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Simone Santos de Lima.pdf - Universidade Católica de Brasília

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Pró- Reitoria <strong>de</strong> GraduaçãoCurso <strong>de</strong> EnfermagemTrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> CursoGERENCIAMENTO DE RESÍDUOS NO PROCESSO DETATUAGEM NO DISTRITO FEDERALAutora: <strong>Simone</strong> <strong>Santos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lima</strong>Orientadora: Profª Drª Maria do Socorro Nantua EvangelistaBrasília - DF2011


SIMONE SANTOS DE LIMAGERENCIAMENTO DE RESÍDUOS NO PROCESSO DE TATUAGEM NODISTRITO FEDERALMonografia apresentada ao curso <strong>de</strong>graduação <strong>de</strong> Enfermagem daUniversida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Brasília, comorequisito parcial para a obtenção do Título<strong>de</strong> Bacharel em Enfermagem.Orientador: Profª Drª Maria do SocorroNantua EvangelistaBrasília-DF2011


3Monografia <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> <strong>Simone</strong> <strong>Santos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lima</strong>, intitulada“GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS NO PROCESSO DE TATUAGEM NODISTRITO FEDERAL”, apresentada como requisito para obtenção do grau <strong>de</strong>Bacharel em Enfermagem da Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Brasília, em 18 <strong>de</strong> novembro<strong>de</strong> 2011, <strong>de</strong>fendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:____________________________________________________Profª Drª Maria do Socorro Nantua EvangelistaEnfermagem- UCB_____________________________________________________Profª Msc. Silene Ribeiro Miranda BarbosaEnfermagem- UCB_____________________________________________________Profª Msc Fernanda Monteiro <strong>de</strong> Castro Fernan<strong>de</strong>sEnfermagem- UCBBrasília2011


4“Quero ficar no teu corpo feito tatuagemque é pra te dar coragem prá seguirviagem quando a noite vem[... ].Quero sera cicatriz risonha e corrosiva marcada afrio, a ferro e fogo em carne viva[...].[...] Arpões, sereias e serpentes Que terabiscam o corpo todo Mas nãosentes[...]”Chico Buarque


5RESUMO:LIMA, <strong>Simone</strong> <strong>Santos</strong>. Gerenciamento <strong>de</strong> resíduos no processo <strong>de</strong> tatuagem noDistrito Fe<strong>de</strong>ral. 2011. 69p. Enfermagem – Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Brasília,Brasília, 2011.O gerenciamento dos resíduos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro dos ateliês, bem como a <strong>de</strong>stinaçãofinal <strong>de</strong>stes Resíduos Sólidos (RS) é uma das maiores preocupações no que tange àbiossegurança e aos riscos <strong>de</strong> contaminação para profissionais e usuários. Trata-se<strong>de</strong> uma análise transversal com aplicação <strong>de</strong> questionário para <strong>de</strong>zoito profissionaisque trabalhavam em ateliês <strong>de</strong> tatuagem no Distrito Fe<strong>de</strong>ral. Houve aprovação doestudo pela SES-DF Parecer nº 104/2011. Os entrevistados eram homens, a maioriacom nível superior e ida<strong>de</strong> entre 18 a 43 anos. Quanto ao gerenciamento <strong>de</strong>resíduos no processo <strong>de</strong> tatuagem, não existiam normas acerca do manejo dos RS,dos processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfecção e esterilização <strong>de</strong> materiais, bem como <strong>de</strong> <strong>de</strong>scartedos resíduos naqueles serviços. O conhecimento e uso dos Equipamentos <strong>de</strong>Proteção Individual (EPI’s) pelos tatuadores eram limitados ao uso <strong>de</strong> máscaras eluvas. Em relação ao esquema vacinal da hepatite B a maioria se encontravaincompleto. Conclui-se que falta norma <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong>sses resíduos nosateliês <strong>de</strong> tatuagem do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, apontando risco à saú<strong>de</strong> dos tatuadores eusuários.Palavras Chave: Tatuagem. Biossegurança. Gerenciamento <strong>de</strong> resíduos.


6ABSTRACTLIMA, <strong>Simone</strong> <strong>Santos</strong>. Waste management in the process of tattooing in theFe<strong>de</strong>ral District. 2011. 69p. Nursing - Catholic University of Brasilia, Brasilia, 2011.The waste management of health within the workshops, as well as to the finaldisposal of Solid Waste (RS) is one of the greatest concerns in terms of biosecurityand the risk of contamination to professionals and users. It is a cross-sectionalanalysis with application of a questionnaire to 18 professionals who have worked instudios of tattoo in the Fe<strong>de</strong>ral District. There was approval of the study by SES-DFOpinion no 104/2011. The interviewees were men, the majority with higher level andage between 18 and 43 years. As for the management of waste in the process oftattooing, there were no rules about the handling of the RS, the processes ofdisinfection and sterilization of materials, as well as for disposal of waste in thoseservices. The knowledge and use of Personal Protective Equipment (PPE's) bytatuadores were limited to the use of masks and gloves. In relation to the schedule ofhepatitis B vaccine the majority was incomplete. It appears that lack standard ofmanagement of these residues in workshops to tattoo of the Fe<strong>de</strong>ral District, pointingrisk the health of tatuadores and users.Keywords: Tattoo. Biosafety. Waste management.


7LISTA DE ILUSTRAÇÕESQuadro 1 - Símbolos que i<strong>de</strong>ntificam os grupos <strong>de</strong> resíduos 28Figura 1- Frequência <strong>de</strong> tatuadores por grupo etário no DistritoFe<strong>de</strong>ral, 2011Figura 2: Grau <strong>de</strong> instrução dos tatuadores no Distrito Fe<strong>de</strong>ral,2011Figura 3: Tempo <strong>de</strong> profissão dos tatuadores no Distrito Fe<strong>de</strong>ral,2011Figura 4: Número <strong>de</strong> doses recebidas pelos tatuadores no DistritoFe<strong>de</strong>ral, 2011Figura 5: Locais que os tatuadores receberam treinamento sobrebiossegurança no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, 2011Figura 6: Reutilização da lâmina <strong>de</strong> barbear pelos tatuadores noDistrito Fe<strong>de</strong>ral, 2011Figura 7: Uso do avental pelos tatuadores no Distrito Fe<strong>de</strong>ral,201142424344464748Figura 8: Uso <strong>de</strong> óculos pelos tatuadores no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, 2011 48Figura 9: Frequência da realização dos testes nas autoclaves dosateliês no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, 2011Figura 10: Frequência <strong>de</strong> manutenção das autoclaves nos ateliês<strong>de</strong> tatuagem do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, 2011Figura 11: Destinação final dos resíduos sólidos nos ateliês <strong>de</strong>tatuagem do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, 2011515253


8ÍNDICELISTA DE ILUSTRAÇÕES ..................................................................................................... 7ÍNDICE ....................................................................................................................................... 81 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 101.1 Conceituação ..................................................................................................................... 101.2 Histórico ............................................................................................................................ 101.3 Significados da tatuagem .................................................................................................. 151.4 Biossegurança e Controle <strong>de</strong> infecção ............................................................................. 161.5 Os riscos para a saú<strong>de</strong> e as doenças transmissíveis .......................................................... 201.6 O processamento <strong>de</strong> artigos utilizados na realização <strong>de</strong> tatuagem ................................. 221.7 Esterilização por calor úmido ............................................................................................ 251.8 Invólucros para esterilização ............................................................................................. 251.9 A legislação RDC/ ANVISA ................................................................................................. 261.9.1 Resíduos sólidos <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do Distrito Fe<strong>de</strong>ral ............................................. 322 Justificativa ......................................................................................................................... 352.1 Questão norteadora ...................................................................................................... 352.2 Hipótese ........................................................................................................................ 362.3 Objetivo geral ................................................................................................................ 362.4 Objetivos específicos ..................................................................................................... 363 METODOLOGIA ................................................................................................................. 373.1 Tipo <strong>de</strong> estudo ................................................................................................................... 373.2 Local .................................................................................................................................. 373.3 Sujeitos e Amostra ............................................................................................................ 373.4 Critérios <strong>de</strong> inclusão .......................................................................................................... 383.5 Critérios <strong>de</strong> exclusão ......................................................................................................... 383.6 Técnicas e instrumentos para a coleta <strong>de</strong> dados .............................................................. 38


93.7 Análise dos dados .............................................................................................................. 393.8 Aspectos éticos da pesquisa .............................................................................................. 394 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÂO ........................................... 417 RECOMENDAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 568 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 579 ANEXOS .............................................................................................................................. 619.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ....................................................... 619.2 Questionário ...................................................................................................................... 639.3 Parecer do Comitê <strong>de</strong> ética em pesquisa .......................................................................... 66


101 INTRODUÇÃO1.1 ConceituaçãoPara realizar a tatuagem, em seus primórdios, os tatuadores introduziama tinta na pele por meio <strong>de</strong> ossos finos ou <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> tubarão, como agulhas emartelo <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, emitindo então o som “tatau” que <strong>de</strong>u origem ao nome<strong>de</strong>ssa prática. De acordo com ISIHI (2010) esse termo foi inventado pelocapitão James Cook 1 consi<strong>de</strong>rado o pai da “tattoo”, em 1767, palavraconhecida também como o “som que era projetado pelo feito na confecção datatuagem”.Atualmente se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>finir tatuagem ou <strong>de</strong>rmopigmentação, (“<strong>de</strong>rmo”=pele; “pigmentação”= ato <strong>de</strong> pigmentar ou colorir), como uma das formas <strong>de</strong>modificação do corpo mais conhecida e cultuada no mundo. Para Zocoli (2007)trata-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos permanentes realizados sobre a pele humana, cujaaplicação é na via subcutânea, por meio <strong>de</strong> pigmentos, pela introdução <strong>de</strong>agulhas.1.2 HistóricoExistem muitas datas prováveis para a origem da tatuagem, porém,po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que as primeiras tatuagens surgiram por volta <strong>de</strong> 12000a.C. sendo difundida para as gerações seguintes. Segundo Lise ecolaboradores (2010) a prática <strong>de</strong> tatuagem é antiga, pois há o registro <strong>de</strong>tatuagens encontradas em múmias no período <strong>de</strong> 2000 e 4000 a.C.Mirela Berger (2007) afirma que a pintura é a representação por meio <strong>de</strong><strong>de</strong>senhos e existe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos das cavernas, em que os gruposrepresentavam suas vivências sobrenaturais ou vida cotidiana, pintando ocorpo, figurando já naquela época a existência <strong>de</strong> homens tatuados. De acordo1 James Cook foi um navegador, explorador e cartógrafo inglês no século XVIII.


11com Ferreira (2003) existe a hipótese <strong>de</strong> que a tatuagem surgiu como marcasinvoluntárias adquiridas em guerras ou caças, <strong>de</strong> forma a gerar orgulho aohomem que as possuísse, caracterizando um reconhecimento por parte datribo aos indivíduos que as possuíam, por <strong>de</strong>monstrar força e vitória. A partir<strong>de</strong>sses acontecimentos a tatuagem se difundiu entre vários povos, com otempo passou <strong>de</strong> marca involuntária para se tornar uma prática voluntária,representando diferentes momentos da vida e dando ao indivíduo a sensação<strong>de</strong> imortalida<strong>de</strong>, por oferecer a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser reconhecido após a morte,por seus ancestrais, através meio <strong>de</strong>ssas marcas.Para Berger (2007) os registros encontrados comprovam que atatuagem era uma prática comum, sendo usada por vários motivos:diferenciação, status, proteção espiritual, rituais <strong>de</strong> passagem, preparação paraguerra, etc. A múmia mais antiga do mundo com 5.300 anos foi encontrada naItália e possuía diversas tatuagens pelas costas e pernas.No século IV a.C há relatos que os povos da época tinham costumes <strong>de</strong>possuir pigmentos pelo corpo. No século III foram encontradas citaçõesregistradas em latim, <strong>de</strong> um povo <strong>de</strong>nominado “Pictus”, que a<strong>de</strong>riam ao mesmocostume. De acordo com os relatos eles viviam no Norte Europeu e tinhamhábitos <strong>de</strong> fazer <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong>finitivos pelo corpo. Segundo Isihi (2010) essaspráticas eram realizadas porque o povo acreditava que a tatuagem daria maisforça e os <strong>de</strong>senhos ficariam na alma, como uma marca a ser reconhecidapelos antepassados após a morte.Segundo Valera (2009) embora os primórdios da tatuagem estejamlocalizados há séculos antes <strong>de</strong> Cristo, sua introdução no Oci<strong>de</strong>nte ocorresomente no século XVIII, através do contato europeu com as culturas pacíficas.Para o autor vários capitães e marinheiros se interessavam pela arte, comouma forma <strong>de</strong> transformar o próprio corpo em telas, para serem exibidas paraos povos do Oci<strong>de</strong>nte.


12Ainda <strong>de</strong> acordo com o autor, na Europa, o ressurgimento da tatuagemocorreu através do circo, on<strong>de</strong> famílias inteiras tatuavam seus corpos, paraexibição pública como atração, gerando bastante lucro na época.Na Inglaterra a tatuagem ganha espaço no final do século XIX e início doséculo XX, e <strong>de</strong> acordo com Leitão (2004) foi utilizada por marinheiros estandohistoricamente vinculada a marginalida<strong>de</strong> econômica e social.Para Pérez (2006) nessa mesma época a tatuagem era associada aoculto aos <strong>de</strong>uses-<strong>de</strong>moníacos e era praticada durante ritos <strong>de</strong>dicados porfeiticeiros. A prática era comum nas civilizações Maias e Astecas e serviu paraque os cristãos reconhecessem os consi<strong>de</strong>rados bastardos à religião. Elesacreditavam que os possuidores <strong>de</strong>ssas marcas levavam consigo os espíritosmalignos e por isso, <strong>de</strong> acordo com o autor, aqueles que faziam essas marcaseram banidos da Igreja católica na Europa.A primeira maquina elétrica chega ao Brasil em 1959, trazida por KnudHorld Likke Gregersen, conhecido como Lucky tattoo, que teve sua loja nasproximida<strong>de</strong>s do Cais, on<strong>de</strong> se localizava a zona <strong>de</strong> prostituição e a boemia dacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Santos</strong>, São Paulo. Segundo Pérez (2006) a origem da tatuagem noBrasil é marcada pela presença <strong>de</strong> nazistas e prostitutas, trazendo uma visão<strong>de</strong> marginalida<strong>de</strong> da prática, trazendo como consequência muita resistência ediscriminação, especialmente pela forma como o dinamarquês Lucky Tattoointroduziu a tatuagem, associando-a com prostituição e boemia. Segundo oautor a maneira como a tatuagem se inseriu no Brasil contribuiu muito para opreconceito e discriminação gerando uma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> arte marginal.Na década <strong>de</strong> 1960 essa arte foi utilizada por indivíduos que tinham oobjetivo <strong>de</strong> se diferenciar, <strong>de</strong>ntro do contexto social, <strong>de</strong>ixando claro suaintenção <strong>de</strong> viver separados, inserindo novas concepções <strong>de</strong> vida e criando astribos como os hippies, motoqueiros, punks e skinsNo ano <strong>de</strong> 1967, tribos urbanas-roqueiros, motoqueiros, hippes e <strong>de</strong>maneira mais radical, os punks e skins foram apropriando-se <strong>de</strong>sseimaginário adotando a tatuagem como uma marca corporal atravésda qual ostentavam publicamente sua vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> romper com asregras sociais e <strong>de</strong> se situarem <strong>de</strong>liberadamente à margem da própriasocieda<strong>de</strong> (LISSET, 2006, p.180).


