Qualquer nota oriunda da imprensa emitida <strong>de</strong>ntro do território venezuelanoque vá <strong>de</strong> encontro aos interesses do Governo, po<strong>de</strong> resultar em expulsão do seuautor do país, como aconteceu com o subdiretor para as Américas da ONG HumanRights Watch (HRW) Daniel Wilkinson, co-autor <strong>de</strong> um relatório que continha umbalanço sobre a era Chávez, e foi banido após a divulgação do documento, em2008.Ainda em 2007 houve um caso que incomodou a opinião pública mundial.Quando o presi<strong>de</strong>nte, em 30 <strong>de</strong> abril, <strong>de</strong>cidiu assumir o controle majoritário dosprojetos petrolíferos na bacia do rio Orinoco, no leste da Venezuela, que erampertencentes a empresas estrangeiras. Então, à meia noite, o presi<strong>de</strong>nte autorizouque o presi<strong>de</strong>nte da PDVSA, Rafael Ramírez, informasse ao povo <strong>de</strong>ste feito usandoa mídia televisão por meio <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>na 13 . Dessa forma, ao verificar que somenteo canal 2 Televisão Venezuelana RCTV (Rádio Caracas Televisão), pertencente aGustavo Cisneros 14 , não havia acatado à ca<strong>de</strong>na e também por já haver acusadoChávez <strong>de</strong> suprimir a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão, Chávez não renovou o contrato <strong>de</strong>stecanal, que ficou fora do ar, retornando somente após aceitarem a transmitir aca<strong>de</strong>na.Outra polêmica que envolve a Venezuela é a do processo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são <strong>de</strong>stepaís ao Mercosul, que se iniciou quando da visita do presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez aBrasília em abril <strong>de</strong> 2001, ainda sob a gestão <strong>de</strong> Fernando Henrique Cardoso.Todavia, veio a formalizar a petição somente em julho <strong>de</strong> 2006, por ocasião daCúpula <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>ntes em Córdoba, Argentina.Embora o documento <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são tenha sido firmado há quase três anos, até oprimeiro semestre do ano <strong>de</strong> 2009, somente os Parlamentos <strong>de</strong> Argentina, Uruguai eVenezuela o ratificaram, estando pen<strong>de</strong>ntes as ratificações por parte do Brasil 15 e doParaguai.Não obstante os Senadores brasileiros reconhecerem a importânciaestratégica da entrada da Venezuela no Mercosul, o Senado Fe<strong>de</strong>ral e algunsembaixadores brasileiros têm apresentado forte resistência nesse particular,alegando que a Venezuela precisa incorporar alguns padrões técnicos atinentes aoBloco para nele ingressar.13 Termo jurídico que <strong>de</strong>signa a or<strong>de</strong>m para que todos os canais transmitam o mesmo programa.14 Um dos adversários mais po<strong>de</strong>rosos <strong>de</strong> Chávez, magnata da mídia e imigrante cubano, cuja fortuna foraavaliada em 2008 em US$5 bilhões pela Revista Forbes, o que faz <strong>de</strong>le a 14ª pessoa mais rica do mundo.15 A a<strong>de</strong>são à entrada da Venezuela no Mercosul foi ratificada pela Câmara brasileira.17
Contudo, no que tange ao Parlamento brasileiro, incomodam bastante apostura do presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez e, principalmente, o insulto feito ao Senado em2007, quando o venezuelano se referiu ao Senado como “papagaio <strong>de</strong> Washington”,em resposta às críticas dos parlamentares brasileiros à sua <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> não renovara concessão à emissora <strong>de</strong> televisão que fazia críticas a seu governo, a RCTV.O senador e ex-presi<strong>de</strong>nte Fernando Collor <strong>de</strong> Mello (PTB-AL), manifestou-secontrário à entrada do país no bloco, justificando em seu discurso (transcrito em suapágina do Senado):O Chávez tem comprado armas, aviões, navios <strong>de</strong> guerra,submarinos. Quem está ameaçando a Venezuela? Pra quê essesinvestimentos em armas? Para brincar <strong>de</strong> batalha naval? O processo<strong>de</strong> integração é um processo que pressupõe a convivência pacíficacom os parceiros e esse não parece ser o principal objetivo dopresi<strong>de</strong>nte venezuelano. [...] Chávez em seu comportamento temsido belicoso, provocativo e divisivo. [...] É evi<strong>de</strong>nte que ovenezuelano se <strong>de</strong>dica a um projeto <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que não coaduna comos interesses brasileiros, visto que não atua como fator <strong>de</strong> união eintegração, mas como elemento <strong>de</strong> discórdia 16 .O opositor <strong>de</strong> Chávez e ex-prefeito da segunda maior cida<strong>de</strong> da Venezuela,Maracaíbo, agora asilado no Peru por ser acusado <strong>de</strong> enriquecimento ilícito, ManuelRosales, já havia sugerido ao Brasil intermediar o diálogo da oposição com opresi<strong>de</strong>nte, agravado em março <strong>de</strong> 2009, quando da intervenção fe<strong>de</strong>ral em portos eaeroportos administrados pela oposição. E recomendou que, antes do Parlamentobrasileiro ratificar a a<strong>de</strong>são da Venezuela no Mercosul, seja analisadacautelosamente a situação real vivida na Venezuela, pois <strong>de</strong>ve haver o cumprimentodo protocolo que exige respeito absoluto à <strong>de</strong>mocracia, aos direitos humanos, àliberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar e agir politicamente, como reza o texto do Protocolo <strong>de</strong>Ushuaia 17 , no tangente às condições para o <strong>de</strong>senvolvimento da integração dosmembros que compõem o Bloco:Artigo 3: Toda ruptura da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>mocrática em um dos EstadosPartes do presente Protocolo implicará a aplicação dosprocedimentos previstos nos artigos seguintes.Artigo 4: No caso <strong>de</strong> ruptura da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>mocrática em um EstadoParte do presente Protocolo, os <strong>de</strong>mais Estados Partes promoverãoas consultas pertinentes entre si e com o Estado afetado.Artigo 5: Quando as consultas mencionadas no artigo anteriorresultarem infrutíferas, os <strong>de</strong>mais Estados Partes do presenteProtocolo, no âmbito específico dos Acordos <strong>de</strong> Integração vigentes16 In Assessoria <strong>de</strong> Imprensa, 17/04/200917 Tratado firmado em 1998 entre os quatro países integrantes do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai eUruguai), cujo regime <strong>de</strong>mocrático nos sócios plenos do Bloco se torna cláusula sine qua non.18
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