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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMPINSTITUTO DE QUÍMICADEPARTAMENTO DE QUÍMICA ANALÍTICAANÁLISE DE SUSPENSÕES DE MATERIAIS BIOLÓGICOSPOR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA:NOVAS ALTERNATIVAS EM ATOMIZAÇÃO EMPREGANDOANÁLISE QUIMIOMÉTRICAOrienta<strong>do</strong>: EDENIR RODRIGUES PEREIRA FILHOQuímicoOrienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Marco Aurélio Zezzi ArrudaCo-orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Ronei Jesus PoppiCAMPINASEsta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo – BrasilMarço <strong>de</strong> 2003i


Dedico esta Tese <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong> aosmeus pais, Maria <strong>do</strong> Carmo e E<strong>de</strong>nir, eàs minhas irmãs, Elaine e Eliene, peloincentivo e apoio <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s os momentosda minha vida e <strong>do</strong> meu trabalho.Dedico, também, <strong>em</strong> especial ao meugran<strong>de</strong> amor, Fabíola, que s<strong>em</strong>pre meapóia nos momentos <strong>de</strong> dúvida, tristeza ealegria. A to<strong>do</strong>s o meu muito obriga<strong>do</strong>!iv


Conhecimento é orgulhar-se <strong>de</strong> saber muito;Sabe<strong>do</strong>ria é constata r que não se sabe mais nada.William Cowperv


RESUMOANÁLISE DE SUSPENSÕES DE MATERIAIS BIOLÓGICOS PORESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA: NOVAS ALTERNATIVAS EMATOMIZAÇÃO EMPREGANDO ANÁLISE QUIMIOMÉTRICAAutor: E<strong>de</strong>nir Rodrigues Pereira FilhoOrienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Marco Aurélio Zezzi ArrudaCo-orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Ronei Jesus PoppiEste trabalho <strong>de</strong>screve <strong>novas</strong> estratégias analíticas voltadas para a análise <strong>de</strong>suspensões biológicas. Diversas condições analíticas foram otimizadas <strong>em</strong> ETAASpara a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al, Cd e Pb. Inicialmente, estas otimizações foram feitasutilizan<strong>do</strong> soluções aquosas <strong>de</strong> referência, e foram testa<strong>do</strong>s seis modifica<strong>do</strong>resquímicos permanentes: Ir, Mo, Pd, Rh, W e Zr. Plataformas <strong>de</strong> L’vov foram tratadascom modifica<strong>do</strong>res individuais – 250 g ou <strong>em</strong> combinações – 500 g (250 g <strong>de</strong> Zr+ 250 g <strong>de</strong> W ou 250 g <strong>de</strong> Zr + 250 g <strong>de</strong> Rh). As t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise eatomização foram otimizadas com planejamento fatorial (11 experimentos para cadaanalito): 2 2 (variáveis normalizadas <strong>em</strong> –1 e +1) + estrela (variáveis normalizadas <strong>em</strong> 2 e 2 ) + ponto central (variáveis normalizadas <strong>em</strong> 0). As melhorest<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização para o Al foram 1100 e 2400 o C; para o Cd e oPb as t<strong>em</strong>peraturas foram, respectivamente, 500 e 1500 o C; e 910 e 1850 o C. Com aajuda <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s experimentais obti<strong>do</strong>s e PCA, o Zr foi escolhi<strong>do</strong> como o modifica<strong>do</strong>rpermanente preferencial. Amostras biológicas não certificadas e certificadas foramutilizadas para a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>s metais e avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>do</strong> Zr.Suspensões <strong>de</strong>stas amostras biológicas foram preparadas <strong>em</strong> HNO 3 0,2% (v/v) e aenergia ultra-sônica foi <strong>em</strong>pregada na homogeneização. Suspensões <strong>de</strong> leite <strong>em</strong> pócomercial (1% m/v) foram <strong>em</strong>pregadas na <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> Al. Cinco plataformas <strong>de</strong>L’vov foram tratadas com 500 g <strong>de</strong> Zr no início <strong>do</strong>s experimentos. Elas foramsubmetidas a 50, 100, 150, 200 e 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento para a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>Al. Devi<strong>do</strong> à alta t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> atomização necessária para avii


<strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> Al, as plataformas foram re-tratadas com 500 g <strong>de</strong> Zr após ter<strong>em</strong>si<strong>do</strong> submetidas a 50 ciclos <strong>de</strong> aquecimento. Na <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> Al as plataformasmantiveram-se estáveis até, aproximadamente, 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento. Cádmioe Pb foram <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s <strong>em</strong> fíga<strong>do</strong> bovino (CRM 1577b) e folhas <strong>de</strong> faia (CRM 100),respectivamente; <strong>em</strong> ambos os casos a concentração das suspensões foi 0,4%(m/v). Na <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> Cd e Pb os fornos <strong>de</strong> grafite (trata<strong>do</strong>s com 500 g <strong>de</strong> Zr)apresentaram boas condições <strong>de</strong> trabalho e estabilida<strong>de</strong> até 1100 e 860 ciclos <strong>de</strong>aquecimento, respectivamente. Nesta situação, apenas um tratamento com Zr(500g) foi feito no início <strong>do</strong>s experimentos. Com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer umainvestigação mais completa, duas plataformas <strong>novas</strong> foram também estudadas euma <strong>de</strong>las foi tratada com 500 g <strong>de</strong> Zr. Algumas plataformas foram tratadas commodifica<strong>do</strong>res convencionais: Mg (<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al) e Pd + Mg (<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>Cd e Pb), objetivan<strong>do</strong> uma comparação <strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>do</strong> Zr como modifica<strong>do</strong>rquímico permanente. Após os experimentos foi usada a SRXRF para <strong>de</strong>terminar apresença <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos residuais nas plataformas. Utilizan<strong>do</strong> a PARAFAC comoferramenta quimiométrica, combinada com os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com a SRXRF, foiconcluí<strong>do</strong> que plataformas tratadas com modifica<strong>do</strong>res convencionais apresentarammais el<strong>em</strong>entos residuais (principalmente, Ca, Fe, P e S) <strong>do</strong> que aquelas tratadascom Zr. Por outro la<strong>do</strong>, a PCA <strong>de</strong> imagens mostrou superfícies com comportamentosdiferentes <strong>em</strong> uma mesma plataforma. Além disso, micrografias (aumento <strong>de</strong> 500vezes) das plataformas tratadas com Zr e usadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al foramsimilares às plataformas <strong>novas</strong>. Neste caso, o Zr po<strong>de</strong> ser usa<strong>do</strong> para a preservaçãoda superfície da plataforma. Um mecanismo foi proposto para atomização <strong>do</strong> Al e foi<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> que, simultaneamente, duas vias <strong>de</strong> atomização provavelmenteapareceram. Na primeira via o Zr foi constant<strong>em</strong>ente re-utiliza<strong>do</strong> (mecanismo para aslaterais das plataformas) e no segun<strong>do</strong>, o Zr foi perdi<strong>do</strong> como ZrO (mecanismoproposto para a parte central das plataformas). Na última parte <strong>de</strong>ste trabalho foiproposta uma nova estratégia e uma boa alternativa para a análise <strong>de</strong> suspensõesutilizan<strong>do</strong> a TS-FF-AAS. Neste trabalho cinco amostras certificadas e três nãocertificadas foram preparadas <strong>em</strong> HNO 3 0,3 mol/L e introduzidas <strong>em</strong> um tubo <strong>de</strong> Ni(99% <strong>de</strong> Ni) localiza<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma chama oxidante <strong>de</strong> ar/acetileno. Este tubo <strong>de</strong> Niviii


possuía 10 cm <strong>de</strong> comprimento, 12 mm <strong>de</strong> d.e. e 10 mm <strong>de</strong> d.i.. Na parte <strong>de</strong> baixo <strong>do</strong>tubo foram feitos 6 furos para a entrada parcial da chama no interior <strong>do</strong> mesmo. Otamanho <strong>de</strong> partícula das amostras foi estima<strong>do</strong> <strong>em</strong> 100 m e as concentrações dassuspensões variaram <strong>de</strong> 0,1 a 1,0% (m/v). Na introdução das soluções <strong>de</strong> referênciae suspensões foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> um capilar cerâmico com 0,50 mm <strong>de</strong> d.i. e um fluxocarrega<strong>do</strong>r <strong>de</strong> 0,4 mL/min. A freqüência analítica foi estimada <strong>em</strong> 12<strong>de</strong>terminações/h e os L.D. para Cd, Cu e Pb foram 0,5 , 4 e 4 g/L, respectivamente.Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com TS-FF-AAS foram compara<strong>do</strong>s com ETAAS (plataformastratadas com 500 g <strong>de</strong> Zr) e não foi encontrada alguma diferença significativa aonível <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 95%.ix


ABSTRACTBIOLOGICAL SLURRIES ANALYSIS USING ATOMIC ABSORPTIONSPECTROMETRY: TRENDS IN ATOMIZATION EMPLOYING CHEMOMETRICANALYSISAuthor: E<strong>de</strong>nir Rodrigues Pereira FilhoAdviser: Prof. Dr. Marco Aurélio Zezzi ArrudaCo-adviser: Prof. Dr. Ronei Jesus PoppiThis work <strong>de</strong>scribes new analytical strategies <strong>de</strong>voted to biological slurry analysis.Several analytical conditions for Al, Cd and Pb <strong>de</strong>terminations were optimized inETAAS. These optimizations were ma<strong>de</strong> using standard aqueous solutions and sixpermanent ch<strong>em</strong>ical modifiers were tested: Ir, Mo, Pd, Rh, W and Zr. L’vov platformswere treated with individual modifiers – 250 g or some combinations - 500 g (250g Zr + 250 g W or 250 g Zr + 250 g Rh). The pyrolysis and atomizationt<strong>em</strong>peratures were optimized with factorial <strong>de</strong>sign (11 experiments for each analyte):2 2 (variables normalized in –1 and +1) + star (variables normalized in 2 and 2 )+ central point (variables normalized in 0). For Al the best pyrolysis and atomizationt<strong>em</strong>peratures were 1100 and 2400 o C; for Cd and Pb optimization the t<strong>em</strong>peratureswere, respectively, 500 and 1500 o C and 910 and 1850 o C. With the aid of obtaine<strong>de</strong>xperimental data and PCA, Zr was elected as the preferential permanent modifier.For metal <strong>de</strong>terminations and Zr performance evaluation, uncertified and certifiedbiological samples were used. Biological slurry samples were prepared in 0.2 % (v/v)HNO 3 and ultrasound energy was used for its homogenization. For Al <strong>de</strong>termination,commercial milk pow<strong>de</strong>r slurry (1% w/v) was <strong>em</strong>ployed. Five L’vov platforms werecovered with 500 g of Zr at the beginning of the experiments. They were submittedto 50, 100, 150, 200 and 500 heating cycles for Al <strong>de</strong>termination. Due to the highatomization t<strong>em</strong>peratures nee<strong>de</strong>d for Al <strong>de</strong>termination, the platforms were re-treatedwith 500 g Zr after being submitted to 50 heating cycles. In Al <strong>de</strong>termination theplatforms were stable up to around 500 heating cycles. Cadmium and Pb werex


<strong>de</strong>termined in bovine liver (CRM 1577b) and beech leaves (CRM 100), respectively;in both cases the slurries concentration was 0.4 % (w/v). In the Cd and Pb<strong>de</strong>terminations the graphite furnace (treated with 500 g Zr) presented a goodworking condition and stability up to 1100 and 860 heating cycles, respectively. In thissituation, only one treatment with Zr (500 g) was ma<strong>de</strong> at the beginning of theexperiments. In or<strong>de</strong>r to make a more complete investigation two new platforms werealso studied and one of th<strong>em</strong> was covered with 500 g of Zr. Some platforms weretreated with conventional modifiers: Mg (Al <strong>de</strong>termination) and Pd + Mg (Cd and Pb<strong>de</strong>terminations), aiming at comparing the Zr performance as permanent modifier.SRXRF was used to <strong>de</strong>termine the presence of residual species in platforms afterthe experiments. Using PARAFAC as a ch<strong>em</strong>ometric tool, combined with the resultsobtained with SRXRF, it was conclu<strong>de</strong>d that platforms treated with conventionalmodifiers presented more residual species (mainly Ca, Fe, P and S) than thosetreated with Zr. On the other hand, Image PCA showed different surfaces behaviorsin a same platform. In addition, micrographs (500 magnification) taken from platformstreated with Zr and used for Al <strong>de</strong>termination were similar to new platforms. In thiscase, the Zr can be used for platform surface preservation. An Al atomizationmechanism was proposed and it was <strong>de</strong>termined that two atomization courses mightprobably appeared simultaneously. In the first course, the Zr was constantly reused(mechanism for the L’vov platforms edges) and in the second, the Zr was lost as ZrO(mechanism proposed for the central part of platforms). In the last part of this work itwas proposed a new strategy and a good alternative for slurries analysis using TS-FF-AAS. In this work five certified and three uncertified samples were prepared in 0.3mol/L HNO 3 and introduced into a Ni tube (99% of Ni) located in an oxidizingair/acetylene flame. This Ni tube had 10 cm length, 12 mm o.d. and 10 mm i.d.. Therewere 6 holes at the bottom of the Ni tube to allow a partial entrance of the flame. Thesamples particle size was around 100 m and the slurry concentrations varied from0.1 to 1.0 % (w/v). A ceramic capillary with 0.50 mm i.d. was used for slurries andstandard solutions introduction and the flow rate was 0.4 mL/min. The analyticalfrequency was estimated in 12 <strong>de</strong>terminations/h and the D.L. for Cd, Cu and Pb werexi


0.5, 4 e 4 g/L, respectively. The results obtained with TS-FF-AAS were comparedwith ETAAS (platforms treated with 500 g Zr) and it was not found a significantdifference at 95% of confi<strong>de</strong>nce level.xii


SÚMULA CURRICULAR1 – Da<strong>do</strong>s PessoaisNome: E<strong>de</strong>nir Rodrigues Pereira FilhoData <strong>de</strong> nascimento: 24 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1975Naturalida<strong>de</strong>: Colatina – ESe – mail: erpf@uol.com.brWeb site: http://sites.uol.com.br/erpf2 – Formação AcadêmicaDoutora<strong>do</strong> <strong>em</strong> Química Analítica (1999 – 2003)Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas – UNICAMP<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> QuímicaMestra<strong>do</strong> <strong>em</strong> Química Analítica (1997 – 1999)Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas – UNICAMP<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> QuímicaBacharela<strong>do</strong> <strong>em</strong> Química (1993 – 1996)Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Campinas – PUCCAMP3 – Histórico ProfissionalEstagiário Docente (2002)Disciplinas: Méto<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Química Analítica Instrumental (primeiro s<strong>em</strong>estre) eQuímica Geral Experimental (segun<strong>do</strong> s<strong>em</strong>estre)Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas – UNICAMP<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> QuímicaAssistente <strong>de</strong> Pesquisa (1994 – 1997)Empresa Brasileira <strong>de</strong> Pesquisa Agropecuária (Embrapa) – Centro Nacional <strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong>Monitoramento e Avaliação <strong>de</strong> Impacto Ambiental (CNPMA)Jaguariúna – SPSupervisor <strong>de</strong> Produção (1993 – 1994)Duravin Resinas e Tintas LtdaCampinas – SPxiii


4 – Principais comunicações <strong>em</strong> eventos científicos Application of SRXRF for investigating metal distribution in the Ni tube inner surface afterslurry analyses by TS-FF-AAS (Apresentação oral) – VIII S<strong>em</strong>inário Latino-Americano <strong>de</strong>Análises por Técnicas <strong>de</strong> Raios-X – Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, Nova Frigurgo/Rio<strong>de</strong> Janeiro-Brasil – (Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2002) Direct <strong>de</strong>termination of cadmium, copper and lead in biological samples using thermosprayflame furnace atomic absorption spectrometry (TS-FF-AAS) with slurry sample introduction(Apresentação Oral) - VII Rio Symposium on Atomic Spectrometry - Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Santa Catarina, Florianópolis/Santa Catarina–Brasil – (Abril <strong>de</strong> 2002) Use of X-ray microfluorescence with synchrotron radiation in studies related to permanentch<strong>em</strong>ical modification in L’vov platform - XXXII Colloquium Spectroscopicum Internationale(Pretória – África <strong>do</strong> Sul) – (Julho <strong>de</strong> 2001) Preliminary studies related to permanent ch<strong>em</strong>ical modifiers for lead and cadmium<strong>de</strong>termination e Investigation of L'vov platform morphology after slurry analysis: A study ofcase - VI Rio Symposium on Atomic Spectrometry - Universidad <strong>de</strong> Concepción,Concepción/Pucón – Chile (Dez<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2000) Determinação espectrofotométrica catalítica <strong>de</strong> cobalto: Emprego <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s neurais ealgoritmos genéticos para otimização <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> - XXI Reunião Anual da Socieda<strong>de</strong> Brasileira<strong>de</strong> Química - Poços <strong>de</strong> Caldas/MG – (Maio <strong>de</strong> 1998) On-Line microwave slurry sample digestion by using a flow injection syst<strong>em</strong>:Spectrophotometric <strong>de</strong>termination of iron in seafood - VII International Conference on FlowAnalysis, Águas <strong>de</strong> São Pedro/SP – (Agosto <strong>de</strong> 1997)5 – Patente“Sist<strong>em</strong>a automático <strong>em</strong> fluxo para a introdução <strong>de</strong> amostras com posterior digestão utilizan<strong>do</strong>forno <strong>de</strong> microondas” - n o <strong>do</strong> Pedi<strong>do</strong>/Patente: PI9900398-8 - Data <strong>do</strong> Depósito INPI: 09/02/19996 –Publicações Matos, G. D.; Pereira-Filho, E. R.; Poppi, R. J.; Arruda, M. A. Z., Análise exploratória <strong>em</strong>química analítica com <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> quimiometria: PCA e PCA <strong>de</strong> imagens, Analytica, no prelo. Pereira-Filho, E. R.; Arruda, M. A. Z., Atomização com chama e eletrotérmica: (re)apresentan<strong>do</strong> <strong>alternativas</strong>, Anais da Associação Brasileira <strong>de</strong> Química, no prelo. Pereira-Filho, E. R.; Arruda, M. A. Z.; Petrus, R. R.; Faria, J. A. F., Automated monossegmentedsyst<strong>em</strong> for hydrogen peroxi<strong>de</strong> <strong>de</strong>termination at low leves, Journal of Flow Injection Analysis,2002, 19, 125-128. Pereira-Filho, E. R.; Poppi, R. J.; Arruda, M. A. Z., Emprego <strong>de</strong> planejamento fatorial para aotimização das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização <strong>de</strong> Al, Cd, Mo e Pb por ETAAS,xiv


Química Nova, 2002, 25, 246-253.Pereira-Filho, E. R.; Berndt, H.; Arruda, M. A. Z., Simultaneous sample digestion and<strong>de</strong>termination od Cd, Cu and Pb in biological samples using thermospray flame furnaceatomic absorption spectrometry (TS-FF-AAS) with slurry sample introduction,Journal of Analytical Atomic Spectrometry, 2002, 17, 1308-1315.Pereira-Filho, E. R.; Poppi, R. J.; Arruda, M. A. Z., Metals distribution and investigation ofL’vov platform surface using Principal Component Analysis, Multi-way PrincipalComponent Analysis, micro Synchrotron Radiation X-ray Fluorescence and ScanningElectron Microscopy after Al <strong>de</strong>termination in slurry milk sample, Spectrochimica Acta Part B,2002, 57, 1259-1276.Coelho, L. M.; Pereira-Filho, E. R.; Arruda, M. A. Z., On-line mechanised microwave biologicalfluid <strong>de</strong>composition and off-line calcium and magnesium <strong>de</strong>termination by flame atomicabsorption spectrometry, Química Analítica (Barcelona), 2002, 20, 243-249.Pereira-Filho, E. R.; Mello, C.; Costa-Filho, P. A.; Poppi, R. J.; Arruda, M. A. Z.; A Neuro-geneticapproach for optimization of the spectrophotometric catalytic <strong>de</strong>termination of cobalt,Analytica Chimica Acta, 2001, 433, 111-117.Pereira-Filho, E. R.; Maniasso, N.; Zagatto, E. A. G.; Arruda, M. A. Z., Flow analysis and micelarmedia: Potentialities and application in spectrophotometry, Journal of Flow Injection, 2001,18, 150-155.Pereira-Filho, E. R.; Poppi, R. J.; Arruda, M. A. Z., Exploratory analysis of micrographic Teflonimages, Mikrochimica Acta, 2001, 136, 55-60.Pereira-Filho, E. R.; Pérez, C. A.; Arruda, M. A. Z., X-ray microfluorescence with synchrotronradiation in the L’vov platform studies, Activity Report-Laboratório Nacional <strong>de</strong> Luz Síncrotron,Campinas-SP, 2001, 89-90.Pereira-Filho, E. R.; Arruda, M. A. Z., Mechanised flow syst<strong>em</strong> for on-line microwave digestionof food samples with off-line catalytic spectrophotometric <strong>de</strong>termination of cobalt atng l -1 leves, Analyst, 1999, 124, 1873-1877.Pereira-Filho, E. R.; Rohwed<strong>de</strong>r, J. J. R.; Arruda, M. A. Z., On-line microwave slurry sampledigestion using flow syst<strong>em</strong>s for the spectrophotometric <strong>de</strong>termination of iron in seafood,Analyst, 1998, 123, 1023-1028.xv


SUMÁRIOSUMÁRIO.....................................................................................................................iLISTA DE FIGURAS ................................................................................................. xxLISTAS DE QUADROS...........................................................................................xxivLISTA DE TABELAS ............................................................................................... xxvLISTA DE ABREVIATURAS....................................................................................xxvi1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................11.1. MOTIVAÇÃO........................................................................................................ 21.2. OBJETIVOS GERAIS........................................................................................... 32. REFERÊNCIAS.......................................................................................................4CAPÍTULO 1 ...............................................................................................................51. OBJETIVOS ............................................................................................................62. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................62.1. ESPECTROMETRIA ATÔMICA COM ATOMIZAÇÃO ELETROTÉRMICA.......... 62.2. MODIFICADORES QUÍMICOS ............................................................................ 72.3. MODIFICADORES QUÍMICOS PERMANENTES................................................ 92.4. EMPREGO DE PLANEJAMENTO FATORIAL EM ATOMIZAÇÃOELETROTÉRMICA.................................................................................................... 122.5. ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS - PCA ......................................... 153. PARTE EXPERIMENTAL......................................................................................173.1. MATERIAL ......................................................................................................... 173.2. REAGENTES E SOLUÇÕES ............................................................................. 173.3. OTIMIZAÇÃO DAS TEMPERATURAS DE PIRÓLISE E ATOMIZAÇÃO PARADETERMINAÇÃO DE Cd, Pb, Mo E Al ..................................................................... 183.4. TRATAMENTO DAS PLATAFORMAS DE L'VOV.............................................. 193.5. EXPERIMENTOS EXECUTADOS NA OTIMIZAÇÃO POR PLANEJAMENTOFATORIAL................................................................................................................. 204. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................214.1. ESTUDOS PARA O Cd E Pb ............................................................................. 214.2. ESTUDOS PARA O Mo...................................................................................... 28xvi


4.3. ESTUDOS PARA O Al ....................................................................................... 294.4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O EMPREGO DE PLANEJAMENTO FATORIAL EMETAAS ...................................................................................................................... 314.5. ESCOLHA DO MODIFICADOR QUÍMICO PERMANENTE............................... 335. CONCLUSÃO PARCIAL .......................................................................................356. REFERÊNCIAS.....................................................................................................37CAPÍTULO 2 .............................................................................................................401. OBJETIVOS ..........................................................................................................412. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................412.1. EMPREGO DE SUSPENSÕES EM ETAAS ...................................................... 412.2. EMPREGO DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA EM ETAAS 452.3. RADIAÇÃO SÍNCROTRON................................................................................ 472.3.1. LABORATÓRIO NACIONAL DE LUZ SÍNCROTRON .............................482.3.2. MICRO SONDA DE FLUORESCÊNCIA RAIOS-X...................................493. PARTE EXPERIMENTAL......................................................................................513.1 MATERIAL .......................................................................................................... 513.2. REAGENTES E SOLUÇÕES ............................................................................. 523.3. AMOSTRAS ....................................................................................................... 523.4. VERIFICAÇÃO DOS RECOBRIMENTOS: DETERMINAÇÃO DE Al................. 533.5. VERIFICAÇÃO DOS RECOBRIMENTOS: DETERMINAÇÃO DE Cd e Pb ....... 553.6. MAPEAMENTO DAS PLATAFORMAS DE L´VOV ............................................ 583.7. INVESTIGAÇÃO DE POSSÍVEIS CONCOMITANTES NA DETERMINAÇÃO DECd e Pb ..................................................................................................................... 593.8. DETERMINAÇÃO DE Cd e Pb NAS AMOSTRAS CERTIFICADAS .................. 624. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................624.1. VERIFICAÇÃO DOS RECOBRIMENTOS: DETERMINAÇÃO DE Al................. 624.2. DETERMINAÇÃO DE Cd e Pb........................................................................... 644.3. MAPEAMENTO DAS PLATAFORMAS DE L´VOV – DETERMINAÇÃO DE Al . 674.4. MAPEAMENTO DAS PLATAFORMAS DE L´VOV – DETERMINAÇÃO DE Cd ePb.............................................................................................................................. 734.5. ESTUDO DE POSSÍVEIS CONCOMITANTES NA DETERMINAÇÃO DE Cd Exvii


Pb.............................................................................................................................. 764.6. DETERMINAÇÃO DE Cd e Pb EM AMOSTRAS CERTIFICADAS .................... 785. CONCLUSÃO PARCIAL .......................................................................................806. REFERÊNCIAS.....................................................................................................82CAPÍTULO 3 .............................................................................................................851. OBJETIVOS ..........................................................................................................862. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................862.1. IMAGENS........................................................................................................... 862.2. PCA DE IMAGENS ............................................................................................ 872.3. PARAFAC .......................................................................................................... 912.4. TERMOGRAVIMETRIA...................................................................................... 933. PARTE EXPERIMENTAL......................................................................................933.1. MATERIAL ......................................................................................................... 933.2. PCA DE IMAGENS – PLATAFORMAS EMPREGADAS NA DETERMINAÇÃODE Al, Cd E Pb.......................................................................................................... 943.3. EMPREGO DO PARAFAC................................................................................. 953.4. TERMOGRAVIMETRIA...................................................................................... 984. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................994.1. EMPREGO DE PCA DE IMAGENS – RESULTADOS PARA O Al .................... 994.2. EMPREGO DE PCA DE IMAGENS – RESULTADOS PARA Cd e Pb ............ 1014.3. EMPREGO DE PCA DE IMAGENS – ESTUDO GLOBAL ............................... 1024.4. APLICAÇÃO DO PARAFAC............................................................................. 1044.5. TERMOGRAVIMETRIA.................................................................................... 1134.6. PROPOSTA DE POSSÍVEIS MECANISMOS DE ATOMIZAÇÃO NADETERMINAÇÃO DE Al ......................................................................................... 1165. CONCLUSÃO PARCIAL .....................................................................................1186. REFERÊNCIAS...................................................................................................119CAPÍTULO 4 ...........................................................................................................1211. OBJETIVOS ........................................................................................................1222. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................1222.1. SPRAY TÉRMICO............................................................................................ 124xviii


3. PARTE EXPERIMENTAL....................................................................................1263.1. MATERIAL ....................................................................................................... 1263.2. TUBOS METÁLICOS ....................................................................................... 1273.3. REAGENTES E SOLUÇÕES ........................................................................... 1283.4. AMOSTRAS ..................................................................................................... 1283.5. PREPARO DAS SUSPENSÕES...................................................................... 1293.6 CONFIGURAÇÃO DO SISTEMA ...................................................................... 1293.7. BOMBA DE DIAFRAGMA ................................................................................ 1303.8. OTIMIZAÇÃO DO SISTEMA ............................................................................ 1323.9. MODIFICAÇÃO DA SUPERFÍCIE, ATMOSFERA INTERNA E CONFIGURAÇÃODO TUBO DE NÍQUEL............................................................................................ 1343.10. INVESTIGAÇÃO DE POSSÍVEIS CONCOMITANTES NA DETERMINAÇÃO DECd, Cu e Pb............................................................................................................. 1343.11. DETERMINAÇÃO DE Cd, Cu, Pb E TESTES COMPARATIVOS COM ETAAS................................................................................................................................ 1354. RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................1364.1. OTIMIZAÇÃO DO SISTEMA ............................................................................ 1364.2. MODIFICAÇÃO DA SUPERFÍCIE, ATMOSFERA INTERNA E CONFIGURAÇÃODO TUBO DE NÍQUEL............................................................................................ 1394.3. ESTUDO DO EFEITO DE POSSÍVEIS CONCOMITANTES NADETERMINAÇÃO DE Cd, Cu e Pb ......................................................................... 1424.4. DETERMINAÇÃO DE Cd, Cu e Pb .................................................................. 1444.5. RESULTADOS E CARACTERÍSTICAS ANALÍTICAS ..................................... 1474.6. TUBO DE Ni ..................................................................................................... 1494.6.1. Estu<strong>do</strong>s com micro sonda <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong> raios-X..........................1534.6.2. Mecanismo <strong>de</strong> atomização.....................................................................1565. CONCLUSÃO PARCIAL .....................................................................................1576. REFERÊNCIAS...................................................................................................1591. CONCLUSÃO GERAL E PERSPECTIVAS FUTURAS.......................................160xix


LISTA DE FIGURASFigura 1: Configuração <strong>de</strong> um planejamento fatorial 2 2 + ponto central + estrela, on<strong>de</strong> o círculo centralrepresenta o experimento no ponto central (variáveis normalizadas <strong>em</strong> zero), o quadra<strong>do</strong> comcírculos nas arestas representa o fatorial 2 2 (variáveis normalizadas <strong>em</strong> –1 e +1), e o losangocom pequenos quadra<strong>do</strong>s nas arestas representa o fatorial <strong>em</strong> estrela (variáveis normalizadas<strong>em</strong> 2 e 2 )........................................................................................................................ 14Figura 2: Decomposição da matriz <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s X (N linhas e M colunas) <strong>em</strong> vetores <strong>de</strong> scores (t i ),loadings (p i ) e uma matriz <strong>de</strong> erros E............................................................................................ 16Figura 3: Representação <strong>do</strong> pré-processamento <strong>de</strong> 10 variáveis fictícias (retângulos). Em (a) t<strong>em</strong>os asvariáveis originais, <strong>em</strong> (b) as mesmas variáveis centradas na média (média igual a zero) e <strong>em</strong> (c)t<strong>em</strong>os as variáveis auto-escaladas (média igual a zero e <strong>de</strong>svio padrão igual a 1)..................... 16Figura 4: Superfícies <strong>de</strong> resposta, gráficos <strong>de</strong> contorno e equações obtidas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cdcom o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> Pd (a), Zr (b), W (c) e Zr + W (d) como modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes........................................................................................................................................................ 23Figura 5: Superfície <strong>de</strong> resposta, gráfico <strong>de</strong> contorno e equações obtidas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd como <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> Rh como modifica<strong>do</strong>r químico permanente. .......................................................... 26Figura 6: Superfície <strong>de</strong> resposta, gráfico <strong>de</strong> contorno e equação obti<strong>do</strong>s na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb com o<strong>em</strong>prego <strong>de</strong> Zr como modifica<strong>do</strong>r químico permanente................................................................ 26Figura 7: Superfícies <strong>de</strong> resposta, gráficos <strong>de</strong> contorno e equações obtidas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pbcom o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> Rh (a), W (b) e Zr + Rh (c) como modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes. ..... 27Figura 8: Superfície <strong>de</strong> resposta, gráfico <strong>de</strong> contorno e equação obtida na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al com o<strong>em</strong>prego <strong>de</strong> Mg como modifica<strong>do</strong>r químico convencional. ........................................................... 30Figura 9: Otimização das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização para Cd ten<strong>do</strong> Zr como modifica<strong>do</strong>rquímico permanente. Os círculos sóli<strong>do</strong>s representam os 11 experimentos fatoriais (Tabela 3).Os quadra<strong>do</strong>s abertos representam 17 experimentos executa<strong>do</strong>s na forma univariada. ............ 31Figura 10: Massas características obtidas para Al (a), Cd (b), Mo (c) e Pb (d) <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s osexperimentos com modifica<strong>do</strong>res químicos convencionais e permanentes. A primeira coluna(s<strong>em</strong> modifica<strong>do</strong>r) correspon<strong>de</strong> a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> metal na ausência <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>r químicopermanente ou convencional. As outras colunas, P + Mg, Pd + Mg e Mg correspond<strong>em</strong> àmodificação convencional, e as d<strong>em</strong>ais colunas marcadas com Pd, Rh, Zr, W, Ir, Zr + Rh e Zr +W correspond<strong>em</strong> ao uso <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes. ............................................ 32Figura 11: Gráficos <strong>do</strong>s scores (a, c) e <strong>do</strong>s loadings (b, d) para os modifica<strong>do</strong>res químicospermanentes estuda<strong>do</strong>s. Para os símbolos, vi<strong>de</strong> Tabela 9. ......................................................... 35Figura 12: Esqu<strong>em</strong>a <strong>do</strong> anel <strong>de</strong> armazenamento <strong>do</strong> LNLS: acelera<strong>do</strong>r linear (retângulo traceja<strong>do</strong>),dipolo, anel <strong>de</strong> armazenamento com aproximadamente 29 m <strong>de</strong> diâmetro e estaçãoexperimental. ................................................................................................................................. 49Figura 13: Procedimento usa<strong>do</strong> na obtenção das micrografias a partir das plataformas <strong>de</strong> L'vov. Os 10quadra<strong>do</strong>s ilustram as micrografias obtidas a um intervalo aproxima<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1 mm. ...................... 54Figura 14: Micrografias obtidas <strong>de</strong> várias plataformas <strong>de</strong> L’vov, on<strong>de</strong>: (a) plataforma nova, (b)plataforma nova e tratada com Zr, (c-g) plataformas com 50, 100, 150, 200 e 500 ciclos <strong>de</strong>aquecimento, tratadas com Zr e utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> suspensão <strong>de</strong> leite <strong>em</strong> pó,e (h) plataforma com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento, tratada com Mg e também <strong>em</strong>pregada na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al na mesma amostra........................................................................................ 56Figura 15: Micrografias obtidas <strong>de</strong> plataformas <strong>de</strong> L’vov tratadas com Zr e utilizadas na <strong>de</strong>terminação<strong>de</strong> Cd (a) e Pb (c); e tratadas com Pd + Mg e usadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (b) e Pb (d)........ 57Figura 16: Esqu<strong>em</strong>a representan<strong>do</strong> as varreduras efetuadas na linha XRF <strong>do</strong> LNLS. A seta indica oponto final das varreduras (7000 m). .......................................................................................... 59Figura 17: Disposição <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> quartzo, microscópio ótico, <strong>de</strong>tector e amostra durante as varredurasxx


das plataformas <strong>de</strong> L’vov na linha XRF <strong>do</strong> LNLS.......................................................................... 59Figura 18: Perda <strong>de</strong> massa (mg) <strong>em</strong> função das etapas <strong>de</strong> trabalho para as plataformas que atingiram500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento (Zr – quadra<strong>do</strong>s vazios e Mg – círculos cheios), on<strong>de</strong> CD representao condicionamento da plataforma, as setas representam os tratamentos com Zr, e os números<strong>de</strong> 50 a 500 representam os ciclos <strong>de</strong> aquecimento..................................................................... 63Figura 19: Absorbância integrada (quadra<strong>do</strong>s) para plataformas tratadas com Zr (a) e Mg (b) eutilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> suspensões <strong>de</strong> leite <strong>em</strong> pó (concentração <strong>de</strong> Al nasuspensão, aproximadamente, igual a 12 g/L). Cada quadra<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong> à média <strong>de</strong> 10<strong>de</strong>terminações sucessivas e os círculos correspond<strong>em</strong> ao RSD <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong>terminações. ............. 64Figura 20: Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (concentração <strong>de</strong> Cd na suspensão,aproximadamente, igual a 2 g/L) <strong>em</strong> uma suspensão <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino. Em (a) t<strong>em</strong>os as<strong>de</strong>terminações efetuadas com o Zr e <strong>em</strong> (b) com a mistura Pd + Mg. Cada quadra<strong>do</strong>correspon<strong>de</strong> à média <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong>terminações sucessivas e os círculos correspond<strong>em</strong> ao RSD <strong>de</strong> 5<strong>de</strong>terminações. .............................................................................................................................. 66Figura 21: Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb (concentração <strong>de</strong> Pb na suspensão,aproximadamente, igual a 65 g/L) <strong>em</strong> uma suspensão <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> faia. Em (a) t<strong>em</strong>os as<strong>de</strong>terminações efetuadas com o Zr e, <strong>em</strong> (b), com a mistura Pd + Mg. Cada quadra<strong>do</strong>correspon<strong>de</strong> à média <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong>terminações sucessivas e os círculos correspond<strong>em</strong> ao RSD <strong>de</strong> 5<strong>de</strong>terminações. .............................................................................................................................. 67Figura 22: Espectro <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong> raios-X obti<strong>do</strong> para a plataforma nova e tratada com 500 g<strong>de</strong> Zr. Em <strong>de</strong>staque t<strong>em</strong>os os sinais para as linhas K <strong>do</strong> Ar (2,96 KeV) e Zr (15,77 KeV). ....... 68Figura 23: Resulta<strong>do</strong> da varredura da plataforma nova e tratada com 500 g <strong>de</strong> Zr............................ 69Figura 24: Resulta<strong>do</strong>s das varreduras para as plataformas com 50 (a), 100 (b), 150 (c) e 200 (d) ciclos<strong>de</strong> aquecimento e tratadas com Zr para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> leite <strong>em</strong> pó............................... 70Figura 25: Resulta<strong>do</strong> da varredura para a plataforma com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento e utilizada na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> leite <strong>em</strong> pó. .............................................................................................. 70Figura 26: Sobreposição da imag<strong>em</strong> da plataforma tratada com Zr e com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimentocom o resulta<strong>do</strong> da varredura (Figura 25)..................................................................................... 71Figura 27: Resulta<strong>do</strong>s das varreduras <strong>de</strong> Hf (a) e Ti (b), para a plataforma com 500 ciclos <strong>de</strong>aquecimento, tratada com Zr e utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> leite <strong>em</strong> pó. ........................ 72Figura 28: Resulta<strong>do</strong> da varredura <strong>de</strong> Ca para a plataforma com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento, tratada<strong>de</strong> maneira convencional com Mg e utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> leite <strong>em</strong> pó. ................ 72Figura 29: Resulta<strong>do</strong>s das varreduras <strong>de</strong> Ca (a), Fe (b), P (c) e S(d) para a plataforma tratada com P<strong>de</strong> Mg e utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd <strong>em</strong> Fíga<strong>do</strong> bovino......................................................... 74Figura 30: Resulta<strong>do</strong> da varredura <strong>de</strong> Pd para as plataformas tratadas com Pd e Mg e utilizadas na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (a) e Pb (b). .................................................................................................. 74Figura 31: Resulta<strong>do</strong> da varredura <strong>de</strong> Ca para as plataformas tratadas com Zr e utilizadas na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (a) e Pb (b). .................................................................................................. 75Figura 32: Resulta<strong>do</strong> da varredura <strong>de</strong> Zr para as plataformas tratadas com este metal e utilizadas na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (a) e Pb (b). .................................................................................................. 75Figura 33: Resulta<strong>do</strong> da varredura <strong>de</strong> Hf (a) e Ti (b) para a plataforma tratada com Zr e utilizada na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd <strong>em</strong> fíga<strong>do</strong> bovino.......................................................................................... 76Figura 34: Resulta<strong>do</strong> da varredura <strong>de</strong> Ti para a plataforma tratada com Zr e utilizada na <strong>de</strong>terminação<strong>de</strong> Pb <strong>em</strong> folhas <strong>de</strong> faia................................................................................................................. 76Figura 35: Variação da absorbância integrada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd – 4 g/L (a) e Pb – 50 g/L (b)ten<strong>do</strong> o Ca (quadra<strong>do</strong>s cheios), K (triângulos vazios e inverti<strong>do</strong>s), Mg (círculos vazios) e Na(triângulos cheios) como possíveis concomitantes. As linhas tracejadas representam as médiasdas absorbâncias integradas (Cd – 0,25 e Pb – 0,17) 10%....................................................... 77Figura 36: Estu<strong>do</strong> das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (círculos) <strong>em</strong> uma solução <strong>de</strong>Cd 2 g/L (a), suspensões <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino (b), folhas <strong>de</strong> faia (c) e farinha integral (d). No casoxxi


LISTAS DE QUADROSQuadro 1: Histórico <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das condições STPF [2].......................................................... 7Quadro 2: Aplicações <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes <strong>em</strong> ETAAS........................................ 12Quadro 3: Aplicações <strong>de</strong> amostras na forma <strong>de</strong> suspensões <strong>em</strong> ETAAS ............................................ 45Quadro 4: Principais características operacionais <strong>do</strong> LNLS [51]........................................................... 48Quadro 5: Algumas aplicações da análise <strong>de</strong> imagens. ........................................................................ 87Quadro 6: Composição (%) <strong>do</strong>s tubos atomiza<strong>do</strong>res <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s na etapa <strong>de</strong> otimização. Para C, Si, Mn, P eS as concentrações indicadas são as máximas encontradas........................................................... 127xxiv


LISTA DE TABELASTabela 1: Condições recomendadas, b<strong>em</strong> como massas características obtidas nestas condições,para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd, Pb, Mo e Al. ..................................................................................... 19Tabela 2: Programa para tratamento das plataformas <strong>de</strong> L'vov............................................................ 19Tabela 3: Planejamento fatorial usa<strong>do</strong> para Pb e Cd. ........................................................................... 20Tabela 4: Planejamento fatorial usa<strong>do</strong> para Mo e Al. ............................................................................ 21Tabela 5: Programas <strong>de</strong> aquecimento <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s nos experimentos para o Cd, Pb, Mo e Al........... 21Tabela 6: Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na ausência <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos e nas condições recomendadas....................................................................................................................................................... 22Tabela 7: Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na otimização das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização para<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al........................................................................................................................ 29Tabela 8: Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al na ausência e na presença <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>resquímicos permanentes. ................................................................................................................. 30Tabela 9: Proprieda<strong>de</strong>s físico-químicas <strong>em</strong>pregadas na PCA [63]. ...................................................... 34Tabela 10: Variáveis estudadas na otimização das condições <strong>de</strong> operação da sonda ultra-sônica..... 55Tabela 11: Planejamento fatorial <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> nos estu<strong>do</strong>s com concomitantes. .................................. 61Tabela 12: Resulta<strong>do</strong>s para os efeitos das variáveis estudadas na otimização das condições da sondaultra-sônica. ................................................................................................................................... 65Tabela 13: Concentrações <strong>de</strong> Cd e Pb (g/g) <strong>em</strong> amostras certificadas e resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s nasamostras certificadas na forma <strong>de</strong> suspensão e mineralizadas (n = 5 para todas as suspensões eigual a 3 para as mineralizações).................................................................................................. 80Tabela 14: Resumo das informações levantadas durante as varreduras no LNLS. ............................. 95Tabela 15: Resumo das informações extraídas <strong>do</strong> PARAFAC. .......................................................... 112Tabela 16: Efeitos obti<strong>do</strong>s para o volume da amostra (VA) e fluxo <strong>do</strong> carrega<strong>do</strong>r (F), e equaçõesobtidas após execução <strong>do</strong>s experimentos fatoriais..................................................................... 137Tabela 17: Resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para o Cd.................................................................................... 148Tabela 18: Resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para o Cu.................................................................................... 148Tabela 19: Resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para o Pb.................................................................................... 149Tabela 20: Resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para o Cd, Cu e Pb nas amostras não certificadas <strong>de</strong> extrato <strong>de</strong>tomate (ET).................................................................................................................................. 149xxv


LISTA DE ABREVIATURASAASBCRBIFF-AASCORCONDIACRMd.e.d.i.EDLETAASETA-WFAASHPLC-DADICP-MSICP-OESJINLDLPATLQm oSRXRFNISTN-PLSEspectrometria <strong>de</strong> Absorção Atômica (<strong>do</strong> inglês, Atomic AbsorptionSpectrometry)Community Bureau of ReferenceBeam Injection Flame Furnace Atomic Absorption SpectrometryCore Consistency DiagnosticMaterial Certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> Referência (<strong>do</strong> inglês, Certified Reference Material)Diâmetro ExternoDiâmetro InternoElectro<strong>de</strong>less Discharge LampsEspectrometria <strong>de</strong> Absorção Atômica com Atomização Eletrotérmica (<strong>do</strong>inglês, Electrothermal Atomic Absorption Spectrometry)Tungsten Coil Electrothermal AtomizerEspectrometria <strong>de</strong> Absorção Atômica com Chama (<strong>do</strong> inglês, Flame AtomicAbsorption Spectrometry)Cromatografia Líquida <strong>de</strong> Alta Eficiência com Detecção com Arranjo <strong>de</strong> Dio<strong>do</strong>s(<strong>do</strong> inglês, High-performance Liquid Chromatography – Dio<strong>de</strong>-array Detection)Espectroscopia <strong>de</strong> Massa com Plasma Indutivamente Acopla<strong>do</strong> (<strong>do</strong> inglês,Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry)Espectroscopia <strong>de</strong> Emissão Ótica com Plasma Indutivamente Acopla<strong>do</strong> (<strong>do</strong>inglês, Inductively Coupled Optical Emission Spectroscopy)Jet Impact NebulizationLimite <strong>de</strong> DetecçãoLong-path Absorption Tube TechniqueLimite <strong>de</strong> QuantificaçãoMassa CaracterísticaMicrofluorescência <strong>de</strong> Raios-X com Radiação Síncrotron (<strong>do</strong> inglês, MicroSynchrotron Radiation X-ray Fluorescence)National Institute of Standards and Technologyn-way Partial Least Squarexxvi


PARAFACPCAPEEKPixelQSARRSDSEMSS-ETV-ICP-MSSTATSTMSTPFTIFTS-FF-AASWCATXRFParallel Factor AnalysisAnálise <strong>de</strong> Componentes Principais (<strong>do</strong> inglês, Principal Component Analysis)Poliéter Éter CetonaContração das palavras Picture El<strong>em</strong>entsQuantitative Structure-activity RelationshipsDesvio Padrão Relativo (<strong>do</strong> inglês, Relative Standard Deviation)Microscopia <strong>de</strong> Varredura Eletrônica (<strong>do</strong> inglês, Scanning ElectronMicroscopy)Solid Sampling Electrothermal Vaporization Inductively Coupled Plasma MassSpectrometrySlotted-tube Atom TrapScanning Tunneling MicroscopyStabilized T<strong>em</strong>perature Platform FurnaceTube in FlameThermospray Flame Furnace Atomic Absorption SpectrometryWater-cooled Atom TrapFluorescência <strong>de</strong> Raios-X (<strong>do</strong> inglês, X-ray Fluorescence)xxvii


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Introdução E. R. Pereira Filho1. INTRODUÇÃOO trabalho realiza<strong>do</strong> nesta Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> envolveu, fundamentalmente,três tópicos distintos: (1) estu<strong>do</strong>s <strong>em</strong> espectrometria <strong>de</strong> absorção atômica comatomização eletrotérmica (ETAAS), (2) utilização <strong>de</strong> estratégias quimiométricas e (3)<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma nova meto<strong>do</strong>logia analítica <strong>em</strong> absorção atômica comchama. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste trabalho contou com <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> uma gama <strong>de</strong>técnicas que geraram inúmeros e varia<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s.No tocante à ETAAS, esta configura-se como uma alternativa atraente,principalmente com o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> superfícies grafíticas modificadas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong>permanente, uma vez que o uso <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos (convencionais oupermanentes) se tornou um procedimento <strong>de</strong> rotina na ETAAS [1].Conseqüência <strong>do</strong> contínuo <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s os camposda química analítica, observa-se o surgimento <strong>de</strong> <strong>alternativas</strong> cada vez mais rápidas,geran<strong>do</strong> uma elevada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s numéricos [2]. Um ex<strong>em</strong>plo é a análisedireta da amostra na forma <strong>de</strong> suspensões, por ETAAS, visan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>diversos metais. Este procedimento contribui <strong>de</strong> forma marcante na aquisição <strong>de</strong>da<strong>do</strong>s, pois o t<strong>em</strong>po gasto nas etapas prévias <strong>de</strong> tratamento das amostras po<strong>de</strong>significativamente ser minimiza<strong>do</strong> [3]. Entretanto, a aplicação <strong>de</strong> ferramentasestatísticas/quimiométricas ainda é praticamente inexplorada neste contexto. Sabeseque a quimiometria po<strong>de</strong> ser utilizada na compreensão <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>informações originadas <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a [4], permitin<strong>do</strong> ganho <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po e exatidão naotimização <strong>de</strong>s<strong>de</strong> parâmetros para mineralização <strong>de</strong> amostras [5] até parâmetrosinstrumentais para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>, por ex<strong>em</strong>plo, Hg [6].Dentro <strong>de</strong>sta realida<strong>de</strong>, aplicações da quimiometria <strong>em</strong> ETAAS (planejamentofatorial + PCA + PCA <strong>de</strong> imagens + PARAFAC), a que esta Tese se propõe,configuram-se como um importante avanço na elucidação <strong>de</strong> fenômenos referentesao <strong>em</strong>prego da espectrometria <strong>de</strong> absorção atômica na análise <strong>de</strong> suspensões.Desta forma, contribui para a obtenção <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s cada vez mais exatos, precisos e,portanto, confiáveis.1


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Introdução E. R. Pereira FilhoAlém da contribuição <strong>de</strong> ferramentas quimiométricas <strong>de</strong>ve-se <strong>de</strong>stacar o<strong>em</strong>prego <strong>de</strong> micro sonda <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong> raios-X na análise exploratória. Estatécnica tornou-se um instrumento analítico importante, ao ser utilizada juntamentecom uma fonte <strong>de</strong> raios-X potente. Estas fontes pod<strong>em</strong> ser encontradas <strong>em</strong>laboratórios <strong>de</strong> luz síncrotron, possibilitan<strong>do</strong> o mapeamento <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos químicos(principalmente metais) <strong>em</strong> diversas amostras, e <strong>de</strong> forma não <strong>de</strong>strutiva [7,8].No que se refere ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>novas</strong> meto<strong>do</strong>logias analíticas, ostrabalhos propostos por Gáspár e Berndt [9,10] possibilitaram que a FAAS fosse<strong>em</strong>pregada <strong>de</strong> maneira criativa e inova<strong>do</strong>ra. Nestes trabalhos os autoresprolongaram, com o auxílio <strong>de</strong> um tubo metálico, o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> residência <strong>de</strong> átomosna chama. Este procedimento permitiu o aumento <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> residência <strong>de</strong> 10 ms(chama convencional) para aproximadamente 150 ms. A nova técnica foi chamada<strong>de</strong> TS-FF-AAS. Estes avanços têm sua importância ressaltada quan<strong>do</strong> o foco é a<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> metais como, Al, Cd, Cu e Pb, <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> caráter ambiental ou<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. No que se refere ao Cd e Pb, suas maiores fontes provêm dacontaminação <strong>do</strong>s alimentos, sen<strong>do</strong> que, outras fontes pod<strong>em</strong> existir como, porex<strong>em</strong>plo, ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mineração, uso <strong>de</strong> tintas e fabricação <strong>de</strong> baterias [11, 12]. Aingestão diária tolerável é <strong>de</strong> 70 g para o Cd [13] e <strong>de</strong> 100 a 300 mg para o Pb [12].Já o Al po<strong>de</strong> ser responsável por diversos danos aos teci<strong>do</strong>s e células <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>anervoso central e, a possível ligação entre o Al e o mal <strong>de</strong> Alzheimer v<strong>em</strong>estimulan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas relacionadas à <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>steel<strong>em</strong>ento químico a baixas concentrações usualmente encontradas <strong>em</strong> flui<strong>do</strong>s outeci<strong>do</strong>s biológicos [14]. A sua ingestão diária varia <strong>de</strong> 2,5 a 13 mg [15].O Cu é um el<strong>em</strong>ento essencial para várias funções biológicas, fisiológicas eintegrida<strong>de</strong> estrutural <strong>de</strong> vários teci<strong>do</strong>s [16]. A <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> Cu está relacionadacom an<strong>em</strong>ia, mas sua ingestão excessiva po<strong>de</strong> causar complicações hepáticas. Aingestão diária <strong>de</strong> Cu varia <strong>de</strong> 0,9 a 2,2 mg [17].1.1. MOTIVAÇÃOA motivação principal <strong>de</strong>ste trabalho está na s<strong>em</strong>pre crescente necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> se <strong>de</strong>terminar, com precisão e exatidão, níveis cada vez menores <strong>de</strong> espécies2


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Introdução E. R. Pereira Filhoquímicas. Esta realida<strong>de</strong> t<strong>em</strong> exigi<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos procedimentosanalíticos/instrumentais, visan<strong>do</strong> a melhora na sensibilida<strong>de</strong>, estabilida<strong>de</strong> e/ouseletivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a analítico <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>. Para estimular este <strong>de</strong>senvolvimento énecessário um melhor entendimento <strong>do</strong>s fenômenos envolvi<strong>do</strong>s. Por outro la<strong>do</strong>, est<strong>em</strong>esmo avanço, especialmente no campo da eletrônica e <strong>do</strong>s recursoscomputacionais [18,19], t<strong>em</strong> viabiliza<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>s on<strong>de</strong> a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informaçõesgeradas inviabiliza quaisquer tratamentos estatísticos mais clássicos, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> valia a utilização <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s quimiométricos.Para um melhor entendimento <strong>de</strong>sta Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>, a mesma foi dividida<strong>em</strong> quatro capítulos. O primeiro <strong>de</strong>les trata <strong>do</strong> <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicospermanentes na otimização das condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al, Cd, Mo e Pb porETAAS. Nesta etapa, <strong>em</strong>pregou-se planejamento fatorial na otimização dast<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização. O segun<strong>do</strong> capítulo trata da aplicação d<strong>em</strong>odifica<strong>do</strong>res químicos permanentes na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al, Cd e Pb <strong>em</strong> amostrasbiológicas na forma <strong>de</strong> suspensão. Os recobrimentos com modifica<strong>do</strong>r químicopermanente foram avalia<strong>do</strong>s <strong>em</strong>pregan<strong>do</strong>-se micro-sonda <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong> raios-X, disponível no Laboratório Nacional <strong>de</strong> Luz Síncrotron – LNLS. O terceiro capítulointroduz a PCA <strong>de</strong> imagens na análise exploratória <strong>de</strong> imagens. A PCA <strong>de</strong> imagensfoi aplicada a imagens micrográficas provenientes <strong>de</strong> plataformas <strong>de</strong> grafite. Além daaplicação da PCA, foi mostrada a utilização da PARAFAC no estu<strong>do</strong> das varredurasexecutadas no LNLS. No quarto capítulo, foram mostra<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> umanova perspectiva analítica ao se <strong>em</strong>pregar a TS-FF-AAS na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd, Cue Pb <strong>em</strong> amostras <strong>de</strong> alimentos na forma <strong>de</strong> suspensão.1.2. OBJETIVOS GERAISOs objetivos gerais <strong>de</strong>sta Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> estão volta<strong>do</strong>s na utilização <strong>de</strong>suspensões <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> alimentos. Nestas amostras foram <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s Al, Cd,Cu e Pb por ETAAS e Cd, Cu e Pb por TS-FF-AAS, ten<strong>do</strong> como foco o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong>novos sist<strong>em</strong>as atomiza<strong>do</strong>res, modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes econvencionais, estratégias quimiométricas, análise <strong>de</strong> imagens e microfluorescência<strong>de</strong> raios-X.3