13Em 1980 a visão da tatuagem como algo marginal começa a ser<strong>de</strong>scaracterizada, passando a ser vista como uma opção estética procuradapela nova geração. Segundo Valera (2009) a partir <strong>de</strong>ssa época osestabelecimentos começam a ganhar materiais <strong>de</strong>scartáveis e equipamentosespecializados.Para Valera (2010) foi somente na década <strong>de</strong> 1990 que se começou autilizar nos estúdios <strong>de</strong> tatuagem os materiais <strong>de</strong>scartáveis, iniciando uma novaetapa da tatuagem, caracterizada por uma nova imagem do profissionalismo,dotada <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> artística e maior aceitação social.Nos dias atuais a tatuagem é muito bem recebida no mundo da estética,para Isihi (2010) é a manifestação do estilo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> cada ser, que é<strong>de</strong>monstrado por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>marcações no corpo, usadas como nova forma <strong>de</strong>beleza corporal.Me<strong>de</strong>iros (2010) afirma que a tatuagem ainda é associada àmarginalização, isso porque as pessoas que as possuem apresentamcomportamentos arriscados como tabaco, álcool, drogas e vários parceirossexuais. Tal visão não se mostra real, pois com o passar dos anos a extensãono uso da tatuagem atingiu diferentes pessoas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cantoras drogadas (ounão) às pacatas donas <strong>de</strong> casas. Apresentando uma mudança quanto àsmotivações que culminam na utilização das marcas corporais.Para Isihi (2010) um dos motivos que caracterizam essa mudança ocorrea partir do momento que se passa a utilizar equipamentos especializados eestéreis, o que <strong>de</strong>monstra maior acuida<strong>de</strong> e especialização para lidar com aprática da tatuagem. Segundo Jeolás (2010) os tatuadores tem se preocupadocom a biossegurança, ou seja, atualmente existe o cuidado do profissional coma segurança do cliente.Para evitar riscos a Agência Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária (Anvisa),que é um órgão que tem como objetivo promover a proteção da saú<strong>de</strong> dapopulação, por intermédio do controle sanitário, adota a fiscalização <strong>de</strong> todosos ambientes, on<strong>de</strong> são realizadas essas <strong>de</strong>rmopigmentações, a fim <strong>de</strong>


14prevenir danos para a saú<strong>de</strong> dos indivíduos que optem por adquirir essasmarcas. 2De acordo com Ferreira (2006) além <strong>de</strong>ssas medidas, há por parte dosprofissionais, que trabalham com tatuagem, maior preocupação namo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong>ssa prática, uma vez que essa arte tem se tornado uma opção<strong>de</strong> estética, adquirida por diferentes faixas etárias, sexo e status.Mais do que marcar o corpo, a tatuagem torna mais evi<strong>de</strong>nte o que éexterno à ela, pois é através da pele que captamos estímulos externos,eliminamos toxinas e executamos trocas <strong>de</strong> calor. Histologicamente falando ésobre a pele que nos diferenciamos uns dos outros, pois por baixo <strong>de</strong>la somostodos iguais. (BERGER, 2006).É importante salientar que o Distrito Fe<strong>de</strong>ral possui a lei nº 4.398 <strong>de</strong> 27<strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2009, que consta que a arte corporal é uma <strong>de</strong>coraçãopermanente do corpo, realizada por profissionais que fazem tatuagens e outrostipos <strong>de</strong> modificações corporais. Assim, a prática <strong>de</strong> tatuagem é umprocedimento invasivo, com o objetivo <strong>de</strong> pigmentar a pele e o tatuador é oprofissional capacitado para realizar esse procedimento.Isso nos mostra uma preocupação em trazer para a legalização a práticada tatuagem, como forma <strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong>ssa prática que é cada diamais usada. Porém, Lise (2010) afirma que essas iniciativas ainda sãoinsipientes e que até os dias <strong>de</strong> hoje não existe no Brasil uma legislação sobretatuagem a nível fe<strong>de</strong>ral.Com o <strong>de</strong>correr dos anos percebe-se que houve um avanço na práticada tatuagem como <strong>de</strong>marcação do corpo, especialmente para indivíduos queadotam maneiras diferenciadas <strong>de</strong> perceber e enxergar o mundo. Contudo,segundo Isihi (2010), ainda existe um gran<strong>de</strong> caminho a ser percorrido nosentido <strong>de</strong> erradicar a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que tatuagem é algo marginal ou uma arte <strong>de</strong>menor valor.2 Está disponível na Resolução da Diretoria Colegiada – (RDC n°55), <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2008.


151.3 Significados da tatuagemNo início a tatuagem era utilizada nas tribos para diferenciar grupos emostrar amadurecimento físico, mental e espiritual. O indivíduo, ao atingir certaida<strong>de</strong>, passava por um ritual on<strong>de</strong> era obrigado a fazer as marcas corporais(tatuagem). Caso suportasse suas marcas pessoais seria consi<strong>de</strong>rado digno <strong>de</strong>viver naquela comunida<strong>de</strong>. Porém, se não resistisse a dor, seria caçado emorto logo após o ritual “[...] nos rituais <strong>de</strong> preparação as manipulações eramfeitas com o intuito <strong>de</strong> dar ao indivíduo o que lhe faltava para se tornar um sercompleto” (FERREIRA, 2003, p. 81).Osório (2008) diz que atualmente existe diferença <strong>de</strong> gênero construídapela socieda<strong>de</strong> e pela cultura, assim os <strong>de</strong>senhos femininos ten<strong>de</strong>m a serdiferenciados dos <strong>de</strong>senhos masculinos. As imagens escolhidas pelasmulheres costumam ser discretas e <strong>de</strong>licadas, já as masculinas são associadasa um imaginário guerreiro, como samurai, índios ou animais selvagens, <strong>de</strong>ntreoutros que revelem sua masculinida<strong>de</strong>.Campos (2004) afirma que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do gênero, os significados sãodiferentes, <strong>de</strong> acordo com o <strong>de</strong>senho tatuado, po<strong>de</strong>ndo retratar uma<strong>de</strong>claração <strong>de</strong> individualida<strong>de</strong>, sexualida<strong>de</strong>, liberda<strong>de</strong>, paixão, filhos, bens,machismo, frustações, tedio, ódio ou perdas.Moreira e colaboradores (2010) diz que as marcas corporais sãorealizadas na tentativa <strong>de</strong> atrair olhares, <strong>de</strong> fabricar uma estética <strong>de</strong> presença,para que o corpo seja sempre belo, ativo, saudável, jovem e sensual.O corpo é um reflexo da socieda<strong>de</strong> que articula significados sociais enão apenas um complexo <strong>de</strong> mecanismos fisiológicos, assim sendo,é impossível pensar no corpo sem consi<strong>de</strong>rar a pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sentidos que ele engloba. Através <strong>de</strong> seu corpo, o homem conceberelações com o cosmo, com os <strong>de</strong>uses, com os valores centrais <strong>de</strong>seu tempo e lugar, e <strong>de</strong>le se utiliza para proce<strong>de</strong>r a mecanismos <strong>de</strong>inclusão e diferenciação, fazendo do mesmo um indicador <strong>de</strong> status eproclamando através <strong>de</strong>le os valores constitutivos do indivíduo dogrupo. Toda e qualquer socieda<strong>de</strong> utiliza-se <strong>de</strong> formas específicas <strong>de</strong>marcar o corpo <strong>de</strong> seus membros (BERGER, 2006, p.2).


161.4 Biossegurança e Controle <strong>de</strong> infecçãoA preocupação com os riscos para saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve se iniciar com o corretomanuseio <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s biológicas. Tal prática ocorre <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1665 quandoHobert Hooke <strong>de</strong>scobriu através <strong>de</strong> seu microscópio as menores unida<strong>de</strong>svivas e as <strong>de</strong>nominou “bactérias”. Com o passar dos tempos a ciência avançoue estabeleceu medidas <strong>de</strong> precaução para evitar possíveis transmissões <strong>de</strong>patologias (MASTROENI, 2006).Segundo Mastroeni (2006) a origem da biossegurança estáintrinsecamente ligada à aplicação do conhecimento e técnicas com o propósito<strong>de</strong> prevenir a exposição do indivíduo aos agentes potencialmente infecciosos.No que diz respeito ao atendimento do cliente, nos estúdios <strong>de</strong>tatuagem, não é possível i<strong>de</strong>ntificar se ele é portador <strong>de</strong> alguma doençainfectocontagiosa. Portanto, no momento do atendimento, qualquer pessoa<strong>de</strong>ve ser vista como potencialmente infectada, o que necessita <strong>de</strong> medidas ecuidados para o tatuador. Nesse momento entram em cena as medidas <strong>de</strong>biossegurança, uma vez que o risco <strong>de</strong> contaminação está presente (GIR,2004).Sheidt e colaboradores (2006) afirma que as principais fontes <strong>de</strong>transmissão dos microorganismos, em pacientes e profissionais, são asdoenças infecto-contagiosas. Diante <strong>de</strong>sse quadro surge a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seadotar a biossegurança.Segundo Erdtmann (2004,), a biossegurança <strong>de</strong>ve ser vista como umaforma <strong>de</strong> cuidado com a vida, pois é através <strong>de</strong>la que se assegura condiçõesconsi<strong>de</strong>radas saudáveis para as gerações tanto presentes, quanto futuras. Isihi(2010) complementa afirmando que a adoção das normas <strong>de</strong> biossegurançapermite que os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e instituições se capacitem para<strong>de</strong>senvolver suas ativida<strong>de</strong>s, com o nível <strong>de</strong> segurança a<strong>de</strong>quado, tanto paraquem executa a ativida<strong>de</strong> quanto para a comunida<strong>de</strong> que se utiliza <strong>de</strong>sseserviço.


17Para Erdtmann (2004) é importante ressaltar a resolução n° 33, poisesta <strong>de</strong>fine os geradores <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, bem como todos osserviços que prestam atendimento à saú<strong>de</strong> humana ou animal, incluindo atatuagem. Assim segundo Isihi (2010) fica evi<strong>de</strong>nte que <strong>de</strong>ntro dos ateliês <strong>de</strong>tatuagens existem sérios riscos para saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido a presença <strong>de</strong>microrganismos patógenos, principalmente por existir o contato direto comsangue e fluidos corporais dos clientes.Scheidt (2006) afirma que todos os ambientes on<strong>de</strong> existe contato diretocom fluidos corpóreos, durante realizações <strong>de</strong> procedimentos invasivos, pe<strong>de</strong>mmedidas <strong>de</strong> segurança para que os riscos biológicos sejam evitados ouminimizados. Para que isso seja possível, inicialmente é necessário salientar ahigienização das mãos antes e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> colocar as luvas <strong>de</strong>scartáveis.Para Mastroeni (2006) a técnica <strong>de</strong> lavagem das mãos segue umasequência que não é tão simples e corriqueira quanto parece, e por issoprecisa seguir uma or<strong>de</strong>m: a) o primeiro passo é abrir a torneira e molhar asmãos evitando contato com a pia; b) logo <strong>de</strong>pois colocar na palma mão sabãolíquido suficiente para higienizá-las, friccionando-as entre si; c) a mão direita<strong>de</strong>ve ser esfregada com o dorso da mão esquerda e vice-versa; d) se <strong>de</strong>veentrelaçar os <strong>de</strong>dos e friccionar os espaços interdigitais. e) o dorso dos <strong>de</strong>dostambém <strong>de</strong>ve ser esfregado com a palma da mão oposta com movimentos <strong>de</strong>vai-e-vem; f) esfrega-se o polegar direito utilizando-se movimento circular evice-versa, com o auxílio da palma da mão oposta; g) as polpas digitais eunhas da mão esquerda são friccionadas, fazendo movimento circular e viceversa;h)o punho esquerdo é esfregado, com o auxílio da palma da mão direita,utilizando-se <strong>de</strong> movimentos circulares e vice-versa; i) se enxágua as mãosretirando todo os resíduos <strong>de</strong> sabão e evitando contato das mãos ensaboadascom a torneira; j) para finalizar seque as mãos com papel toalha <strong>de</strong>scartável elogo <strong>de</strong>pois os punhos. Descarte o papel toalha numa lixeira (Higienização dasmãos em serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (ANVISA, 2007).Após a realização da higienização das mãos é necessário o uso da luva,para reduzir os riscos <strong>de</strong> contaminação das mãos por sangue.


