Geologia na Escola - Caderno 2 - Portal do Professor

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SÉRIE <strong>Geologia</strong> <strong>na</strong> <strong>Escola</strong>caderno 2O Trabalho <strong>do</strong> Geólogoe a importância das Cartas Geológicas para o desenvolvimento


O trabalho <strong>do</strong> GEÓLOGOe a importância das CARTAS GEOLÓGICASpara o desenvolvimento“Toda Ciência deve ter uma filosofia, e só esse caminho pode levar a progressos reais”,Lamarck, 1809 em sua obra “Filosofia Zoológica”.Curitiba2005


GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁRoberto Requião de Mello e SilvaGover<strong>na</strong><strong>do</strong>rOrlan<strong>do</strong> PessuttiVice-Gover<strong>na</strong><strong>do</strong>rSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOMauricio Requião de Mello e SilvaSecretárioYvelise Freitas de Souza Arco-VerdeSuperintendente da EducaçãoMary Lane HutnerChefe <strong>do</strong> Departamento de Ensino MédioSECRETARIA DE ESTADO DA INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO,E ASSUNTOS DO MERCOSULVirgílio Moreira FilhoSecretárioMINERAIS DO PARANÁ S/A - MINEROPAREduar<strong>do</strong> SalamuniDiretor PresidenteRogério da Silva FelipeDiretor TécnicoManoel Collares Chaves NetoDiretor Administrativo Fi<strong>na</strong>nceiro


SÉRIE <strong>Geologia</strong> <strong>na</strong> <strong>Escola</strong>caderno 2O trabalho <strong>do</strong> GEÓLOGO e a importânciadas CARTAS GEOLÓGICAS para o desenvolvimentoMINEROPARMinerais <strong>do</strong> Paraná S/AELABORAÇÃOGeóloga Maria Elizabeth Eastwood Vaine


PERMITIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL, DESDE QUE CITADA A FONTEMINERAIS DO PARANÁ S/A - MINEROPARRua Máximo João Kopp, 274 - Bloco 3/MTelefone 41 3351-6900 - Fax 41 33516950 - E-mail: minerais@pr.gov.brhomepage: www.pr.gov.br/mineroparCep - 82.630-900 CURITIBA – PARANÁ


ApresentaçãoCom esta publicação, a MINEROPAR leva à comunidade, e em especial aosalunos e professores <strong>do</strong>s níveis fundamental e médio, noções no campo dasgeociências que sirvam de material didático auxiliar no ensino desta matéria.Este trabalho foi realiza<strong>do</strong> a partir de pesquisa bibliográfica de algumas literaturas<strong>do</strong> gênero, acresci<strong>do</strong> de observações <strong>do</strong>s técnicos da MINEROPAR.Este caderno descreve a profissão de geólogo, os trabalhos desenvolvi<strong>do</strong>s emcampo, no escritório e em laboratório, além <strong>do</strong>s equipamentos e instrumentosutiliza<strong>do</strong>s <strong>na</strong>s suas atividades.Um <strong>do</strong>s principais produtos <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong> geólogo é a carta geológica,importante para o desenvolvimento <strong>na</strong>s mais diversas áreas <strong>do</strong> conhecimentocientífico.Além de uma breve história da cartografia geológica <strong>do</strong> Paraná, aqui você terá acompreensão de como se faz a carta geológica, para que serve e comointerpretá-la.


SumárioApresentação ..................................................................................................................................................9O GEÓLOGO .................................................................................................................................................13Qual a formação <strong>do</strong> Geólogo .........................................................................................................................13O que é a <strong>Geologia</strong> ........................................................................................................................................13Quais as características da profissão.............................................................................................................13Qual o trabalho <strong>do</strong> Geólogo............................................................................................................................14Instrumentos de trabalho <strong>do</strong> Geólogo .............................................................................................................15As áreas de atuação <strong>do</strong> Geólogo...................................................................................................................18AS CARTAS GEOLÓGICAS ..........................................................................................................................21Mapas, Cartas, Folhas e Plantas....................................................................................................................21A História da Cartografia Geológica <strong>do</strong> Paraná .............................................................................................22O que é uma Carta Geológica ........................................................................................................................25Como fazer uma Carta Geológica ..................................................................................................................27Levantamentos de Campo .............................................................................................................................27Estu<strong>do</strong>s de Gabinete e Laboratório................................................................................................................28Desenho e Impressão ....................................................................................................................................29Para que servem as Cartas Geológicas .........................................................................................................30Prospecção e Exploração de Matérias-Primas ..............................................................................................31Prospecção e Exploração de Fontes de Energia ...........................................................................................31Escolha de Locais desti<strong>na</strong><strong>do</strong>s à Implantação de Grandes Obras de Engenharia ...........................................32Prospecção e Preservação das Águas Subterrâneas ....................................................................................32Risco Sísmico ...............................................................................................................................................33Agricultura ......................................................................................................................................................33Preservação <strong>do</strong> Ambiente ..............................................................................................................................34Inventário e Preservação <strong>do</strong> Património Geológico e Arqueológico ................................................................34


Estu<strong>do</strong>s Científicos e Didáticos......................................................................................................................35Planejamento e Orde<strong>na</strong>mento Territorial .........................................................................................................35Noções Elementares sobre a Base Topográfica.............................................................................................36Escalas, altimetria, planimetria e equidistância ..............................................................................................36A leitura das Cartas Geológicas .....................................................................................................................36Perfil topográfico e seu traça<strong>do</strong>......................................................................................................................37Os diferentes tipos de rochas: ........................................................................................................................38Rochas sedimentares ....................................................................................................................................38Algumas noções de <strong>Geologia</strong> ........................................................................................................................38Rochas magmáticas ou ígneas ......................................................................................................................39Rochas metamórficas ....................................................................................................................................40A deformação das rochas ..............................................................................................................................41A idade das rochas ........................................................................................................................................42Análise, Leitura e Interpretação de uma Carta Geológica ...............................................................................43As cores e os símbolos. Seu significa<strong>do</strong>. A legenda .......................................................................................43Cortes geológicos..........................................................................................................................................44A colu<strong>na</strong> estratigráfica ....................................................................................................................................44Interpretação de uma Carta Geológica ...........................................................................................................46A Nota Explicativa ..........................................................................................................................................49Notas Fi<strong>na</strong>is...................................................................................................................................................50Glossário .......................................................................................................................................................51Referências Bibliográficas .............................................................................................................................57


O GEÓLOGOQual a formação <strong>do</strong> GeólogoPara ser um geólogo, é necessário curso superior de <strong>Geologia</strong>. Esse curso tem aduração de cinco anos, com aulas teóricase práticas de laboratório e campo.O aluno estuda física, química, biologia,matemática e discipli<strong>na</strong>s específicas da área.O que é a <strong>Geologia</strong>A <strong>Geologia</strong> é o estu<strong>do</strong> dacomposição, da estrutura e daevolução da Terra, <strong>do</strong>s processosque ocorrem no seu interior e <strong>na</strong>sua superfície. O mais antigosímbolo conheci<strong>do</strong> da <strong>Geologia</strong>, afrase lati<strong>na</strong> "cum mente etmalleo", gravada sob um marteloe uma marreta, descreve o principalméto<strong>do</strong> de trabalho <strong>do</strong> geólogo:com a mente e o martelo - usar omartelo e meditar. Como as rochasse formaram? Qual o tipo deambiente da sua formação?Características da profissãoEspírito irrequieto e dinâmico, louco por viagens para regiõespouco exploradas. Se você se reconhece nesse apressa<strong>do</strong>perfil, a <strong>Geologia</strong> pode ser a profissão <strong>do</strong>s seus sonhos. Além<strong>do</strong> gosto pela <strong>na</strong>tureza e pelo trabalho ao ar livre, o Geólogodeve ter poder de observação, espírito crítico, tendência paraa<strong>na</strong>lisar e experimentar, ser metódico e ter boa capacidadede comunicação e coorde<strong>na</strong>ção de equipes, uma forma comumde trabalho nesta profissão.13


Qual o trabalho <strong>do</strong> GeólogoÉ preciso arregaçar as mangas e carregar as pedras, pois o geólogo praticamente não faz outra coisa.Afi<strong>na</strong>l, é das escavações que ele retira a maior parte da matéria-prima com que tentará desvendar ossegre<strong>do</strong>s enterra<strong>do</strong>s pela História. O campo de trabalho <strong>do</strong> geólogo é vasto, tanto acima como abaixo dasuperfície.Diferentemente de outras profissões, em que a atividade é realizada em escritórios ou recintos fecha<strong>do</strong>s,o geólogo divide seu tempo entre:e escritório.a pesquisa de campoao ar livree os trabalhos de laboratórioO geólogo trabalha em campo, percorren<strong>do</strong> caver<strong>na</strong>s, matas fechadas, serras ou leitos de rios,reconhecen<strong>do</strong> os diferentes tipos de rocha de uma região e fazen<strong>do</strong> mapeamentos geológicos.Estuda a concentração <strong>do</strong>s minérios existentes, avalia os recursos <strong>na</strong>turais a serem explora<strong>do</strong>s, fazlevantamentos geofísicos e geoquímicos, acompanha a perfuração de poços de petróleo e água, estuda amelhor disposição <strong>do</strong> lixo e participa de projetos ambientais.No escritório, o geólogo planeja as atividades de campo, processa, a<strong>na</strong>lisa e interpreta os da<strong>do</strong>sgeológicos e, no laboratório, faz análises mineralógicas e petrográficas.14


Instrumentos de trabalho <strong>do</strong> GeólogoPara desempenhar as tarefas em campo, os geólogos utilizam vários instrumentos.Martelos de geólogoSão diversos tipos de martelosemprega<strong>do</strong>s pelos geólogos.Eles servem para explorarafloramentos de rochas e coletaramostras de rochas e fósseis.BússolaÉ indispensável para medir nosafloramentos e cortes a direção eincli<strong>na</strong>ção das camadas de rochas.É também importante para alocalização geográfica sobre cartas.As saídas de campo são a primeira fase de um estu<strong>do</strong> geológico.O geólogo localiza os afloramentos que interessam a<strong>na</strong>lisar <strong>na</strong>s cartas e fotografias,coleta amostras de rochas, minerais e fósseis, coloca etiquetas, assi<strong>na</strong>la o local dacoleta <strong>na</strong>s cartas e faz anotações <strong>na</strong> caderneta de campo, para mais tarde fazer a suaanálise em laboratório.Lupa de geólogoCartas topográficasSão a base <strong>do</strong> levantamento.Dão informações sobre o relevoe o que existe em cima dasuperfície, estradas, rios, ebenfeitorias como construçõese outras.CaniveteA lâmi<strong>na</strong> é utilizadapara testar as durezasrelativas <strong>do</strong>s minerais.É onde o geólogoregistra os locaisvisita<strong>do</strong>s, afloramentos,pontos descritos equalquer aspectointeressante para odesenvolvimento <strong>do</strong>strabalhos.Fotografias aéreasAlém de auxiliar <strong>na</strong> localização emcampo, as fotografias aéreas permitemfazer um estu<strong>do</strong> antes da área serpesquisada.15Auxilia <strong>na</strong> visualização <strong>do</strong>sminerais <strong>na</strong>s rochas. A maiscomum aumenta 10 vezes otamanho <strong>do</strong> que se observa.Caderneta de campoGPSAbreviatura de globalpositioningsystem (sistema deposicio<strong>na</strong>mentoglobal).Aparelho queauxilia o geólogo a selocalizar em campo.