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Introdução E. R. Pereira Filho2. REFERÊNCIAS[1] Tsalev, D. L.; Slaveykova, V. I., J. Anal. At. Spectrom., 1992, 7, 147.[2] Valcárcel, M., Trends Anal. Ch<strong>em</strong>., 1997, 16, 124.[3] Bendicho, C.; Loos-Vollebregt, M. T. C., J. Anal. At. Spectrom., 1991, 6, 353.[4] Beebe, K. R.; Kowalski, B. R., Anal. Ch<strong>em</strong>., 1987, 59, 1017A.[5] Bermejo-Barrera, P.; Moreda-Piñeiro, A.; Muñiz-Naveiro; Gómez-Fernán<strong>de</strong>z, A. M. J.; Bermejo-Barrera, A., Spectrochim. Acta Part B, 2000, 55, 1351.[6] Izgi, B.; D<strong>em</strong>ir, C.; Gücer, S., Spectrochim. Acta Part B, 2000, 55, 971.[7] Adams, F.; Janssens, K.; Snigirev, A., J. Anal. At. Spectrom., 1998, 13, 319.[8] Rindby, A., X-ray Spectrom., 1993, 22, 187.[9] Gáspár, A.; Berndt, H., Spectrochim. Acta Part B, 2000, 55, 587.[10] Gáspár, A.; Berndt, H., Anal. Bioanal. Ch<strong>em</strong>., 2002, 372, 695.[11] Gouveia, M. A., Andrologia, 1988, 20, 225.[12] Goyer, R. A.; Mehlman, M. A., Advances in Mo<strong>de</strong>rn Toxicology. New York: Johh Wiley & Sons,v. 2, 1977.[13] Alloway, B. J., Heavy metals in soils. Londres: Blackie A & P, 1995.[14] Arruda, M. A. Z.; Quintela, M. J.; Gallego, M.; Valcárcel, M., Analyst, 1994, 119, 1695.[15] Environmental Health Criteria 194 Aluminium, Geneva: World Health Organization, 1997.[16] Werman, M. J.; Bhathena, S. J.; Turnlund, J. R., J. Nutr. Bioch<strong>em</strong>., 1997, 8, 201.[17] Environmental Health Criteria 200, Genebra: World Health Organization, 1998.[18] Geladi, P.; Isaksson, H.; Lindqvist, L.; Wold, S.; Esbensen, K., Ch<strong>em</strong>om. Intell. Lab. Syst., 1989, 5,209.[19] Geladi, P.; Grahn, H., Multivariate Image Analysis, New York: John Wiley & Sons, Inc., 1996.4


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoCAPÍTULO 1OTIMIZAÇÃO DAS TEMPERATURAS DE PIRÓLISE EATOMIZAÇÃO PARA DETERMINAÇÃO DE Cd, Pb, Mo e AlPOR ETAAS: EMPREGO DE MODIFICADORES QUÍMICOSPERMANENTES E PLANEJAMENTO FATORIALParte das informações <strong>de</strong>ste capítulo foram publicadas no seguinte artigo científico:Pereira-Filho, E. R.; Poppi, R. J.; Arruda, M. A. Z.. Emprego <strong>de</strong> planejamento fatorialpara a otimização das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização <strong>de</strong> Al, Cd, Mo e Pb porETAAS. Química Nova, 2002, 25, 246.5


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filho1. OBJETIVOSCompõ<strong>em</strong> os objetivos <strong>de</strong>ste primeiro capítulo a apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>sobti<strong>do</strong>s para otimização das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização para<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al, Cd, Mo, e Pb. Para estes quatro metais foi estuda<strong>do</strong> o<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>de</strong> cinco modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes: Ir, Pd, Rh, W e Zr.Alternativamente foi efetua<strong>do</strong> um teste ten<strong>do</strong> o Mo como modifica<strong>do</strong>r químico na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al. Nestes experimentos foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> o planejamento fatorial paraestudar o comportamento das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização e efetuar umnúmero reduzi<strong>do</strong> <strong>de</strong> experimentos. Na avaliação <strong>do</strong>s modifica<strong>do</strong>res estuda<strong>do</strong>s foiutilizada a PCA juntamente com os da<strong>do</strong>s experimentais. Primeiramente, serámostrada uma revisão bibliográfica, on<strong>de</strong> foram aborda<strong>do</strong>s t<strong>em</strong>as importantesrelaciona<strong>do</strong>s com espectrometria atômica: (1) o <strong>de</strong>senvolvimento da ETAAS, (2)<strong>em</strong>prego <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos convencionais e permanentes e (3) utilização <strong>de</strong>planejamento fatorial para otimização das condições <strong>de</strong> operação na ETAAS.2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA2.1. ESPECTROMETRIA ATÔMICA COM ATOMIZAÇÃO ELETROTÉRMICAA ETAAS é uma técnica amplamente utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos<strong>em</strong> níveis <strong>de</strong> g/L. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> sua inerente alta sensibilida<strong>de</strong> e seletivida<strong>de</strong>,pod<strong>em</strong> ser <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s cerca <strong>de</strong> 70 el<strong>em</strong>entos, <strong>em</strong> amostras <strong>de</strong> origens as maisdiversas [1].Em 1991 L'vov [2] propôs uma divisão na evolução da ETAAS, on<strong>de</strong> a mesmaseria composta por quatro fases distintas: nascimento e infância (1956 – 1965),realização comercial (1966 – 1975), estagnação e renovação (1976 – 1984) eestabelecimento da técnica (1985 – 1990). Ainda, segun<strong>do</strong> L'vov, o perío<strong>do</strong>compreendi<strong>do</strong> entre 1956 – 1965 foi o responsável pelo surgimento das lâmpadasEDL, uso <strong>de</strong> grafite pirolítico para o recobrimento <strong>do</strong>s tubos <strong>de</strong> grafite e o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> corretor <strong>de</strong> <strong>de</strong>utério.6


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoCom o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico da década <strong>de</strong> oitenta, surgiramacessórios e modificações que tornaram a ETAAS uma técnica extr<strong>em</strong>amenteatraente e competitiva. Essas modificações refer<strong>em</strong>-se à automação <strong>do</strong> processo <strong>de</strong>introdução da amostra no forno <strong>de</strong> grafite; controle da instrumentação com recursoseletrônicos mo<strong>de</strong>rnos, possibilitan<strong>do</strong> um aquecimento ultra-rápi<strong>do</strong> (1500 o C/s);correção <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> com o corretor Ze<strong>em</strong>an; melhoramento <strong>do</strong>s tubos <strong>de</strong> grafite,permitin<strong>do</strong> uma maior vida útil <strong>do</strong>s mesmos e sensibilida<strong>de</strong> das medidas,<strong>de</strong>senvolvimentos sintetiza<strong>do</strong>s nas condições STPF, que resultaram especialmente<strong>em</strong> uma redução significativa no efeito <strong>de</strong> matriz [3]. O Quadro 1 mostra os anos <strong>de</strong>surgimento e realização das principais propostas que integram as condições STPF.Deve-se salientar também que, atualmente, são <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s na ETAAS, <strong>de</strong>tectoresconfigura<strong>do</strong>s com arranjo <strong>de</strong> dio<strong>do</strong>s, propostos inicialmente para ICP OES [4].Quadro 1: Histórico <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das condições STPF [2].Descrição da inovaçãoAnoPropostaRealizaçãoEletrônica rápida - 1978Tubos recobertos com grafite pirolítico 1963 1978Corretor <strong>de</strong> <strong>de</strong>utério 1965 1968Absorbância integrada 1968 1976Auto-amostra<strong>do</strong>r 1972 1975Aquecimento rápi<strong>do</strong> 1974 1976Modifica<strong>do</strong>res químicos 1975 1975Corretor Ze<strong>em</strong>an 1975 1981Plataforma integrada 1977 19782.2. MODIFICADORES QUÍMICOSO <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos é uma prática comum <strong>em</strong><strong>de</strong>terminações por ETAAS. A sua principal função é diminuir, ou até mesmo eliminar,interferências provocadas pela matriz ou concomitantes presentes na amostra, pormeio <strong>do</strong> aumento da eficiência da etapa <strong>de</strong> pirólise. O principal objetivo da utilização<strong>do</strong>s modifica<strong>do</strong>res químicos é permitir altas t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise. Com umat<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> pirólise elevada, é viável a eliminação <strong>do</strong>s concomitantes, s<strong>em</strong> comisso afetar a atomização <strong>do</strong> analito <strong>de</strong> interesse. Assim, o analito é transforma<strong>do</strong> <strong>em</strong>uma espécie termoestável [5].7


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoO conceito <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>r químico foi introduzi<strong>do</strong> por Ediger <strong>em</strong> 1975 [6].Neste trabalho pioneiro, Ediger propôs a adição <strong>de</strong> Ni para diminuir a volatilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>As e <strong>do</strong> Se, e a adição <strong>de</strong> fosfato <strong>de</strong> amônia para estabilizar o Cd. Ediger tambémpropôs a adição <strong>de</strong> nitrato <strong>de</strong> amônia <strong>em</strong> amostras <strong>de</strong> água <strong>do</strong> mar para r<strong>em</strong>over ocloreto <strong>de</strong> sódio <strong>em</strong> baixas t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise. As principais características<strong>de</strong>sejáveis <strong>de</strong>stes reagentes estão listadas a seguir [5,7]: O analito <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong>ve ser estabiliza<strong>do</strong> até uma t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> piróliserelativamente alta (aproximadamente 1000 o C). Esta proprieda<strong>de</strong> permite avolatilização ou total eliminação <strong>do</strong>s concomitantes; O modifica<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve ser aplicável a um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> analitos, contribuin<strong>do</strong>para maior simplicida<strong>de</strong> e dinamismo nas <strong>de</strong>terminações; O modifica<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve ser encontra<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma forma altamente pura, e não <strong>de</strong>veconter concentrações mensuráveis <strong>do</strong> analito <strong>de</strong> interesse; Em muitos casos é <strong>de</strong>sejável que a espécie seja refratária e/ou forme compostosrefratários; Preferencialmente, o modifica<strong>do</strong>r não <strong>de</strong>ve reduzir a vida útil <strong>do</strong> forno <strong>de</strong> grafite; O modifica<strong>do</strong>r não <strong>de</strong>ve produzir uma excessiva atenuação <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>, próximo aocomprimento <strong>de</strong> onda <strong>do</strong> el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> interesse.Atualmente, são encontra<strong>do</strong>s na literatura diversos modifica<strong>do</strong>res químicos(aproximadamente 50), e <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> combinações, que chegam a superar 150.Entre os modifica<strong>do</strong>res mais comumente utiliza<strong>do</strong>s estão: Ce, Ce + KI, Sc, Y, La, V,V + Pd, V + PO 3- 4 , Mo, W, W + H 2 O 2 , Mo + Pd, W + Pd, Ru, Rh, Rh + W, Mg e Pd[8,9]. Entretanto, o Pd é o mais difundi<strong>do</strong> como modifica<strong>do</strong>r químico, sen<strong>do</strong>consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por vários grupos <strong>de</strong> pesquisa como um modifica<strong>do</strong>r universal [10]. OPd como modifica<strong>do</strong>r foi proposto inicialmente <strong>em</strong> 1981 para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Te[11] e Bi [12] <strong>em</strong> águas <strong>de</strong> esgoto, água <strong>do</strong> mar e urina. O Pd não é comumente<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, po<strong>de</strong> ser obti<strong>do</strong> com um alto grau <strong>de</strong> pureza, não reduz a vida útil <strong>do</strong>tubo <strong>de</strong> grafite e não produz uma excessiva atenuação <strong>do</strong> fun<strong>do</strong> [5]. O <strong>em</strong>prego d<strong>em</strong>odifica<strong>do</strong>res químicos a base <strong>de</strong>ste el<strong>em</strong>ento foi rapidamente difundi<strong>do</strong> e, entre osanos 1986 e 1989 cerca <strong>de</strong> 80 a 100 publicações/ano reportaram estu<strong>do</strong>s sobre o Pd[8,9].8


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoAs características <strong>do</strong> <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos são b<strong>em</strong>estabelecidas [13]: Modifica<strong>do</strong>res químicos são geralmente utiliza<strong>do</strong>s <strong>em</strong> concentração maior que a<strong>do</strong> analito; Os modifica<strong>do</strong>res químicos <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s são compostos que formam espéciesrefratárias (óxi<strong>do</strong>s, carbetos, metais, entre outros) no forno <strong>de</strong> grafite; A estabilida<strong>de</strong> térmica <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da concentração <strong>do</strong> modifica<strong>do</strong>r; Em vários casos, modifica<strong>do</strong>res químicos causam mudanças na forma e not<strong>em</strong>po <strong>de</strong> aparecimento <strong>do</strong>s sinais <strong>de</strong> absorbância. Usualmente, os modifica<strong>do</strong>resaumentam este t<strong>em</strong>po; Freqüent<strong>em</strong>ente, quan<strong>do</strong> são feitas algumas comparações entre modifica<strong>do</strong>res,observa-se que aqueles que possu<strong>em</strong> massa atômica menor são mais eficientesna estabilização térmica <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos voláteis.2.3. MODIFICADORES QUÍMICOS PERMANENTESO uso <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos <strong>em</strong> ETAAS é normalmente feito <strong>de</strong> duasmaneiras. Na primeira, é introduzida no forno <strong>de</strong> grafite uma alíquota da soluçãoamostra já conten<strong>do</strong> o modifica<strong>do</strong>r. Na segunda, o modifica<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> ser introduzi<strong>do</strong>no forno <strong>de</strong> grafite, uma etapa <strong>de</strong> aquecimento é executada e, <strong>em</strong> seguida, introduzsea amostra. Os procedimentos <strong>de</strong>scritos anteriormente são repeti<strong>do</strong>s para cadaciclo <strong>de</strong> aquecimento, e algumas vantagens e limitações são observadas. Naprimeira maneira é requerida uma alta pureza <strong>do</strong> modifica<strong>do</strong>r, para se evitareleva<strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> branco. Na segunda, o modifica<strong>do</strong>r é reduzi<strong>do</strong> na superfície <strong>do</strong>atomiza<strong>do</strong>r, eliminan<strong>do</strong> impurezas que pod<strong>em</strong> estar presentes, e contribuin<strong>do</strong> parauma melhor estabilização <strong>do</strong> analito <strong>de</strong> interesse [14]. Estes procedimentosrequer<strong>em</strong> um eleva<strong>do</strong> t<strong>em</strong>po para a sua execução durante a <strong>de</strong>terminação. Quan<strong>do</strong>muitas amostras <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser analisadas, estes procedimentos pod<strong>em</strong> se tornarinviáveis [15].Em 1973, Kuzovlev et al. [16] recobriram um forno <strong>de</strong> grafite com um filme <strong>de</strong>um metal com alto ponto <strong>de</strong> fusão, para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos refratários.9


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoEste foi, provavelmente, um <strong>do</strong>s trabalhos pioneiros utilizan<strong>do</strong> modifica<strong>do</strong>respermanentes. Os metais mais utiliza<strong>do</strong>s no recobrimento, e encontra<strong>do</strong>s na literatura,são o Pd, Rh, Ru, Pt, Ir, W, Zr, Nb e Ta, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s individualmente oucombina<strong>do</strong>s [15].A modificação da superfície <strong>de</strong> um atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> grafite apresenta muitasvantagens, quer pelo aumento <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> vida útil, quer pela estabilida<strong>de</strong>operacional <strong>do</strong>s tubos atomiza<strong>do</strong>res. Estes pontos positivos maximizam asensibilida<strong>de</strong> na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> muitos el<strong>em</strong>entos. Além disso, há a melhora daprecisão <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, e eliminação das impurezas voláteis presentes nosmodifica<strong>do</strong>res [17]. O procedimento <strong>de</strong> modificação da superfície atomiza<strong>do</strong>ratambém é justifica<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>, tanto ao impedimento da atomização <strong>de</strong> alguns metaisdiretamente a partir da superfície grafítica, quanto para reações e interações com ocarbono que dificultam a atomização <strong>de</strong> outros. São <strong>de</strong>scritas na literatura váriastentativas para reduzir as interações entre o carbono e o analito, para a proteção dasuperfície <strong>de</strong> atomização [18]: Revestimento da superfície grafítica por impregnação com soluções <strong>de</strong> metaisforma<strong>do</strong>res <strong>de</strong> carbetos quimicamente e termicamente estáveis; Introdução <strong>de</strong> metais refratários no tubo <strong>de</strong> grafite, na forma <strong>de</strong> lâminas, copos,"barquinhas" e tubos; Substituição <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> grafite por um tubo <strong>de</strong> metal <strong>de</strong> alto ponto <strong>de</strong> fusão.Em um trabalho proposto por Zatka [19], foi recoberta uma plataforma <strong>de</strong>grafite com Ta, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-a imersa <strong>em</strong> uma solução 6% m/v <strong>do</strong> metal. Segun<strong>do</strong> oautor, foi essencial que a solução <strong>do</strong> metal a ser impregna<strong>do</strong> estivesse livre <strong>de</strong>áci<strong>do</strong>s minerais fortes. Esta imposição relacionou-se ao aumento da vida útil <strong>do</strong> forno<strong>de</strong> grafite, e à diminuição <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as com a repetibilida<strong>de</strong> nas <strong>de</strong>terminações. Oprocesso <strong>de</strong> impregnação foi efetua<strong>do</strong> a uma pressão reduzida, para aumentar avelocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impregnação <strong>do</strong> metal. O autor mostrou que, com uma t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong>atomização da ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> 2700 o C, foi possível realizar <strong>de</strong> 350 a 400 ciclos <strong>de</strong>aquecimento s<strong>em</strong> perda da qualida<strong>de</strong> analítica.Fritzsche et al. [20], trataram a superfície grafítica com W, Zr, Ta ou Mo, para<strong>de</strong>terminar Sn, evitan<strong>do</strong> a interação <strong>do</strong> analito com a superfície grafítica. Volynsky e10


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoSedykh [17] e Michaelis et al. [18], impregnaram tubos <strong>de</strong> grafite com La e Ta,respectivamente, obten<strong>do</strong> uma vida útil maior quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com o tubo s<strong>em</strong>tratamento. Em outro trabalho, Luguera et al. [21] impregnaram uma plataforma comZr, Ta ou V, para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> B, os tubos apresentaram bons resulta<strong>do</strong>s até200 ciclos <strong>de</strong> aquecimento com uma t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> atomização <strong>de</strong> 2650 o C por 3segun<strong>do</strong>s.Em 1992 Iwamoto et al. [22] propuseram a utilização <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong>aquecimento para o tratamento <strong>de</strong> um forno <strong>de</strong> grafite com W, para posterior<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Sn. No processo <strong>de</strong> tratamento, eram adiciona<strong>do</strong>s 100 L <strong>de</strong> umasolução <strong>de</strong> tungstato <strong>de</strong> sódio (0,01 mol/L) no forno <strong>de</strong> grafite, e o programa <strong>de</strong>aquecimento era executa<strong>do</strong>; esse processo foi efetua<strong>do</strong> por 5 vezes. Os sinaisobti<strong>do</strong>s com o forno <strong>de</strong> grafite trata<strong>do</strong> com W mantiveram-se estáveis por 100 ciclos<strong>de</strong> aquecimento.Shuttler et al. [23] utilizaram pela primeira vez o termo "modifica<strong>do</strong>rpermanente", e <strong>em</strong>pregaram um forno <strong>de</strong> grafite trata<strong>do</strong> com Pd e Ir para a<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As, Se e Bi por geração <strong>de</strong> hidretos. O forno manteve-se estávelpor 260 ciclos <strong>de</strong> aquecimento. Ainda, segun<strong>do</strong> os autores, o número <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong>aquecimento <strong>do</strong> forno <strong>de</strong> grafite <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> fusão <strong>do</strong> metalmodifica<strong>do</strong>r, e <strong>do</strong> programa <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>.Lima et al. [15], <strong>em</strong>pregaram atomiza<strong>do</strong>res revesti<strong>do</strong>s com Rh, e uma mistura<strong>de</strong> W e Rh, na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd, Pb e Se. Com o atomiza<strong>do</strong>r modifica<strong>do</strong> foipossível realizar <strong>de</strong> 300 a 350 ciclos <strong>de</strong> aquecimento s<strong>em</strong> perda da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>sinal analítico. O t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> recobrimento das plataformas foi <strong>de</strong> 45 min, e at<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> limpeza durante as <strong>de</strong>terminações não exce<strong>de</strong>u a 2200 o C quan<strong>do</strong> foi<strong>em</strong>prega<strong>do</strong> o Rh, e a 2400 o C quan<strong>do</strong> foi utilizada a mistura W/Rh. Em outro trabalho,Lima et al. [24], <strong>de</strong>terminaram Cd <strong>em</strong> suspensões <strong>de</strong> peixe, ten<strong>do</strong> como modifica<strong>do</strong>rpermanente uma mistura <strong>de</strong> 250 g <strong>de</strong> W e 200 g <strong>de</strong> Rh. Os resulta<strong>do</strong>smantiveram-se estáveis por até 300 ciclos <strong>de</strong> aquecimento e o modifica<strong>do</strong>rpermanente mostrou-se mais eficiente que a modificação convencional com Pd enitrato <strong>de</strong> magnésio.11


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoO Quadro 2 mostra algumas aplicações recentes <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicospermanentes.Quadro 2: Aplicações <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes <strong>em</strong> ETAAS.Matriz(es) Analito(s) Características Principais Ref.Solução aquosa Cd, Mn, Pb, Se e V Forno <strong>de</strong> grafite trata<strong>do</strong> com Ir, permitin<strong>do</strong> 700 ciclos [25]<strong>de</strong> aquecimentoSolução aquosa Sb, As, Bi, Cd, Pb, Foram <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s 2 g <strong>de</strong> Ir <strong>em</strong> plataformas [26]Te, Tl, Sn e Setratadas com Zr ou W.Solução aquosa As, Se e Si Plataformas tratadas com Pd ou Rh por meio <strong>de</strong> [27]processo eletrolítico. Após tratamento foi possível aexecução <strong>de</strong> 80, 160 e 100 ciclos <strong>de</strong> aquecimentopara o As, Se e Si, respectivamente.Solução aquosa Cr Plataformas tratadas com Zr ou W. [28]AmostrasSiPlataformas tratadas com uma mistura <strong>de</strong> Pd e Rh [29]biológicaspara evitar a formação <strong>de</strong> óxi<strong>do</strong>s e carbertos <strong>de</strong> Si.Água, sedimento As, Sb, Se 4+ , Pb e Plataformas tratadas com 110 g <strong>de</strong> Zr, ou [30]e plantasSn240 g <strong>de</strong> W e 2 g Ir.Solução aquosa Sb, As, Bi e Sn Plataformas tratadas com 110 g <strong>de</strong> Zr e 2 g <strong>de</strong> Ir. [31]Foram otimizadas as concentrações da L-cisteina,NaBH 4 e HClSangue Cd, Pb e Se Plataformas tratadas com Ir. [32]Água Pb Plataformas tratadas com Hf, ou Nb, ou W, ou Zr. [33]MaterialPbPlataformas tratadas com 250 g W e 200 g Rh, [34]biológico esedimentossen<strong>do</strong> possível a realização <strong>de</strong> até 350 ciclos <strong>de</strong>aquecimento.Sedimentos Ag, Pb e Sn Plataforma modificada com Ru, on<strong>de</strong> os resulta<strong>do</strong>s [35]foram superiores quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com Pd ouPd mais Mg.Emulsões <strong>de</strong> Ni e VPlataforma modificada com Ir sen<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong> [36]óleos e naftas400 ciclos <strong>de</strong> aquecimentoSedimento eSnA m o obtida foi <strong>de</strong> 38 pg quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s Zr e Ir [37]teci<strong>do</strong> <strong>de</strong> ostraSolos, carvão,águas naturais esedimentosSedimentomarinho e teci<strong>do</strong>biológicoAs, Cd e PbCd e Pbcomo modifica<strong>do</strong>res químicos permanentesForam utiliza<strong>do</strong>s quatro modifica<strong>do</strong>res químicospermanentes: W, Rh, Ir e Ru.Emprego <strong>de</strong> Ir como modifica<strong>do</strong>r químicopermanente. Os limites <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção para o Cd e Pbforam <strong>de</strong> 4,0 ng/g e 3,8 ng/g, respectivamente.[38][39]2.4. EMPREGO DE PLANEJAMENTO FATORIAL EM ATOMIZAÇÃOELETROTÉRMICAA utilização <strong>de</strong> ferramentas quimiométricas <strong>em</strong> química analítica, ou <strong>em</strong> outrasáreas da química v<strong>em</strong> se tornan<strong>do</strong> uma ativida<strong>de</strong> essencial, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>, principalmente àquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações geradas [40, 41] e à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processos <strong>de</strong>otimização mais rápi<strong>do</strong>s e que consi<strong>de</strong>r<strong>em</strong> a interação entre os fatores [42]. Em12


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filhoalgumas revisões encontradas na literatura foi observa<strong>do</strong> um contínuo aumento nonúmero <strong>de</strong> publicações que envolv<strong>em</strong> ETAAS e quimiometria [43-49].A principal finalida<strong>de</strong> da utilização <strong>do</strong> planejamento fatorial é estudar ainfluência ou efeito <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada variável, e interações entre variáveis, <strong>em</strong> umsist<strong>em</strong>a específico [50-52]. Desta forma, são executa<strong>do</strong>s diversos experimentos <strong>em</strong>ord<strong>em</strong> aleatória e, no final, são efetuadas operações mat<strong>em</strong>áticas muito simples parao cálculo <strong>do</strong>s efeitos.O <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> planejamento fatorial <strong>em</strong> ETAAS concentra-se, principalmente,no estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s principais efeitos <strong>de</strong> concomitantes na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> um analito <strong>de</strong>interesse, sen<strong>do</strong> possível não apenas o cálculo <strong>do</strong> efeito <strong>de</strong> um concomitante <strong>em</strong>especial, mas os efeitos <strong>de</strong> possíveis interações entre os mesmos. Em experimentosunivaria<strong>do</strong>s, on<strong>de</strong> cada concomitante é estuda<strong>do</strong> <strong>em</strong> separa<strong>do</strong>, é praticamenteimpossível inferir algo sobre as possíveis interações entre <strong>do</strong>is ou três concomitantes[53].Legret e Divet [54] <strong>em</strong>pregaram um planejamento fatorial 2 5 (32 experimentos– 2 níveis e 5 variáveis) para averiguar a interferência <strong>de</strong> Al, Ca, Fe, Mg e Na(variáveis) na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb por ETAAS. Na execução <strong>do</strong>s experimentos forama<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is níveis: -1 (concentrações <strong>do</strong>s concomitantes iguais a 0) e +1(concentrações iguais a 800, 800, 400, 200 e 200 mg/L para Al, Ca, Fe, Mg e Na,respectivamente).Em cada experimento foi <strong>de</strong>terminada uma concentração conhecida <strong>de</strong> Pb. Ocálculo <strong>do</strong>s efeitos foi feito <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong>-se a diferença das médias das respostaspara uma variável, segun<strong>do</strong> a equação:bj ( yj ) ( yj )on<strong>de</strong> bj é o efeito para a variável j (concomitantes),yj é a média das respostasobtidas para os níveis +1 da variável j, eyj é a média das respostas obtidas paraos níveis –1 da variável j. Após a execução <strong>do</strong>s experimentos e cálculo <strong>do</strong>s efeitos, oconcomitante <strong>de</strong> maior efeito foi o Al com –23%, ou seja, quan<strong>do</strong> o Pb foi<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> na presença <strong>de</strong> 800 mg/L <strong>de</strong> Al o sinal analítico caiu 23%. O efeito dainteração entre os concomitantes Al e Ca foi <strong>de</strong> 4%.13


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoUma outra ferramenta <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância na química analítica, porém poucoexplorada <strong>em</strong> ETAAS, é o uso <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong>rivativas [50-52]. Nas técnicas<strong>de</strong>rivativas, utilizan<strong>do</strong> um planejamento fatorial, é obtida uma equação <strong>de</strong> segun<strong>do</strong>grau. Esta equação, após ser <strong>de</strong>rivada, fornece o máximo ou o mínimo <strong>de</strong><strong>de</strong>terminada otimização. Descreven<strong>do</strong> ainda o trabalho <strong>de</strong> Legret e Divet [54], osmesmos <strong>em</strong>pregaram um planejamento fatorial clássico <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> "2 2 + pontocentral + estrela" [50-52], para a otimização da t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> pirólise e aquantida<strong>de</strong> <strong>do</strong> modifica<strong>do</strong>r químico (PO 3- 4 ) na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb. A Figura 1mostra a configuração <strong>do</strong>s experimentos.Neste tipo <strong>de</strong> planejamento foram efetuadas réplicas no ponto central (variáveisnormalizadas <strong>em</strong> 0) para o cálculo <strong>do</strong>s erros, a equação <strong>de</strong> segun<strong>do</strong> grau gerada foi:22y 227,8 22,2P 8,2M 9,9P 4,7M 0, 5PMon<strong>de</strong> y é a resposta (absorbância), e P e M são a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> pirólise equantida<strong>de</strong> <strong>do</strong> modifica<strong>do</strong>r, respectivamente. Ao se <strong>de</strong>rivar a equação anterior,t<strong>em</strong>os que a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> pirólise e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>r que apresentou amaior absorbância foi 700 o C e 200 g, respectivamente.21Variável 20-1- 2- 2 -1 0 1 2Variável 1Figura 1: Configuração <strong>de</strong> um planejamento fatorial 2 2 + ponto central + estrela, on<strong>de</strong> o círculo centralrepresenta o experimento no ponto central (variáveis normalizadas <strong>em</strong> zero), o quadra<strong>do</strong> comcírculos nas arestas representa o fatorial 2 2 (variáveis normalizadas <strong>em</strong> –1 e +1), e o losangocom pequenos quadra<strong>do</strong>s nas arestas representa o fatorial <strong>em</strong> estrela (variáveis normalizadas<strong>em</strong> 2 e 2 ).14


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filho2.5. ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS - PCAAs maiores características da PCA consist<strong>em</strong> <strong>em</strong> extrair, <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>conjunto <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, informações relevantes para o seu entendimento. Com a PCA, éefetuada uma simplificação, ou seja, uma redução da dimensão original <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s,mo<strong>de</strong>lamento, <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> amostras anômalas (outliers), seleção <strong>de</strong> variáveisimportantes <strong>em</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a, classificação e previsão [55].Com a PCA, uma matriz <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s X formada por N linhas, que pod<strong>em</strong> seramostras <strong>de</strong> alimentos, por ex<strong>em</strong>plo, e M colunas, que pod<strong>em</strong> representar asconcentrações <strong>de</strong> macro e micronutrientes nestes alimentos, são <strong>de</strong>compostas <strong>em</strong>scores e loadings. Os scores são coor<strong>de</strong>nadas das amostras <strong>em</strong> um novo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>eixos, e os mesmos são ortogonais entre si, ou seja, completamente nãocorrelaciona<strong>do</strong>s [56,57]. Os loadings são os pesos ou influência das variáveis. AFigura 2 mostra a <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> uma matriz <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s X <strong>em</strong> vetores <strong>de</strong> scores eloadings.Ao se trabalhar com a PCA é necessário, <strong>em</strong> muitos casos, efetuar uma etapa<strong>de</strong> pré-processamento nos da<strong>do</strong>s, que pod<strong>em</strong> ser: (1) centrar na média ou (2)autoescalar. O primeiro tipo <strong>de</strong> pré-processamento consiste <strong>em</strong> calcular a média <strong>do</strong>sda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada coluna (variável) e, <strong>em</strong> seguida, subtraí-la <strong>de</strong> cada da<strong>do</strong> dareferida coluna. Assim, as médias das variáveis são igualadas a zero. No segun<strong>do</strong>tipo, são calculadas as médias e os <strong>de</strong>svios padrões, <strong>em</strong> seguida subtrai-se cadavalor da média, e divi<strong>de</strong>-se o resulta<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>svio padrão. Portanto, a média <strong>de</strong>cada variável será zero e o <strong>de</strong>svio padrão será igual a 1. A Figura 3 representa asoperações <strong>de</strong>scritas: <strong>em</strong> (a) t<strong>em</strong>os 10 variáveis fictícias (retângulos) s<strong>em</strong> nenhumtipo <strong>de</strong> pré-processamento, <strong>em</strong> (b) t<strong>em</strong>os as mesmas variáveis centradas na média(média igual a zero) e <strong>em</strong> (c) t<strong>em</strong>os as variáveis auto-escaladas (praticamente <strong>do</strong>mesmo tamanho – <strong>de</strong>svio padrão igual a 1). O pré-processamento centra<strong>do</strong> namédia é utiliza<strong>do</strong>, principalmente, para da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> espectros, e o auto-escala<strong>do</strong>, éutiliza<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se quer dar o mesmo peso ou importância para todas as variáveis.15


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoMp 1 p 2 t 2 + ... EX= t 1 +NFigura 2: Decomposição da matriz <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s X (N linhas e M colunas) <strong>em</strong> vetores <strong>de</strong> scores (t i ),loadings (p i ) e uma matriz <strong>de</strong> erros E.0(a) (b) (c)Figura 3: Representação <strong>do</strong> pré-processamento <strong>de</strong> 10 variáveis fictícias (retângulos). Em (a) t<strong>em</strong>os asvariáveis originais, <strong>em</strong> (b) as mesmas variáveis centradas na média (média igual a zero) e <strong>em</strong> (c)t<strong>em</strong>os as variáveis auto-escaladas (média igual a zero e <strong>de</strong>svio padrão igual a 1).Os gráficos <strong>de</strong> scores são forma<strong>do</strong>s por componentes principais (PC), que sãoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s <strong>em</strong> ord<strong>em</strong> crescente <strong>de</strong> variância. Por ex<strong>em</strong>plo, a primeira componenteprincipal (PC1) é aquela que contém o maior número <strong>de</strong> informações <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>soriginais [55-57].16


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filho3. PARTE EXPERIMENTAL3.1. MATERIALOs seguintes equipamentos/programas computacionais foram utiliza<strong>do</strong>s no<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste primeiro capítulo: Espectrômetro <strong>de</strong> Absorção Atômica com Forno <strong>de</strong> Grafite, marca Perkin-Elmer, mo<strong>de</strong>lo AAnalyst600, equipa<strong>do</strong> com corretor Ze<strong>em</strong>an longitudinal, amostra<strong>do</strong>r automático mo<strong>de</strong>lo AS-800, e sondaultra-sônica mo<strong>de</strong>lo USS-800; Lâmpadas EDL para Cd (228,8 nm) e Pb (283,3 nm), marca Perkin-Elmer; Lâmpadas <strong>de</strong> cato<strong>do</strong> oco para Al (309,3 nm) e Mo (313,3 nm), marca Perkin-Elmer; Balança analítica, marca Mettler, mo<strong>de</strong>lo AE 200; Deioniza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> água marca Millipore, mo<strong>de</strong>lo Milli-Q plus; Destila<strong>do</strong>r sub-ebulição marca Marconi, mo<strong>de</strong>lo MA 075; Na aplicação da PCA foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> o programa MATLAB versão 6.1 (The MathWorks). As rotinasda PCA foram aplicadas a partir <strong>do</strong> “PLS Toolbox”, versão 2.0 (Eigenvector Technologies). Vidrarias e outros materiais, comuns a um laboratório analítico.3.2. REAGENTES E SOLUÇÕESOs reagentes lista<strong>do</strong>s foram utiliza<strong>do</strong>s no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste trabalho, epossu<strong>em</strong> grau analítico. Cloreto <strong>de</strong> cádmio monohidrata<strong>do</strong> (CdCl 2 . H 2 O). Marca Merck. Nitrato <strong>de</strong> chumbo (II) [Pb(NO 3 ) 2 ]. Marca Ecibra; Óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> molibdênio (MoO 3 ). Marca Vetec; Nitrato <strong>de</strong> alumínio nonahidrata<strong>do</strong> [Al(NO 3 ) 3 . 9H 2 O]. Marca Ecibra; Solução estoque <strong>de</strong> nitrato <strong>de</strong> paládio (II) [Pd(NO 3 ) 2 ] 10 % (m/v) <strong>em</strong> uma solução <strong>de</strong> HNO 3 15 %(v/v). Marca Merck; Nitrato <strong>de</strong> magnésio hexahidrata<strong>do</strong> [Mg(NO 3 ) 2 . 6H 2 O]. Marca Merck; Tungstato <strong>de</strong> sódio dihidrata<strong>do</strong> (Na 2 WO 4 . 2H 2 O). Marca Merck; Dihidrogeno fosfato <strong>de</strong> amônio (NH 4 H 2 PO 4 ). Marca Ecibra. Cloreto <strong>de</strong> ródio (III) (RhCl 3 ). Marca Sigma; Cloreto <strong>de</strong> irídio trihidrata<strong>do</strong> (IrCl 3 . 3H 2 O). Marca Acros; Nitrato <strong>de</strong> zircônio (IV) hidrata<strong>do</strong> [ZrO(NO 3 ) 2 . xH 2 O]. Marca Acros. Porcentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> Zr igual a99,5%;Todas as soluções foram preparadas, completan<strong>do</strong>-se o volume com água<strong>de</strong>stilada/<strong>de</strong>ionizada e acondicionadas <strong>em</strong> frascos <strong>de</strong> polietileno:Solução padrão <strong>de</strong> Cd, 1000 mg/L. Preparada dissolven<strong>do</strong>-se 0,9055 g <strong>de</strong> CdCl 2 . H 2 O <strong>em</strong> 500 mL<strong>de</strong> água;Solução intermediária <strong>de</strong> Cd, 1000 g/L. Preparada diluin<strong>do</strong>-se 25 L da solução padrão (estoque)<strong>em</strong> 25 mL <strong>de</strong> HNO 3 0,2% (v/v);17


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filho Solução padrão <strong>de</strong> Cd 2 g/L. Preparada diluin<strong>do</strong>-se 50 L da solução intermediária <strong>em</strong> 25 mL <strong>de</strong>HNO 3 0,2% (v/v); Solução padrão <strong>de</strong> Pb, 1000 mg/L, preparada dissolven<strong>do</strong>-se 0,7993 g <strong>de</strong> Pb(NO 3 ) 2 <strong>em</strong> 500 mL<strong>de</strong> água; Solução intermediária <strong>de</strong> Pb 10 mg/L, preparada diluin<strong>do</strong>-se 250 L da solução estoque <strong>em</strong> 25 mL<strong>de</strong> HNO 3 0,2 % (v/v); Solução padrão <strong>de</strong> Pb 50 g/L, preparada diluin<strong>do</strong>-se 125 L da solução intermediária <strong>em</strong> 25 mL<strong>de</strong> HNO 3 0,2 % (v/v); Solução padrão <strong>de</strong> Mo 1000 mg/L. Preparada dissolven<strong>do</strong>-se 0,1500 g <strong>de</strong> MoO 3 <strong>em</strong>,aproximadamente, 40 mL <strong>de</strong> HCl 1:1. O volume final foi ajusta<strong>do</strong> para 100 mL. Esta solução foi<strong>em</strong>pregada nos testes on<strong>de</strong> o Mo foi o analito, e nos testes ten<strong>do</strong> o Mo como modifica<strong>do</strong>r químicopermanente; Solução intermediária <strong>de</strong> Mo 1000 g/L. Preparada diluin<strong>do</strong>-se 25 L da solução padrão (estoque)<strong>em</strong> 25 mL <strong>de</strong> HNO 3 0,2% (v/v); Solução padrão <strong>de</strong> Mo 20 g/L. Preparada diluin<strong>do</strong>-se 200 L da solução intermediária <strong>em</strong> 10 mL<strong>de</strong> HNO 3 0,2% (v/v); Solução padrão estoque <strong>de</strong> Al 1000 mg/L. Preparada dissolven<strong>do</strong>-se 6,9492 g <strong>de</strong> Al(NO 3 ) 3 . 9H 2 O<strong>em</strong> aproximadamente 200 mL <strong>de</strong> água e 5 mL <strong>de</strong> HNO 3 concentra<strong>do</strong>. O volume final foi ajusta<strong>do</strong>para 500 mL; Solução intermediária <strong>de</strong> Al 1000 g/L. Preparada diluin<strong>do</strong>-se 50 L da solução padrão estoque<strong>em</strong> 50 mL <strong>de</strong> HNO 3 0,2% (v/v); Solução padrão <strong>de</strong> Al 30 g/L. Preparada diluin<strong>do</strong>-se 300 L da solução intermédia <strong>em</strong> 10 mL <strong>de</strong>HNO 3 0,2% (v/v); Solução <strong>de</strong> NH 4 H 2 PO 4 0,5 % (m/v), preparada dissolven<strong>do</strong>-se 0,125 g <strong>em</strong> 25 mL <strong>de</strong> água; Solução <strong>de</strong> HNO 3 0,2 % (v/v), preparada diluin<strong>do</strong>-se 2 mL <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> concentra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1000 mL <strong>de</strong>água; Solução estoque <strong>de</strong> Mg(NO 3 ) 2 3 % (m/v), preparada dissolven<strong>do</strong>-se 2,5916 g <strong>em</strong> 50 mL <strong>de</strong> água; Solução <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> Mg(NO 3 ) 2 0,03 % (m/v), preparada diluin<strong>do</strong>-se 100 L da solução estoque<strong>em</strong> 10 mL <strong>de</strong> água; Solução <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> Pd 2+ 0,05% (m/v), preparada diluin<strong>do</strong>-se 0,5 mL da solução estoque <strong>em</strong> 10mL <strong>de</strong> água; Solução <strong>de</strong> Pd 2+ 1 g/L, preparada diluin<strong>do</strong>-se 1 mL da solução estoque <strong>em</strong> 10 mL <strong>de</strong> água; Solução <strong>de</strong> W 6+ 1 g/L, preparada dissolven<strong>do</strong>-se 0,0897 g <strong>de</strong> Na 2 WO 4 .2H 2 O <strong>em</strong> 50 mL <strong>de</strong> água. Solução <strong>de</strong> Zr 4+ 1 g/L, preparada dissolven<strong>do</strong>-se 0,1267 g <strong>de</strong> ZrO(NO 3 ) 2 . xH 2 O <strong>em</strong> 50 mL <strong>de</strong>água; Solução <strong>de</strong> Rh 3+ 1 g/L, preparada dissolven<strong>do</strong>-se 0,0596 g <strong>em</strong> 25 mL; Solução <strong>de</strong> Ir 3+ 1 g/L, preparada dissolven<strong>do</strong>-se 0,1731 g <strong>de</strong> IrCl 3 . 3H 2 O <strong>em</strong> 50 mL <strong>de</strong> água;3.3. OTIMIZAÇÃO DAS TEMPERATURAS DE PIRÓLISE E ATOMIZAÇÃO PARADETERMINAÇÃO DE Cd, Pb, Mo E AlNesta primeira etapa foi utiliza<strong>do</strong> planejamento fatorial para a otimização dast<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd, Pb, Mo e Al. Antes daexecução <strong>do</strong>s testes com modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes, foram avalia<strong>do</strong>salguns experimentos com as condições recomendadas pelo fabricante [58]. Nostestes efetua<strong>do</strong>s foram utilizadas soluções padrões <strong>de</strong> Cd, Pb, Mo e Al <strong>de</strong>concentrações iguais a 2, 50, 20 e 30 g/L, respectivamente.18


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoA Tabela 1 mostra as condições recomendadas para a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>smetais cita<strong>do</strong>s. No caso <strong>do</strong> Mo, além <strong>do</strong>s testes com Pd + Mg, foram executa<strong>do</strong>salguns experimentos <strong>em</strong>pregan<strong>do</strong>-se apenas o Mg (0,015 mg).Tabela 1: Condições recomendadas, b<strong>em</strong> como massas características obtidas nestas condições,para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd, Pb, Mo e Al.Metal Pirólise Atomização m oModifica<strong>do</strong>r químico(°C) (°C) (pg)Cd 500 1500 1,3 0,005 mg <strong>de</strong> Pd + 0,003 mg <strong>de</strong> Mg(NO 3 ) 20,05 mg <strong>de</strong> NH 4 H 2 PO 4 + 0,003 mg <strong>de</strong> Mg(NO 3 ) 2Pb 85010001600190030500,005 mg <strong>de</strong> Pd + 0,003 mg <strong>de</strong> Mg(NO 3 ) 20,05 mg <strong>de</strong> NH 4 H 2 PO 4 + 0,003 mg <strong>de</strong> Mg(NO 3 ) 2Mo 1500 2400 12 0,005 mg <strong>de</strong> Pd + 0,003 mg <strong>de</strong> Mg(NO 3 ) 2Al 1200 2300 31 0,015 mg <strong>de</strong> Mg(NO 3 ) 23.4. TRATAMENTO DAS PLATAFORMAS DE L'VOVO programa para tratamento das plataformas foi adapta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s trabalhos <strong>de</strong>Lima et al. [15] e Iwamoto et al. [22], e é mostra<strong>do</strong> na Tabela 2.Tabela 2: Programa para tratamento das plataformas <strong>de</strong> L'vov.Etapa T<strong>em</strong>peratura ( o C) Rampa (s) Permanência (s) Fluxo <strong>de</strong> Ar (mL/min)1 120 5 25 2502 150 15 10 2503 1000 20 10 2504 2000 1 1 250Na primeira etapa, 50 L <strong>de</strong> uma solução 1 g/L <strong>do</strong> modifica<strong>do</strong>r químicopermanente eram introduzi<strong>do</strong>s na plataforma, e inicia<strong>do</strong> o programa <strong>de</strong> aquecimento.O tratamento foi repeti<strong>do</strong> por cinco vezes, com o <strong>em</strong>prego total <strong>de</strong> 250 g. Algumasplataformas foram tratadas com <strong>do</strong>is modifica<strong>do</strong>res: Zr e Rh ou Zr e W. Neste caso,inicialmente, a plataforma foi tratada com 250 g <strong>de</strong> Zr e, <strong>de</strong>pois, com 250 g <strong>de</strong> Rhou W.Deve-se frisar aqui que é comum encontrar-se na literatura o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong>combinações entre modifica<strong>do</strong>res que formam, preferencialmente, carbetos (W e Zr)e óxi<strong>do</strong>s (Rh) [59-62]. No tratamento proposto, foram combina<strong>do</strong>s modifica<strong>do</strong>resforma<strong>do</strong>res <strong>de</strong> carbetos e óxi<strong>do</strong>s (Zr e Rh) e modifica<strong>do</strong>res que formam carbetos (Zre W).19


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filho3.5. EXPERIMENTOS EXECUTADOS NA OTIMIZAÇÃO POR PLANEJAMENTOFATORIALNa execução <strong>do</strong> planejamento fatorial é importante ressaltar que osexperimentos foram executa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma aleatória, para se evitar a introdução <strong>de</strong>erros sist<strong>em</strong>áticos. Além disso, com o uso <strong>do</strong> planejamento fatorial tentou-se efetuarum número menor <strong>de</strong> experimentos e chegar mais rapidamente a uma combinação<strong>de</strong> t<strong>em</strong>peraturas (pirólise e atomização) para <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>s metais. Ast<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização para o Cd e o Pb <strong>em</strong>pregadas na otimização,são mostradas na Tabela 3. Para estes <strong>do</strong>is metais, foi utiliza<strong>do</strong> um planejamento 2 2+ ponto central (3 réplicas) + estrela.2 2Tabela 3: Planejamento fatorial usa<strong>do</strong> para Pb e Cd.PbCdExperimentos Pirólise Atomização Pirólise Atomização( o C) Nor.* ( o C) Nor. * ( o C) Nor. * ( o C) Nor. *1 490 - 1 1150 -1 400 - 1 1400 -12 910 +1 1150 -1 600 +1 1400 -13 490 - 1 1850 +1 400 - 1 1600 +14 910 +1 1850 +1 600 +1 1600 +15 700 0 1500 0 500 0 1500 0ponto6 700 0 1500 0 500 0 1500 0central7 700 0 1500 0 500 0 1500 08 400- 21500 0 360- 21500 0estrela9 1000+ 21500 0 640+ 21500 010 700 0 1000- 2500 0 1360- 211 700 0 2000+ 2500 0 1640+ 2* Da<strong>do</strong>s normaliza<strong>do</strong>sNo caso <strong>do</strong> Mo e <strong>do</strong> Al foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> um planejamento fatorial 2 2 mais pontocentral (7 experimentos). As t<strong>em</strong>peraturas para estes metais eram muito altas, e autilização <strong>do</strong> fatorial <strong>em</strong> estrela iria ultrapassar o limite <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura <strong>do</strong> equipamento(2600 o C) [58]. Os experimentos para o Mo e Al são <strong>de</strong>scritos na Tabela 4. Na<strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> Mo foi testada a presença <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes,pois po<strong>de</strong>riam ser encontra<strong>do</strong>s alguns probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> atomização na <strong>de</strong>terminação<strong>de</strong>ste metal <strong>em</strong> suspensões.20


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoOs programas <strong>de</strong> aquecimento com as d<strong>em</strong>ais etapas (secag<strong>em</strong> e limpeza)são mostra<strong>do</strong>s na Tabela 5.2 2Tabela 4: Planejamento fatorial usa<strong>do</strong> para Mo e Al.MoAlExperimentos Pirólise Atomização Pirólise Atomização( o C) Nor* ( o C) Nor* ( o C) Nor* ( o C) Nor*1 1400 -1 2350 -1 1100 -1 2200 -12 1600 +1 2350 -1 1300 +1 2200 -13 1400 -1 2550 +1 1100 -1 2400 +14 1600 +1 2550 +1 1300 +1 2400 +15 1500 0 2450 0 1200 0 2300 0pontocentral6 1500 0 2450 0 1200 0 2300 07 1500 0 2450 0 1200 0 2300 0* Da<strong>do</strong>s normaliza<strong>do</strong>sTabela 5: Programas <strong>de</strong> aquecimento <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s nos experimentos para o Cd, Pb, Mo e Al.Etapa T<strong>em</strong>peratura ( o C) Rampa (s) Permanência (s) Fluxo <strong>de</strong> Ar (mL/min)1 110 5 ** 2502 130 15 *** 2503 ver Tabela 3 e 4 10 20 2504 ver Tabela 3 e 4 0 **** 05 * 1 ***** 250* 2200 o C para o Cd e Pb; 2550 o C para o Mo e 2450 o C para o Al.** 25 s para o Cd, Pb e Al e 30 s para o Mo.*** 10 s para o Cd e Pb e 30 s para o Mo e Al.**** 4 s para o Cd e Pb; 7 s para o Mo e 3 s para o Al.***** 3 s para o Cd, Pb e Al e 5 s para o Mo.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO4.1. ESTUDOS PARA O Cd E PbOs resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para as condições recomendadas para Cd e Pbsão mostra<strong>do</strong>s na Tabela 6, e foram efetua<strong>do</strong>s, também, testes na ausência d<strong>em</strong>odifica<strong>do</strong>res químicos. Em to<strong>do</strong>s estes testes foram utilizadas as t<strong>em</strong>peraturasrecomendadas pelo fabricante (ver Tabela 1).Os valores obti<strong>do</strong>s para m o mostraram se concordantes com o espera<strong>do</strong> nomanual <strong>do</strong> usuário (ver Tabela 1) [58]. Nos testes com modifica<strong>do</strong>res químicospermanentes o parâmetro comparativo utiliza<strong>do</strong> foi a m o . Este procedimento foia<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> para obter uma otimização mais rápida. Entretanto, outros fatores, tais21


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filhocomo, precisão, t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> forno atomiza<strong>do</strong>r e a sensibilida<strong>de</strong> serãoaborda<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> <strong>em</strong>pregadas suspensões.Tabela 6: Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na ausência <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos e nas condições recomendadasModifica<strong>do</strong>rm o (pg)CdPbAusência <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>r 17 76Pd + Mg(NO 3 ) 2 1,4 45NH 4 H 2 PO 4 + Mg(NO 3 ) 2 1,4 32Para os modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes os testes iniciaram-se com oPd, e as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização foram aquelas já mostradas naTabela 3.Nos estu<strong>do</strong>s com o Cd, Pd, Zr, W e Zr+W apresentaram comportamentossimilares como modifica<strong>do</strong>res permanentes, relativamente às t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong>pirólise e atomização. As t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> atomização não foram significativas, poiso erro calcula<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> ponto central foi maior que o coeficiente para estat<strong>em</strong>peratura. A Figura 4 mostra as superfícies <strong>de</strong> resposta, os gráficos <strong>de</strong> contorno eas respectivas equações obtidas (pirólise representada pela letra P).Para o Pd, a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> pirólise que ofereceu uma razoável absorbânciaintegrada foi igual a 360 o C, e a mesma foi inferior à recomendada (500 o C) [58]. Destaforma, o uso <strong>do</strong> Pd como modifica<strong>do</strong>r químico permanente na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cdnão é recomenda<strong>do</strong>.Apenas a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> pirólise foi significativa quan<strong>do</strong> Zr, W e Zr + W foram<strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s como modifica<strong>do</strong>res permanentes (Figuras 4b-d). Ao se <strong>de</strong>rivar e<strong>de</strong>snormalizar as equações, as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise obtidas foram <strong>de</strong> 470, 430 e430 o C para Zr, W e Zr + W, respectivamente. Observan<strong>do</strong>-se as Figuras 4b-d, notase,principalmente com os gráficos <strong>de</strong> contorno, que é possível usar t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong>pirólise mais altas <strong>do</strong> que aquelas mencionadas anteriormente (varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 400 a550 o C). Ao se <strong>em</strong>pregar t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> 500 e 1500 o C para pirólise e atomização,respectivamente, as m o obtidas foram <strong>de</strong> 1,4 pg para Zr e W (absorbância integrada<strong>de</strong> 0,13), e 1,5 pg para a mistura Zr + W (absorbância integrada <strong>de</strong> 0,11). Nestecaso, as t<strong>em</strong>peraturas foram maiores que para o Pd.22