18Luvas <strong>de</strong> procedimento são usadas quando tem contato com sangue,fluido corpóreo, mucosa e pele não integra, bem como <strong>de</strong>manipulação <strong>de</strong> qualquer material biológico, produtos químicos e nofechamento <strong>de</strong> sacos plásticos <strong>de</strong> resíduos hospitalares; as luvasestéreis são indicadas para procedimentos invasivos e assépticos.Após o seu uso <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>sprezadas no lixo hospitalar ou em sacobranco leitoso (NBR9191-ABNT) como lixo ou material infectante, eas mãos <strong>de</strong>vem ser lavadas após sua remoção (ISIHI, 2010, p.50).Para Tipple (2003) a prevenção e o controle <strong>de</strong> infecção <strong>de</strong>ve fazer parteda formação dos profissionais que lidam com esses riscos biológicos, sendoimportante o constante aperfeiçoamento em cursos que capacitam e quegarantam uma atualização <strong>de</strong> todos os meios <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> infecção.Nos dias atuais a preocupação se baseia em Hepatites e o vírus daimuno<strong>de</strong>ficiência humana (HIV), pois segundo Scheidt (2006) embora o vírusdo HIV e hepatite B recebam maior <strong>de</strong>staque nas últimas décadas, pelo menos20 microorganismos patogênicos são transmitidos através <strong>de</strong> feridas,perfuração, picadas <strong>de</strong> agulha ou ainda por lesões com objetosperfurocortantes. Maestroeni (2006) afirma que as normas <strong>de</strong> biossegurança,praticada pelos profissionais, mostram a importância do uso <strong>de</strong> Equipamentos<strong>de</strong> Proteção Individual (EPI’s), e quando necessário o uso <strong>de</strong> Equipamento <strong>de</strong>Proteção Coletiva (EPC).O uso dos EPI’s tem como objetivo minimizar a exposição do profissionala sangue e fluidos corpóreos, sendo necessário o uso da luva sempre quehouver possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contato com sangue e outras secreções corporais. Asmáscaras, gorros e óculos <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong>vem ser utilizados na possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> haver respingo <strong>de</strong> sangue ou outros fluidos corpóreos nos olhos, nariz ouboca do profissional. Para Tipple (2003) o capote é indicado quando ocorrecontato com material biológico e as botas são utilizadas na proteção dos pésquando ocorrer riscos <strong>de</strong> contato com materiais infectados.Essas precauções são normatizadas para serem utilizadas em todosos pacientes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos fatores <strong>de</strong> risco ou da doença e base,e compreen<strong>de</strong>m: lavagem das mãos antes após qualquerprocedimento, uso <strong>de</strong> luvas, aventais, máscara ou contaminação dosprofissionais com sangue, líquidos corpóreos, secreções e excretas(SHCEIDT, 2006, p. 374).


19Segundo Mastroeni (2006) é necessário tomar alguns cuidados com osEPIs para prolongar sua vida útil. Para isso, <strong>de</strong>vem ser armazenados em localpróprio, longe <strong>de</strong> calor e umida<strong>de</strong>, sendo i<strong>de</strong>al vir acompanhado <strong>de</strong> instruçõesdo fabricante a respeito do armazenamento correto e procedimentos <strong>de</strong>limpeza. Portanto, se o EPI não for utilizado <strong>de</strong> uma forma correta peloprofissional po<strong>de</strong> se tornar a maior fonte <strong>de</strong> contaminação coletiva. Tipple(2003) alerta que a utilização da luva, que muitas vezes é vista como barreirapelo profissional, é a fonte <strong>de</strong> secreções orgânicas para as superfícies queserão tocadas, como por exemplo prontuários, aparelho telefônico, etc.,caracterizando assim uma ina<strong>de</strong>quação no uso <strong>de</strong>sse equipamento <strong>de</strong>proteção individual.Mastroeni (2006) também dá o exemplo <strong>de</strong> equipamentos que <strong>de</strong>veriamproteger contra gotículas e aerossóis, que após terem seu uso prolongado,como por exemplo, capote ou máscaras, que se tornam em verda<strong>de</strong>irosreservatórios <strong>de</strong> microrganismos.Além dos EPI’s é necessário um cuidado com o processamento <strong>de</strong> todosos artigos utilizados. Silva (1998) ressalta a importância da limpeza, doacondicionamento <strong>de</strong> embalagens e distribuição dos artigos esterilizados, atodas as unida<strong>de</strong>s consumidoras, <strong>de</strong> forma a garantir que a quantida<strong>de</strong> equalida<strong>de</strong> necessárias sejam eficazes, em todos os procedimentosassistências, proporcionando o <strong>de</strong>senvolvimento a nível terapêutico dospacientes.Para Isihi (2010) é importante que todo o material usado seja recebidona área contaminada on<strong>de</strong> ocorreu a lavagem e secagem. Somente após oprocessamento <strong>de</strong> esterilização (para aqueles que possam ser reutilizados)que <strong>de</strong>verão passar para área limpa on<strong>de</strong> serão embalados, acondicionados eguardados até o uso. Hirata (2002) salienta que esses materiais possuem data<strong>de</strong> valida<strong>de</strong>, sendo necessário uma nova passagem pela área limpa após ovencimento, mesmo que esses artigos não tenham sido usados.Além disso, é imprescindível que todo o lixo produzido nestes locaistenha um manejo especial


20Devem ser acondicionados em saco branco leitoso, resistente,impermeável e estar <strong>de</strong> acordo com a NBR-9191. O saco <strong>de</strong>ve serpreenchido até 2/3 <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong>. Deve ser sustentado porrecipiente lavável, resistente e com tampa provida <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong>abertura evitando o contato manual com os cantos arredondados e omesmo ser resistente ao tombamento. Os perfurocortantes <strong>de</strong>vem ser<strong>de</strong>scartados e separados, num recipiente rígido, resistente a ruptura,punctura e ao vazamento, ter tampa e estar <strong>de</strong> acordo com a normaABNT NBR-3853 (ERDTMANN, 2004, p.90).A higienização do ambiente também se constitui numa medida <strong>de</strong>controle eficaz <strong>de</strong> infecções, para Isihi (2010) gerenciar os resíduos <strong>de</strong>ve seruma prática rotineira para evitar a proliferação dos resíduos infectantes,responsáveis pela liberação <strong>de</strong> materiais biológicos que oferecem risco àsaú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>stacando os equipamentos perfurocortantes que <strong>de</strong>vem ser<strong>de</strong>scartados em recipientes a<strong>de</strong>quados. Mastroeni (2006) reforça dizendo sernecessário haver uma rotina <strong>de</strong> limpeza e <strong>de</strong>sinfecção das superfícies doambiente.Tipple (2003) diz que todas as normas <strong>de</strong> biossegurança cumpridas <strong>de</strong>forma a<strong>de</strong>quada farão com que o ambiente institucional seja menos exposto apatógenos, porém, para que isso ocorra é necessário um treinamento e uminteresse <strong>de</strong> todos os profissionais expostos aos riscos biológicos. Isihi (2010)diz que nos estúdios <strong>de</strong> tatuagem, on<strong>de</strong> há a prática <strong>de</strong> perfuração corporal,<strong>de</strong>ve haver um rigoroso cumprimento da legislação sanitária vigente e dasnormas <strong>de</strong> biossegurança, assegurando que tanto os clientes como osprestadores <strong>de</strong> serviços não se exponham aos riscos.1.5 Os riscos para a saú<strong>de</strong> e as doenças transmissíveisEm todos os momentos <strong>de</strong> nossa vida estamos expostos aos riscos, quepo<strong>de</strong>m ser classificados em grupos. Segundo Mastroeni (2006) a legislaçãotrabalhista brasileira divi<strong>de</strong> os riscos em: a) Físicos - como ruídos, calor, frio,umida<strong>de</strong>, barulho, etc.; b) Químicos - como poeiras, tabaco, névoas e produtosquímicos em geral; c) Biológicos - fungos, vírus, bactérias, parasitas eprotozoários; d) Ergonômicos como os esforços físicos, jornadas <strong>de</strong> trabalho,


21movimentos repetitivos e qualquer ativida<strong>de</strong> que gere estresse físico e oumental; e) Aci<strong>de</strong>ntes, que po<strong>de</strong>m ser provocados por iluminação ina<strong>de</strong>quada,manuseio <strong>de</strong> máquinas e equipamentos sem proteção, animais peçonhentosou ainda qualquer situação que possa ajudar no risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes.Para Almeida (2007) os profissionais que se expõe ao contato comsangue e outros fluidos orgânicos, através <strong>de</strong> procedimentos invasivos, tem orisco biológico <strong>de</strong> contaminação, por microrganismos patógenos.Segundo Mastroeni (2006) existem vários germes patógenos capazes <strong>de</strong>serem transmitidos, causadas por picadas <strong>de</strong> agulhas, lesões e objetosperfurocortantes. Entre eles estão a tuberculose, influenza, varicela-zoster,doença meningocócica e coqueluche, que são patologias contraídas através davia inalatória.Contudo, os mais relevantes nos dias atuais são o vírus daimuno<strong>de</strong>ficiência adquirida (HIV), o da hepatite B (VHB), e hepatite C (VHC),isso porqueSegundo a Organização Mundial da Saú<strong>de</strong> (2008), mais <strong>de</strong> doisbilhões <strong>de</strong> pessoas foram infectadas em todo o mundo com o vírus dahepatite B e existem cerca <strong>de</strong> 350 milhões <strong>de</strong> portadores crônicos<strong>de</strong>sta doença. Ocorrem mais <strong>de</strong> quatro milhões <strong>de</strong> casos agudosnovos da Hepatite B e morrem anualmente, 25% <strong>de</strong>stas pessoas temconsequências (cirrose, câncer primário do fígado, insuficiênciahepática, diabetes, etc.). Em relação à Hepatite C é estimado que2,2% da população mundial estejam contaminados pelo VHC, sendoque entre 170-250 milhões <strong>de</strong> indivíduos sejam portadores crônicos<strong>de</strong>sta doença com três a quatro milhões <strong>de</strong> casos novos por ano.(ISIHI, 2010, p.17)Segundo Scheidt (2006), o risco <strong>de</strong> contaminação após exposiçãopercutânea para o HIV é <strong>de</strong> 0,3%, para hepatite B e C é aproximadamenteentre 6% a 30% e 3% a 10% respectivamente. Isihi (2010) afirma que existemvárias outras formas <strong>de</strong> transmissão e infecção pelo VHC, como exemplo citaas práticas <strong>de</strong> escarificações e circuncisão, exposição a material médico nãoesterilizado, tatuagem ou perfuração corporal, como piercing e acupuntura, ouainda quando se retira cutículas, em locais on<strong>de</strong> não há esterilização domaterial utilizado, sem controle dos meios sanitários.


22Os tatuadores entram em contato direto com o sangue <strong>de</strong> seus clientese ficam expostos a todos esses microrganismos patogênicos. É importanteressaltar que somente a Hepatite B possui vacina segura e eficaz, ao passoque a Hepatite C não possui vacina, sendo que para Isihi (2010, p.100) “váriosestudos constataram evidências que tatuagens e perfuração corporal para acolocação <strong>de</strong> piercing são um indicativo <strong>de</strong> soropositivida<strong>de</strong> para estasdoenças”.Tipple, (2003) acredita que esses fatores reforçam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>uma capacitação profissional, acerca <strong>de</strong> normas <strong>de</strong> biossegurança, paraminimizar riscos para saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes profissionais, dos usuários <strong>de</strong>sta prática <strong>de</strong>marcação corporal e para toda comunida<strong>de</strong>.1.6 O processamento <strong>de</strong> artigos utilizados na realização <strong>de</strong> tatuagemPara Isihi (2010) a esterilização dos materiais para tatuagem éfundamental para que, na hora <strong>de</strong> tatuar, esses artigos não representem riscosà saú<strong>de</strong>. Sendo assim é necessário todo um procedimento <strong>de</strong> higiene antes,durante e <strong>de</strong>pois da realização da tatuagem.Limpar, <strong>de</strong>sinfetar e esterilizar são procedimentos necessários para a<strong>de</strong>scontaminação. A <strong>de</strong>scontaminação caracteriza-se pela limpeza,<strong>de</strong>sinfecção ou esterilização das superfícies contaminadas, a fim <strong>de</strong> tornaressas superfícies livres <strong>de</strong> agentes potencialmente contaminados. SegundoMastroeni (2006) a limpeza é utilizada para remover matérias orgânicas(sangue, vômitos, secreções), sendo realizada com água e <strong>de</strong>tergenteassociada aos produtos enzimáticos, enquanto que a esterilização serve para<strong>de</strong>struir todas as formas <strong>de</strong> vida, inclusive esporos bacterianos.A limpeza das bancadas, pisos e equipamentos <strong>de</strong>ve ser realizada apóso término <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong>. A <strong>de</strong>sinfecção do ambiente é realizada antes eapós as ativida<strong>de</strong>s realizadas, para evitar contaminação do ambiente commateriais biológicos que apresentam riscos para saú<strong>de</strong>. A <strong>de</strong>scontaminação ea limpeza <strong>de</strong> vidrarias <strong>de</strong>vem ser realizadas imediatamente após o


23<strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> produtos biológicos. Hirata (2002) alerta para o fato dosequipamentos serem posicionados na bancada <strong>de</strong> forma a evitar que os caboselétricos atravessem a área <strong>de</strong> trabalho, enquanto aos materiais biológicos,estes <strong>de</strong>vem ser manuseados <strong>de</strong> forma segura <strong>de</strong> acordo com o nível do riscoambiental.Segundo Mastroeni (2006) existe uma sequência para o preparo dosmateriais, que se caracteriza pelo:Descarte dos materiais não-reutilizáveis, como por exemplo osperfurocortantes, tintas e badoque -que são recipientes paracolocação <strong>de</strong> tinta individual para cada cliente e papel toalha. Todos<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>scartados em lixos específicos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da suanatureza física, química e pelos riscos que oferecem ao meioambiente.Separação dos materiais, <strong>de</strong> acordo com sua classificação (crítico,semi-crítico e não crítico), e posteriormente a limpeza e/ou<strong>de</strong>sinfecção dos artigos;Enxágue, secagem e colocação dos materiais em invólucros paraesterilização;Utilização <strong>de</strong> indicadores químicos e biológicos;Esterilização em autoclave, seguindo o tempo fornecido pelofabricante;Validação, armazenamento e distribuição dos artigos esterilizados; eManutenção preventiva do equipamento.


