30Ao longo <strong>do</strong> tempo os procedimentos cirúrgicos foram aprimora<strong>do</strong>s n<strong>as</strong> condições desegurança, precisão e menores impactos orgânicos para o <strong>paciente</strong>. O avanço desenvolvi<strong>do</strong>com tecnologi<strong>as</strong> nos exames complementares, transfusão sanguínea, além <strong>do</strong> controle demicroorganismos no ato cirúrgico (uso de antissépticos, luv<strong>as</strong>, aventais, máscar<strong>as</strong>, touc<strong>as</strong> eoutros) que propiciaram melhori<strong>as</strong> significativ<strong>as</strong> para a execução <strong>do</strong>s procedimentos.Com a evolução d<strong>as</strong> técnic<strong>as</strong> cirúrgic<strong>as</strong> e replicação <strong>do</strong>s procedimentos para tod<strong>as</strong> <strong>as</strong>partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, proporciona<strong>do</strong>s pela evolução <strong>do</strong>s meios de comunicação, a diminuição <strong>do</strong>risco cirúrgico e da mortalidade causada pelos procedimentos cirúrgicos possibilitou quepesso<strong>as</strong> com idade avançada tivessem acesso a procedimentos cirúrgicos antes inimagináveis. .O conceito de que <strong>as</strong> intervenções cirúrgic<strong>as</strong> de maior porte no <strong>paciente</strong> i<strong>do</strong>so erammuito arriscad<strong>as</strong> e raramente compensavam, era de fato, válida até o início <strong>do</strong> século XX,quan<strong>do</strong> a mortalidade atingia metade d<strong>as</strong> operações. Entretanto, essa realidade vem semodifican<strong>do</strong> e nos centros médicos mais desenvolvi<strong>do</strong>s existem pouc<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> entre osresulta<strong>do</strong>s operatórios <strong>do</strong> jovem e <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so. A <strong>do</strong>ença operada ou a operação em si nãocontribui para a morbimortalidade quan<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong> geral <strong>do</strong> organismo está em harmonia e, emespecial, os cuida<strong>do</strong>s pré, trans e pós-operatórios são desenvolvi<strong>do</strong>s de maneira adequada,exercen<strong>do</strong> papel fundamental na diminuição <strong>do</strong>s índices de morbimortalidade <strong>do</strong>s <strong>paciente</strong>s(PETROIANU ; PIMENTA, 1998).Atualmente, cerca de 40% d<strong>as</strong> admissões de <strong>paciente</strong>s i<strong>do</strong>sos em hospitais gerais estãorelacionad<strong>as</strong> à terapêutica cirúrgica. Apesar <strong>do</strong>s progressos n<strong>as</strong> técnic<strong>as</strong> cirúrgica e anestésica e<strong>do</strong>s cuida<strong>do</strong>s da terapia intensiva, existe, com o envelhecimento, um aumento progressivo damorbidade e mortalidade intra e pós-operatória devi<strong>do</strong> à redução da capacidade funcional <strong>do</strong>svários sistem<strong>as</strong> e da <strong>as</strong>sociação de <strong>do</strong>enç<strong>as</strong> (CARVALHO FILHO, p. 633, 2005). Dentro dafaixa geriátrica, existem evidênci<strong>as</strong> de um crescimento percentual mais acentua<strong>do</strong> <strong>do</strong>sindivíduos octogenários, sen<strong>do</strong> este também o grupo populacional responsável pelo maiorcrescimento nos departamentos de cirurgia (REISS; DEUTSCH ; NUDELMAN, 1992).O crescente aumento da população de i<strong>do</strong>sos que têm a possibilidade de se submeterema procedimentos cirúrgicos, exige que a equipe de saúde que lhes presta serviços profissionaisseja qualificada e capacitada a atendê-los com eficiência, segurança e conhecimento, a fim dedetectar precocemente <strong>as</strong> possíveis caus<strong>as</strong> de complicações, atuan<strong>do</strong> de maneira rápida eeficaz, reduzin<strong>do</strong> os danos causa<strong>do</strong>s ao organismo <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so pelo evento cirúrgico.A diminuída capacidade ou reserva funcional global disponível no organismo <strong>do</strong> i<strong>do</strong>sopara lidar com o estresse aponta para os cuida<strong>do</strong>s necessários a fim de evitar que a operação e