No laboratório, o geólogo complementa e detalha vários estu<strong>do</strong>s.Estu<strong>do</strong> macroscópico das amostras - é feita uma classificação darocha a olho nú, que será completada por outros estu<strong>do</strong>s.Estu<strong>do</strong> de Fósseispermite conhecer asidades das rochas e osambientes desedimentaçãodas rochas.Análises Químicas - ajudam adetermi<strong>na</strong>r a composição de uma rochaou mineral, identifican<strong>do</strong> e quantifican<strong>do</strong>os elementos para estu<strong>do</strong>s petrológicose geoquímicos. Nestes estu<strong>do</strong>s sãoutiliza<strong>do</strong>s diversos tipos de aparelhose méto<strong>do</strong>s: desde a química clássicaaté a microssonda eletrônica,espectrômetro de absorção atômicaou de massa, espectrômetro poremissão por plasma, difratômetro deraio X e outros.16Estu<strong>do</strong>Petrográficopermite a identificaçãode minerais emlâmi<strong>na</strong>s delgadas, nomicroscópiopetrográfico, além demicroestruturas eoutras característicasque identifiquem asrochas.No Brasil, apesar da grande extensãoterritorial, ainda há poucosprofissio<strong>na</strong>is atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> área. NosEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, país de proporçõesgeográficas semelhantes às nossas, háum geólogo para cada três milhabitantes e para 150 km 2, no Brasil,temos um geólogo para cada 20 milpessoas e para 1.100 km 2 .


Na última fase, com os da<strong>do</strong>s de campo e de laboratório, o geólogo irá tratar einterpretar esses da<strong>do</strong>s para fazer o relatório geológico fi<strong>na</strong>l, concluin<strong>do</strong> os estu<strong>do</strong>srealiza<strong>do</strong>s.A geologia é a ciência que estuda a história, estrutura e materiais <strong>do</strong> planeta Terra, portanto inclui oestu<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu interior. Os geólogos recorrem a outros meios e méto<strong>do</strong>s para investigar a estruturainter<strong>na</strong> da Terra, os méto<strong>do</strong>s geofísicos e as sondagens geológicas.Méto<strong>do</strong>s geofísicosBaseiam-se em cálculosfísicos que procuramcompreender e explicar osacontecimentos geológicos.Os mais utiliza<strong>do</strong>s são osméto<strong>do</strong>s sísmicos,gravimétricos egradiente geotérmico.Sondagens GeológicasSão perfurações feitas com sondas no solo para coletaramostras de rochas <strong>do</strong> interior da Terra. Estas amostrassão chamadas de testemunhos de sondagem.Microscópio Petrográfico de Luz TransmitidaO microscópio petrográfico é um instrumento utiliza<strong>do</strong> <strong>na</strong> observação de rochas eminerais. As ampliações podem aumentar até 400 vezes.Neste tipo de microscópio, a fonte de luz encontra-se <strong>na</strong> parte inferior <strong>do</strong> mesmo,e a luz conduzida por um sistema de lentes , atravessa a lâmi<strong>na</strong> de rochapermitin<strong>do</strong> a observação de aspectos que não podem ser vistos<strong>na</strong>s amostras de mão.Para a observação em luz transmitida, as amostras têm que ser o mais transparentes possível.Assim as rochas são cortadas numa fatia muito fi<strong>na</strong>, com aproximadamente 0,03 mm de espessura ecoladas numa lâmi<strong>na</strong> de vidro.17


As áreas de atuação <strong>do</strong> GeólogoPaleontologiaEstuda os fósseis, que são restos de animais e plantaspetrifica<strong>do</strong>s. Importantes para determi<strong>na</strong>r o tipo de ambiente e aépoca em que os sedimentos se depositaram. Indica, ainda, aidade de formação destas rochas.PetrologiaPesquisa mineralÉ o estu<strong>do</strong> das rochas que se dividem emígneas, sedimentares e metamórficas.Na pesquisa mineral, o geólogo visa a descobertade jazidas de minerais, com potencial para seremexploradas economicamente.<strong>Geologia</strong> <strong>do</strong> petróleoÉ o ramo da geologia que exami<strong>na</strong> as camadas derochas onde existe acumulação de óleo e gás <strong>na</strong>tural.Estes bens minerais, resultam da decomposição <strong>do</strong>srestos orgânicos, animais e vegetais, e se depositamnos poros das rochas sedimentares forman<strong>do</strong>jazidas.18


HidrogeologiaEstuda o subsolo para obtenção de água subterrânea. Éuma importante aplicação da <strong>Geologia</strong> que podesolucio<strong>na</strong>r os problemas de escassez de água em regiõesáridas.GeotécnicaO geólogo atua <strong>na</strong>construção de estradas,túneis, viadutos, barragens,e edifícios, a<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong> se osolo suporta a obra ou nãoe trabalha em conjuntocom o engenheiro civil.GeoquímicaO geólogo coleta amostras de solo,água e de sedimentos <strong>do</strong> fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>srios para a<strong>na</strong>lisar em laboratório edetermi<strong>na</strong>r os elementos químicospresentes.19


GeofísicaAtua medin<strong>do</strong> determi<strong>na</strong>das propriedades das rochascomo o magnetismo, a densidade e a radioatividadedetectan<strong>do</strong> a presença de minérios e mineraismetálicos.<strong>Geologia</strong>MarinhaA geologia marinhaestuda as variações<strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar e orelevo <strong>do</strong> assoalhooceânico.<strong>Geologia</strong> AmbientalOs geólogos atuam <strong>na</strong> prevenção deenchentes, deslizamentos de terra eerosão <strong>do</strong> solo; seleção de locais parainstalação de cemitérios, aeroportos,depósitos de lixo e fábricas e <strong>na</strong>delimitação de áreas de preservaçãoambiental, entre outras.20


A História da Cartografia Geológica <strong>do</strong> ParanáO Paraná foi um <strong>do</strong>s primeiros esta<strong>do</strong>s brasileiros a ser explora<strong>do</strong>, e pioneiro no desbravamento <strong>do</strong> interior<strong>do</strong> Brasil meridio<strong>na</strong>l. O início das investigações geológicas no Esta<strong>do</strong> data <strong>do</strong> século XVI, em 1531, quan<strong>do</strong>um grupo lidera<strong>do</strong> por Pero Lobo atravessou a Serra <strong>do</strong> Mar até a região de Curitiba em busca de ouro epedras preciosas. O Paraná, provavelmente, foi pioneiro <strong>na</strong> mineração de ouro, com a exploração regulardas mi<strong>na</strong>s de Para<strong>na</strong>guá a partir de 1578.O primeiro mapa <strong>do</strong> Brasil meridio<strong>na</strong>l, feito pelos padres da Companhia de Jesus em 1646, foi impresso <strong>na</strong>Holanda em 1662. Entretanto, os conhecimentos geológicos só adquiriram maior consistência no fim <strong>do</strong>século XVIII e <strong>na</strong> primeira metade <strong>do</strong> século XIX.José Bonifácio de Andrada e Silva e seu irmão MartinFrancisco, pioneiros nos estu<strong>do</strong>s geológicos de caráter científico,tiveram suas pesquisas publicadas em 1820 nos Arquivos <strong>do</strong> MuseuNacio<strong>na</strong>l.Wilheim VonEschwegeEntre os estudiosos estrangeiros, as obras de Wilheim VonEschwege, de 1817 e 1833, e as de Von Spix e VonMartius, entre 1817 e 1820, contribuíram <strong>na</strong> edição de um mapageológico da América <strong>do</strong> Sul.Orville A. DerbyJosé Bonifácio deAndrada e SilvaVon Martius e Von SpixEm 1875, a Comissão Geológica <strong>do</strong> Império <strong>do</strong> Brasil, sob a direção deCharles Frederick Hartt, iniciou pesquisas mais sistemáticas sobre ageologia para<strong>na</strong>ense, desig<strong>na</strong>n<strong>do</strong> Luther Wagner para percorrer uma parteapreciável <strong>do</strong> território.Nas duas primeiras décadas <strong>do</strong> século XIX, foram notáveis as contribuições àgeologia e paleontologia <strong>do</strong> Paraná. Orville A. Derby, em 1877-78, delineoua base estratigráfica <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e estu<strong>do</strong>s sobre as suas jazidas diamantíferas.22