,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filho(a)y = 0,08 – 0,04P17001650AbsorbânciaIntegradaAbsorbânciaIntegradaAbsorbânciaIntegrada,,,170070016506501600600155055015005001450450140040013503501300300Atomização ( o C)(b),,17001650160015501500(c),,Atomização ( o C)17001650160015501500Atomização ( o C)(d)Pirólise ( o C)Atomização ( o C)1600155015001450140013501300300 350 400 450 500 550 600 650 700y = 0,11 – 0,04P – 0,03P 2300 350 400 450 500 550 600 650 700Pirólise ( o C)1700y = 0,12 – 0,03P – 0,05P 2165016001550150070065014506005505001400145045014004001350350135013003001300300 350 400 450 500 550 600 650 700Pirólise ( o C)1700y = 0,12 – 0,03P – 0,02P 2165016001550150070065014506005505001400145045014004001350350135013003001300300 350 400 450 500 550 600 650 700Pirólise ( o C)1700Pirólise ( o C)Pirólise ( o C)Atomização ( o C)Atomização ( o C)1650AbsorbânciaIntegrada,,170070016506501600600155055015005001450450140040013503501300300Atomização ( o C)Pirólise ( o C)Atomização ( o C)160015501500145014001350, ,1300300 350 400 450 500 550 600 650 700Pirólise ( o C)Figura 4: Superfícies <strong>de</strong> resposta, gráficos <strong>de</strong> contorno e equações obtidas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cdcom o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> Pd (a), Zr (b), W (c) e Zr + W (d) como modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes.23


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoPara o Rh um comportamento interessante foi observa<strong>do</strong>, como mostra aFigura 5. Tanto as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise como a atomização (representada pelaletra A) foram significativas para o planejamento fatorial. Além disso, a partir daFigura 5, é possível notar que a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> pirólise <strong>em</strong>pregada po<strong>de</strong>ria ser maiorque a <strong>do</strong>s outros modifica<strong>do</strong>res (aproximadamente 640 o C). Entretanto, foi possível<strong>em</strong>pregar t<strong>em</strong>peraturas maiores <strong>do</strong> que essa e, mesmo assim, obter valoresrazoáveis para a absorbância integrada. Com as t<strong>em</strong>peraturas fixadas <strong>em</strong> 640 e1500 o C para a pirólise e atomização, respectivamente, foi obtida uma absorbânciaintegrada <strong>de</strong> 0,13 (m o = 1,4).Tanto a superfície <strong>de</strong> resposta como o gráfico <strong>de</strong> contorno, não forammostradas para o Ir, pois foi verificada uma repetibilida<strong>de</strong> muito <strong>de</strong>ficiente(Absorbância integrada varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 0,04 a 0,09) para o Cd. Com as t<strong>em</strong>peraturasfixadas <strong>em</strong> 500 e 1500 o C para a pirólise e atomização, respectivamente, foi obtidauma absorbância integrada <strong>de</strong> 0,08 (m o = 2,2).Para o Pb, o primeiro modifica<strong>do</strong>r químico <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> foi o Pd, e at<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> atomização não foi significativa, ou seja, não ofereceu uma variaçãona absorbância integrada.Ao se <strong>de</strong>rivar e <strong>de</strong>snormalizar a equação (y = 0,14 – 0,06P – 0,04P 2 ), t<strong>em</strong>osque o ponto que apresentou maior absorbância integrada foi igual a 515 o C. Estevalor é b<strong>em</strong> menor que o recomenda<strong>do</strong> pelo fabricante (850 o C) [58]. Neste casoespecífico, foi possível concluir que o Pd, assim como no caso <strong>do</strong> Cd, não foi umbom modifica<strong>do</strong>r químico permanente na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb.Para o Zr, observou-se o mesmo comportamento que para o Pd. Entretanto, omesmo estabilizou o Pb a uma t<strong>em</strong>peratura maior, como é ilustra<strong>do</strong> na Figura 6. At<strong>em</strong>peratura máxima <strong>de</strong> pirólise obtida foi <strong>de</strong> 550 o C, após a <strong>de</strong>rivação e<strong>de</strong>snormalização da equação. Porém, observan<strong>do</strong>-se o gráfico <strong>de</strong> contorno (Figura6), é possível obter valores aceitáveis para a absorbância integrada entre 800 e1000 o C (<strong>de</strong> 0,13 a 0,08). Desta forma, ao se <strong>em</strong>pregar t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise eatomização <strong>de</strong> 910 e 1850 o C, respectivamente, foi obtida uma m o <strong>de</strong> 37 pg(absorbância integrada = 0,11). Neste senti<strong>do</strong>, estas t<strong>em</strong>peraturas foram escolhidasquan<strong>do</strong> foi usa<strong>do</strong> o Zr como modifica<strong>do</strong>r químico permanente.24


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoO Rh, W, e a mistura Zr+Rh, apresentaram um comportamento s<strong>em</strong>elhanteentre si, on<strong>de</strong> a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> atomização apresentou coeficientes superiores aoerro experimental calcula<strong>do</strong>; entretanto, a pirólise não se mostrou significativa.A Figura 7 mostra as superfícies <strong>de</strong> resposta, gráficos <strong>de</strong> contorno e equaçõesobti<strong>do</strong>s para o Rh, W e Zr + Rh.Para o Rh, os termos quadráticos não foram significativos e n<strong>em</strong> a pirólise;entretanto, observan<strong>do</strong>-se a Figura 7a, visualiza-se que as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise eatomização <strong>de</strong> 910 e 1850 o C, respectivamente, produziram uma absorbânciaintegrada <strong>de</strong> 0,09 (m o <strong>de</strong> 42 pg).Para o W (Figura 7b) e Zr + Rh (Figura 7c), após a execução da <strong>de</strong>rivação e<strong>de</strong>snormalização das equações, as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> atomização encontradas foramiguais a 1370 para o W e 1340 o C para a mistura Zr + Rh. Por outro la<strong>do</strong>, observan<strong>do</strong>seas Figuras 7b e 7c, é possível o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peraturas mais altas, varian<strong>do</strong>entre 1800 e 2000 o C, com absorbância integrada entre 0,10 a 0,14. Entretanto, parase evitar probl<strong>em</strong>as relativos ao t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> recobrimento, as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong>pirólise e atomização foram fixadas <strong>em</strong> 910 e 1850 o C, respectivamente, com massascaracterísticas iguais a 34 pg (para o W) e 36 pg (para a mistura Zr + Rh).No caso específico para o Ir, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para a absorbânciaintegrada se mantiveram s<strong>em</strong>pre entre 0,01 e 0,05, sen<strong>do</strong> que conclusões sobreesse modifica<strong>do</strong>r tornaram-se difíceis. Ao se <strong>em</strong>pregar t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> 910 e1850 o C para a pirólise e atomização, respectivamente, foi obtida uma absorbânciaintegrada <strong>de</strong> 0,03 (m o <strong>de</strong> 135 pg).Quanto ao <strong>em</strong>prego da mistura Zr + W não houve variações significativas naabsorbância integrada no intervalo <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peraturas escolhi<strong>do</strong>. A superfície <strong>de</strong>resposta e o gráfico <strong>de</strong> contorno não foram mostra<strong>do</strong>s neste caso. Além disso, umpequeno ganho <strong>em</strong> sensibilida<strong>de</strong> foi observa<strong>do</strong> para os resulta<strong>do</strong>s, com a m ovarian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 33 a 36 pg para t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização <strong>de</strong> 700 e 1500 o C,respectivamente.25


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filho1700y = 0,14 – 0,07P – 0,07A1650,,,AbsorbânciaIntegrada,,,170016501600155015001450140013503501300300Atomização ( o C)700650600550500450400Pirólise ( o C)Atomização ( o C)160015501500145014001350,,,,1300300 350 400 450 500 550 600 650 700Pirólise ( o C)Figura 5: Superfície <strong>de</strong> resposta, gráfico <strong>de</strong> contorno e equações obtidas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd como <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> Rh como modifica<strong>do</strong>r químico permanente.y = 0,14 – 0,02P – 0,01P 222002025,,,,,1850AbsorbânciaIntegrada,,y = 0,14 – 0,02P – 0,01P 2 280 385 490 595 700 805 910 1015 11202200202518501675150013251150975385800280Atomização ( o C)11201015910805700595490Pirólise ( o C)Atomização ( o C)1675150013251150975,,,,,,,800280 385 490 595 700 805 910 1015 1120Pirólise ( o C)Figura 6: Superfície <strong>de</strong> resposta, gráfico <strong>de</strong> contorno e equação obti<strong>do</strong>s na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb com o<strong>em</strong>prego <strong>de</strong> Zr como modifica<strong>do</strong>r químico permanente.Nesta parte <strong>do</strong> Capítulo procurou-se, por meio <strong>do</strong>s gráficos <strong>de</strong> contorno,maximizar as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise <strong>de</strong> tal forma que elas oferecess<strong>em</strong> uma m os<strong>em</strong>elhante àquelas recomendadas pelo fabricante (ver Tabela 1). Desta forma, <strong>em</strong>muitos casos, as t<strong>em</strong>peraturas utilizadas nas <strong>de</strong>terminações não foram aquelasoferecidas pelo planejamento fatorial.26


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filho(a)y = 0,14 – 0,05A220020251850,,AbsorbânciaIntegrada,,112022001015202591018501675805150070013255951150490975385800280(b)Atomização ( o C)Pirólise ( o C)y = 0,15 + 0,02A –0,03A 2Atomização ( o C)1675150013251150975800280 385 490 595 700 805 910 1015 112022002025,,,,Pirólise ( o C),,AbsorbânciaIntegradaAbsorbânciaIntegrada,,220011202025101518509101675805150070013255951150490975385800280(c),Atomização ( o C)Pirólise ( o C)220011202025101518509101675805150070013255951150490975385800280Atomização ( o C)y = 0,15 + 0,05A –0,05A 2Pirólise ( o C)Atomização ( o C)Atomização ( o C)18501675150013251150975800280 385 490 595 700 805 910 1015 11202200202518501675150013251150975,,,,,,,Pirólise ( o C)800280 385 490 595 700 805 910 1015 1120Pirólise ( o C),,,,,,, ,Figura 7: Superfícies <strong>de</strong> resposta, gráficos <strong>de</strong> contorno e equações obtidas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pbcom o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> Rh (a), W (b) e Zr + Rh (c) como modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes.,,,,,,,, ,27


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filho4.2. ESTUDOS PARA O MoNos testes efetua<strong>do</strong>s para o Mo com as condições recomendadas pelofabricante (Tabela 1) alguns probl<strong>em</strong>as foram encontra<strong>do</strong>s, pois não foi alcança<strong>do</strong> ovalor da m o especifica<strong>do</strong> [58]. O valor especifica<strong>do</strong> era igual a 12 pg, enquanto quenos testes efetua<strong>do</strong>s foi encontrada uma m o <strong>de</strong> 30 pg. Tentou-se <strong>em</strong>pregar, também,apenas o Mg (0,015 mg) como modifica<strong>do</strong>r químico convencional, porém, asrespostas indicadas também não foram alcançadas. Desta forma, foi efetua<strong>do</strong> umplanejamento fatorial inicial apenas com o <strong>em</strong>prego <strong>do</strong> Mg como modifica<strong>do</strong>r químicoconvencional.A equação obtida foi igual a:y = 0,0665 + 1,7375AComo po<strong>de</strong> ser observada por meio da equação anterior, a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong>pirólise não foi significativa, sen<strong>do</strong> então fixada <strong>em</strong> 1400 o C (ver Tabela 4).Entretanto, as condições para a m o não foram alcançadas, e a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong>atomização já estava próxima ao limite <strong>do</strong> aparelho.T<strong>em</strong>os que um aumento <strong>do</strong> sinal analítico estava condiciona<strong>do</strong> ao aumento dat<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> atomização. Este procedimento não foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, para se evitar danosmaiores à plataforma <strong>de</strong> L'vov, e as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> atomização e limpeza foramfixadas <strong>em</strong> 2500 e 2550 o C, respectivamente.Para os modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes, não foram efetua<strong>do</strong>splanejamento fatorial, e as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> 1400 e 2500 o C foram fixadas para apirólise e atomização, respectivamente. O Mo na ausência <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>r químico,apresentou uma m o <strong>de</strong> 22,9 pg, e com o Rh, igual a 31,5 pg. Para os d<strong>em</strong>aismodifica<strong>do</strong>res, a absorbância integrada foi igual a 0,0007, -0,0001 e –0,0001 para W,Zr e Ir, respectivamente.Os resulta<strong>do</strong>s da <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Mo com modifica<strong>do</strong>res químicospermanentes, foram extr<strong>em</strong>amente ruins, sen<strong>do</strong> difícil atribuir alguma tendência oucomportamento. O Pd não foi testa<strong>do</strong>, pois os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para Cd e Pb nãojustificavam testes com este modifica<strong>do</strong>r. Além disso, nota-se que a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>Mo é possível na ausência <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res.28


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filho4.3. ESTUDOS PARA O AlComo os testes para o Mo não apresentaram resulta<strong>do</strong>s satisfatórios,resolveu-se estudar outro metal que é termicamente estável, apresentan<strong>do</strong> altast<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização. O Al foi escolhi<strong>do</strong>. Como ocorri<strong>do</strong> com o Mo,ao se <strong>em</strong>pregar as condições recomendadas [58] (Tabela 1) a m o estabelecida pelofabricante não foi atingida (30 pg). Desta forma, também foi efetua<strong>do</strong> umplanejamento fatorial (Tabela 4), utilizan<strong>do</strong> o Mg como modifica<strong>do</strong>r químicoconvencional. A Tabela 7 mostra os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s.A equação calculada foi igual a:y = 0,0798 + 0,0162ATabela 7: Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na otimização das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização para<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al.Experimento Absorbância m o Experimento Absorbância m o (pg)integrada (pg)integrada1 0,0542 48,7 5 0,0844 31,32 0,0665 39,7 6 0,0830 31,83 0,0931 28,4 7 0,0852 31,04 0,0924 28,6Como já comenta<strong>do</strong> para o Mo, as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> atomização <strong>em</strong>pregadasjá estavam próximas ao limite <strong>do</strong> aparelho; entretanto, ao se observar a equaçãoobtida para o Al, foi possível verificar que para se aumentar o sinal analítico serianecessário aumentar a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> atomização. Esta afirmação po<strong>de</strong> serconfirmada com a Figura 8, on<strong>de</strong> são mostra<strong>do</strong>s a superfície <strong>de</strong> resposta e o gráfico<strong>de</strong> contorno.As t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização foram fixadas <strong>em</strong> 1100 e 2400 o C, eo <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>do</strong>s modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes foi testa<strong>do</strong> com estast<strong>em</strong>peraturas. Além <strong>do</strong>s modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes <strong>de</strong>scritos no início <strong>do</strong>trabalho, resolveu-se <strong>em</strong>pregar o Mo como modifica<strong>do</strong>r químico na <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>Al. A Tabela 8 mostra os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s.Com os da<strong>do</strong>s da Tabela 8, verifica-se que o Rh, Ir e Mo não apresentaramresulta<strong>do</strong>s satisfatórios. Por outro la<strong>do</strong>, o W, Zr e mistura Zr + W apresentaramresulta<strong>do</strong>s bons e comparáveis aos das condições recomendadas.29


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filhoy = 0,08 + 0,02A24002360,,,AbsorbânciaIntegrada,,240023602320Atomização ( o C)22802240220011001140118012601220Pirólise ( o C)1300Atomização ( o C)232022802240,,,,,,,,22001100 1140 1180 1220 1260 1300Pirólise ( o C)Figura 8: Superfície <strong>de</strong> resposta, gráfico <strong>de</strong> contorno e equação obtida na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al com o<strong>em</strong>prego <strong>de</strong> Mg como modifica<strong>do</strong>r químico convencional.O Ir não apresentou resulta<strong>do</strong>s satisfatórios para nenhum metal estuda<strong>do</strong>;este fato po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> diversos fatores, tais como, tipo <strong>de</strong> recobrimentoefetua<strong>do</strong>, tipo <strong>de</strong> analito estuda<strong>do</strong> e o sal <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> no preparo <strong>do</strong> modifica<strong>do</strong>r. Naliteratura i<strong>de</strong>ntifica-se uma tendência <strong>em</strong> se <strong>em</strong>pregar o Ir como modifica<strong>do</strong>r químicopermanente na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> metais gera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> hidretos. Esta afirmação po<strong>de</strong>ser confirmada com os trabalhos <strong>de</strong> Shuttler et al. [23] e Tsalev et al. [26].Tabela 8: Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al na ausência e na presença <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>resquímicos permanentes.Modifica<strong>do</strong>r Absorbância integrada SD RSD (%) m o (pg)médiaAusência <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>r 0,0700 0,0021 2,9 37,7Rh 0,0107 0,0033 30 -W 0,0867 0,0030 3,5 30,5Ir 0,0015 0,0014 94 -Zr 0,0973 0,0016 1,6 27,1Mo 0,0478 0,0167 35 55,2Zr + W 0,1001 0,0008 0,7 26,430


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filho4.4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O EMPREGO DE PLANEJAMENTO FATORIALEM ETAASComo já comenta<strong>do</strong> no início <strong>do</strong> capítulo, com o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> planejamentofatorial é obti<strong>do</strong> um maior número <strong>de</strong> informações analíticas com um reduzi<strong>do</strong>número <strong>de</strong> experimentos. Esta afirmação é ilustrada por meio da Figura 9. Estafigura representa alguns experimentos executa<strong>do</strong>s na otimização das t<strong>em</strong>peraturas<strong>de</strong> pirólise e atomização para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd, ten<strong>do</strong> o Zr como modifica<strong>do</strong>rquímico permanente. Os círculos sóli<strong>do</strong>s representam o planejamento fatorial 2 2 +ponto central + estrela (ver Tabela 3), e os quadra<strong>do</strong>s abertos representam osexperimentos efetua<strong>do</strong>s <strong>em</strong> um procedimento univaria<strong>do</strong>. Esta figura mostra quecom 11 experimentos, as t<strong>em</strong>peraturas para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd pod<strong>em</strong> serencontradas.20000,120,1218000,12Atomização ( o C)1600140012000,130,150,140,140,150,120,130,120,120,130,130,120,120,120,120,130,140,150.120,120,120,12 0,10 0,05 0,010,100,100,070,080,050,010,1510000,06300 400 500 600 700 800 900Pirólise ( o C)Figura 9: Otimização das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização para Cd ten<strong>do</strong> Zr como modifica<strong>do</strong>rquímico permanente. Os círculos sóli<strong>do</strong>s representam os 11 experimentos fatoriais (Tabela 3).Os quadra<strong>do</strong>s abertos representam 17 experimentos executa<strong>do</strong>s na forma univariada.Além disso, é possível fazer um ajuste mais exato das t<strong>em</strong>peraturasnecessárias para efetuar a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd, Pb e Al, permitin<strong>do</strong>, se necessário,31


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filhoutilizar uma combinação específica <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peraturas para um tipo particular <strong>de</strong>amostra. Outro ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, é que o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> planejamento fatorial permiteuma rápida interpretação <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s relativos às t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise eatomização, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong> que poucos experimentos são necessários, quan<strong>do</strong>compara<strong>do</strong>s com aqueles executa<strong>do</strong>s <strong>em</strong> um procedimento univaria<strong>do</strong>. A execução<strong>de</strong> poucos experimentos contrasta com a regra observada na literatura on<strong>de</strong> sãoencontra<strong>do</strong>s trabalhos que <strong>em</strong>pregam <strong>de</strong> 17 a 25 experimentos para otimizar, porex<strong>em</strong>plo, a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> pirólise [26, 28, 30].Em um estu<strong>do</strong> futuro, com amostras mineralizadas ou até mesmo na forma <strong>de</strong>suspensões, po<strong>de</strong>riam ser usadas diferentes t<strong>em</strong>peraturas para o mesmo analito. Épossível aumentar, não somente a sensibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> méto<strong>do</strong>, mas, também, aseletivida<strong>de</strong>. Isso porque pod<strong>em</strong> ser escolhidas t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> trabalho on<strong>de</strong> asrespostas <strong>do</strong>s concomitantes sejam aceitáveis.Para finalizar este primeiro capítulo, a Figura 10 mostra to<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>spara m o obti<strong>do</strong>s com os testes executa<strong>do</strong>s.6050(a)76(b)405m o (pg)30201003530Ausência <strong>de</strong> mod.(c)MgZrWMoZr + W43210140120Ausência <strong>de</strong> mod.(d)P + MgPd + MgPdRhZrWIrZr + W2510020151050Ausência <strong>de</strong> mod.MgPd + MgRh806040200Ausência <strong>de</strong> mod.P + MgPd + MgPdRhZrWIrZr + RhFigura 10: Massas características obtidas para Al (a), Cd (b), Mo (c) e Pb (d) <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s osexperimentos com modifica<strong>do</strong>res químicos convencionais e permanentes. A primeira coluna(s<strong>em</strong> modifica<strong>do</strong>r) correspon<strong>de</strong> a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> metal na ausência <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>r químicopermanente ou convencional. As outras colunas, P + Mg, Pd + Mg e Mg correspond<strong>em</strong> àmodificação convencional, e as d<strong>em</strong>ais colunas marcadas com Pd, Rh, Zr, W, Ir, Zr + Rh eZr + W correspond<strong>em</strong> ao uso <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes.32


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoOs testes na ausência <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res foram feitos apenas para efeito <strong>de</strong>comparação e mostrar que, para as t<strong>em</strong>peraturas utilizadas, é necessário o <strong>em</strong>prego<strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res convencionais ou permanentes.4.5. ESCOLHA DO MODIFICADOR QUÍMICO PERMANENTEApós a finalização <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s preliminares sobre o comportamento <strong>do</strong>smodifica<strong>do</strong>res químicos permanentes t<strong>em</strong>os que o Rh ofereceu resulta<strong>do</strong>ssatisfatórios para o Cd e Pb (ver Figura 10). O W e o Zr apresentaramcomportamentos interessantes para o Cd, Pb e Al. O Mo não apresentou resulta<strong>do</strong>spromissores com nenhum modifica<strong>do</strong>r e o mesmo não foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> noprosseguimento <strong>do</strong>s experimentos da Tese. A mistura entre W e Zr não ofereceuresulta<strong>do</strong>s superiores ao uso individual <strong>do</strong>s modifica<strong>do</strong>res; assim, não houve nenhumefeito sinérgico entre estes modifica<strong>do</strong>res. Como para o prosseguimento <strong>do</strong>sestu<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>cidiu-se que <strong>de</strong>veria ser escolhi<strong>do</strong> um único modifica<strong>do</strong>r que fosse capaz<strong>de</strong> ser utiliza<strong>do</strong> para Al, Cd e Pb, as opções ficaram restritas ao W e o Zr.A simples escolha <strong>de</strong> um modifica<strong>do</strong>r observan<strong>do</strong> apenas a absorbânciaintegrada obtida seria pouco criteriosa. Desta forma, tentou-se aplicar a PCA [55]com alguns parâmetros físico-químicos <strong>do</strong>s metais estuda<strong>do</strong>s. Este procedimento foiefetua<strong>do</strong> para tentar obter outros subsídios, que po<strong>de</strong>riam colaborar na escolha <strong>do</strong>modifica<strong>do</strong>r químico permanente. A Tabela 9 mostra as proprieda<strong>de</strong>s físico-químicas[63] <strong>em</strong>pregadas na PCA. Foi necessário efetuar um pré-processamento nos da<strong>do</strong>s,pois a ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za entre eles era muito discrepante, como mostra a Tabela 9.O tipo <strong>de</strong> pré-processamento efetua<strong>do</strong> foi o autoescala<strong>do</strong> (ver it<strong>em</strong> 2.5. <strong>de</strong>stecapítulo).Após a execução <strong>do</strong>s cálculos para a PCA, foram gera<strong>do</strong>s gráficos <strong>de</strong> scorese loadings. A Figura 11 mostra os gráficos obti<strong>do</strong>s.Ao estudar os gráficos <strong>do</strong>s scores, visualizam-se diferentes comportamentospara os modifica<strong>do</strong>res químicos. Em primeira instância, nota-se que nos scores <strong>de</strong>PC1xPC2 (Figura 11a), o Zr foi totalmente segrega<strong>do</strong> <strong>do</strong>s d<strong>em</strong>ais, sen<strong>do</strong> o PC1responsável por esta separação. Com a ajuda da Figura 11b verifica-se que as33


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filhoproprieda<strong>de</strong>s responsáveis por esta separação são os raios atômico - RA e covalente- RC, resistivida<strong>de</strong> elétrica - RE e volume molar - VM. Já na Figura 11c verifica-seque o PC3 estabelece uma marcante diferenciação entre os metais que formam,preferencialmente, carbetos (Zr, W e Mo) <strong>do</strong>s que formam preferencialmente óxi<strong>do</strong>s(Ir e Rh). Em um segun<strong>do</strong> plano, o Zr apresenta-se totalmente separa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s outrosmetais forma<strong>do</strong>res <strong>de</strong> carbetos. Ao se confrontar<strong>em</strong> os gráficos <strong>de</strong> scores e loadings,nota-se que o W e Mo estão associa<strong>do</strong>s, principalmente, com os pontos <strong>de</strong> fusão -PF e ebulição - PE, e condutivida<strong>de</strong> térmica - CT. Já os metais forma<strong>do</strong>res <strong>de</strong> óxi<strong>do</strong>sestão relaciona<strong>do</strong>s com número - Z e massa atômica - A, eletronegativida<strong>de</strong> - ELE e<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> - D. As d<strong>em</strong>ais proprieda<strong>de</strong>s físico-químicas estão diretamente ligadas aoZr, e uma das proprieda<strong>de</strong>s mais marcantes é a resistivida<strong>de</strong> elétrica - RE que éaproximadamente 8 vezes maior para o Zr quan<strong>do</strong> comparada com os d<strong>em</strong>ais metaisestuda<strong>do</strong>s (ver Tabela 9).Tabela 9: Proprieda<strong>de</strong>s físico-químicas <strong>em</strong>pregadas na PCA [63].Proprieda<strong>de</strong>s físico-químicasMetais (Modifica<strong>do</strong>res)W Zr Rh Ir MoNúmero Atômico – Z 74 40 45 77 42Massa Atômica – A 183,80 91,22 102,91 192,20 95,94Raio Atômico (Å) – RA 1,34 1,60 1,34 1,36 1,36Raio Covalente (Å) – RC 1,30 1,45 1,25 1,26 1,29Raio Iônico (Å) – RI 0,62 0,79 0,68 0,68 0,70Ponto <strong>de</strong> Fusão ( o C) – PF 3370 1852 1960 2443 2610Ponto <strong>de</strong> Ebulição ( o C) – PE 5900 3580 3960 4500 5560Densida<strong>de</strong> (g cm -3 ) – D 19,30 6,51 12,40 22,40 10,22Resistivida<strong>de</strong> Elétrica (ohm/cm) – RE 5,65 40,00 4,33 4,71 5,20Condutivida<strong>de</strong> Térmica (cal.cm/s o Ccm 2 ) – CT 0,397 0,040 0,210 0,140 0,34Eletronegativida<strong>de</strong> – ELE 2,36 1,33 2,28 2,20 2,16Volume Molar (cm 3 ) – VM 9,53 14,02 8,29 8,57 9,39Calor Específico (cal/g o C) – CE 0,033 0,070 0,060 0,030 0,066Desta forma, com a união <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s experimentalmente (ver Figura10) e os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com a PCA (ver Figura 11), escolheu-se o Zr comomodifica<strong>do</strong>r químico permanente para dar prosseguimento aos experimentos com oAl, Cd e Pb.34


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira FilhoPC2 (17,4%)21(a)IrZrW0-1RhMo-2-6 -4 -2 0 2 4PC1 (69,4%)PC2 (17,4%)0,60,30,0-0,3(b)RE RA MV RCRICE-0,6-0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4PC1 (69,4%)ZAPFPEDELECTPC3 (12,2%)210-1(c)ZrMoRhIrWPC3 (12,2%)0,60,40,20,0-0,2(d)MV RCRARECERIPECT PFZA ELED-2-6 -4 -2 0 2 4-0,4-0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4PC1 (69,4%)PC1 (69,4%)Figura 11: Gráficos <strong>do</strong>s scores (a, c) e <strong>do</strong>s loadings (b, d) para os modifica<strong>do</strong>res químicospermanentes estuda<strong>do</strong>s. Para os símbolos, vi<strong>de</strong> Tabela 9.5. CONCLUSÃO PARCIALNos trabalhos executa<strong>do</strong>s neste primeiro capítulo, foram observadas asvaliosas contribuições fornecidas com o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> recursos quimiométricos naatomização eletrotérmica. Em química analítica, a quantida<strong>de</strong> e a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>sda<strong>do</strong>s analíticos têm aumenta<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma exponencial, e o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> ferramentasque vis<strong>em</strong> o melhor entendimento e rapi<strong>de</strong>z na aquisição <strong>de</strong>stas informações é, s<strong>em</strong>dúvida, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia.Nos processos <strong>de</strong> otimização das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização,observou-se que, com o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> um méto<strong>do</strong> mat<strong>em</strong>ático simples, foramotimiza<strong>do</strong>s parâmetros importantes para ETAAS. Além disso, foi realizada uma35


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filhomenor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> experimentos, fato este que contribuiu para maior economia,menor <strong>de</strong>sgaste da plataforma, e redução <strong>de</strong> esforços.Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nas otimizações foram confronta<strong>do</strong>s com aquelesoriun<strong>do</strong>s da PCA, sen<strong>do</strong> escolhi<strong>do</strong> o Zr no prosseguimento <strong>do</strong>s experimentos comsuspensões <strong>de</strong> amostras biológicas. Os testes com suspensões serão inicia<strong>do</strong>s comt<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização, respectivamente, iguais a 500 e 1500 o C (paraCd), 910 e 1850 o C (para Pb) e 1100 e 2400 o C (para Al).36


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filho6. REFERÊNCIAS[1] Ni, Z. M.; Shan, X. Q., Spectrochim. Acta Part B, 1987, 42, 937.[2] L'vov, B. V., Anal. Ch<strong>em</strong>., 1991, 63, 924A.[3] Miller-Ihli, N. J., Spectrochim. Acta Part B, 1989, 44, 1221.[4] Barnard, T. W.; Crockett, M. I.; Ivaldi, J. C.; Lundberg, P. L., Anal. Ch<strong>em</strong>., 1993, 65, 1225.[5] Schl<strong>em</strong>mer, G.; Welz, B., Spectrochim. Acta Part B, 1986, 41, 1157.[6] Ediger, R. D., At. Absorpt. Newslett., 1975, 14, 127.[7] Tsalev, D. L.; Dimitrov, T. A.; Mandjukov, P. B., J. Anal. At. Spectrom., 1990, 5, 189.[8] Tsalev, D. L.; Slaveykova, V. I., J. Anal. At. Spectrom., 1992, 7, 147.[9] Tsalev, D. L.; Slaveiykova, V. I.; Mandjukov, P. B., Spectrochim. Acta Rev., 1990, 13, 225.[10] Shan, X. Q.; Bei, W., J. Anal. At. Spectrom., 1995, 10, 791.[11] Weibus, G.; Langmyhr, F. J.; Thomassen, Y., Anal. Chim. Acta, 1981, 128, 23.[12] Long-Zhu, J.; Ni, Z. M., Can. J. Spectrosc., 1981, 26, 219.[13] Mandjukov, P. B.; Tsakovski, S. L.; Simeonov, V. D.; Stratis, J. A., Spectrochim. Acta Part B,1995, 50, 1733.[14] Tsalev, D. L.; Slaveykova, V. I., Spectroscopy Lett., 1992, 25, 221.[15] Lima, E.C.; Krug, F. J.; Jackson, K. W., Spectrochim. Acta Part B, 1998, 53, 1791.[16] Kuzovlev, I. A.; Kuznetsov, Y. N.; Sverdlina, O. A., Zavod, Lab., 1973, 39, 428.[17] Volynsky, A. B.; Sedykh, E. M., J. Anal. At. Spectrom., 1989, 4, 71.[18] Michaelis, M. R. A.; Wegschei<strong>de</strong>r, W.; Ortner, H. M., J. Anal. At. Spectrom., 1988, 3, 503.[19] Zatka, V. J., Anal. Ch<strong>em</strong>., 1978, 50, 538.[20] Fritzsche, H.; Wegschei<strong>de</strong>r, W.; Knapp, G.; Ortner, H. M., Talanta, 1979, 26, 219.[21] Luguera, M.; Madrid, Y.; Cámara, C., J. Anal. At. Spectrom., 1991, 6, 669.[22] Iwamoto, E.; Shimazu, H.; Yokota, K.; Kumamaru, T., J. Anal. At. Spectrom., 1992, 7, 421.[23] Shuttler, I. L.; Feuerstein, M.; Schl<strong>em</strong>mer, G., J. Anal. At. Spectrom., 1992, 7, 1299.[24] Lima, E. C.; Krug, F. J.; Ferreira, A. T.; Barbosa Júnior, F., J. Anal. At. Spectrom., 1999, 14, 269.[25] Rad<strong>em</strong>eyer, C. J.; Radziuk, B.; Romanova, N.; Skaugset, N. P.; Skogstad, A.; Thomassen, Y., J.Anal. At. Spectrom., 1995, 10, 739.[26] Tsalev, D. L.; D'ulivo, A.; Lampugnani, L.; Marco, M.; Zamboni, R., J. Anal. At. Spectrom., 1995,10, 1003.[27] Bulska, E.; Jedral, W., J. Anal. At. Spectrom., 1995, 10, 49.[28] Pyrzynska, K., Spectrochim. Acta Part B, 1995, 50, 1595.[29] Bulska, E.; Chelmecki, G.; Hulanicki, A., Can. J. Appl. Spectrosc., 1996, 41, 5.[30] Tsalev, D. L.; D'ulivo, A.; Lampugnani, L.; Marco, M.; Zamboni, R., J. Anal. At. Spectrom., 1996,11, 979.37


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filho[31] Tsalev, D. L.; D'ulivo, A.; Lampugnani, L.; Marco, M.; Zamboni, R., J. Anal. At. Spectrom., 1996,11, 989.[32] Rad<strong>em</strong>eyer, C.; Radziuk, B.; Romanova, N.; Thomassen, Y.; Tittarelli, P., J. Anal. At. Spectrom.,1997, 12, 81.[33] Imai, S.; Kubo, Y.; Yonetani, A.; Ogawa, N.; Kikuchi, Y., J. Anal. At. Spectrom., 1998, 13, 1199.[34] Lima, E. C.; Barbosa Júnior, F.; Krug, F. J.; Guaita, U., J. Anal. At. Spectrom., 1999, 14, 1601.[35] Silva, J. B. B.; Silva, M. A. M.; Curtius, A. J.; Welz, B., J. Anal. At. Spectrom., 1999, 14, 1737.[36] Meeravali, N. N.; Kumar, S. J., J. Anal. At. Spectrom., 2001, 16, 527.[37] Meeravali, N. N.; Kumar, S. J., J. Anal. At. Spectrom., 2002, 17, 704.[38] Lima, E. C.; Barbosa, R. V.; Brasil, J. L.; Santos, A. H. D. P., J. Anal. At. Spectrom., 2002, 17,1523.[39] Grinberg, P.; Campos, R. C.; Sturgeon, R. E., J. Anal. At. Spectrom., 2002, 17, 693.[40] Egreja Filho, F. B.; Reis, E. L.; Jordão, C. P.; Pereira Neto, J. T., Quim. Nova, 1999, 22, 324.[41] Ferreira, M. M. C.; Faria, C. G.; Paes, E. T., Ch<strong>em</strong>om. Intell. Lab. Syst., 1999, 47, 289.[42] Costa Filho, P. A.; Poppi, R. J., Quim. Nova, 1999, 22, 405.[43] Hill, S. J.; Dawson, J. B.; Price, W. J.; Shuttler, W. J.; Tyson, J. F., J. Anal. At. Spectrom., 1992, 7,215R.[44] Hill, S. J.; Dawson, J. B.; Price, W. J.; Shuttler, W. J.; Tyson, J. F., J. Anal. At. Spectrom., 1992, 8,197R.[45] Hill, S. J.; Dawson, J. B.; Price, W. J.; Shuttler, W. J.; Tyson, J. F., J. Anal. At. Spectrom., 1992,12, 327R.[46] Jackson, K. W.; Lu, S., Anal. Ch<strong>em</strong>., 1998, 70, 363R.[47] Jackson, K. W., Anal. Ch<strong>em</strong>., 2000, 72, 159R.[48] Hill, S. J.; Arowolo, T. A.; Butler, O. T.; Chenery, R. N.; Cook, J. M.; Cresser, M. S.; Miles, D. L., J.Anal. At. Spectrom., 2002, 17, 284.[49] Hill, S. J.; Arowolo, T. A.; Butler, O. T.; Cook, J. M.; Cresser, M. S.; Harrington, C.; Miles, D. L., J.Anal. At. Spectrom., 2003, 18, 170.[50] Barros Neto, B.; Scarminio, I. S.; Bruns, R. E., Planejamento e Otimização <strong>de</strong> Experimentos, 2.ed., Campinas: Editora da Unicamp, 1996.[51] Miller, J. C.; Miller, J. N., Estadística para Química Analítica, 2. ed., Wilmington: Addison-Wesley Iberoamerican, S. A., 1993.[52] Box, G. E. P.; Hunter, W. G.; Hunter, J. S., Statistics for experimenters. An introduction to<strong>de</strong>sign, data analysis and mo<strong>de</strong>l building, Nova York: Wiley, 1978.[53] Hilligsoe, B.; Hansen, E. H., Fresenius' J. Anal. Ch<strong>em</strong>., 1997, 358, 775.[54] Legret, M.; Divet, L., Analusis, 1988, 16, 97.[55] Wold, S.; Esbensen, K.; Geladi, P., Ch<strong>em</strong>om. Intell. Lab. Syst., 1987, 2, 37.[56] Malinowski, F.; Howery, D., Factor Analysis in Ch<strong>em</strong>istry, New York: Wiley, 1980.38


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 1 E. R. Pereira Filho[57] Martens, H.; Næs, T., Multivariate Calibration, Chichester: John Wiley & Sons. 1993.[58] The THGA Graphite Furnace: Techniques and Recommen<strong>de</strong>d Conditions, Uberlingen:Perkin-Elmer, 1995.[59] Barbosa Jr., F.; Lima, E. C.; Krug, F. J., Analyst, 2000, 125, 2079.[60] Lima, E. C.; Krug, F. J.; Jackson, K. W., Spectrochim. Acta Part B, 1998, 53, 1791.[61] Lima, E. C.; Barbosa Jr., F.; Krug, F. J., Anal. Chim. Acta, 2000, 409, 267.[62] Lima, E. C.; Barbosa Jr., F.; Krug, F. J., J. Anal. At. Spectrom., 1999, 14, 1913.[63] Li<strong>de</strong>, D. R., Handbook of ch<strong>em</strong>istry and physics, 78 o ed, Boca Raton: CRC Press, Inc., 1997-1998.39


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoCAPÍTULO 2VERIFICAÇÃO DOS RECOBRIMENTOS QUÍMICOSPERMANENTES: DETERMINAÇÃO DE Al, Cd E Pb EMAMOSTRAS BIOLÓGICAS NA FORMA DE SUSPENSÕESParte das informações <strong>de</strong>ste capítulo foram publicadas nos seguintes artigoscientíficos:Pereira-Filho, E. R.; Pérez, C. A.; Arruda, M. A. Z.. X-ray microfluorescence withsynchrotron radiation in the L'vov platform studies. Activity Report - LaboratórioNacional <strong>de</strong> Luz Síncrotron, 2001, p89.Pereira-Filho, E. R.; Poppi, R. J.; Arruda, M. A. Z.. Evaluation of Zr as permanentch<strong>em</strong>ical modifier by using surface, ch<strong>em</strong>ometrics and thermogravimetric analyses inthe Cd and Pb <strong>de</strong>terminations in biological slurry samples by ET AAS.Em preparação.40


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filho1. OBJETIVOSOs objetivos <strong>de</strong>ste segun<strong>do</strong> capítulo estão centra<strong>do</strong>s na utilização <strong>do</strong> Zr comomodifica<strong>do</strong>r permanente na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al, Cd e Pb <strong>em</strong> amostras biológicas naforma <strong>de</strong> suspensão. Estes metais foram <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s <strong>em</strong> amostras <strong>de</strong> leite <strong>em</strong> pó(Al) e amostras certificadas <strong>de</strong> materiais biológicos (Cd e Pb). Para averiguar o<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>do</strong> Zr na eliminação <strong>de</strong> possíveis concomitantes, algumas plataformas<strong>de</strong> L’vov foram mapeadas com o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> uma micro sonda <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong>raios-X com radiação síncrotron. Na continuação da revisão bibliográfica serãoaborda<strong>do</strong>s t<strong>em</strong>as relaciona<strong>do</strong>s com o (1) <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> por suspensão<strong>em</strong> ETAAS e (2) uso <strong>de</strong> SEM <strong>em</strong> ETAAS.2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA2.1. EMPREGO DE SUSPENSÕES EM ETAASA introdução da amostra é, <strong>em</strong> qualquer técnica analítica, s<strong>em</strong>pre uma etapacrítica e muitas vezes <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada como uma extensão <strong>do</strong> processo <strong>de</strong>preparo [1]. O rápi<strong>do</strong> e constante <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s humanasnecessita <strong>de</strong> um crescente número <strong>de</strong> análises químicas, sen<strong>do</strong> que as amostraspod<strong>em</strong> ser divididas <strong>em</strong> três categorias: (1) soluções aquosas, tais como, água,bebidas, sangue, soro, urina, entre outras; (2) outros líqui<strong>do</strong>s não aquosos (óleos,combustíveis, solventes orgânicos); (3) sóli<strong>do</strong>s, por ex<strong>em</strong>plo, solos, sedimentos,teci<strong>do</strong> animal, metais, plásticos, entre outros [2].Em uma revisão crítica, Bendicho e Loos-Vollebregt [3] reportam umacuida<strong>do</strong>sa avaliação <strong>do</strong> <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> amostras sólidas e amostras na forma <strong>de</strong>suspensão <strong>em</strong> ETAAS. A introdução <strong>de</strong> amostras sólidas <strong>em</strong> ETAAS apresentadiversas vantagens: redução <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> pré-tratamento, baixa contaminação,reduzidas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> perda <strong>do</strong> analito durante o pré-tratamento da amostra eredução <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> produtos químicos potencialmente perigosos. Porém, algumaslimitações são encontradas:41


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filho A introdução da amostra sólida no atomiza<strong>do</strong>r não é uma tarefa simples, e exig<strong>em</strong>uito cuida<strong>do</strong> e treinamento por parte <strong>do</strong> opera<strong>do</strong>r, pois pod<strong>em</strong> ocorrer perdas daamostra durante a etapa <strong>de</strong> pesag<strong>em</strong> e transporte ao equipamento ouatomiza<strong>do</strong>r; Probl<strong>em</strong>as com a padronização; O uso <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos é limita<strong>do</strong>, pela dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> interações <strong>do</strong>modifica<strong>do</strong>r com as partículas da amostra sólida; Probl<strong>em</strong>as com a diluição da amostra, quan<strong>do</strong> a concentração <strong>do</strong> analito <strong>de</strong>interesse é alta e Parte da amostra ou resíduos carbonáceos (no caso, principalmente, <strong>de</strong> amostrasbiológicas) pod<strong>em</strong> permanecer no atomiza<strong>do</strong>r após o ciclo <strong>de</strong> aquecimento.Com os probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong>scritos anteriormente, o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> suspensões po<strong>de</strong>,<strong>em</strong> muitos casos, combinar as vantagens da amostra líquida com a sólida [4]. Porém,algumas características <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser observadas ao se trabalhar com amostras naforma <strong>de</strong> suspensão: Homogeneida<strong>de</strong> da amostra; Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> moag<strong>em</strong> e peneiramento; Preparação da suspensão; Agitação e homogeneização da suspensão; Extração <strong>do</strong> analito das partículas da amostra para a fase líquida da suspensão e Influência <strong>do</strong> tamanho <strong>de</strong> partículas na sedimentação da suspensão e naeficiência da atomização.Para respon<strong>de</strong>r aos probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong>scritos, o uso <strong>de</strong> agentes estabilizantes, taiscomo glicerol e agentes tensoativos são altamente recomenda<strong>do</strong>s, assim como o<strong>em</strong>prego <strong>de</strong> agita<strong>do</strong>res magnéticos ou por efeito vortex ou agita<strong>do</strong>res ultra-sônicos [3].Um <strong>do</strong>s primeiros trabalhos encontra<strong>do</strong>s na literatura sobre o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong>suspensões <strong>em</strong> ETAAS relata a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Zn <strong>em</strong> sedimento marinho [5]. Apartir <strong>de</strong>ste trabalho, o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> suspensões <strong>em</strong> ETAAS t<strong>em</strong> cresci<strong>do</strong> <strong>de</strong> formaexponencial. Na década <strong>de</strong> 80 a aplicação <strong>de</strong> suspensões esten<strong>de</strong>u-se para outrostipos <strong>de</strong> amostras, por ex<strong>em</strong>plo, solos [6], sedimentos <strong>de</strong> rio [7] e materiais biológicos[8]. Entretanto, a partir <strong>de</strong> 1989, a introdução <strong>de</strong> uma sonda ultra-sônica acoplada ao42


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filhoauto-amostra<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>u um novo impulso ao <strong>em</strong>prego da ETAAS para análise <strong>de</strong>suspensões [9]. A eficiência <strong>do</strong> ultra-som está relacionada ao tamanho <strong>de</strong> partícula,e quanto menor ele for, melhor é a extração <strong>do</strong> analito <strong>de</strong> interesse para a faselíquida da suspensão [10]. Consequent<strong>em</strong>ente, o <strong>em</strong>prego <strong>do</strong> ultra-som <strong>em</strong> químicaanalítica t<strong>em</strong> se torna<strong>do</strong> cada vez mais comum, e são encontra<strong>do</strong>s trabalhos sobreprocedimentos <strong>de</strong> homogeneização [11], e para extração <strong>de</strong> compostos inorgânicose orgânicos <strong>de</strong> diversas matrizes [12-14].Além da sonda ultra-sônica, o advento <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicospermanentes contribuiu <strong>de</strong> forma positiva para o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> suspensões <strong>em</strong>ETAAS, pois são reduzidas as interações entre a amostra e a superfície grafítica (veroutras características no Capítulo 1) [15].Entretanto, <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes, juntamentecom suspensões e ETAAS, ainda não é objeto <strong>de</strong> um número gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhos naliteratura. Recent<strong>em</strong>ente, Barbosa Jr. et al. [16], <strong>em</strong>pregaram uma plataforma <strong>de</strong>L'vov tratada com 250 g <strong>de</strong> W + 200 g <strong>de</strong> Rh, para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As <strong>em</strong>suspensões <strong>de</strong> sedimentos e solos. O LD encontra<strong>do</strong> para o As foi <strong>de</strong> 0,4 g/L eRSD <strong>de</strong> 3,8% para um total <strong>de</strong> 783 medidas. Em um outro trabalho recente, Lavilla etal. [17] <strong>de</strong>terminaram Cd e Pb <strong>em</strong> suspensões <strong>de</strong> mexilhões. A amostra foi suspensa<strong>em</strong>pregan<strong>do</strong>-se ultra-som, cujos parâmetros foram otimiza<strong>do</strong>s <strong>em</strong>pregan<strong>do</strong>planejamento fatorial 2 4 (16 experimentos). Após a otimização, os fatores maisimportantes foram o tamanho <strong>de</strong> partícula e concentração <strong>do</strong> HNO 3 .Slaveykova e Hoenig [18], na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb e Sn <strong>em</strong> suspensões <strong>de</strong>plantas e sedimentos, otimizaram 7 variáveis, tais como, t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> secag<strong>em</strong>, t<strong>em</strong>poe t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> pirólise, t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> atomização, efeitos <strong>do</strong> modifica<strong>do</strong>r químicoe da etapa <strong>de</strong> refrigeração <strong>do</strong> forno <strong>de</strong> grafite e volume <strong>de</strong> amostra injeta<strong>do</strong>. Naotimização os autores <strong>em</strong>pregaram um planejamento fatorial fracionário (2 7-3 ), eestu<strong>do</strong>u-se, também, o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> diversos modifica<strong>do</strong>res químicos convencionais(Mg, W, Mg+Pd, Mg+Ir e Ir+W+PO 3- 4 ). O melhor modifica<strong>do</strong>r químico foi a misturaMg+Ir, pois produziu picos mais simétricos que os d<strong>em</strong>ais modifica<strong>do</strong>res. Osparâmetros <strong>de</strong> maior influência sobre a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb e Sn foram o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>43


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filhosecag<strong>em</strong>, t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização e a presença <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>rquímico.Em um outro trabalho, Krivan e Rommelt [19] <strong>de</strong>terminaram 14 metais (Al, Ca,Cd, Co, Cu, Fe, K, Mg, Mn, Na, Ni, Pb, Si e Zn) <strong>em</strong> suspensões <strong>de</strong> nitrato <strong>de</strong> boro,<strong>em</strong>pregan<strong>do</strong> ETAAS. Os autores utilizaram Mg(NO 3 ) 2 ou Ca(NO 3 ) 2 comomodifica<strong>do</strong>res químicos. Os resulta<strong>do</strong>s foram compara<strong>do</strong>s com AAS e ICP OES. Oslimites <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção obti<strong>do</strong>s para Cd e Pb foram iguais a 0,002 e 0,04 g/g,respectivamente.O Quadro 3 mostra algumas aplicações da técnica <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> <strong>de</strong>suspensões, juntamente com ETAAS. Outras aplicações pod<strong>em</strong> ser encontradas <strong>em</strong>uma revisão realizada por Magalhães e Arruda [20].44


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoQuadro 3: Aplicações <strong>de</strong> amostras na forma <strong>de</strong> suspensões <strong>em</strong> ETAASMatriz(es) Analito(s) Características Principais Ref.Alimentos Cd Modifica<strong>do</strong>res químicos Pd 2+ e (NH 4 )H 2 PO 4 . [21]Material biológico Cr, Co, Pb e Mn Concentração da suspensão a 1% m/v. [22]Sedimento marinho Pb Uso <strong>de</strong> Pd 2+ como modifica<strong>do</strong>r químico e [23]microscopia eletrônica para estudar as interaçõesentre a suspensão e o modifica<strong>do</strong>r.Sedimento marinho Mn, Cu e Fe Uso <strong>de</strong> sonda ultra-sônica e Triton X-100 para [24]e material biológicoestabilizar a suspensão.Leite Al As amostras foram diluídas <strong>em</strong> HNO 3 0,2 % (v/v) e [25]o Mg(NO 3 ) 2 foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> como modifica<strong>do</strong>rquímico.Suco <strong>de</strong> frutas Se Emprego <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> fluxo para misturar a [26]amostra ao modifica<strong>do</strong>r químico, homogeneizar,filtrar e transportar até o auto-amostra<strong>do</strong>r.Sedimento marinho Pb Emprego <strong>de</strong> duas etapas <strong>de</strong> pirólise sen<strong>do</strong> a [27]Fíga<strong>do</strong> e rim <strong>de</strong>cervoSedimento MarinhoCd, Cu e Pbprimeira a 480 o C e a segunda a 900 o C.Amostras dispersas a alta velocida<strong>de</strong> <strong>em</strong> 20 mL<strong>de</strong> etanol+água (1+9 v/v) conten<strong>do</strong> 0,25 % (m/m)<strong>de</strong> hidróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> tetrametilamônio.As, Cd, Hg, Pb eSnEmprego <strong>de</strong> Triton-X para estabilização dasuspensão.Cigarro As Emprego <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> hidretos para a<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As, e banho <strong>de</strong> ultra-som paraextrair aproximadamente 90% <strong>do</strong> analito.Materiaiscertifica<strong>do</strong>sCd, Cu, Mn e Pb Não foram <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s modifica<strong>do</strong>res químicos ea etapa <strong>de</strong> pirólise foi retirada.Café e chá Al Emprego <strong>de</strong> Triton X-100 para estabilizar asuspensão e Mg(NO 3 ) 2 como modifica<strong>do</strong>r químico.LD e m o iguais a 2 g/L e 45 pg, respectivamenteCabelo Hg Emprego <strong>de</strong> Pd 2+ e áci<strong>do</strong> ascórbico como [33]modifica<strong>do</strong>res químicos.Peixe Pb Emprego <strong>de</strong> ultra-som no preparo da suspensão. [34]Materiais biológicos Cu Plataformas modificadas com W e Rh e estáveis [35]por cerca <strong>de</strong> 300 ciclos <strong>de</strong> aquecimentoCabelo Cd, Cu e Pb As amostras foram pulverizadas <strong>em</strong> moinhocriogênico e foram preparadas suspensões <strong>de</strong>concentrações iguais a 1g/L (Cu e Pb) e 5 g/L(Cd).[36]Sedimento marinho,solo e carvãoSnOs autores <strong>em</strong>pregaram Ir como modifica<strong>do</strong>rquímico permanente e as condições analíticasforam otimizadas com planejamento fatorial[28][29][30][31][32][37]2.2. EMPREGO DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA EM ETAASCom o aumento <strong>do</strong> uso da ETAAS <strong>em</strong> química analítica, sentiu-se anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudar vários fenômenos relaciona<strong>do</strong>s com as mudanças d<strong>em</strong>orfologia <strong>do</strong>s tubos ou plataformas <strong>de</strong> grafite, após um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> número <strong>de</strong>experimentos, <strong>de</strong>terminações ou tratamentos. Em um <strong>do</strong>s primeiros trabalhos45


