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28Característica freqüente nos indivíduos idosos é a presença de doenças crônicas dentreelas as de maior relevância são a Hipertensão arterial sistêmica e o diabetes melittus.Conforme dados das Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileirade Hipertensão (SBH) e Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) por ocasião da divulgaçãodas V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, a elevação da pressão arterial representaum fator de risco independente, linear e contínuo para doença cardiovascular; aumentalinearmente com a idade. Em indivíduos jovens, a hipertensão decorre mais freqüentementeapenas da elevação na pressão diastólica, enquanto a partir da sexta década o principalcomponente é a elevação da pressão sistólica. Em indivíduos idosos da cidade de Bambuí, MG,61,5% apresentavam hipertensão arterial. O risco relativo de desenvolver doençacardiovascular associado ao aumento da pressão arterial não diminui com o avanço da idade eo risco absoluto aumenta marcadamente (SBC; SBH; SBN, 2006).O diabete melito aumenta sua prevalência com a idade. Quase metade dos diabéticostem 65 anos ou mais, com aproximadamente a mesma proporção de homens e mulheres. Onúmero absoluto de pessoas idosas com diabete vai continuar a subir em um futuro previsívelpor pelo menos duas razões: 1) a taxa de diabetes diagnosticado em pessoas de 65 a 74 anos deidade e de mais de 75 anos de idade aumentou cerca de 2,5 vezes nos últimos 30 anos, e 2) onúmero de pessoas idosas sob risco está crescendo. Como cerca de metade dos casos em idososnão é diagnosticada, se os métodos de detecção melhorarem, o número de casos reconhecidosclinicamente pode crescer ainda mais (HARRYS, 1990).Ao ser hospitalizado o paciente idoso diabético que vai ser submetido a procedimentocirúrgico deve ter sua glicemia rigorosamente monitorada e estabilizada ainda no período préoperatório.O que se percebe freqüentemente é que ao serem submetidos a dietas restritivaspara realização de exames laboratoriais ou complementares os níveis de glicemia terminam porser reduzidos, e muitas vezes causam hipoglicemia.3.3 O IDOSO E O PROCEDIMENTO CIRÚRGICOA busca do homem por soluções milagrosas que solucionassem os problemas de saúdeé histórica. Na cultura dos egípcios, encontrou-se um papiro traduzido que constitui a maiorobra sobre cirurgia da antiguidade e data aproximadamente 3.000 a.C. Apesar de sua indicaçãopara tratar problemas cirúrgicos, já se manifestavam as preocupações com a velhice, prevençãoe cura de algumas enfermidades da idade avançada (GOMES, 1998).
29Nos séculos XVIII e XIX, grandes progressos foram realizados, possibilitando adentraro abdomem de uma pessoa e esta sobreviver. Para Thorwald (2002) a história da cirurgia ouavanços significativos a partir da primeira narcotização anestésica, realizada em 1846. A partirdesse marco histórico a cirurgia abandonou um campo de estagnização , anteriormentereduzido ao poder impiedoso da dor nas operações, e restritas, por medo à febre traumática, araras intervenções de extrema necessidade. Transpunha-se então o limiar de tempos deescuridão e progressos inimagináveis se desenvolveram no campo do conhecimento sobrecirurgias.Contribuição inegável foi o aparecimento de Florence Nightingale, uma inglesanascida em família abastada, que anunciou ter sido chamada por Deus para tornar-seenfermeira. Preparou-se convenientemente durante o seu estágio como aprendiz e iniciou umafase importante na reforma e gerenciamento dos cuidados de mulheres. O grupo treinado porFlorence limpou a sujeira e os vermes dos campos de tratamento de feridos da guerra daCriméia, melhorou as condições de ventilação, nutrição e sanitarismo atribuídas adeterminação e dedicação das suas aprendizes, obtendo resultados impressionantes para aépoca. Afugentando a putrefação, reduziram a taxa de mortalidade de 60% para 1%, fatoinédito para a época e que rendeu reconhecimento e gratidão dos soldados por ela salvos damorte (TIMBY, 2001 ).Assim, a história da cirurgia foi se desenvolvendo. Após os tempos em que já seemancipara da dor nas intervenções cirúrgicas não deveria ter se prolongado por mais que trêsdécadas a demora em resolver outras deficiências para o procedimento. A Semmelweis seatribui o mérito de ter sido pioneiro no agravo da “infecção de contato” e pela primeira vez,dominado amplamente o problema na prática. Semmelweis transcorreu um caminho penoso elongo pois por volta de 1847, os recursos tecnológicos e os conhecimentos sobre amicrobiologia ainda eram incipientes, suas descobertas empíricas não tinham como sercomprovadas com exatidão, o que dificultou que chegasse a conclusões definitivas e pudesseconvencer os colegas dos resultados positivos (GOMES, 1998).Em 1866, Joseph Lister contribuiu com avanços resolutivos na infecção das doençastraumáticas com a apresentação de seu manuscrito intitulado “Sobre o Princípio Antisséptico,na clínica cirúrgica”. A partir de então os avanços não cessaram, possibilitando menoresimpactos durante a cirurgia e consequentemente redução do trauma, facilitanto o processo derecuperação no período pós-operatório (GOMES, 1998). Esse progresso certamente contribuiupara o aumento da expectativa de vida da população e da e associado à redução da mortalidadepor doenças contagiosas.