Em 1888, Luiz Felipe Gonzaga de Campos contribuiu para o conhecimento de novas áreas elocalidades fossilíferas. No fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong> século, em 1898, J.V. Siemiradzki traçou o primeiro perfil geológico <strong>do</strong>Paraná.No início <strong>do</strong> século XX, em 1908, I. C. White, publicou o Relatório Fi<strong>na</strong>l da Comissãode Estu<strong>do</strong>s das Mi<strong>na</strong>s de Carvão de Pedra <strong>do</strong> Brasil. Em 1913, John M. Clarkeelaborou um estu<strong>do</strong> sobre os fósseis devonianos <strong>do</strong> Paraná.Em 1916, Euzébio Paulo de Oliveira publicou o trabalho <strong>Geologia</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>Paraná, resumin<strong>do</strong> o conhecimento geológico anterior à década de 20.Anos depois, em 1927 elaborou o primeiro e em 1933 o segun<strong>do</strong> mapa geológico <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, <strong>na</strong> escala 1:1.000.000.Em 1953, Reinhard Maack elaborou um mapa geológico <strong>do</strong> Paraná, <strong>na</strong> escala1:750.000, edita<strong>do</strong> pelo Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnológicas - IBPT, atualTECPAR - Instituto de Tecnologia <strong>do</strong> Paraná.Eusébio Paulode OliveiraO primeiro levantamento geológico regio<strong>na</strong>l sistemático <strong>do</strong> Brasil foi realiza<strong>do</strong>pela Comissão da Carta Geológica <strong>do</strong> Paraná. Esta comissão foi criada em 1964,sob a coorde<strong>na</strong>ção de João José Bigarella e Riad Salamuni, para a elaboração de mapasgeológicos <strong>na</strong>s escalas 1:50.000 e 1:70.000, edita<strong>do</strong>s no início da década de 70.Os trabalhos desenvolvi<strong>do</strong>s pela Petrobrás em 1971, para prospecção de petróleo e gás, origi<strong>na</strong>rammapas, <strong>na</strong>s escalas 1:50.000 e 1:100.000, da porção da Bacia Sedimentar <strong>do</strong> Paraná.Em 1974, o Departamento Nacio<strong>na</strong>l da Produção Mineral - DNPM, pelo projeto Carta <strong>do</strong> Brasil aoMilionésimo, elaborou cartas geológicas <strong>na</strong> escala 1:1.000.000 que cobriram também o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>Paraná. Em 1977, o Projeto Leste, desenvolvi<strong>do</strong> pelo DNPM e pela Companhia de Pesquisa de RecursosMinerais - CPRM originou cartas geológicas da porção leste <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>na</strong> escala 1:100.000.A partir de 1978, a Nuclebrás produziu cartas geológicas, <strong>na</strong> escala 1:10.000, da região de São Mateus<strong>do</strong> Sul. No início da década de 80, estu<strong>do</strong>s desenvolvi<strong>do</strong>s pela Paulipetro no Paraná resultaram nosmapas geológicos, <strong>na</strong>s escalas 1:100.000 e 1:50.000, da região da Bacia <strong>do</strong> Paraná, principalmente daárea da cobertura vulcânica.23


Desde 1978, a Mineropar realiza levantamentos geológicos em escalas desde 1:500 até 1:50.000, paraavaliar e desenvolver o aproveitamento <strong>do</strong>s recursos minerais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.A partir de 1992, trabalhos de geologia aplicada ao planejamento territorial e urbano vem sen<strong>do</strong> feitos,visan<strong>do</strong> o uso e ocupação racio<strong>na</strong>l <strong>do</strong> meio físico e para a determi<strong>na</strong>ção de áreas de risco geológico.A Mineropar, além demapeamentos específicos,elaborou o Mapa Geológico <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná e o Mapa deocorrências de DepósitosMinerais, <strong>na</strong>s escalas1:1.400.000, publica<strong>do</strong>s em1986, em parceria com o antigoInstituto de Terras, Cartografia eFlorestas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná -ITCF, atual Instituto Ambiental <strong>do</strong>Paraná - IAP.Mais recentemente, em 1989, aMineropar, em convênio com oDNPM, editou um novo MapaGeológico <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná,<strong>na</strong> escala 1:650.000. Em 1999,este mapa foi totalmentedigitaliza<strong>do</strong> e em 2001,atualiza<strong>do</strong> e novamentepublica<strong>do</strong>.Nos últimos anos, muitas instituições vêm desenvolven<strong>do</strong> levantamentos geológicos com diversasfi<strong>na</strong>lidades, em escalas variadas, como a Petrobrás, JICA/MMAJ, CNEN, CPRM, UFPR, Petrosix,Copel e DNPM .24


O que é uma Carta GeológicaUma carta geológica é um <strong>do</strong>cumento técnico e científico valioso que mostra, sobre umabase topográfica, as informações <strong>do</strong>s materiais rochosos e os fenômenos geológicos queocorrem <strong>na</strong> região.Estas informações podem ser quanto à:- <strong>na</strong>tureza e distribuição espacial das rochas, em superfície ou em profundidade.- deposição, atitude e idade dessas formações rochosas.- acidentes tectônicos como falhas, fraturas, <strong>do</strong>bramentos, etc..- ocorrência de substâncias minerais com interesse econômico.- localização de poços, <strong>na</strong>scentes <strong>na</strong>turais, furos de sondagem,pedreiras, etc.- localização de jazidas fossilíferas e sítios arqueológicas importantes.Todas estas informações - representadas por cores e símbolos queaparecem discrimi<strong>na</strong><strong>do</strong>s <strong>na</strong>s legendas – resultam de estu<strong>do</strong>s decampo, laboratório, análises de fósseis e químicas, testemunhos desondagens, interpretação de fotografias aéreas ou imagens de satélites,e consultas bibliográficas .As cartas geralmente incluem colu<strong>na</strong>s estratigráficas e cortesgeológicos, que facilitam a leitura e interpretação, e permitemvisualizar a seqüência <strong>do</strong>s estratos pela ordem da deposição aolongo <strong>do</strong>s tempos, a composição litológica, a disposição espacial eos principais fenômenos.Modelos de colu<strong>na</strong>s estratigráficasPerfil geológico <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná senti<strong>do</strong> Leste-Oeste25


Além das cartas geológicas realizadas com fins científicos, técnicos e didáticos, existemoutras cartas específicas para determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s fins, chamadas de cartas temáticas :Cartas pe<strong>do</strong>lógicas:representação <strong>do</strong>stipos de solosCartas geoquímicas:distribuição <strong>do</strong>s elementosquímicos <strong>na</strong>s rochasCartas geotécnicas:avaliação da estabilidadee resistência de terrenosCartas hidrogeológicas:estu<strong>do</strong> de águassubterrâneasCartas mineiras:avaliação dejazidas mineraisCartas geomagnéticas:distribuição das propriedadesmagnéticas das rochasCartas gravimétricas:gravimetria dasmassas rochosasCartas tectônicas: estu<strong>do</strong>das deformações da crostaCada carta geológica é, quase sempre, acompanhada por umanota explicativa, que fornece informações complementares.Cartas radiométricas:estu<strong>do</strong> da radioatividadedas rochas26


Como fazer uma Carta GeológicaA elaboração de uma Carta Geológica passa por várias fases:Levantamentos de campoEstu<strong>do</strong>s de gabinete e laboratórioDesenho e impressãoPara fazer uma carta geológica são necessários: base topográfica daárea , fotografias aéreas , lápis, borracha, caderneta de campo, lupa debolso, martelo e bússola, sacos para coleta de amostras e ...cabeça e per<strong>na</strong>s.Levantamentos de CampoO geólogo percorre o terreno da carta, procuran<strong>do</strong> e identifican<strong>do</strong> asrochas, observan<strong>do</strong> características que mostrem como e quan<strong>do</strong> foramorigi<strong>na</strong>das e que fenômenos ocorreram. Usa a bússola para medir asatitudes das camadas das rochas - direção e incli<strong>na</strong>ção, xistosidades,lineações, eixos de <strong>do</strong>bras, veios, falhas e fraturas.Na base topográfica, o geólogo localiza os afloramentos e traça os limites entre os diferentes tipos de rochas.Geralmente são necessários estu<strong>do</strong>s complementares mais detalha<strong>do</strong>s, como estu<strong>do</strong> de fósseis,microscopia, análises químicas ou isotópicas das amostras de rochas, minerais ou fósseis coleta<strong>do</strong>s. Estasamostras são etiquetadas e os pontos de coleta marca<strong>do</strong>s <strong>na</strong> base topográfica para depois serema<strong>na</strong>lisadas no laboratório.Na caderneta de campo são registradas as informações úteis para a carta e para entender a geologia daregião. São descritas as características <strong>do</strong>s minerais, sedimentos, estruturas ou outras importantesobservadas nos afloramentos. Podem ser feitas fotografias <strong>do</strong>s afloramentos e da paisagem. Muitas destasinformações serão posteriormente registradas <strong>na</strong> carta através de símbolos.27


Estu<strong>do</strong>s de Gabinete e LaboratórioA carta de campo é retrabalhada no escritório.As fotografias aéreas da região são interpretadas e a esta interpretação se dá o nome de fotogeologia.Quan<strong>do</strong> estudadas sobre imagens de satélite, denomi<strong>na</strong>-se sensoriamento remoto.Os resulta<strong>do</strong>s são compara<strong>do</strong>s com as observações de campo.As consultas de bibliografias, relatórios, testemunhos de sondagens, da<strong>do</strong>s geofísicos e outros existentessobre a região, complementam o levantamento geológico.O material coleta<strong>do</strong> em campo é a<strong>na</strong>lisa<strong>do</strong> no laboratório e envolve outras atividades como:Paleontologia -estuda os fósseis.É importante para adetermi<strong>na</strong>ção da idadedas rochas sedimentarese <strong>do</strong> seu ambiente dedeposição -Paleoecologia.Litoquímica - as análises químicas das rochas ou minerais sãoimportantes para caracterizar ou identificar os materiais e para estu<strong>do</strong>spetrológicos e geoquímicos. Além da análise química clássica, sãoutiliza<strong>do</strong>s equipamentos mais sofistica<strong>do</strong>s para determi<strong>na</strong>r a composiçãode uma rocha ou mineral, identificar e <strong>do</strong>sar elementos raros ou determi<strong>na</strong>ras idades absolutas - análise isotópica.Entre estes equipamentos destacam-se o microscópio eletrônico,espectrofotômetro de absorção atômica, espectrômetro de emissão porplasma, microssonda eletrônica e difratômetro de raios X.28Petrografia -estu<strong>do</strong> microscópicodas rochas em lâmi<strong>na</strong>.É possível identificar osminerais, asmicroestruturas eoutras características.