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filhoencontra<strong>do</strong>s na literatura sobre SEM e ETAAS, Ortner et al. [38], comprovaramdiversas mudanças na morfologia <strong>do</strong>s tubos <strong>de</strong> grafite com o aumento <strong>do</strong> número <strong>de</strong>ciclos <strong>de</strong> aquecimento. Os autores <strong>em</strong>pregaram grafite policristalino e afirmaram queas mudanças na morfologia eram <strong>de</strong>vidas à sublimação <strong>de</strong> pequenos "cristais" <strong>de</strong>grafite.Em um outro trabalho, Welz et al. [39] <strong>em</strong>pregaram plataformas totalmenteconstruídas <strong>em</strong> grafite pirolítico, e inseridas <strong>em</strong> fornos <strong>de</strong> eletrografite policristalino.Os autores concluíram que o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> vida das plataformas <strong>de</strong> grafite pirolítico foi <strong>de</strong>cerca <strong>de</strong> 1000 ciclos <strong>de</strong> aquecimento com uma t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> atomização <strong>de</strong>2560 o C. Já na presença <strong>de</strong> matrizes corrosivas este valor caiu para cerca <strong>de</strong> 500ciclos.O grafite pirolítico é conheci<strong>do</strong> há mais <strong>de</strong> 100 anos, e é obti<strong>do</strong> por meio da<strong>de</strong>composição <strong>de</strong> hidrocarbonetos, usualmente o metano, a 2000 o C. As principaisvantagens <strong>de</strong>ste material estão na maior impermeabilida<strong>de</strong> a gases, <strong>em</strong> possuir umalto ponto <strong>de</strong> sublimação (3700 o C) e alta condutivida<strong>de</strong> térmica, com conseqüenteaquecimento uniforme e <strong>em</strong> ser puro. O grafite pirolítico é 10 vezes mais resistente àoxidação <strong>do</strong> oxigênio <strong>do</strong> que o grafite normal [40,41].Dan<strong>do</strong> continuida<strong>de</strong> a série <strong>de</strong> trabalhos inicia<strong>do</strong>s por Ortner et al. [38] <strong>em</strong>1985, Welz et al. [42], estudaram a morfologia <strong>de</strong> diversas plataformas <strong>de</strong> grafitetratadas com altas concentrações <strong>de</strong> La, na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> P. Os autoresconcluíram que houve a formação <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>nsa camada <strong>de</strong> carbeto <strong>de</strong> lantânio. Noúltimo trabalho da série, Welz et al. [43] <strong>em</strong>pregaram um tubo totalmente construí<strong>do</strong><strong>em</strong> grafite pirolítico, e com o uso <strong>de</strong> SEM, foi possível visualizar o aparecimento <strong>de</strong>esfoliações e <strong>de</strong>scamações.Em um trabalho recente, Rad<strong>em</strong>eyer et al. [44] trataram diversos fornos <strong>de</strong>grafite pirolítico com Ir. Alguns foram trata<strong>do</strong>s com o uso <strong>de</strong> uma solução <strong>do</strong> metal eoutros por meio <strong>de</strong> eletro<strong>de</strong>posição. O <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>do</strong> tratamento foi avalia<strong>do</strong> commicrografias provenientes <strong>de</strong> elétrons retroespalha<strong>do</strong>s, e os autores concluíram quecom o uso da eletro<strong>de</strong>posição foi obtida uma distribuição mais homogênea <strong>do</strong>modifica<strong>do</strong>r sobre o forno.46


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoCom os trabalhos apresenta<strong>do</strong>s neste it<strong>em</strong> verifica-se que a SEM éamplamente utilizada <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s com fornos <strong>de</strong> grafite. Além disso, elapo<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia no estu<strong>do</strong> e/ou elucidação <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> atomização<strong>em</strong> ETAAS. Outras técnicas microscópicas são encontradas na literatura paraestudar plataformas <strong>de</strong> grafite, como por ex<strong>em</strong>plo, a STM [45].2.3. RADIAÇÃO SÍNCROTRONA radiação síncrotron é uma radiação eletromagnética <strong>em</strong>itida por elétronsrelativísticos (elétrons com energia E >> mc 2 ) viajan<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma trajetória curva.Elétrons relativísticos são gera<strong>do</strong>s <strong>em</strong> acelera<strong>do</strong>res circulares com energia da ord<strong>em</strong><strong>de</strong> giga elétron volts (GeV). As aplicações da radiação síncrotron são inúmeras,<strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se seu uso <strong>em</strong> biologia estrutural, catálise <strong>em</strong> química, física <strong>de</strong>superfícies, física <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> sóli<strong>do</strong>, microestrutura e raios-X [46].As características mais importantes da radiação síncrotron estão centradas nofato <strong>de</strong> que seu espectro esten<strong>de</strong>-se continuamente <strong>em</strong> comprimentos <strong>de</strong> onda naregião <strong>do</strong> infravermelho até raios-X duros, e a radiação é linearmente polarizada noplano da órbita <strong>do</strong> elétron e elipticamente polarizada acima e abaixo <strong>de</strong>ste plano.Além <strong>de</strong>stes fatores a radiação síncrotron é altamente colimada, originan<strong>do</strong> um feixe<strong>de</strong> elétrons com brilho excepcional [47]. Adicionalmente, a radiação é cerca <strong>de</strong> 10 6vezes mais potente que a produzida por um tubo <strong>de</strong> raios-X convencional [48]. Estascaracterísticas são <strong>em</strong>pregadas, principalmente, <strong>em</strong> medidas <strong>de</strong> fluorescência [46].O surgimento e difusão <strong>de</strong> laboratórios <strong>de</strong> radiação síncrotron <strong>de</strong>u-se nadécada <strong>de</strong> 60 <strong>do</strong> século XX [46,49], e neste capítulo apenas os componentesprincipais para gerar radiação síncrotron serão cita<strong>do</strong>s. O componente <strong>de</strong> maiorimportância é o anel <strong>de</strong> armazenamento da radiação síncrotron. Este dispositivo éforma<strong>do</strong> por estruturas magnéticas (comumente chamadas <strong>de</strong> bend) que curvam oselétrons <strong>em</strong> um círculo e produz radiação síncrotron. Outros componentes <strong>de</strong><strong>de</strong>staque são <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s <strong>de</strong> wiggler´s, que são usa<strong>do</strong>s para produzir ou aumentarradiação e as bombas <strong>de</strong> vácuo <strong>em</strong>pregadas para evacuar o anel <strong>de</strong>armazenamento.47


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filho2.3.1. LABORATÓRIO NACIONAL DE LUZ SÍNCROTRONApós <strong>de</strong>screver <strong>de</strong> maneira muito sucinta a geração,características/proprieda<strong>de</strong>s e <strong>em</strong>prego da radiação síncrotron, neste it<strong>em</strong> serãomostradas e particularizadas algumas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> laboratório <strong>de</strong> luz síncrotrondisponível no Brasil.A construção <strong>do</strong> Laboratório Nacional <strong>de</strong> Luz Síncrotron – LNLS teve início <strong>em</strong>1987, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas, sob o gerenciamento <strong>do</strong> Conselho Nacional <strong>de</strong>Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e <strong>do</strong> Ministério da Ciência eTecnologia - MCT. O LNLS é um <strong>do</strong>s maiores projetos científicos já realiza<strong>do</strong>s noBrasil, e, <strong>em</strong> 1997, foi celebra<strong>do</strong> o término da sua construção. Os objetivos daconstrução <strong>do</strong> LNLS estão volta<strong>do</strong>s <strong>em</strong> <strong>do</strong>tar o país <strong>de</strong> um laboratório capaz <strong>de</strong>gerenciar e conduzir pesquisas científicas. Estas pesquisas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ter,preferencialmente, uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicações tecnológicas, nível eleva<strong>do</strong> erelevância internacional [50]. Outro objetivo importante está <strong>em</strong> aten<strong>de</strong>r a comunida<strong>de</strong>científica nacional e internacional no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> experimentos [51].As principais características operacionais <strong>do</strong> LNLS são mostradas no Quadro4. No acelera<strong>do</strong>r linear, os elétrons são acelera<strong>do</strong>s <strong>em</strong> duas fases: na primeira, elesganham energia até 80 KeV ao atravessar<strong>em</strong> um campo eletrostático <strong>em</strong> umcomponente chama<strong>do</strong> canhão <strong>de</strong> elétrons; na segunda, estes elétrons entram <strong>em</strong> 4guias <strong>de</strong> onda, chamadas estruturas acelera<strong>do</strong>ras, on<strong>de</strong> ondas <strong>de</strong> rádio-freqüêncialhes fornec<strong>em</strong> energia <strong>de</strong> até 100 MeV.Quadro 4: Principais características operacionais <strong>do</strong> LNLS [51].ParâmetroValor/CaracterísticaEnergia <strong>de</strong> operação1,37 GevInjetorAcelera<strong>do</strong>r linearEnergia injetada120 MevCorrente elétrica nominal100 mACircunferência93,21 mDiâmetro médio30 mT<strong>em</strong>po <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> elétron10 horasO acelera<strong>do</strong>r linear <strong>do</strong> LNLS possui aproximadamente 18 metros <strong>de</strong>comprimento [52]. Como <strong>de</strong>scrito no Quadro 4, o anel <strong>de</strong> armazenamento possui48


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filhoaproximadamente 93 m <strong>de</strong> circunferência. No anel <strong>de</strong> armazenamento um <strong>do</strong>sparâmetros mais importantes é o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s elétrons que estãoarmazena<strong>do</strong>s. Normalmente este t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>ve ser da ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> 10 horas ou mais, d<strong>em</strong>o<strong>do</strong> que os experimentos possam ser efetua<strong>do</strong>s durante to<strong>do</strong> um dia <strong>de</strong> trabalho. AFigura 12 mostra um esqu<strong>em</strong>a <strong>do</strong> anel <strong>de</strong> armazenamento, acelera<strong>do</strong>r linear, dipolose estação experimental.O LNLS conta atualmente com cerca <strong>de</strong> nove linhas (Cristalografia <strong>de</strong>Proteínas, Difração <strong>de</strong> Raios-X, Fluorescência <strong>de</strong> Raios-X, entre outras) ligadas àradiação síncrotron [51]. No próximo tópico será dada atenção especial à linha XRF<strong>do</strong> LNLS, on<strong>de</strong> serão particularizadas as principais características da micro sonda <strong>de</strong>raios-X.EstaçãoExperimentalDipolo28,6 mAnel <strong>de</strong>armazenamentoAcelera<strong>do</strong>rlinearFigura 12: Esqu<strong>em</strong>a <strong>do</strong> anel <strong>de</strong> armazenamento <strong>do</strong> LNLS: acelera<strong>do</strong>r linear (retângulo traceja<strong>do</strong>),dipolo, anel <strong>de</strong> armazenamento com aproximadamente 29 m <strong>de</strong> diâmetro e estaçãoexperimental.2.3.2. MICRO SONDA DE FLUORESCÊNCIA RAIOS-XO <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> micro sonda <strong>de</strong> raios-X possibilita a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> umavarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos químicos <strong>em</strong> amostras <strong>de</strong> dimensões diminutas, inclusivepermitin<strong>do</strong> a verificação da distribuição espacial <strong>do</strong>s mesmos. Entretanto, a<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos <strong>em</strong> níveis diminutos (ng/g), <strong>em</strong>pregan<strong>do</strong> suas radiaçõescaracterísticas, requer uma fonte e raios-X muito potente. Este requerimento t<strong>em</strong>como finalida<strong>de</strong> evitar probl<strong>em</strong>as severos <strong>de</strong> correção <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>, principalmente49


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filhoaqueles gera<strong>do</strong>s a partir da <strong>em</strong>issão <strong>de</strong> elétrons secundários. Tal probl<strong>em</strong>a po<strong>de</strong> serevita<strong>do</strong> ao se <strong>em</strong>pregar uma fonte <strong>de</strong> raios-X extr<strong>em</strong>amente intensa, como asencontradas <strong>em</strong> laboratórios <strong>de</strong> luz síncrotron [53].Neste senti<strong>do</strong>, o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> radiação síncrotron e micro sonda <strong>de</strong>fluorescência <strong>de</strong> raios-X (SRXRF) abre inúmeras oportunida<strong>de</strong>s para <strong>de</strong>terminaçãoe/ou mapeamento <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos químicos <strong>em</strong> amostras com diferentes proprieda<strong>de</strong>sfísicas [48].O <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> micro fluorescência <strong>de</strong> raios-X reúne algumas vantagens, taiscomo: (1) permite a utilização <strong>de</strong> amostras condutoras e não condutoras <strong>de</strong>eletricida<strong>de</strong>, (2) as <strong>de</strong>terminações pod<strong>em</strong> ser efetuadas s<strong>em</strong> o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> vácuo,(3) a amostra po<strong>de</strong> ser analisada a t<strong>em</strong>peratura ambiente, (4) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong>material da amostra, a sonda po<strong>de</strong> penetrar na mesma produzin<strong>do</strong> informaçõessobre a sua composição interna, (5) a micro fluorescência po<strong>de</strong> ser <strong>em</strong>pregada <strong>em</strong>amostras heterogêneas e com forma não <strong>de</strong>finida, e (6) é uma técnica multiel<strong>em</strong>entar,apresentan<strong>do</strong> boa sensibilida<strong>de</strong> [48,49,53,54].A primeira micro sonda <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong> raios-X acoplada à radiaçãosíncrotron foi proposta <strong>em</strong> 1972 por Horowitz e Howell [55], e atualmente diversasmicro sondas são encontradas ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Os equipamentos que ascompõ<strong>em</strong> são similares, sen<strong>do</strong> basicamente compostos por: (1) dispositivo parafocalizar o feixe <strong>de</strong> luz na amostra (ou simplesmente uma abertura); (2) dispositivopara posicionar e/ou movimentar a amostra durante a medição; (3) sist<strong>em</strong>a para<strong>de</strong>tecção da fluorescência <strong>de</strong> raios-X e (4) microscópio convencional para visualizara posição da amostra que está sen<strong>do</strong> analisada. As medidas <strong>em</strong> micro fluorescência<strong>de</strong> raios-X pod<strong>em</strong> ser efetuadas <strong>de</strong> três maneiras: varredura <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminadaárea da amostra, varredura <strong>em</strong> linha e varredura <strong>em</strong> pontos [55].Na estação experimental da linha XRF <strong>do</strong> LNLS [56], a focalização <strong>do</strong> feixe <strong>de</strong>luz é feita por meio <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong> quartzo que permite um feixe <strong>de</strong>aproximadamente 30 m <strong>de</strong> diâmetro, sen<strong>do</strong> o posicionamento da amostra efetua<strong>do</strong>por um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> controle r<strong>em</strong>oto que permite a movimentação da mesma noseixos X, Y e Z. A visualização da amostra se dá com uma câmara CCD acoplada a50


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filhoum microscópio ótico convencional. As imagens geradas são monitoradasr<strong>em</strong>otamente na estação <strong>de</strong> controle da linha XRF.A parte ótica da linha <strong>de</strong> luz é ajustada <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a faixa <strong>do</strong> espectro <strong>de</strong>interesse <strong>do</strong> usuário. Ela consiste, basicamente, <strong>de</strong> câmaras com espelhos,monocroma<strong>do</strong>res e fendas, sen<strong>do</strong> que o tipo <strong>de</strong> espelhos e monocroma<strong>do</strong>res diferebastante se o usuário está interessa<strong>do</strong> <strong>em</strong> fazer, por ex<strong>em</strong>plo, espectroscopia <strong>de</strong>ultravioleta ou difração <strong>de</strong> raios-X [52]. Na linha XRF é necessário <strong>em</strong>pregar filtros <strong>de</strong>Al para se evitar que o feixe <strong>de</strong> luz (muito intenso) danifique alguns componentes dalinha <strong>de</strong> luz [57]. Desta forma, na linha XRF <strong>do</strong> LNLS só é possível <strong>de</strong>tectarel<strong>em</strong>entos químicos com números atômicos superiores ao <strong>do</strong> Al.O <strong>de</strong>tector <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> na linha <strong>de</strong> luz XRF é <strong>do</strong> tipo Si(Li); e este <strong>de</strong>tectorpermite que a energia <strong>do</strong> fóton <strong>do</strong>s raios-X seja convertida <strong>em</strong> pulsos <strong>de</strong> voltag<strong>em</strong>.Para se evitar a mobilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s íons <strong>de</strong> Li e reduzir o ruí<strong>do</strong> eletrônico, o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><strong>de</strong>tecção é refrigera<strong>do</strong> com N 2 líqui<strong>do</strong> [58].Na literatura são encontradas diversas aplicações para a SRXRF.Recent<strong>em</strong>ente, <strong>de</strong> Jesus et al. [59] <strong>de</strong>terminaram, simultaneamente, oito metais <strong>em</strong>folhas <strong>de</strong> Nerium olean<strong>de</strong>r. Estas amostras foram coletadas <strong>em</strong> algumas ruas dacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro e os resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s foram compara<strong>do</strong>s comaqueles obti<strong>do</strong>s <strong>em</strong> folhas oriundas da zona rural. Em um outro trabalho, Simabuco eMatsumoto [60] <strong>em</strong>pregaram fluorescência <strong>de</strong> raios-X com reflexão total na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> 12 el<strong>em</strong>entos <strong>em</strong> águas <strong>de</strong> chuva da região <strong>de</strong> Campinas. A microfluorescência <strong>de</strong> raios-X com radiação síncrotron também foi aplicada para avisualização da distribuição espacial <strong>de</strong> alguns metais <strong>em</strong> amostras <strong>de</strong> cálculo<strong>de</strong>ntário [57].3. PARTE EXPERIMENTAL3.1 MATERIALAos equipamentos <strong>de</strong>scritos no capítulo 1 são acrescenta<strong>do</strong>s os materiais aseguir.51


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filho Banho <strong>de</strong> ultra-som, marca Neytech, mo<strong>de</strong>lo 28H; Peneiras com 150 e 75 m <strong>de</strong> abertura, marca Bertel; Forno <strong>de</strong> microondas tipo cavida<strong>de</strong>, marca Provecto, mo<strong>de</strong>lo DGT 100; Microscópio eletrônico <strong>de</strong> varredura, marca Jeol, mo<strong>de</strong>lo JSM 6400; Chapa aquece<strong>do</strong>ra, marca Marconi, mo<strong>de</strong>lo MA 289.3.2. REAGENTES E SOLUÇÕESOs reagentes lista<strong>do</strong>s foram utiliza<strong>do</strong>s no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste trabalho epossu<strong>em</strong> grau analítico. Todas as soluções foram preparadas utilizan<strong>do</strong> água<strong>de</strong>stilada/<strong>de</strong>ionizada. Os seguintes sais (Merck) foram <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s nos testes com concomitantes: MgCl 2 6H 2 O, NaCl,CaCl 2 2H 2 O, Zn(NO 3 ) 2 6H 2 O, Cu(NO 3 ) 2 3H 2 O, Mn(NO 3 ) 2 4H 2 O, KCl e Fe(NO 3 ) 3 9H 2 O; Peróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> hidrogênio 30% v/v (H 2 O 2 ), marca Merck.Todas as soluções foram preparadas diariamente <strong>em</strong> água<strong>de</strong>stilada/<strong>de</strong>ionizada e acondicionadas <strong>em</strong> frascos <strong>de</strong> polietileno. A relação dassoluções <strong>em</strong>pregadas nesta parte <strong>do</strong> trabalho encontra-se a seguir:Nos testes com concomitantes (macroconstituintes) foram <strong>em</strong>pregadas soluções estoques <strong>de</strong> Ca,K, Mg e Na <strong>em</strong> concentrações iguais a 5 % (m/v).Nos testes com concomitantes (microconstituintes) foram <strong>em</strong>pregadas soluções estoques <strong>de</strong> Cu,Fe, Mn e Zn <strong>em</strong> concentrações iguais a 0,4% (m/v).3.3. AMOSTRASNa verificação <strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>do</strong> Zr como modifica<strong>do</strong>r químico foramutilizadas três amostras. Na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong>pregou-se uma amostra <strong>de</strong> leite<strong>em</strong> pó comercial, sen<strong>do</strong> que a granulometria estabelecida compreen<strong>de</strong>u a faixa <strong>de</strong>75 a 150 m. Na preparação da suspensão foi pesa<strong>do</strong> aproximadamente 1,000 g <strong>de</strong>amostra e esta massa transferida para um balão volumétrico <strong>de</strong> 100 mL. O volume<strong>do</strong> balão foi completa<strong>do</strong> com HNO 3 0,2% (v/v), e leva<strong>do</strong> a um banho <strong>de</strong> ultra-som poraproximadamente 20 min.No caso <strong>do</strong> Cd foi utilizada uma amostra certificada <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino (BovineLiver, NIST 1577b). O preparo da suspensão <strong>de</strong>u-se pesan<strong>do</strong> 100 mg da amostra etransferin<strong>do</strong>-se a massa para um balão volumétrico <strong>de</strong> 25 mL. O volume foi ajusta<strong>do</strong>com HNO 3 0,2 % (v/v) e leva<strong>do</strong> a um banho <strong>de</strong> ultra-som. Para o Pb foi <strong>em</strong>pregada52


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filhouma amostra certificada <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> faia (Beech Leaves, CRM 100). Foram pesa<strong>do</strong>s40 mg da amostra, o volume ajusta<strong>do</strong> para 10 mL e leva<strong>do</strong> a um banho <strong>de</strong> ultra-som.Outras amostras foram <strong>em</strong>pregadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd:Material certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> referência <strong>de</strong> farinha integral (Whol<strong>em</strong>eal flour, CRM 189), prepara<strong>do</strong> peloCommunity Bureau of Reference (BCR). Suspensão preparada pesan<strong>do</strong>-se 100 mg e ajustan<strong>do</strong>seo volume para 10 mL com HNO 3 0,2% (v/v).Material certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> referência <strong>de</strong> rim <strong>de</strong> porco (Pig kidney, CRM 186), prepara<strong>do</strong> pelo BCR.Suspensão preparada pesan<strong>do</strong>-se 40 mg e ajustan<strong>do</strong>-se o volume para 10 mL com HNO 3 0,2%(v/v).Material certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> referência <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> faia (Beech leaves, CRM 100), prepara<strong>do</strong> pelo BCR.Suspensão preparada pesan<strong>do</strong>-se 100 mg e ajustan<strong>do</strong>-se o volume para 25 mL com HNO 3 0,2%(v/v).3.4. VERIFICAÇÃO DOS RECOBRIMENTOS: DETERMINAÇÃO DE AlApós a execução <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> otimização das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise eatomização e escolha <strong>do</strong> Zr como modifica<strong>do</strong>r químico permanente, foram feitosalguns experimentos para atestar a viabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> Zr. Neste caso, a massa<strong>em</strong>pregada <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>r químico foi aumentada <strong>de</strong> 250 g para 500 g, visan<strong>do</strong>obter um maior t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> vida útil <strong>do</strong> recobrimento. O programa <strong>de</strong> aquecimento pararecobrimento foi o mesmo <strong>de</strong>scrito na Tabela 2 (Capítulo 1).Nestes testes não foi possível o <strong>em</strong>prego da sonda ultra-sônica, pois a mesmapossui entre 5,5 a 6,8 % <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> sua constituição [61].Alíquotas <strong>de</strong> 20 L da suspensão <strong>de</strong> leite <strong>em</strong> pó foram <strong>em</strong>pregadas <strong>em</strong> cadaciclo <strong>de</strong> aquecimento. Deve-se ressaltar que, no caso <strong>do</strong> Al e a cada 50 ciclos, umnovo recobrimento foi executa<strong>do</strong>. Para realizar um estu<strong>do</strong> mais sist<strong>em</strong>ático foramutilizadas plataformas <strong>de</strong> L'vov com 50, 100, 150, 200 e 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento.Para comparação, foi <strong>em</strong>pregada uma plataforma tratada <strong>de</strong> forma convencional comMg (ver Tabela 1). Essa plataforma foi utilizada por 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento.Após a execução <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os testes, os fornos <strong>de</strong> grafite foram quebra<strong>do</strong>s eas plataformas <strong>de</strong> L'vov foram usadas para a obtenção <strong>de</strong> algumas micrografias porSEM. Alguns fornos <strong>de</strong> grafite foram manualmente quebra<strong>do</strong>s, entretanto, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> àsaltast<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização alguns fornos apresentavam-sequebradiços. Em alguns casos a plataforma foi retirada com o auxílio <strong>de</strong> uma pinça.53


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoForam obtidas micrografias <strong>de</strong> duas plataformas <strong>novas</strong>, sen<strong>do</strong> que a primeira foiapenas condicionada e, a segunda, condicionada e tratada com Zr (500 g).Na obtenção das micrografias por SEM não foi necessário efetuar nenhum tipo<strong>de</strong> tratamento das plataformas, e a Figura 13 mostra o esqu<strong>em</strong>a <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> naaquisição das micrografias. Para cada plataforma foram adquiridas 10 micrografiasao longo <strong>do</strong> seu eixo longitudinal, com um aumento <strong>de</strong> 500 vezes (ver quadra<strong>do</strong>snumera<strong>do</strong>s na Figura 13). Este procedimento foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> para se obter informações<strong>em</strong> diferentes pontos da mesma plataforma.1 mm1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Figura 13: Procedimento usa<strong>do</strong> na obtenção das micrografias a partir das plataformas <strong>de</strong> L'vov. Os 10quadra<strong>do</strong>s ilustram as micrografias obtidas a um intervalo aproxima<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1 mm.A Figura 14 mostra algumas micrografias para as plataformas <strong>novas</strong> (com es<strong>em</strong> recobrimento com Zr), plataformas com 50, 100, 150 e 200 ciclos, e asplataformas com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento (<strong>em</strong>prego <strong>de</strong> Zr e Mg). Nos espaçoscinza localiza<strong>do</strong>s no canto inferior direito das micrografias são mostra<strong>do</strong>s, daesquerda para a direita, a escala da micrografia, on<strong>de</strong> a barra negra correspon<strong>de</strong>(neste caso) a 100 m, e os números seguintes são relativos a aceleração <strong>de</strong>voltag<strong>em</strong> (20 kV), a data (dia e mês) e o número da micrografia. As micrografias dasFiguras 14a-b foram retiradas das posições 8 e 5 das plataformas <strong>novas</strong> (veresqu<strong>em</strong>a na Figura 13). A posição das d<strong>em</strong>ais figuras po<strong>de</strong> ser, também, i<strong>de</strong>ntificadacom o auxílio <strong>do</strong> esqu<strong>em</strong>a apresenta<strong>do</strong> na Figura 13, por ex<strong>em</strong>plo, a Figura 14e foiobtida a partir da parte inicial da plataforma (posição/micrografia 2).Ao se estudar as micrografias das plataformas tratadas com Zr, foi verifica<strong>do</strong>que com o aumento <strong>do</strong> número <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong> aquecimento e os novos recobrimentos,a granulometria das partículas <strong>do</strong> metal sobre a superfície diminuía. Esta informaçãopo<strong>de</strong> ser visualizada ao se observar, por ex<strong>em</strong>plo, as Figuras 14b e 14g, on<strong>de</strong> se54


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filhocomprova uma diminuição <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong>s cristais <strong>de</strong> Zr (estruturas brancas). Estefato contribuiu para confirmar que o modifica<strong>do</strong>r químico estava sen<strong>do</strong> incorpora<strong>do</strong> àplataforma [42]. Na Figura 14c é possível i<strong>de</strong>ntificar a formação <strong>de</strong> corrosão(presença <strong>de</strong> formas circulares), contrastan<strong>do</strong> com a Figura 14a (forno novo), on<strong>de</strong> asuperfície da plataforma se encontra íntegra. Por outro la<strong>do</strong>, a micrografia obtida apartir da plataforma tratada com Mg (Figura 14h) apresenta-se totalmente diferentedas d<strong>em</strong>ais, on<strong>de</strong> se percebe uma superfície plana, contrastan<strong>do</strong> com o forno novo(Figura 14a). Outro aspecto a ser aponta<strong>do</strong>, correspon<strong>de</strong> à irregularida<strong>de</strong> <strong>do</strong>srecobrimentos. Este fato fica evi<strong>de</strong>nte ao se analisar as Figuras 14c-e, on<strong>de</strong>aparec<strong>em</strong> pontos negros provenientes da superfície grafítica s<strong>em</strong> recobrimento.3.5. VERIFICAÇÃO DOS RECOBRIMENTOS: DETERMINAÇÃO DE Cd e PbComo no caso <strong>do</strong> Al, também para o Cd e Pb, foram executa<strong>do</strong>s algunstestes, com o intuito <strong>de</strong> se estudar o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>do</strong> Zr. Neste caso <strong>em</strong>pregou-seuma amostra certificada <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino e folhas <strong>de</strong> faia para o Cd e o Pb,respectivamente. Duas plataformas foram tratadas, também com 500 g <strong>de</strong> Zr(Tabela 2), e 20 L <strong>de</strong> suspensão eram <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s.Para efeito <strong>de</strong> comparação foram utilizadas outras duas plataformas tratadas<strong>de</strong> maneira convencional com uma mistura <strong>de</strong> Pd e Mg (ver Tabela 1 <strong>do</strong> Capítulo 1).No caso <strong>de</strong>stes três analitos (Al, Cd e Pb) o critério <strong>de</strong> parada <strong>do</strong>sexperimentos seria atingi<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> o RSD das <strong>de</strong>terminações fosse superior a 20%ou quan<strong>do</strong> a plataforma ou forno <strong>de</strong> grafite se quebrasse.Antes <strong>do</strong> início <strong>do</strong>s testes foi feito um planejamento fatorial (2 4 – <strong>do</strong>is níveis equatro variáveis) para a otimização das condições <strong>de</strong> operação da sonda ultrasônica.A Tabela 10 mostra as variáveis estudadas e seus respectivos níveis.Tabela 10: Variáveis estudadas na otimização das condições <strong>de</strong> operação da sonda ultra-sônica.VariáveisNíveis-1 +1Profundida<strong>de</strong> da sonda (%) 70 90Intensida<strong>de</strong> (%) 50 100T<strong>em</strong>po <strong>de</strong> sonicação (s) 5 10T<strong>em</strong>po <strong>de</strong> espera após sonicação (s) 1 255


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filho(a)(b)(c)(d)(e)(f)(g)(h)Figura 14: Micrografias obtidas <strong>de</strong> várias plataformas <strong>de</strong> L’vov, on<strong>de</strong>: (a) plataforma nova, (b)plataforma nova e tratada com Zr, (c-g) plataformas com 50, 100, 150, 200 e 500 ciclos <strong>de</strong>aquecimento, tratadas com Zr e utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> suspensão <strong>de</strong> leite <strong>em</strong> pó,e (h) plataforma com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento, tratada com Mg e também <strong>em</strong>pregada na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al na mesma amostra.56


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoAs profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 70 e 90% correspond<strong>em</strong> à sonda localizada na meta<strong>de</strong> eno fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> copo <strong>do</strong> auto-amostra<strong>do</strong>r, respectivamente. As intensida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 50 e100% correspond<strong>em</strong> ao <strong>em</strong>prego da meta<strong>de</strong> e <strong>do</strong> total da potência da sonda,respectivamente. A potência máxima e a freqüência da sonda são <strong>de</strong> 7 W (<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>copo <strong>do</strong> auto-amostra<strong>do</strong>r) e 33 kHz, respectivamente [61]. Nesta otimização<strong>em</strong>pregou-se uma suspensão <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino (ver it<strong>em</strong> 3.3. <strong>de</strong>ste capítulo) e o Cdfoi <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>. A variável (resposta) otimizada foi a absorbância integrada. A Figura15 mostra algumas micrografias obtidas nas plataformas tratadas com Zr e Pd + Mge utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e Pb. As micrografias das Figuras 15a-d foramobtidas das posições 4, 6, 6 e 8, respectivamente (ver esqu<strong>em</strong>a na Figura 13).(a)(b)(c)(d)Figura 15: Micrografias obtidas <strong>de</strong> plataformas <strong>de</strong> L’vov tratadas com Zr e utilizadas na <strong>de</strong>terminação<strong>de</strong> Cd (a) e Pb (c); e tratadas com Pd + Mg e usadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (b) e Pb (d).57


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filho3.6. MAPEAMENTO DAS PLATAFORMAS DE L´VOVNesta parte <strong>do</strong> capítulo serão <strong>de</strong>scritos os equipamentos <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s nasvarreduras utilizan<strong>do</strong> a micro sonda <strong>de</strong> raios-X com radiação síncrotron. Estesexperimentos foram executa<strong>do</strong>s no LNLS. A energia <strong>do</strong> elétron <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> anel <strong>de</strong>armazenamento é da ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> 1,37 GeV com um campo <strong>de</strong> dipolo magnético <strong>de</strong>1,65 T. Isso permite uma energia crítica <strong>do</strong> fóton <strong>de</strong> 2,08 KeV. A fonte <strong>de</strong> radiaçãosíncrotron para esta linha utiliza um bend magnético DO9B (15 o ). A linha XRF incluiainda uma janela <strong>de</strong> Be com 125 m para isolar a linha <strong>de</strong> luz da atmosfera, e umchannel-cut cristal monocroma<strong>do</strong>r. Esta linha inclui um microscópio ótico comfocalização motorizada. Este é acopla<strong>do</strong> a uma câmara CCD para visualizar aamostra e ajudar o opera<strong>do</strong>r antes e durante o processo <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s.Como menciona<strong>do</strong> no it<strong>em</strong> 2.3.2. <strong>de</strong>ste capítulo o <strong>de</strong>tector é, também, protegi<strong>do</strong> comfilmes <strong>de</strong> Al.As plataformas <strong>em</strong>pregadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al, Cd e Pb e tratadas comZr, Mg e Pd + Mg foram <strong>em</strong>pregadas nas varreduras com a micro sonda <strong>de</strong>fluorescência <strong>de</strong> raios-X. Nas varreduras foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> um suporte confecciona<strong>do</strong><strong>em</strong> Al, para facilitar a fixação da plataforma durante o processo <strong>de</strong> radiação. Cadaplataforma <strong>de</strong> L´vov foi mapeada seguin<strong>do</strong> o mesmo esqu<strong>em</strong>a proposto para aobtenção das micrografias no microscópio <strong>de</strong> varredura eletrônica (ver Figura 13).Neste senti<strong>do</strong>, foram mapea<strong>do</strong>s 113 pontos por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 60 segun<strong>do</strong>s cada,totalizan<strong>do</strong> um t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> aproximadamente 2 horas para cada plataforma. Adistância entre cada ponto foi <strong>de</strong> aproximadamente 63 m, ou seja, foram mapea<strong>do</strong>scerca <strong>de</strong> 7000 m (70%) da plataforma. A Figura 16 mostra um esqu<strong>em</strong>a dasvarreduras efetuadas on<strong>de</strong> a seta indica o ponto final das medidas.A Figura 17 mostra a disposição da amostra durante as varreduras. O feixe <strong>de</strong>radiação síncrotron foi colima<strong>do</strong> <strong>em</strong>pregan<strong>do</strong>-se um capilar <strong>de</strong> quartzo com aberturaaproximada <strong>de</strong> 30 m. Este tubo e o <strong>de</strong>tector foram arranja<strong>do</strong>s perpendicularmente(ver Figura 17). Com a ajuda <strong>do</strong> microscópio ótico acopla<strong>do</strong> a uma câmera CCD, foivisualizada a plataforma <strong>de</strong> L’vov por meio <strong>de</strong> um monitor localiza<strong>do</strong> na estação <strong>de</strong>controle da linha XRF.58


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filho0 5000100007000Figura 16: Esqu<strong>em</strong>a representan<strong>do</strong> as varreduras efetuadas na linha XRF <strong>do</strong> LNLS. A seta indica oponto final das varreduras (7000 m).MicroscópioóticoDetectoréLNLSCapilar <strong>de</strong> quartzo45 oAbertura <strong>de</strong> fenda45 oAutoamostra<strong>do</strong>rFigura 17: Disposição <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> quartzo, microscópio ótico, <strong>de</strong>tector e amostra durante as varredurasdas plataformas <strong>de</strong> L’vov na linha XRF <strong>do</strong> LNLS.3.7. INVESTIGAÇÃO DE POSSÍVEIS CONCOMITANTES NA DETERMINAÇÃO DECd e PbAlém <strong>de</strong> se verificar o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>do</strong> Zr na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al, Cd e Pb, foiinvestiga<strong>do</strong> o comportamento <strong>de</strong>ste metal na presença <strong>de</strong> alguns possíveisconcomitantes.Cálcio, Mg, Na e K (macroconstituintes) e Cu, Fe, Mn e Zn (microconstituintes)foram estuda<strong>do</strong>s com o intuito <strong>de</strong> verificar a existência <strong>de</strong> possíveis interferênciasdurante a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e Pb.59


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoPara calcular as concentrações <strong>de</strong> macro e microconstituintes nos testes comconcomitantes, observou-se a concentração <strong>de</strong>stes metais nas amostras certificadasmencionadas no início <strong>de</strong>ste capítulo (it<strong>em</strong> 3.3.).As proporções encontradas entre macroconstituintes e o Cd variaram <strong>de</strong> 1:109(Cd:Ca) na amostra <strong>de</strong> rim <strong>de</strong> porco a 1:88359 (Cd:K), na amostra <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong>trigo. Para o Pb estes valores foram <strong>de</strong> 1:54 (Pb:Mg) e 1:610 (Pb:K) na amostra <strong>de</strong>folhas <strong>de</strong> faia. Assim, as concentrações <strong>de</strong> concomitantes variaram muito. Umplanejamento fatorial foi realiza<strong>do</strong> com o intuito <strong>de</strong> observar possíveis interaçõesentre os concomitantes e executar um número menor <strong>de</strong> experimentos, porém, s<strong>em</strong>per<strong>de</strong>r informações relevantes. Este fatorial foi composto por três grupos <strong>de</strong>experimentos. O primeiro foi configura<strong>do</strong> por um experimento 4 2 (4 variáveis: Ca, Mg,Na e K e <strong>do</strong>is níveis) com 16 experimentos (concentrações normalizadas <strong>em</strong> -1 e 1);o segun<strong>do</strong> grupo foi composto por um fatorial <strong>em</strong> estrela, on<strong>de</strong> as concentrações <strong>do</strong>sconcomitantes foram normalizadas <strong>em</strong> -2 e 2; no terceiro e último grupo, todas asconcentrações foram normalizadas <strong>em</strong> zero (ponto central). Este procedimento foibasea<strong>do</strong> nos trabalhos <strong>de</strong> Grotti et al. [62,63]. A Tabela 11 mostra os experimentos<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s e a absorbância integrada foi acompanhada <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s osexperimentos.Nos experimentos <strong>de</strong>scritos na Tabela 11 as concentrações <strong>do</strong>sconcomitantes foram normalizadas entre -2 e 2; neste caso, convencionou-se que -2equivaleria a uma proporção analito:concomitante igual a 1:100 para o Cd e 1:1 parao Pb, e 2 equivaleria a uma proporção igual a 1:500000 para o Cd e 1:50000 para oPb. Neste caso, para se abranger uma faixa maior <strong>de</strong> concentração <strong>do</strong>sconcomitantes, as proporções a<strong>do</strong>tadas no planejamento fatorial obe<strong>de</strong>ceram a umaescala logarítmica (base 10).No cálculo <strong>de</strong>stas proporções <strong>em</strong>pregou-se a expressão mat<strong>em</strong>ática a seguir:10log x1 + a(log x2 –log x1 )bon<strong>de</strong> x1 e x2 são, respectivamente, as menores e maiores proporções entre o analito e oconcomitante, a é o nível <strong>do</strong> fatorial (-2, -1, 0, +1 e +2) e b é o número <strong>de</strong> intervalos entre–2 e 2 (neste caso igual a 4).60


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoCom o auxílio da expressão mat<strong>em</strong>ática anteriormente mostrada t<strong>em</strong>os que asproporções utilizadas para o Cd foram iguais a: 1:100 (-2), 1:841 (-1), 1:7071 (0),1:59460 (+1) e 1:500000 (+2). No caso <strong>do</strong> Pb as proporções foram: 1:1 (-2), 1:15(-1), 1:224 (0), 1:3344 (+1) e 1:50000 (+2). As concentrações <strong>de</strong> Cd e Pb foram fixadas<strong>em</strong> 4 e 50 g/L, respectivamente.Para os microconstituintes as proporções encontradas ao se levantar asconcentrações das amostras certificadas foram iguais a 1:3 (Cd:Mn na amostra <strong>de</strong>rim <strong>de</strong> porco) e 1:1 (Pb:Cu na amostra <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> faia) e 1:3824 (também referenteà Cd:Mn e à amostra <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> faia) e 1:80 (Pb:Mn <strong>em</strong> folhas <strong>de</strong> faia). No caso<strong>do</strong>s microconstituintes resolveu-se a<strong>do</strong>tar apenas a proporção 1:5000 para o Cd e1:2000 para o Pb (Analito:microconstituinte). As concentrações <strong>de</strong> Cd e Pb tambémforam fixadas <strong>em</strong> 4 e 50 g/L. Nos testes com macro e microconstituintes a<strong>do</strong>tou-seo programa <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong>scrito no primeiro capítulo (Tabela 5), on<strong>de</strong> ast<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização foram iguais a 500 e 1500 o C para o Cd e 910e 1850 o C para o Pb.2 4Tabela 11: Planejamento fatorial <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> nos estu<strong>do</strong>s com concomitantes.Experimento Ca Mg Na K Experimento Ca Mg Na K1 -1 -1 -1 -1 17 -2 0 0 02 1 -1 -1 -1 18 2 0 0 03 -1 1 -1 -1 19 0 -2 0 04 1 1 -1 -1estrela20 0 2 0 05 -1 -1 1 -1 21 0 0 -2 06 1 -1 1 -1 22 0 0 2 07 -1 1 1 -1 23 0 0 0 -28 1 1 1 -124 0 0 0 29 -1 -1 -1 110 1 -1 -1 1 25 0 0 0 011 -1 1 -1 1 26 0 0 0 012 1 1 -1 1 ponto 27 0 0 0 013 -1 -1 1 1 central 28 0 0 0 014 1 -1 1 1 29 0 0 0 015 -1 1 1 130 0 0 0 016 1 1 1 161


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filho3.8. DETERMINAÇÃO DE Cd e Pb NAS AMOSTRAS CERTIFICADASDurante os testes iniciais para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd nas amostrascertificadas, o programa <strong>de</strong> aquecimento a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> foi o mesmo estabeleci<strong>do</strong> noprimeiro capítulo (ver Tabela 5). Entretanto, foi necessária a execução <strong>de</strong> algunstestes para estabelecer as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização mais a<strong>de</strong>quadaspara <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e Pb nas amostras certificadas. Nestes testes as faixas <strong>de</strong>t<strong>em</strong>peraturas estudadas não foram tão amplas quanto aquelas mostradas nasotimizações <strong>do</strong> Capítulo 1. Assim, para o Cd, as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise eatomização foram variadas <strong>de</strong> 200-600 e 1000-1900 o C, respectivamente. Naexecução <strong>do</strong>s experimentos <strong>de</strong> otimização e <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd nas amostrascertificadas, foi <strong>em</strong>pregada uma sonda-ultrasônica e uma única plataforma <strong>de</strong> L'vovtratada com 500 g <strong>de</strong> Zr. No caso <strong>do</strong> Pb, as t<strong>em</strong>peraturas variaram <strong>de</strong> 700 a1000 o C para a pirólise e 1800 a 2200 o C para a atomização e, foi <strong>em</strong>pregada umaoutra plataforma tratada com 500 g <strong>de</strong> Zr nas otimizações. A amostra <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong>faia foi utilizada na otimização <strong>de</strong>stas t<strong>em</strong>peraturas.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO4.1. VERIFICAÇÃO DOS RECOBRIMENTOS: DETERMINAÇÃO DE AlDurante as <strong>de</strong>terminações, como menciona<strong>do</strong> anteriormente, as plataformas<strong>de</strong> L'vov foram tratadas com 500 g <strong>de</strong> Zr a cada 50 ciclos <strong>de</strong> aquecimento. Esteprocedimento foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> para se evitar probl<strong>em</strong>as com o recobrimento, e <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>ao fato <strong>de</strong> que as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização para o Al são muito altas.Foram efetua<strong>do</strong>s 5 testes com 50, 100, 150, 200 e 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento.A plataforma com 50 ciclos foi tratada apenas no início <strong>do</strong>s testes; a <strong>de</strong> 100 foitratada 2 vezes, e as <strong>de</strong> 150, 200 e 500 ciclos tratadas 3, 4 e 10 vezes,respectivamente. Para efeito <strong>de</strong> comparação foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> o Mg como modifica<strong>do</strong>rquímico convencional na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al (ver Tabela 1). Esta plataforma foiutilizada por 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento. Antes e após cada tratamento, e ao final <strong>de</strong>62


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filhocada 50 ciclos <strong>de</strong> aquecimento, os fornos eram pesa<strong>do</strong>s para verificar a perda ouganho <strong>de</strong> massa. Ciclos <strong>de</strong> aquecimento superiores a 500 não foram testa<strong>do</strong>s, poisas condições físicas <strong>do</strong>s fornos estavam muito comprometidas. A Figura 18 mostra aperda <strong>de</strong> massa <strong>em</strong> função <strong>do</strong> número <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong> aquecimento para as plataformasque chegaram a 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento.Ao analisar a Figura 18 nota-se que antes e após cada tratamento o ganho d<strong>em</strong>assa foi praticamente nulo. Outro aspecto importante é que à medida que os ciclos<strong>de</strong> aquecimento aumentavam, a perda <strong>de</strong> massa tornava-se mais acentuada. A partir<strong>do</strong>s 400 ciclos <strong>de</strong> aquecimento a perda <strong>de</strong> massa foi mais pronunciada <strong>do</strong> que nosoutros intervalos (ver Figura 18), sen<strong>do</strong> igual a 40 e 60 mg para as plataformastratadas com Zr e Mg, respectivamente. Outro aspecto relevante foi a queda daestabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s sinais analíticos nos últimos ciclos <strong>de</strong> aquecimento.Estes resulta<strong>do</strong>s mostram que com o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicospermanentes é possível adquirir uma estabilida<strong>de</strong> analítica maior, pois a condiçãofísica da plataforma é mantida por um t<strong>em</strong>po mais extenso.0Perda <strong>de</strong> massa (mg)20406080100120CD 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500Ciclos <strong>de</strong> aquecimento/TratamentosFigura 18: Perda <strong>de</strong> massa (mg) <strong>em</strong> função das etapas <strong>de</strong> trabalho para as plataformas que atingiram500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento (Zr – quadra<strong>do</strong>s vazios e Mg – círculos cheios), on<strong>de</strong> CD representao condicionamento da plataforma, as setas representam os tratamentos com Zr, e os números<strong>de</strong> 50 a 500 representam os ciclos <strong>de</strong> aquecimento.63


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoA Figura 19 mostra os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para os experimentos com 500 ciclos<strong>de</strong> aquecimento com Zr e Mg. A partir <strong>de</strong>sta figura percebe-se que, apósaproximadamente 400 ciclos, os resulta<strong>do</strong>s começam a apresentar uma maiorvariação (mesmo efetuan<strong>do</strong>-se novos recobrimentos), e a absorbância integradadiminuiu. A concentração final <strong>de</strong> Al no leite <strong>em</strong> pó foi <strong>de</strong> 1,2 0,2 g/g.0,12(a)600,12(b)60Absorbância Integrada0,0630RSDAbsorbância Integrada0,0630RSD0,0000,0000 100 200 300 400 5000 100 200 300 400 500Ciclos <strong>de</strong> aquecimentoCiclos <strong>de</strong> aquecimentoFigura 19: Absorbância integrada (quadra<strong>do</strong>s) para plataformas tratadas com Zr (a) e Mg (b) eutilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> suspensões <strong>de</strong> leite <strong>em</strong> pó (concentração <strong>de</strong> Al nasuspensão, aproximadamente, igual a 12 g/L). Cada quadra<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong> à média <strong>de</strong> 10<strong>de</strong>terminações sucessivas e os círculos correspond<strong>em</strong> ao RSD <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong>terminações.Ao se comparar os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com o Zr e Mg, po<strong>de</strong>-se inferir que com o<strong>em</strong>prego <strong>do</strong> primeiro modifica<strong>do</strong>r foi possível obter uma menor variação <strong>do</strong>sresulta<strong>do</strong>s analíticos, com RSD inferior a 15% (Figura 19a). Assim, com os primeiros400 ciclos <strong>de</strong> aquecimento efetua<strong>do</strong>s com o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> Zr e Mg foi obti<strong>do</strong> um RSD<strong>de</strong> 6 e 10%, respectivamente. Após 400 ciclos <strong>de</strong> aquecimento, o forno trata<strong>do</strong> comMg apresentou sérios probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> corrosão externa, e verificaram-se absorbânciasintegradas varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 0,08 a 0,22. O RSD para a plataforma tratada com Zr para osúltimos 100 ciclos subiu para 10% e para a plataforma tratada com Mg foi para 20%com máximo <strong>de</strong> até 40% (ver Figura 19b).4.2. DETERMINAÇÃO DE Cd e PbAntes <strong>de</strong> discutir os resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e Pb<strong>em</strong> amostras certificadas <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino e folhas <strong>de</strong> faia, serão mostra<strong>do</strong>s osresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com a otimização das condições <strong>de</strong> operação da sonda ultra-64


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filhosônica. As variáveis estudadas foram mostradas na Tabela 10. Tratou-se umaplataforma com 500 g <strong>de</strong> Zr, e os experimentos referentes ao fatorial 2 4 (2 níveis e 4variáveis) foram processa<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> <strong>em</strong>pregada uma suspensão <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovinona <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd. O cálculo <strong>do</strong>s efeitos foi efetua<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o it<strong>em</strong> 2.4.<strong>do</strong> primeiro capítulo, e a Tabela 12 mostra os efeitos principais para as variáveisestudadas.Com os efeitos mostra<strong>do</strong>s na Tabela 12, verificou-se que as principaisvariáveis foram a profundida<strong>de</strong> da sonda (efeito <strong>de</strong> -21%) e o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> espera apósatuação da sonda ultra-sônica (-17%). Para ambas variáveis os efeitos foramnegativos, ou seja, para se obter um sinal analítico maior (absorbância integrada)<strong>de</strong>veria reduzir a profundida<strong>de</strong> da sonda e o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> espera. Entretanto, isto não foipossível, pois <strong>em</strong> profundida<strong>de</strong>s menores que 70 %, a sonda ultra-sônica seposicionava praticamente fora <strong>do</strong> copo <strong>do</strong> auto-amostra<strong>do</strong>r, e o t<strong>em</strong>po mínimo <strong>de</strong>espera que se po<strong>de</strong> introduzir no programa <strong>de</strong> operação é <strong>de</strong> 1s. As d<strong>em</strong>aisvariáveis apresentaram efeitos muito próximos ou menores que o erro calcula<strong>do</strong>.Assim, os valores <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s para as variáveis foram iguais a 70%, 100 %, 5 s e 1s, para a profundida<strong>de</strong> da sonda, intensida<strong>de</strong>, t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> atuação da sonda ultrasônicae espera, respectivamente. Neste processo <strong>de</strong> otimização foram efetua<strong>do</strong>s300 ciclos <strong>de</strong> aquecimento.Tabela 12: Resulta<strong>do</strong>s para os efeitos das variáveis estudadas na otimização das condições da sondaultra-sônica.VariáveisEfeito calcula<strong>do</strong>Profundida<strong>de</strong> da sonda (%) -21 8Intensida<strong>de</strong> (%) 10 8T<strong>em</strong>po <strong>de</strong> sonicação (s) 2 8T<strong>em</strong>po <strong>de</strong> espera após sonicação (s) -17 8Desta forma, com a mesma plataforma <strong>em</strong>pregada no processo <strong>de</strong>otimização, foram efetua<strong>do</strong>s mais 800 ciclos <strong>de</strong> aquecimento na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd<strong>em</strong> suspensões da amostra certificada <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino. Foram totaliza<strong>do</strong>s 1100ciclos <strong>de</strong> aquecimento s<strong>em</strong> que houvesse ou queda <strong>em</strong> sensibilida<strong>de</strong> ou uma novacalibração e s<strong>em</strong> um novo recobrimento com Zr. A Figura 20a mostra os resulta<strong>do</strong>sobti<strong>do</strong>s para uma das suspensões <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino.65


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoPara esta plataforma, também foi acompanhada, periodicamente, a perda d<strong>em</strong>assa <strong>do</strong> tubo. Este teste confirma os resulta<strong>do</strong>s já encontra<strong>do</strong>s anteriormente parao Al, on<strong>de</strong> a perda <strong>de</strong> massa é mais pronunciada após um número maior <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong>aquecimento. Além disso, notou-se, como espera<strong>do</strong>, um gran<strong>de</strong> efeito <strong>do</strong> programa<strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura sobre o forno <strong>de</strong> grafite pois, na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al (1400 e 2400 o Cpara pirólise e atomização, respectivamente), houve uma perda <strong>de</strong> massaaproximadamente igual a 100 mg após 450 ciclos <strong>de</strong> aquecimento. No caso <strong>do</strong> Cd(500 e 1500 o C para pirólise e atomização, respectivamente) esta mesma perdaocorreu apenas após 900 ciclos <strong>de</strong> aquecimento.Além <strong>do</strong>s testes com o Zr, foram efetua<strong>do</strong>s alguns testes com a mistura Pd +Mg como modifica<strong>do</strong>r químico convencional. Nestes testes, ocorreu uma variação <strong>de</strong>resulta<strong>do</strong>s superior à encontrada para o Zr, e após aproximadamente 200 ciclos <strong>de</strong>aquecimento foi necessário efetuar uma nova calibração. A Figura 20b mostra osresulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s com o uso da mistura Pd + Mg. Os da<strong>do</strong>s mostra<strong>do</strong>s naFigura 20 refer<strong>em</strong>-se a apenas uma suspensão <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino. Nas d<strong>em</strong>ais<strong>de</strong>terminações com a plataforma tratada com Zr foram <strong>em</strong>pregadas diferentesmassas no preparo das suspensões. Portanto, as absorbâncias integradas forammuito diferentes, tornan<strong>do</strong> inviável a apresentação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s <strong>em</strong> um únicográfico. A Figura 20 mostra, também, o RSD (círculos vazios) para cada 5<strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> Cd <strong>em</strong> suspensão <strong>de</strong> Fíga<strong>do</strong> bovino.Absorbância Integrada0,20,1(a)0,000 50 100 150 200 2503015RSD0,20,10,000 50 100 150 200 250Ciclos <strong>de</strong> aquecimentoCiclos <strong>de</strong> aquecimentoFigura 20: Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (concentração <strong>de</strong> Cd na suspensão,aproximadamente, igual a 2 g/L) <strong>em</strong> uma suspensão <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino. Em (a) t<strong>em</strong>os as<strong>de</strong>terminações efetuadas com o Zr e <strong>em</strong> (b) com a mistura Pd + Mg. Cada quadra<strong>do</strong>correspon<strong>de</strong> à média <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong>terminações sucessivas e os círculos correspond<strong>em</strong> ao RSD <strong>de</strong> 5<strong>de</strong>terminações.Absorbância Integrada(b)3015RSD66