24As superfícies fixas dos ateliês <strong>de</strong> tatuagem (pisos, pare<strong>de</strong>s, tetos,portas, mobiliários, equipamentos e <strong>de</strong>mais instalações) não representamriscos significativos <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> infecção, porém, a limpeza <strong>de</strong>stassuperfícies são importantes para o controle eficaz na interrupção da ca<strong>de</strong>iaepi<strong>de</strong>miológica das infecções (ISIHI, 2010).A classificação dos materiais utilizados para atendimento ao cliente sãoclassificados, segundo Mastroeni (2006), como: artigos críticos, semi-críticos enão críticos. Os artigos críticos seriam os instrumentos que penetram na pele emucosa não íntegra, requerendo esterilização para eliminação <strong>de</strong> germes. Osartigos semi-críticos seriam os instrumentos que tem contato com a pele oumucosa íntegras, pedindo <strong>de</strong>sinfecção ou esterilização para garantir aqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste material. E por último, os artigos não críticos seriam osmateriais <strong>de</strong> uso externo do cliente, necessitando <strong>de</strong> limpeza ou <strong>de</strong>sinfecção.(MASTROENI, 2006).O enxágue após a limpeza e <strong>de</strong>scontaminação <strong>de</strong>ve ser realizada em águapotável e corrente. A secagem <strong>de</strong>sses artigos <strong>de</strong>ve ser feita por meio <strong>de</strong> papelabsorvente ou estufa, em seguida <strong>de</strong>ve ser armazenado ou submetido à<strong>de</strong>sinfecção ou esterilização, não se esquecendo <strong>de</strong> validar esses produtos.Isihi (2010) ressalta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esterilizar esses materiais, que <strong>de</strong>vemser colocados em invólucros <strong>de</strong> grau cirúrgico, ou outro a<strong>de</strong>quado ao tipo <strong>de</strong>processamento escolhido.Além disso, Hirata (2002) diz que a limpeza dos artigos e equipamentos énecessária para a remoção da sujida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superfície, por meio <strong>de</strong> açãomecânica, manual ou químico, seguida <strong>de</strong> enxágue e secagem. Já a<strong>de</strong>sinfecção é um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> microrganismos como bactérias,fungos e vírus, porém, esse processo não <strong>de</strong>strói os esporos bacterianospresentes nos materiais. Mastroeni (2006) conclui que a esterilização é usadapara a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> todos os microrganismos principalmente os esporos.Quanto à esterilização usada pelos tatuadores, Isihi (2010) afirma que<strong>de</strong>verá ser a <strong>de</strong> calor úmido (autoclave), pois é <strong>de</strong> fácil manejo e segura emtodo o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> microrganismos.


251.7 Esterilização por calor úmidoA esterilização ocorre no vapor saturado, ou seja, quando a temperaturaatinge o ponto <strong>de</strong> ebulição na pressão consi<strong>de</strong>rada. Este é o meio maiseconômico para materiais termorresistentes (MASTROENI, 2006).Isihi (2010) cita exemplos <strong>de</strong> artigos que <strong>de</strong>vem ser autoclavados, taiscomo: alicates, pinças, gabaritos <strong>de</strong> solda, agulhas novas (previamentesoldadas), alargadores em aços, biqueiras e recipientes em aços. É importanteressaltar que o tempo, temperatura e pressão da autoclave são recomendadospelos fabricantes por existir autoclaves com quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada,ciclos para esterilização e tempo <strong>de</strong> exposição diferente.Contudo, toda autoclave obe<strong>de</strong>ce a uma sequência: retirada do ar eentrada do vapor esterilização secagem entrada <strong>de</strong> ar filtrado pararestauração da pressão interna. Sendo necessária a manutenção preventiva,<strong>de</strong>, no mínimo, uma vez por semana <strong>de</strong>sse equipamento.1.8 Invólucros para esterilizaçãoApós a limpeza ou <strong>de</strong>sinfecção, secagem e separação, os materiais <strong>de</strong>vemser acondicionados, em embalagens <strong>de</strong> papel grau cirúrgico, para seremsubmetidos à autoclave.Os invólucros precisam possuir registro no Ministério da Saú<strong>de</strong>, teremregistro do indicador químico específico para cada tipo <strong>de</strong>esterilização e serem utilizados <strong>de</strong> acordo com as instruções dofabricante. Devem possibilitar a remoção <strong>de</strong> ar e possuir barreiraa<strong>de</strong>quada a líquidos. Ter integrida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> selagem e ser aprova <strong>de</strong> violação. Além disso, precisam estar apropriados para osmétodos <strong>de</strong> esterilização, permitindo a penetração e a remoção doagente esterilizante, serem resistentes a rasgos ou perfurações <strong>de</strong>forma a proteger o conteúdo do pacote <strong>de</strong> danos físicos, e nãooferecer dificulda<strong>de</strong> na abertura do pacote permitindo observar osprincípios da técnica asséptica (ISIHI, 2010, p. 57-58).Hirata (2002) diz que existem indicadores mecânicos, presentesnormalmente no painel frontal do equipamento, que indicam a temperatura


26alcançada e a pressão a fim <strong>de</strong> garantir a eficácia e a confiabilida<strong>de</strong> doprocesso <strong>de</strong> esterilização.Po<strong>de</strong>m-se usar indicadores químicos externos, que estão na forma <strong>de</strong>fitas a<strong>de</strong>sivas, que mudam <strong>de</strong> cor <strong>de</strong>vido a sensibilida<strong>de</strong> à temperatura. Sendocapaz <strong>de</strong> indicar somente a passagem pelo processo e não a qualida<strong>de</strong> daesterilização. Os indicadores químicos internos são fitas colocadas <strong>de</strong>ntro dopacote e que reagem quimicamente servindo para avaliar a temperatura,pressão e o vapor (ISIHI, 2010).Mastroeni (2006) afirma que os indicadores biológicos são usados paratestar a qualida<strong>de</strong> da esterilização, quanto à <strong>de</strong>struição dos microrganismos,são tiras <strong>de</strong> celulose que são inseridas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> alguns pacotes testes e sãolevados à autoclave. Após o ciclo, os indicadores são incubados mostrandoque, se não houver crescimento bacteriano, o processo foi eficaz.Posterior a esse processo os artigos <strong>de</strong>vem ser estocados e conterprazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> invólucro, da eficiência e doempacotamento. Para Isihi (2010, p.61) “é preciso propiciar condições i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong>embalagem e armazenamento garantindo que todo o processo <strong>de</strong> limpeza,<strong>de</strong>sinfecção e esterilização sejam validados”.1.9 A legislação RDC/ ANVISANo Brasil, a primeira legislação específica <strong>de</strong> biossegurança foi aresolução n° 1 do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1988. Logo<strong>de</strong>pois surgiram <strong>de</strong>cretos que regulamentavam essa lei, com <strong>de</strong>staque para aportaria n° 343/GM, que em 19 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2002, instituiu no âmbito doMinistério da Saú<strong>de</strong>, a Comissão <strong>de</strong> Biossegurança em Saú<strong>de</strong>. Para Mastroeni(2006) essa portaria, ao estabelecer a obrigatorieda<strong>de</strong> da utilização dosprincípios <strong>de</strong> biossegurança, propiciou a promoção <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates públicos sobre otema.A Política Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos instituiu, em agosto <strong>de</strong> 2010, alei 12.305, que traz <strong>de</strong>finições importantes sobre o manuseio e gerenciamento


27correto dos resíduos sólidos, colaborando para que houvesse maiorfiscalização, incluindo pessoas físicas ou jurídicas, responsabilizando-as peloenvolvimento direto ou indireto na geração <strong>de</strong> resíduos sólidos (Lei 12.305, Art.2º).De acordo com a lei os resíduos sólidos são caracterizados como todomaterial, substância, <strong>de</strong>jeto ou ativida<strong>de</strong> em que a <strong>de</strong>stinação final resulta nosestados sólidos ou semissólidos. Como exemplo cita os gases e líquidos emrecipientes, com particularida<strong>de</strong>s inviáveis para o seu <strong>de</strong>scarte na re<strong>de</strong> púbica<strong>de</strong> esgotos ou corpos d’água. Tais resíduos exigem a melhor economiadisponível para solucionar tecnicamente seu <strong>de</strong>scarte, sem que traga riscos àsaú<strong>de</strong> pública (Lei 12.305).Dessa forma, se institui o correto gerenciamento dos resíduos sólidos,<strong>de</strong>finindo como parâmetros para sua disposição final.Gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos é o conjunto <strong>de</strong> ações exercidas,direta ou indiretamente, nas etapas <strong>de</strong> coleta, transporte, transbordo,tratamento e <strong>de</strong>stinação final ambientalmente a<strong>de</strong>quada dos resíduossólidos e disposição final ambientalmente a<strong>de</strong>quada dos rejeitos, <strong>de</strong>acordo com plano municipal <strong>de</strong> gestão integrada <strong>de</strong> resíduos sólidosou com plano <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos, exigidos naforma <strong>de</strong>sta Lei (Lei 12.305, Art. X).Outro aspecto relevante da citada lei é a <strong>de</strong>finição das responsabilida<strong>de</strong>sdos geradores <strong>de</strong> resíduos e do Po<strong>de</strong>r Público, este último <strong>de</strong>ve assegurar acorreta observância da Política Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos, enquanto osprimeiros se compõe <strong>de</strong> pessoas físicas e jurídicas responsáveis pelaimplementação e operacionalização integral do plano <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong>ssesresíduos. (Lei 12.305).Sobre o transporte, armazenamento e <strong>de</strong>stinação final dos resíduosobserva-se que as pessoas físicas ou jurídidas não serão isentas da


28responsabilida<strong>de</strong>, caso venham causar danos pelo incorreto gerenciamentodos respectivos resíduos ou rejeitos (Art.27, §1º).A RDC ANVISA n° 306/04 diz que os resíduos sólidos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>recebem uma classificação <strong>de</strong> acordo com os riscos que apresentam, essesgrupos se separam nos grupos A, B, C, D e E e são representados pelosseguintes símbolos:- Grupo A – resíduos com presença<strong>de</strong> agentes biológicos;- Grupo B – resíduos químicos;- Grupo C – resíduos radioativos;- Grupo D – resíduos domiciliares;-Grupo E – resíduos perfurocortantes.Quadro 1: Símbolos que i<strong>de</strong>ntificam os grupos <strong>de</strong> resíduo. Fonte: BRASIL, 2006, p.43.O acondicionamento <strong>de</strong>sses resíduos sólidos <strong>de</strong>ve ser realizado emrecipientes resistentes, impermeáveis, com tampas providas <strong>de</strong> abertura semcontato manual, não po<strong>de</strong>ndo ter rupturas ou vazamentos, <strong>de</strong>vendo respeitaros limites <strong>de</strong> peso <strong>de</strong> cada saco. Isso significa que não po<strong>de</strong> ultrapassar 2/3 do


29volume dos recipientes, sendo proibido o esvaziamento ou reaproveitamento.Os resíduos do grupo E <strong>de</strong>vem ser acondicionados separadamente, no local <strong>de</strong>sua produção, em recipientes rígidos, impermeável, com tampa que tenha asimbologia a<strong>de</strong>quada (BRASIL, 2006).O armazenamento temporário dos resíduos sólidos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> secaracteriza pelo local on<strong>de</strong> esses resíduos acondicionados ficam, visandofacilitar a coleta <strong>de</strong>ntro do estabelecimento, mas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da distância <strong>de</strong>on<strong>de</strong> o lixo foi gerado até o armazenamento externo. O armazenamentotemporário po<strong>de</strong> ser dispensado, sendo encaminhado diretamente para acoleta externa. Os recipientes que guardam os resíduos no armazenamentotemporário <strong>de</strong>vem ficar em sala com pisos e pare<strong>de</strong>s laváveis, <strong>de</strong>vendo possuiriluminação artificial e ter uma área suficiente para armazenar dois recipientescoletados (BRASIL, 2006).Para a higienização da sala é recomendável a existência <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong>água e ralo sifonado com tampa escamoteável. Observando que oarmazenamento não <strong>de</strong>ve ser feito diretamente sobre o piso, visto aobrigatorieda<strong>de</strong> da conservação dos sacos em recipientes <strong>de</strong>acondicionamento.(BRASIL, 2006).O armazenamento externo <strong>de</strong>ve ter as seguintes características:a) Acessibilida<strong>de</strong>: permite o acesso facilitado aos recipientes comresíduos pelos veículos coletores;b) Exclusivida<strong>de</strong>: a finalida<strong>de</strong> do ambiente <strong>de</strong>ve ser o somente para oarmazenamento <strong>de</strong> resíduos;c) Segurança: as condições do ambiente <strong>de</strong>ve permitir que osresíduos permaneçam longe dos agentes externos, tais como sol,chuva e vento, evitando que outras pessoas ou animais tenhamacesso.d) Higiene e Saneamento: os processos <strong>de</strong> higienização <strong>de</strong>vem sergarantidos pelas condições do local, que <strong>de</strong>ve conter boailuminação, ventilação, com pisos e pare<strong>de</strong>s revestidos <strong>de</strong> materiais


30resistentes, possibilitando a higienização <strong>de</strong> carrinhos econtenedores (BRASIL, 2006).A Anvisa aprovou normas técnicas para o funcionamento dosestabelecimentos que realizam tatuagens permanentes. Segundo RDC n°55,<strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2008 “o objetivo é estabelecer a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> registro<strong>de</strong> produtos utilizados nos procedimentos <strong>de</strong> pigmentação artificial na pele”.As regulamentações fizeram com que os ateliês <strong>de</strong> tatuagemprovi<strong>de</strong>nciassem o alvará e uma licença sanitária expedida pelo órgão sanitáriocompetente. Com isso instituiu a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> possuir recepção e sala <strong>de</strong>procedimento individual. Além disso, a norma técnica da Anvisa estabeleceucomo essencial: i) lavatório para higienização das mãos; ii) pia com bancada eágua corrente para limpeza <strong>de</strong> materiais; iii) bancada para preparo <strong>de</strong><strong>de</strong>sinfecção e/ou esterilização dos artigos- ressaltando a importância daexistência <strong>de</strong> um local específico para processamento <strong>de</strong> artigos, masliberando que o espaço fique <strong>de</strong>ntro da sala <strong>de</strong> procedimento, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejamestabelecidas barreiras técnicas; e iv) área específica esterilizada paraarmazenamento dos materiais, dotada <strong>de</strong> armários exclusivos fechados, limpose livres <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>. (RDC n°55, 2008).Os estabelecimentos que praticarem a tatuagem <strong>de</strong>verão ter boascondições <strong>de</strong> iluminação e ventilação, não po<strong>de</strong>ndo existir rachaduras naspare<strong>de</strong>s ou alterações que comprometam a estrutura física do ambiente.Segundo a norma técnica da Anvisa os pisos, pare<strong>de</strong>s e tetos <strong>de</strong>vem serlaváveis, impermeáveis e estar em bom estado <strong>de</strong> conservação e limpeza. Osresíduos gerados <strong>de</strong>vem aten<strong>de</strong>r as legislações sanitárias sobre resíduos <strong>de</strong>serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,Os produtos utilizados no procedimento <strong>de</strong> pigmentação artificialpermanente da pele <strong>de</strong>vem possuir registro na Anvisa ou do órgãocompetente, <strong>de</strong>vendo obe<strong>de</strong>cer ao disposto na resolução <strong>de</strong> diretoriacolegiada n° 55/2008 <strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2008, ou outra que viersubstituí-la (SEÇAO III, art. 8) 3 .3 Está disponível na RDC n° 306 <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2004.