Desenho e ImpressãoA partir <strong>do</strong> esboço de campo prepara<strong>do</strong> pelo geólogo, são feitos os relatórios e os elementos gráficosnecessários à impressão.Atualmente são utiliza<strong>do</strong>s recursos de informática <strong>na</strong> elaboração das cartas geológicas.A carta é digitalizada e todas as informações de campo e laboratório são armaze<strong>na</strong>das em uma base deda<strong>do</strong>s no computa<strong>do</strong>r. Isto permite a impressão em “plotter” de cartas coloridas, em qualquer escala..29


Para que servem as Cartas GeológicasAs cartas topográficas contém ape<strong>na</strong>s informações quanto ao relevo e sobre o que existe acima dasuperfície. Para se conhecer uma determi<strong>na</strong>da região são necessárias informações sobre os materiaissitua<strong>do</strong>s abaixo da superfície e são as cartas geológicas que mostram os diferentes tipos de rochasaflorantes ou <strong>do</strong> subsolo.As cartas geológicas, mostran<strong>do</strong> a composição e a estrutura geológica <strong>do</strong>subsolo, são fundamentais para:Prospecção eexploração defontes de energiaProspecção eexploração dematérias-primasmineraisAbastecimentode águasRisco sísmicoAgriculturaSeleção de locaispara a implantaçãode grandes obrasde engenhariaPreservação <strong>do</strong>meio ambienteInventário e defesa <strong>do</strong>patrimônio geológico earqueológicoEstu<strong>do</strong>s científicos edidáticosPlanejamento eorde<strong>na</strong>mento territorial.30


Prospecção e Exploração de Matérias-PrimasAs cartas permitem selecio<strong>na</strong>r as áreas a serem prospectadas, fazer o planejamento, estudar a forma dajazida mineral, calcular as reservas e controlar a exploração.Os minérios estão associa<strong>do</strong>s a determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s tipos derochas e de minerais.As cartas geológicas, mostram a distribuição espacial dasrochas, a localização de anomalias, as estruturasgeológicas em profundidade.Através das cartas é possível também prever onde seencontram materiais não metálicos como rochas parafabricação de cimento ou cal, gesso, blocos paraconstruções, rocha para brita, areias para argamassas,areias especiais para vidros, argilas para cerâmica brancaou vermelha, rochas or<strong>na</strong>mentais, entre outras.A partir da carta geológica, complementada com estu<strong>do</strong>s mais detalha<strong>do</strong>s, é possível determi<strong>na</strong>r o melhorméto<strong>do</strong> de exploração <strong>do</strong>s recursos minerais, o melhor aproveitamento, menores custos de exploração,segurança <strong>na</strong> lavra e a melhor forma de diminuir os impactos ambientais.Prospecção e Exploração de Fontes de EnergiaDo mesmo mo<strong>do</strong> que as cartas geológicas são importantes <strong>na</strong> prospecção eexploração das matérias-primas minerais, são também <strong>na</strong> busca de fontes de energiacomo o petróleo, o carvão, os minerais radioativos e a energia geotérmica.O tipo de rocha, a idade e as estruturas, são importantes <strong>na</strong> busca e utilização dessasfontes. Só através da leitura de uma carta geológica é possível fazer um plano desondagens para investigar a existência ou otimizar a exploração de uma jazida.31


Escolha de Locais Desti<strong>na</strong><strong>do</strong>sà Implantação de Grandes Obras de EngenhariaA segurança das grandes obras de engenharia, como usi<strong>na</strong>s nucleares,barragens, estradas, túneis, pontes, ferrovias, portos e fundações deedifícios depende, principalmente, <strong>do</strong> local onde vão assentar as suasfundações.Para escolher o local onde serão instaladas estas obras é importante oconhecimento da <strong>na</strong>tureza das rochas , o grau de alteração das mesmase a presença de fraturas ou falhas.Também <strong>na</strong> previsão <strong>do</strong>s custos das obras é indispensável ter em conta os tipos e atitudes das rochas.Na abertura de trincheiras em um granito não altera<strong>do</strong>, ou um arenito pouco consolida<strong>do</strong>,os custos são muito diferentes.Não levar em conta a <strong>na</strong>tureza, a estrutura, a disposição <strong>do</strong> subsolo e o risco sísmico, acarreta, geralmente,grandes despesas extras para corrigir os erros cometi<strong>do</strong>s e, muitas vezes, catástrofes com perda de vidas.Prospecção e Preservação das Águas SubterrâneasComo as cartas geológicas permitem prever o tipo de rochas que seencontram em profundidade e qual a sua disposição, são <strong>do</strong>cumentosindispensáveis <strong>na</strong> seleção de áreas mais favoráveis à pesquisade águas subterrâneas.A acumulação e circulação das águas subterrâneas está relacio<strong>na</strong>dacom a permeabilidade, estrutura e espessura das rochas <strong>do</strong> subsolo.As cartas fornecem indicações sobre a existência e a situação <strong>do</strong>sreservatórios <strong>na</strong>turais e são indispensáveis nos projetos de furos desondagem . O conhecimento <strong>do</strong>s tipos de rochas onde circulam essaságuas subterrâneas e o das que afloram à superfície, são importantespara o estabelecimento de quaisquer planos para evitar possíveiscontami<strong>na</strong>ções nesses aqüíferos.32


Risco SísmicoA localização e o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s acidentes tectônicosque afetam a crosta terrestre, principalmente osmais recentes, com menos de 1,6 milhões de anosque atingem os terrenos quaternários - permitemdetermi<strong>na</strong>r os acidentes ativos e definir zo<strong>na</strong>ssísmicas de diferentes intensidades.Estes acidentes são assi<strong>na</strong>la<strong>do</strong>s <strong>na</strong>s cartas geológicas,e com a separação de áreas de diferentes estabilidadesda crosta. Pode-se diminuir o risco sísmico, selecio<strong>na</strong>n<strong>do</strong>os locais de grandes obras de engenharia e de depósitos para armaze<strong>na</strong>mento de resíduos poluentes<strong>na</strong>s regiões mais estáveis, visan<strong>do</strong> a segurança das populações.O conhecimento da<strong>do</strong> pelas cartas geológicas sobre os tipos de rochas onde assentam, ou vão seassentar essas obras, tor<strong>na</strong> possível a previsão <strong>do</strong> comportamento das fundações durante a propagaçãodas ondas sísmicas e a conseqüente tomada de medidas preventivas.33AgriculturaOs solos são resulta<strong>do</strong> de um processo de alteração das rochassubjacentes. As cartas geológicas são indispensáveisno levantamento de cartas de solos.A agricultura está muito condicio<strong>na</strong>da à existência de água, e o tipode cultura à maior ou menor disponibilidade de recursos hídricos.A previsão <strong>do</strong>s locais onde podem encontrar-se reservatórios deágua subterrânea, a sua extensão e a disponibilidade de fontes,podem ser estimadas através das cartas geológicas.


Preservação <strong>do</strong> AmbienteA <strong>Geologia</strong> é muito importante <strong>na</strong> defesa <strong>do</strong> meio ambiente.Este reconhecimento é a razão por que esta ciência é cada vez maissolicitada para intervir nesta matéria. O estabelecimento de infraestruturase equipamentos não pode ser feito ao acaso: além dasegurança, a escolha <strong>do</strong>s locais mais apropria<strong>do</strong>s para a suaimplantação deve levar em conta não só o impacto paisagístico, mas ainterferência que possam causar nos recursos geológicos que são finitose não renováveis. Esta interferência pode ter implicações com adegradação da qualidade de vida.Na localização de depósitos de lixos urbanos, aterros sanitários, estações de tratamento de águasresiduais e efluentes industriais, deposição de substâncias poluentes e cemitérios, é necessário oconhecimento da constituição e estrutura das rochas e <strong>do</strong>s acidentes tectônicos que as afetam, para evitara possível contami<strong>na</strong>ção das águas superficiais e subterrâneas por substâncias poluentes.As cartas geológicas são também utilizadas <strong>na</strong> procura de maciços, estruturas ou formações comcapacidade para armaze<strong>na</strong>mento subterrâneo de lixo radioativo, petróleo e gás <strong>na</strong>tural e outras substânciascontami<strong>na</strong>ntes e ainda, <strong>na</strong> recuperação de pedreiras e mi<strong>na</strong>s e <strong>na</strong> gestão e exploração racio<strong>na</strong>l <strong>do</strong>srecursos <strong>na</strong>turais.Inventário e Preservação <strong>do</strong> Patrimônio Geológico eArqueológicoA carta geológica pode dar resposta a todas as questões sobre o conhecimento da<strong>na</strong>tureza, distribuição <strong>do</strong>s materiais rochosos, jazidas fossilíferas e sítiosarqueológicos que se encontram em uma região. As cartas permitem definirprojetos de preservação destes locais com significa<strong>do</strong> <strong>na</strong> interpretação da históriageológica regio<strong>na</strong>l, ou seja, o patrimônio geológico da região.34


