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Segundo Paz e Taboada (2010), de acordo com dados do Instituto de PesquisaEconômica Aplicada, IPEA, o país diminuiu as taxas de pobreza extr<strong>em</strong>a e absoluta a umritmo de 0,8% e 0,9% anuais, respectivamente, no período de treze anos (entre 1995 e 2008).A Constituição Federal de 1988 contribuiu com a estruturação das políticas públicas deintervenção social do Estado e, <strong>em</strong> 2000, instituiu a moradia como direito social. Para oIPEA, ela foi a grande responsável, de maneira direta ou não, por grande parte das conquistasatualmente alcançadas pelo Brasil na luta para a erradicação da desigualdade e da pobreza.Infelizmente, o país ainda não conseguiu afetar a desigualdade social de formaexpressiva como fez com a grande quantidade de famílias que viviam <strong>em</strong> extr<strong>em</strong>a pobreza. Eesse processo será muito difícil, pois o probl<strong>em</strong>a é estrutural e histórico e a partir darepartição desigual do trabalho e do capital que todas as grandes diferenças sociais do país<strong>em</strong>erg<strong>em</strong>. Para Lavinas (2003), a pobreza está intimamente relacionada com a noção doespaço urbano e da apropriação deste espaço através da luta pela moradia e pelo controle dolocus de produção. Para a autora,“Na América Latina, a extr<strong>em</strong>a desigualdade, de caráter estrutural continuasendo a razão primeira da pobreza. Desigualdade de renda, desigualdade deacesso, desigualdade de meios, desigualdade na detenção de ativos. Aprovisão de serviços urbanos <strong>em</strong> quantidade e qualidades decentes, a preçoscompatíveis com o padrão de vida da população carente, segue sendo um dosgrandes desafios dos governos locais comprometidos com a redistribuição dob<strong>em</strong>-estar. Falar de desenvolvimento social é falar de desenvolvimentourbano”. (LAVINAS, 2003, p. 5)Segundo Paz e Taboada (2010), com a abolição da escravatura, a crise da lavouracafeeira e o início da industrialização, no final do século XIX e início do século XX, há umforte processo de migração para as grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, que setransformam <strong>em</strong> centros industriais. De acordo com Gomes (2005),16