31Os profissionais <strong>de</strong>vem fazer uso <strong>de</strong> equipamento <strong>de</strong> proteção individual(EPI) e <strong>de</strong>vem comprovar conhecimento básico <strong>de</strong> biossegurança, <strong>de</strong>vendo servacinados contra Hepatite B e tétano 4 .Para funcionamento legal <strong>de</strong>sse estabelecimento é necessário umcadastramento do cliente que <strong>de</strong>verá possuir i<strong>de</strong>ntificação, ficha com data doprocedimento, tipo <strong>de</strong> procedimento realizado, eventos adversos comoalergias, infecções, aci<strong>de</strong>ntes e outros. Em caso <strong>de</strong> menores <strong>de</strong> 18 anos <strong>de</strong>ida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve existir um cadastro com autorização por escrito dos pais ouresponsável legal, bem como um termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido,com informações sobre os materiais utilizados no procedimento como: nome doproduto, n° do lote, fabricante, n° do registro na Anvisa, data <strong>de</strong> fabricação,data <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> e data <strong>de</strong> abertura do frasco 5 .Em relação ao procedimento realizado, <strong>de</strong>ve dispor <strong>de</strong> materiais emnúmero a<strong>de</strong>quado para o atendimento, sendo necessários kits individuais paracada cliente.SEÇÃO IV, art. 15 – Deverá existir um protocolo prevendo oencaminhamento para serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em casos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e/oureações alérgicas e infecção <strong>de</strong> cliente bem como atendimento emcaso <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte com exposição ao material biológico.CAPÍTULO V - das disposições finaisArt. 22 - É proibido fumar, comer, beber ou manter plantas, alimentos,bebidas, animais, medicamentos <strong>de</strong> uso pessoal, pessoas e objetosalheios às ativida<strong>de</strong>s do setor, na área <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong>materiais 6 .O não cumprimento dos critérios estabelecidos na resolução acarretaráinfração à legislação sanitária vigente, po<strong>de</strong>ndo ter a suspensão imediata dasativida<strong>de</strong>s 7 .4 Ibi<strong>de</strong>m.5 Está disponível na RDC n° 306 <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2004.6 Ibi<strong>de</strong>m.7 Ibi<strong>de</strong>m.


321.9.1 Resíduos sólidos <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do Distrito Fe<strong>de</strong>ralA coleta e transporte interno dos Resíduos <strong>de</strong> Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (RSS)consiste no traslado dos resíduos dos pontos <strong>de</strong> geração até local <strong>de</strong>stinado aoarmazenamento temporário ou armazenamento externo, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>disponibilização para a coletaA coleta e o transporte <strong>de</strong>vem aten<strong>de</strong>r ao roteiro previamente <strong>de</strong>finidoe <strong>de</strong>vem ser feitos em horários, sempre que factível, não coinci<strong>de</strong>ntescom a distribuição <strong>de</strong> roupas, alimentos e medicamentos, períodos <strong>de</strong>visita ou <strong>de</strong> maior fluxo <strong>de</strong> pessoas ou <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s. A coleta <strong>de</strong>veser feita separadamente, <strong>de</strong> acordo com o grupo <strong>de</strong> resíduos e emrecipientes específicos a cada grupo <strong>de</strong> resíduos (Brasil, 2006, p.45)A coleta <strong>de</strong> resíduos sólidos é realizada em veículos especializados,on<strong>de</strong> existe um cadastro dos pequenos e gran<strong>de</strong>s geradores, <strong>de</strong>ntre eles:estúdios <strong>de</strong> tatuagem, farmácia, hospitais, centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em que ocorra acoleta diária, ou ainda <strong>de</strong> acordo com a necessida<strong>de</strong> do estabelecimento quereceberá seu <strong>de</strong>stino final, <strong>de</strong> acordo com a sua classificação (BRASIL, 2006).Os grupos pertinentes para esse trabalho são: a) Grupo A - aqueles quecontém agentes biológicos e <strong>de</strong>vem se submeter a tratamento emequipamentos que eliminem a carga microbiana ou que, no mínimo, areduzam; b) Grupo B – que contém substâncias químicas, po<strong>de</strong>ndo seguir dois<strong>de</strong>stinos: serem submetidos a processo <strong>de</strong> reutilização, recuperação oureciclagem; ou ter uma disposição final específica; e c) Grupo E - materiaisperfurocortantes ou escarificantes, tais como lâminas <strong>de</strong> barbear, agulhas,ampolas <strong>de</strong> vidro, pontas diamantadas, lâminas <strong>de</strong> bisturi, lancetas, espátulase outros similares (BRASIL, 2006).De acordo com o manual <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong> Serviço <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> é <strong>de</strong> extrema importância que se leve em consi<strong>de</strong>ração o risco <strong>de</strong>disseminação epi<strong>de</strong>miológica, que provocam as doenças emergentes, a nãorelevância <strong>de</strong>sse aspecto leva ao <strong>de</strong>sconhecimento dos mecanismos <strong>de</strong>transmissão. Nesse caso <strong>de</strong>ve-se submeter a tratamento, por processos físicos


33ou outros, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam validados para reduzir ou eliminar a cargamicrobiana (BRASIL, 2006).Após a coleta esses lixos recebem uma <strong>de</strong>stinação final <strong>de</strong> acordo como grupo classificado, atualmente as disposições finais utilizadas são: aterrossanitários, aterro <strong>de</strong> resíduos perigosos para resíduos industriais e, aterrocontrolado, lixão ou vazadouro e valas (BRASIL, 2006).Aterro sanitário – se constitui <strong>de</strong> locais reservados <strong>de</strong> forma a garantir asegurança da comunida<strong>de</strong> no recebimento e armazenamento dos resíduossólidos, <strong>de</strong> forma a assegurar a preservação ambiental e a saú<strong>de</strong>. Os resíduossão compactados numa espessura <strong>de</strong> 20cm, em uma camada sobre o solo queserá impermeabilizado, controlando os afluentes líquidos e emissões <strong>de</strong> gases.Além disso, o procedimento adotado evita a proliferação <strong>de</strong> roedores, moscas eoutros insetos, além <strong>de</strong> não poluir águas superficiais ou subterrâneas (BRASIL,2006).Aterro <strong>de</strong> resíduos perigosos – é uma técnica para que os resíduosquímicos sejam alojados o solo <strong>de</strong> forma a não trazer riscos à saú<strong>de</strong> pública ouao meio ambiente. Utiliza-se <strong>de</strong> processos específicos para o confinamento dosresíduos (BRASIL, 2006).Lixão ou vazadouro – não é a<strong>de</strong>quado para o <strong>de</strong>spejo dos resíduossólidos uma vez que não existem medidas específicas para o seuarmazenamento, traz riscos à saú<strong>de</strong> pública pois dá origem aos vetoresin<strong>de</strong>sejáveis, tais como o mau cheiro, proliferação <strong>de</strong> insetos e contaminaçãodos lençóis <strong>de</strong> água, sem contar o risco <strong>de</strong> explosão <strong>de</strong>vido a presença <strong>de</strong>gases (CH4) (BRASIL, 2006).Aterro controlado – trata-se <strong>de</strong> uma versão do lixão ou vazadouro umpouco melhorada, pois ao ser <strong>de</strong>scarregado no solo os resíduos são recobertoscom uma camada <strong>de</strong> material inerte, diariamente. Contudo, ainda não é capaz<strong>de</strong> evitar a poluição, por não possuir drenagem, tratamento <strong>de</strong> líquidos, gases eimpermeabilização (BRASIL, 2006).


34Valas sépticas – chamada <strong>de</strong> Célula Especial <strong>de</strong> RSS é uma técnica quese utiliza da impermeabilização do solo, obe<strong>de</strong>cendo as normas da ABNT,consistindo no preenchimento das valas escavadas, com largura eprofundida<strong>de</strong> proporcional a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lixo aterrado. Para retirar a terra éutilizada a retroescava<strong>de</strong>ira, realizando uma cobertura diária dos resíduos. Osveículos coletores ao chegarem com os resíduos <strong>de</strong>positam-nos diretamenteno interior da vala, para que ao final do dia, seja efetuada a cobertura do localcom terra, sendo feita manualmente ou através <strong>de</strong> uma máquina (BRASIL,2006).


352 JustificativaO interesse pela temática da tatuagem e suas repercussões para saú<strong>de</strong>surgiu durante a graduação em enfermagem. O apreço por essa arte foi omotivo principal para se observar que tanto usuários, tatuadores e gestores <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> não possuem muitas informações sobre as formas <strong>de</strong> biossegurançacom os materiais usados nesses procedimentos estéticos. Mesmo com aexistência <strong>de</strong> uma consciência do risco para a saú<strong>de</strong> com a manipulaçãoina<strong>de</strong>quada dos materiais, ainda existe uma enorme carência <strong>de</strong> informaçõessobre as técnicas a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> esterilização, <strong>de</strong>sinfecção, acondicionamento,manipulação e <strong>de</strong>scarte dos materiais utilizados na tatuagem (ISIHI, 2010).A tatuagem é uma forma <strong>de</strong> expressão bastante antiga, ao longo <strong>de</strong> suaexistência representou a arte e o modo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> diversas socieda<strong>de</strong>s aosimbolizar ritos <strong>de</strong> passagens e importantes momentos históricos culturais. Nosindivíduos, a tatuagem retrata momentos particulares da vida ou simplesmentemarca diferenças (PIRES, 2003). Por esse motivo, <strong>de</strong>ve ser garantido aosusuários o direito à arte corporal que escolheram, no entanto, <strong>de</strong>ve-seassegurar a redução <strong>de</strong> riscos biológicos envolvidos nesse processo. Nessesentido, a prevenção é fundamental e o conhecimento é a ferramenta chavepara se evitar esses riscos (JEOLÁS, 2010).Dessa forma, o objetivo é orientar os profissionais sobre as formasseguras <strong>de</strong> prevenção contra os riscos <strong>de</strong> uma prática ilegal <strong>de</strong> tatuagem etambém sobre os cuidados no processamento dos materiais durante e pósprocedimento,incluindo o <strong>de</strong>scarte. Ao esclarecer dúvidas e lançar luz aospreconceitos e mitos sobre essa intervenção corporal, esse projeto tem comofinalida<strong>de</strong> trazer novos conhecimentos para todos aqueles que se interessempelo tema e colaborar com o controle sanitário do problema.2.1 Questão norteadoraComo está sendo realizado o processamento dos materiais na prática <strong>de</strong>tatuagem no Distrito Fe<strong>de</strong>ral?


362.2 HipóteseOs profissionais que trabalham com realização <strong>de</strong> tatuagens nãoesterilizam <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada os materiais utilizados na técnica <strong>de</strong> tatuagem.2.3 Objetivo geralAnalisar o processo <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resíduos no processo <strong>de</strong>tatuagem no DF.2.4 Objetivos específicos1- Descrever o perfil sócio <strong>de</strong>mográfico dos tatuadores do D.F;2- Levantar o conhecimento dos tatuadores acerca da importância dautilização dos equipamentos <strong>de</strong> proteção individual- EPI’S no processo<strong>de</strong> trabalho e sobre a imunização;3- Conhecer as normas <strong>de</strong> gerenciamento dos resíduos utilizados nosateliês do DF.


373 METODOLOGIA3.1 Tipo <strong>de</strong> estudoNesse estudo foi utilizada uma abordagem quantitativa somada aoestudo transversal, proporcionando maior riqueza na construção dos dados,uma vez que evita a limitação <strong>de</strong> cada abordagem. Possibilitando a soma dascaracterísticas inerentes ao estudo quantitativo - que se baseia noaprofundamento da compreensão do universo pesquisado, com o estudotransversal que explicita o efeito da amostra em questão (POPE, 2009).As pesquisas quantitativas são i<strong>de</strong>ais para apurar opiniões einformações dos entrevistados, uma vez que sintetizam as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>respostas numa pequena lista <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s, sendo eficazes para verificarse as intervenções produzem efeito real. Geralmente são utilizadas em gruposrepresentativos <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado universo, <strong>de</strong> modo que seus dados possamser generalizados e projetados para aquele universo, ou seja, traduz emnúmeros as opiniões e informações para serem classificadas e analisadas(POPE, 2009).Com relação ao estudo transversal, este se caracteriza pelo fato <strong>de</strong>realizar os levantamentos dos dados num único momento, ou seja, avaliandojunto à exposição o efeito da amostra estudada. È muito utilizado em pesquisaepi<strong>de</strong>miológica para avaliar e planejar programas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> doenças(POPE, 2009).3.2 LocalO local da realização da pesquisa do grupo analisado foi em diferentesateliês <strong>de</strong> tatuagens localizados em várias cida<strong>de</strong>s do Distrito Fe<strong>de</strong>ral.3.3 Sujeitos e Amostra


38Os sujeitos <strong>de</strong>sta pesquisa científica foram 18 tatuadores quetrabalhavam em ateliês <strong>de</strong> tatuagem localizados em várias cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Brasília.A amostra foi <strong>de</strong>finida conforme os critérios <strong>de</strong> inclusão e exclusãoespecificados abaixo, consi<strong>de</strong>rando o número <strong>de</strong> profissionais inscritos noórgão, com uma margem <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> 5 à 7%.3.4 Critérios <strong>de</strong> inclusãoPara participarem da pesquisa foi necessário que o profissional tivesseida<strong>de</strong> superior a 18 anos e que aceitasse voluntariamente participar, assinandoo termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido – TCLE. Devendo possuircre<strong>de</strong>nciamento no Sindicato dos Estúdios <strong>de</strong> Tatuagem e Body Piercing doBrasil (SETAP- BR) e autorização da Anvisa para funcionamento doestabelecimento. Não houve um critério específico para a escolha dos ateliês<strong>de</strong> tatuagem, pois foram sorteados aleatoriamente, <strong>de</strong>ntro do tempoprogramado pela pesquisadora.3.5 Critérios <strong>de</strong> exclusãoOs ateliês que não possuíam autorização da Anvisa para funcionamentoda loja foram excluídos da pesquisa, por uma questão ética <strong>de</strong>ste trabalho.3.6 Técnicas e instrumentos para a coleta <strong>de</strong> dadosSe utilizou <strong>de</strong> um questionário que foi apresentado aos tatuadores queavaliaram os passos utilizados para realizar o processamento <strong>de</strong> artigos emateliês <strong>de</strong> tatuagem. Foi composto <strong>de</strong> perguntas fechadas e uma única abertaque permitiu ao profissional realizar uma ampla exposição sobre como eleesterilizava os materiais utilizados nas confecções <strong>de</strong> tatuagens.