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoPara o Pb foram realiza<strong>do</strong>s cerca <strong>de</strong> 800 ciclos <strong>de</strong> aquecimento com umaplataforma tratada apenas uma vez com Zr. Além <strong>do</strong> Zr, foi <strong>em</strong>pregada a mistura Pd+ Mg para comparar os resulta<strong>do</strong>s (Tabela 1). Com a plataforma tratada <strong>de</strong> mo<strong>do</strong>convencional atingiu-se até 416 ciclos <strong>de</strong> aquecimento. Em ambos os casos osexperimentos foram finaliza<strong>do</strong>s porque as condições físicas <strong>do</strong>s fornos impediam oseu prosseguimento. A Figura 21 mostra a variação da absorbância integrada <strong>em</strong>função <strong>do</strong> número <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong> aquecimento para o Zr (Figura 21a) e Pd + Mg (Figura21b). No caso <strong>do</strong> Pb as diferenças entre o modifica<strong>do</strong>r permanente e o convencionalforam marcantes. Com o Zr foi executa<strong>do</strong>, praticamente, o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> número <strong>de</strong> ciclos<strong>de</strong> aquecimento que para o Pd + Mg. No caso <strong>do</strong> Pb também foram utilizadasdiversas suspensões com massas diferentes, e na Figura 21 são mostra<strong>do</strong>s osresulta<strong>do</strong>s (absorbância integrada e RSD para 5 <strong>de</strong>terminações) para apenas umadas suspensões.Absorbância Integrada0,240,12(a)6030RSDAbsorbância Integrada0,240,12(b)6030RSD0,000 50 100 150 200 25000 40 80 120 160Ciclos <strong>de</strong> aquecimentoCiclos <strong>de</strong> aquecimentoFigura 21: Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb (concentração <strong>de</strong> Pb na suspensão,aproximadamente, igual a 65 g/L) <strong>em</strong> uma suspensão <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> faia. Em (a) t<strong>em</strong>os as<strong>de</strong>terminações efetuadas com o Zr e, <strong>em</strong> (b), com a mistura Pd + Mg. Cada quadra<strong>do</strong>correspon<strong>de</strong> à média <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong>terminações sucessivas e os círculos correspond<strong>em</strong> ao RSD <strong>de</strong> 5<strong>de</strong>terminações.0,0004.3. MAPEAMENTO DAS PLATAFORMAS DE L´VOV – DETERMINAÇÃO DE AlNas varreduras com micro sonda <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong> raios-X, foram estudasduas plataformas <strong>novas</strong>, sen<strong>do</strong> que uma <strong>de</strong>las foi tratada com 500 g <strong>de</strong> Zr e a outrafoi apenas condicionada, seguin<strong>do</strong> instruções <strong>do</strong> fabricante <strong>do</strong> aparelho. Conformeespera<strong>do</strong>, a plataforma nova e apenas condicionada não apresentou nenhum67


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filhoel<strong>em</strong>ento <strong>em</strong> sua superfície. Já na plataforma tratada com Zr (500 g) apenas est<strong>em</strong>etal foi encontra<strong>do</strong>. A Figura 22 mostra um espectro <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong> raios-X,obti<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> ponto da plataforma nova e tratada com Zr, e a Figura 23mostra o resulta<strong>do</strong> geral <strong>de</strong> sua varredura. Na Figura 22 percebe-se a presença <strong>de</strong>Ar (2,96 KeV) proveniente <strong>do</strong> ar atmosférico, e o Zr (15,77 KeV) proveniente <strong>do</strong>tratamento.A Figura 14b apresentada no início <strong>de</strong>ste capítulo sugere uma distribuiçãohomogênea <strong>do</strong> modifica<strong>do</strong>r na plataforma. Entretanto, ao se observar a Figura 23po<strong>de</strong>-se constatar que o tratamento não implicou <strong>em</strong> tal distribuição homogênea,<strong>em</strong>bora esta característica não tenha implica<strong>do</strong> <strong>em</strong> qualquer probl<strong>em</strong>a durante as<strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> leite <strong>em</strong> pó.A Figura 24 mostra os resulta<strong>do</strong>s das varreduras efetuadas nas plataformascom 50, 100, 150 e 200 ciclos <strong>de</strong> aquecimento e utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong>leite <strong>em</strong> pó.Com uma análise da Figura 24a (50 ciclos) percebe-se que houve umadiminuição <strong>do</strong> sinal <strong>de</strong> Zr ao se comparar com a plataforma nova (Figura 23). Nasplataformas com 100, 150 e 200 ciclos <strong>de</strong> aquecimento, verificou-se uma certaestabilização no sinal <strong>de</strong> Zr. Este fato po<strong>de</strong> ser explica<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos sucessivostratamentos com 500 g <strong>de</strong> Zr a cada 50 ciclos <strong>de</strong> aquecimento.30Ar K(2,96 KeV)Contag<strong>em</strong>2010Zr K(15,77 KeV)00 5 10 15 20 25 30KeVFigura 22: Espectro <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong> raios-X obti<strong>do</strong> para a plataforma nova e tratada com 500 g<strong>de</strong> Zr. Em <strong>de</strong>staque t<strong>em</strong>os os sinais para as linhas K <strong>do</strong> Ar (2,96 KeV) e Zr (15,77 KeV).68


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoConforme po<strong>de</strong> ser visto na Figura 25 a plataforma com 500 ciclos <strong>de</strong>aquecimento apresentou <strong>do</strong>is pontos com altos sinais para o Zr. Estes pontoscorrespond<strong>em</strong> às extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s da região on<strong>de</strong> a amostra foi <strong>de</strong>positada (4 e 7 mm).Nota-se ainda a formação <strong>de</strong> uma estrutura circular, originada pelas sucessivas<strong>de</strong>posições da suspensão <strong>de</strong> leite <strong>em</strong> pó. Deve-se ressaltar que as extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s<strong>de</strong>sta estrutura correspond<strong>em</strong> aos <strong>do</strong>is picos <strong>de</strong> Zr apresenta<strong>do</strong>s na varredura (verFigura 25). A Figura 26 mostra a sobreposição <strong>de</strong>stes da<strong>do</strong>s com a imag<strong>em</strong> daplataforma.Int. fluorescência - Zr-K (u.a.)0,150,100,050,000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)Figura 23: Resulta<strong>do</strong> da varredura da plataforma nova e tratada com 500 g <strong>de</strong> Zr.As plataformas com 50, 100, 150 e 200 ciclos <strong>de</strong> aquecimento tambémapresentaram a formação <strong>de</strong>sta estrutura circular, entretanto não foi verificada aconcentração <strong>de</strong> Zr nas extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste círculo, como mostrou a Figura 24.Deve-se <strong>de</strong>stacar o fato <strong>de</strong> que o Zr no interior <strong>de</strong>sta estrutura circular (ver Figuras25 e 26) apresentou baixos sinais (da ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> 0,05). Esta observação mostra que aparte central <strong>de</strong>sta estrutura (provável local <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição da amostra) apresentaalgumas particularida<strong>de</strong>s.69


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoInt. fluorescência - Zr-K (u.a.)Int. fluorescência - Zr-K (u.a.)0,150,100,050,00(a)0,15(c)0,100,050,000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Int. fluorescência - Zr-K (u.a.)0,15(b)0,100,050,000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)Posição da varredura (m)Figura 24: Resulta<strong>do</strong>s das varreduras para as plataformas com 50 (a), 100 (b), 150 (c) e 200 (d) ciclos<strong>de</strong> aquecimento e tratadas com Zr para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> leite <strong>em</strong> pó.Int. fluorescência - Zr-K (u.a.)0,15(d)0,100,050,00Int. fluorescência - Zr-K (u.a.)0,40,20,00 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)Figura 25: Resulta<strong>do</strong> da varredura para a plataforma com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento e utilizada na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> leite <strong>em</strong> pó.70


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoFigura 26: Sobreposição da imag<strong>em</strong> da plataforma tratada com Zr e com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimentocom o resulta<strong>do</strong> da varredura (Figura 25).Outro fator importante observa<strong>do</strong> nas varreduras foi a presença <strong>de</strong> Hf e Ti naplataforma tratada com Zr e com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento, on<strong>de</strong> ambosapresentaram o mesmo perfil <strong>de</strong> distribuição <strong>do</strong> Zr. A Figura 27 mostra os resulta<strong>do</strong>sdas varreduras para Hf e Ti. O Hf está presente na composição <strong>do</strong> sal <strong>de</strong> Zr a umaconcentração <strong>de</strong> aproximadamente 4% m/m. Já o Ti po<strong>de</strong> ser proveniente <strong>de</strong> algumacontaminação durante o processo <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong>ste mesmo sal. Estes <strong>do</strong>is metaisnão apresentaram nenhum efeito negativo na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al, sen<strong>do</strong> que ambosjá foram reporta<strong>do</strong>s na literatura como modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes [64,65].A plataforma tratada <strong>de</strong> forma convencional com Mg, e utilizada por 500 ciclos<strong>de</strong> aquecimento, apresentou sinal analítico para o Ca. Portanto, o Mg não foitotalmente eficiente na r<strong>em</strong>oção <strong>de</strong>ste possível concomitante. Este el<strong>em</strong>ento,provavelmente, foi proveniente das amostras <strong>de</strong> leite <strong>em</strong> pó. Este mesmo Ca po<strong>de</strong>ser responsável por uma série <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al. Alguns <strong>de</strong>ssesprobl<strong>em</strong>as já foram reporta<strong>do</strong>s na literatura e estão relaciona<strong>do</strong>s à obtenção <strong>de</strong>da<strong>do</strong>s inconsistentes entre resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por curva <strong>de</strong> calibração e méto<strong>do</strong> <strong>de</strong>adição <strong>de</strong> padrão [66], e probl<strong>em</strong>as relaciona<strong>do</strong>s com efeitos m<strong>em</strong>ória [67].71


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filho0,24(a)0,08(b)Int. fluorescência - Hf-K (u.a.)0,120,000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 70000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)Posição da varredura (m)Figura 27: Resulta<strong>do</strong>s das varreduras <strong>de</strong> Hf (a) e Ti (b), para a plataforma com 500 ciclos <strong>de</strong>aquecimento, tratada com Zr e utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> leite <strong>em</strong> pó.Int. fluorescência - Ti-K (u.a.)0,040,00A Figura 28 mostra os resulta<strong>do</strong>s da varredura <strong>de</strong> Ca na plataforma tratadacom Mg, com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento e <strong>em</strong>pregada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong>leite <strong>em</strong> pó.Int. fluorescência - Ca-K (u.a.)0,0080,0040,0000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)Figura 28: Resulta<strong>do</strong> da varredura <strong>de</strong> Ca para a plataforma com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento, tratada<strong>de</strong> maneira convencional com Mg e utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> leite <strong>em</strong> pó.72


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filho4.4. MAPEAMENTO DAS PLATAFORMAS DE L´VOV – DETERMINAÇÃO DE Cd ePbNas varreduras efetuadas com plataformas <strong>em</strong>pregadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>Cd (Fíga<strong>do</strong> bovino) e Pb (folhas <strong>de</strong> faia), utilizou-se o mesmo procedimento a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>nas plataformas utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al. As plataformas tratadas com Pd +Mg foram utilizadas por 200 e 416 ciclos <strong>de</strong> aquecimento na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd ePb, respectivamente. Durante as varreduras, foram <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s Ca, Fe, P, S e Ti. AFigura 29 mostra os resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para a plataforma utilizada na <strong>de</strong>terminação<strong>de</strong> Cd.O Pd também foi <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>, porém, a quantida<strong>de</strong> encontrada não foi suficientepara estabilizar o sinal <strong>do</strong> Cd, após 200 ciclos <strong>de</strong> aquecimento. A Figura 30 mostra oresulta<strong>do</strong> da varredura para o Pd nas plataformas utilizadas nas <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong>Cd (Figura 30a) e Pb (Figura 30b).A plataforma tratada com 500 g <strong>de</strong> Zr e com 1100 ciclos <strong>de</strong> aquecimento(<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd) apresentou baixíssimos sinais analíticos para Ca, Fe e P, enão apresentou sinais analíticos para o S. Na plataforma utilizada para a<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb e tratada com Zr foram encontra<strong>do</strong>s Ca, Ti e Zr. A Figura 31mostra os resulta<strong>do</strong>s das varreduras para o Ca nas plataformas tratadas com Zr eutilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (a) e Pb (b).Um ponto positivo observa<strong>do</strong> para as plataformas tratadas com Zr e com Pd +Mg foi o fato <strong>de</strong> que não foi encontra<strong>do</strong> Cd e Pb <strong>em</strong> nenhuma <strong>de</strong>las. Estaobservação evidência que não houve probl<strong>em</strong>as com efeitos m<strong>em</strong>ória e que oprograma <strong>de</strong> aquecimento a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> foi a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para as <strong>de</strong>terminações.Na plataforma tratada com Zr, e <strong>em</strong>pregada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd por 1100ciclos <strong>de</strong> aquecimento, o Zr foi <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong> ao longo <strong>de</strong> toda a plataforma, comomostra a Figura 32a. No caso <strong>do</strong> Pb os sinais <strong>do</strong> Zr foram extr<strong>em</strong>amente baixos e<strong>em</strong> apenas <strong>do</strong>is pontos (ver Figura 32b).73


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoInt. fluorescência - Ca-K (u.a.)0,03(a)0,020,010,000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)0,0040,0000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)Int. fluorescência - Fe-K (u.a.)0,008 (b)Int. fluorescência - P-K (u.a.)0,008(c)0,0040,0000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)Int. fluorescência - S-K (u.a.)0,008(d)0,0040,0000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)Figura 29: Resulta<strong>do</strong>s das varreduras <strong>de</strong> Ca (a), Fe (b), P (c) e S(d) para a plataforma tratada com P<strong>de</strong> Mg e utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd <strong>em</strong> Fíga<strong>do</strong> bovino.Int. fluorescência - Pd-L (u.a.)0,4(a)0,20,00 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)Int. fluorescência - Pd-L (u.a.)1,4(b)0,70,00 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)Figura 30: Resulta<strong>do</strong> da varredura <strong>de</strong> Pd para as plataformas tratadas com Pd e Mg e utilizadas na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (a) e Pb (b).74


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoInt. fluorescência - Ca-K (a.u.)0,003(a)0,0020,001Int. <strong>de</strong> fluorescência - Ca - K (u.a.)0,24(b)0,0000,000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 70000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)Posição da varredura (m)Figura 31: Resulta<strong>do</strong> da varredura <strong>de</strong> Ca para as plataformas tratadas com Zr e utilizadas na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (a) e Pb (b).0,12Novamente, assim como nas plataformas utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al foi<strong>de</strong>tectada a presença <strong>de</strong> Hf e Ti, estes foram também <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s na plataformautilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd. Entretanto, neste caso, estes <strong>do</strong>is metais nãoapresentaram a mesma distribuição mostrada pelo Zr. Este comportamento sugereque o Hf e Ti migraram <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada posição, concentran<strong>do</strong>-se <strong>em</strong> umaoutra. A Figura 33 mostra os resulta<strong>do</strong>s das varreduras para o Hf e Ti. Para o Pb foiencontra<strong>do</strong> apenas Ti com um sinal 400 vezes maior que o Zr. A Figura 34 mostra adistribuição <strong>do</strong> Ti ao longo da plataforma. Este comportamento sugere que, <strong>de</strong>alguma forma, o Zr foi elimina<strong>do</strong> (certamente tenha atua<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneira efetiva na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb) e o Ti atuou como modifica<strong>do</strong>r químico. Entretanto, osmecanismos <strong>de</strong>sta troca ainda não estão claros.0,2(a)0,0006(b)Int. fluorescência - Zr-K (u.a.)0,1Int. fluorescência - Zr-K (u.a.)0,00,00000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 70000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)Posição da varredura (m)Figura 32: Resulta<strong>do</strong> da varredura <strong>de</strong> Zr para as plataformas tratadas com este metal e utilizadas na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (a) e Pb (b).0,000375


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoInt. fluorescência - Hf-K (a.u.)0,024(a)0,0120,0000 1000 2000 3000 4000 5000 6000 70000,24(b)0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)Posição da varredura (m)Figura 33: Resulta<strong>do</strong> da varredura <strong>de</strong> Hf (a) e Ti (b) para a plataforma tratada com Zr e utilizada na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd <strong>em</strong> fíga<strong>do</strong> bovino.Int. fluorescência - Ti - K (u.a.)0,20,1Int. fluorescência - Ti-K (a.u.)0,120,000,00 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição da varredura (m)Figura 34: Resulta<strong>do</strong> da varredura <strong>de</strong> Ti para a plataforma tratada com Zr e utilizada na <strong>de</strong>terminação<strong>de</strong> Pb <strong>em</strong> folhas <strong>de</strong> faia.4.5. ESTUDO DE POSSÍVEIS CONCOMITANTES NA DETERMINAÇÃO DE Cd EPbApós o cálculo <strong>do</strong>s coeficientes e seus respectivos erros verificou-se que, paraa faixa <strong>de</strong> concentração estudada, os concomitantes (ver planejamento fatorialTabela 11) não apresentaram nenhum efeito positivo ou negativo, sinérgico ouantagônico na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e Pb. A Figura 35 mostra a variação <strong>do</strong> sinalanalítico (absorbância integrada) na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e Pb na presença <strong>de</strong>diferentes concentrações <strong>de</strong> concomitantes. Nestes testes <strong>em</strong>pregou-se uma76


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filhosolução padrão <strong>de</strong> Cd a 4 g/L. Esta solução, na ausência <strong>de</strong> concomitantes,apresentou uma absorbância integrada média <strong>de</strong> 0,25. Observan<strong>do</strong>-se a Figura 35apercebe-se que, mesmo quan<strong>do</strong> as concentrações <strong>do</strong>s concomitantes foram asmaiores, a absorbância integrada apresentou apenas pequenas variações(aproximadamente 10%). As linhas tracejadas representam a absorbância integradamédia 10%.Para o Pb o mesmo comportamento foi observa<strong>do</strong>, e apenas o Mg apresentou umaumento <strong>de</strong> sinal <strong>de</strong> aproximadamente 15% (ver Figura 35b). A concentração <strong>de</strong> Pb foifixada <strong>em</strong> 50 g/L com uma absorbância integrada média <strong>de</strong> 0,17. Novamente, aslinhas tracejadas representam a absorbância integrada média 10%.0,30(a)0,24(b)Absorbância Integrada0,15Absorbância Integrada0,120,0000,00010,001 0,01 0,1Concentração g/L10,0000,00010,001 0,01 0,1Concentração g/LFigura 35: Variação da absorbância integrada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd – 4 g/L (a) e Pb – 50 g/L (b)ten<strong>do</strong> o Ca (quadra<strong>do</strong>s cheios), K (triângulos vazios e inverti<strong>do</strong>s), Mg (círculos vazios) e Na(triângulos cheios) como possíveis concomitantes. As linhas tracejadas representam as médiasdas absorbâncias integradas (Cd – 0,25 e Pb – 0,17) 10%.1Deve-se ressaltar que estes testes foram efetua<strong>do</strong>s com Zr como modifica<strong>do</strong>rquímico permanente. Desta forma, este modifica<strong>do</strong>r apresentou a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>suportar situações adversas, como apresentadas neste teste. Além disso, asconcentrações <strong>do</strong>s concomitantes testa<strong>do</strong>s são muito superiores aos valoresencontra<strong>do</strong>s nas amostras certificadas (ver it<strong>em</strong> 3.7. <strong>de</strong>ste capítulo). Po<strong>de</strong>-seconcluir que os testes com macroconstituintes foram efetua<strong>do</strong>s com uma largamarg<strong>em</strong> <strong>de</strong> segurança.77


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira FilhoOs testes com microconstituintes não apresentaram nenhuma variaçãopositiva ou negativa quan<strong>do</strong> o Cd foi <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> na presença <strong>de</strong> Cu, Fe e Mn(proporção Cd:microconstituinte igual a 1:5000). Entretanto, o Zn apresentou umainterferência positiva <strong>de</strong> 30% quan<strong>do</strong> a proporção 1:5000 foi <strong>em</strong>pregada(concentração <strong>de</strong> Zn igual a 0,020 g/L). Desta forma, proporções menores foram<strong>em</strong>pregadas e a concentração limite <strong>de</strong> Zn na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd foi igual a0,010 g/L (proporção <strong>de</strong> 1:2500). A máxima proporção entre Cd e Zn nas amostrascertificadas foi igual a 1:792 na amostra <strong>de</strong> farinha integral. Desta forma, os testescom Zn ainda estão <strong>em</strong> uma marg<strong>em</strong> muito segura. No caso <strong>do</strong> Pb não foramobserva<strong>do</strong>s quaisquer aumentos ou quedas no sinal analítico quan<strong>do</strong> a proporção1:2000 foi utilizada.4.6. DETERMINAÇÃO DE Cd e Pb EM AMOSTRAS CERTIFICADASComo já comenta<strong>do</strong> no it<strong>em</strong> 3.8., antes da execução das <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> Cd ePb nas amostras certificadas, foram executa<strong>do</strong>s alguns testes para averiguar ast<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização mais a<strong>de</strong>quadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>stes metais. AFigura 36 mostra a otimização das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise para o Cd e o Pb.A partir <strong>do</strong> gráfico da Figura 36, percebe-se que as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólis<strong>em</strong>ais favoráveis (linhas tracejadas) para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e Pb são 400 e 700 o C,respectivamente. No caso <strong>do</strong> Cd, ao se aumentar a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> pirólise para 500ou 600 o C, observa-se uma queda acentuada (aproximadamente 50%) daabsorbância integrada para todas as amostras certificadas estudadas. Para o Pb, aabsorbância integrada para uma suspensão <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> faia (f) apresentou umaqueda <strong>de</strong> 60% quan<strong>do</strong> a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> pirólise foi aumentada <strong>de</strong> 700 para 800 o C.As t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> atomização foram fixadas <strong>em</strong> 1400 e 2000 o C para o Cd e o Pb,respectivamente.Além das <strong>de</strong>terminações diretas <strong>em</strong> suspensões, as amostras certificadasforam mineralizadas <strong>em</strong> forno <strong>de</strong> microondas tipo cavida<strong>de</strong>. Nestas mineralizaçõesforam utiliza<strong>do</strong>s 5 mL <strong>de</strong> HNO 3 concentra<strong>do</strong> + 1 mL <strong>de</strong> H 2 O 2 e massas <strong>de</strong> 30 (rim <strong>de</strong>porco) a 300 mg (farinha integral). O programa <strong>de</strong> aquecimento contou com 3 etapas:78


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filhoa primeira, com potência <strong>de</strong> 300W por 3 min; a segunda, com uma potência <strong>de</strong> 790Wpor 7 min e a última, com potência igual a zero por 5 min. Após a mineralização, osfrascos <strong>de</strong> Teflon foram coloca<strong>do</strong>s <strong>em</strong> uma chapa aquece<strong>do</strong>ra (60 a 70 o C) paraeliminação <strong>do</strong> excesso <strong>de</strong> HNO 3 e, os volumes foram ajusta<strong>do</strong>s com HNO 3 0,2% v/vpara 10 mL.0,18Cd PbAbsorbância Integrada0,09(a)(b)(c)(d)(e)(f)0,00200 400 600 800 1000T<strong>em</strong>peratura ( o C)Figura 36: Estu<strong>do</strong> das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (círculos) <strong>em</strong> uma solução <strong>de</strong>Cd 2 g/L (a), suspensões <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino (b), folhas <strong>de</strong> faia (c) e farinha integral (d). No caso<strong>do</strong> Pb (quadra<strong>do</strong>s) t<strong>em</strong>os uma solução <strong>de</strong> Pb 50 g/L (e) e uma suspensão <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> faia (f).Em to<strong>do</strong>s os casos foram <strong>em</strong>pregadas plataformas tratadas <strong>de</strong> forma permanente com Zr.A Tabela 13 mostra as concentrações <strong>de</strong> Cd e Pb encontradas nas amostrasna forma <strong>de</strong> suspensões e mineralizadas, assim como as concentrações certificadas.Aos valores mostra<strong>do</strong>s na Tabela 13, foi aplica<strong>do</strong> um teste-t não parea<strong>do</strong>,comparan<strong>do</strong>-se os valores certifica<strong>do</strong>s e encontra<strong>do</strong>s com as suspensões, enenhuma diferença ao nível <strong>de</strong> 95% <strong>do</strong> intervalo <strong>de</strong> confiança foi <strong>de</strong>tectada. Paracomparar os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com as suspensões e as mineralizações <strong>em</strong>pregouseum teste t parea<strong>do</strong> e, novamente, não foi <strong>de</strong>tectada nenhuma diferençasignificativa ao nível <strong>de</strong> 95% <strong>do</strong> intervalo <strong>de</strong> confiança.A reprodutibilida<strong>de</strong> (n = 5) variou <strong>de</strong> 7 (<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd <strong>em</strong> rim <strong>de</strong> porco) a13% (<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb <strong>em</strong> folhas <strong>de</strong> faia) para as amostras na forma <strong>de</strong>suspensão, e a repetibilida<strong>de</strong> (n = 10) foi <strong>de</strong> aproximadamente 4%. Os limites (n=50)<strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção e quantificação (n = 50) foram, respectivamente, iguais a 0,2 e 0,5 g/L79


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filhopara o Cd (curva <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong> 2 a 10 g/L) e 2 e 7 g/L para o Pb (curva <strong>de</strong>calibração <strong>de</strong> 25 a 100 g/L). Estes limites foram calcula<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> normas daIUPAC [68].Tabela 13: Concentrações <strong>de</strong> Cd e Pb (g/g) <strong>em</strong> amostras certificadas e resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s nasamostras certificadas na forma <strong>de</strong> suspensão e mineralizadas (n = 5 para todas as suspensões e iguala 3 para as mineralizações).Amostras Certifica<strong>do</strong> Suspensão MineralizaçãoFarinha integral (CRM 189) 71 3 67 7 70 6Folhas <strong>de</strong> faia (CRM 100)Cd: 340* 315 29 329 15Pb: 16300* 15000 1900 16000 560Fíga<strong>do</strong> bovino (1577b) 500 30 493 65 560 57Rim <strong>de</strong> porco (CRM 186) 2710 150 2700 200 2800 500*Valores <strong>de</strong> referência5. CONCLUSÃO PARCIALNeste segun<strong>do</strong> capítulo, foram mostradas as potencialida<strong>de</strong>s da micro sonda<strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong> raios-X no estu<strong>do</strong> da distribuição <strong>de</strong> metais na superfície <strong>de</strong>plataformas grafíticas tratadas com Zr e Pd + Mg.Ao se <strong>em</strong>pregar a SRXRF, verificou-se que a distribuição <strong>do</strong> modifica<strong>do</strong>r nasplataformas <strong>de</strong> L’vov não foi homogênea; entretanto, mesmo nesta condição, foramobti<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s com boa qualida<strong>de</strong> analítica. Ainda, utilizan<strong>do</strong> a SRXRF, notousea migração/<strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> Zr para <strong>de</strong>terminadas partes da plataforma. Nestesegun<strong>do</strong> capítulo, ficou evi<strong>de</strong>nte a extensão da preservação das plataformas <strong>de</strong>grafite causada pelo Zr. Além disso, tornaram-se d<strong>em</strong>onstradas as vantagens <strong>do</strong>smodifica<strong>do</strong>res químicos permanentes <strong>em</strong> ETAAS, após a constatação <strong>do</strong> aumentoda durabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fornos <strong>de</strong> grafite e obtenção <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s precisos e exatos.Outros pontos positivos foram relaciona<strong>do</strong>s com a boa concordância entre asconcentrações certificadas e as encontradas nas amostras na forma <strong>de</strong> suspensões.Nos intervalos estuda<strong>do</strong>s, as melhores condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al, Cd ePb <strong>em</strong> amostras biológicas na forma <strong>de</strong> suspensão foram obtidas ao se utilizar HNO 30,2 % (v/v), tamanho <strong>de</strong> partícula varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 75 a 150 m e banho <strong>de</strong> ultra-som porcerca <strong>de</strong> 15 min. No caso <strong>do</strong> Al, as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização foram <strong>de</strong>80


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filho1100 e 2400 o C, respectivamente. Para Cd e Pb foi necessário efetuar uma rápidaotimização <strong>de</strong>stas t<strong>em</strong>peraturas on<strong>de</strong> os valores i<strong>de</strong>ais foram iguais a 400 e 1400 o C(Cd) e 700 e 2000 o C (Pb). Além disso, para estes <strong>do</strong>is metais <strong>em</strong>pregou-se umasonda <strong>de</strong> ultra-som por 5 s a uma potência <strong>de</strong> 7W.81


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filho6. REFERÊNCIAS[1] Browner, R. F.; Boorn, A. W., Anal. Ch<strong>em</strong>., 1984, 56, 875A.[2] Hoenig, M; Kersabiec, A-M., Spectrochim. Acta Part B, 1996, 51, 1297.[3] Bendicho, C.; Loos-Vollebregt, M. T. C., J. Anal. At. Spectrom., 1991, 6, 353.[4] Stephen, S. C.; Littlejohn, D., Ottaway, J. M., Analyst, 1985, 110, 1147.[5] Brady, D. V.; Montalvo, J. G.; Glowacki, G.; Pisciotta, A., Anal. Chim. Acta, 1974, 70, 448.[6] Hinds, M. W.; Jackson, K. W.; Newman, A. P., Analyst, 1985, 110, 947.[7] Epstein, M. S.; Carnrick, G. R.; Slavin, W.; Miller-Ihli, N. J., Anal. Ch<strong>em</strong>., 1989, 61, 1414.[8] Miller-Ihli, N. J., Spectrochim. Acta Part B, 1989, 44, 1221.[9] Miller-Ihli, N. J., J. Anal. At. Spectrom., 1989, 4, 295.[10] Miller-Ihli, N. J., Anal. Ch<strong>em</strong>., 1992, 64, 964A.[11] Henglein, A., Ultrasonics, 1987, 25, 6.[12] Gomez-Ariza, J. L.; Morales, E.; Beltran, R.; Giral<strong>de</strong>z, I.; Ruiz-Benitez, M., Analyst, 1995, 120, 1171.[13] Pino, V.; Ayala, J. H.; Afonso, A. M.; Gonzalez, V., Talanta, 2001, 54, 15.[14] Nascentes, C. C.; Korn, M.; Arruda, M. A. Z., Microch<strong>em</strong>. J., 2001, 69, 37.[15] Michaelis, M. R. A.; Wegschei<strong>de</strong>r, W.; Ortner, H. M., J. Anal. At. Spectrom., 1988, 3, 503.[16] Barbosa Jr., F.; Lima, E. C.; Krug, F. J., Analyst, 2000, 125, 2079.[17] Lavilla, I.; Capelo, J. L.; Bendicho, C., Fresenius' J. Anal. Ch<strong>em</strong>., 1999, 363, 283.[18] Slaveykova, V. I.; Hoenig, M., Analyst, 1997, 122, 337.[19] Krivan, V.; Rommelt, T., J. Anal. At. Spectrom., 1997, 12, 137.[20] Magalhães, C. E. C.; Arruda, M. A. Z., Quim. Nova, 1998, 21, 459.[21] Lynch, S.; Littlejohn, D., Talanta, 1990, 37, 825.[22] Eb<strong>do</strong>n, L.; Fisher, A. S.; Parry, H. G. M.; Brown, A. A., J. Anal. At. Spectrom., 1990, 5, 321.[23] Qiao, H.; Jackson, K. W., Spectrochim. Acta Part B, 1992, 47, 1267.[24] Miller-Ihli, N. J., Fresenius' J. Anal. Ch<strong>em</strong>., 1993, 345, 482.[25] Arruda, M. A. Z.; Quintela, M. J.; Gallego, M.; Valcárcel, M., Analyst, 1994, 119, 1695.[26] Arruda, M. A. Z.; Gallego, M.; Valcárcel, M., J. Anal. At. Spectrom., 1994, 9, 657.[27] Bermejo-Barrera, P.; Barciela-Alonso, C.; Aboal-Somoza, M.; Bermejo-Barrera, A., J. Anal. At.Spectrom., 1994, 9, 469.[28] Tan, Y.; Marshall, W. D.; Blais, J. S., Analyst, 1996, 121, 483.[29] Bermejo-Barrera, P.; Barciela-Alonso, M. C.; Moreda-Piñeiro, J.; González-Sixto, C.; Bermejo-Barrera, A., Spectrochim. Acta Part B, 1996, 51, 1235.[30] Mierzwa, J.; A<strong>de</strong>loju, S. B.; Dhindsa, H. S., Analyst, 1997, 122, 539.[31] Meeravali, N. N.; Kumar, S. J., J. Anal. At. Spectrom., 1998, 13, 647.[32] Magalhães, C. E. C.; Lima, E. C.; Krug, F. J.; Arruda, M. A. Z., Mikrochim. Acta, 1999, 132, 95.82


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filho[33] Bermejo-Barrera, P.; Verdura-Constenla, E. M.; Moreda-Piñeiro, A., Anal. Chim. Acta, 1999, 398,263.[34] Huang, S. J.; Jiang, S. J., Analyst, 2000, 125, 1491.[35] Lima, E. C.; Barbosa Jr, F.; Krug, F. J.; Tavares, A., Talanta, 2002, 57, 177.[36] Kamogawa, M. Y.; Nogueira, A. R. A.; Costa, L. M.; Garcia, E. E.; Nóbrega, J. A., Spectrochim.Acta Part B, 2001, 56, 1973.[37] Moreda-Piñeiro, J.; López-Mahía, P.; Muniategui-Lorenzo, S.; Fernán<strong>de</strong>z-Fernán<strong>de</strong>z, E.; Prada-Rodríguez, D., Anal. Chim. Acta, 2002, 461, 261.[38] Ortner, H. M.; Schl<strong>em</strong>mer, G.; Welz, B.; Wegschei<strong>de</strong>r, W., Spectrochim. Acta Part B, 1985, 40,959.[39] Welz, B.; Schl<strong>em</strong>mer, G.; Ortner, H. M., Spectrochim. Acta Part B, 1986, 41, 567.[40] Mantell, C. L., Carbon and Graphite Handbook, New York: John Wiley & Sons, Inc., 1968.[41] L'vov, B. V., Atomic Absorption Spectroch<strong>em</strong>ical Analysis, New York: American ElsevierPublishing Company Inc., 1970.[42] Welz, B.; Curtius, A. J.; Schl<strong>em</strong>mer, G.; Ortner, H. M.; Birzer, W., Spectrochim. Acta Part B, 1986,41, 1175.[43] Welz, B.; Schl<strong>em</strong>mer, G.; Ortner, H. M.; Birzer, W., Spectrochim. Acta Part B, 1989, 44, 1125.[44] Rad<strong>em</strong>eyer, C.; Radziuk, B.; Romanova, N.; Skaugset, N. P.; Skogstad A.; Thomassen, Y., J.Anal. At. Spectrom., 1995, 10, 739.[45] Benzo, Z.; Garaboto, A.; Ruette, F.; Quintal, M.; León, V., Spectrochim. Acta Part B, 1997, 52,1305.[46] Winick, H.; Bienenstock, A., Ann. Rev. Nucl. Part. Sci., 1978, 28, 33.[47] Eberhardt, W., Applications of Synchrotron Radiation: high-resolution studies of moleculesand molecular adsorbates on surfaces, Hei<strong>de</strong>lberg: Springer-Verlag, 1995.[48] Adams, F.; Janssens, K.; Snigirev, A., J. Anal. At. Spectrom., 1998, 13, 319.[49] Rindby, A., X-ray Spectrom., 1993, 22, 187.[50] Silva, C. G., Rev. Mex. Fis., 1997, 43, 795.[51] Craievich, A. F.; Rodrigues, A. R., Hyperfine Interact., 1998, 113, 465.[52] Gomes, P. A. D., Aplicação da criossorção no vácuo <strong>de</strong> acelera<strong>do</strong>res e linhas <strong>de</strong> luzsíncrotron. Campinas: Unicamp. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>, 1990[53] Janssens, K.; Vittiglio, G.; Deraedt, I.; Aerts, A.; Vek<strong>em</strong>ans, B.; Vincze, L.; Wei, F.; Deryck, I.;Schalm, O.; Adams, F.; Rindby, A.; Knöchel, A.; Simionovici, A.; Snigirev, A., X-ray Spectrom., 2000,29, 73.[54] Jones, K. W.; Gor<strong>do</strong>n, B. M.. Anal. Ch<strong>em</strong>., 1989, 61, 341A.[55] Horowitz, P.; Howell, J. A., Science, 1972, 178, 608.[56] Pérez, C. A.; Radtke, M.; Sánchez, H. J.; Tolentino, H.; Neuenshwan<strong>de</strong>r, R. T.; Barg, W.; Rubio,M.; Bueno, M. I. S.; Raimun<strong>do</strong>, I. M.; Rohwed<strong>de</strong>r, J. J. R., X-ray Spectrom., 1999, 28, 320.[57] Sánchez, H. J.; Pérez, C. A.; Grenón, M., Nucl. Instr. and Meth. in Phys. Res. B, 2000, 170, 211.83


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 2 E. R. Pereira Filho[58] Jenkins, R., X-ray fluorescence spectrometry, New York: John Wiley & Sons, 1988.[59] <strong>de</strong> Jesus, E. F. O.; Simabuco, S. M.; <strong>do</strong>s Anjos, M. J.; Lopes, R. T., Spectrochim. Acta Part B,2000, 55, 1181.[60] Simabuco, S. M.; Matsumoto, E., Spectrochim. Acta Part B, 2000, 55, 1173.[61] USS-800 Ultrasonic Slurry Sampler, Uberlingen: Perkin-Elmer, 1999.[62] Grotti, M.; Abelmoschi, M. L.; Soggia, F.; Tiberia<strong>de</strong>, C.; Frache, R., Spectrochim. Acta Part B.,2000, 55, 1847.[63] Grotti, M.; Leardi, R.; Frache, R., Anal. Chim. Acta, 1998, 376, 293.[64] Imai, S.; Kubo, Y.; Yonetani, A.; Ogawa, N.; Kikuchi, Y., J. Anal. At. Spectrom., 1998, 13, 1199.[65] Almeida, M. C.; Seitz, W. R., Appl. Spectrosc., 1986, 40, 4.[66] Wieteska, E.; Drzewinska, A., Ch<strong>em</strong>. Anal-Warsaw, 1995, 40, 207.[67] Manning, D. C.; Slavin, W.; Carnrick, G. R., Spectrochim. Acta Part B, 1982, 37, 331.[68] Analytical Methods Committee, Analyst, 1987, 112, 199.84


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira FilhoCAPÍTULO 3TRATAMENTO QUIMIOMÉTRICO DE IMAGENSMICROGRÁFICAS E VARREDURASParte das informações <strong>de</strong>ste capítulo foram publicadas nos seguintes artigoscientíficos:Pereira-Filho, E. R.; Poppi, R. J.; Arruda, M. A. Z.. Exploratory analysis ofmicrographic Teflon images. Mikrochimica Acta, 2001, 136, 55.Pereira-Filho, E. R.; Pérez, C. A.; Poppi, R. J.; Arruda, M. A. Z.. Metals distributionand investigation of L'vov platform surface using principal component analysis, multiwayprincipal component analysis, micro synchrotron radiation X-ray fluorescencespectrometry and scanning electron microscopy after the <strong>de</strong>termination of Al in a milkslurry sample. Spectrochimica Acta Part B, 2002, 57, 1259.Matos, G. D.; Pereira-Filho, E. R.; Poppi, R. J.; Arruda, M. A. Z.. Análise exploratória<strong>em</strong> química analítica com <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> quimiometria: PCA e PCA <strong>de</strong> imagens.Analytica, 2003, no prelo.Pereira-Filho, E. R.; Sena, M. M.; Arruda, M. A. Z.; Poppi, R. J.. Exploratory analysisof L´vov platform surfaces for electrothermal atomic absorption spectrometry by usingthree-way ch<strong>em</strong>ometric tools. Analytica Chimica Acta, Submeti<strong>do</strong> para publicação.85


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho1. OBJETIVOSNeste terceiro capítulo serão mostra<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>tratamento quimiométrico das imagens provenientes das plataformas <strong>de</strong> L’vov.Concomitant<strong>em</strong>ente, os da<strong>do</strong>s das varreduras no LNLS foram trata<strong>do</strong>s com o auxílio<strong>do</strong> PARAFAC. Em outro ponto <strong>de</strong>ste capítulo serão também discuti<strong>do</strong>s algunsresulta<strong>do</strong>s provenientes <strong>de</strong> análises termogravimétricas das plataformas <strong>de</strong> L’vovutilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al, Cd e Pb. Estas informações foram correlacionadase culminaram na proposta <strong>de</strong> um possível mecanismo <strong>de</strong> atomização para o Al ten<strong>do</strong>o Zr como modifica<strong>do</strong>r químico permanente.2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA2.1. IMAGENSAlém <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s numéricos, algumas técnicas analíticas são capazes <strong>de</strong> gerarimagens. A SEM é um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> como imagens pod<strong>em</strong> ser utilizadas navisualização <strong>de</strong> fenômenos que ocorr<strong>em</strong> <strong>em</strong> superfícies. Estas modificações pod<strong>em</strong>ocorrer durante <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> processo e/ou tratamento [1]. São também ex<strong>em</strong>plos amicroscopia ótica [2], o sensoriamento r<strong>em</strong>oto [1], entre outros. Entretanto, namaioria das vezes, essas informações visuais não são tratadas com o mesmo rigorcientífico que os da<strong>do</strong>s numéricos, com conseqüente perda <strong>de</strong> informações quepod<strong>em</strong> ser relevantes. Geralmente, na análise <strong>de</strong> imagens <strong>em</strong> química analítica, sãoefetuadas apenas algumas inspeções visuais, a fim <strong>de</strong> encontrar similarida<strong>de</strong>s oudiferenças perceptíveis somente ao olho humano.Observações utilizan<strong>do</strong> o olho humano são um <strong>do</strong>s mais antigos e valiososméto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> investigação científica. Assim, o interesse por imagens originou-se nadécada <strong>de</strong> 60 <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à exploração espacial, quan<strong>do</strong> houve a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolver algoritmos computacionais para o estu<strong>do</strong> das imagens geradas [3].Algumas aplicações da análise <strong>de</strong> imagens são mostradas no Quadro 5 [4, 5].86


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira FilhoA análise <strong>de</strong> imagens tornou-se popular <strong>em</strong> laboratórios analíticos na década<strong>de</strong> 80. Esta popularida<strong>de</strong> se <strong>de</strong>u, principalmente, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao surgimento <strong>de</strong> hardwaree software mais mo<strong>de</strong>rnos e velozes [6,7]. O processamento digital <strong>de</strong> imagens éuma área relativamente recente, que se beneficia <strong>de</strong> uma proprieda<strong>de</strong> importantedas imagens: a sua transformação <strong>em</strong> uma matriz <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, on<strong>de</strong> cada pequenaparte da mesma, <strong>de</strong>nominada pixel, po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como um objeto <strong>de</strong> umamatriz [8].Quadro 5: Algumas aplicações da análise <strong>de</strong> imagens.Tipo <strong>de</strong> Imag<strong>em</strong>Informação obtidaRadiológicaConcentração <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos radioativosMicroscópicaConcentração <strong>de</strong> substâncias absorvidas, eclassificação histoquímicaImagens <strong>de</strong> Ressonância Magnética NuclearClassificação histoquímicaImagens <strong>de</strong> Ultra-somProprieda<strong>de</strong>s físicas e classificação histoquímicaImagens <strong>de</strong> satélitesDetecção da presença <strong>de</strong> água e uso <strong>em</strong> agriculturaNeste cenário é importante ter como alternativa alguma ferramentamat<strong>em</strong>ática que possa, <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> mais criterioso e científico, extrair um númeromaior <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> imagens.2.2. PCA DE IMAGENSCom a popularização da PCA para da<strong>do</strong>s bidimensionais e o aumento dacomplexida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s analíticos gera<strong>do</strong>s, houve, também, o surgimento daAnálise <strong>de</strong> Componentes Principais <strong>de</strong> Imagens (Image PCA). Esta é umaferramenta quimiométrica muito útil quan<strong>do</strong> muitas imagens são produzidas enecessitam ser exploradas [9,10].Ao se trabalhar com a PCA <strong>de</strong> imagens, uma nova maneira <strong>de</strong> visualização<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ve ser introduzida: a gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s químicos, principalmente osanalíticos, está habituada a submeter uma amostra <strong>de</strong> material biológico, porex<strong>em</strong>plo, a algum processo analítico e ter como resulta<strong>do</strong> final um número(concentração <strong>de</strong> algum analito). Já com a PCA <strong>de</strong> imagens, um conjunto <strong>de</strong>imagens é processa<strong>do</strong> e o resulta<strong>do</strong> final po<strong>de</strong> ser, por ex<strong>em</strong>plo, a distribuiçãoespacial da concentração, informações sobre fenômenos <strong>de</strong> superfície e87


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filhosimilarida<strong>de</strong>s ou <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s (classificação) entre materiais que passaram poralgum processo [9].As aplicações da PCA <strong>de</strong> imagens são variadas, sen<strong>do</strong> que, elas estãoapenas começan<strong>do</strong> a surgir na literatura. Como ex<strong>em</strong>plo recente, po<strong>de</strong> ser cita<strong>do</strong> otrabalho <strong>de</strong> Skarpeid et al. [11]. Neste trabalho, os autores <strong>em</strong>pregaram fotos <strong>de</strong> géis<strong>de</strong> eletroforese para mo<strong>de</strong>lar a composição <strong>de</strong> diversos tipos <strong>de</strong> carnes, ten<strong>do</strong> comoferramenta a PCA <strong>de</strong> imagens. Shu et al. [12] <strong>em</strong>pregaram a PCA <strong>de</strong> imagens esensoriamento r<strong>em</strong>oto para monitorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> águas, ten<strong>do</strong> como parâmetroa concentração da clorofila A. A PCA <strong>de</strong> imagens po<strong>de</strong> ser <strong>em</strong>pregada, também,para a classificação e previsão <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s funcionais <strong>de</strong> pós [13,14].Neste senti<strong>do</strong>, a PCA <strong>de</strong> imagens po<strong>de</strong> ser usada para o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>informações visuais <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os estágios <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> processo, sen<strong>do</strong> possível asua utilização no estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> satélites [15], <strong>em</strong> imagens provenientes <strong>de</strong>Ressonância Magnética Nuclear [1] e na microscopia eletrônica [10]. A Figura 37mostra mais algumas características da PCA <strong>de</strong> imagens quan<strong>do</strong> comparada comtécnicas convencionais. Em primeiro plano t<strong>em</strong>os que a “Visualização Científica”caracterizada pela "transformação" <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s numéricos <strong>em</strong> gráficos, e a “Análise <strong>de</strong>Imagens” que correspon<strong>de</strong> ao processo inverso. Transformações efetuadas <strong>de</strong>ntro<strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e imagens são <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> “Processamento <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s” e“Processamento <strong>de</strong> Imagens”, respectivamente.VISUALIZAÇÃO CIENTÍFICAPROCESSAMENTO DEIMAGENS1 2 34 5 67 8 910 11 12PROCESSAMENTO DEDADOSANÁLISE DE IMAGENSFigura 37: Comparação entre PCA <strong>de</strong> imagens e técnicas clássicas.88


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira FilhoComo menciona<strong>do</strong> anteriormente, a PCA <strong>de</strong> imagens utiliza a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>transformar pixels <strong>em</strong> objetos <strong>de</strong> uma matriz.As imagens digitalizadas (transformadas <strong>em</strong> matrizes) pod<strong>em</strong> ser organizadas<strong>em</strong> um arranjo tridimensional G <strong>de</strong> dimensões I, J e K (Figura 38).JI5 GJ43K21IKGI x JFigura 38: Geração <strong>do</strong> arranjo tridimensional G e seu <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramento <strong>em</strong> uma longa matriz G.As dimensões I e J são as coor<strong>de</strong>nadas geométricas das imagens e K é onúmero <strong>de</strong> imagens ou variáveis. Desta forma, a PCA <strong>de</strong> imagens po<strong>de</strong> ser<strong>em</strong>pregada para a interpretação <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>em</strong> um espaço <strong>de</strong> variáveis. O arranjotridimensional G po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma longa matriz G <strong>de</strong> tamanho I.J x K(Figura 38). Na PCA <strong>de</strong> imagens, a transposta da matriz G (G’) é multiplicada pelamatriz G ten<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong> uma matriz Z <strong>de</strong> dimensões K por K (Figura 39). Amatriz Z é então <strong>de</strong>composta <strong>em</strong> um somatório <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> scores e vetores <strong>de</strong>loadings, ou seja, o mesmo tratamento mat<strong>em</strong>ático utiliza<strong>do</strong> na PCA para da<strong>do</strong>sbidimensionais (ver capítulo 1). A visualização <strong>do</strong>s loadings é muito útil para efetuaruma análise exploratória ou classificação [7]. A equação a seguir resume asinformações presentes nas Figuras 38 e 39.89


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira FilhoAG Ta1aon<strong>de</strong> G é o arranjo tridimensional <strong>de</strong> imagens, T a é a matriz <strong>de</strong> scores <strong>de</strong> imagens, pa Ep a é a matriz <strong>de</strong> loadings, E é um arranjo com os erros e o símboloproduto <strong>de</strong> Kronecker [7-9]. representa oNa PCA <strong>de</strong> imagens, as imagens pod<strong>em</strong> ser também pré-processadas. Nopré-processamento centra<strong>do</strong> na média é calculada a média <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os pixels <strong>de</strong>todas as imagens. Com estes valores é gera<strong>do</strong> um vetor m. Para centrar as imagensna média subtrai-se <strong>de</strong> cada pixel o valor <strong>de</strong> sua média correspon<strong>de</strong>nte. A equaçãoabaixo mostra o cálculo da média [7,16]:mkI J 1 gIJ i 1i 1 on<strong>de</strong>, m k é a média, I e J são os números <strong>de</strong> pixels <strong>de</strong> uma imag<strong>em</strong> e g ijk é um pixelno arranjo G.No autoescalamento subtrai-se o valor original pela média e, <strong>em</strong> seguida,dividi-se o valor pelo <strong>de</strong>svio padrão, a equação a seguir mostra o cálculo <strong>do</strong> <strong>de</strong>sviopadrão (S k ):Sk1IJ 1IJ i1i1gijkijk mon<strong>de</strong>, S k é o <strong>de</strong>svio padrão <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada imag<strong>em</strong>.k2 I x JKKKG’KZGI x JFigura 39: Geração da matriz Z: multiplicação da matriz G' por G ten<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong> Z.90


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho2.3. PARAFACNo início <strong>do</strong>s anos 70 (século XX), a análise <strong>em</strong> três dimensões (ou trêsmo<strong>do</strong>s) foi introduzida na quimiometria [17]. Um arranjo tridimensional po<strong>de</strong> serobti<strong>do</strong> ao se coletar da<strong>do</strong>s com um conjunto fixo <strong>de</strong> objetos e variáveis sob diferentescondições experimentais, tais como, t<strong>em</strong>po, t<strong>em</strong>peratura, pH, entre outras. Osconjuntos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s sob diferentes condições pod<strong>em</strong> ser organiza<strong>do</strong>s <strong>em</strong>um arranjo tridimensional.O tipo mais comum <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s analisa<strong>do</strong>s por técnicas <strong>em</strong> três dimensões éaquele gera<strong>do</strong> por méto<strong>do</strong>s hifena<strong>do</strong>s, como, por ex<strong>em</strong>plo, espectroscopia <strong>de</strong>fluorescência [18, 19] e HPLC-DAD [20]. Outros tipos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s tridimensionais quepod<strong>em</strong> ser analisa<strong>do</strong>s <strong>em</strong> quimiometria pod<strong>em</strong> ser encontra<strong>do</strong>s <strong>em</strong> mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> porQSAR [21], controle <strong>de</strong> processos [22], cinética [20] e análises ambientais [23].Os méto<strong>do</strong>s tridimensionais mais comumente usa<strong>do</strong>s são o PARAFAC[24,25], Tucker3 [26] e N-PLS [25,27].A análise exploratória não é na verda<strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo, porém, um processo,on<strong>de</strong> cada mo<strong>de</strong>lo proposto fornece novos conhecimentos <strong>de</strong> um fenômeno físicoquímicoque gerou os da<strong>do</strong>s. A principal proposta <strong>de</strong> uma análise exploratória éinterpretar, a partir <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, as inter-relações entre variáveis e objetos com ummínimo <strong>de</strong> conhecimentos prévios.O PARAFAC t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>, principalmente, <strong>em</strong> probl<strong>em</strong>as relaciona<strong>do</strong>scom resolução <strong>de</strong> curvas e calibração [24,25], e muito pouco na análise exploratória[28]. Apesar <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s tridimensionais <strong>em</strong> químicaanalítica, o uso <strong>de</strong>stes conhecimentos <strong>em</strong> espectrometria atômica é raro. Assim,foram encontra<strong>do</strong>s na literatura apenas <strong>do</strong>is trabalhos sobre o <strong>em</strong>prego <strong>do</strong>PARAFAC <strong>em</strong> espectrometria atômica: no primeiro, Marcos et al. [29] investigaram ot<strong>em</strong>po <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> <strong>em</strong> ICP OES; no segun<strong>do</strong> Moreda-Piñeiro et al. [30]estudaram erros sist<strong>em</strong>áticos <strong>em</strong> ICP OES e espectrometria <strong>de</strong> massas.O PARAFAC é um méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição para da<strong>do</strong>s tridimensionais, quefoi proposta inicialmente para estu<strong>do</strong>s <strong>em</strong> psicometria, no início <strong>do</strong>s anos 70. Apsicometria é a medida da duração e da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processos mentais, por meio91