Estu<strong>do</strong>s Científicos e DidáticosAs cartas geológicas são a melhor fonte de informações básicaspara quase to<strong>do</strong>s os tipos de estu<strong>do</strong>s que dizem respeito àsCiências da Terra. Sen<strong>do</strong> a síntese de inúmeras observações eresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s sobre as rochas de uma determi<strong>na</strong>da região,constituem um precioso <strong>do</strong>cumento para quaisquer estu<strong>do</strong>scomplementares que venham a ser realiza<strong>do</strong>s.A carta geológica é um <strong>do</strong>cumento didático, que transmitediretamente a quem a utiliza, uma série de conhecimentos sobre osmateriais rochosos da região em estu<strong>do</strong>. Para o professor, é umvalioso material de apoio <strong>na</strong> expla<strong>na</strong>ção das suas aulas. Com base<strong>na</strong>s cartas,o professor programa itinerários de interessepedagógico desti<strong>na</strong><strong>do</strong>s aos alunos ou a to<strong>do</strong>s aqueles queencontram <strong>na</strong>s ciências geológicas motivação para enriquecer a suabagagem cultural.Planejamento e Orde<strong>na</strong>mento TerritorialComo foi visto, pelas inúmeras aplicações das cartas geológicas, são<strong>do</strong>cumentos imprescindíveis no Planejamento e Orde<strong>na</strong>mento <strong>do</strong> território.De fato, o conhecimento <strong>do</strong>s locais onde se encontram as matérias-primas, onde é possível obter a águanecessária para as populações e, empreendimentos onde se pode ou não construir com segurança e semdilapidar os recursos <strong>na</strong>turais, onde situar aterros sanitários, entre outros, é fundamental para oestabelecimento de qualquer plano de orde<strong>na</strong>mento <strong>do</strong> território.As cartas geológicas, dan<strong>do</strong> uma visão global das potencialidades de uma região quanto aos recursosminerais, têm um papel importantíssimo nos projetos de instalação de indústrias baseadas <strong>na</strong> exploração eaproveitamento das matérias-primas minerais, com possibilidades de virem a constituir futuros pólos dedesenvolvimento regio<strong>na</strong>l.35


A leitura das Cartas GeológicasNoções Elementares sobre a Base TopográficaEscalas, altimetria, planimetria e eqüidistânciaUma carta topográfica não é mais <strong>do</strong> que a representação, numa superfície pla<strong>na</strong>, de uma determi<strong>na</strong>da áreade um terreno cujas medidas são reduzidas das suas dimensões reais, numa relação que constitui a escaladessa carta. A escala vem sempre indicada <strong>na</strong> carta e é portanto, a razão constante entre a medida <strong>do</strong>segmento que, <strong>na</strong> carta, une <strong>do</strong>is pontos quaisquer, e a distância real, no terreno, entre os mesmos pontos,expressas <strong>na</strong> mesma unidade de medida.escala gráfica1000 m 500 m 100 m 1 2 3 4 kmAssim, uma escala 1/25 000, também representada por 1:25 000, significa que um milímetro, um centímetro,um decímetro, medi<strong>do</strong>s <strong>na</strong> carta, correspondem, respectivamente, a 25 000 milímetros = 25 metros, 25 000centímetros = 250 metros, 25 000 decímetros = 2 500 metros, no terreno. Além destas escalas ditasnuméricas, as cartas registram escalas gráficas representadas por um segmento de reta dividi<strong>do</strong> em partesiguais, cada uma delas representa uma determi<strong>na</strong>da distância medida no terreno, o que permite umaavaliação direta das distâncias <strong>na</strong> carta.Representação <strong>do</strong> relevopor curvas de nívelNuma carta topográfica, a representação das características <strong>na</strong>turais ou artificiaisque existem no terreno constituem a planimetria e, a configuração <strong>do</strong> relevo, aaltimetria.O relevo é representa<strong>do</strong> por intermédio de curvas de nível, que são linhas quecorrespondem à projeção vertical de intersecções imaginárias de planoshorizontais, eqüidistantes e paralelos, com a superfície <strong>do</strong> terreno. Cada curva denível é definida pela sua cota que indica a sua altura em relação ao nível médiodas águas <strong>do</strong> mar, ou seja, a altitude.A distância entre estes planos horizontais chama-se eqüidistância <strong>na</strong>tural epodem variar conforme a escala da carta.36


Na planimetria são utiliza<strong>do</strong>s si<strong>na</strong>is convencio<strong>na</strong>is que são mostra<strong>do</strong>s numa legenda onde se especificam ossímbolos. Os símbolos não precisam obedecer a escala da carta.Perfil topográfico e seu traça<strong>do</strong>Um perfil topográfico permite visualizar o relevo aolongo de uma linha traçada sobre a carta.Para desenhar o perfil topográfico é traça<strong>do</strong> <strong>na</strong> cartaum segmento de reta ao longo <strong>do</strong> qual se pretende o perfil.Sobre uma tira de papel alinhada a este segmento dereta, são marca<strong>do</strong>s os pontos de intersecção da linha<strong>do</strong> perfil com as linhas de nível, e indica<strong>do</strong>s os valores das cotasintersectadas. Também são assi<strong>na</strong>ladas as intersecções com pontosnotáveis da planimetria, como: marcos geodésicos, estradas, ferrovias,dre<strong>na</strong>gens, e outros.Numa folha de papel milimetra<strong>do</strong> é traça<strong>do</strong> um gráfico bidimensio<strong>na</strong>l noqual figuram, <strong>na</strong>s abcissas, as distâncias correspondentes à planimetria e,<strong>na</strong>s orde<strong>na</strong>das, as cotas das curvas de nível representadas <strong>na</strong> escala dacarta.A tira de papel si<strong>na</strong>lizada é, então, ajustada ao eixo das abcissas e cada marcação cotada correspondea um ponto que resulta da intersecção vertical dessa marcação com a horizontal da cota da orde<strong>na</strong>da.Os si<strong>na</strong>is da planimetria são igualmente assi<strong>na</strong>la<strong>do</strong>s no perfil.A representação de um perfil em quea escala <strong>do</strong>s valores cota<strong>do</strong>s é igualà escala da carta mostra um relevoreal. Nas regiões pouco acidentadas,para dar realce ao relevo multiplicasea escala <strong>do</strong>s valores cota<strong>do</strong>s por4, 5, ... 10, o que corresponde aexagerar o perfil 4, 5, .. 10 vezes.O perfil topográfico exagera<strong>do</strong> 4 vezes37APerfil topográfico segun<strong>do</strong> A-BB


Algumas noções de <strong>Geologia</strong>Os diferentes tipos de rochas:As rochas, quanto à sua origem, se distribuem em sedimentares, magmáticas ou ígneas e metamórficas.Rochas sedimentaresAs rochas sedimentares resultam <strong>do</strong> transporte e acumulação de detritos provenientes da destruição de rochas pré-existentes,de partículas derivadas das partes mineralizadas de organismos como conchas, esqueletos, espículas, ou ainda da precipitaçãoquímica de sais.Grande parte são de origem marinha, formadas no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s mares a diversas profundidades. Estão dispostasgeralmente em camadas empilhadas paralelamente e, <strong>na</strong> sua origem, apresentam-se horizontais, pois resultaram da deposiçãopela água <strong>do</strong> mar, de materiais que foram carrea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s continentes para os oceanos. São exemplos destas rochas, calcários,conglomera<strong>do</strong>s, arenitos e argilitos. Outras rochas sedimentares podem ter origem continental, depositadas no fun<strong>do</strong> de lagos -sedimentos lacustres ou em leitos de rios - aluviões, ou resultantes da acumulação de materiais que sofreram transporte pelovento - areias de du<strong>na</strong>s, siltes, ou ainda pela gravidade - depósitos de vertente. Conforme a procedência <strong>do</strong>s materiais queconstituem essas rochas, elas são chamadas de:rochas detríticas - formadas por fragmentos minerais de tamanhos varia<strong>do</strong>s, que podem ser de deze<strong>na</strong>sde centímetros até tão pequenos que só podem ser vistos ao microscópio.rochas biodetríticas - formadas por restos de conchas ou plantas.rochas de origem química - resultam de precipitações de sais em solução: gesso, sal gema, e rochascarbonáticas.rochas biogênicas - formadas por organismos vivos, como os recifes de corais, esponjas, algas.Freqüentemente, as rochas sedimentares têm uma origem mista.Outra classificação pode ser considerada para as rochas sedimentares, baseada <strong>na</strong> sua composiçãoquímica:silicosas - riscam o vidro pois são formadas à base <strong>do</strong> quartzo ou sílica, como as areias e os arenitossilicosos.calcárias - estas rochas reagem com os áci<strong>do</strong>s e são riscadas pelo canivete, como os calcários e margas.argilosas - formam uma pasta com a água, são moldáveis e são riscadas pela unha, como os argilitos.sali<strong>na</strong>s - como o gesso e o sal gema.combustíveis - como o petróleo, carvão, turfa, linhito e antracito.38


Rochas magmáticas ou ígneasAs rochas eruptivas resultam da solidificação, rápidaou lenta, em superfície ou em profundidade, demateriais rochosos em fusão, o magma.O magma está a grandes profundidades, há mais de200 km e durante a sua ascensão pode estacio<strong>na</strong>rem câmaras magmáticas onde vai resfrian<strong>do</strong> maisou menos rapidamente e sofren<strong>do</strong> diferenciaçõesquímicas. Pode subir ainda para níveis maissuperficiais, sob a forma de filões, ou sairdiretamente para a superfície.De acor<strong>do</strong> com a profundidade em que os materiais rochosos em fusão se consolidaram, podemser classifica<strong>do</strong>s como:Rochas plutônicas - resultam da cristalização lenta <strong>do</strong> magma, em profundidade , facilitan<strong>do</strong> odesenvolvimento de cristais granulares. O granito e o gabro são exemplos de rochas deste tipo.Rochas efusivas ou vulcânicas – resultantes <strong>do</strong> resfriamento rápi<strong>do</strong> de um magma mais oumenos viscoso, de origem profunda, mas que solidificou muito perto da superfície ou mesmo emsuperfície. Exemplos deste tipo de rochas são o basalto e o riolito.Se as emissões <strong>do</strong>s materiais emiti<strong>do</strong>s pelos vulcões são explosivas, origi<strong>na</strong>m rochaspiroclásticas, tais como bombas vulcânicas, cinzas, lápili e tufos.Quan<strong>do</strong> o magma é mais flui<strong>do</strong> derrama <strong>na</strong> superfície, no esta<strong>do</strong> pastoso, constituin<strong>do</strong> as lavas.As rochas vulcânicas apresentam, muitas vezes, fraco desenvolvimento de cristais.39