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28Característica freqüente nos indivíduos i<strong>do</strong>sos é a presença de <strong>do</strong>enç<strong>as</strong> crônic<strong>as</strong> dentreel<strong>as</strong> <strong>as</strong> de maior relevância são a Hipertensão arterial sistêmica e o diabetes melittus.Conforme da<strong>do</strong>s d<strong>as</strong> Sociedade Br<strong>as</strong>ileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Br<strong>as</strong>ileirade Hipertensão (SBH) e Sociedade Br<strong>as</strong>ileira de Nefrologia (SBN) por oc<strong>as</strong>ião da divulgaçãod<strong>as</strong> V Diretrizes Br<strong>as</strong>ileir<strong>as</strong> de Hipertensão Arterial, a elevação da pressão arterial representaum fator de risco independente, linear e contínuo para <strong>do</strong>ença cardiov<strong>as</strong>cular; aumentalinearmente com a idade. Em indivíduos jovens, a hipertensão decorre mais freqüentementeapen<strong>as</strong> da elevação na pressão di<strong>as</strong>tólica, enquanto a partir da sexta década o principalcomponente é a elevação da pressão sistólica. Em indivíduos i<strong>do</strong>sos da cidade de Bambuí, MG,61,5% apresentavam hipertensão arterial. O risco relativo de desenvolver <strong>do</strong>ençacardiov<strong>as</strong>cular <strong>as</strong>socia<strong>do</strong> ao aumento da pressão arterial não diminui com o avanço da idade eo risco absoluto aumenta marcadamente (SBC; SBH; SBN, 2006).O diabete melito aumenta sua prevalência com a idade. Qu<strong>as</strong>e metade <strong>do</strong>s diabéticostem 65 anos ou mais, com aproximadamente a mesma proporção de homens e mulheres. Onúmero absoluto de pesso<strong>as</strong> i<strong>do</strong>s<strong>as</strong> com diabete vai continuar a subir em um futuro previsívelpor pelo menos du<strong>as</strong> razões: 1) a taxa de diabetes diagnostica<strong>do</strong> em pesso<strong>as</strong> de 65 a 74 anos deidade e de mais de 75 anos de idade aumentou cerca de 2,5 vezes nos últimos 30 anos, e 2) onúmero de pesso<strong>as</strong> i<strong>do</strong>s<strong>as</strong> sob risco está crescen<strong>do</strong>. Como cerca de metade <strong>do</strong>s c<strong>as</strong>os em i<strong>do</strong>sosnão é diagnosticada, se os méto<strong>do</strong>s de detecção melhorarem, o número de c<strong>as</strong>os reconheci<strong>do</strong>sclinicamente pode crescer ainda mais (HARRYS, 1990).Ao ser hospitaliza<strong>do</strong> o <strong>paciente</strong> i<strong>do</strong>so diabético que vai ser submeti<strong>do</strong> a procedimentocirúrgico deve ter sua glicemia rigorosamente monitorada e estabilizada ainda no perío<strong>do</strong> préoperatório.O que se percebe freqüentemente é que ao serem submeti<strong>do</strong>s a diet<strong>as</strong> restritiv<strong>as</strong>para realização de exames laboratoriais ou complementares os níveis de glicemia terminam porser reduzi<strong>do</strong>s, e muit<strong>as</strong> vezes causam hipoglicemia.3.3 O IDOSO E O PROCEDIMENTO CIRÚRGICOA busca <strong>do</strong> homem por soluções milagros<strong>as</strong> que solucion<strong>as</strong>sem os problem<strong>as</strong> de saúdeé histórica. Na cultura <strong>do</strong>s egípcios, encontrou-se um papiro traduzi<strong>do</strong> que constitui a maioro<strong>br</strong>a so<strong>br</strong>e cirurgia da antiguidade e data aproximadamente 3.000 a.C. Apesar de sua indicaçãopara tratar problem<strong>as</strong> cirúrgicos, já se manifestavam <strong>as</strong> preocupações com a velhice, prevençãoe cura de algum<strong>as</strong> enfermidades da idade avançada (GOMES, 1998).