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho<strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s padroniza<strong>do</strong>s. A <strong>de</strong>composição é feita <strong>em</strong> tría<strong>de</strong>s ou fatores trilineares.No lugar <strong>de</strong> vetores <strong>de</strong> scores e loadings, como na PCA, cada <strong>de</strong>composição produztrês vetores <strong>de</strong> loadings. Para um melhor entendimento <strong>de</strong>stes conceitos, pod<strong>em</strong>ostraçar o seguinte paralelo: na PCA os da<strong>do</strong>s originais são projeta<strong>do</strong>s <strong>em</strong> um novoconjunto <strong>de</strong> eixos chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> componentes principais; no PARAFAC estes“componentes principais” são os fatores. No PARAFAC não é comum fazer distinçãoentre scores e loadings, pois eles são trata<strong>do</strong>s numericamente da mesma forma.Outra importante diferença entre PCA e o PARAFAC é que no PARAFAC não énecessário impor ortogonalida<strong>de</strong> entre os fatores para proce<strong>de</strong>r a análiseexploratória. A Figura 40 mostra a <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> um arranjo tridimensional <strong>em</strong>tría<strong>de</strong>s.X= + +EFigura 40: Decomposição <strong>de</strong> um arranjo tridimensional <strong>em</strong> tría<strong>de</strong>s e uma matriz <strong>de</strong> erros E.Três matrizes <strong>de</strong> loadings, A, B e C, com el<strong>em</strong>entos a if , b jf e c kf , fornec<strong>em</strong> aestrutura <strong>do</strong> PARAFAC. O PARAFAC é ajusta<strong>do</strong> para minimizar a soma <strong>do</strong>squadra<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s resíduos e ijk na equação a seguir:XijkF a b c ef 1ifon<strong>de</strong> F é o número total <strong>de</strong> fatores. Finalmente, outro importante aspecto amencionar é o uso <strong>de</strong> restrições com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover uma fácilinterpretação ou estabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> PARAFAC. O ajuste restrito será s<strong>em</strong>pre menor queo ajuste não restrito; porém, se o segun<strong>do</strong> é mais interpretável e real, estes fatosjustificam a diminuição no ajuste. Os tipos <strong>de</strong> restrições mais utilizadas são nãonegativida<strong>de</strong>,ortogonalida<strong>de</strong> e unimodalida<strong>de</strong> [25].jfkfijk92


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho2.4. TERMOGRAVIMETRIAAs aplicações da termogravimetria estão voltadas, principalmente, para oestu<strong>do</strong> das proprieda<strong>de</strong>s físico-químicas e controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> precipita<strong>do</strong>s,polímeros e amostras sólidas <strong>de</strong> uma maneira geral. O perfil das curvastermogravimétricas po<strong>de</strong> trazer valiosas informações sobre, por ex<strong>em</strong>plo,t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição, ponto <strong>de</strong> fusão, entre outros [31]. Outro fatorimportante está no estu<strong>do</strong> da <strong>de</strong>rivada das curvas termogravimétricas. Este tipo <strong>de</strong>curva po<strong>de</strong> trazer informações mais <strong>de</strong>talhadas sobre as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> transição<strong>de</strong> um esta<strong>do</strong> físico para outro ou sobre a volatilização <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> componente[31,32].Na literatura, há alguns ex<strong>em</strong>plos recentes volta<strong>do</strong>s para a AAS. No primeiro,Santos et al. [33] <strong>em</strong>pregaram termogravimetria para elucidar mecanismos <strong>de</strong>atomização <strong>em</strong> ETA-W. Os autores <strong>em</strong>pregaram um cadinho <strong>de</strong> W para simular ascondições <strong>de</strong> operação da ETA-W durante as análises termogravimétricas. Com esteprocedimento, juntamente com da<strong>do</strong>s oriun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> difração <strong>de</strong> raios-X, os autoresconcluíram que a principal rota <strong>de</strong> atomização <strong>do</strong> Pb no atomiza<strong>do</strong>r estuda<strong>do</strong> é viaformação <strong>de</strong> PbO, seguida <strong>de</strong> sua redução a Pb, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à introdução <strong>de</strong> H 2 .No segun<strong>do</strong> trabalho, Galbács et al. [34] <strong>em</strong>pregaram a termogravimetria naotimização das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise <strong>em</strong>pregadas <strong>em</strong> SS-ETV-ICP-MS. Nestetrabalho os autores <strong>de</strong>terminaram Cd <strong>em</strong> cinco amostras certificadas <strong>de</strong> planta, soloe sedimento.3. PARTE EXPERIMENTAL3.1. MATERIALNa aplicação da PCA <strong>de</strong> imagens e <strong>do</strong> PARAFAC foi usa<strong>do</strong> o MATLAB versão6.1 (The MathWorks). As rotinas da PCA <strong>de</strong> imagens foram aplicadas a partir <strong>do</strong>“PLS Toolbox”, versão 2.0 (Eigenvector Technologies). No caso <strong>do</strong> PARAFAC, os93


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filhoda<strong>do</strong>s foram mo<strong>de</strong>la<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> o “The N-way Toolbox for MATLAB”, versão 2.00[(http://www.mo<strong>de</strong>ls.kvl.dk/source/) acessa<strong>do</strong> <strong>em</strong> 31 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 2003] [35].Nas análises termogravimétricas foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> o TGA 2050 da TAInstruments. Na aquisição <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s foi <strong>em</strong>pregada uma atmosfera <strong>de</strong> Ar. Ast<strong>em</strong>peraturas iniciais e finais foram iguais a 30 e 980 o C, respectivamente, e a taxa <strong>de</strong>aquecimento utilizada foi <strong>de</strong> 10 o C/min.3.2. PCA DE IMAGENS – PLATAFORMAS EMPREGADAS NA DETERMINAÇÃODE Al, Cd E PbEsta técnica quimiométrica foi <strong>em</strong>pregada no tratamento <strong>de</strong> imagensmicrográficas das plataformas <strong>de</strong> L’vov. De acor<strong>do</strong> com o procedimento a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> nocapítulo 2, foram obtidas 10 micrografias <strong>de</strong> cada plataforma ao longo <strong>de</strong> seu eixolongitudinal. Estas micrografias foram digitalizadas e o tamanho final foi <strong>de</strong> 650 por425 pixels. Estas mesmas plataformas foram utilizadas nas varreduras com microsonda <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong> raios-X <strong>do</strong> LNLS (ver capítulo 2).Ao to<strong>do</strong> foram obtidas 12 plataformas sen<strong>do</strong>: 2 <strong>novas</strong> (uma <strong>de</strong>las tratada comZr); 6 utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al sen<strong>do</strong> que 5 tratadas com Zr e uma tratadacom Mg; 2 tratadas com Zr e utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e Pb e 2 tratadas comPd + Mg e <strong>em</strong>pregadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>stes mesmos metais. Nas varreduras noLNLS foram encontradas ao to<strong>do</strong> 8 el<strong>em</strong>entos na superfície das plataformas. ATabela 14 traz o resumo <strong>de</strong> todas as informações levantadas, as amostras utilizadase os el<strong>em</strong>entos pre<strong>do</strong>minant<strong>em</strong>ente encontra<strong>do</strong>s.Para estudar as plataformas <strong>de</strong> maneira local e global foram feitas trêsanálises com a PCA <strong>de</strong> imag<strong>em</strong>. A primeira foi composta pelas duas plataformas<strong>novas</strong> e as seis plataformas <strong>em</strong>pregadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al (plataformas <strong>de</strong> 1 a8 na Tabela 14). O total foi <strong>de</strong> 8 plataformas (80 micrografias). Na segunda análisecom PCA <strong>de</strong> imagens, foi feito um estu<strong>do</strong> para as plataformas utilizadas nas<strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> Cd e Pb, com um total <strong>de</strong> 6 plataformas (2 <strong>novas</strong>, 2 para o Cd e 2para o Pb). Finalmente, na terceira PCA <strong>de</strong> imagens foram utilizadas todas as 12plataformas (total <strong>de</strong> 120 imagens).94


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira FilhoTabela 14: Resumo das informações levantadas durante as varreduras no LNLS.Modifica<strong>do</strong>r* - Número <strong>de</strong>Número daSuspensãoAnalito Número <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong>plataforma<strong>em</strong>pregadatratamentos aquecimentoEl<strong>em</strong>ento(s)pre<strong>do</strong>minante(s)1 - - - - -2 - Zr – 1 - - Zr3 Al Zr – 1 50 Leite <strong>em</strong> pó Zr4 Al Zr – 2 100 Leite <strong>em</strong> pó Zr5 Al Zr – 3 150 Leite <strong>em</strong> pó Zr6 Al Zr – 4 200 Leite <strong>em</strong> pó Zr7 Al Zr – 10 500 Leite <strong>em</strong> pó Zr, Hf, Ti e Fe8 Al Mg – 500 500 Leite <strong>em</strong> pó Ca9 Cd Pd + Mg – 200 200 Fíga<strong>do</strong> bovino Ti, Pd, Ca, Fe, P e S10 Cd Zr – 1 1100 Fíga<strong>do</strong> bovino Ti, Zr, Hf, P e Fe11 Pb Zr – 1 864 Folhas <strong>de</strong> faia Ti e Ca12 Pb Pd + Mg – 416 416 Folhas <strong>de</strong> faia Pd, Ti e Fe*Zr foi utiliza<strong>do</strong> como modifica<strong>do</strong>r químico permanente. O Mg e a mistura Pd + Mg foram utiliza<strong>do</strong>scomo modifica<strong>do</strong>res convencionais.3.3. EMPREGO DO PARAFACPara tentar correlacionar as informações obtidas na PCA <strong>de</strong> imagens comtodas as plataformas, foi efetuada uma análise exploratória das varreduras utilizan<strong>do</strong>o PARAFAC. A Figura 41 mostra a superfície <strong>de</strong> resposta para cada el<strong>em</strong>entoencontra<strong>do</strong> nas varreduras com SRXRF. Alguns el<strong>em</strong>entos foram encontra<strong>do</strong>s <strong>em</strong>todas as plataformas.Para efetuar esta análise foi monta<strong>do</strong> um arranjo tridimensional <strong>de</strong> 12x8x100,ou seja, 3 mo<strong>do</strong>s: o primeiro forma<strong>do</strong> pelas 12 plataformas <strong>de</strong> L’vov; o segun<strong>do</strong>caracteriza<strong>do</strong> pelos 8 el<strong>em</strong>entos encontra<strong>do</strong>s durante as varreduras no LNLS; e oterceiro mo<strong>do</strong> proveniente da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluorescência encontrada para cada um<strong>do</strong>s 100 pontos. Os 13 primeiros pontos das varreduras foram <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>s, poiscontinham algumas informações sobre a composição <strong>do</strong> porta-amostra. A Figura 42mostra a formação <strong>de</strong>ste arranjo.O pré-processamento utiliza<strong>do</strong> foi o autoescalamento no segun<strong>do</strong> mo<strong>do</strong>. Estepré-processamento foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> para dar os mesmos pesos a to<strong>do</strong>s os el<strong>em</strong>entosencontra<strong>do</strong>s nas varreduras. Para validar a análise, foi utiliza<strong>do</strong> o diagnóstico daconsistência da matriz central (CORCONDIA). Este procedimento foi sugeri<strong>do</strong> para<strong>de</strong>terminar o número i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> fatores <strong>em</strong> uma análise com o PARAFAC [25].95


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho(a)(b)(c)(d)(e)(f)(g)(h)Figura 41: Superfície <strong>de</strong> resposta para cada el<strong>em</strong>ento (Ca – a, Fe – b, Hf – c, P – d, Pd – e, S – f,Ti – g, Zr – h) encontra<strong>do</strong> nas varreduras com SRXRF nas plataformas da Tabela 14.96


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira FilhoA CORCONDIA baseia-se no fato <strong>de</strong> que o PARAFAC po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>como um caso especial <strong>do</strong> Tucker3 [26] com uma matriz superi<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>do</strong> core. Aconsistência <strong>do</strong> core é baseada no cálculo <strong>de</strong> um arranjo G <strong>do</strong> Tucker3 com asmatrizes <strong>do</strong>s fatores <strong>do</strong> PARAFAC (G é a matriz central ou core). Se G tiver to<strong>do</strong>s osel<strong>em</strong>entos da superdiagonal próximos a 1 e fora <strong>de</strong>sta diagonal próximos a zero,pod<strong>em</strong>os dizer que a análise com o PARAFAC não está super estimada e aconsistência está próxima a 100%. Uma consistência próxima a 90% é um indicativo<strong>de</strong> uma análise apropriada, valores próximos a 50% indicam probl<strong>em</strong>as com falta <strong>de</strong>trilinearida<strong>de</strong>. Valores <strong>de</strong> consistência próximos a zero ou negativos indicam umaanálise inválida, ou seja, não está <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> a natureza trilinear <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s [25].Uma consistência inválida indica que muitos fatores estão sen<strong>do</strong> extraí<strong>do</strong>s, a análiseexploratória não é específica ou amostras anômalas (outliers) estão provocan<strong>do</strong>distúrbios. A consistência <strong>de</strong> uma análise exploratória com o PARAFAC diminuipouquíssimo quan<strong>do</strong> o número <strong>de</strong> fatores aumenta; porém, diminui vertiginosamentequan<strong>do</strong> o valor correto é ultrapassa<strong>do</strong>. Portanto, o procedimento escolhi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ter omaior número possível <strong>de</strong> fatores e uma consistência <strong>do</strong> core válida.Uma observação final está no uso <strong>de</strong> restrições. A restrição <strong>de</strong> ortogonalida<strong>de</strong>[24,25] po<strong>de</strong> ajudar a evitar probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> <strong>de</strong>generescência da análise, estabilizan<strong>do</strong>a solução. Na utilização <strong>do</strong> PARAFAC foi imposta a ortogonalida<strong>de</strong> entre os fatoresno primeiro mo<strong>do</strong> (plataformas) com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se extrair mais fatores. Aortogonalida<strong>de</strong> t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> raramente <strong>em</strong>pregada <strong>em</strong> aplicações quimiométricas, poisela não é a<strong>de</strong>quada a probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> curvas, os mais comumenteencontra<strong>do</strong>s. Entretanto, ela po<strong>de</strong> ser muito útil <strong>em</strong> análises exploratórias, poispermite compartilhar a variância com outros fatores, permitin<strong>do</strong> uma interpretaçãomais direta.97


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira FilhoFigura 42: Ilustração da formação <strong>do</strong> arranjo para posterior aplicação <strong>do</strong> PARAFAC.3.4. TERMOGRAVIMETRIANo <strong>em</strong>prego da termogravimetria, as 12 plataformas mostradas na Tabela 14foram moídas com o auxílio <strong>de</strong> almofariz e pistilo e massas <strong>de</strong> 5 a 15 mg foramutilizadas na obtenção <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.Além da porcentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> massa <strong>em</strong> função da t<strong>em</strong>peratura foram coleta<strong>do</strong>s,também, os da<strong>do</strong>s referentes à primeira <strong>de</strong>rivada da porcentag<strong>em</strong> da massa. Com osda<strong>do</strong>s das <strong>de</strong>rivadas foi possível efetuar uma PCA para observar algumastendências na utilização <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes ou convencionais.É importante ressaltar que são raras na literatura aplicações que combin<strong>em</strong> PCA etermogravimetria [36, 37].98


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho4. RESULTADOS E DISCUSSÃO4.1. EMPREGO DE PCA DE IMAGENS – RESULTADOS PARA O AlApós a digitalização das 80 micrografias, cada uma ficou dimensionada com650x425 pixels. Um arranjo tridimensional foi monta<strong>do</strong> com 650 colunas, 425 linhas e80 variáveis (micrografias). Ao se <strong>em</strong>pregar a PCA <strong>de</strong> imagens, nenhum tipo <strong>de</strong> préprocessamento(centra<strong>do</strong> na média ou auto-escalonamento) foi feito nas imagens.Estes tipos <strong>de</strong> pré-processamento haviam si<strong>do</strong> testa<strong>do</strong>s, porém, não foi notadanenhuma diferença nos resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s.A Figura 43 mostra o gráfico <strong>do</strong>s loadings obti<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> PC1 x PC2. Destaforma, pequenos valores <strong>de</strong> loadings para uma micrografia significam que a suacontribuição na análise exploratória foi baixa e valores <strong>de</strong> loadings muito próximossignificam que as micrografias contribu<strong>em</strong> <strong>de</strong> forma similar. Na Figura 43 i<strong>de</strong>ntificamse<strong>do</strong>is grupamentos. O primeiro representa<strong>do</strong> por triângulos inverti<strong>do</strong>s, é relativo àplataforma modificada com Mg (plataforma 8 – ver Tabela 14) e o segun<strong>do</strong>(quadra<strong>do</strong>s, estrelas e círculos) correspon<strong>de</strong> às d<strong>em</strong>ais micrografias. A partir <strong>de</strong>stesegun<strong>do</strong> grupamento, é possível visualizar que algumas micrografias da plataformatratada com Zr e com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento estão distanciadas. Neste caso,inferiu-se que algumas partes da plataforma (centro e extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s) apresentamcomportamentos distintos. Desta forma, nota-se que algumas micrografias <strong>do</strong> centrodas plataformas (marcadas com a letra C) tratadas com Zr e Mg (plataformas 7 e 8 –Tabela 14) e com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento, apresentam um comportamentodistinto quan<strong>do</strong> comparadas com as micrografias obtidas a partir da extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>. Asmicrografias marcadas com a letra C são mostradas na Figura 44. A Figura 44amostra um comportamento completamente diferente da Figura 14g (Capítulo 2),apesar <strong>de</strong> ter<strong>em</strong> si<strong>do</strong> obtidas da mesma plataforma (500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento etratada com Zr). Estas duas micrografias suger<strong>em</strong> que na mesma superfícieatomiza<strong>do</strong>ra pod<strong>em</strong> ocorrer fenômenos distintos, e consequent<strong>em</strong>ente, mecanismos<strong>de</strong> atomização diferentes. As Figuras 44b e 14h também foi obtidas da mesma99


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filhoplataforma e após 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento apresentam morfologiascompletamente distintas.0,5PC20,0C (Mg)C (Zr)-0,50,06 0,08 0,10 0,12 0,14PC1Figura 43: Gráfico <strong>do</strong>s loadings obti<strong>do</strong> a partir da PCA <strong>de</strong> imagens. As estrelas e quadra<strong>do</strong>s vaziosrepresentam, respectivamente, as plataformas <strong>novas</strong> com e s<strong>em</strong> tratamento com Zr; osquadra<strong>do</strong>s cheios representam as plataformas com 50, 100, 150 e 200 ciclos <strong>de</strong> aquecimento etratadas com Zr; os triângulos inverti<strong>do</strong>s e os círculos representam as micrografias obtidas dasplataformas tratadas com Mg e Zr e com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento, respectivamente. A letra Ccorrespon<strong>de</strong> às micrografias obtidas da parte central das plataformas com 500 ciclos <strong>de</strong>aquecimento, e tratadas com Zr ou Mg.Outro ponto importante a ser frisa<strong>do</strong> é o fato <strong>de</strong> que, apesar <strong>de</strong> haverplataformas tratadas por 50 a 500 ciclos, com a PCA <strong>de</strong> imagens não foi possívelverificar diferenças marcantes entre elas e as plataformas <strong>novas</strong> (representadaspelas estrelas e quadra<strong>do</strong>s). Esta observação é muito relevante, pois sugere que o<strong>em</strong>prego <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes é um excelente procedimento paraa preservação das plataformas, mesmo com condições drásticas (altas t<strong>em</strong>peraturase atomização <strong>de</strong> suspensões).100


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho(a)(b)Figura 44: Micrografias da parte central (posição 5 – ver Figura 13) das plataformas tratadas com Zr(a) e Mg (b) e com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento.4.2. EMPREGO DE PCA DE IMAGENS – RESULTADOS PARA Cd e PbO tamanho das imagens utilizadas foi o mesmo daquelas utilizadas na PCA <strong>de</strong>imagens para o Al. A Figura 45 mostra os resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s. Neste caso, foramobservadas três tendências: a primeira formada pela plataforma tratada com Pd + Mge utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (plataforma 9 – ver Tabela 14), e a segunda, foiformada pelas plataformas utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb (plataformas 11 e 12).Em seguida, t<strong>em</strong>os um grupo forma<strong>do</strong> pelas plataformas <strong>novas</strong> (Plataformas 1 e 2) epela plataforma tratada com Zr e utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (plataforma 10).Inicialmente, t<strong>em</strong>os as duas plataformas <strong>novas</strong> agrupadas (Figura 45a). Estefenômeno já havia si<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> na primeira análise (Figura 43). As plataformastratadas com Zr (10 e 11 – ver Tabela 14) apresentaram-se misturadas àsplataformas <strong>novas</strong> (Figura 45b). Este comportamento foi observa<strong>do</strong>, principalmente,com a plataforma utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (plataforma 10 – Tabela 14). Estaobservação é interessante, pois, mesmo atingin<strong>do</strong> 1100 ciclos <strong>de</strong> aquecimento, aplataforma utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e tratada com Zr apresentou as mesmascaracterísticas das plataformas <strong>novas</strong>.101


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho0,5(a)0,5(b)0,00,0PC2PC1-0,5-0,5-1,00,08 0,12 0,16PC10,5(c)-1,00,08 0,12 0,16PC20,0PC2-0,5-1,00,08 0,12 0,16PC1Figura 45: Gráfico <strong>do</strong>s loadings obti<strong>do</strong> a partir da PCA <strong>de</strong> imagens. Os losangos e estrelasrepresentam, respectivamente, as plataformas <strong>novas</strong> com e s<strong>em</strong> tratamento com Zr (a); oscírculos e estrelas cheias representam as plataformas tratadas com Zr, e utilizadas na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e Pb (b), respectivamente. Os quadra<strong>do</strong>s e triângulos cheios representamas plataformas tratadas com Pd e Mg e utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e Pb (c),respectivamente.4.3. EMPREGO DE PCA DE IMAGENS – ESTUDO GLOBALDepois da aplicação da PCA <strong>de</strong> imagens, foi efetuada a visualização <strong>do</strong>sgráficos <strong>de</strong> loadings para as 12 plataformas. Alguns comportamentos interessantesforam observa<strong>do</strong>s. A plataforma 8, utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al e tratada com Mg,apresentou uma diferenciação das d<strong>em</strong>ais plataformas, como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong>por meio da Figura 46. As micrografias apresentadas por esta plataforma (estrelaspretas e vazias) foram posicionadas no la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> gráfico.As imagens obtidas da parte central (on<strong>de</strong> a suspensão <strong>de</strong> leite <strong>em</strong> pó foi<strong>de</strong>positada) da plataforma 8 (<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al) apresentaram um comportamento102


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filhomais interessante ainda, pelo fato <strong>de</strong> estar<strong>em</strong> posicionadas mais distanciadas <strong>do</strong>grupo principal (ver estrelas vazias na elipse da Figura 46).Dentro <strong>de</strong>ste contexto, conclui-se que diferentes regiões da mesma plataformaapresentaram diferentes comportamentosdurante as <strong>de</strong>terminações; portanto,alguns metais pod<strong>em</strong> ter apresenta<strong>do</strong> diferentes direções <strong>de</strong> migração. Na Figura 46nota-se uma região composta por diversas plataformas - círculos (inclusive asplataformas <strong>novas</strong> - triângulos), on<strong>de</strong> não foi possível efetuar uma separação entreas mesmas. Como conclusão, po<strong>de</strong>-se assumir que estas plataformas forampreservadas tais como as plataformas <strong>novas</strong> (triângulos pretos).0,40,2PC20,0-0,20,06 0,07 0,08 0,09 0,10 0,11Figura 46: Gráfico <strong>do</strong>s loadings obti<strong>do</strong> a partir da PCA <strong>de</strong> imagens com todas as 12 plataformas. Ostriângulos representam as plataformas <strong>novas</strong> com e s<strong>em</strong> tratamento com Zr; os quadra<strong>do</strong>srepresentam as plataformas tratadas com Pd e Mg e utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e Pb. Oscírculos representam as plataformas tratadas com Zr e utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al, Cd ePb; as estrelas representam a plataforma tratada com Mg e utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al e asestrelas vazias (ver elipse) representam a parte central <strong>de</strong>sta plataforma.PC1As imagens obtidas a partir das partes central e lateral das plataformastratadas com Pd + Mg, 9 e 12 (quadra<strong>do</strong>s pretos) – Tabela 14 ten<strong>de</strong>ram a seposicionar no la<strong>do</strong> direito, e as outras posições foram misturadas com as imagensoriundas das plataformas <strong>novas</strong>, 1 e 2 (triângulos pretos), e a maioria dasplataformas tratadas com Zr, 2-7, 10 e 11 (círculos abertos).É importante apontar que esta separação não foi claramente constatadasomente observan<strong>do</strong> as imagens micrográficas das plataformas. Neste caso, <strong>de</strong>pois103


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filhoda aplicação da PCA <strong>de</strong> imagens, foram encontradas algumas evidências <strong>de</strong> que,provavelmente, a modificação química foi a responsável por esta separação. Umainvestigação mais profunda po<strong>de</strong>ria ser a correlação das informações visuais com asinformações extraídas das varreduras no LNLS.4.4. APLICAÇÃO DO PARAFACDe acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s levanta<strong>do</strong>s por PCA <strong>de</strong> imagens, era espera<strong>do</strong>obter-se uma correlação das imagens <strong>de</strong> uma plataforma específica e a respectivadistribuição <strong>do</strong>s resíduos <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos obti<strong>do</strong>s com a SRXRF.Um arranjo composto por 12 plataformas x 8 el<strong>em</strong>entos x 100 posições (verFigura 42) foi mo<strong>de</strong>la<strong>do</strong> com o PARAFAC. Foi assumi<strong>do</strong> que os da<strong>do</strong>s apresentavamum comportamento trilinear e o PARAFAC po<strong>de</strong>ria levar a uma melhorcaracterização das plataformas <strong>em</strong> função <strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>res e analitos.Desta forma, foi imposta a ortogonalida<strong>de</strong> no primeiro mo<strong>do</strong> (plataformas),com o objetivo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lar mais a variância e evi<strong>de</strong>nciar diferenças entre asplataformas. Como conseqüência, os fatores obti<strong>do</strong>s correspon<strong>de</strong>ntes às plataformasforam força<strong>do</strong>s a não ter correlação entre si. Assim, uma análise com 6 fatores foiconsi<strong>de</strong>rada a melhor com uma consistência <strong>de</strong> 95,0% e uma variância totalexplicada <strong>de</strong> 82,2%. Já uma análise com 7 fatores apresentou-se ina<strong>de</strong>quada,<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a uma consistência <strong>de</strong> 35,0%.No PARAFAC, os resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s com os fatores pod<strong>em</strong> ser melhorcompreendi<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong>s individualmente. A Figura 47 apresenta osresulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para os fatores 1 e 2. Estes fatores apresentaram valoresaltos para as plataformas 12 e 9, ou seja, foram correlaciona<strong>do</strong>s com as plataformastratadas com Pd+Mg e, utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb – plataforma 12 (Figura47a-c) e Cd – plataforma 9 (Figura 47d-f). Assim, a plataforma 12 foi principalmentecaracterizada pela presença <strong>de</strong> Pd e Fe (Figura 47b), pois estes <strong>do</strong>is el<strong>em</strong>entosapresentaram maiores valores para o mo<strong>do</strong> 2 (el<strong>em</strong>entos). Ao observarmos a Figura47c pod<strong>em</strong>os verificar que o centro da plataforma apresenta maiores valores para omo<strong>do</strong> 3 (posição da varredura). Portanto, o fator 1 caracteriza a plataforma 12 que,104


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filhopor sua vez, apresentou, durante as varreduras na SRXRF, altos sinais para o Fe eo Pd no centro <strong>de</strong> sua superfície. Esta é uma maneira didática <strong>de</strong> apresentar osresulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> PARAFAC, e os gráficos <strong>do</strong>s fatores com seus três mo<strong>do</strong>s(plataformas, el<strong>em</strong>entos e posição) <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser estuda<strong>do</strong>s/interpreta<strong>do</strong>s <strong>em</strong> conjunto.A plataforma 9 possuiu uma gran<strong>de</strong> influência <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>, principalmente, apresença <strong>de</strong> S (ver Figura 47e) nas extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s da plataforma (ver Figura 47f). O Spo<strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> origina<strong>do</strong> da amostra certificada <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino, que apresenta umaconcentração <strong>de</strong> 7850 g/g <strong>de</strong>ste el<strong>em</strong>ento. Outros el<strong>em</strong>entos (Figura 47e) foramtambém i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s: Ca, Fe, P, Pd, e Ti.A aplicação <strong>do</strong> PARAFAC tornou possível a diferenciação <strong>do</strong>s locaispreferenciais on<strong>de</strong> alguns fenômenos ocorreram quan<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>radas as atomizações<strong>do</strong> Cd e Pb. Na plataforma tratada com Pd+Mg nota-se que a parte central possui umpapel mais importante na <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> Pb (ver Figura 47c). Além disso, quan<strong>do</strong> Cdfoi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> (plataforma também tratada com Pd+Mg), as laterais da plataformaforam mais influenciadas na atomização <strong>de</strong>ste metal (ver Figura 47f). Estasinformações estão <strong>em</strong> concordância com aquelas obtidas com a PCA <strong>de</strong> imagens (verFiguras 45 e 46), que indicou que as partes central e lateral apresentaram umadiferença das d<strong>em</strong>ais regiões das plataformas. Em ambas plataformas, houve umainfluência <strong>do</strong> Pd, porém, como já evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> no capítulo 2, este modifica<strong>do</strong>r não foieficiente na estabilização <strong>do</strong>s sinais analíticos para o Cd e o Pb.A Figura 48 mostra os resulta<strong>do</strong>s para o Fator 3. Este fator mo<strong>de</strong>lou aplataforma tratada com Zr e usada por 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento na <strong>de</strong>terminação<strong>de</strong> Al <strong>em</strong> leite <strong>em</strong> pó (ver Figura 48a – plataforma número 7). Na Figura 48b po<strong>de</strong>-seobservar que esta plataforma possui sinais significantes para Hf, Zr e <strong>em</strong> menorextensão o Ti. As posições mais importantes foram no centro e la<strong>do</strong> direito (Figura48c). Estas informações confirmam as conclusões apresentadas no capítulo 2: Hf eTi seguiram a mesma distribuição que o Zr.As Figuras 49a e 49d (Fatores 4 e 5) mostram que as plataformas tratadascom Zr e Mg e usadas nas <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> Cd, Pb e Al (plataformas 10, 11 e 8,respectivamente), sofr<strong>em</strong> uma gran<strong>de</strong> influência, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à presença <strong>de</strong> P e Ca (verFiguras 49b e 49e). Para a plataforma 10, mo<strong>de</strong>lada pelo fator 4 (Figura 49a-c),105


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filhoutilizada para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd esta influência foi observada, principalmente, nola<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> da plataforma (ver Figura 49c). As plataformas 11 e 8, ambasmo<strong>de</strong>ladas pelo fator 5, apresentaram Ca <strong>em</strong> todas as posições (ver Figura 49f),porém, com maior intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluorescência na parte central da plataforma. Nestecaso, novamente, uma boa correlação entre os da<strong>do</strong>s da PCA <strong>de</strong> imagens (verestrelas abertas na Figura 46) foi encontrada com o Ca residual, ou seja, o Ca po<strong>de</strong>ter contribuí<strong>do</strong> para as mudanças morfológicas.Finalmente, a Figura 50 apresenta o fator 6. Esta figura mostra a plataformanova e tratada com Zr (plataforma 2) e as plataformas também tratadas com est<strong>em</strong>odifica<strong>do</strong>r e utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al por 50, 100, 150, e 200 ciclos <strong>de</strong>aquecimento (Figura 50a). Todas as plataformas foram caracterizadas pela presença<strong>do</strong> Zr (Figura 50b) <strong>em</strong> toda a extensão das plataformas (Figura 50c). Estas mesmasplataformas formaram um gran<strong>de</strong> agrupamento na Figura 43 (PCA <strong>de</strong> imagens parao Al) e na Figura 46 (PCA <strong>de</strong> imagens para todas as plataformas).A Tabela 15 resume todas as informações extraídas <strong>do</strong> PARAFAC, incluin<strong>do</strong>as posições nas plataformas que foram responsáveis pelas <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> Al, C<strong>de</strong> Pb. Como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong>, o processo <strong>de</strong> atomização ocorreu,preferencialmente, nas laterais para o Cd e no centro para o Pb. Estes el<strong>em</strong>entosapresentaram baixas t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> atomização (Cd e Pb – plataformas números9-12).Esta característica po<strong>de</strong> explicar a separação prévia observada na PCA <strong>de</strong>imagens. Entretanto, quan<strong>do</strong> o Al (plataformas números 2-8) foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, estesprocessos ocorreram <strong>em</strong> posições diferentes na superfície <strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>r,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> número <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong> aquecimento e <strong>do</strong> modifica<strong>do</strong>r. Para asplataformas utilizadas por 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento (plataformas 7 e 8), osprincipais processos <strong>de</strong> atomização ocorreram preferencialmente no centro(plataforma tratada com Mg – número 8). Por outro la<strong>do</strong>, as plataformas <strong>de</strong> números2-6 (0, 50, 100, 150 e 200 ciclos <strong>de</strong> aquecimento) apresentaram um comportamentomuito similar entre elas, on<strong>de</strong> o Zr foi igualmente distribuí<strong>do</strong> <strong>em</strong> toda a extensão <strong>do</strong>satomiza<strong>do</strong>res. Além disso, como as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> atomização para estasplataformas foram altas (2400 o C), a agitação <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a po<strong>de</strong> ter aumenta<strong>do</strong> e,106


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho<strong>de</strong>sta forma, contribuí<strong>do</strong> para os processos <strong>de</strong> difusão <strong>do</strong>s el<strong>em</strong>entos. Este tipo <strong>de</strong>difusão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> modifica<strong>do</strong>r. Por ex<strong>em</strong>plo, o Zr foi eficiente na eliminação <strong>do</strong> Ca,porém o Mg não.50(a)50(d)Fator 125Fator 22501 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Plataformas01 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Plataforma1,0(b)1,0(e)Fator 10,5Fator 20,50,0P S Ca Ti Fe Zr Hf PdEl<strong>em</strong>ento0,0P S Ca Ti Fe Zr Hf PdEl<strong>em</strong>ento1,0(c)1,0(f)Fator 10,5Fator 20,50,01000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição (m)0,01000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição (m)Figura 47: Resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s com o PARAFAC para os fatores 1 e 2 (a, d – plataformas; b, e –el<strong>em</strong>entos; c, f– posição da varredura).107


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira FilhoCom os da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 15, t<strong>em</strong>os que as plataformas tratadascom modifica<strong>do</strong>res químicos convencionais (8, 9 e 12 – ver Tabela 14) apresentaramsinais para o Ca, Fe, Pd, P, S e Ti. Além disso, as plataformas 9 e 12 (<strong>em</strong>pregadasna <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e Pb, respectivamente) apresentaram um número maior <strong>de</strong>el<strong>em</strong>entos residuais <strong>do</strong> que a plataforma 8 (tratada com Mg e utilizada na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al). Esta diferença po<strong>de</strong> estar correlacionada a <strong>do</strong>is fatores: oprimeiro seria relativo às t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização utilizadas e osegun<strong>do</strong>, ao tipo <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>r. A plataforma 9 apresentou 5 el<strong>em</strong>entos residuais(<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd – t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização iguais a 500 e 1500 o C)e as plataformas 12 e 8 apresentaram Fe e Ca, respectivamente, as quais foram<strong>em</strong>pregadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb e Al, respectivamente.108


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho50(a)Fator 32501,01 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Plataforma(b)Fator 30,50,01,0P S Ca Ti Fe Zr Hf PdEl<strong>em</strong>ento(c)Fator 30,50,01000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição (m)Figura 48: Resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s com o PARAFAC para o fator 3 (a – plataformas; b – el<strong>em</strong>entos;c – posição da varredura).109


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho50(a)50(d)Fator 425Fator 52501,01 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Plataforma(b)01,01 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Plataforma(e)Fator 40,5Fator 50,50,01,0P S Ca Ti Fe Zr Hf PdEl<strong>em</strong>ento(c)0,01,0P S Ca Ti Fe Zr Hf PdEl<strong>em</strong>ento(f)Fator 40,5Fator 50,50,01000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição (m)0,01000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição (m)Figura 49: Resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s com o PARAFAC para os fatores 4 e 5 (a, d – plataformas;b, e – el<strong>em</strong>entos; c, f– posição da varredura).110


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho50(a)Fator 62501,01 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Plataforma(b)Fator 60,50,01,0P S Ca Ti Fe Zr Hf PdEl<strong>em</strong>ento(c)Fator 60,50,01000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Posição (m)Figura 50: Resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s com o PARAFAC para o fator 6 (a – plataformas; b – el<strong>em</strong>entos;c – posição da varredura).111


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira FilhoTabela 15: Resumo das informações extraídas <strong>do</strong> PARAFAC.Fator/variânciaexplicada (%)Plataformamo<strong>de</strong>ladaEl<strong>em</strong>entos commaior influênciaRegião maisinfluenciada daplataforma1 / 18,6 12 Fe e Pd centro2 / 18,0 9P, Ca, Pd, Fe, Tie, principalmente,S3 / 17,8 7 Hf e Zrlateraiscentro e la<strong>do</strong>direitoObservaçõesApesar da presença <strong>de</strong> Pd <strong>do</strong>modifica<strong>do</strong>r convencional, est<strong>em</strong>etal não foi eficiente naeliminação <strong>do</strong> Fe.S, P, Ca e Fe foram,provavelmente, oriun<strong>do</strong>s daamostra na forma <strong>de</strong>suspensão.Plataforma usada na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al com 500ciclos <strong>de</strong> aquecimento4 / 11,4 10Ti e,principalmente, Pla<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>P é, provavelmente, origina<strong>do</strong>da amostra <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino5 / 11,3 8 e 11Ti e,principalmente,Cacentro e la<strong>do</strong>direito6 / 5,0 2-6 e 10 Zr todas as partesMg e Pd+Mg, modifica<strong>do</strong>resconvencionais, não forameficazes na eliminação <strong>do</strong> Ca.Como previamente indica<strong>do</strong>pela PCA <strong>de</strong> imagens, a partecentral da plataforma 8 possuiuum comportamentodiferencia<strong>do</strong>.Como observa<strong>do</strong> pela PCA <strong>de</strong>imagens e confirma<strong>do</strong> peloPARAFAC, estas plataformaspossu<strong>em</strong> o mesmocomportamento.As plataformas tratadas com Zr 2 – 6 (ver Tabela 14) apresentaram o Zrdistribuí<strong>do</strong> praticamente <strong>em</strong> todas as partes da plataforma. A plataforma 7 <strong>em</strong>especial, apresentou 2 pontos <strong>de</strong> maior sinal <strong>do</strong> Zr. A plataforma 11 (<strong>de</strong>terminação<strong>de</strong> Pb e Zr como modifica<strong>do</strong>r permanente) apresentou sinais baixíssimos para o Zr, eos da<strong>do</strong>s levanta<strong>do</strong>s na SRXRF indicam que houve algum tipo <strong>de</strong> substituição <strong>do</strong> Zrpelo Ti.A plataforma 10 (<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e com Zr modifica<strong>do</strong>r permanente) foiutilizada por um número 5 vezes maior <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong> aquecimento <strong>do</strong> que a plataforma9 (modifica<strong>do</strong>r convencional), e mesmo sob estas condições severas <strong>de</strong> usoapresentou um número menor <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos residuais.112


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho4.5. TERMOGRAVIMETRIANas análises termogravimétricas foi verificada uma esperada diferenciaçãoentre a plataforma nova – plataforma 1 (s<strong>em</strong> nenhum tratamento) e as d<strong>em</strong>aisplataformas utilizadas nas <strong>de</strong>terminações. A Figura 51 mostra algumas curvastermogravimétricas (linhas contínuas) e suas <strong>de</strong>rivadas (linhas pontilhadas) para asplataformas <strong>novas</strong> e tratadas com Zr e Pd + Mg. Ao se comparar as curvastermogravimétricas, excetuan<strong>do</strong>-se a plataforma nova (Figura 51a), não foi percebidaqualquer diferença entre as mesmas. Por outro la<strong>do</strong>, analisan<strong>do</strong>-se as <strong>de</strong>rivadasobtidas das curvas termogravimétricas da plataforma nova e recoberta com Zr –plataforma 2 (Figura 51b) e da plataforma tratada com Zr e utilizada por 500 ciclos <strong>de</strong>aquecimento (Figura 51c) na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al – plataforma 7, percebe-se umcomportamento s<strong>em</strong>elhante na faixa <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura até 400 o C.Com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efetuar uma análise exploratória <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, foirealizada uma PCA das <strong>de</strong>rivadas das curvas termogravimétricas. Com estaferramenta quimiométrica, notou-se uma separação entre as plataformas que foramutilizadas com modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes e convencionais da plataformanova (plataforma 1 – ver Tabela 14). A plataforma totalmente nova apresentou umadiferenciação marcante das d<strong>em</strong>ais plataformas, e as variações ocorridas nasanálises termogravimétricas estavam, preferencialmente, relacionadas com ast<strong>em</strong>peraturas mais altas (651 a 966 o C). As plataformas tratadas com modifica<strong>do</strong>resconvencionais e permanentes estavam relacionadas com as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> 30 a330 o C e <strong>de</strong> 331 a 650 o C, respectivamente.A plataforma nova foi retirada e a PCA foi novamente aplicada. Desta vez,notou-se uma separação entre as plataformas tratadas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> convencional comaquelas tratadas com Zr. A Figura 52 mostra os gráficos <strong>do</strong>s scores (a) e <strong>do</strong>sloadings (b) para o PC1 da PCA aplicada. Ao se analisar estes <strong>do</strong>is gráficos t<strong>em</strong>osque as plataformas tratadas com modifica<strong>do</strong>res convencionais (8, 9 e 12 – colunascom quadra<strong>do</strong>s) apresentaram maiores transições na massa <strong>em</strong> t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> 30a 650 o C – ver área com quadra<strong>do</strong>s na Figura 52b. Este fato indica que, na perda d<strong>em</strong>assa, pod<strong>em</strong> ter si<strong>do</strong> liberadas substâncias voláteis, e no ganho pod<strong>em</strong> ter ocorri<strong>do</strong>113


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filhore-combinações. Já a maioria das plataformas tratadas com Zr (colunas com linhashorizontais) apresentou transições <strong>de</strong> massa <strong>em</strong> t<strong>em</strong>peraturas mais altas – ver áreacom linha horizontais na Figura 52b.110(a)0,16110(b)0,16Perda <strong>de</strong> massa (%)1009080700,120,080,040,00Derivada da massa (%/ o C)Perda <strong>de</strong> massa (%)1009080700,120,080,040,00Derivada da massa (%/ o C)60-0,040 200 400 600 800 1000T<strong>em</strong>peratura ( o C)60-0,040 200 400 600 800 1000T<strong>em</strong>peratura ( o C)110(c)0,16110(d)0,16Perda <strong>de</strong> massa (%)1009080700,120,080,040,00Derivada da massa (%/ o C)Perda <strong>de</strong> massa (%)1009080700,120,080,040,00Derivada da massa (%/ o C)60-0,040 200 400 600 800 100060-0,040 200 400 600 800 1000T<strong>em</strong>peratura ( o C)T<strong>em</strong>peratura ( o C)Figura 51: Curvas termogravimétricas (linhas contínuas) e <strong>de</strong>rivadas (linhas tracejadas) para asplataformas: nova – plataforma 1 (a), nova e tratada com Zr – plataforma 2 (b), tratada com Zr eutilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al por 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento – plataforma 7 (c) e tratada comPd+Mg e utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd – plataforma 9 (d).Novamente, estas constatações vêm a contribuir para a informação <strong>de</strong> que osprocessos <strong>de</strong> atomização são diferentes para os modifica<strong>do</strong>res permanentes econvencionais.A plataforma nova (plataforma 1) e aquela tratada com Zr e utilizada por 500ciclos <strong>de</strong> aquecimento na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al (plataforma 7) foram submetidas a umestu<strong>do</strong> ainda mais criterioso. Nestas duas plataformas foram feitas análisestermogravimétricas para a parte inicial, meio e final. No caso da plataforma nova, nãofoi observada qualquer diferença entre as partes distintas. Já a plataforma utilizadapor 500 ciclos apresentou a parte inicial e a <strong>do</strong> meio muito parecidas entre si e a114


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filhoparte final totalmente diferenciada. Estas observações contribu<strong>em</strong> para a afirmação<strong>de</strong> que, além <strong>de</strong> haver diferentes processos <strong>de</strong> atomização para diferentesmodifica<strong>do</strong>res, pod<strong>em</strong> existir diferentes processos ou cinéticas na atomização paradiferentes partes da mesma plataforma. A Figura 53 mostra as curvastermogravimétricas para as partes central e final da plataforma tratada com Zr.1,0(a)0,10(b)PC1 (91%)0,50,0PC1 (91%)0,080,06-0,52 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Plataformas0,000-0,0050 200 400 600 800 1000T<strong>em</strong>peratura ( o C)Figura 52: Resulta<strong>do</strong> da PCA efetuada com as <strong>de</strong>rivadas das curvas termogravimétricas. Em (a)t<strong>em</strong>os o gráfico <strong>do</strong>s scores, on<strong>de</strong> os números i<strong>de</strong>ntificam as plataformas (mesma numeraçãoutilizada na Tabela 14). As colunas com linhas horizontais e quadra<strong>do</strong>s representam asplataformas tratadas com Zr e modifica<strong>do</strong>res convencionais, respectivamente. Em (b) t<strong>em</strong>os ográfico <strong>do</strong>s loadings, on<strong>de</strong> a área com quadra<strong>do</strong>s compreen<strong>de</strong> a faixa <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> 30 a650 o C e a área com linhas horizontais a faixa <strong>de</strong> 651 a 966 o C.110(a)0,16110(b)0,20Perda <strong>de</strong> massa (%)1009080700,120,080,040,00Derivada da massa (%/ o C)Perda <strong>de</strong> massa (%)1009080700,150,100,050,00Derivada da massa (%/ o C)60-0,040 200 400 600 800 100060-0,050 200 400 600 800 1000T<strong>em</strong>peratura ( o C)T<strong>em</strong>peratura ( o C)Figura 53: Curvas termogravimétricas (linhas contínuas) e <strong>de</strong>rivadas (linhas tracejadas) das partes:central (a) e final (b) da plataforma tratada com Zr e utilizada na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al por 500ciclos <strong>de</strong> aquecimento – plataforma 7 (Tabela 14).115


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho4.6. PROPOSTA DE POSSÍVEIS MECANISMOS DE ATOMIZAÇÃO NADETERMINAÇÃO DE AlA sugestão ou proposta <strong>de</strong> mecanismo <strong>de</strong> atomização não é uma tarefa fácil.Entretanto, neste terceiro capítulo, uma proposta para um possível mecanismo <strong>de</strong>atomização <strong>do</strong> Al ten<strong>do</strong> o Zr como modifica<strong>do</strong>r químico permanente seráapresentada. Esta proposta baseia-se nos resulta<strong>do</strong>s experimentais obti<strong>do</strong>s com asvarreduras com micro fluorescência <strong>de</strong> raios-X e análises termogravimétricas,trata<strong>do</strong>s com PCA <strong>de</strong> imagens, PARAFAC, e da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s da literatura recente.Em um trabalho recente, Ni e De-qiang [38] propuseram um mecanismo <strong>de</strong>atomização, sen<strong>do</strong> que o Zr foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> como modifica<strong>do</strong>r químico permanentena <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Ge. Ao fazer um paralelo com a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al, po<strong>de</strong>-sechegar ao seguinte mecanismo <strong>de</strong> atomização:3ZrC (s) + Al 2 O 3(s) 3Zr (s) + 2Al (s/l) + 3CO (g)Al (s/l) Al (g)Zr (s) + C (s) ZrC (s)No mecanismo proposto, o Zr, na forma <strong>de</strong> carbeto, promove a redução <strong>do</strong> Al.A participação <strong>do</strong> Zr como carbeto neste mecanismo é contraditória, pois estecomposto é extr<strong>em</strong>amente estável, com pontos <strong>de</strong> fusão e ebulição da ord<strong>em</strong> <strong>de</strong>3540 e 5100 o C, respectivamente [39]. Por outro la<strong>do</strong>, Constantini et al. [40],<strong>de</strong>screveram que o carbeto <strong>de</strong> Zr aumenta a sensibilida<strong>de</strong> e reprodutibilida<strong>de</strong> na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Al <strong>em</strong> amostras <strong>de</strong> soro. Devi<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong> o Zr estar distribuí<strong>do</strong>(mesmo que <strong>de</strong> forma heterogênea) nas plataformas <strong>de</strong> L'vov, e da amostra<strong>em</strong>pregada neste estu<strong>do</strong> (leite <strong>em</strong> pó) apresentar uma quantida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong>carbono, é pru<strong>de</strong>nte afirmar que o ZrC po<strong>de</strong> ser forma<strong>do</strong> e que este, provavelmente,participa <strong>do</strong> mecanismo <strong>de</strong> atomização <strong>do</strong> Al. Retornan<strong>do</strong> ao mecanismo proposto,nas equações mostradas anteriormente, o ZrC promove a redução <strong>do</strong> Al e na terceiraetapa, o Zr que participou <strong>de</strong>sta etapa retorna à forma original <strong>de</strong> carbeto.Este mecanismo é suficient<strong>em</strong>ente completo para explicar a perda <strong>de</strong> massaapresentada pelas plataformas <strong>de</strong> L'vov (ver seção 4.1 e Figura 18 <strong>do</strong> segun<strong>do</strong>116


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira FilhoCapítulo), entretanto, ao se observar os resulta<strong>do</strong>s das varreduras (Figuras <strong>de</strong> 23 a25), percebe-se que há, também, um consumo <strong>de</strong> Zr. Na plataforma com 500 ciclos<strong>de</strong> aquecimento (plataforma 7), verificou-se que este consumo está,preferencialmente, localiza<strong>do</strong> no ponto on<strong>de</strong> a amostra é <strong>de</strong>positada (ver resulta<strong>do</strong>scom a PCA <strong>de</strong> imagens e Figuras 25 e 26). Neste senti<strong>do</strong>, uma nova etapa <strong>de</strong>ve serinserida no mecanismo proposto anteriormente para tentar explicar o consumo <strong>de</strong> Zr.Esta situação já foi comprovada pela varredura com micro sonda <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong>raios-X. A PCA <strong>de</strong> imagens e o PARAFAC mostraram que a parte central daplataforma tratada com Zr e com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento apresentava umcomportamento distinto das d<strong>em</strong>ais partes da plataforma.Esta nova etapa para tentar explicar o consumo <strong>de</strong> Zr, provavelmente, <strong>de</strong>veser <strong>de</strong>vida à formação <strong>de</strong> óxi<strong>do</strong>, pois o óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Zr possui t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> fusão eebulição da ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> 2700 e 4300 o C [41]. Além <strong>de</strong>ste fato, Stetter et al. [42]confirmaram que o ZrO é volatiliza<strong>do</strong> <strong>em</strong> t<strong>em</strong>peraturas compreendidas entre 2200 e2400 o C, e De Giglio et al. [43] encontraram óxi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Zr e W quan<strong>do</strong> estes metaisforam <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s como modifica<strong>do</strong>res químicos permanentes. O novo mecanismo<strong>de</strong> atomização po<strong>de</strong>ria ser:6ZrC (s) + 4Al 2 O 3(s) 3Zr (s) + 8Al (s/l) + 6CO (g) + 3ZrO 2(g)Al (s/l) Al (g)Zr (s) + C (s) ZrC (s)Neste mecanismo, parte <strong>do</strong> ZrC (s) é converti<strong>do</strong> <strong>em</strong> Zr (s) e outra parte <strong>em</strong>ZrO 2(g) . O Zr (s) é reaproveita<strong>do</strong> para a formação <strong>de</strong> ZrC (s) e o ZrO 2(g) é perdi<strong>do</strong>. Umadas limitações <strong>de</strong>ste novo mecanismo está <strong>em</strong> prever se as formações <strong>de</strong> Zr (s) eZrO 2(g)são iguais durante to<strong>do</strong>s os ciclos <strong>de</strong> aquecimento, ou ainda, se est<strong>em</strong>ecanismo ocorre <strong>de</strong> maneira homogênea <strong>em</strong> todas as partes da plataforma. Aúltima questão parece ser pouco provável, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às duas aglomerações <strong>de</strong> Zrapresentadas na plataforma com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento (Figuras 25 e 26).Retornan<strong>do</strong> aos resulta<strong>do</strong>s da PCA <strong>de</strong> imagens, on<strong>de</strong> ficou evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> que a regiãocentral da plataforma com 500 ciclos <strong>de</strong> aquecimento e tratada com Zr apresenta117


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filhodiferença das d<strong>em</strong>ais regiões, é possível afirmar que o segun<strong>do</strong> mecanismo ocorrapreferencialmente ou com maior intensida<strong>de</strong> nesta região.5. CONCLUSÃO PARCIALTanto a PCA <strong>de</strong> imagens quanto o PARAFAC permitiram extrair informaçõessobre a morfologia e interações <strong>do</strong>s el<strong>em</strong>entos <strong>em</strong> diferentes posições dasplataformas <strong>de</strong> grafite. Com o PARAFAC foi obtida uma visão global das varredurasefetuadas com a SRXRF. Quatro plataformas, 12, 9, 7 e 10 apresentaramcomportamentos muito distintos, sen<strong>do</strong> diferentes entre elas, e foi necessário umfator para cada uma. O Fator 5 d<strong>em</strong>onstrou que as plataformas 8 e 11 apresentaramum comportamento muito similar, sen<strong>do</strong> caracterizadas por Ca e, <strong>em</strong> uma menorextensão, pelo Ti. Finalmente, o fator 6 mo<strong>de</strong>lou a correlação das plataformas <strong>de</strong> 2-6com o Zr.Com estas duas ferramentas quimiométricas foi observada uma boacorrelação entre a morfologia e os el<strong>em</strong>entos residuais encontra<strong>do</strong>s na superfície. Asanálises termogravimétricas somadas às informações da PCA <strong>de</strong> imagens ePARAFAC contribuíram para a conclusão <strong>de</strong> que diferentes processos <strong>de</strong>atomização ocorreram <strong>em</strong> diferentes posições da mesma plataforma.Este tipo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> po<strong>de</strong> abrir um campo vasto para análises exploratórias <strong>de</strong>plataformas <strong>de</strong> L´vov <strong>em</strong> ETAAS. Com os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ste terceiro capítulo, foimostra<strong>do</strong> que as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atomização são diferentes e <strong>de</strong>pend<strong>em</strong> da posição,modifica<strong>do</strong>r, amostra e analito.118


