47-48), ou seja, esta proposta pedagógica considera que o aluno, ao ser apresentadoa outra cultura, percebe a si mesmo e ao outro, ao mesmo tempo que reflete sobre sua prática social, entendendo que setrata de sistemas de representação concebidos culturalmente.Vygotsky (2000), ao elaborar a Teoria Interacionista de Aprendizagem, deixa claro que cada pessoa é “um agregadode relações sociais encarnadas num indivíduo” (VYGOTSKY, 2000. p. 33), isto é, as relações sociais fazem a mediaçãoentre os sujeitos e o mundo. A realidade, portanto, não é dada, mas construída, e essa construção se realiza mediadapor discursos, sendo estes diferentes de acordo com a cultura da qual fazem parte.Nesse sentido, para Bakhtin, a língua não é neutra e mantém uma relação direta com a situação pragmática à qualestão submetidas as pessoas em interação, pois “o discurso verbal nasce de uma situação pragmática extraverbal e mantéma conexão mais próxima possível com esta situação. Além disso, tal discurso é diretamente vinculado à vida em si enão pode ser divorciado dela sem perder sua significação”. (BAKHTIN, 1997b, p. 4). Assim, consideramos que é por meioda linguagem e da interação que se constroem significado e significação nas práticas sociais. Para Bakhtin e Volochínov:[...] toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato deque se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda palavraserve de expressão a um em relação ao outro. [...] A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros.(BAKHTIN;VOLOCHÍNOV, 2004, p. 113).Podemos afirmar, então, que o ensino de língua estrangeira que concebemos possibilita a construção desubjetividades e visões de mundo distintas, isto é, ensinar língua é ensinar cultura. Assim, ao munir os alunos deestratégias comunicativas, concomitantemente compartilhamos construtos culturais em um processo dialógicoefetivado por meio do entrechoque da cultura de origem do aluno, no caso a cultura brasileira, com a culturaalvo,a hispânica.

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