entre eles, consi<strong>de</strong>rarão a natureza e o alcance das medidas aserem aplicadas, levando em conta a gravida<strong>de</strong> da situaçãoexistente. Tais medidas compreen<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a suspensão dodireito <strong>de</strong> participar nos diferentes órgãos dos respectivos processos<strong>de</strong> integração até a suspensão dos direitos e obrigações resultantes<strong>de</strong>stes processos.O Parlamento paraguaio tem <strong>de</strong>monstrado congruência ao pensamento doSenado brasileiro, não i<strong>de</strong>ntificando vantagem na entrada da Venezuela no Bloco,salientando que se <strong>de</strong>verá fortalecer o Bloco nos mol<strong>de</strong>s em que ele se encontra.A <strong>de</strong>mocracia, objeto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> interesse para o Mercosul – tanto o é que sefaz necessário o país ser consi<strong>de</strong>rado uma <strong>de</strong>mocracia para compor o Bloco, é <strong>de</strong><strong>de</strong>finição bastante complexa, haja vista sua mutabilida<strong>de</strong> em função do passar dotempo e dos costumes <strong>de</strong> cada povo.Cumpre mencionar, que a Democracia po<strong>de</strong> assumir diferentes significados,por vezes complementares, sob óticas clássicas (a Aristotélica, que admite as trêsformas <strong>de</strong> governo – <strong>de</strong>mocracia, aristocracia e monarquia, on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>mocracia évista como o Governo do Povo, <strong>de</strong> todos os cidadãos), a ótica medieval (<strong>de</strong> origemromana apoiada na teoria da Soberania Popular – na qual afirma que o po<strong>de</strong>r emanado povoe é representado pelo Príncipe), e sob o ponto <strong>de</strong> vista da <strong>de</strong>mocraciamo<strong>de</strong>rna (da teoria <strong>de</strong> Maquiavel que admite somente dois tipos <strong>de</strong> formas <strong>de</strong>governo – monarquia e república, on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>mocracia seria um regime empregadona república).Há concepções i<strong>de</strong>ológicas distintas sobre a Democracia no tangente aosmétodos aplicáveis do regime, partindo da suposição liberal e socialista. Sob a ótica<strong>de</strong>ste último, no que diz respeito à Democracia enquanto regime representativo éressaltado o sufrágio universal (que legitima o representante), do cidadãotrabalhador e não o cidadão abstrato (que exerce personagem meramente figurativapara os liberais, segundo os socialistas) e a <strong>de</strong>scentralização do Estado e damáquina do po<strong>de</strong>r administrativo.Foi formulada, no fim do século XIX, crítica contra a Democraciafundamentada exclusivamente no método <strong>de</strong> observação, preten<strong>de</strong>ndo ser maiscientífica e não i<strong>de</strong>ológica. Os pensadores Ludwig Gumplowicz, Gaetano Mosca eVilfredo Pareto refutam a tese da Democracia participativa, atribuindo-lhe à utopia esituação que jamais ocorreu ou ocorrerá no mundo, haja vista que, embora o po<strong>de</strong>remane do povo, ele será sempre uma oligarquia, pois os representantes, que <strong>de</strong>témo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fato, serão uma minoria.19
De acordo com Schumpeter (1961) a <strong>de</strong>mocracia existe on<strong>de</strong> há váriosgrupos em concorrência pela conquista do po<strong>de</strong>r por meio <strong>de</strong> uma luta que tem porobjetivo o voto popular. Esta concorrência <strong>de</strong>veria compreen<strong>de</strong>r a análise <strong>de</strong> trêspontos fulcrais: o recrutamento, a extensão e a fonte do po<strong>de</strong>r da classe política.O recrutamento <strong>de</strong>mocrático diz respeito a escolha dos representantes pormeio <strong>de</strong> eleição livre, eliminando possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transmissão hereditária oucooptação. A extensão remete a estabilida<strong>de</strong> da classe política e à presença <strong>de</strong>lano território do Estado, no sentido <strong>de</strong> cobertura nas articulações do Governo centrale local, admitindo uma presença aberta (com a oposição), mas efetiva. Ainda emrelação à fonte <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r Schumpeter enfatiza a necessida<strong>de</strong> do registro emConstituição das regras a serem seguidas e na importância da forma à ascenção aopo<strong>de</strong>r, que <strong>de</strong>ve ser por meio do voto popular e não em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> dotescarismáticos ou <strong>de</strong> tomada por uso da força violenta.A gran<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> da questão resi<strong>de</strong> em que não há <strong>de</strong>mocracia perfeita– que até agora, segundo os pensadores <strong>de</strong>ste particular, em especial Bobbio, nãofoi realizada em nenhuma parte do mundo, sendo utópica. Na <strong>de</strong>mocracia, por nãoser perfeita, admite-se o sacrifício <strong>de</strong> alguns elementos consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong>mocráticosem benefício <strong>de</strong> outros elementos. A <strong>de</strong>mocracia só não existirá quando todos oselementos que ela pressupõe forem negligenciados.Contudo, os discursos costumeiramente inflamados do tenente-coronel<strong>de</strong>vem abrandar-se à guisa do acontecido em seu discurso quando da ciência dasua vitória do referendo <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2009. Chávez salientou direcionar o foco dogoverno aos problemas internos como a segurança popular. Com a baixa do preçodo petróleo e queda das exportações do produto em 65%, provavelmente diminuirãoas verbas para os programas sociais, o que <strong>de</strong>ve diminuir a popularida<strong>de</strong> dopresi<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>sestabilizar ainda mais a política venezuelana. Também é verda<strong>de</strong> e,muito relevante, que o diálogo com os Estados Unidos tem caminhadopositivamente, o que po<strong>de</strong> <strong>de</strong>linear novos rumos para o relacionamento <strong>de</strong> ambosos países.Tratar do governo <strong>de</strong> Hugo Chávez é uma tarefa bastante complexa, poisrequer uma análise muito cuidadosa para não resvalar simplesmente nos estigmasatribuídos a ele. Sem dúvida versa-se sobre um articulado estrategista, todavia osmétodos que o presi<strong>de</strong>nte emprega para lograr êxito em suas investidas revelam-sebastante audaciosos e, não raro põem em xeque os códigos <strong>de</strong> conduta abraçados20
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