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho6. REFERÊNCIAS[1] Balaban, R.S.; Kurtz, I.; Cascio, H.E.; Smith, P.D., J. Microsc-Oxford, 1986, 141, 31.[2] Turner, D.W.; Plummer, I.R.; Porter, H.Q., J. Microsc-Oxford, 1984, 136, 259.[3] Geladi, P.; Wold. S.; Esbensen, K., Anal. Chim. Acta, 1986, 191, 473.[4] Van Espen, P.; Janssens, G.; Vanhoolst, W.; Geladi P., Analusis, 1992, 20, 81.[5] Geladi, P.; Esbensen, K., J. Ch<strong>em</strong>ometrics, 1989, 3, 419.[6] Geladi, P.; Isaksson, H.; Lindqvist, L.; Wold, S.; Esbensen, K., Ch<strong>em</strong>om. Intell. Lab. Syst., 1989, 5,209.[7]Geladi P, Grahn H., Multivariate Image Analysis, Chichester: John Wiley & Sons, 1996.[8] Castl<strong>em</strong>an K R., Digital Image Processing, Englewood Cliffs: Prentice-Hall, Inc., 1979.[9] Geladi, P.; Bengtsson, E.; Esbensen, K.; Grahn, H., Trends Anal. Ch<strong>em</strong>, 1992, 11, 41.[10] Geladi, P., Ch<strong>em</strong>ometr. Intell. Lab., 1992, 14, 375.[11] Skarpeid, H. J.; Moe, R. E.; Indahl, U. G., Meat Sci., 2001, 57, 227.[12] Shu, X.; Qiu, Y., Kuang, D., Proc. SPIE-Int. Soc. Opt., 1999, 3868, 460.[13] Huang, J.; Esbensen, K. H., Ch<strong>em</strong>ometr. Intell. Lab., 2000, 54, 1.[14] Huang, J.; Esbensen, K. H., Ch<strong>em</strong>ometr. Intell. Lab., 2001, 57, 37.[15] Esbensen, K.; Geladi, P., Ch<strong>em</strong>om. Intell. Lab. Syst., 1989, 7, 67.[16] Esbensen, K. H.; Geladi, P. L.; Grahn, H. F., Ch<strong>em</strong>om. Intell. Lab. Syst., 1992, 514, 357.[17] Smil<strong>de</strong>, A.K., Ch<strong>em</strong>om. Intell. Lab. Syst., 1992, 15, 143.[18] Moberg, L.; Robertsson, G.; Karlberg, B., Talanta, 2001, 54, 161.[19] da Silva, J.C.G.E.; Leitão, J.M.M.; Costa, F.S.; Ribeiro, J.L.A., Anal. Chim. Acta, 2002, 453, 105.[20] Hindmarch,P.; Kavianpour, K.; Brereton, R.G., Analyst, 1997, 122, 871.[21] Nilsson, J.; <strong>de</strong> Jong, S.; Smil<strong>de</strong>, A.K., J. Ch<strong>em</strong>om., 1997, 11, 511.[22] Wise, B.M.; Gallagher, N.B.; Butler, S.W.; White, D.D.; Barna, G.G., J. Ch<strong>em</strong>om., 1999, 13, 379.[23] Leardi, R.; Armanino, C.; Lanteri, S.; Alberotanza, L., J. Ch<strong>em</strong>om., 2000, 14, 187.[24] Bro, R., Ch<strong>em</strong>om. Intell. Lab. Syst., 1997, 38, 149.[25] Bro, R., Multi-way Analysis in the Food Industry, Ph.D. thesis, Amsterdan, 1998.[26] P.M. Kroonenberg, Three Mo<strong>de</strong> Principal Component Analysis: Theory and Applications,Lei<strong>de</strong>n: DSWO, 1983.[27] Bro, R., J. Ch<strong>em</strong>om., 1996, 10, 47.[28] Munck, L.; Norgaard, L.; Engelsen, S.B.; Bro, R.; An<strong>de</strong>rsson, C.A., Ch<strong>em</strong>om. Intell. Lab. Syst.,1998, 44, 31.[29] Marcos, A.; Foulkes, M.; Hill, S.J., J. Anal. At. Spectrom., 2001, 16, 105.[30] Moreda-Piñeiro, A.; Marcos, A.; Fisher, A.; Hill, S.J., J. Anal. At. Spectrom., 2001, 16, 360.[31] Brown, M. E., Introduction to Thermal Analysis – Techniques and Applications, Londres: Chapmanand Hall, 1988.119


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 3 E. R. Pereira Filho[32] Charsley, E. L.; Warrington, S. B., Thermal Analysis – Techniques and Applications, Cambridge:The Royal Society of Ch<strong>em</strong>istry, 1992.[33] Santos, D. M.; Luccas, P. O.; Nóbrega, J. A.; Cavalheiro, E. T. G., Thermochim. Acta, 2000, 362,161.[34] Galbács, G.; Vanhaecke, F.; Moens L.; Dams R., Microch<strong>em</strong>. J., 1996, 54, 272.[35] An<strong>de</strong>rsson, C.A.; Bro, R., Ch<strong>em</strong>om. Intell. Lab. Syst., 2000, 52, 1.[36] Kokot, S.; Yang, P., Anal. Chim. Acta, 1995, 304, 297.[37] Kokot, S.; Yang. P.; Gilbert, C., Anal. Chim. Acta, 1996, 332, 105.[38] Ni, Z. M.; Zhang, D. Q., Spectrochim. Acta Part B, 1995, 50, 1779.[39] Volynsky, A. B., Spectrochim. Acta Part B, 1998, 53, 509.[40] Constantini, S.; Giordano, R.; Vernillo, I., Microch<strong>em</strong>., J., 1984, 30, 425.[41] Lange, N. A., Handbook of ch<strong>em</strong>istry, New York: McGraw-Hill Book Company, 1969.[42] Stetter, F.; Esselborn, R.; Har<strong>de</strong>r, N.; Friz, M.; Tolles, P., Appl. Optics, 1976, 15, 2315.[43] De Giglio, E.; Sabbatini, L.; Lampugnani, L.; Slaveykova, V. I.; Tsalev, D. L., Surf. Interface Anal.,2000, 29, 747.120


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoCAPÍTULO 4APLICAÇÃO DE TS-FF-AAS NADETERMINAÇÃO DE Cd, Cu E Pb EM AMOSTRASBIOLÓGICAS NA FORMA DE SUSPENSÕESParte das informações <strong>de</strong>ste capítulo foram publicadas nos seguintes artigoscientíficos:Pereira-Filho, E. R.; Berndt, H.; Arruda, M. A. Z.. Simultaneous sample digestion and<strong>de</strong>termination of Cd, Cu and Pb in biological samples using thermospray flamefurnace atomic absorption spectrometry (TS-FF-AAS) with slurry sample introduction.Journal of Analytical Atomic Spectrometry, 2002, 17, 1308.Pereira-Filho, E. R.; Arruda, M. A. Z.. Atomização com chama e eletrotérmica: (re)apresentan<strong>do</strong> <strong>alternativas</strong>. Anais da Associação Brasileira <strong>de</strong> Química, no prelo.Pereira-Filho, E. R.; Pérez, C. A.; Arruda, M. A. Z.. Emprego <strong>de</strong> microfluorescência<strong>de</strong> raios-X na investigação da distribuição <strong>de</strong> metais na superfície <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong> Ni<strong>em</strong>prega<strong>do</strong> na técnica <strong>do</strong> spray térmico com tubo na chama. Avances en análisespor técnicas <strong>de</strong> rayos X, submeti<strong>do</strong> para publicação.121


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filho1. OBJETIVOSOs objetivos <strong>de</strong>ste quarto capítulo estão volta<strong>do</strong>s <strong>em</strong> apresentar os resulta<strong>do</strong>sobti<strong>do</strong>s <strong>em</strong> um estágio (Maio a Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2001) realiza<strong>do</strong> no Institute ofSpectroch<strong>em</strong>istry and Applied Spectroscopy (ISAS - Dortmund/Al<strong>em</strong>anha) sob asupervisão <strong>do</strong> Prof. Dr. Harald Berndt.No <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s trabalhos no ISAS os objetivos principais estavamvolta<strong>do</strong>s para a análise <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> alimentos, tais como, fíga<strong>do</strong> bovino, leite,carnes entre outras, na forma <strong>de</strong> suspensões, b<strong>em</strong> como no uso <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>resquímicos permanentes na técnica TS-FF-AAS. Os metais <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s foram Cd,Cu e Pb. Conseqüent<strong>em</strong>ente, foi também objetivo <strong>de</strong>ste capítulo a transferência <strong>do</strong>sconhecimentos adquiri<strong>do</strong>s na Al<strong>em</strong>anha para grupos <strong>de</strong> pesquisa no Brasil.2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICANa literatura são encontradas diversas <strong>alternativas</strong> para o aumento dasensibilida<strong>de</strong> da FAAS. Um <strong>do</strong>s trabalhos pioneiros foi proposto <strong>em</strong> 1970 por Delves[1]. Neste trabalho foi apresentada a utilização <strong>de</strong> um copo metálico: copo <strong>de</strong> Delves.O copo <strong>de</strong> Delves apresenta algumas vantagens, tais como, a amostra po<strong>de</strong> serpreparada no próprio copo metálico, reduzin<strong>do</strong> probl<strong>em</strong>as com contaminação e asmedições são rápidas (aproximadamente <strong>de</strong> 8 a 15 s) [2]. Na alternativa proposta porDelves [1], <strong>em</strong> copo <strong>de</strong> Ni (10 mm <strong>de</strong> d.e., 5 mm <strong>de</strong> altura e 7 mm <strong>de</strong> d.i.) umaamostra <strong>de</strong> sangue era <strong>de</strong>positada juntamente com peróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> hidrogênio. Após umcurto t<strong>em</strong>po para oxidação parcial da amostra, o copo era movimenta<strong>do</strong> para umespaço situa<strong>do</strong> entre uma chama <strong>de</strong> ar e acetileno e um tubo <strong>de</strong> Ni. O copo eraposiciona<strong>do</strong> imediatamente abaixo <strong>de</strong> um orifício <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Ni (10 cm <strong>de</strong>comprimento, 12,5 mm <strong>de</strong> d.e. e espessura igual a 1,5 mm). Com este sist<strong>em</strong>a foi<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> Pb e, os resulta<strong>do</strong>s apresentaram um RSD <strong>de</strong> 5,7 a 15,3 % e o volume<strong>de</strong> amostra (sangue) foi apenas <strong>de</strong> 10 L.No que se refere ao copo <strong>de</strong> Delves o tubo metálico t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> substituí<strong>do</strong> poroutras <strong>alternativas</strong>, tais como, quartzo, sílica fundida, alumina fundida e cerâmica [3].122


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoWard et al. [4] investigaram a possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>em</strong>prego <strong>do</strong> copo <strong>de</strong> Delves <strong>em</strong>combinação com uma chama <strong>de</strong> óxi<strong>do</strong> nitroso e acetileno verifican<strong>do</strong> uma reduçãosignificante <strong>do</strong>s efeitos <strong>de</strong> interferentes na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> cinco metais: Ag, Cd,Cu, Pb e Zn.Matusiewicz [3] apresentou uma recente e abrangente revisão sobre técnicaspara aumentar a sensibilida<strong>de</strong> da FAAS. A primeira técnica é a caracterizada pelautilização <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong> quartzo longo para aprisionar átomos provenientes <strong>de</strong> umachama (LPAT). O formato <strong>de</strong>ste tubo po<strong>de</strong> ser linear ou na forma <strong>de</strong> um “T”. Estatécnica não foi explorada comercialmente apesar <strong>de</strong> bons resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>spor alguns pesquisa<strong>do</strong>res [5]. As aplicações da LPAT variam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>terminação<strong>de</strong> Co e Cr <strong>em</strong> materiais geológicos [6] até a <strong>de</strong>terminação Cd <strong>em</strong> urina e sangue [7].Uma outra alternativa para aprisionar átomos na chama é o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> tuboscom aberturas posicionadas no percurso da chama <strong>de</strong> ar e acetileno (STAT) [3]. ASTAT apresenta bons resulta<strong>do</strong>s para metais voláteis, tais como, Ag, As, Bi, Cd, Sb,Se e Sn, com um aumento <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2 a 5 vezes ao se compararcom FAAS. Tubos <strong>de</strong> quartzo têm si<strong>do</strong> <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s como aprisiona<strong>do</strong>res, entretanto,este material apresenta algumas limitações como, por ex<strong>em</strong>plo, baixa vida útil,principalmente quan<strong>do</strong> amostras com altas concentrações <strong>de</strong> metais alcalinos sãonebuliza<strong>do</strong>s. As dimensões <strong>do</strong>s tubos variam muito e <strong>de</strong>pend<strong>em</strong> <strong>do</strong> equipamento<strong>em</strong>prega<strong>do</strong> nas <strong>de</strong>terminações. Na literatura são encontra<strong>do</strong>s tubos com d.i.varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 4 a 15,5 mm, e comprimentos <strong>de</strong> 120 a 150 mm, a largura das aberturasvaria <strong>de</strong> 1 a 3 mm e o comprimento varia <strong>de</strong> 50 a 115 mm para a abertura inferior e<strong>de</strong> 30 a 110 mm para a abertura superior. Existe, também, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> setrabalhar com apenas uma abertura na parte inferior <strong>do</strong> tubo.Um outro conceito <strong>em</strong> técnicas <strong>de</strong> pré-concentração é o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong>aprisionamento in situ <strong>de</strong> átomos. Nesta técnica um tubo é posiciona<strong>do</strong> sobre oqueima<strong>do</strong>r e a alguns milímetros abaixo <strong>do</strong> feixe gera<strong>do</strong> pela lâmpada <strong>de</strong> cáto<strong>do</strong> oco[3]. O tubo é constant<strong>em</strong>ente refrigera<strong>do</strong> com água (WCAT) enquanto que a amostraé introduzida via nebuliza<strong>do</strong>r. Desta forma, os átomos <strong>do</strong> analito ou seus precursoressão con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>s no tubo refrigera<strong>do</strong>. Após alguns minutos a água é <strong>de</strong>sligada e umsinal transiente é coleta<strong>do</strong>. Outras <strong>alternativas</strong> são possíveis como, por ex<strong>em</strong>plo,123


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filho<strong>em</strong>pregar <strong>do</strong>is tubos, um sobre o outro, [8] ou um ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> outro [9]. No primeirocaso o tubo na posição inferior é s<strong>em</strong>pre manti<strong>do</strong> refrigera<strong>do</strong> e da posição superior érefrigera<strong>do</strong> (coleta <strong>do</strong>s átomos <strong>do</strong> analito) e aqueci<strong>do</strong> (obtenção <strong>do</strong> sinal analítico).No segun<strong>do</strong> caso ambos tubos são <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s para coletar os átomos <strong>do</strong> analito.Na literatura são encontra<strong>do</strong>s diferentes termos para o processo <strong>de</strong>aprisionamento <strong>do</strong>s analitos na superfície refrigerada, sen<strong>do</strong> comum encontrar otermo “átomos acumula<strong>do</strong>s” [10] e “átomos aprisiona<strong>do</strong>s” [3, 8].Outras possibilida<strong>de</strong>s são encontradas, tais como, a proposta por Alvara<strong>do</strong> e Jaffé[11] on<strong>de</strong> os autores apresentaram uma engenhosa alternativa para a atomização <strong>de</strong>amostras sólidas <strong>em</strong> chama. Neste trabalho, foi proposta a atomização <strong>de</strong> amostrassólidas <strong>em</strong> um tubo <strong>de</strong> grafite <strong>em</strong> uma chama (TIF). A amostra foi preparada misturan<strong>do</strong>se300 mg <strong>de</strong> amostra sólida <strong>em</strong> 100 mL <strong>de</strong> água, posteriormente a suspensão foi filtrada,e a amostra sólida retida no filtro. Com o auxílio <strong>de</strong> uma ferramenta especial foramrecorta<strong>do</strong>s círculos com 3,2 mm <strong>de</strong> diâmetro <strong>do</strong> filtro com a amostra impregnada. Apóssecag<strong>em</strong>, o pequeno círculo foi introduzi<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong>samente no tubo <strong>de</strong> grafite, eposteriormente na chama <strong>de</strong> ar/acetileno. Entre cada <strong>de</strong>terminação o tubo era retira<strong>do</strong> dachama, resfria<strong>do</strong> e limpo com o auxílio <strong>de</strong> um jato <strong>de</strong> ar. Com o sist<strong>em</strong>a, foi <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>Pb <strong>em</strong> amostras <strong>de</strong> sedimento.2.1. SPRAY TÉRMICOO <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> spray térmico na introdução <strong>de</strong> amostras <strong>em</strong> um forno metálicoaqueci<strong>do</strong> (TS-FF-AAS) por uma chama (ar e acetileno) foi inicialmente proposto porGáspár e Berndt, <strong>em</strong> 2000 [12]. Entretanto, foi primeiramente proposto o uso <strong>de</strong> umfino jato <strong>de</strong> amostra introduzi<strong>do</strong> diretamente no forno metálico (BIFF-AAS) [13]. NoBIFF-AAS um jato <strong>de</strong> amostra é forma<strong>do</strong> com o auxílio <strong>de</strong> pequeno nozzle e “voa”cerca <strong>de</strong> 10 cm até o interior <strong>do</strong> forno metálico quente. No interior <strong>de</strong>ste forno ocorreum fenômeno <strong>de</strong>scrito pelos autores como uma nebulização por impacto - JIN. Osautores investigaram diversos parâmetros e mediram uma t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> 1050 o C notubo metálico (Ni puro). O t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> residência <strong>do</strong>s átomos na chama foi <strong>de</strong>aproximadamente 60 ms e os limites <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção para 17 el<strong>em</strong>entos (Ag, As, Au, Bi,124


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoCd, Cu, Hg, In, K, Pb, Pd, Rb, Sb, Se, Te, Tl e Zn) foram melhora<strong>do</strong>s da ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> 6(As) a 202 (Hg) vezes, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com FAAS.Ainda <strong>em</strong> 2000 Gáspár e Berndt [12] propuseram o TS-FF-AAS, on<strong>de</strong> umcapilar metálico ou cerâmico foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> na introdução das amostras no interior<strong>do</strong> forno. Desta forma, foi possível obter t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> residência da ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> 160 ms(contra 10 ms da FAAS).O spray térmico é <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>, principalmente, na introdução <strong>de</strong> amostras <strong>em</strong>ICP OES e ICP-MS. Neste caso, a passag<strong>em</strong> da amostra líquida é forçada através<strong>de</strong> um tubo capilar <strong>de</strong> aço aqueci<strong>do</strong> para vaporizar o solvente, resultan<strong>do</strong> <strong>em</strong> umvapor que converte o líqui<strong>do</strong> r<strong>em</strong>anescente <strong>em</strong> gotas [14-16].Na técnica proposta por Gáspár e Berndt [12] o capilar possui cerca <strong>de</strong> 10 cme a própria chama (ar e acetileno) <strong>de</strong> um espectrômetro <strong>de</strong> absorção atômica éutilizada para formar o spray térmico. Desta forma, a TS-FF-AAS configura-se comouma técnica extr<strong>em</strong>amente atraente para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> metais com alta e médiavolatilida<strong>de</strong>.Na chama <strong>de</strong> ar e acetileno foram testa<strong>do</strong>s diversos materiais na configuração<strong>do</strong> forno, tais como, super ligas, Ni e cerâmicas. Na parte inferior <strong>do</strong> tubo foramefetua<strong>do</strong>s alguns furos para permitir a entrada parcial da chama no interior <strong>do</strong>atomiza<strong>do</strong>r e foram medidas t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> aproximadamente 1000 o C. Os autorestestaram, ainda, o material <strong>do</strong> capilar <strong>do</strong> spray térmico: aço, Ti, cerâmica e ligas <strong>de</strong>Pt e Ir. O fluxo <strong>do</strong> carrega<strong>do</strong>r e o d.i. <strong>do</strong> capilar influenciam severamente no<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho das <strong>de</strong>terminações. Os autores relataram que o d.i. <strong>do</strong> capilar éinversamente proporcional à intensida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s sinais analíticos, pois maioresdiâmetros proporcionam gotas maiores com conseqüente diminuição dasensibilida<strong>de</strong>. O aumento <strong>do</strong> fluxo <strong>do</strong> carrega<strong>do</strong>r proporciona o surgimento <strong>de</strong> umefeito <strong>de</strong> resfriamento <strong>do</strong> tubo com queda da sensibilida<strong>de</strong>. No trabalho realiza<strong>do</strong> osautores estudaram cinco metais (Cd, Cu, Hg, Pb e Tl) com aumento <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><strong>de</strong>tecção (quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com a FAAS) varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 14 (Cu) até 67 (Hg) vezes.Tanto o TS-FF-AAS quanto o BIFF-AAS <strong>em</strong>pregam sist<strong>em</strong>as <strong>em</strong> fluxo que pod<strong>em</strong>ser configura<strong>do</strong>s por diversos tipos <strong>de</strong> bombas. Nas duas técnicas pod<strong>em</strong> ser125


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filho<strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s tubos metálicos. A Figura 54 mostra a configuração das duas técnicasanalíticas.Sist<strong>em</strong>a <strong>em</strong> FluxoBomba PeristálticaTS-FF-AASTubo na chamaBomba <strong>de</strong> DiafragmaBomba <strong>de</strong> PistãoBomba para cromatografiaBIFF-AASFigura 54: Configuração da TS-FF-AAS e BIFF-AAS. Em ambos os casos são utiliza<strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as <strong>em</strong>fluxo e um tubo na chama.3. PARTE EXPERIMENTAL3.1. MATERIALOs seguintes equipamentos foram utiliza<strong>do</strong>s no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta etapa <strong>do</strong>trabalho: Espectrômetro <strong>de</strong> Absorção Atômica com Chama marca Unicam, mo<strong>de</strong>lo SP-9 e equipa<strong>do</strong> com corretor<strong>de</strong> <strong>de</strong>utério. Bomba <strong>de</strong> diafragma marca KNF Neuberger, mo<strong>de</strong>lo NF 1.30. Capilares cerâmicos marca Friatec. Diversos capilares cerâmicos foram <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s e foram utiliza<strong>do</strong>sos seguintes d. i./d.e.: 0,50/2,00, 0,55/2,55, 0,60/1,00, 0,80/1,20 e 1,00/2,00 mm. Válvula para introdução <strong>de</strong> amostra (4 caminhos – 6 portas), marca Alltech, mo<strong>de</strong>lo Rheodyne. Tubos <strong>de</strong> PEEK com diversas dimensões e d.i. e d.e. para construção das linhas <strong>de</strong> transmissão econfiguração da bomba <strong>de</strong> diafragma. Na aquisição e tratamento <strong>do</strong>s sinais analíticos foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> um programa <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>r paracromatografia líquida <strong>de</strong> alta eficiência, marca Knauer, versão 2.05. Banho <strong>de</strong> ultrasom marca Branson, mo<strong>de</strong>lo 5200. Estufa para secag<strong>em</strong> <strong>de</strong> amostras, marca Heralus, mo<strong>de</strong>lo T5042. Peneira com 100 m, marca Siebtechnik. Microscópio eletrônico <strong>de</strong> varredura marca JEOL, mo<strong>de</strong>lo JSM 6400. Agita<strong>do</strong>r magnético marca Ikamag -RCT. Espectrômetro <strong>de</strong> absorção atômica com forno <strong>de</strong> grafite marca Perkin Elmer, mo<strong>de</strong>lo AAnalyst 600,equipa<strong>do</strong> com corretor Ze<strong>em</strong>an longitudinal, auto-amostra<strong>do</strong>r mo<strong>de</strong>lo AS-800, e sonda ultra-sônicamo<strong>de</strong>lo USS-800. Lupa marca Carl Zeiss, mo<strong>de</strong>lo St<strong>em</strong>i DV4, com aumento varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 8 a 32 vezes.126


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoSoftware Axion Vision 3.0.6.20 para aquisição e tratamento <strong>de</strong> imagens, produzi<strong>do</strong> pela Carl Zeiss.Máquina fotográfica digital, mo<strong>de</strong>lo DSC-S75 Cyber-shot, Marca Sony.3.2. TUBOS METÁLICOSNo <strong>de</strong>correr <strong>do</strong>s trabalhos foram testa<strong>do</strong>s tubos metálicos da marca J. & J. Ethen.Três tubos metálicos com d.i./d.e. <strong>de</strong> 10/12 e 8/10 mm foram <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s comoatomiza<strong>do</strong>res. Os nomes fantasia a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s pelo fabricante foram Ni 200 e 201 e MA956.O Quadro 6 mostra a composição <strong>de</strong>stes tubos. Os tubos possuíam um orifício principalna parte frontal para introdução <strong>do</strong> capilar <strong>do</strong> spray térmico e alguns furos (geralmente 5ou 6) na parte inferior para entrada parcial da chama no interior <strong>do</strong> mesmo.Quadro 6: Composição (%) <strong>do</strong>s tubos atomiza<strong>do</strong>res <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s na etapa <strong>de</strong> otimização. Para C, Si, Mn, P eS as concentrações indicadas são as máximas encontradas.Nome Densida<strong>de</strong>Ni Cr C Si Mn S Ti Fe Outroscomercial g/cmNi 200 e0,02 (201)Cu 0,258,9 99,2 -0,2 0,35 0,01 0,1 0,4Ni 2010,1 (200)Mg 0,15Al 4,5MA 956 7,3 - 20 - - - - 0,5 74Y 2 O 3 0,5As ligas <strong>de</strong> Ni puro têm boas proprieda<strong>de</strong>s mecânicas, e excelente resistência àcorrosão <strong>em</strong> diversos meios. Adicionalmente, o Ni mantém a resistência mecânica atét<strong>em</strong>peraturas relativamente elevadas e t<strong>em</strong> boa tenacida<strong>de</strong>, mesmo à baixa t<strong>em</strong>peratura.O Ni 200 é o mais recomenda<strong>do</strong> para operações <strong>de</strong> trabalho a frio, <strong>em</strong> função <strong>de</strong> suamenor dureza inicial. Tanto o Ni 200 como 201 têm boa condutivida<strong>de</strong> térmica e elétrica.As aplicações se dão <strong>em</strong> equipamentos para indústrias <strong>de</strong> alimentos, componenteselétricos e eletrônicos, na indústria química, especialmente no manuseio <strong>de</strong> bases,componentes <strong>de</strong> mísseis e foguetes, fabricação <strong>de</strong> sabões, entre outras. O calorespecífico das ligas <strong>de</strong> Ni 200 e 201 é da ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> 440 J/kgK, a resistivida<strong>de</strong> elétrica éigual a 8,5 ohms/cm e o ponto <strong>de</strong> fusão compreen<strong>de</strong> a faixa <strong>de</strong> 1435 a 1445 o C [17].A liga MA 956 é configurada para trabalhar <strong>em</strong> aplicações que envolvam altast<strong>em</strong>peraturas e ambientes corrosivos. Seu ponto <strong>de</strong> fusão é da ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> 1482 o C epossui maior resistência à oxidação quan<strong>do</strong> comparada com as ligas <strong>de</strong> Ni puro [18,19].127


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filho3.3. REAGENTES E SOLUÇÕESOs reagentes lista<strong>do</strong>s foram utiliza<strong>do</strong>s no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste trabalho epossu<strong>em</strong> grau analítico. Todas as soluções foram preparadas utilizan<strong>do</strong> água<strong>de</strong>stilada/<strong>de</strong>ionizada. HNO 3 concentra<strong>do</strong> sub-ebulição. Marca Merck. Triton X-100. Marca Roth. Peróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> hidrogênio 30% (v/v). Marca Merck. Soluções estoque <strong>de</strong> Cd, Cu e Pb (Titrisol) concentração 1000 mg/L. Marca Merck. Os seguintes sais (Merck) foram <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s nos testes com concomitantes: MgCl 2 6H 2 O, NaCl,CaCl 2 2H 2 O, Zn(NO 3 ) 2 6H 2 O, Cu(NO 3 ) 2 3H 2 O, Mn(NO 3 ) 2 4H 2 O, KCl e Fe(NO 3 ) 3 9H 2 O. Oxicloreto <strong>de</strong> zircônio (ZrOCl 2 .8H 2 O). Marca Merck. Fosfato <strong>de</strong> amônio [(NH 4 ) 3 PO 4 ]. Marca Merck. Metanol. Marca Merck.Todas as soluções foram preparadas diariamente <strong>em</strong> água<strong>de</strong>stilada/<strong>de</strong>ionizada e acondicionadas <strong>em</strong> frascos <strong>de</strong> polietileno. A relação dassoluções <strong>em</strong>pregadas nesta parte <strong>do</strong> trabalho encontra-se a seguir: Soluções <strong>de</strong> HNO 3 concentrações 0,3, 1,0, 2,0 e 3,0 mol/L. Soluções padrão <strong>de</strong> Cd <strong>em</strong> concentrações iguais a 2, 4, 8, 10 e 12 g/L. Soluções padrão <strong>de</strong> Cu <strong>em</strong> concentrações iguais a 50, 100, 200 e 250 g/L. Soluções padrão <strong>de</strong> Pb <strong>em</strong> concentrações iguais a 40, 80, 100 e 120 g/L. Nos testes com concomitantes (macroconstituintes) foram <strong>em</strong>pregadas soluções estoques <strong>de</strong> Ca,K, Mg e Na <strong>em</strong> concentrações iguais a 5 % (m/v). Nos testes com concomitantes (microconstituintes) foram <strong>em</strong>pregadas soluções estoques <strong>de</strong> Cu,Fe, Mn e Zn <strong>em</strong> concentrações iguais a 0,4% (m/v). Solução <strong>de</strong> Zr a 1% (m/v). Solução <strong>de</strong> PO 3- 4 a 0,15% (m/v).3.4. AMOSTRASNa realização <strong>de</strong>sta etapa <strong>do</strong> trabalho, as seguintes amostras certificadasforam <strong>em</strong>pregadas: Espinafre (Spinach, SRM 1570). Folhas <strong>de</strong> Pomar (Orchard Leaves, SRM 1571). Folhas <strong>de</strong> Citros (Citrus Leaves, SRM 1572). Folhas <strong>de</strong> Tomate (Tomato Leaves, SRM 1573).Fíga<strong>do</strong> Bovino (Bovine Liver, SRM 1577b). Rim <strong>de</strong> Porco (Pig Kidney, CRM 186).Três amostras não certificadas <strong>de</strong> extrato <strong>de</strong> tomate também foramanalisadas. Estas amostras foram secas <strong>em</strong> estufa a 60 o C até massa constante,128


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filhomoídas com o auxílio <strong>de</strong> almofariz e pistilo e peneiradas utilizan<strong>do</strong> uma peneira <strong>de</strong>abertura igual a 100 m.3.5. PREPARO DAS SUSPENSÕESO uso <strong>de</strong> suspensões apresenta algumas limitações relacionadas àhomogeneização e distribuição <strong>do</strong>s tamanhos <strong>de</strong> partículas [20,21]. Para minimizarestas limitações, o tratamento com ultra-som po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia.Nos trabalhos <strong>de</strong>ste quarto capítulo as suspensões foram preparadas<strong>em</strong>pregan<strong>do</strong>-se um banho <strong>de</strong> ultra-som para homogeneização. As suspensões forampreparadas utilizan<strong>do</strong>-se HNO 3 e suas concentrações finais variaram <strong>de</strong> 0,1 a 1,0%(m/v). As amostras certificadas apresentaram um tamanho <strong>de</strong> partícula menor ouigual a 100 m.3.6 CONFIGURAÇÃO DO SISTEMANa configuração <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> trabalho <strong>em</strong>pregou-se um espectrômetro <strong>de</strong>absorção atômica da marca Unicam com feixe simples e correção <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> comlâmpada <strong>de</strong> <strong>de</strong>utério. Um suporte para os tubos atomiza<strong>do</strong>res foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> nopróprio <strong>Instituto</strong>, e na aquisição <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>em</strong>pregou-se um software originalmente<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> para coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s cromatográficos.O tubo <strong>de</strong> Ni foi posiciona<strong>do</strong> no suporte <strong>de</strong> tal forma que o feixe <strong>de</strong> radiaçãoproveniente da lâmpada <strong>de</strong> cato<strong>do</strong> oco passasse pelo seu interior. O acionamento dachama <strong>de</strong>ve ser feito na ausência <strong>do</strong> tubo atomiza<strong>do</strong>r, evitan<strong>do</strong>-se que o acetilenofique armazena<strong>do</strong> no seu interior e ocorram explosões [12]. Após o acionamento dachama <strong>de</strong> ar e acetileno o tubo atomiza<strong>do</strong>r era posiciona<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong>samente sobre achama com a ajuda <strong>de</strong> uma tenaz. O capilar <strong>do</strong> spray térmico era introduzi<strong>do</strong> cerca<strong>de</strong> 2 ou 3 mm no interior <strong>do</strong> tubo atomiza<strong>do</strong>r.129


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filho3.7. BOMBA DE DIAFRAGMAO sist<strong>em</strong>a foi composto, também, por uma bomba <strong>de</strong> diafragma parapromover o fluxo carrega<strong>do</strong>r. A utilização <strong>de</strong> bombas <strong>de</strong> diafragma <strong>em</strong> químicaanalítica é uma prática muito recente. No caso específico <strong>de</strong>ste trabalho, <strong>em</strong>pregouseuma bomba da marca KNF, mo<strong>de</strong>lo 1.30.As bombas <strong>de</strong> diafragma apresentam algumas peculiarida<strong>de</strong>s que serãodiscutidas a seguir, e com base no livro apresenta<strong>do</strong> por Becker [22]. Elas secaracterizam pela simplicida<strong>de</strong> e baixo custo e não necessitam <strong>de</strong> lubrificação <strong>em</strong>anutenção. As bombas <strong>de</strong> diafragma são compostas por um diafragma posiciona<strong>do</strong>entre o corpo principal da bomba e a câmara <strong>de</strong> movimentação, como mostra aFigura 55. O diafragma é conecta<strong>do</strong> a um suporte, <strong>de</strong> tal forma que um mecanismo<strong>de</strong> rotação posiciona<strong>do</strong> no interior da câmara <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong>sloca-o <strong>em</strong>movimentos circulares fazen<strong>do</strong> com que o diafragma se flexione ascen<strong>de</strong>nte e<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente. No movimento ascen<strong>de</strong>nte o diafragma expulsa o líqui<strong>do</strong> pormeio da válvula <strong>de</strong> pressão (Figura 55a) e no movimento <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, o diafragmapromove a sucção <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> (Figura 55b). O suporte e o mecanismo <strong>de</strong> rotação(motor pequeno – 12 volts) são conecta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma excêntrica.A bomba <strong>em</strong>pregada neste trabalho possuía cerca <strong>de</strong> 10 cm <strong>de</strong> comprimentoe permitia um fluxo constante e pulsante <strong>de</strong> aproximadamente 130 mL/min.Logicamente este fluxo alto e a pulsação são características in<strong>de</strong>sejáveis para asfinalida<strong>de</strong>s analíticas propostas neste trabalho. Para contornar estes probl<strong>em</strong>as, abomba <strong>de</strong> diafragma foi conectada a uma garrafa <strong>de</strong> vidro (2 litros) conten<strong>do</strong> ocarrega<strong>do</strong>r. O carrega<strong>do</strong>r foi constant<strong>em</strong>ente re-circula<strong>do</strong> através <strong>de</strong> um capilar <strong>de</strong>PEEK com 11 cm <strong>de</strong> comprimento e 0,5 mm <strong>de</strong> d.i., reduzin<strong>do</strong> o fluxo para 100mL/min (fluxo <strong>de</strong> circulação). Esta conexão oferecia uma resistência à passag<strong>em</strong> <strong>do</strong>carrega<strong>do</strong>r, produzin<strong>do</strong> uma pressão <strong>de</strong> aproximadamente 6 bar. No percurso <strong>do</strong>fluxo <strong>do</strong> carrega<strong>do</strong>r instalou-se uma conexão <strong>em</strong> “T” e um outro capilar <strong>de</strong> PEEKcom 150 cm <strong>de</strong> comprimento e 0,13 mm <strong>de</strong> d.i.. Este segun<strong>do</strong> capilar oferecia umaresistência muito gran<strong>de</strong> à passag<strong>em</strong> <strong>do</strong> carrega<strong>do</strong>r, fazen<strong>do</strong> com que o fluxo (fluxoanalítico) fosse muito reduzi<strong>do</strong> e a pressão obtida foi <strong>de</strong> 4 bar. Com esta combinação130


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filho<strong>do</strong>s capilares <strong>de</strong> PEEK obteve-se um fluxo analítico <strong>de</strong> 0,4 mL/min. Este fluxo po<strong>de</strong>ser calcula<strong>do</strong> ou estima<strong>do</strong> <strong>em</strong>pregan<strong>do</strong>-se a expressão <strong>de</strong> Hagen-Poiseuille [23]:P = 128 . V . . l . d 4on<strong>de</strong>: P é a pressão <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a <strong>em</strong> Pascal (1 bar = 100000 Pa), V é o fluxo <strong>em</strong>m 3 /s, é a viscosida<strong>de</strong> dinâmica <strong>em</strong> Pa s (para a água a viscosida<strong>de</strong> dinâmica éigual a 0,001), é o comprimento <strong>do</strong> capilar <strong>em</strong> metros e d é o seu d.i. <strong>em</strong> metros.Com o auxílio da expressão mostrada anteriormente, é possível efetuar diversascombinações <strong>do</strong>s capilares <strong>de</strong> PEEK para obter um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> fluxo analítico.(a)(b)Figura 55: Bomba <strong>de</strong> diafragma, on<strong>de</strong> 1 é o diafragma, 2 é o corpo da bomba, 3 é a câmara d<strong>em</strong>ovimentação, 4 é o suporte <strong>do</strong> diafragma, 5 dispositivo <strong>de</strong> movimentação, 6 é a conexão entreo dispositivo <strong>de</strong> movimentação e o suporte <strong>do</strong> diafragma, 7 é o local <strong>de</strong> trabalho <strong>do</strong> diafragma e8 são as válvulas <strong>de</strong> sucção e pressão. Em (a) e (b) t<strong>em</strong>os a bomba expulsan<strong>do</strong> e efetuan<strong>do</strong> asucção, respectivamente.Na tubulação <strong>do</strong> fluxo <strong>de</strong> circulação foi posicionada uma pequena peçacircular conten<strong>do</strong> <strong>em</strong> seu interior duas barras pequenas <strong>de</strong> espuma <strong>de</strong> polietileno. Ofluxo <strong>de</strong> circulação era força<strong>do</strong> a passar pelo interior <strong>de</strong>sta peça, entran<strong>do</strong> <strong>em</strong>contato com as espumas e reduzin<strong>do</strong> a pulsação. A Figura 56 mostra to<strong>do</strong> o sist<strong>em</strong>aapós configuração.131


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoSACSCR2TAMCR1VQRCBDFigura 56: Configuração final <strong>do</strong> spray térmico, on<strong>de</strong> BD é a bomba <strong>de</strong> diafragma, M é um manômetropara monitorar a pressão <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a, RC é o reservatório <strong>do</strong> carrega<strong>do</strong>r, SA é um dispositivopara diminuir os pulsos da bomba <strong>de</strong> diafragma, V é a válvula para amostrag<strong>em</strong> e injeção daamostra, Q é o queima<strong>do</strong>r, CS é o capilar <strong>do</strong> spray térmico, TA é o tubo atomiza<strong>do</strong>r e CR1 (0,5mm <strong>de</strong> d.i. e 11 cm <strong>de</strong> comprimento) e CR2 (0,13 mm <strong>de</strong> d.i. e 150 cm <strong>de</strong> comprimento) são oscapilares <strong>de</strong> PEEK para regulag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s fluxos.3.8. OTIMIZAÇÃO DO SISTEMAForam estuda<strong>do</strong>s o volume da amostra, o fluxo <strong>do</strong> carrega<strong>do</strong>r, dimensões etipo <strong>de</strong> tubo. Três tubos metálicos foram investiga<strong>do</strong>s: Ni 201 com 10 mm d.i., 12 mmd.e.; Ni 200 com 8 mm <strong>de</strong> d.i., 10 mm <strong>de</strong> d.e. e MA 956 com 8 mm <strong>de</strong> d.i. e 10 mm<strong>de</strong> d.e., to<strong>do</strong>s com 10 cm <strong>de</strong> comprimento. Na introdução das soluções no interior <strong>do</strong>tubo atomiza<strong>do</strong>r, <strong>em</strong>pregou-se um capilar cerâmico com 0,50 mm <strong>de</strong> d.i..Na otimização <strong>do</strong> volume da amostra e fluxo carrega<strong>do</strong>r <strong>em</strong>pregou-se umplanejamento fatorial 2 2 mais ponto central. Os volumes <strong>de</strong> amostra <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>sforam 100, 200 e 300 L (normaliza<strong>do</strong>s <strong>em</strong> –1, 0 e +1, respectivamente). O fluxo <strong>do</strong>carrega<strong>do</strong>r foi varia<strong>do</strong> <strong>em</strong> 0,4 (- 1), 0,7 (0) e 1,0 mL/min (+1). O planejamento fatorialfoi repeti<strong>do</strong> para cada tubo.Na introdução <strong>do</strong>s padrões e suspensões no interior <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Ni, <strong>em</strong>pregousecapilares cerâmicos, que normalmente são utiliza<strong>do</strong>s como isolantes <strong>de</strong>termopares. O d.i. <strong>do</strong> capilar cerâmico foi estuda<strong>do</strong> para introdução da amostra notubo atomiza<strong>do</strong>r. Uma alíquota <strong>de</strong> 300 L <strong>de</strong> uma solução <strong>de</strong> Cd a 8 g/L foiintroduzida <strong>em</strong> um fluxo carrega<strong>do</strong>r <strong>de</strong> 0,4 mL/min, e por sua vez direcionada para132


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filhoum tubo metálico atomiza<strong>do</strong>r. Sinais analíticos foram obti<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> foram utiliza<strong>do</strong>scapilares cerâmicos com os seguintes d.i.: 0,50, 0,55, 0,60, 1,00 e 2,00 mm.Nos testes preliminares com suspensões, foram observa<strong>do</strong>s alguns probl<strong>em</strong>as<strong>de</strong> entupimento nas linhas <strong>de</strong> transmissão e capilar cerâmico. Estes probl<strong>em</strong>as sóforam elimina<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> as suspensões foram preparadas com uma pequenaconcentração <strong>de</strong> tensoativo. Neste caso o Triton-X100 foi estuda<strong>do</strong> <strong>em</strong>concentrações que variaram <strong>de</strong> 0,5 a 1,5 % (v/v).As amostras certificadas <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> pomar, tomate e citros foram moídascom o auxílio <strong>de</strong> um almofariz e pistilo, visan<strong>do</strong> à obtenção <strong>de</strong> menores tamanhos <strong>de</strong>partículas. Algumas micrografias foram obtidas e o tamanho médio das partículas foi<strong>de</strong> 100 m. A Figura 57 mostra uma micrografia obtida da amostra <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong>tomate.Um outro parâmetro investiga<strong>do</strong> no preparo das suspensões foi aconcentração <strong>de</strong> HNO 3 . A amostra certificada <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> tomate foi <strong>em</strong>pregadapara posterior <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd, Cu e Pb. Quatro concentrações <strong>de</strong> HNO 3 foramescolhidas: 0,3, 1,0, 2,0 e 3,0 mol/L. A presença <strong>de</strong> H 2 O 2 foi também estudada <strong>em</strong>algumas suspensões.Figura 57: Micrografia da amostra <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> tomate. O aumento foi <strong>de</strong> 150 vezes.133


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filho3.9. MODIFICAÇÃO DA SUPERFÍCIE, ATMOSFERA INTERNA ECONFIGURAÇÃO DO TUBO DE NÍQUELNos testes efetua<strong>do</strong>s para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb, tentou-se aumentar asensibilida<strong>de</strong> da técnica proposta modifican<strong>do</strong>-se a superfície interna <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Niou misturan<strong>do</strong>-se algum modifica<strong>do</strong>r químico aos padrões aquosos e suspensões.Na primeira tentativa foram introduzidas duas alíquotas <strong>de</strong> 300 L <strong>de</strong> umasolução 1 g/L <strong>de</strong> Zr, utilizan<strong>do</strong> o tubo <strong>de</strong> Ni 201. Uma outra alternativa testada foi opreparo da suspensão <strong>em</strong>pregan<strong>do</strong> metanol, Zr e PO 3- 4 .Em um outro momento, testou-se a introdução <strong>de</strong> um gás auxiliar diretamente<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> tubo, para melhorar a atomização <strong>do</strong> Pb. Perfurou-se um tubo <strong>de</strong> Ni 201,resultan<strong>do</strong> um furo na parte superior e quatro na parte inferior testan<strong>do</strong>-se,inicialmente, a introdução <strong>de</strong> ar, com posterior introdução <strong>de</strong> O 2 . Foram investigadasdiversas vazões <strong>do</strong>s gases. Testou-se, também, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> introduzir osgases pelo mesmo orifício <strong>de</strong> introdução da amostra.Uma outra alternativa investigada foi a utilização <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong> Ni com furosna parte inferior e superior, permitin<strong>do</strong> maior entrada da chama no interior <strong>do</strong>atomiza<strong>do</strong>r com conseqüente aumento da t<strong>em</strong>peratura interna. Neste último teste foiavalia<strong>do</strong> um tubo com 12 furos (6 na parte inferior e 6 na superior).3.10. INVESTIGAÇÃO DE POSSÍVEIS CONCOMITANTES NA DETERMINAÇÃODE Cd, Cu e PbNesta etapa <strong>do</strong> trabalho, foram efetua<strong>do</strong>s alguns testes para verificar ainfluência <strong>de</strong> possíveis concomitantes na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd, Cu e Pb. Neste caso,4 macroconstituintes (Ca, Mg, Na e K) foram estuda<strong>do</strong>s com o intuito <strong>de</strong> verificar aexistência <strong>de</strong> possíveis interferências <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à presença <strong>de</strong>stes el<strong>em</strong>entos. Asproporções mínimas encontradas nas amostras foram iguais a 1:100 (Cd:Ca <strong>em</strong> rim<strong>de</strong> porco), 1:1 (Cu:Ca <strong>em</strong> fíga<strong>do</strong> bovino) e 1: 100 (Pb:Mg <strong>em</strong> folhas <strong>de</strong> tomate). Asproporções máximas foram iguais a 1:36000 (Cd:K <strong>em</strong> fíga<strong>do</strong> bovino), 1:4000 (Cu:K<strong>em</strong> folhas <strong>de</strong> tomate) e 1:7000 (Pb:K <strong>em</strong> folhas <strong>de</strong> tomate). Neste caso, foi efetua<strong>do</strong>134


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filhoum experimento fatorial on<strong>de</strong> as proporções para o Cd foram <strong>de</strong> 1:100, 1:841,1:7071, 1:59460 e 1:500000; para o Cu estes valores foram <strong>de</strong> 1:10, 1:56, 1:316,1:1778 e 1:10000; para o Pb, as proporções foram <strong>de</strong> 1:5, 1:40, 1:316, 1:2515 e1:20000.Os cálculos das concentrações <strong>de</strong> macroconstituintes e os procedimentosexperimentais foram s<strong>em</strong>elhantes àqueles discuti<strong>do</strong>s no capítulo 2. Asconcentrações <strong>de</strong> Cd, Cu e Pb foram fixadas <strong>em</strong> 10, 100 e 100 g/L,respectivamente.Além <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s com macroconstituintes, foram efetua<strong>do</strong>s alguns testes commicroconstituintes: Cu, Fe, Mn e Zn para o Cd e Pb, e Fe, Mn e Zn para o Cu. Paraestes testes as proporções máximas encontradas ao se levantar<strong>em</strong> asconcentrações das amostras certificadas foram iguais a 1:990 para o Cd (Cd:Fe naamostra <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino), 1:63 para o Cu (Cu:Fe na amostra <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> tomate) e1:110 para o Pb (Pb:Fe na amostra <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> tomate). Neste caso resolveu-sea<strong>do</strong>tar apenas a proporção 1:4000 para o Cd (Cd:microconstituinte), 1:100 para o Cue 1:200 para o Pb. As concentrações <strong>do</strong>s analitos foram as mesmas a<strong>do</strong>tadas paraos testes com macroconstituintes. Os experimentos efetua<strong>do</strong>s apresentaram umaboa marg<strong>em</strong> <strong>de</strong> segurança, pois nos testes com microconstituintes, b<strong>em</strong> como comos testes com macroconstituintes, as proporções entre os analitos e concomitantesapresentaram-se acima <strong>do</strong>s valores encontra<strong>do</strong>s nas amostras certificadas.3.11. DETERMINAÇÃO DE Cd, Cu, Pb E TESTES COMPARATIVOS COM ETAASNesta etapa foram efetua<strong>do</strong>s alguns testes para comparar os resulta<strong>do</strong>sobti<strong>do</strong>s com o TS-FF-AAS e ETAAS. Nos testes com ETAAS, o Zr foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong>como modifica<strong>do</strong>r químico permanente, on<strong>de</strong> os fornos <strong>de</strong> grafite foram trata<strong>do</strong>sconforme o programa <strong>de</strong> aquecimento e procedimento <strong>de</strong>scritos no capítulo 1(Tabela 2).Para otimizar as t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização, foram <strong>em</strong>pregadas asamostras <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> tomate (orig<strong>em</strong> vegetal) e rim <strong>de</strong> porco (orig<strong>em</strong> animal). As135


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filhot<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização mais favoráveis para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd,Cu e Pb foram 400 e 1900, 1100 e 2000 e 800 e 1900 o C, respectivamente.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO4.1. OTIMIZAÇÃO DO SISTEMANa otimização <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a varian<strong>do</strong> o volume da amostra e o fluxo <strong>do</strong>carrega<strong>do</strong>r (<strong>em</strong>prego <strong>de</strong> uma solução <strong>de</strong> Cd 8 g/L), foi observa<strong>do</strong> um aumento daárea <strong>do</strong> sinal analítico quan<strong>do</strong> o volume foi aumenta<strong>do</strong> e o fluxo diminuí<strong>do</strong>.Entretanto, a altura <strong>do</strong> sinal analítico (absorbância) foi menos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dasvariações <strong>do</strong> volume da amostra e fluxo carrega<strong>do</strong>r. A Tabela 16 mostra os efeitos eas equações obtidas por meio <strong>do</strong>s experimentos fatoriais. Os efeitos maissignificativos foram <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fluxo carrega<strong>do</strong>r, on<strong>de</strong> o sinal analítico (área) caiu <strong>de</strong>318 a 394% quan<strong>do</strong> o fluxo carrega<strong>do</strong>r foi aumenta<strong>do</strong> <strong>de</strong> 0,4 para 1,0 mL/min.A Figura 58 mostra os gráficos <strong>de</strong> contorno (basea<strong>do</strong>s nas equaçõesapresentadas na Tabela 16) para cada um <strong>do</strong>s tubos investiga<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong> o volumeda amostra e a velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> fluxo carrega<strong>do</strong>r foram estuda<strong>do</strong>s. Ao se observar aFigura 58 constata-se que a intensida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sinal analítico está relacionada com ovolume <strong>de</strong> amostra introduzi<strong>do</strong> no sist<strong>em</strong>a; entretanto, volumes maiores implicam <strong>em</strong>um t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> permanência maior da amostra no sist<strong>em</strong>a, com a conseqüentediminuição da freqüência analítica. Assim volumes maiores que 300 L não foramtesta<strong>do</strong>s para se evitar um comprometimento <strong>de</strong>ste parâmetro. Ao se observar ocomportamento <strong>do</strong> fluxo carrega<strong>do</strong>r, verificou-se que fluxos maiores levaram aresulta<strong>do</strong>s menos satisfatórios, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à diminuição da t<strong>em</strong>peratura <strong>do</strong> tuboatomiza<strong>do</strong>r, com diminuição da eficiência na atomização. Este efeito já foipreviamente observa<strong>do</strong> por Gáspár e Berndt [12].A partir da Figura 58 percebe-se que o tubo MA-956 apresentou sinaisanalíticos maiores que o Ni 200 e 201. Entretanto, o perfil <strong>do</strong>s sinais analíticos(simetria) não foi tão satisfatória quanto aquelas para o Ni 200 ou 201. Ao secomparar os <strong>do</strong>is tubos <strong>de</strong> Ni constata-se que o Ni 201 (Figura 58a) apresentou136


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filhomaior sinal analítico (aproximadamente 25% maior), porém, esta observação nãoestá, provavelmente, relacionada à composição <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is tubos, e sim às suasdimensões. O tubo <strong>de</strong> Ni 201 apresenta um volume interno <strong>de</strong> aproximadamente 7,8mL e um t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> residência <strong>de</strong> 70 ms po<strong>de</strong> ser estima<strong>do</strong> (vazão <strong>do</strong> ar + vazão <strong>do</strong>acetileno igual a 7,5 L/min). Já o tubo <strong>de</strong> Ni 200 apresenta um volume interno <strong>de</strong> 5,0mL resultan<strong>do</strong> <strong>em</strong> um t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> residência <strong>de</strong> 40 ms. O tubo <strong>de</strong> Ni 201 foi escolhi<strong>do</strong>no prosseguimento <strong>do</strong>s experimentos. To<strong>do</strong>s os tubos testa<strong>do</strong>s possuíam 6 furospara entrada da chama <strong>de</strong> ar/acetileno.Tabela 16: Efeitos obti<strong>do</strong>s para o volume da amostra (VA) e fluxo <strong>do</strong> carrega<strong>do</strong>r (F), e equaçõesobtidas após execução <strong>do</strong>s experimentos fatoriais.Efeitos (%)EquaçõesTubo AlturaÁreaVA F VA FAlturaÁreaNi 201 3 -1 143 -318 y = 7,5 + 1,4VA – 0,4F y = 532 + 72VA – 159 FNi 200 2 -2 174 -337 y = 6,0 + 1,1VA –1,1F y = 334 + 87VA –169FMA-956 1 -2 354 -394 y = 5,3 – 1,2F y = 473 + 177VA – 197FFluxo carrega<strong>do</strong>r (mL/min)(a) (b) (c)1,01.001.001,01,01.000.000.000,70,7-1.00-1.000,4 -1.00 0.00 1.00-1.00 0.00 1.00100 200 3000,4 100 200 3000,70.000,4 -1.00-1.00 0.00 1.00100 200 300Volume <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> (L)Figura 58: Gráficos <strong>de</strong> contorno obti<strong>do</strong>s nas otimizações <strong>do</strong> volume da amostra, e <strong>do</strong> fluxo <strong>do</strong>carrega<strong>do</strong>r, ao se <strong>em</strong>pregar Ni 201 (a), Ni 200 (b) e MA 956 (c).No estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> d.i. <strong>do</strong> capilar cerâmico foi <strong>em</strong>pregada uma solução padrão <strong>de</strong>Cd 8 g/L e, um volume <strong>de</strong> 300 L foi introduzi<strong>do</strong> <strong>em</strong> um fluxo carrega<strong>do</strong>r <strong>de</strong> 0,4mL/min. Diversos capilares cerâmicos com diferentes d.i. foram utiliza<strong>do</strong>s e os sinaisanalíticos grava<strong>do</strong>s. A Figura 59 mostra os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s.Ao se observar a Figura 59 percebe-se que ao aumentar o d.i. <strong>do</strong> capilarcerâmico o sinal analítico cai. A área caiu 14% quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s os capilares comd.i. <strong>de</strong> 0,50 e 0,60 mm. Os capilares com 0,80 e 1,00 mm apresentaram uma queda137


