Resumo - Universidade Católica Portuguesa

Resumo - Universidade Católica Portuguesa Resumo - Universidade Católica Portuguesa

Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional, vol. 10, 2011, pp. 5-24GOVERNAÇÃO DA ESCOLAE CONTRATOS DE AUTONOMIARosa Maria Pereira de Carvalho*Joaquim Machado**RESUMO: Os contratos de autonomia inscrevem-se num contexto mais amplo de estudoque é a descentralização da administração educativa e estão intimamente relacionadoscom novos modos de regulação da ação pública e com uma nova forma de governaçãodas escolas.Neste estudo, cujos principais resultados aqui apresentamos, utilizamos uma abordagemqualitativa para compreender o processo de contratualização da autonomia dasescolas em Portugal, procedemos à análise dos contratos de autonomia assinados em10 de setembro de 2007 e de outros documentos produzidos e ouvimos a opinião dos22 diretores de escolas ou agrupamentos com contrato e um dirigente de cada direçãoregional de educação.A governação por contrato constitui um modo de regulação das políticas educativas eda ação do Estado na educação que se enquadra numa perspetiva de desenvolvimentoorganizacional das escolas e se legitima através dos objetivos de melhoria da escola, dequalidade do serviço público de educação e de melhoria dos resultados da aprendizagemdos alunos.PALAVRAS-CHAVE: autonomia, contratualização, governação, competências.* <strong>Universidade</strong> <strong>Católica</strong> <strong>Portuguesa</strong>, Porto (rosampcarvalho@gmail.com).** <strong>Universidade</strong> <strong>Católica</strong> <strong>Portuguesa</strong>, Porto (jomachado@porto.ucp.pt).Governação da escola e contratos de autonomia5


Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional, vol. 10, 2011, pp. 25-48A RETÓRICA DOS PROJETOS,AS SINGULARIDADES ORGANIZACIONAISE AS LÓGICAS DE AÇÃO*Ana de Lurdes Videira Sérgio**José Matias Alves***RESUMO: O estudo realizado permitiu a compreensão e o conhecimento do modo comose articulam os projetos estruturantes da organização escolar, PEE e PCE, e o seuimpacto no planeamento da ação pedagógica e na gestão do currículo consubstanciadosno mapa anual de atividades. Ao longo do processo de investigação, analisámosas culturas de trabalho e o tipo de lógicas supervisivas presentes, nos departamentose grupos disciplinares, nas fases de conceção, implementação e avaliação dos projetosatendendo aos constrangimentos e potencialidades sinalizadas pelos atores, bem comoàs propostas de melhorias enunciadas para o quadro organizacional em presença.A abordagem teórica possibilitou-nos uma incursão sobre os conceitos de escola,autonomia, projeto, supervisão, culturas e modelos organizacionais. Na vertente empírica,o estudo baseou-se numa metodologia qualitativa sustentada na realização deentrevistas semiestruturadas aos atores-chave, análise de conteúdo da esfera documental,observação empírica, constituição de um diário de campo e análise de atas eplanificações anuais de diferentes grupos disciplinares.O tratamento e a triangulação dos dados colhidos permitiu extrair evidências eencontrar respostas para as questões de investigação inicialmente traçadas. As conclusõesretiradas permitiram destacar o carácter essencialmente retórico dos projetose a sua débil articulação à praxis organizacional. Foi também possível analisar e* O presente artigo baseia-se num trabalho de investigação efetuado no âmbito de uma dissertaçãode mestrado em Ciências da Educação, especialização em Supervisão Pedagógica e Avaliação deDocentes, concluída em 2011 na <strong>Universidade</strong> <strong>Católica</strong> <strong>Portuguesa</strong>.** Escola Secundária com Terceiro Ciclo do Ensino Básico de Matias Aires (Sintra).*** Faculdade de Educação e Psicologia da <strong>Universidade</strong> <strong>Católica</strong> <strong>Portuguesa</strong>.A retórica dos projetos, as singularidades organizacionais e as lógicas de ação25


compreender o conjunto de razões que conduzem, em contexto, ao predomínio deculturas de trabalho pouco colegiais e colaborativas, à débil presença de mecanismosde supervisão e à escassez de culturas de autorregulação e autoavaliação das práticasinstitucionais.PALAVRAS-CHAVE: escola, autonomia, projetos, supervisão.26 Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional 10/2011


Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional, vol. 10, 2011, pp. 49-77O IMPACTO DO PROJETO “TURMAS MAIS SUCESSO”AO NÍVEL DA INSTRUÇÃO, DA ESTIMULAÇÃOE DA SOCIALIZAÇÃO DOS ALUNOSLúcia Anabela Sorte Teixeira*José Luís A. Gonçalves**RESUMO: Este artigo sintetiza um estudo de caso realizado na Escola Secundária doCastêlo da Maia (ESCM), que investigou o impacto que o projeto de combate aoinsucesso escolar denominado “Turmas Mais Sucesso” (TSM) teve sobre a instrução, aestimulação e a socialização dos alunos de baixo rendimento. O projeto, desenvolvidono terreno desde 2006-07, tem por base uma metodologia de constituição de turmasdo ensino básico assente na análise cuidada do historial escolar do aluno, agrupandona mesma turma os alunos com dificuldades anteriores a três disciplinas fundamentais:Português, Matemática e Inglês. Esta opção de constituir turmas relativamente “homogéneas”traduz uma aposta nem sempre consensual na investigação educacional. Mas,como os resultados do estudo o evidenciam, o sucesso nestas turmas foi potenciadopor um conjunto de fatores conjugados de ordem pedagógico-didática, administrativae de recursos humanos. No que respeita ao impacto do projeto sobre os resultados dainstrução dos alunos, é forçoso concluir que o mesmo foi um sucesso, uma vez quenenhum aluno ficou retido no final do ciclo, tendo esta dimensão sido avaliada positivamentepor todos os intervenientes. Em relação à estimulação, embora o resultadoglobal seja positivo, há menor convergência de opiniões concordantes e são os professoresquem avalia menos positivamente este aspeto. O impacto do projeto na socializaçãodos alunos é avaliado positivamente por todos os intervenientes, exceto pelos professoresque avaliam menos favoravelmente alguns dos indicadores desta dimensão.PALAVRAS-CHAVE: (in)sucesso educativo, instrução, estimulação, socialização.* Escola Secundária do Castêlo da Maia (luciasorte@gmail.com).** Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti (joseluis@esepf.pt).O impacto do projeto “Turmas mais Sucesso” ao nível da instrução, da estimulação e da socialização dos alunos 49


Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional, vol. 10, 2011, pp. 79-121A ESTRUTURA MODULAR NOS CURSOS PROFISSIONAISDAS ESCOLAS SECUNDÁRIAS PÚBLICAS:DO MODELO CURRICULAR ÀS PRÁTICAS.UMA INVESTIGAÇÃO COLABORATIVALuísa Orvalho*Luísa Alonso**RESUMO: A inovação curricular refere-se tanto aos processos de conceção do currículo,como aos do seu desenvolvimento. Este artigo apresenta uma súmula da investigaçãode âmbito de Doutoramento em Ciências da Educação 1 – uma investigação qualitativado tipo estudo de caso, assente numa abordagem metodológica de aproximação àinvestigação-ação colaborativa (I-AC), efetuada em duas escolas secundárias públicas(ESP), nos anos escolares 2008-09 e 2009-2010. Com o estudo pretendeu-se identificaros constrangimentos e os fatores críticos de sucesso escolar que a generalizaçãoacelerada dos cursos profissionais, criados pela Reforma do Ensino Secundário, gerou,bem como os planos de intervenção, de reestruturação e de melhoria de aplicação daestrutura curricular modular (EM) que será preciso introduzir, para que as práticasorganizativas, pedagógicas e de avaliação se desenvolvam em coerência com o modeloteórico preconizado e posto em prática nas escolas profissionais. Utilizaram-se múltiplastécnicas de recolha de dados como a observação direta e participante, as notas decampo registadas num diário de bordo, as entrevistas presenciais, os guiões e roteirosde reflexão e a análise documental. A análise dos dados fez-se através da análisede conteúdo de todos estes registos. O referencial de análise adotado – O ModeloIntegrado de Inovação para Gerir a Mudança Curricular na Escola Pública com Cursos* Facul dade de Educação e Psicologia, UCP, Centro Regional do Porto (lorvalho@porto.ucp.pt).** Instituto de Educação, <strong>Universidade</strong> do Minho (alonso@ie.uminho).1Orvalho, L. (2010). A Estrutura Modular nos Cursos Profissionais das Escolas SecundáriasPúblicas: Do modelo curricular às práticas. Dois estudos de caso. Dissertação de Doutoramento,Faculdade de Educação e Psicologia, <strong>Universidade</strong> <strong>Católica</strong> <strong>Portuguesa</strong>, Porto. Tese orientada pelaProfessora Doutora Maria Luísa García Alonso, Instituto de Educação, <strong>Universidade</strong> do Minho.A estrutura modular nos cursos profissionais das escolas secundárias públicas...79


Profissionais – assenta em quatro eixos: desenvolvimento curricular modular, desenvolvimentoprofissional dos professores, desenvolvimento organizacional da escola edesenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. Considera-se que com estapesquisa os objetivos inicialmente definidos foram amplamente alcançados, abrindo--se assim uma janela mais ampla para se poder observar a forma como a EM está a serapropriada pelos professores e concretizada nas ESP e, deste modo, criar oportunidadespara construir novas propostas de melhoria.PALAVRAS-CHAVE: cursos profissionais nas escolas secundárias públicas, estruturamodular, inovação e mudança curricular no ensino profissional, Investigação-AçãoColaborativa (I-AC).O ensino secundário profissional nasceu, antes de mais, por um imperativoético. Ao concretizá-lo seguiu-se um caminho novo, uma outrapolítica de educação... Aceite o desafio, foi preciso construir outro modelo.(Azevedo, 2009)80 Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional 10/2011


Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional, vol. 10, 2011, pp. 123-138QUESTIONÁRIO SOBRE HIPERATIVIDADEPARA PROFESSORESMaria Leal*Pedro Dias**RESUMO: A construção do Questionário sobre Hiperatividade para Professores (QHP)fundamentou-se no propósito de recolher dados sobre o conhecimento dos professoresacerca da Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção, no âmbito de umestudo académico. Neste sentido, foi necessário construir um instrumento para operacionalizaras seguintes variáveis: conhecimento dos professores acerca da PHDA,estratégias utilizadas face à problemática, comportamento do aluno e sua realizaçãoacadémica. De forma a avaliar as características psicométricas do QHP, a consistênciainterna das trinta e quatro questões relacionadas com o conhecimento do docente faceà PHDA foi avaliada através do alpha de Cronbach, após a aplicação do QHP junto deuma amostra de 167 professores. O valor de alpha encontrado foi de 0.82, conferindodesta forma uma boa consistência interna do QHP.PALAVRAS-CHAVE: questionário, consistência interna, hiperatividade, professores.Questionário sobre hiperatividade para professores123


Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional, vol. 10, 2011, pp. 139-155FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA INVESTIGAÇÃOPORTUGUESA – UM OLHAR SOBRE A FUNÇÃODO PROFESSOR E O CONHECIMENTO PROFISSIONAL*Maria do Céu Roldão**RESUMO: A investigação disponível sobre formação de professores tem sido relativamenteabundante em Portugal desde o início da década de 1990. Neste artigo percorrem-seas conclusões de algumas das revisões de pesquisa sobre formação de professoresrealizadas desde então, problematizando a sua análise em torno da representaçãoque nos devolvem sobre o que é ser professor na viragem do milénio – função docentee organização do trabalho de ensinar – e quais as conceções mais visíveis sobre a natureza,a construção e o uso do conhecimento necessário ao seu exercício.Procedeu-se a uma seleção de três revisões de pesquisa publicada (2004; 2005; 2006),com incidência temporal entre o início dos anos 1990 e 2006, e enfoque temáticosobre formação inicial e contínua, supervisão e identidade, e ainda organização dotrabalho docente nas escolas.Os traços dominantes resultantes do confronto destas revisões apontam para a necessidadede clarificar as linhas de pesquisa sobre formação, os conceitos associados ànatureza da função e o saber do profissional que é sujeito da formação, e a superaçãoda dicotomia teoria-prática nas abordagens da temática definidora do campo. No planometodológico assinala-se o desequilíbrio que se evidencia nas revisões analisadas resultanteda predominância de estudos de caso e descritivos, orientados mais para conceçõesque para a ação docente e formativa existente, que constitui outro fator de dificuldade naconsolidação da pesquisa sobre formação.PALAVRAS-CHAVE: formação de professores, conhecimento profissional, função docente.* Artigo anteriormente publicado na Revista de Formação Docente, n.º 1, 2009, SP, Brasil, queautorizou a sua republicação.* <strong>Universidade</strong> <strong>Católica</strong> <strong>Portuguesa</strong>.Formação de professores na investigação portuguesa...139


Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional, vol. 10, 2011, pp. 157-174RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA: PERCEÇÕES DE PAISE PROFESSORES RELATIVAMENTE ÀS PRÁTICAS DEENVOLVIMENTO PARENTAL NA ESCOLAInês Fontes*Madalena Boissel**Lurdes Veríssimo***Elisa Veiga****RESUMO: A relação Família-Escola contribui de forma inequívoca para o sucesso escolardos alunos (Epstein, 1995). Desta forma, importa conhecer quais as práticas de relaçãoFamília-Escola e compreender quais os fatores que facilitam e quais os que bloqueiamesta relação. Participaram neste estudo seis diretores de turma (DT) do 9.º ano e dozepais destes alunos, que frequentavam três estabelecimentos de ensino privado da áreametropolitana do Porto. A recolha de dados foi realizada através de uma entrevista semi--estruturada, procurando-se aceder à experiência individual de cada um destes elementos,privilegiando uma lógica indutiva e interpretativa. Os resultados apontam no sentido deos DT valorizarem o papel dos pais no processo educativo dos seus filhos, criando diversasoportunidades para a participação dos mesmos, ajustando as formas de comunicação epromovendo o seu envolvimento. Esta atitude positiva dos DT, que procuram ajustar-se àsdisponibilidades dos pais, é percecionada por estes como facilitadora da relação, sendo oscontactos informais muito valorizados por pais e professores. No final são apontadas limitaçõesresultantes no número dos participantes envolvidos e especificidade do contexto.PALAVRAS-CHAVE: família, escola, comunicação, envolvimento.* Autora de correspondência. Faculdade de Educação e Psicologia da <strong>Universidade</strong> <strong>Católica</strong><strong>Portuguesa</strong> (UCP), Porto (ines_fontes@live.com.pt).** Autora de correspondência. Faculdade de Educação e Psicologia da UCP, Porto (madalena.boissel@gmail.com ).*** Faculdade de Educação e Psicologia da UCP, Porto (lverissimo@porto.ucp.pt).**** Faculdade de Educação e Psicologia da UCP, Porto (eveiga@porto.ucp.pt).Relação família-escola...157


Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional, vol. 10, 2011, pp. 175-193RELAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA. DESOCULTAROBSTÁCULOS/ADEQUAR ESTRATÉGIASMaria Martins de Sousa*Teresa Sarmento**RESUMO: O fraco envolvimento dos encarregados de educação na vida escolar dos seuseducandos, sendo um problema sentido por toda a comunidade educativa, de modoparticular as escolas e os professores, é um fenómeno que tem suscitado a atenção devários investigadores, bem como do próprio poder político, visível na vasta publicaçãode estudos científicos e na abundante produção normativa de que tem sido alvo nosúltimos anos.O estudo apresentado, desenvolvido no âmbito de dissertação de mestrado emAdministração e Organização Escolar, orientada pela Professora Doutora TeresaSarmento, teve como objetivo caracterizar a relação escola-família numa escola dos 2.ºe 3.º ciclos da zona centro do país. Para tal, foi auscultada a perceção duma amostra deencarregados de educação e diretores de turma, através da aplicação de questionáriose entrevistas. Neste artigo são apresentados os resultados no que respeita ao nível decomunicação dos encarregados de educação com o diretor de turma, as áreas em quedeveria ser maior a sua participação, os constrangimentos a essa participação/envolvimento,bem como algumas estratégias a desenvolver pela escola. Os dados sugerem aexistência de dificuldades decorrentes quer das dinâmicas e limitações familiares, querda cultura organizacional e funcional da escola.PALAVRAS-CHAVE: educação, escola, família, comunicação, parceria, envolvimento.* Doutoranda em Ciências da Educação (mariamartinssousa@gmail.com).**Professora Auxiliar, Instituto de Educação, <strong>Universidade</strong> do Minho (tsarmento@ie.uminho.pt).Relação escola-família. Desocultar obstáculos/adequar estratégias175


Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional, vol. 10, 2011, pp. 195-211ESTRATÉGIAS DE DISCIPLINA MATERNAEM GRUPOS DE RISCO E NÃO RISCOMaria João Coelho*Mariana Negrão**Pedro Dias***Elisa Veiga****RESUMO: O presente estudo teve como objetivo caracterizar e comparar dois gruposde mães – o grupo de risco psicossocial e o grupo de não risco – relativamente àsestratégias de disciplina utilizadas com crianças entre os 12 e os 48 meses. Recorreu-sea uma metodologia observacional que consistiu na filmagem da interação das mãescom os respetivos filhos em duas tarefas distintas: “arrumar” e “não mexer”. Estesmomentos foram avaliados e classificados de acordo com as Escalas de Van der Mark,Van IJzendoorn e Bakermans-Kranenburg para estratégias de disciplina positiva ecoerciva (2002). Nos principais resultados deste estudo observa-se um padrão emque as mães do grupo de risco psicossocial utilizam mais frequentemente estratégiasde disciplina coerciva, enquanto as mães do grupo de não risco recorrem com maiorfrequência a estratégias de disciplina positiva.PALAVRAS-CHAVE: estratégias de disciplina positiva e coerciva, risco psicossocial, metodologiaobservacional.* <strong>Universidade</strong> <strong>Católica</strong> <strong>Portuguesa</strong>, Porto (mariajoaofc@gmail.com).** <strong>Universidade</strong> <strong>Católica</strong> <strong>Portuguesa</strong>, Porto (mnegrao@porto.ucp.pt).*** <strong>Universidade</strong> <strong>Católica</strong> <strong>Portuguesa</strong>, Porto (pdias@porto.ucp.pt).**** <strong>Universidade</strong> <strong>Católica</strong> <strong>Portuguesa</strong>, Porto (eveiga@porto.ucp.pt).Estratégias de disciplina materna em grupos de risco e não risco195


Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional, vol. 10, 2011, pp. 213-231PERCEÇÕES DE PAIS SOBRE O USODE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS NA ADOLESCÊNCIA– UM ESTUDO QUALITATIVOFilipa Archer Barradas*Maria Carmo Carvalho**Lurdes Veríssimo***RESUMO: O artigo apresenta uma investigação cujo objetivo principal foi caracterizaras perceções de pais de adolescentes a respeito do uso de substâncias psicoativas naadolescência, os fatores protetores percebidos como mais eficazes e as estratégiaseducativas contempladas em caso de consumo. Partindo-se do reconhecimento dacentralidade do papel parental na promoção da proteção e da prevenção do riscoassociado ao desenvolvimento na adolescência e nas lacunas ainda existentes nodomínio do conhecimento das perceções parentais, desenvolveu-se um estudoqualitativo que entrevistou uma amostra de conveniência constituída por N=9, paise mães de adolescentes de idades variadas (entre os 13 e os 18 anos), através de umprocedimento semiestruturado auxiliado por guião concebido para o efeito. Os dadosforam analisados através do método da análise de conteúdo, com suporte do softwarede análise de dados qualitativos NVivo8.O estudo permitiu caracterizar um conjunto de conteúdos relevantes para conhecer aforma como cada um dos participantes interpreta o fenómeno. Os resultados indicamque o papel parental na promoção de competências sociais e pessoais no adolescente épor vezes negligenciado, o que poderá comprometer a eficaz prevenção de comportamentosde risco no adolescente a partir da esfera familiar.PALAVRAS-CHAVE: perceções, pais, substâncias psicoativas (SPA), adolescência.* FEP-UCP, Porto (fbarradas@porto.ucp.pt).** FEP-UCP, Porto (mccarvalho@porto.ucp.pt).*** FEP-UCP, Porto (lverissimo@porto.ucp.pt).Perceções de pais sobre o uso de substâncias psicoativas na adolescência – Um estudo qualitativo213


Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional, vol. 10, 2011, pp. 233-251O SENTIMENTO DE SÍSIFO:EXPERIÊNCIAS DE NÃO EMPREGO SUBJETIVADASPOR ADULTOS SOBREQUALIFICADOSJosé Pedro Amorim*Joaquim Azevedo**Luís Imaginário***Joaquim Luís Coimbra***RESUMO: Nas sociedades ocidentais contemporâneas, parece assistir-se a um agravamentodo sentimento de incerteza, a uma diminuição da coesão social e, simultaneamente,a um aumento das alternativas vocacionais e das possibilidades de escolha. Oobjetivo da investigação cujo projeto aqui se apresenta tem que ver, então, com a formacomo os adultos licenciados (ou com qualificação superior) se percecionam face asituações de não emprego, ou seja, quando não conseguem obter emprego no seu nívele/ou área de formação. Para além disso, importará compreender quais as estratégiasimplementadas pelos sujeitos para lidar com essas transições desenvolvimentais.Pensa-se que este trabalho se reveste de pertinência científica, porquanto é um problemapouco estudado em Portugal, e social, também, pelo facto de se referir a umconjunto significativo de desempregados, a que acrescem os números de “inativos”(disponíveis e desencorajados) e do subemprego (visível e percebido) não contabilizadosnas estatísticas oficiais.PALAVRAS-CHAVE: sobrequalificação, ensino superior, emprego, educação e formação de adultos.* <strong>Universidade</strong> <strong>Católica</strong> <strong>Portuguesa</strong>. Investigador com Bolsa de Doutoramento da Fundação paraa Ciência e Tecnologia (SFRH/BD/63677/2009) (jamorim@porto.ucp.pt).** <strong>Universidade</strong> <strong>Católica</strong> <strong>Portuguesa</strong> (jazevedo@porto.ucp.pt).*** Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da <strong>Universidade</strong> do Porto (l.imaginario@netcabo.pt).**** Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da <strong>Universidade</strong> do Porto (jcoimbra@fpce.up.pt).O sentimento de Sísifo: experiências de não emprego subjetivadas por adultos sobrequalificados233


Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional, vol. 10, 2011, pp. 253-267COMO SOBREVIVER À APRENDIZAGEMAO LONGO DA VIDA COMO BLAME POLICIESDO MUNDO MODERNOÂngela Bragança*José Manuel Castro**Joaquim Luís Coimbra***RESUMO: Não há como negar, hoje em dia, a evidência de um discurso disseminadoe globalizante, que afirma a importância central da promoção da aprendizagem aolongo da vida. Em Portugal, este discurso tem tomado forma numa aposta políticaestratégica na qualificação dos cidadãos portugueses adultos, a qual acarreta um, tambéminegavelmente elevado, investimento financeiro das políticas atuais no ProgramaOperacional Potencial Humano, concretizadas na Iniciativa Novas Oportunidades(INO). Os primeiros estudos da avaliação externa, desenvolvidos pela <strong>Universidade</strong><strong>Católica</strong> <strong>Portuguesa</strong> (Valente, Carvalho & Carvalho, 2009), demonstraram, contudo,que, apesar de a participação na INO promover uma maior disponibilidade ecapacidade para a aprendizagem ao longo da vida, os ganhos são mais significativosna motivação dos adultos do que na sua participação efetiva em ações de educação eformação. Na análise dos fatores potenciadores ou inibidores desta participação, propõe-sea necessidade de desenvolver uma teoria integradora das influências multidirecionaisde diversas variáveis, capaz de se distanciar de uma abordagem unicamenteresponsabilizadora do indivíduo pela não participação. Sugere-se ainda a importânciade promover respostas de orientação vocacional com vista a apoiar o sujeito na gestãodas suas trajetórias de aprendizagem e ao nível da construção de significados.PALAVRAS-CHAVE: aprendizagem ao longo da vida, adultos, orientação vocacional.* Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da <strong>Universidade</strong> do Porto (UP) (pdpsi08005@fpce.up.pt).** Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UP (jcastro@fpce.up.pt).*** Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UP (jcoimbra@fpce.up.pt).Como sobreviver à aprendizagem ao longo da vida como blame policies do mundo moderno253


Revista <strong>Portuguesa</strong> de Investigação Educacional, vol. 10, 2011, pp. 269-289PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADESDE APRENDIZAGEM NÃO FORMALE QUALIDADE DE VIDA EM ADULTOS E IDOSOS *Filipa Cordeiro**RESUMO: Em Portugal, à semelhança de outros países, tem-se vindo a assistir à proliferaçãode <strong>Universidade</strong>s Seniores. Estas constituem um espaço de excelência de aprendizagemao longo da vida, promovendo o desenvolvimento contínuo daqueles que asfrequentam, contribuindo para um envelhecimento ativo e consequentemente, para amelhoria da qualidade de vida dos seniores. Os dados presentes na literatura apontamno sentido de as <strong>Universidade</strong>s Seniores terem um impacto positivo na qualidade devida dos seniores, nomeadamente ao nível do seu bem-estar psicológico e social, contribuindopara a sua autonomia e integração na sociedade. Neste sentido, considerou--se pertinente investigar a relação entre a frequência de <strong>Universidade</strong>s Seniores e aqualidade de vida, com recurso ao Instrumento de Avaliação da Qualidade de Vida(IAQdV) (Fonseca, Paúl & Teles, 2007).Com uma amostra de 48 seniores e recorrendo a uma metodologia quantitativa, pôdeverificar-se um impacto favorável na qualidade de vida dos seniores que frequentavamatividades de aprendizagem não formal em nas universidades mencionadas. Estamelhoria na qualidade de vida verifica-se sobretudo ao nível das categorias RelaçõesSociais e Bem-estar psicológico, presentes no IAQdV.PALAVRAS-CHAVE: envelhecimento, qualidade de vida, aprendizagem ao longo da vida,atividades de aprendizagem não formal e <strong>Universidade</strong>s Seniores.* Este artigo resultou do estudo realizado no âmbito da Dissertação de Mestrado em Psicologia,especialização em Psicologia da Educação e Orientação apresentado pela autora na <strong>Universidade</strong><strong>Católica</strong> do Porto, em julho de 2010, sob orientação do Professor Doutor António Maria Fonseca.** AMF (filipaspcordeiro@gmail.com).Participação em atividades de aprendizagem não formal e qualidade de vida em adultos e idosos269

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!