A deformação das rochasOs materiais que constituem a crosta terrestre estão sujeitos a compressão e/ou distensão que osdeformam. Estas deformações, que se produzem em grande escala e intensidade quan<strong>do</strong> são geradasas cadeias de montanhas-orogênese, atingem to<strong>do</strong>s os tipos de rochas. Os enrugamentos provoca<strong>do</strong>s<strong>na</strong>s camadas rochosas, deslocam-<strong>na</strong>s da sua posição origi<strong>na</strong>l, de tal mo<strong>do</strong> que os estratos <strong>do</strong>bra<strong>do</strong>spodem aparecer incli<strong>na</strong><strong>do</strong>s, verticaliza<strong>do</strong>s ou mesmo inverti<strong>do</strong>s em relação à sua posição normal.A própria estrutura inter<strong>na</strong> das rochas é afetada pela deformação, provocan<strong>do</strong> a reorganização <strong>do</strong>s mineraisapresentan<strong>do</strong> uma orientação, traduzin<strong>do</strong> muitas vezes o fenômeno compressivo pelo aparecimento daxistosidade. Nos trabalhos de campo, durante o levantamento da carta, o geólogo faz com freqüência,medidas das direções e incli<strong>na</strong>ções das camadas e xistosidades, pois são importantes para a localização einterpretação das estruturas.A direção de uma camada ou de uma xistosidade é medida com abússola de geólogo, determi<strong>na</strong>n<strong>do</strong>-se o ângulo que uma linha horizontalimaginária <strong>na</strong> camada ou <strong>na</strong> xistosidade, faz com o Norte magnético.Esta linha horizontal é perpendicular à linha de maior declive <strong>do</strong> plano dacamada ou da xistosidade - linha por onde correria um líqui<strong>do</strong> que,supostamente, fosse derrama<strong>do</strong> sobre a superfície.geometria das falhasfalha inversafalha normalfalha direcio<strong>na</strong>lNa deformação das camadas sedimentares as <strong>do</strong>bras resultantesapresentam zo<strong>na</strong>s côncavas chamadas sincli<strong>na</strong>is e zo<strong>na</strong>s convexas,anticli<strong>na</strong>is e podem assumir diferentes configurações.Em muitos casos, quan<strong>do</strong> a compressão é muito intensa exceden<strong>do</strong> olimite de elasticidade das rochas, as camadas se rompem dan<strong>do</strong>origem a falhas.As medidas de direções e incli<strong>na</strong>ções <strong>do</strong>s eixos das <strong>do</strong>bras, <strong>do</strong>sestiramentos e <strong>do</strong>s planos de falha <strong>na</strong>s rochas, são indispensáveis<strong>na</strong> interpretação das estruturas.To<strong>do</strong>s estes valores medi<strong>do</strong>s,são traduzi<strong>do</strong>s por uma simbologia que é discrimi<strong>na</strong>da<strong>na</strong> legenda da carta.41sincli<strong>na</strong>lanticli<strong>na</strong>l


A idade das rochasAs rochas encontradas <strong>na</strong> superfície da Terra não têm todas a mesma idade. Os grandes fenômenosgeológicos se processam muito lentamente compara<strong>do</strong>s à duração da vida huma<strong>na</strong>.Na <strong>Geologia</strong>, o tempo é medi<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> como unidade o milhão de anos.Os estu<strong>do</strong>s permitiram chegar à conclusão de que o nosso planeta se formou há cerca de 4,5 bilhões deanos, a partir da condensação de uma nebulosa. As rochas mais antigas conhecidas estão datadasde 3,8 bilhões de anos testemunhan<strong>do</strong> que os continentes já existiam nessa época.A idade das rochas pode ser considerada em tempos absolutos ou em tempos relativos.A idade absoluta de uma rocha é obtida a partir de méto<strong>do</strong>s físico-químicos fundamenta<strong>do</strong>sno estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s elementos radioativos e seus produtos de desintegração como rubídio-estrôncio,urânio-chumbo, potássio-argônio, ten<strong>do</strong> como base o conhecimento <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> que estes elementos levampara se desintegrar.A idade relativa das rochas, tem como base a sobreposição <strong>do</strong>s estratos: por exemplo, os sedimentosmarinhos, resultantes da erosão de rochas pré-existentes que se depositaram, de mo<strong>do</strong> geral,horizontalmente no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> mar, levam à conclusão que o estrato que cobre outro, foi deposita<strong>do</strong>posteriormente; é mais moderno e mais recente que o que se encontra por baixo.Também <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s acidentes e deformações sofridas pelas rochas é possível tirar conclusões sobreidades relativas: uma falha que afeta determi<strong>na</strong>das camadas é posterior a essas camadas e anterior àcamada que não foi afetada.A partir <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fósseis conti<strong>do</strong>s <strong>na</strong>s rochas, geralmente sedimentares, os paleontólogos começarama atribuir idades às rochas. Certos animais e plantas existiram ape<strong>na</strong>s durante um curto perío<strong>do</strong> da históriada Terra e ao fossilizarem dentro de uma camada, assi<strong>na</strong>lam esta camada atribuin<strong>do</strong> uma idadecorrespondente ao perío<strong>do</strong> em que habitaram o Planeta.Estu<strong>do</strong>s desta <strong>na</strong>tureza, conjuga<strong>do</strong>s com o princípio da sobreposição, permitem aos geólogos estabeleceruma colu<strong>na</strong> com divisões estratigráficas onde está contida uma grande parte da história da Terra.42


Análise, Leitura e Interpretação de uma Carta GeológicaAs cores e os símbolos. Seu significa<strong>do</strong>. A legendaAs cartas de peque<strong>na</strong> escala dão uma visão global da geologia de um determi<strong>na</strong><strong>do</strong> continente, país ouregião. No entanto, não são precisas para marcar qualquer ponto ou traçar uma linha <strong>na</strong> carta e, quan<strong>do</strong> sepretende utilizá-las em trabalhos que exijam detalhe, podem não conter informações suficientes.O seu maior interesse é principalmente científico-didático.As cartas de grande escala, mais detalhadas, são as mais usadas <strong>na</strong>s aplicações práticas da geologia.Uma Carta Geológica chama atenção a diversidade de cores que geralmente apresenta, e com contornosvaria<strong>do</strong>s. Cada cor tem o seu significa<strong>do</strong>, representan<strong>do</strong> um conjunto de características que determi<strong>na</strong>m a<strong>na</strong>tureza e/ou a idade da formação rochosa afloran<strong>do</strong> <strong>na</strong> região da carta. Geralmente, cada cor é assi<strong>na</strong>ladacom um símbolo, letra normal ou grega - esta para rochas magmáticas, segui<strong>do</strong> ou não de outras letras oualgarismos, que permitem identificar melhor as cores.Na legenda, onde estão representadas, dentro de pequenos retângulos, todas as cores e to<strong>do</strong>s estessímbolos, é descrita de forma resumida, a <strong>na</strong>tureza e o nome da unidade cartografada.A ordem como se dispõem estes retângulos, quan<strong>do</strong> referi<strong>do</strong>s a rochas sedimentares e metamórficas, égeralmente, segun<strong>do</strong> o “princípio da sobreposição”: as unidades mais moder<strong>na</strong>s vão-se sobrepon<strong>do</strong> àsunidades mais antigas.Em geral, incluem-se, <strong>na</strong> parte inferior desta escala estratigráfica, os terrenos de idade desconhecida.Para a interpretação da carta e estabelecimento de cortes geológicos, a consideração deste escalo<strong>na</strong>mentoé fundamental.As rochas magmáticas são colocadas separadamente, poden<strong>do</strong> estar orde<strong>na</strong>das <strong>na</strong> vertical, conforme asequência da idade. Além da legenda referente ao conteú<strong>do</strong> colori<strong>do</strong> da carta, existem símbolosconvencio<strong>na</strong>is que identificam e posicio<strong>na</strong>m estruturas ou outros elementos de interesse geológico, mineiroe arqueológico que se encontram <strong>na</strong> carta: limites geológicos; da<strong>do</strong>s referentes à tectônica, como falhas,cavalgamentos, carreamentos; da<strong>do</strong>s relativos às estruturas, como direção e incli<strong>na</strong>ção de camadas,xistosidades, eixos de <strong>do</strong>bras, e ainda poços, <strong>na</strong>scentes de água normal ou mineromedici<strong>na</strong>l, sondagens,furos de captação de águas, pedreiras, jazidas fossilíferas, estações arqueológicas, entre outros.43


A colu<strong>na</strong> estratigráficaAs cartas apresentam geralmente, a colu<strong>na</strong> estratigráfica referente à área a que dizem respeito, bem comocortes geológicos representativos das principais estruturas geológicas que ocorrem <strong>na</strong> carta.Na colu<strong>na</strong> estratigráfica são representadas, graficamente, as formações que se encontram <strong>na</strong> carta,dispostas <strong>na</strong> vertical e pela ordem que se supõe ocorrerem em profundidade, bem como as relaçõesgeométricas entre elas. As estruturas e o conteú<strong>do</strong> fossilífero podem estar indica<strong>do</strong>s por símbolos,e as espessuras das formações devem ser desenhadas conservan<strong>do</strong> as proporções.A colu<strong>na</strong> é como que a representação <strong>do</strong> testemunho de uma sondagem gigante e profunda que,supostamente, fosse realizada <strong>na</strong> região e englobasse todas as formações nela existentes.Cortes geológicosOs cortes geológicos visualizam a disposição e as relações entre as diferentes rochasque se encontram em profundidade, facilitan<strong>do</strong> assim a leitura das estruturas queocorrem <strong>na</strong> carta.ABPara construir um corte geológico, procede-se <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong> que foidescrito para um perfil topográfico. Feito o traça<strong>do</strong> da localização <strong>do</strong> corteque deve ser, tanto quanto possível, perpendicular à direção das camadas ouaos eixos das estruturas, se ajusta a borda de uma tira de papel.Nesta, além de se marcarem as intersecções com as curvas de nível,linhas de água, e outras de interesse, são marcadas tambémas intersecções com os limites geológicos e com os acidentes tectônicos.Seção de uma carta geológica simplificada mostran<strong>do</strong> alocalização <strong>do</strong> corte geológico A-B que se pretende realizar44