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filhomais acentuada (60 e 70%, respectivamente). O capilar cerâmico com 0,50 mm <strong>de</strong>d.i. foi então escolhi<strong>do</strong> para os d<strong>em</strong>ais testes. Capilares com d.i. menores não foramestuda<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos tamanhos <strong>de</strong> partículas das amostras certificadas estudadas,as quais po<strong>de</strong>riam provocar entupimentos <strong>em</strong> capilares com diâmetros menores.0,060,50 mm0,550,60Absorbância0,030,801,000,000 13T<strong>em</strong>po (min)26Figura 59: Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> d.i. <strong>do</strong> capilar cerâmico. Foram introduzi<strong>do</strong>s 300 L <strong>de</strong> uma solução 8 g/L <strong>de</strong>Cd, e o fluxo carrega<strong>do</strong>r foi <strong>de</strong> 0,4 mL/min.No início <strong>do</strong>s experimentos com suspensões foram observa<strong>do</strong>s algunsprobl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> entupimentos das linhas <strong>de</strong> transmissão e <strong>do</strong> capilar <strong>do</strong> spray térmico.Este probl<strong>em</strong>a foi soluciona<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> o Triton-X100 <strong>em</strong> combinação com oHNO 3 . Diversas concentrações <strong>de</strong> Triton-X100 foram <strong>em</strong>pregadas: 0,5 a 1,5 % (v/v).Concentrações maiores <strong>do</strong> tensoativo não ofereceram melhores resulta<strong>do</strong>s e aconcentração <strong>de</strong> 0,5 % foi escolhida no preparo das suspensões.Ao se investigar a concentração <strong>de</strong> HNO 3 na preparação das suspensões, foi<strong>em</strong>pregada a amostra <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> tomate. Diversas suspensões foram preparadasutilizan<strong>do</strong> concentrações iguais a 0,3, 1,0, 2,0 e 3,0 mol/L. A Figura 60 mostra osresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para o Cd quan<strong>do</strong> um volume <strong>de</strong> 300 L <strong>de</strong> amostra foiintroduzi<strong>do</strong> <strong>em</strong> um fluxo carrega<strong>do</strong>r <strong>de</strong> 0,4 mL/min.A partir da Figura 60 percebe-se que não existe influência da concentração <strong>de</strong>HNO 3 , no intervalo estuda<strong>do</strong>, no preparo das suspensões. Este comportamento foiconfirma<strong>do</strong> com um teste t, e nenhuma diferença significativa foi observada ao nível<strong>de</strong> 95%. Ao se <strong>em</strong>pregar concentrações maiores <strong>de</strong> HNO 3 , observou-se um aumento<strong>do</strong> RSD nas <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> Cd: para o HNO 3 0,3 e 1,0 mol/L o RSD foi <strong>de</strong> 2% (n= 3), para 2,0 mol/L esse valor foi <strong>de</strong> 3% (n = 3) e para 3,0 mol/L foi igual a 8%. Este138


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filhoaumento po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a interferências espectrais causadas por uma correção <strong>de</strong>fun<strong>do</strong> <strong>de</strong>ficiente das bandas <strong>de</strong> NO (205, 215 e 226 nm) ou bandas <strong>de</strong> NO 2 (< 250, >270 nm) formadas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às altas concentrações <strong>de</strong> HNO 3 [24]. Assim, o HNO 3 0,3mol/L foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> nos experimentos que se seguiram.O H 2 O 2 foi testa<strong>do</strong> <strong>em</strong> combinação com o HNO 3 , porém, nenhum efeito foiobserva<strong>do</strong>. Este fato provavelmente <strong>de</strong>ve-se à rápida <strong>de</strong>composição <strong>do</strong> H 2 O 2 nointerior <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Ni.0,08HNO 3 0,3 mol/L 1,0 mol/L 2,0 mol/L 3,0 mol/LAbsorbância0,040,000 10 20 30 40 50T<strong>em</strong>po (min)Figura 60: Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> efeito da concentração <strong>de</strong> HNO 3 no preparo das suspensões.4.2. MODIFICAÇÃO DA SUPERFÍCIE, ATMOSFERA INTERNA ECONFIGURAÇÃO DO TUBO DE NÍQUELO procedimento para tratamento da superfície interna <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Ni utilizan<strong>do</strong>o Zr não resultou <strong>em</strong> nenhum efeito positivo. Desta forma, outras <strong>alternativas</strong> foramtestadas, sen<strong>do</strong> discutidas e comentadas a seguir.Foram investigadas diversas possibilida<strong>de</strong>s para a modificação da atmosferainterna <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Ni 201. A primeira alternativa foi a utilização <strong>de</strong> um tubo com ummaior número <strong>de</strong> furos. Neste senti<strong>do</strong>, <strong>em</strong>pregou-se um tubo com 6 furos na parteinferior e 6 na superior. Este procedimento possibilitou uma maior entrada da chamano interior <strong>do</strong> tubo e conseqüent<strong>em</strong>ente um aumento da sua t<strong>em</strong>peratura interna.Entretanto, este procedimento não refletiu <strong>em</strong> um aumento da sensibilida<strong>de</strong> comomostra a Figura 61a (a concentração <strong>de</strong> Pb foi fixada <strong>em</strong> 100 g/L). Este fenômeno139


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filhopo<strong>de</strong> ser explica<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a uma diminuição <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> residência <strong>do</strong>s átomos <strong>do</strong>analito no interior <strong>do</strong> tubo atomiza<strong>do</strong>r.Uma outra alternativa, com o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a atmosfera no interior <strong>do</strong> tubomais oxidante, foi a introdução <strong>de</strong> ar no interior <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Ni; porém, nenhumamelhora foi observada. Tentou-se introduzir O 2 <strong>em</strong> diferentes vazões, porém,novamente, nenhum efeito positivo foi observa<strong>do</strong> (houve uma diminuição <strong>do</strong> sinal),como mostra a Figura 61b (a concentração <strong>de</strong> Pb foi fixada <strong>em</strong> 80 g/L).Em uma terceira tentativa <strong>em</strong>pregou-se um tubo <strong>de</strong> Ni s<strong>em</strong> qualquer furo naparte inferior ou superior. Neste caso não se observou nenhum efeito positivo.Entretanto, ao se adicionar metanol (concentração final igual a 1% v/v) a uma solução100 g/L <strong>de</strong> Pb, foi observa<strong>do</strong> um aumento <strong>de</strong> 10 %, como mostra a Figura 61c.Em um outro teste tentou-se preparar uma solução padrão <strong>de</strong> Pb <strong>em</strong> Zr,fosfato e metanol. Novamente o metanol apresentou um leve aumento <strong>do</strong> sinalanalítico, como mostra a Figura 61d.Foi tenta<strong>do</strong>, também, <strong>em</strong>pregar um sist<strong>em</strong>a monossegmento [25] para aintrodução das amostras na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb. Neste caso, observou-se que abolha <strong>de</strong> ar <strong>de</strong>forma o sinal analítico s<strong>em</strong> qualquer melhora na sensibilida<strong>de</strong>. Estefenômeno po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> na Figura 61e. Novamente foi testada a introdução <strong>de</strong>O 2 , porém, <strong>de</strong>sta vez, pelo mesmo orifício <strong>do</strong> capilar <strong>do</strong> spray térmico. Nenhumamelhora foi <strong>de</strong>tectada, como mostra a Figura 61f. Nos testes mostra<strong>do</strong>s nas Figuras61e e 61f a concentração <strong>de</strong> Pb foi fixada <strong>em</strong> 80 g/L.Após a execução <strong>de</strong>stes diversos testes na tentativa <strong>de</strong> modificar a superfíciee/ou a atmosfera interna <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Ni e constatar que não houve qualquer efeitobenéfico, estes experimentos foram aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s e o tubo <strong>de</strong> Ni com 6 furos naparte inferior foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> nos experimentos que se seguiram. Uma provávelexplicação para o insucesso <strong>do</strong>s experimentos com modificação po<strong>de</strong> ser o fato <strong>de</strong>que o Ni já atue como um modifica<strong>do</strong>r químico com diversos <strong>em</strong>pregos na literatura.Outra informação relevante é que o Ni já foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> como modifica<strong>do</strong>r químicosóli<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>do</strong>is trabalhos propostos por Dürnberger et al. [26,27]. Nestes trabalhos osautores <strong>de</strong>terminaram Se <strong>em</strong> amostras certificadas <strong>de</strong> carvão e cinzas <strong>de</strong>incinera<strong>do</strong>res urbanos. As amostras sólidas foram misturadas com Ni <strong>em</strong> pó e140


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filhocolocadas <strong>em</strong> um tubo <strong>de</strong> grafite <strong>de</strong> um espectrômetro <strong>de</strong> absorção atômica comcorretor Ze<strong>em</strong>an. A melhor razão entre as massas <strong>de</strong> Ni: amostra compreen<strong>de</strong>u afaixa <strong>de</strong> 2:1 a 8:1.Absorbância0,04(a)0,02Tubo com 6 furosTubo com 12 furosAbsorbância0,0300,015(b)Tubo com 6 furos180 mL/min O 2400 mL/min O 2720 mL/min O 20,000,000Absorbância0,040,02(c)0 1 2 3 4 5T<strong>em</strong>po (mim)Tubo com 6 furosTubo s<strong>em</strong> furosTubo s<strong>em</strong> furos +1% (v/v) <strong>de</strong> MetanolAbsorbância0,04(d)0,020 1 2 3 4T<strong>em</strong>po (min)Tubo com 6 furosSolução com 0,15% (m/v) <strong>de</strong> PO 43-Solução com 0,01% (m/v) <strong>de</strong> ZrSolução com 1% (v/v) <strong>de</strong> Metanol50,000,000 1 2 3 4T<strong>em</strong>po (min)50 1 2 3 4 5T<strong>em</strong>po (min)Absorbância0,04(e)0,02Tubo com 6 furosSist<strong>em</strong>a monossegmenta<strong>do</strong>Absorbância0,04(f)0,02Tubo com 6 furos e inverti<strong>do</strong>200 mL/min O 2400 mL/min O 20,000,000 1 2 3 4 5 60 1 2 3 4 5T<strong>em</strong>po (min)T<strong>em</strong>po (min)Figura 61: Sinais analíticos para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb <strong>em</strong>pregan<strong>do</strong> tubos <strong>de</strong> Ni com 6 e 12 furos (a),introdução <strong>de</strong> O 2 (b), tubo s<strong>em</strong> furos e solução preparada <strong>em</strong> metanol (c), adição <strong>de</strong> PO -3 4 e Zr(d), <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>a monossegmenta<strong>do</strong> (e) e introdução frontal <strong>de</strong> O 2 (f).141


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoNos testes efetua<strong>do</strong>s neste quarto capítulo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento dasuperfície interna <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Ni não apresentou nenhum resulta<strong>do</strong> satisfatório. Umapossível alternativa seria trabalhar com um tubo que apresentasse o Zr ou outromodifica<strong>do</strong>r <strong>em</strong> sua composição. Uma outra explicação para o insucesso <strong>do</strong>s testespo<strong>de</strong> ser a interação <strong>de</strong>ficiente entre o Ni e o Zr. Outras <strong>alternativas</strong> pod<strong>em</strong> sertestadas <strong>em</strong> um trabalho mais específico, tais como, a introdução <strong>de</strong> uma misturaentre Ar e H 2 .4.3. ESTUDO DO EFEITO DE POSSÍVEIS CONCOMITANTES NADETERMINAÇÃO DE Cd, Cu e PbOs estu<strong>do</strong>s para verificar o comportamento <strong>de</strong> possíveis concomitantes na<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd, Cu e Pb foram realiza<strong>do</strong>s com quatro macroconstituintes: Ca,Mg, Na e K. Nestes estu<strong>do</strong>s foi <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> um planejamento fatorial com 30experimentos (Tabela 11 - capítulo 2), sen<strong>do</strong> que a absorbância foi observada <strong>em</strong>to<strong>do</strong>s os experimentos. Após a execução <strong>do</strong>s experimentos e cálculo <strong>do</strong>scoeficientes e seus respectivos erros (conforme it<strong>em</strong> 2.4. <strong>do</strong> primeiro capítulo),verificou-se que, para a faixa <strong>de</strong> concentração estudada, os concomitantesapresentaram efeitos negativos na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd, Cu e Pb somente quan<strong>do</strong> aproporção analito:concomitante foi máxima (1:500000). Nenhum efeito sinérgico foiobserva<strong>do</strong> entre os possíveis concomitantes. A Figura 62 mostra a variação <strong>do</strong> sinalanalítico (absorbância) na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd na presença <strong>de</strong> diferentesconcentrações <strong>de</strong> concomitantes. Nestes testes <strong>em</strong>pregou-se uma solução padrão10 g/L <strong>de</strong> Cd. Esta solução, na ausência <strong>de</strong> concomitantes, apresentou umaabsorbância média <strong>de</strong> 0,07. Observan<strong>do</strong>-se a Figura 62a percebe-se que mesmoquan<strong>do</strong> as concentrações <strong>do</strong>s concomitantes foram máximas, a absorbânciaintegrada apresentou uma pequena queda <strong>de</strong> 14 e 21% para o Mg (círculos) e Na(triângulos cheios), respectivamente. As linhas tracejadas representam aabsorbância média (0,07) 10%. No caso <strong>do</strong> Cu (Figura 62b), o Ca (quadra<strong>do</strong>s) nãoimplicou <strong>em</strong> nenhum efeito negativo ou positivo <strong>de</strong>ntre <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong> 10% (verlinhas tracejadas na Figura 62b). Já o Mg (círculos), Na (triângulo cheio) e K142


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filho(triângulo vazio e envere<strong>do</strong>) suprimiram o sinal <strong>do</strong> Cu <strong>em</strong> 18, 26 e 39%,respectivamente, mas somente quan<strong>do</strong> presentes nas concentrações máximas. Parao Pb (Figura 62c), o principal concomitante foi o Ca (quadra<strong>do</strong>s), com uma queda <strong>do</strong>sinal analítico <strong>de</strong> 50%, quan<strong>do</strong> foi investigada a concentração máxima. Como asconcentrações máximas <strong>do</strong>s concomitantes testa<strong>do</strong>s são muito superiores aosvalores encontra<strong>do</strong>s nas amostras certificadas, po<strong>de</strong>-se concluir que os testes commacroconstituintes foram efetua<strong>do</strong>s com uma larga marg<strong>em</strong> <strong>de</strong> segurança e osprobl<strong>em</strong>as com concomitantes só foram observa<strong>do</strong>s <strong>em</strong> uma faixa muito afastadadas condições reais encontradas nas amostras certificadas.0,080,04Absorbância0,04Absorbância0,020,00(a)00,001 0,01 0,1 1Conc. - Ca, K, Mg e Na (g/L)100,00(b)00,001 0,01 0,1Conc. - Ca, K, Mg e Na (g/L)10,050Absorbância0,025(c)0,0000 0,001 0,01 0,1 1 10Conc. - Ca, K, Mg e Na (g/L)Figura 62: Influência <strong>de</strong> Ca (quadra<strong>do</strong>s), Mg (círculos), Na (triângulo cheio) e K (triângulo vazio einverti<strong>do</strong>) na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd (a), Cu (b) e Pb (c). As linhas tracejadas representam aabsorbância média 10%.143


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoDesta forma, os efeitos encontra<strong>do</strong>s, provavelmente, não ocorrerão na análise<strong>de</strong> amostras reais.Os testes com microconstituintes não apresentaram nenhuma variaçãopositiva ou negativa quan<strong>do</strong> o Cd e Pb foram <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s juntamente com Cu, FeMn e Zn e o Cu foi <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> na presença <strong>de</strong> Fe, Mn e Zn. As proporções entre osanalitos e os microconstituintes são aquelas já apresentadas no it<strong>em</strong> 3.10. <strong>de</strong>stecapítulo. A Figura 63 mostra os sinais analíticos <strong>de</strong> diversas soluções <strong>de</strong> Pb (0,1mg/L) na ausência e na presença <strong>do</strong>s microconstituintes. Por meio <strong>de</strong>sta figura, épossível verificar que nenhuma influência positiva ou negativa foi observada. Estaconclusão foi confirmada <strong>em</strong>pregan<strong>do</strong>-se um teste t, sen<strong>do</strong> que nenhuma diferençasignificativa foi observada ao nível <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 95%.0,060,1 mg/L Pb0,1 mg/L Pb+20 mg/L Fe0,1 mg/L Pb+20 mg/L Cu0,1 mg/L Pb+20 mg/L Zn0,1 mg/L Pb+20 mg/L MnAbsorbância0,030,000 20 40 60 80T<strong>em</strong>po (min)Figura 63: Influência <strong>de</strong> Fe, Cu, Zn e Mn na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb.4.4. DETERMINAÇÃO DE Cd, Cu e PbNos testes iniciais para investigação da concentração mais a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>HNO 3 para o preparo das suspensões foram obti<strong>do</strong>s sinais analíticos b<strong>em</strong>reprodutíveis.Na calibração foi testa<strong>do</strong>, inicialmente, o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> adição <strong>de</strong> padrão.Diversas suspensões <strong>do</strong>s materiais certifica<strong>do</strong>s foram preparadas, pesan<strong>do</strong>-se 40mg <strong>de</strong> amostra, seguin<strong>do</strong>-se a adição <strong>de</strong> um volume <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> <strong>do</strong>s padrões <strong>de</strong>144


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoCd, Cu e Pb. O volume final foi ajusta<strong>do</strong> a 10 mL, utilizan<strong>do</strong> uma solução <strong>de</strong> HNO 30,3 mol/L e Triton X-100 0,5% (v/v). No caso específico <strong>do</strong> Cd, as concentraçõesfinais <strong>de</strong>ste metal foram 2, 4, 8 e 12 g/L. As recuperações obtidas (<strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>Cd nas amostras certificadas) foram <strong>de</strong> 98 a 112% (n = 3), quan<strong>do</strong> a área <strong>do</strong> sinalanalítico foi utilizada na calibração. Nos experimentos que se seguiram, a simplescalibração contra padrões aquosos foi testada, e foram alcançadas recuperaçõessimilares àquelas comentadas anteriormente. A Figura 64 mostra os sinais analíticospara a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd. Na parte superior da figura são mostra<strong>do</strong>s os sinais paraa curva <strong>de</strong> calibração (2,0 – 12,0 g/L) e, na parte inferior, são mostra<strong>do</strong>s os sinaisanalíticos para as suspensões <strong>de</strong> fíga<strong>do</strong> bovino (1% m/v), rim <strong>de</strong> porco (0,4% m/v),folhas <strong>de</strong> tomate (0,3% m/v) e espinafre (0,7% m/v).0,10Cd (g/L)8,012,0Absorbância0,052,04,00,000 300,10Rim <strong>de</strong> porcoFolhas <strong>de</strong>tomateEspinafre600,05Fíga<strong>do</strong> bovino0,000 33T<strong>em</strong>po (min)66Figura 64: Sinais analíticos obti<strong>do</strong>s na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd. Na parte superior e inferior t<strong>em</strong>os ossinais para a curva <strong>de</strong> calibração e para as suspensões, respectivamente.A partir da Figura 64 é possível obter uma boa idéia da repetibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>ssinais analíticos, e foram <strong>de</strong>terminadas concentrações a partir <strong>de</strong> 2 g/L. A Figura 65mostra os sinais analíticos relativos à <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cu <strong>em</strong> seis amostrascertificadas. A curva <strong>de</strong> calibração abrangeu a faixa <strong>de</strong> 50 a 250 g/L.145


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoNa <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Pb, a curva <strong>de</strong> calibração a<strong>do</strong>tada foi <strong>de</strong> 40 a 120 g/L, etrês amostras certificadas foram analisadas: folhas <strong>de</strong> citros, tomate e pomar. AFigura 66 mostra os sinais analíticos.Absorbância0,100,050,000 300,100,05Cu (g/L)Fíga<strong>do</strong> bovino50Rim <strong>de</strong>porco100Folhas <strong>de</strong>Tomate200Folhas <strong>de</strong>citrosEspinafre250Folhas<strong>de</strong> pomar600,000 43T<strong>em</strong>po (min)86Figura 65: Sinais analíticos obti<strong>do</strong>s na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cu. Na parte superior e inferior t<strong>em</strong>os ossinais para a curva <strong>de</strong> calibração e para as suspensões, respectivamente.0,06Pb (g/L)801001200,0340Absorbância0,000 300,06Folhas <strong>de</strong> citrosFolhas <strong>de</strong> pomar600,03Folhas <strong>de</strong> tomate0,000 20T<strong>em</strong>po (min)40Figura 66: Sinais analíticos para o Pb. Na parte superior e inferior t<strong>em</strong>os os sinais para a curva <strong>de</strong>calibração e para as suspensões, respectivamente.146


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoCom as Figuras 64-66 estimou-se o t<strong>em</strong>po consumi<strong>do</strong> para cada<strong>de</strong>terminação, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> 4,8 min, com uma freqüência analítica <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong>terminaçõespor hora.4.5. RESULTADOS E CARACTERÍSTICAS ANALÍTICASTodas as <strong>de</strong>terminações realizadas por TS-FF-AAS foram registradas <strong>em</strong>altura e área <strong>de</strong> sinal. Quan<strong>do</strong> as alturas <strong>do</strong>s sinais foram avaliadas, asconcentrações obtidas foram aproximadamente 5 a 10% maiores que os valorescertifica<strong>do</strong>s. Entretanto, quan<strong>do</strong> as áreas foram avaliadas foi encontrada uma boaconcordância entre os valores obti<strong>do</strong>s e certifica<strong>do</strong>s. Portanto, todas asconcentrações apresentadas neste capítulo foram calculadas a partir da área <strong>do</strong>sinal. As Tabelas 17, 18 e 19 mostram as concentrações encontradas nas amostrascertificadas para Cd, Cu e Pb, respectivamente. O volume <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> foi s<strong>em</strong>preigual a 300 L, e as concentrações das suspensões variaram <strong>de</strong> 0,1 a 1,0 % (m/v),<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às diferentes concentrações <strong>do</strong>s analitos nas amostras certificadas. Areprodutibilida<strong>de</strong> foi estimada ao se calcular o RSD a partir <strong>de</strong> 10 suspensõespreparadas e analisadas <strong>em</strong> diferentes dias, e os valores encontra<strong>do</strong>s foram,geralmente, inferiores a 10%. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a complexida<strong>de</strong> das matrizes biológicas,o uso <strong>de</strong> suspensões e o fato <strong>de</strong> que as <strong>de</strong>terminações foram efetuadas <strong>em</strong>diferentes dias, esses <strong>de</strong>svios pod<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s aceitáveis. Os <strong>de</strong>sviospadrões relativos encontra<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> as mesmas suspensões (repetibilida<strong>de</strong>) foramanalisadas englobaram a faixa <strong>de</strong> 2 a 5% (n = 10).A Tabela 20 mostra os resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para Cd, Pb e Cu quan<strong>do</strong> trêsamostras não certificadas <strong>de</strong> extrato <strong>de</strong> tomate (ET) foram analisadas. Estes metaisforam também <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s <strong>em</strong>pregan<strong>do</strong>-se ETAAS, ten<strong>do</strong> o Zr como modifica<strong>do</strong>rquímico permanente. Adicionalmente, as amostras certificadas também foramanalisadas por ETAAS e os resulta<strong>do</strong>s encontram-se nas Tabelas 17 – 20. Um teste tnão parea<strong>do</strong> entre os valores encontra<strong>do</strong>s <strong>em</strong> TS-FF-AAS e os valores certifica<strong>do</strong>sfoi aplica<strong>do</strong> para cada amostra e nenhuma diferença significativa foi encontrada aonível <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 95%. O mesmo teste estatístico foi aplica<strong>do</strong> para comparar os147


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filhovalores certifica<strong>do</strong>s e obti<strong>do</strong>s por ETAAS, b<strong>em</strong> como os valores obti<strong>do</strong>s por TS-FF-AAS e ETAAS. Os valores encontra<strong>do</strong>s para as amostras não certificadas foramtambém compara<strong>do</strong>s <strong>em</strong>pregan<strong>do</strong>-se o teste t e nenhuma diferença significativa aonível <strong>de</strong> 95% foi encontrada.Tabela 17: Resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para o Cd.AmostracertificadaValorcertifica<strong>do</strong>Cd (g/g)TS-FF-AAS(n = 10)ETAAS(n = 3)Concentração das suspensões(% m/v)TS-FF-AAS ETAAS(300 L)(20 L)Espinafre 1,5 a 1,5 0,1 1,7 0,2 0,7 0,5Folhas <strong>de</strong> tomate 3 a 2,6 0,2 2,5 0,2 0,3 0,3Fíga<strong>do</strong> bovino 0,27 0,04 0,29 0,03 0,29 0,02 1,0 0,7Rim <strong>de</strong> porco 2,71 0,15 2,8 0,2 3,0 0,2 0,4 0,4a Valores <strong>de</strong> referência.Os limites <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção e quantificação foram calcula<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> asrecomendações da IUPAC [28]. Para o Cd os limites <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção e quantificaçãoforam iguais a 0,5 e 1,7 g/L (curva <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong> 2 a 12 g/L), para o Cu foramiguais a 4 e 14 g/L (curva <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong> 50 a 250 g/L) e para o Pb iguais a 4 e12 g/L (curva <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong> 40 a 120 g/L), respectivamente. Em to<strong>do</strong>s os casosforam efetuadas mais <strong>de</strong> 50 <strong>de</strong>terminações <strong>do</strong> branco.Tabela 18: Resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para o CuAmostracertificadaValorcertifica<strong>do</strong>Cu (g/g)TS-FF-AAS(n = 10)ETAAS(n = 3)Concentração das suspensões(% m/v)TS-FF-AAS ETAAS(300 L)(20 L)Espinafre 12 2 10,5 1,5 10,2 1,0 0,8 0,5Folhas <strong>de</strong>pomar12 1 11 1 11 1 0,8 0,7Folhas <strong>de</strong>citros16,5 1,0 15,1 2,0 15,5 1,0 0,4 0,6Folhas <strong>de</strong>tomate11 1 10 2 10 1 0,9 0,4Fíga<strong>do</strong>bovino193 10 193 18 193 20 0,1 0,05Rim <strong>de</strong> porco 31,9 0,4 33,1 3,2 30,2 1,0 0,5 0,4148


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoTabela 19: Resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para o PbAmostracertificadaFolhas <strong>de</strong>pomarFolhas <strong>de</strong>citrosFolhas <strong>de</strong>tomateValorcertifica<strong>do</strong>Pb (g/g)TS-FF-AAS(n = 10)ETAAS(n = 3)Concentração das suspensões(% m/v)TS-FF-AAS ETAAS(300 L) (20 L)45 3 43 5 47 2 0,2 0,213,3 2,4 13,8 1,9 14,6 1,0 0,6 0,66,3 0,3 6,2 0,7 5,5 0,9 0,8 0,4Tabela 20: Resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para o Cd, Cu e Pb nas amostras não certificadas <strong>de</strong> extrato <strong>de</strong>tomate (ET).Cd (g/g) Cu (g/g) Pb (g/g)AmostraTS-FF-AAS(n = 10)ETAAS(n = 3)TS-FF-AAS(n = 10)ETAAS(n = 3)TS-FF-AAS(n = 10)ETAAS(n = 3)ET1 0,18 0,01 0,15 0,02 18,1 1,3 20,2 1,0 3,7 0,6 3,3 0,6ET2 0,36 0,02 0,35 0,03 18,4 1,8 18,7 3,2 4,7 0,3 4,9 0,5ET3 0,20 0,02 0,15 0,02 19,8 1,7 18,6 1,0 4,9 0,6 4,4 0,44.6. TUBO DE NiO tubo <strong>de</strong> Ni <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> nos testes com otimizações, concomitantes, e<strong>de</strong>terminações foi utiliza<strong>do</strong> por mais <strong>de</strong> 5000 <strong>de</strong>terminações ou cerca <strong>de</strong> 500 horas<strong>de</strong> trabalho. Após o final <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os experimentos, o tubo foi corta<strong>do</strong> <strong>em</strong> quatrosegmentos <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s <strong>de</strong> (1) frontal: caracteriza<strong>do</strong> pelo orifício <strong>de</strong> introdução <strong>do</strong>capilar cerâmico; (2) posterior: la<strong>do</strong> oposto à superfície frontal; (3) inferior: superfícieconten<strong>do</strong> os orifícios para entrada parcial da chama e (4) superior: la<strong>do</strong> oposto àsuperfície inferior. A Figura 67 mostra um esqu<strong>em</strong>a <strong>do</strong>s cortes.Com o auxílio <strong>do</strong> microscópio <strong>de</strong> varredura eletrônica <strong>do</strong> ISAS foram obtidasdiversas micrografias da superfície interna e externa <strong>do</strong> tubo. A Figura 68a mostrauma micrografia que representa quase que a totalida<strong>de</strong> da superfície interna <strong>do</strong> tubo.A parte externa apresentou uma outra morfologia, como mostra a Figura 68b. Já aparte interna e alvo <strong>do</strong> spray térmico apresentou uma morfologia totalmente distintadas d<strong>em</strong>ais partes, como é possível visualizar na Figura 68c (todas com aumento <strong>de</strong>400x). Para comparar as morfologias das superfícies <strong>do</strong>s tubos <strong>de</strong> Ni, a Figura 69mostra uma micrografia <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong> Ni 201 novo (esta micrografia foi obtida149


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filhoutilizan<strong>do</strong>-se o microscópio <strong>de</strong> varredura eletrônica <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Química daUnicamp).SuperiorPosteriorFrontalInferiorFigura 67: Tubo <strong>de</strong> Ni corta<strong>do</strong> <strong>em</strong> quatro segmentos: frontal, posterior, inferior e superior.Ao se comparar as micrografias das Figuras 68 e 69 percebe-se uma gran<strong>de</strong>diferença entre o tubo usa<strong>do</strong> e o tubo novo. No tubo utiliza<strong>do</strong> por cerca <strong>de</strong> 500 horasnota-se o surgimento <strong>de</strong> pequenos orifícios (Figura 68a). Já o tubo novo (Figura 69)apresenta o mesmo padrão morfológico tanto na superfície interna como externa,sen<strong>do</strong> possível observar apenas algumas estrias, provavelmente, oriundas <strong>do</strong>processo <strong>de</strong> extrusão/fabricação <strong>do</strong> tubo.Juntamente com as micrografias foram feitas algumas <strong>de</strong>terminaçõess<strong>em</strong>iquantitativas da composição <strong>do</strong>s metais presentes na superfície <strong>do</strong> tuboutilizan<strong>do</strong> um <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> Raios-X acopla<strong>do</strong> ao microscópio <strong>de</strong> varredura eletrônica.A Figura 70 mostra os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s. A superfície interna <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Ni,excetuan<strong>do</strong>-se a superfície <strong>de</strong> impacto <strong>do</strong> spray térmico, apresentou umaconcentração <strong>de</strong> Ni varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 59 a 84%, e foram <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s também Ca, P, Si eMg.A superfície <strong>de</strong> impacto <strong>do</strong> spray térmico apresentou apenas 12% <strong>de</strong> Ni e umaalta concentração <strong>de</strong> Ca (39%), P (16%), Si (2%) e Mg (31%). A explicação para oaumento das concentrações <strong>do</strong>s metais nesta parte <strong>do</strong> tubo po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> àsamostras <strong>em</strong>pregadas e aos testes efetua<strong>do</strong>s com macroconstituintes (Ca e Mg). Asuperfície externa apresentou 95% <strong>de</strong> Ni, não foram <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s P e Si, e o Fe, Ca eMg apresentaram uma concentração <strong>de</strong> aproximadamente 0,3% para cada metal.150


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoO segmento <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Ni conten<strong>do</strong> a superfície <strong>de</strong> impacto <strong>do</strong> spray térmicofoi visualiza<strong>do</strong>, também, com uma lupa e foi utiliza<strong>do</strong> um aumento <strong>de</strong> 32 vezes. AFigura 71 mostra uma das imagens obtidas com uma máquina fotográfica digital, ecom o auxílio <strong>de</strong> um software específico foi possível medir uma superfície <strong>de</strong> impactocom aproximadamente 1,6 mm <strong>de</strong> raio.(a)(b)(c)Figura 68: Micrografias (aumento <strong>de</strong> 400x) da superfície interna (a), e externa (b) <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Niutiliza<strong>do</strong> nos trabalhos e da superfície <strong>de</strong> impacto (c) <strong>do</strong> spray térmico.151


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoFigura 69: Micrografia da superfície interna <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong> Ni 201 novo (aumento <strong>de</strong> 500x). Nalegenda no canto inferior esquer<strong>do</strong> t<strong>em</strong>os: a escala utilizada, on<strong>de</strong> o traço negro correspon<strong>de</strong> a100 m, <strong>em</strong> seguida t<strong>em</strong>os a aceleração <strong>de</strong> voltag<strong>em</strong> (20 KV), a data <strong>de</strong> obtenção da micrografia(12 <strong>de</strong> Junho) e a seqüência da micrografia (segunda a ser obtida).100Ni Ca P Si MgEl<strong>em</strong>ento (%)7550250Frontal 1Frontal 2Posterior 1ImpactoPosterior 2InferiorSuperiorExternaPosição no tubo <strong>de</strong> NiFigura 70: Composição da superfície <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Ni <strong>em</strong> diferentes posições.152


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filho1,6 mmFigura 71: Imag<strong>em</strong> da superfície <strong>de</strong> impacto <strong>do</strong> spray térmico com 32 vezes <strong>de</strong> aumento e obtida comsist<strong>em</strong>a analisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> imagens, composto <strong>de</strong> lupa e máquina fotográfica digital.4.6.1. Estu<strong>do</strong>s com micro sonda <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong> raios-XCom a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar um estu<strong>do</strong> mais aprofunda<strong>do</strong> das característicasda superfície <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Ni foi feita uma varredura da superfície <strong>de</strong> impacto utilizan<strong>do</strong>a micro sonda <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong> raios-X disponível no LNLS. Toda a teoria eaplicações da radiação síncrotron se encontram no segun<strong>do</strong> capítulo.Juntamente com a superfície <strong>de</strong> impacto foram efetuadas varreduras <strong>de</strong> mais5 partes provenientes da região central <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Ni usa<strong>do</strong>: inferior, frontal,posterior, superior e parte externa. Um tubo novo (Ni 201) também foi estuda<strong>do</strong>. Nasvarreduras foi investiga<strong>do</strong> um quadra<strong>do</strong> com 3 mm <strong>de</strong> la<strong>do</strong> e 100 pontos forammapea<strong>do</strong>s. O t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> aquisição foi <strong>de</strong> 20 s por ponto e a penetração <strong>do</strong> feixe <strong>de</strong>luz (20 m <strong>de</strong> diâmetro) foi estimada <strong>em</strong> 30 m.Com o <strong>em</strong>prego da micro sonda <strong>de</strong> fluorescência <strong>de</strong> raios-X foi possível,também, efetuar uma análise s<strong>em</strong>iquantitativa utilizan<strong>do</strong> um tubo <strong>de</strong> Ni 201 novo comopadrão. A composição <strong>de</strong>ste tubo já foi mostrada no Quadro 6. Nesta análise<strong>em</strong>pregou-se a técnica <strong>de</strong> parâmetros fundamentais [29,30] e a Figura 72 mostra osresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s. A posição frontal e inferior (Figuras 72a e 72b) apresentaram umcomportamento muito s<strong>em</strong>elhante, pois a concentração <strong>de</strong> Ni variou <strong>de</strong> 10 a 98%. A153


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filhomédia da concentração foi <strong>de</strong> 94 e 92 para a posição frontal e inferior,respectivamente. As posições superior e externa (Figuras 72c e 72d) apresentaramuma média <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> 96 e 97%, respectivamente. Já na posição <strong>de</strong> impacto(Figura 72e) a concentração <strong>de</strong> Ni variou <strong>de</strong> 15 a 98% e a média foi <strong>de</strong> 89%. Asuperfície <strong>do</strong> tubo novo (Figura 72f) apresentou <strong>em</strong> toda a sua extensão 98% <strong>de</strong> Ni.A partir da Figura 72 percebe-se certa heterogeneida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Ni. Na varredurada posição frontal mapeou-se uma pequena parte <strong>do</strong> orifício principal <strong>de</strong> entrada <strong>do</strong>spray térmico, este fato explica a forte queda <strong>do</strong> sinal da concentração <strong>do</strong> Niapresentada na Figura 72a. A superfície externa (Figura 72d) apresentou certahomogeneida<strong>de</strong>. Este fato evi<strong>de</strong>ncia que os processos <strong>de</strong> atomização estão restritosa parte interna <strong>do</strong> tubo. Outros metais foram encontra<strong>do</strong>s durante as varreduras, taiscomo, Ca, Cr, Fe, Mn, Ti e V. Estes metais foram, provavelmente, provenientes <strong>de</strong>impurezas no tubo <strong>de</strong> Ni ou resíduos <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s pelas amostras ou testes comconcomitantes.A superfície <strong>de</strong> impacto <strong>do</strong> spray térmico apresentou um comportamentototalmente diferente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao alto sinal <strong>de</strong> fluorescência obti<strong>do</strong> para o Ca. Nestecaso o sinal para o Ni caiu nos mesmos locais, on<strong>de</strong> o sinal <strong>do</strong> Ca foi maior. A Figura73 mostra a superfície <strong>de</strong> resposta obtida para o Ca (Figura 73a) e Ni (Figura 73b).Na superfície <strong>de</strong> impacto houve, muito provavelmente, uma troca entre o Ca e o Ni.Entretanto, não é possível saber como se <strong>de</strong>u esta troca e porque somente com oCa. Mais investigações são necessárias com o intuito <strong>de</strong> elucidar tal mecanismo. Aose sobrepor a imag<strong>em</strong> <strong>do</strong> local mapea<strong>do</strong> (Figura 71) com os gráficos <strong>de</strong> contornodas superfícies obtidas na Figura 73, percebe-se que o ponto branco presente naimag<strong>em</strong> da Figura 71 coinci<strong>de</strong> com o local on<strong>de</strong> o sinal <strong>do</strong> Ca e <strong>do</strong> Ni foram mais <strong>em</strong>enos intensos, respectivamente. A Figura 74 mostra a sobreposição.154


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoFigura 72: Ni(%) nas superfícies frontal (a), inferior (b), superior (c), externa (d), impacto (e) e nova (f).155


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira FilhoFigura 73: Resulta<strong>do</strong>s das varreduras para o Ca (a) e Ni (b) na superfície <strong>de</strong> impacto <strong>do</strong> spray térmico.(a)(b)Figura 74: Sobreposição da imag<strong>em</strong> <strong>do</strong> local das varreduras da área <strong>de</strong> impacto <strong>do</strong> spray térmico(Figura 71) com os gráficos <strong>de</strong> contorno das superfícies obtidas na varredura para o Ca (a) e Ni(b). As linhas <strong>em</strong> preto, vermelho e amarelo, representam a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluorescência (K)para o Ca (a) e Ni (b).4.6.2. Mecanismo <strong>de</strong> atomizaçãoTS-FF-AAS e BIFF-AAS juntamente com um forno <strong>de</strong> Ni são técnicastotalmente <strong>novas</strong>. Na literatura são encontra<strong>do</strong>s apenas trabalhos on<strong>de</strong> foram<strong>em</strong>pregadas soluções aquosas [12,13,31-33]. Nestes cinco trabalhos a questão156


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filhosobre os possíveis mecanismos <strong>de</strong> atomização ficou <strong>em</strong> aberto, sen<strong>do</strong> necessáriasoutras investigações e, talvez, o acoplamento <strong>de</strong> outras técnicas para a elucidação<strong>do</strong>s possíveis mecanismos. Entretanto, é possível efetuar uma analogia entre osresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s neste capítulo com as observações feitas por Dürnberger et al.[26,27]. Nos trabalhos apresenta<strong>do</strong>s por esses autores foi afirma<strong>do</strong> que as reaçõesentre o Ni sóli<strong>do</strong> e o analito (Se) se dão <strong>de</strong> forma heterogênea. Por outro la<strong>do</strong> as vias(óxi<strong>do</strong> ou carbeto) <strong>de</strong> atomização não são expostas <strong>de</strong> forma clara. Desta forma,ten<strong>do</strong> apenas os da<strong>do</strong>s analíticos obti<strong>do</strong>s até o momento fica muito difícil proporalgum mecanismo <strong>de</strong> atomização.Com o auxílio das varreduras efetuadas no LNLS e observan<strong>do</strong>-se a Figura 73é possível inferir sobre duas prováveis hipóteses: (1) a primeira refere-se ao fato <strong>de</strong>que o Ni possui especial afinida<strong>de</strong> pelo Ca; por outro la<strong>do</strong>, esta afinida<strong>de</strong> não foiobservada para outros metais, tais como, Cu, Fe, Mn, Zn (presentes nas amostras enos testes com concomitantes), entre outros; (2) outra hipótese seria a compactaçãoou ataque da superfície <strong>de</strong> impacto <strong>do</strong> spray térmico pelo Ca proveniente dasamostras ou <strong>do</strong>s testes com concomitantes. Este ataque po<strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> ajuda<strong>do</strong> ou <strong>de</strong>alguma forma catalisa<strong>do</strong> pela presença <strong>de</strong> HNO 3 nas suspensões e soluções.5. CONCLUSÃO PARCIALO sist<strong>em</strong>a proposto é simples e apresentou uma alternativa viável e baratapara a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> metais <strong>em</strong> amostras na forma <strong>de</strong> suspensões. O spraytérmico requer apenas um tubo <strong>de</strong> Ni, capilar cerâmico, espectrômetro <strong>de</strong> chama euma bomba <strong>de</strong> diafragma (bombas peristálticas ou para cromatografia tambémpod<strong>em</strong> ser <strong>em</strong>pregadas). Com a utilização <strong>de</strong> suspensões foram efetuadas<strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> Cd, Cu e Pb <strong>em</strong> amostras biológicas na forma <strong>de</strong> suspensão. Osmecanismos responsáveis por estas <strong>de</strong>terminações não foram totalmenteesclareci<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> necessários estu<strong>do</strong>s futuros. Entretanto, po<strong>de</strong> ter ocorri<strong>do</strong> nointerior <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> Ni, simultaneamente, uma mineralização da suspensão e<strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>s metais. Esta hipótese t<strong>em</strong> base no fato <strong>de</strong> que mesmo após um157


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filholongo perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho não foram observa<strong>do</strong>s quaisquer resíduos carbonáceos nointerior <strong>do</strong> tubo atomiza<strong>do</strong>r.O mapeamento efetua<strong>do</strong> no LNLS revelou duas possíveis hipóteses d<strong>em</strong>ecanismos <strong>de</strong> superfície ocorridas na região <strong>de</strong> impacto <strong>do</strong> spray térmico. O HNO 3po<strong>de</strong> ter, <strong>de</strong> alguma forma, contribuí<strong>do</strong> para estas modificações no tubo <strong>de</strong> Ni.O spray térmico, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua simplicida<strong>de</strong> e baixo custo, é uma alternativaa<strong>de</strong>quada para análises <strong>de</strong> rotina e também para o screening <strong>de</strong> metais tóxicos <strong>em</strong>diversas amostras biológicas.O <strong>em</strong>prego <strong>do</strong> spray térmico <strong>em</strong> química analítica é um campo <strong>de</strong> pesquisamuito extenso, pois diversos fatores pod<strong>em</strong> ser investiga<strong>do</strong>s e estuda<strong>do</strong>s, tais como,mecanismos <strong>de</strong> atomização, novos materiais para o tubo atomiza<strong>do</strong>r e o capilar <strong>de</strong>introdução das amostras. É necessário salientar a interação entre o spray térmico e o<strong>em</strong>prego <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>em</strong> fluxo <strong>em</strong> química analítica, sen<strong>do</strong> possível o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong>colunas <strong>de</strong> pré-concentração ou outros dispositivos para melhorar a sensibilida<strong>de</strong>analítica.Nas <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> Cd, Cu e Pb foram necessárias as seguintes condiçõesanalíticas: tamanho <strong>de</strong> partícula da ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> 100 m; concentrações dassuspensões varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 0,1 a 1,0 % <strong>em</strong> HNO 3 0,3 mol/L e Triton X-100 0,5% (v/v);capilar cerâmico com d. i. <strong>de</strong> 0,50 mm; tubo <strong>de</strong> Ni 201 com 12 e 10 mm <strong>de</strong> d.e. e d.i.,respectivamente, e vazão <strong>do</strong> fluxo carrega<strong>do</strong>r igual a 0,4 mL/min.158


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Capítulo 4 E. R. Pereira Filho6. REFERÊNCIAS[1] Delves, H. T., Analyst, 1970, 95, 431.[2] Kahl, M.; Mitchell, D. G.; Kaufman, G. I.; Al<strong>do</strong>us, K. M., Anal. Chim. Acta, 1976, 87, 215.[3] Matusiewicz, H., Spectrochim. Acta Part B, 1997, 52, 1711.[4] Ward, A. F.; Mitchell, D. G.; Al<strong>do</strong>us, K. M., Anal. Ch<strong>em</strong>., 1975, 47, 1656.[5] Robinson, J. W., Anal. Chim. Acta, 1962, 27, 465.[6] Uchida, T.; Iida, C.; Kojima, I., Anal. Chim. Acta, 1980, 113, 361.[7] Puli<strong>do</strong>, P.; Fuwa, K.; Vallee, B. L., Anal. Bioch<strong>em</strong>., 1966, 14, 393.[8] Lau, C. M.; Ure, A. M.; West, T. S., Anal. Chim. Acta, 1982, 141, 213.[9] Roberts, D. J.; Kahokola, K. V., J. Anal. At. Spectrom., 1989, 4, 185.[10] Khalighie, J.; Ure, A. M.; West, T. S., Anal. Chim. Acta, 1979, 107, 191.[11] Alvara<strong>do</strong>, J.; Jaffé, R., J. Anal. At. Spectrom., 1998, 13, 1297.[12] Gáspár, A.; Berndt, H., Spectrochim. Acta Part B, 2000, 55, 587.[13] Gaspar, A.; Berndt, H., Anal. Ch<strong>em</strong>., 2000, 72, 240.[14] Koropchak, J. A.; Veber, M., Crit. Rev. Anal. Ch<strong>em</strong>., 1992, 23, 113.[15] Koropchak, J. A., Winn, D. H., Trends Anal. Ch<strong>em</strong>., 1987, 6, 171.[16] Conver, T. S.; Yang, J.; Koropchak, J. A., Spectrochim. Acta Part B, 1997, 52, 1087.[17] Silva, A. L. C.; Mei, P. R., Aços e ligas especiais, Sumaré: Eletrometal S. A. – Metais Especiais, 1988.[18] Marriot, J. B.; Merz, M.; Nihoul, J.; Ward, J., High t<strong>em</strong>perature alloys – Their exploitable potential,Londres: Elsevier Applied Science, 1988.[19] Froes, F. H.; <strong>de</strong>Barbadillo, J. J., Structural applications of mechanical alloying, Ohio: ASMInternational, 1990.[20] Miller-Ihli, N. J.; J. Anal. At. Spectrom., 1994, 9, 1129.[21] Docekal, B.; Krivan, V., J. Anal. At. Spectrom., 1992, 7, 521.[22] Becker, E., Mechanically driven diaphragm pumps for use with gases, Essen: Vulkan-VerlagPublishers, 1997.[23] Bohl, W., Technische Strömungslehre, Würzburg: Vogel, 1991.[24] Daminelli, G.; Katskov, D. A.; Marais, P. J. J. G.; Titarelli, P., Spectrochim. Acta Part B, 1998, 53, 945.[25] Pasquini, C.; <strong>de</strong> Oliveira, W. A., Anal. Ch<strong>em</strong>., 1985, 57, 2575.[26] Dürnberger, R.; Esser, P.; Janssen, A., Fresenius Z. Anal. Ch<strong>em</strong>., 1987, 327, 343.[27] Dürnberger, R.; Esser, P.; Janssen, A., Fresenius Z. Anal. Ch<strong>em</strong>., 1988, 328, 359.[28] Analytical Methods Committee, Analyst, 1987, 112, 199.[29] Criss, J. W.; Birks, L. S., Anal. Ch<strong>em</strong>., 1968, 40, 1080.[30] Shiraiwa, T.; Fugino, N., Japanese J. Appl. Physics, 1966, 5, 886.[31] Gáspár, A.; Szeles, E.; Berndt, H., Anal. Bioanal. Ch<strong>em</strong>., 2002, 372, 136.[32] Gáspár, A.; Berndt, H., Anal. Bioanal. Ch<strong>em</strong>., 2002, 372, 695.[33] Davies, J.; Berndt, H., Anal. Chim. Acta, 2003, 479, 215.159


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Conclusão Geral e Perspectivas Futuras E. R. Pereira Filho1. CONCLUSÃO GERAL E PERSPECTIVAS FUTURASEsta Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> mostrou diversas estratégias para obtenção,tratamento e interpretação <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s analíticos. Assim, o leitor po<strong>de</strong> vislumbrar <strong>novas</strong>maneiras na interpretação <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s à partir <strong>de</strong> técnicas espectroscópicas com o<strong>em</strong>prego <strong>de</strong> quimiometria, principalmente com a mudança <strong>de</strong> paradigma nainterpretação <strong>do</strong>s mesmos.Desta forma, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta Tese foi reporta<strong>do</strong> <strong>em</strong> 4 diferentescapítulos. Os 3 primeiros se relacionaram com a avaliação e o <strong>em</strong>prego d<strong>em</strong>odifica<strong>do</strong>res químicos para a análise <strong>de</strong> suspensões. Diferentes e compl<strong>em</strong>entaresestratégias foram a<strong>do</strong>tadas tanto na aquisição <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, quanto na interpretação<strong>do</strong>s mesmos. Com o planejamento fatorial foi possível não somente diminuir onúmero <strong>de</strong> experimentos, mas também explorar <strong>de</strong> maneira eficiente as informaçõesprovenientes <strong>do</strong>s diversos sist<strong>em</strong>as analíticos estuda<strong>do</strong>s. O <strong>em</strong>prego <strong>do</strong>planejamento fatorial é praticamente ilimita<strong>do</strong>, pois nesta Tese ele foi utiliza<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong>a otimização das t<strong>em</strong>peraturas <strong>de</strong> pirólise e atomização para o Al, Cd e Pb (Capítulo1); otimização das condições <strong>de</strong> operação da sonda ultra-sônica (Capítulo 2) atéestu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> possíveis interferentes na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd e Pb por ETAAS e TS-FF-AAS e na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cu por TS-FF-AAS (Capítulos 2 e 4). O planejamentofatorial foi essencial nesta Tese, pois foi reduzi<strong>do</strong> drasticamente o número <strong>de</strong>experimentos s<strong>em</strong>, entretanto, per<strong>de</strong>r informações relevantes.No terceiro capítulo foi discutida e avaliada a utilização da PCA <strong>de</strong> imagenscomo uma ferramenta valiosa no estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> fenômenos relaciona<strong>do</strong>s com superfície.No estu<strong>do</strong> individual executa<strong>do</strong> com as plataformas utilizadas na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Alfoi verificada uma diferença entre a parte central e as d<strong>em</strong>ais regiões <strong>de</strong> umaplataforma. Além disso, foi constata<strong>do</strong> que o Zr apresentou uma proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>preservar a superfície atomiza<strong>do</strong>ra. Com todas as estratégias <strong>em</strong>pregadas, foitambém vislumbra<strong>do</strong> um possível mecanismo <strong>de</strong> atomização para o Al <strong>em</strong>plataformas recobertas permanent<strong>em</strong>ente com Zr.As varreduras efetuadas com a SRXRF (Capítulo 2) mostraram que asplataformas tratadas com modifica<strong>do</strong>res convencionais apresentaram maior número160


Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> Conclusão Geral e Perspectivas Futuras E. R. Pereira Filho<strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos residuais <strong>do</strong> que as plataformas tratadas com Zr. Com a ajuda <strong>do</strong>PARAFAC (Capítulo 3) foi obtida uma visão global <strong>de</strong> todas as varreduras. O<strong>em</strong>prego <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> ferramenta quimiométrica <strong>em</strong> AAS é raro, porém, bastanteinova<strong>do</strong>r. Com as informações <strong>do</strong> Capítulo 3 abr<strong>em</strong>-se <strong>novas</strong> perspectivas analíticasno estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> fenômenos <strong>de</strong> superfície, interações entre modifica<strong>do</strong>res e analitos <strong>em</strong>ecanismos <strong>de</strong> atomização.No quarto capítulo foi d<strong>em</strong>onstrada a TS-FF-AAS como uma <strong>alternativas</strong>imples, barata e rápida para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> metais <strong>de</strong> média e alta volatilida<strong>de</strong><strong>em</strong> amostras na forma <strong>de</strong> suspensões. A FAAS é uma técnica analítica muitodifundida <strong>em</strong> diversos laboratórios e a sua adaptação para a TS-FF-AAS requerapenas um tubo metálico, um capilar cerâmico e um el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> propulsão <strong>do</strong>sflui<strong>do</strong>s (bombas <strong>de</strong> diafragma, pistão, bombas para HPLC e peristálticas). Os limites<strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção obti<strong>do</strong>s com esta técnica são similares àqueles da ETAAS e aseletivida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s propostos nesta Tese foi totalmente aceitável, <strong>de</strong> tal formaque foram obti<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s exatos.Esta Tese apresentou estratégias multidisciplinares que, apesar <strong>de</strong> distintas,se compl<strong>em</strong>entam e possibilitam tanto uma mudança na forma <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong>sda<strong>do</strong>s, b<strong>em</strong> como uma maior precisão na interpretação. Salienta-se ainda, o caráterinova<strong>do</strong>r <strong>de</strong> todas as propostas realizadas aqui, b<strong>em</strong> como o caráter prático <strong>de</strong> cadauma <strong>de</strong>las. Além disso, ficou clara a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar ferramentas ouestratégias quimiométricas <strong>em</strong> AAS. Esta união sinérgica possibilita o entendimento,otimização e exploração mais criteriosa <strong>do</strong>s fenômenos inerentes a AAS,principalmente, quan<strong>do</strong> análises <strong>de</strong> superfície são efetuadas.161

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