39Para melhor compreensão sobre a forma <strong>de</strong> coleta dos dados énecessário seguir alguns passos que são:1° passo: a pesquisadora realiza um levantamento do número <strong>de</strong> tatuadoresque estão legalmente cre<strong>de</strong>nciados na SETAP-BR.2° passo: se realiza um contato prévio com esses profissionais, a fim <strong>de</strong>informá-los sobre a pesquisa realizada e colher a assinatura do TCLE.3° passo: aplicação <strong>de</strong> questionário com questões fechadas com apenas umaquestão aberta, para <strong>de</strong>zoito tatuadores do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, para obterinformações sobre o uso dos Equipamentos <strong>de</strong> Proteção individual (EPI’S),gerenciamento dos resíduos sólidos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e processamento <strong>de</strong> artigos nolocal da pesquisa.3.7 Análise dos dadosOs dados foram tratados em banco do programa ACESS/SPSS –Estatística Descritiva e os seus resultados foram relacionados em gráficos.3.8 Aspectos éticos da pesquisaA pesquisa seguiu todas as recomendações, no que se refere aosaspectos éticos, da Resolução 196/96, que trata <strong>de</strong> pesquisas envolvendoseres humanos, do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Foram garantidos, aoscidadãos envolvidos na pesquisa, todos os direitos citados no termo <strong>de</strong>consentimento livre e esclarecido, quais sejam:Que toda a informação seria prestada aos profissionais envolvidos, aqualquer momento no <strong>de</strong>correr da pesquisa;Que a qualquer tempo os pesquisados po<strong>de</strong>riam solicitar maioresesclarecimentos sobre a pesquisa;Os dados pessoais prestados seriam sigilosos, sejam eles referentesaos nomes dos participantes, local <strong>de</strong> trabalho ou qualquer outrainformação que possa levar à sua i<strong>de</strong>ntificação ou <strong>de</strong> sua família;


40 Ampla possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se negar a respon<strong>de</strong>r quaisquer questões ou afornecer informações que julguem prejudiciais a sua integrida<strong>de</strong> física,moral e social; Opção em solicitar que <strong>de</strong>terminadas falas e/ou <strong>de</strong>clarações não sejamincluídas em nenhum documento oficial, o que será prontamenteatendido; e Desistir, a qualquer tempo, <strong>de</strong> participar da pesquisa 8 .O termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido será apresentado em duasvias. Uma permanecerá com o entrevistado e a outra ficará com apesquisadora, por até 5 (cinco) anos, assim como os instrumentos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong>dados. 9O risco que esta pesquisa oferece é do profissional (tatuador) se sentirmoralmente ou financeiramente prejudicado. Por isso, foi garantido aosparticipantes, no caso <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> incômodo, <strong>de</strong>sistir da pesquisa semque nenhum dado fosse divulgado. 10Os resultados da pesquisa serão tornados públicos pelo seguinte meio: Subsídio para a elaboração do Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso<strong>de</strong> Enfermagem, que ficará disponível na Biblioteca e o resumoque será disponibilizado na home page do Curso <strong>de</strong> Enfermagemda UCB.8 Disponível em:. Acesso em: 10 maio 2011.9 Ibi<strong>de</strong>m.10 Ibi<strong>de</strong>m.


414 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÂOA pesquisa foi realizada em três cida<strong>de</strong>s, no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, entre elas,Taguatinga, Ceilândia e Plano Piloto. O motivo da escolha <strong>de</strong>sses locaisocorreu em função do local que apresentasse maior concentração <strong>de</strong> ateliêsque realizavam tatuagem. Ao total do estudo foram visitados treze ateliês,sendo que <strong>de</strong>zoito tatuadores participaram da pesquisa. Todos osentrevistados eram brasileiros, residiam em Brasília, estavam com ida<strong>de</strong> entre18 e 43 anos, com predominância do sexo masculino.Quanto às limitações do estudo, todos os tatuadores procurados paraparticiparem <strong>de</strong>sta pesquisa questionaram e se mostraram inseguros emvirtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rarem este assunto <strong>de</strong> pouca importância para estudo.Utilizaram-se do argumento <strong>de</strong> que tinham pleno domínio acerca doconhecimento teórico sobre biossegurança, do correto manuseio e higienizaçãodos instrumentais. O que se observou é que a resistência ocorria comoresultado <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>sconfiança <strong>de</strong>sses profissionais, uma vez que se sentiramfiscalizados, e por isso apresentaram uma reação negativa e poucocolaborativa com o estudo.Quando analisado o sexo dos tatuadores 94,0% <strong>de</strong>sses profissionaiseram do sexo masculino e apenas 6,0% feminino. Os dados <strong>de</strong>ste estudoconcordaram com os dados obtidos no município <strong>de</strong> São Paulo, Isihi (2010),encontrou que 85,92% dos tatuadores do município <strong>de</strong> São Paulo eram dosexo masculino, <strong>de</strong>mostrando assim uma prepon<strong>de</strong>rância masculina naprofissão <strong>de</strong> tatuador.


42Figura 1: Frequência <strong>de</strong> tatuadores por grupo etário no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, 2011.Ao analisar o grupo <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> dos tatuadores 50,0% dos entrevistadostinham ida<strong>de</strong> entre 18 e 30 anos e <strong>de</strong> 31 à 43 anos, respectivamente comomostra a Figura 1. Diferentemente as pesquisa <strong>de</strong> Isihi (2010), em sua amostraestudada, a maioria dos tatuadores apresentavam ida<strong>de</strong> entre 26 e 40 anos <strong>de</strong>ida<strong>de</strong>.Figura 2: Grau <strong>de</strong> instrução dos tatuadores no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, 2011.Com relação à escolarida<strong>de</strong> verificou-se que 22,0% dos entrevistadospossuíam o ensino fundamental, 45,0% o ensino médio e 33,0% tinham o nívelsuperior. Ou seja, a maioria dos profissionais dos ateliês já eram portadores <strong>de</strong>curso superior. (Figura 2).


43Quanto ao nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> dos tatuadores do município <strong>de</strong> SãoPaulo, Isihi (2010) mostrou que 66,20% <strong>de</strong> sua amostra possuíam o ensinomédio e somente 31,0% tinham concluído o nível superior, o que difere dosdados obtidos neste estudo.Ao consi<strong>de</strong>rar como se <strong>de</strong>u o aprendizado dos entrevistados, constatouseque cerca <strong>de</strong> 67,0% dos entrevistados apren<strong>de</strong>ram a profissão com ajudados colegas e 33,0% o fizeram observando outros colegas <strong>de</strong> trabalho.Semelhante aos dados obtidos por Isihi (2010), pois a maioria dos tatuadoresdo município <strong>de</strong> São Paulo apren<strong>de</strong>ram a profissão com colegas, sendopossível observar que a profissão <strong>de</strong> tatuador é aprendida <strong>de</strong> uma formainformal sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> curso técnico para exercer aprofissão.Figura 3: Tempo <strong>de</strong> profissão dos tatuadores no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, 2011.Na análise relativa ao tempo <strong>de</strong> profissão, os entrevistados queafirmaram ter até cinco anos <strong>de</strong> profissão correspon<strong>de</strong>ram a 39,0% dos casos.Com seis a <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> profissão um total <strong>de</strong> 44,0% dos tatuadores, e apenas17,0% tinham mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> profissão (Figura 3).Diferentemente do estudo <strong>de</strong> Isihi (2010), constatou-se que parte <strong>de</strong> suaamostra estudada possuíam mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> profissão. Nesta comparação


44que os tatuadores do Distrito Fe<strong>de</strong>ral possuíam menos tempo <strong>de</strong> profissãocomparado aos tatuadores <strong>de</strong> São Paulo.Quando analisada a prevenção com a vacina contra hepatite B entre osentrevistados, 78,0% dos casos relataram terem recebido essa vacina,enquanto que 11,0% negaram a imunização ou não tem o conhecimento sobresua imunida<strong>de</strong> frente à hepatite B, respectivamente.Figura 4: Número <strong>de</strong> doses <strong>de</strong> hepatite B recebidas pelos tatuadores no DistritoFe<strong>de</strong>ral, 2011.Ao consi<strong>de</strong>rarem o número <strong>de</strong> doses da vacina contra hepatite B,verificou-se que 63,0% relataram terem tomado as três doses, 25,0% nãocompletaram a<strong>de</strong>quadamente o esquema, com administração <strong>de</strong> duas doses e12,0% não sabiam informar sobre o total <strong>de</strong> doses <strong>de</strong> vacina que receberam(Figura 4).Isihi (2010), em sua amostra estudada verificou que meta<strong>de</strong> dosentrevistados afirmaram ter tomado a vacina contra hepatite B, sendo quesomente 35,0% dos tatuadores <strong>de</strong> São Paulo que tomaram a vacinacompletaram o esquema <strong>de</strong> três doses. Isso revela que tanto neste estudoquanto no estudo realizado por Isihi (2010), existiu uma alta porcentagem dos


45tatuadores que mostraram <strong>de</strong>sconhecimento sobre importância <strong>de</strong>ssaprevenção, tanto para o tatuador como para o cliente.Quando analisado o conhecimento da infecção por hepatite B e hepatiteC, entre os entrevistados, eles tinham certo conhecimento sobre acontaminação do vírus. Diferentemente da população estudada por Oliveira(2009) on<strong>de</strong> manicures do estado <strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong>mostraram<strong>de</strong>sconhecimento sobre a transmissão <strong>de</strong> hepatite B e C.Em relação ao aci<strong>de</strong>nte com agulhas entre os tatuadores mais dameta<strong>de</strong> dos entrevistados (67,0%) relataram ter sofrido aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> trabalho, eos <strong>de</strong>mais 33,0% nunca se aci<strong>de</strong>ntaram. Scheidt (2006), traz que o risco <strong>de</strong>contaminação após exposição percutânea com o vírus HIV é <strong>de</strong> 0,3% parahepatite B e esta exposição, varia <strong>de</strong> 6,0% à 30,0%. Quanto ao risco dahepatite C ela é aproximadamente entre 3,0% à 10,0%.Cerca <strong>de</strong> 16,0% relataram que o aci<strong>de</strong>nte ocorreu no momento dalavagem dos utensílios e 17,0% no <strong>de</strong>scarte ou na preparação do material.Em relação à forma <strong>de</strong> contaminação da hepatite B, cerca <strong>de</strong> 56,0% dostatuadores acreditavam que a contaminação po<strong>de</strong>ria se dá através do contatodireto com sangue. Um total <strong>de</strong> 11,0% afirmaram que a contaminação po<strong>de</strong>riase dá no manuseio do material utilizado no processo <strong>de</strong> tatuar, e 33,0%relataram que havia outras formas <strong>de</strong> contaminação. Confirmado por Mastroeni(2006) o contato com sangue, manuseio <strong>de</strong> materiais contaminados e oaci<strong>de</strong>nte com perfurocortantes po<strong>de</strong>m ser fontes <strong>de</strong> contaminação por vírus ebactérias.Quando analisado a questão do treinamento sobre a biossegurança,78,0% dos respon<strong>de</strong>ntes afirmaram terem recebido treinamento, enquanto22,0% nunca foram treinados. Quanto as normas <strong>de</strong> biossegurança, a maioriatatuadores receberam orientação técnica através do curso <strong>de</strong> biossegurança,dados semelhantes com os observados por <strong>de</strong> Isihi (2010), em São Paulo.


46Figura 5: Locais que os tatuadores receberam treinamento sobre biossegurança noDistrito Fe<strong>de</strong>ral, 2011.Ao ser analisado os profissionais dos ateliês sobre o treinamento <strong>de</strong>biossegurança, dos que relataram tê-lo recebido totalizou 64,0%, junto aosindicato dos tatuadores, 22,0% nos órgãos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e 14,0% não informou aorigem <strong>de</strong>ssa informação.Quanto aos procedimentos técnicos utilizados pelos tatuadores nosateliês do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, antes <strong>de</strong> dar inicio à tatuagem, a totalida<strong>de</strong> dosentrevistados relataram a realização <strong>de</strong> lavagem das mãos e a <strong>de</strong>sinfecção dabancada com álcool. Na avaliação da proteção da bancada com papel filmemais da meta<strong>de</strong> o fazem (70,0%), porém, nem todos protegem os <strong>de</strong>maismateriais, tais como: maca, ca<strong>de</strong>ira, fonte <strong>de</strong> alimentação, clip-cord 11 ,borrifador e a máquina <strong>de</strong> tatuar. Os dados <strong>de</strong>ste estudo não concordaram comos obtidos por Isihi (2010), uma vez que a mesma <strong>de</strong>mostrou em seu estudoque gran<strong>de</strong> parte dos tatuadores do município <strong>de</strong> São Paulo não lavavam asmãos antes <strong>de</strong> realizar a tatuagem no cliente, porém em relação a <strong>de</strong>sinfecçãodos materiais quase a totalida<strong>de</strong> relataram realizarem a <strong>de</strong>sinfecção antes eapós o trabalho.11 Clip-cord é um fio que conecta a fonte <strong>de</strong> alimentação com a máquina <strong>de</strong> tatuar.