Estabeleci<strong>do</strong> o perfil topográfico, estas intersecções <strong>do</strong>s limites e acidentes vão serassi<strong>na</strong>ladas <strong>na</strong> linha <strong>do</strong> perfil.Esta linha é recoberta nos espaços delimita<strong>do</strong>s pelos pontos com as cores correspondentes às diferentesformações intersectadas.A<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong>, <strong>na</strong> carta geológica, a relação entre as formações identificadas pelas diferentes cores, asdireções e incli<strong>na</strong>ções das camadas, os limites, as idades e, ainda, os da<strong>do</strong>s referentes às estruturasestima-se o comportamento das camadas em profundidade.As rochas magmáticas cortam todas as camadas eestruturas pré-existentes.Embora ainda não sejam usuais , os blocos diagramafiguram em algumas cartas geológicas.Um bloco diagrama procura dar uma visão tridimensio<strong>na</strong>lem perspectiva, de uma determi<strong>na</strong>da região mostran<strong>do</strong> acontinuidade das rochas que afloram em superfície com asmesmas rochas em profundidade, por intermédio de <strong>do</strong>iscortes geológicos mais ou menos perpendiculares.45


Interpretação de uma Carta GeológicaA leitura da carta geológica é feita observan<strong>do</strong> a sobreposição das camadas, a relação entre os limitesgeológicos e as curvas de nível - topografia, e <strong>na</strong> forma <strong>do</strong>s contornos das cores que representam asformações. São também importantes, a indicação da direção e incli<strong>na</strong>ção das camadas, xistosidades,eixos das <strong>do</strong>bras e a representação <strong>do</strong>s eixos <strong>do</strong>s sincli<strong>na</strong>is e anticli<strong>na</strong>is.Esta leitura nem sempre é fácil pois os acidentes resultantes de fenômenos de compressão e distensão,que atingiram as rochas depois da sua deposição, podem <strong>do</strong>brar e incli<strong>na</strong>r as camadas, e até inverter aposição origi<strong>na</strong>l ou provocar rupturas, com deslocamentos das massas rochosas. Nestas condiçõesextremas, a interpretação das estruturas existentes requer conhecimentos especializa<strong>do</strong>s.Para compreender as estruturas presentes <strong>na</strong> carta, é feita uma distinção entre as rochas magmáticas quegeralmente afloram em maciços mais ou menos arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong>s, as rochas de cobertura como depósitos decascalhos, du<strong>na</strong>s e aluviões, e as rochas sedimentares e metamórficas. Enquanto as rochas magmáticasvieram da profundidade, cortan<strong>do</strong> as rochas encaixantes até chegar à superfície, os depósitos recentesrecobrem as rochas pré-existentes forman<strong>do</strong> uma camada superficial.Só as rochas de origem sedimentar e metamórfica, permitem fazer a interpretação das estruturas, deacor<strong>do</strong> com o conhecimento da idade relativa destas formações e ainda com os elementos de ordemestrutural como, direções e incli<strong>na</strong>ções das camadas, xistosidades e eixos de <strong>do</strong>bras.Observan<strong>do</strong> como os limites geológicosdas rochas sedimentares cortam as curvasde nível, são tiradas algumas conclusões.curva de nívellimite geológicoQuan<strong>do</strong> os limites geológicos são aproximadamenteparalelos às curvas de nível, as camadas devemencontrar-se mais ou menos horizontais.linha d'água46


Quan<strong>do</strong> o limite geológico corta as curvasde nível em linha reta nos terrenos dedeclives mais ou menos acentua<strong>do</strong>s e ascurvas são muito juntas e abundantes, ascamadas de rochas devem estar quaseverticais.limite geológicocurva de nívellinha d'águacurva de nívellimite geológicolinha d'águaQuan<strong>do</strong> a incli<strong>na</strong>ção das camadas é no mesmo senti<strong>do</strong><strong>do</strong> declive topográfico, a linha de intersecção <strong>do</strong> limitegeológico tem um aspecto curvo, inverso ao das curvasde nível.Quan<strong>do</strong> a curva de intersecção tem o mesmo aspecto dascurvas de nível, mas corta obliqüamente com aberturamenor, a incli<strong>na</strong>ção das camadas é no mesmo senti<strong>do</strong> <strong>do</strong>declive topográfico, mas inferior ao declive.curva de nívellimite geológicolinha d'águacurva de nívellimite geológicolinha d'águaQuan<strong>do</strong> a incli<strong>na</strong>ção das camadas se faz no senti<strong>do</strong>contrário ao declive topográfico, a curva de intersecção<strong>do</strong> limite tem o mesmo aspecto que as curvas de nível,mas corta-as obliqüamente com uma abertura maior.47


Duas situações podem acontecer juntas e ser visualizadas quan<strong>do</strong> se exami<strong>na</strong> uma mesma carta geológica:formações onde os limites formam faixas coloridas paralelas e alinhadas, ou formações em que os limites,embora desenhem também faixas coloridas paralelas, formam, curvas acentuadas.No primeiro caso, é muito provável a presença de uma estrutura monocli<strong>na</strong>l onde as camadas estãoincli<strong>na</strong>das no mesmo senti<strong>do</strong>.No segun<strong>do</strong> caso são zo<strong>na</strong>s de <strong>do</strong>bramentos, cujas regiões de curvaturas máximas devem corresponder azo<strong>na</strong>s de charneira de <strong>do</strong>bras, intersectadas pela superfície topográfica.As <strong>do</strong>bras são, essencialmente, de <strong>do</strong>is tipos, sincli<strong>na</strong>is - estrutura <strong>do</strong>brada em que a concavidade da<strong>do</strong>bra está voltada para cima e anticli<strong>na</strong>is - <strong>do</strong>bras em que a concavidade está voltada para baixo.Deste mo<strong>do</strong> as camadas mais antigas estão posicio<strong>na</strong>das por baixo das camadas mais recentes.Assim nos sincli<strong>na</strong>is, o núcleo da <strong>do</strong>bra é ocupa<strong>do</strong> por formações mais recentes enquanto que, nosanticli<strong>na</strong>is, no núcleo localizam-se as formações mais antigas. anticli<strong>na</strong>l sincli<strong>na</strong>lA observação <strong>do</strong>s símbolosACmais antigasC BBAindicativos da direção e incli<strong>na</strong>çãodas camadas, bem como da leituraCda incli<strong>na</strong>ção <strong>do</strong>s eixos das <strong>do</strong>brasABC BAfacilitam, ou podem confirmar aCleitura realizada.sincli<strong>na</strong>lBlocos-diagramamostran<strong>do</strong> adisposição dascamadas numsincli<strong>na</strong>l e numanticli<strong>na</strong>lanticli<strong>na</strong>lmais recentes48sincli<strong>na</strong>lACCBBAanticli<strong>na</strong>lAABBCOs cortes geológicos que acompanham as cartasgeológicas, representam a interpretação, feita pelos seusautores, das estruturas mais características da regiãoestudada.Cmais antigaBAmais jovem


A Nota ExplicativaA Nota Explicativa de uma carta é um pequeno livro que a acompanha, desti<strong>na</strong><strong>do</strong> a completar asinformações contida <strong>na</strong> carta e a facilitar a sua interpretação.Na Nota Explicativa se acrescentam muitos conhecimentos que foram colhi<strong>do</strong>s durante os levantamentosde campo e que não puderam ser incluí<strong>do</strong>s devi<strong>do</strong> à escala utilizada. Embora escrita numa linguagemtécnica, esta publicação não se desti<strong>na</strong> unicamente aos geólogos, mas também a outros camposprofissio<strong>na</strong>is, e aos curiosos por assuntos geológicos. Uma Nota Explicativa começa com uma Introdução,<strong>na</strong> qual são nomea<strong>do</strong>s os autores e colabora<strong>do</strong>res <strong>na</strong> elaboração da carta e da Nota, onde se cita alocalização da região no que diz respeito às vias de acesso, hidrografia, relevo, geomorfologia, e aindauma referência aos trabalhos publica<strong>do</strong>s anteriormente.No capítulo Estratigrafia ou <strong>Geologia</strong> é feita uma descrição pormenorizada das rochas que ocorrem<strong>na</strong> carta, apresentan<strong>do</strong> as formações de origem sedimentar por ordem cronológica, da mais antiga para amais recente e descreven<strong>do</strong> o seu conteú<strong>do</strong> fossilífero. Mencio<strong>na</strong>-se também a <strong>na</strong>tureza e a composiçãoquímica das rochas aflorantes, como petrografia e geoquímica.O capítulo <strong>Geologia</strong> pode ainda conter informações relativas aos metassedimentos, depósitos decobertura e rochas ígneas.Capítulos especiais são, ou poderão ser dedica<strong>do</strong>s à Tectônica, Magmatismo, Metamorfismo,Hidrogeologia, <strong>Geologia</strong> Econômica ou Recursos Minerais e Arqueologia.No fi<strong>na</strong>l, a Nota contém a bibliografia temática relativa à região abrangida pela carta.49


Notas Fi<strong>na</strong>isA Carta Geológica e a sua Nota Explicativa são os produtos fi<strong>na</strong>is de uma longae complexa atividade desti<strong>na</strong>da a tor<strong>na</strong>r acessível ao público um valioso conjuntode informações científicas e técnicas sobre uma determi<strong>na</strong>da região, comaplicação <strong>na</strong> resolução de inúmeros problemas econômicos e ambientais.Os resulta<strong>do</strong>s justificam os custos da cartografia geológica. Na verdade, estacartografia constitui um bom investimento para o Esta<strong>do</strong>: estu<strong>do</strong>s econômicosfeitos em vários países, comprovaram que o seu investimento tem um breveretorno, só pelos benefícios econômicos diretos dela resultantes.Toda a Carta Geológica, como qualquer outro <strong>do</strong>cumento científico, nunca édefinitiva. O progresso das Ciências Geológicas requer revisões periódicas dascartas já publicadas.50