31<strong>as</strong> iatrogeni<strong>as</strong> decorrentes rompam com o delica<strong>do</strong> equilí<strong>br</strong>io manti<strong>do</strong> às cust<strong>as</strong> muito mais daadaptação <strong>do</strong> que de mecanismo compensa<strong>do</strong>res (BECK, 2000).A cirurgia, aumenta o estresse a to<strong>do</strong>s os sistem<strong>as</strong> orgânicos que podem se manifestarpsicologica ou fisiologicamente. Estresse é um termo coletivo usa<strong>do</strong> para descrever os muitosfatores psicológicos e fisiológicos que causam alterações neuroquímic<strong>as</strong> no organismo. Caus<strong>as</strong>de estresse no cliente perioperatório incluem <strong>do</strong>r, lesão tecidual, hemorragia, anestesia, fe<strong>br</strong>e eimobilização. Os estímulos causa<strong>do</strong>res de estresse impostos pela cirurgia promovem talresposta <strong>as</strong>socian<strong>do</strong> fatores tanto psicológicos (ansiedade, me<strong>do</strong> <strong>do</strong> desconheci<strong>do</strong>) quantofisiológicos (hemorragia, anestesia, <strong>do</strong>r, imobilização). A capacidade de suportar o estresse dacirurgia e da anestesia está diminuída significativamente em pesso<strong>as</strong> i<strong>do</strong>s<strong>as</strong> ou debilitad<strong>as</strong>.Algum<strong>as</strong> <strong>do</strong>enç<strong>as</strong> que aumentam esse risco incluem desnutrição, anemia, desidratação,aterosclerose, <strong>do</strong>ença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), diabetes mellitus e muitos outros.Esses são exemplos comuns em i<strong>do</strong>sos, que devem ser corrigi<strong>do</strong>s ou controla<strong>do</strong>s antes dacirurgia, se possível. Uma dieta nutritiva e ingestão adequada de líqui<strong>do</strong>s ajudam acontrabalancear esses problem<strong>as</strong>, reduzin<strong>do</strong> <strong>as</strong>sim o risco operatório <strong>do</strong> cliente (BLACK;MATASSARIN-JACOBS, 1996).Os hábitos de vida também influenciam os riscos <strong>do</strong> procedimento cirúrgico. Otabagismo provoca alterações so<strong>br</strong>e o sistema respiratório que incluem hipersecreção de mucoe danos so<strong>br</strong>e a árvore traqueo<strong>br</strong>ônquica pela obstrução a longo termo, bem como restriçãoso<strong>br</strong>e <strong>as</strong> pequen<strong>as</strong> vi<strong>as</strong> aére<strong>as</strong> com aumento na capacidade de fechamento e tendência amudanç<strong>as</strong> na relação ventilação-perfusão. Há também aumento na sensibilidade reflexa deamb<strong>as</strong> <strong>as</strong> vi<strong>as</strong> de condução (alt<strong>as</strong> e baix<strong>as</strong>), da permeabilidade <strong>do</strong> epitélio respiratório eevidênci<strong>as</strong> de perda de fator surfactante. Eventos posteriores com implicações para oanestesiologista são o prejuízo so<strong>br</strong>e a imunidade humoral mediada por célul<strong>as</strong>, além daindução de enzim<strong>as</strong> microssomiais com elevação <strong>do</strong> metabolismo de vári<strong>as</strong> drog<strong>as</strong>(FURTADO, 2002).O procedimento cirúrgico, envolve alguns fatores que podem influenciar o seu sucessoe determinar a incidência de maior ou menor risco para o indivíduo cujo diagnóstico da <strong>do</strong>ençatraz como terapia a cirurgia. As pesso<strong>as</strong> têm que enfrentar seus temores internos, por vezes seapegan<strong>do</strong> com <strong>as</strong> crenç<strong>as</strong> religios<strong>as</strong> para conseguir forç<strong>as</strong> e enfrentar a situação, muit<strong>as</strong> vezesinevitável. Esses temores são justificáveis visto que durante a cirurgia o indivíduo é exposto àsituação de risco ao ser anestesia<strong>do</strong>, ao sofrer penetração por instrumento cortante, ao parartemporariamente algum<strong>as</strong> funções vitais e muitos outros. Os fatores de risco devem seravalia<strong>do</strong>s previamente a realização da cirurgia.
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