47Figura 6: Reutilização da lâmina <strong>de</strong> barbear pelos tatuadores no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, 2011.Ao se analisar a figura 6, que <strong>de</strong>screve a reutilização <strong>de</strong> lâminas, 56,0%dos tatuadores afirmaram que as lâminas eram utilizadas uma única vez,11,0% não se lembra e 33,0% dos entrevistados não respon<strong>de</strong>ram. Isso érelevante uma vez que quase meta<strong>de</strong> dos entrevistados parece não fazer ocontrole a<strong>de</strong>quado durante a execução do procedimento <strong>de</strong> tricotomia. Alâmina <strong>de</strong> barbear é um material perfurocortante, <strong>de</strong>vendo ser <strong>de</strong> uso único ecom elevado risco <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> doenças veiculado a esse material(Mastroeni, 2006).Quanto aos equipamentos <strong>de</strong> proteção individual (EPI’s) utilizados narealização da tatuagem do cliente, 100,0% dos entrevistados relataram o uso<strong>de</strong> luvas e máscara. Contudo, quanto aos outros materiais <strong>de</strong> EPI’s, tais como:avental e óculos não faziam uso. Sabe-se que as ativida<strong>de</strong>s que expõe aocontato com sangue, ou outros fluidos corporais, exigem o uso <strong>de</strong>equipamentos <strong>de</strong> proteção individual, <strong>de</strong>stinados à redução do risco <strong>de</strong>transmissão <strong>de</strong> microrganismo, sendo eles, a máscara, luva, óculos e avental.(Hinriechsen, 2004).


48Figura 7: Uso do avental pelos tatuadores no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, 2011.Quanto ao uso do avental, 45% dos tatuadores afirmaram que o utilizam,enquanto que 33% afirmaram não utilizarem e 22% não respon<strong>de</strong>ram.(Figura 7). O estudo realizado por Isihi (2010), mostrou que pequenaquantida<strong>de</strong> dos entrevistados utilizavam avental.Figura 8: Uso <strong>de</strong> óculos pelos tatuadores no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, 2011.Os tatuadores que relataram fazer uso dos óculos totalizaram 56,0% doscasos, ao passo que 33,0% não faziam uso <strong>de</strong>sse equipamento <strong>de</strong> proteção e11,0%, não respon<strong>de</strong>ram (Figura 8). Diferentemente dos resultados encontrado


49por Isihi (2010), os entrevistados revelaram uma <strong>de</strong>spreocupação do uso <strong>de</strong>sseequipamento para a proteção individual.Neste estudo, todos entrevistados afirmaram realizar a preparação domaterial, ou seja, a limpeza antes <strong>de</strong> serem esterilizados, <strong>de</strong>screvendo a forma<strong>de</strong> limpeza a seguir:Entrevistado 1.”Faço limpeza do material com <strong>de</strong>sincrustante.”Entrevistado 2.”Uso <strong>de</strong>sincrustante, enxáguo, seco e uso invólucro <strong>de</strong> papelgrau cirúrgico.”Entrevistado 3.”Preparo o material quimicamente e manualmente.”Entrevistado 4.”Limpo com <strong>de</strong>sincrustante e <strong>de</strong>pois lavo com água e sabão,enxaguo e espero secar.”Entrevistado 5.”Lavando, secando e embalando.”Entrevistado 6.”Uso <strong>de</strong>sincrustante, lavo, seco e embalo com papel graucirúrgico.”Entrevistado 7.”Desincrustante, água, Germe-Rio, álcool 70% e embalagem.”Entrevistado 8.”Uso <strong>de</strong>sincrustante, enxaguo, borrifo álcool 70% espero secar eembalo em papel grau cirúrgico.”Entrevistado 9.”Lavo com água e sabão, seco e embalo.”Entrevistado 10.”Faço o processo <strong>de</strong> lavagem, <strong>de</strong>pois coloco na cuba <strong>de</strong>ultrassom , embalo em papel grau cirúrgico.”Entrevistado 11.”Lavo com germi-rio, em seguida enxaguo, seco e embalo.”Entrevistado 12.”Lava-se com germi-rio, após a passagem pelo ultrassom e emseguida sela-se em envelopes para autoclave.”Entrevistado 13.”Desincrustante, enxague, secagem e embalagem.”Entrevistado 14. “Germi-rio e <strong>de</strong>tergente enzimático, enxague e embalagem <strong>de</strong>papel grau cirúrgico.”Entrevistado 15.”Desincrustante, lavagem e embalagem em papel graucirúrgico.”Entrevistado 16.”Uso <strong>de</strong>sincrustante,e lavo.”Entrevistado 17.”Lavando com <strong>de</strong>tergente enzimático e fricção com escova,enxague e embalo no invólucro <strong>de</strong> papel grau cirúrgico.”


50Entrevistado 18.”Desincrustante, enxague, secagem e embalagem.”A lavagem dos materiais realizada pelos tatuadores eram feita <strong>de</strong> formaina<strong>de</strong>quada por gran<strong>de</strong> parte dos tatuadores, pois sabe-se que a limpeza,consiste na remoção física das sujida<strong>de</strong>s, realizada com água e sabão ou<strong>de</strong>tergentes, <strong>de</strong> forma manual ou automatizada, e por ação mecânica.Constitui-se a primeira e a mais importante etapa para eficiência dosprocedimentos <strong>de</strong> esterilização. Para Hinrichsen (2004), a <strong>de</strong>sinfecção <strong>de</strong>artigos críticos, ou seja, materiais que entram em contato com sangue que temalto risco <strong>de</strong> causar infecção quanto contaminados com qualquer tipo <strong>de</strong>microrganismo. Segundo Mastroeni (2006) consi<strong>de</strong>rando os artigos críticosenvolvidos na realização da tatuagem, necessita-se primeiramente da limpezamecânica (fricção) sempre associada a limpeza química (solução <strong>de</strong>tergente,<strong>de</strong>sincrustante ou enzimática), para a remoção da macrosujida<strong>de</strong>s, pois amatéria orgânica é uma barreira à ação dos <strong>de</strong>sinfetantes, assim como, reduz aativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les no momento da sua aplicação. Sendo importante salientar quena área <strong>de</strong> lavagem, enxague e secagem dos materiais estão recomentadosavental impermeável, luvas <strong>de</strong> borracha grossa, máscara e óculos protetores.(Hinrichsen, 2004).Sobre a realização dos testes biológicos da autoclave, durante oprocedimento <strong>de</strong> esterilização nos ateliês do Distrito Fe<strong>de</strong>ral 67,0% dostatuadores afirmaram que realizam esta ativida<strong>de</strong>, enquanto que 33,0%, nãorealizam. Hinrichsen (2004), para se garantir a eficiência dos processos <strong>de</strong>esterilização <strong>de</strong>ve-se fazer uso <strong>de</strong> indicadores para o controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> daesterilização, esta etapa consiste em avaliar e controlar todas as fases daesterilização, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar possíveis falhas, garantindo o controle <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> da esterilização.


51Figura 9: Frequência da realização dos testes nas autoclaves dos ateliês no DistritoFe<strong>de</strong>ral, 2011.Ao analisar a frequência da realização dos testes biológicos realizadosnas autoclave dos ateliês do Distrito Fe<strong>de</strong>ral 17,0% dos pesquisadosrespon<strong>de</strong>ram que a execução era semanal, 33,0% realizavam quinzenalmente,17,0% mensalmente e 33,0% afirmaram que este procedimento era semestral.(Figura 9). A frequência da realização dos testes biológicos eram feita <strong>de</strong> formaincorreta por gran<strong>de</strong> parte dos tatuadores do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, pois arecomendação da Vigilância Sanitária é <strong>de</strong> realizar o teste com indicadoresbiológicos em autoclaves a cada 7 dias (BRASIL, 2006).Quando foram questionados sobre a manutenção periódica daautoclave, verificou-se que 67,0% dos tatuadores realizavam esteprocedimento periodicamente, os <strong>de</strong>mais 33,0%, não o faziam comregularida<strong>de</strong>. È necessário realizar a manutenção periódica da autoclave paramanter o equipamento em perfeitas condições <strong>de</strong> funcionamento como o <strong>de</strong>garantir a segurança do equipamento segundo Mastroeni (2006).


52Figura 10: Frequência <strong>de</strong> manutenção das autoclaves nos ateliês <strong>de</strong> tatuagens do DistritoFe<strong>de</strong>ral, 2011.Dos tatuadores que realizavam a manutenção da autoclave 33,0% <strong>de</strong>lesfizeram esta ativida<strong>de</strong> semanalmente, 16,0% <strong>de</strong>les faziam a cada quinze dias,17,0% semestralmente ou não lembram, respectivamente (Figura 10). Caberessaltar, que a recomendação da manutenção da autoclave pela vigilânciasanitária é anual (BRASIL, 2006).Todos os tatuadores afirmaram que faziam a separação dos resíduosproduzidos <strong>de</strong>ntro do ateliê <strong>de</strong> tatuagem, e o <strong>de</strong>scarte dos perfurocortanteseram realizados em caixas apropriadas, ou seja, recipientes rígidos,impermeável. Os lixos infectados com secreções ou sangue eram <strong>de</strong>sprezadosem sacos <strong>de</strong> cor branco leitosa, <strong>de</strong> acordo com o preconizado pelo Ministérioda Saú<strong>de</strong> (2006). Dentre as falha <strong>de</strong>tectadas, uma <strong>de</strong>las envolviam oarmazenamento até a <strong>de</strong>stinação final do material, uma vez que não haviadocumento formal <strong>de</strong> gerenciamento dos resíduos, <strong>de</strong>ntro dos ateliês, o que éobrigatório por lei (RDC, n° 306 <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2004).


53Fe<strong>de</strong>ral, 2011.Figura 11: Destinação final dos resíduos sólidos nos ateliês <strong>de</strong> tatuagens do DistritoDe acordo com os entrevistados 17,0% <strong>de</strong>les <strong>de</strong>sprezavam os resíduossólidos em lixo comum, e 83,0% relataram que os resíduos iam diretamente doarmazenamento para a coleta externa. Dados <strong>de</strong>sta pesquisa diferem ao <strong>de</strong>Isihi (2010), pois em sua amostra foi encontrado uma quantida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável<strong>de</strong> 83,0% dos entrevistados que <strong>de</strong>sprezavam todos os resíduos em lixocomum. Quanto ao gerenciamento <strong>de</strong> resíduos produzidos no local, ainda sefaz necessária à implantação na rotina do ateliê <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> procedimento. Arecomendação é <strong>de</strong> que o lixo <strong>de</strong>ve ser separado em perigoso e comum, sendonecessário que o lixo perigoso receba cuidados especiais <strong>de</strong>vido a suacomposição, na coleta e na <strong>de</strong>stinação final (BRASIL, 2006).


546 CONCLUSÕESOs resultados mostraram que a maioria dos profissionais quetrabalhavam com tatuagem eram do sexo masculino, com ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 18 a 43anos, e formação em ensino superior.Com relação ao aprendizado da profissão, mais da meta<strong>de</strong> afirmaramque apren<strong>de</strong>ram a profissão observando os colegas durante o trabalho.Observou-se que quase meta<strong>de</strong> dos entrevistados possuiam <strong>de</strong> 6 a 10 anos <strong>de</strong>atuação.O conhecimento sobre a imunização contra a Hepatite B é muitoincipiente entre os tatuadores, visto que gran<strong>de</strong> parte negaram ter tomado avacina ou não possuiam conhecimento sobre sua importância. Mais da meta<strong>de</strong>dos entrevistados tomaram três doses <strong>de</strong> hepatite B, e um quarto dosentrevistados não completaram o esquema vacinal.Em relação aos aci<strong>de</strong>ntes com agulhas, mais da meta<strong>de</strong> dosentrevistados afirmaram que já sofreram aci<strong>de</strong>nte, durante o processo <strong>de</strong>trabalho.Quando analisado a questão do treinamento sobre biossegurança amaioria respon<strong>de</strong>u que obteve o treinamento, no Sindicato dos Tatuadores.Quanto à questão dos procedimentos técnicos utilizados na higienizaçãodo ambiente e do próprio tatuador, verificou-se que quase a totalida<strong>de</strong> protegiaa bancada e os outros materiais utilizados. Mais da meta<strong>de</strong> dos profissionaisrealizavam a manutenção da autoclave periodicamente e a maioriasemanalmente.Ao se analisar a utilização da lâmina <strong>de</strong> barbear, mais da meta<strong>de</strong> dosentrevistados afirmaram não reutilizavam esse equipamento.Os Equipamentos <strong>de</strong> Proteção Individual –EPI’s eram utilizados pelatotalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrevistados, com algumas observações:


55a) Mais da meta<strong>de</strong> dos entrevistados não respon<strong>de</strong>u quanto ao uso doavental;b) O óculos <strong>de</strong> segurança era utilizado por um pouco mais da meta<strong>de</strong>dos entrevistados;c) Todos utilizavam a máscara e a luva.Os resultados apontaram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar a utilização dosoutros EPI’s, uma vez que os profissionais se preocupam apenas em utilizar amáscara e luva, o que não é suficiente para garantir a prevenção contra osaci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trabalho.Sobre a realização <strong>de</strong> testes biológicos gran<strong>de</strong> parte dos entrevistadosafirmaram que realizavam o teste, Segundo a maior parte quinzenal ousemestral.Em relação ao gerenciamento <strong>de</strong> resíduos produzidos <strong>de</strong>ntro dos ateliês<strong>de</strong> tatuagem, vários tatuadores faziam corretamente a separação eacondicionamento <strong>de</strong>sses resíduos. Porém, os dados revelaram que a<strong>de</strong>stinação dos resíduos sólidos até o <strong>de</strong>scarte era feito em lixo comum poruma pequena quantida<strong>de</strong> dos entrevistados.


567 RECOMENDAÇÕES FINAISEste levantamento revelou falhas, quanto à correta utilização dosprocedimentos <strong>de</strong> esterilização, <strong>de</strong>sinfecção e uso <strong>de</strong> EPI’S, e na <strong>de</strong>stinaçãofinal dos resíduos, bem como na implantação <strong>de</strong> normas <strong>de</strong> gerenciamento<strong>de</strong>stes resíduos nos ateliês do Distrito Fe<strong>de</strong>ral.Portanto, propõe-se a seguir medidas preventivas, para aqueles queresi<strong>de</strong>m próximo aos ateliês <strong>de</strong> tatuagem, quanto para os profissionais da áreae órgãos fiscalizadores do setor saú<strong>de</strong>. Assim se faz necessário: Maior disseminação <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> biossegurança e/ou <strong>de</strong>atualização dos conhecimentos teóricos, acerca do manuseio e<strong>de</strong>scarte dos resíduos provenientes dos ateliês. Recomenda-secursos periódicos para conscientização das doenças ocasionadaspor sangue, entre outros, aspectos <strong>de</strong> biossegurança. Oferecimento <strong>de</strong> curso <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resíduos, produzidos<strong>de</strong>ntro do ateliês <strong>de</strong> tatuagem, e, as inflações sanitáriasexistentes para estes profissionais. Criação <strong>de</strong> protocolo a ser seguido por esta classe profissional, <strong>de</strong>preferência que seja produzido pelo Sindicato dos Tatuadores. Esclarecimentos e divulgação sobre a importância dos números<strong>de</strong> doses a<strong>de</strong>quadas da vacina contra hepatite B, não só para osprofissionais dos ateliês, mas, para a comunida<strong>de</strong> em geral. Divulgação através <strong>de</strong> fol<strong>de</strong>rs e mídia sobre as possíveis doençastransmissíveis, sobre a prática incorreta da tatuagem. Existência <strong>de</strong> fiscalização a<strong>de</strong>quada nos ateliês <strong>de</strong> tatuagem noDistrito Fe<strong>de</strong>ral.