GlossárioAcidente (tectônico) - Falha, fratura ou deformação mais ou menos intensa das rochas (<strong>do</strong>bras,deslizamentos, cavalgamentos, etc.).Anticli<strong>na</strong>l - estrutura <strong>do</strong>brada em que a concavidade da <strong>do</strong>bra está voltada para baixo e onde o núcleo destaé forma<strong>do</strong> por camadas mais antigas que aquelas que se dispõem mais exter<strong>na</strong>mente.Atitude (da camada ou filão) - posição geométrica <strong>do</strong> filão ou camada, definida pela sua direção e incli<strong>na</strong>ção.Refere-se principalmente à disposição, ao mo<strong>do</strong> como se apresenta no terreno, uma camada ou estrato:incli<strong>na</strong>da, <strong>na</strong> posição horizontal, <strong>do</strong>brada, etc..Base de da<strong>do</strong>s - conjunto de da<strong>do</strong>s estrutura<strong>do</strong>s e armaze<strong>na</strong><strong>do</strong>s no computa<strong>do</strong>r, de fácil pesquisa eutilização.Camada - o mesmo que estrato ou leito.Charneira (de uma <strong>do</strong>bra) - linha definida pelos pontos de curvatura máxima da <strong>do</strong>bra.Colu<strong>na</strong> estratigráfica - representação gráfica das formações que ocorrem em uma região, dispostas <strong>na</strong>vertical pela ordem em que se encontram em profundidade.Corte geológico - representação gráfica da secção de terrenos intersecta<strong>do</strong>s por um plano, geralmentevertical.Cronologia - datação <strong>do</strong>s diferentes terrenos e estabelecimento <strong>do</strong> empilhamento <strong>do</strong>s mesmos(Estratigrafia), <strong>do</strong>s mais antigos aos mais modernos.Crosta - parte sólida, exter<strong>na</strong>, da Terra.51


Direção - orientação da camada, linha, filão, falha ... ângulo que faz uma linha horizontal traçada <strong>na</strong> camada,falha ou filão, com a direção Norte magnético ou cartográfico.Distribuição espacial - localização em planta ou em três dimensões das diferentes massas rochosas queocorrem numa determi<strong>na</strong>da região.Erosão - conjunto de processos que levam à destruição das rochas pré-existentes e à remoção progressiva<strong>do</strong>s detritos resultantes. Os agentes que promovem a erosão podem ser climáticos, como a chuva, vento,neve, calor, frio; mecânicos, como os rios, correntes eólicas; biológicos, como a intervenção <strong>do</strong>s seres vivos;ou químicos.Estratigrafia - ramo da <strong>Geologia</strong> que estuda as camadas de rochas. Estuda não só o empilhamento origi<strong>na</strong>le a relação de idades das camadas, mas a sua forma, distribuição, litologia, fósseis, propriedadesgeofísicas e geoquímicas; e a sua interpretação em termos de ambiente ou mo<strong>do</strong> de origem e históriageológica.Estrato - o mesmo que camada ou leito – unidade estratigráfica caracterizada pela sua <strong>na</strong>tureza litológica,conteú<strong>do</strong> fossilífero, espessura e posição espacial - direção e incli<strong>na</strong>ção.Estrutura - conjunto de características relativas à distribuição e arranjo <strong>do</strong>s corpos rochosos; mo<strong>do</strong> como sedispõem as rochas da crosta terrestre: <strong>do</strong>bradas, falhadas, em anticli<strong>na</strong>l, em sincli<strong>na</strong>l, etc..Fácies - aspectos e características litológicas, paleontológicas, ou outras, de uma unidade rochosa e quepermitem revelar as condições de formação, bem como a <strong>na</strong>tureza <strong>do</strong> meio biológico e ambiente em que foiorigi<strong>na</strong>da.Falha - acidente tectônico que consiste <strong>na</strong> ruptura de terrenos ao longo de um plano, devi<strong>do</strong> a pressõesdinâmicas, com deslocamento relativo das partes afetadas.Filão - Corpo geralmente de forma tabular constituí<strong>do</strong> por rochas ou minerais, muitas vezes de origemmagmática, ou devi<strong>do</strong> a ações hidrotermais, que se instalou em fendas ou fraturas de outras rochaschamadas encaixantes.52


Flancos - partes laterais de uma <strong>do</strong>bra que se unem pela sua charneira.Formação - rocha ou grupo de rochas que possuem características comuns constituin<strong>do</strong> um conjunto queinteressa separar <strong>do</strong>s outros materiais rochosos; conjunto de camadas forman<strong>do</strong> uma unidade litológicaà qual se associa geralmente o nome <strong>do</strong> local onde foi definida.Fotogeologia - estu<strong>do</strong> que consiste <strong>na</strong> observação, geralmente por meio de instrumentos que dão visãoem relevo - estereoscópios, de fotografias aéreas de uma dada região, ten<strong>do</strong> em vista a determi<strong>na</strong>çãode estruturas geológicas, limites entre formações, falhas, alinhamentos, rede de dre<strong>na</strong>gem, entre outras.Fóssil - restos ou vestígios da atividade de animais ou plantas conserva<strong>do</strong>s ou impressos <strong>na</strong>s rochas egeralmente contemporâneos da formação destas.Geoquímica - ciência que se ocupa da química da Terra, ten<strong>do</strong> como objetivo : a determi<strong>na</strong>ção daabundância absoluta e relativa <strong>do</strong>s elementos químicos <strong>na</strong> Terra; o estu<strong>do</strong> da distribuição e migração<strong>do</strong>s elementos <strong>na</strong> Terra em geral e, em particular, nos minerais e rochas.Idade absoluta - idade determi<strong>na</strong>da por méto<strong>do</strong>s físico-químicos basea<strong>do</strong>s no conhecimento <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>de desintegração de elementos radioativos conti<strong>do</strong>s <strong>na</strong>s rochas ou minerais.Idade relativa - datação de um determi<strong>na</strong><strong>do</strong> evento relativamente a outro: se mais antigo, da mesmaidade ou mais jovem; se anterior, contemporâneo ou se posterior.Intrusão - penetração e consolidação de uma massa magmática <strong>na</strong> crosta terrestre, dan<strong>do</strong> origem a umcorpo rochoso mais ou menos extenso.Levantamento geológico - elaboração de uma carta a partir da observação <strong>do</strong> terreno: implantação <strong>do</strong>slimites geológicos e outras observações, coleta de da<strong>do</strong>s, amostras, e outros de interesse.Limite - linha que separa duas formações rochosas com características diferentes. Exemplo: litologia,cronologia.53


Lineação - estrutura <strong>na</strong>s rochas, desenvolvida por processos tectônicos ou ígneos, que se traduz porlinhas paralelas, resultan<strong>do</strong> da intersecção de planos de estratificação com planos de xistosidade;intersecção entre planos de xistosidades; alinhamento, estiramento ou paralelismo de minerais;charneiras de micro<strong>do</strong>bras.Litologia - descrição das características que determi<strong>na</strong>m a <strong>na</strong>tureza, o aspecto e as propriedades deuma rocha , ten<strong>do</strong> como base parâmetros como: textura, cor, composição mineralógica e/ou química,granulometria, etc.Paleoecologia - estu<strong>do</strong> das relações <strong>do</strong>s seres vivos com o meio ambiente em perío<strong>do</strong>s antigos dahistória da Terra.Paleogeografia - ciência que se ocupa com a localização e condições ambientais que, no passa<strong>do</strong> dahistória da Terra, se estabeleceram as rochas da crosta: distribuição <strong>do</strong>s continentes, oceanos, cadeiasde montanhas, etc.Paleontologia - ciência que se ocupa <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fósseis: sua descrição, evolução e idade.Pe<strong>do</strong>logia - ciência que estuda os solos: sua morfologia, gênese e classificação.Perfil geológico - muitas vezes confundi<strong>do</strong> com corte geológico, deve referir ao perfil topográfico dessecorte.Pericli<strong>na</strong>l - locais onde as charneiras das <strong>do</strong>bras intersectam a superfície topográfica.Petrografia - ramo da petrologia que se dedica à descrição e classificação das rochas em lâmi<strong>na</strong>delgada, com auxílio de microscópio petrográfico.Petrologia - ciência que se ocupa <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> das rochas: origem, evolução descrição e classificação.Plotter - aparelho liga<strong>do</strong> aos computa<strong>do</strong>res essencialmente utiliza<strong>do</strong> <strong>na</strong> impressão de desenhos acores em variáveis dimensões.54


Sincli<strong>na</strong>l - estrutura <strong>do</strong>brada em que a concavidade da <strong>do</strong>bra está voltada para cima e onde o núcleodesta é forma<strong>do</strong> por camadas mais moder<strong>na</strong>s que aquelas que se dispõem mais exteriormente.Sismoestratigrafia - estu<strong>do</strong> da disposição das camadas ou estratos em profundidade, basea<strong>do</strong> <strong>na</strong>observação de perfis - obti<strong>do</strong>s a partir das ondas refletidas de pequenos sismos, provoca<strong>do</strong>sartificialmente por deto<strong>na</strong>ção de explosivos.Tectônica - ramo da <strong>Geologia</strong> que tem como objetivo o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> movimento e deformação das rochasda crosta terrestre, como <strong>do</strong>bramento, sobreposição de camadas e fraturamento e das causas que osproduziram.Xistosidade - deformação das rochas, geralmente devi<strong>do</strong> a grandes compressões, que se traduz <strong>na</strong>apresentação de uma foliação que permite ser divididas em placas.55


Referências BibliográficasJosé Almeida Rebelo (1999). As Cartas Geológicas ao Serviço <strong>do</strong> Desenvolvimento. Instituto Geológicoe Mineiro. Versão Online no site <strong>do</strong> IGM (http://www.igm.pt/edicoes_online/diversos/cartas/indice.htm)Guia de Profissões 2003 - Assessoria de Comunicação e Imprensa da UNESPGuia de Profissões 2003 - Assessoria de Comunicação e Imprensa da UNESPhttp://www.dpi.inpe.br/spring/usuario/introcar.htm57


SÉRIE <strong>Geologia</strong> <strong>na</strong> <strong>Escola</strong>caderno 2

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