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619 ANEXOS9.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDOO respeito <strong>de</strong>vido à dignida<strong>de</strong> humana exige que toda pesquisa se processeapós consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, indivíduos ou grupos quepor si e/ou por seus representantes legais manifestem a sua anuência àparticipação na pesquisa.Exige-se que o esclarecimento dos sujeitos se faça em linguagemacessível e que inclua necessariamente os seguintes aspectos:a) a justificativa, os objetivos e os procedimentos que serão utilizados napesquisa;b) os <strong>de</strong>sconfortos e riscos possíveis e os benefícios esperados;c) os métodos alternativos existentes;d) a forma <strong>de</strong> acompanhamento e assistência, assim como seus responsáveis;e) a garantia <strong>de</strong> esclarecimentos, antes e durante o curso da pesquisa, sobre ametodologia, informando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inclusão em grupo controle ouplacebo;f) a liberda<strong>de</strong> do sujeito se recusar a participar ou retirar seu consentimento,em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seucuidado;g) a garantia do sigilo que assegure a privacida<strong>de</strong> dos sujeitos quanto aosdados confi<strong>de</strong>nciais envolvidos na pesquisa;h) as formas <strong>de</strong> ressarcimento das <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong>correntes da participação napesquisa; ei) as formas <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização diante <strong>de</strong> eventuais danos <strong>de</strong>correntes dapesquisa.EU................................I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>........................., <strong>de</strong>claro que fui informado e<strong>de</strong>vidamente esclarecido do projeto <strong>de</strong> pesquisa intitulado: ”Processamento <strong>de</strong>utensílios usados em tatuagens no Distrito Fe<strong>de</strong>ral” <strong>de</strong>senvolvido pela <strong>Simone</strong><strong>Santos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lima</strong> do curso <strong>de</strong> enfermagem da Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Brasília-UCB, quanto aos itens da resolução 196/96.Declaro, que após ser esclarecido pelo pesquisador a respeito da pesquisa,consinto voluntariamente em participar <strong>de</strong>sta pesquisa.


62Brasília.......<strong>de</strong>......2011Representante legal:Nome: <strong>Simone</strong> <strong>Santos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lima</strong>RG:2.314.762 SSP-DF Data <strong>de</strong> nascimento:03/04/1986 Sexo M( ) F( X )En<strong>de</strong>reço: QS 08 conjunto 230 e casa 03Bairro: Areal cida<strong>de</strong>: Taguatinga CEP:72030-180 Tel: 61-91719287....................................................Assinatura do <strong>de</strong>claranteDeclaração do pesquisadorDeclaro, para fins da realização da pesquisa, que cumprirei todas as exigênciasacima, na qual obtive <strong>de</strong> forma apropriada e voluntária, o consentimento livre eesclarecido do <strong>de</strong>clarante acima, qualificado para a realização <strong>de</strong>sta pesquisa....................................................Assinatura do pesquisador responsável


639.2 QuestionárioUniversida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> BrasíliaCurso <strong>de</strong> enfermagemTitulo: Gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos no processo <strong>de</strong> tatuagem no Distrito Fe<strong>de</strong>ralAutor: <strong>Simone</strong> <strong>Santos</strong> <strong>de</strong> <strong>Lima</strong>Orientadora: Prof. Dr° Maria Do Socorro Nantua EvangelistaInstrumento da pesquisaNome do entrevistado____________________________________________A. Dados <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação1. Sexo:( ) Masculino ( ) Feminino2. Ida<strong>de</strong>:( ) 18 à 30 anos ( ) <strong>de</strong> 31 à 43 anos ( ) <strong>de</strong> 44 à 56 anos( ) > <strong>de</strong> 57 anos3. Nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>:( ) Analfabeto ( ) Ensino fundamental ( ) Ensino médio( ) Curso superior4. Como apren<strong>de</strong>u a profissão?( ) Curso técnico ( ) Com colegas ( ) Observando terceiros5. Tempo <strong>de</strong> profissão?( ) 0 à 5 anos ( ) 6 à 10 anos ( ) <strong>de</strong> 11 à 15 anos( ) 16 à 20 anos ( ) mais <strong>de</strong> 21 anosB. Antece<strong>de</strong>nte vacinal e da hepatite B6. Foi vacinado contra hepatite B?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe7. Quantas doses da vacina tomou?( ) 1 dose ( ) 2 doses ( ) 3 doses ( ) Não sabeC. Grau <strong>de</strong> conhecimento da hepatite B8. No seu trabalho, você tem risco <strong>de</strong> contrair hepatite B?( ) Sim, acredito no risco <strong>de</strong> contaminação.( ) Não, acredito no risco <strong>de</strong> contaminação.( ) Não respon<strong>de</strong>u.D. Grau <strong>de</strong> conhecimento da hepatite C9. No seu trabalho, você tem risco <strong>de</strong> contrair hepatite C?( ) Sim, acredito no risco <strong>de</strong> contaminação.( ) Não, acredito no risco <strong>de</strong> contaminação.( ) Não respon<strong>de</strong>u.E. Percepção <strong>de</strong> risco


10. Já se aci<strong>de</strong>ntou com agulhas usadas?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>uEm caso positivo:11. Em que situação:( ) Tatuando ( ) Na lavagem dos materiais ( ) No <strong>de</strong>scarte( ) Outra12. Quais as formas <strong>de</strong> se contaminar com o vírus da hepatite?( ) Contato com sangue ( ) Manuseio <strong>de</strong> materiais contaminados( ) Outro ( )Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>uF. Treinamento13. Você já recebeu alguma orientação relacionado à cuidados <strong>de</strong>biossegurança?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>uEm caso positivo14. Quem forneceu?( ) Órgão <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ( ) Sindicato dos tatuadores ( ) Não sabe( ) Não respon<strong>de</strong>uG. Formas <strong>de</strong> prevenção do vírus da hepatite B e CQual o procedimento técnico que você usa antes <strong>de</strong> iniciar a tatuagem?15. Lava as mãos?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>u16. Faz <strong>de</strong>sinfeção da bancado com álcool 70%?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>u17. Forra a bancada?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>u18. Protege os <strong>de</strong>mais materiais ?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>u19. Para quantos clientes usa a mesma lâmina <strong>de</strong> barbear?( ) 1 apenas ( ) 2 ou mais ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>uQuais o EPI utiliza para realização da tatuagem do cliente?20. Avental ou capote?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>u21. Óculos?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>u22. Máscara?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>u23. Luvas?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>uH. Métodos <strong>de</strong> esterilização em autoclave24. Prepara o material antes <strong>de</strong> ser esterilizado? (faz limpeza)( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>u64


6525. Como?______________________________________________________________________________________________________________________26. Você realiza o teste biológico e/ ou químico?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>uEm caso positivo:27. Com que frequência?( ) Semanalmente ( ) Quinzenalmente ( ) Mensalmente( ) semestralmente ( ) Anualmente ( ) Não lembra( ) Não respon<strong>de</strong>u28. Você faz manutenção periódica da autoclave?( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>uEm caso positivo:29. Com que frequência ?( ) Semanalmente ( ) Quinzenalmente ( ) Mensalmente( ) semestralmente ( ) Anualmente ( ) Não lembra( ) Não respon<strong>de</strong>uI. Da coleta dos resíduos sólidos30. Perfurocortantes:( ) Lixo comum ( ) Coleta <strong>de</strong> resíduos sólidos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ( ) Terceiros( ) Caixa <strong>de</strong> perfurocortante ( )Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>u31. Infectado com secreções ou sangue:( ) Lixo comum ( ) Coleta <strong>de</strong> resíduos sólidos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>( ) Terceiros ( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>uJ. On<strong>de</strong> são armazenados os resíduos sólidos até o <strong>de</strong>scarte?32. ( ) Lixo comum ( ) recipientes <strong>de</strong> acondicionamento temporário <strong>de</strong>resíduos sólidos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ( ) Encaminhado direto para oarmazenamento <strong>de</strong> coleta externa ( ) Terceiros ( ) Outras( ) Não sabe ( ) Não respon<strong>de</strong>u


669.3 Parecer do Comitê <strong>de</strong> ética em pesquisaTítulo do Projeto: Processamento dos utensílios usados em tatuagens no Distrito Fe<strong>de</strong>ral.Pesquisador Responsável Juliana Fonseca da SilvaData da Versão 31/05/2011 Cadastro 104/2011 Data do Parecer 20/06/2011Grupo e Área TemáticaIII - Projeto fora das áreas temáticas especiaisObjetivos do ProjetoInvestigar como é realizado o processamento dos utensílios utilizados para tatuagem emateliês <strong>de</strong> tatuagem no DF.Objetivos específicos1- Traçar a evolução histórica da tatuagem;2- Desenhar o perfil sócio <strong>de</strong>mográfico dos tatuadores do D.F;3- Investigar o conhecimento dos tatuadores acerca do processamento dos equipamentosusados na realização <strong>de</strong> tatuagens em seu ambiente <strong>de</strong> trabalho;4- Definir como é realizado na prática o processamento dos equipamentos;5- Especificar quais procedimentos são realizados;6- Propor um protocolo <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> artigos para ateliês <strong>de</strong> tatuagem.Sumário do ProjetoTipo <strong>de</strong> estudoNesse estudo será utilizada uma abordagem quanti-qualitativa.LocalO local para realização da pesquisa do grupo analisado será em diferentes ateliês <strong>de</strong>tatuagens localizados em várias cida<strong>de</strong>s do Distrito Fe<strong>de</strong>ral.Sujeitos e AmostraOs sujeitos <strong>de</strong>sta pesquisa científica serão profissionais que trabalham em ateliês <strong>de</strong>tatuagem. A amostra será <strong>de</strong>finida conforme os critérios <strong>de</strong> inclusão e exclusão


67especificados abaixo, consi<strong>de</strong>rando o número <strong>de</strong> profissionais inscritos no órgão e setrabalhará com uma margem <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> 5 a 7%.Critérios <strong>de</strong> inclusãoPara participar da pesquisa será necessário que o profissional seja maior <strong>de</strong> 18 anos e queaceite voluntariamente participar, assinando o termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido –TCLE. Possuir cre<strong>de</strong>nciamento no Sindicato dos Estúdios <strong>de</strong> Tatuagem e Body Piercing doBrasil (SETAP- BR) e autorização da Anvisa para funcionamento do estabelecimento.Critérios <strong>de</strong> exclusãoOs ateliês que não possuírem autorização da Anvisa para funcionamento da loja serãoexcluídos da pesquisa por uma questão ética <strong>de</strong>ste trabalho.Técnicas e instrumentos para a coleta <strong>de</strong> dadosUtilizar-se-á um questionário que será apresentado aos tatuadoresAnálise dos dadosOs dados serão analisados utilizando-se uma abordagem quanti-qualitativa. Os dadosobtidos a partir das questões abertas serão analisados qualitativamente e os dados obtidos apartir das questões fechadas serão tabulados e analisados <strong>de</strong> forma quantitativa. (POPE,2007)Itens Metodológicos e ÉticosTítuloAutoresLocal <strong>de</strong> Origem na InstituiçãoProjeto elaborado por patrocinadorAprovação no país <strong>de</strong> origemLocal <strong>de</strong> RealizaçãoOutras instituições envolvidasCondições para realizaçãoSituaçãoA<strong>de</strong>quadoA<strong>de</strong>quadosA<strong>de</strong>quadoSimNão necessitaOutro (citar no comentário)NãoA<strong>de</strong>quadasComentários sobre os itens <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntificaçãoO local para realização da pesquisa do grupo analisado será emdiferentes ateliês <strong>de</strong> tatuagens localizados em várias cida<strong>de</strong>s do Distrito


68Fe<strong>de</strong>ral.IntroduçãoA<strong>de</strong>quadaComentários sobre a IntroduçãoObjetivosA<strong>de</strong>quadosComentários sobre os ObjetivosPacientes e MétodosDelineamentoTamanho <strong>de</strong> amostraCálculo do tamanho da amostraParticipantes pertencentes a grupos especiaisSeleção eqüitativa dos indivíduos participantesCritérios <strong>de</strong> inclusão e exclusãoRelação risco- benefícioUso <strong>de</strong> placeboPeríodo <strong>de</strong> suspensão <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> drogas (wash out)Monitoramento da segurança e dadosAvaliação dos dadosPrivacida<strong>de</strong> e confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>Termo <strong>de</strong> ConsentimentoA<strong>de</strong>quação às Normas e DiretrizesA<strong>de</strong>quadoTotal 20 LocalNão necessário (pesquisa qualitativa)NãoA<strong>de</strong>quadaA<strong>de</strong>quadosA<strong>de</strong>quadaNão utilizaNâo utilizaA<strong>de</strong>quadoA<strong>de</strong>quada - qualitativaA<strong>de</strong>quadaA<strong>de</strong>quadoSimComentários sobre os itens <strong>de</strong> Pacientes e MétodosCronogramaA<strong>de</strong>quadoData <strong>de</strong> início prevista 1/8/2011


69Data <strong>de</strong> término prevista 1/11/2011OrçamentoFonte <strong>de</strong> financiamento externaA<strong>de</strong>quadoNãoComentários sobre o Cronograma e o OrçamentoReferências BibliográficasA<strong>de</strong>quadasComentários sobre as Referências BibliográficasRecomendaçãoAprovarComentários Gerais sobre o ProjetoO projeto aten<strong>de</strong> às exigências da Resolução 196/96 e recomenda-se sua aprovação peloComitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa. O projeto foi aprovado na reunião <strong>de</strong> 20/06/11 do CEP-UCB.Após a conclusão da realização da pesquisa é compromisso dos/das proponentes a entrega<strong>de</strong> relatório final ou versão final do trabalho.

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