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INFLUÊNCIA DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL NA RESISTÊNCIA ÀCORROSÃO POR PITE EM PEÇAS TORNEADAS DE AÇO INOXIDÁVELSUPERAUSTENÍTICOMárcio Tadeu Gravalos 1 , Marcelo Martins 1 , Anselmo Eduardo Diniz 2 e Paulo Roberto Mei 21 Sulzer Brasil S/A, marcio.gravalos@sulzer.com2 Facul<strong>da</strong>de de Engenharia Mecânica <strong>da</strong> Unicamp, pmei@fem.unicamp.brRESUMOA resistencia <strong>à</strong> <strong>corrosão</strong> <strong>por</strong> pite tem sidocorrelacio<strong>na</strong><strong>da</strong> com as condições morfológicas<strong>da</strong> superficie: um acabamento <strong>superficial</strong> lisocontribui para diminuir o potencial de iniciaçãode pites. Este estudo teve <strong>por</strong> objetivo investigara relação entre a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>corrosão</strong> <strong>por</strong> pite ea rugosi<strong>da</strong>de em superficies usi<strong>na</strong><strong>da</strong>s do açoinoxidável superaustenítico ASTM A744 grauCN3MN. As amostras fundi<strong>da</strong>s sofreram umtorneamento cilíndrico com diferentescombi<strong>na</strong>ções <strong>da</strong>s condições de corte, resultandoassim, em diferentes padrões de rugosi<strong>da</strong>de<strong>superficial</strong>. As superficies <strong>da</strong>s amostras, entãousi<strong>na</strong><strong>da</strong>s, foram caracteriza<strong>da</strong>s quanto <strong>à</strong>rugosi<strong>da</strong>de e ao endurecimento. Apóssubmeti<strong>da</strong>s a um teste <strong>por</strong> imersão queacelerava a <strong>corrosão</strong>, estas superficies foramexami<strong>na</strong><strong>da</strong>s num esteroscópio, tendo sidotambém determi<strong>na</strong><strong>da</strong> a per<strong>da</strong> de peso devido <strong>à</strong><strong>corrosão</strong>. Observou-se que as amostras exibiramdiferentes com<strong>por</strong>tamentos com relação <strong>à</strong><strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>corrosão</strong>, de acordo com ascondições de usi<strong>na</strong>gem aplica<strong>da</strong>s. Umacorrelação entre a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>corrosão</strong> e arugosi<strong>da</strong>de <strong>superficial</strong> ficou evidente, assimcomo <strong>à</strong> per<strong>da</strong> de peso devido <strong>à</strong> formação depites. Este estudo identificou que a <strong>corrosão</strong>pode ser controla<strong>da</strong> através <strong>da</strong> seleção dosparâmetros de usi<strong>na</strong>gem apropriados.Palavras chave: Rugosi<strong>da</strong>de <strong>superficial</strong>;Resistência <strong>à</strong> <strong>corrosão</strong> <strong>por</strong> pite; Aço inoxidávelsuperaustenítico; Controle de <strong>corrosão</strong>;Parâmetros de usi<strong>na</strong>gem; Torneamento;Encruamento <strong>superficial</strong>.ABSTRACTThe pitting corrosion resistance has beencorrelated to the morfology conditions ofsurface: a smooth surface finishing contributesto decrease the potential for pitting. This studyaimed at investigating the relationship betweenpitting corrosion resistance and surfaceroughness in machined surfaces ofsuperaustenitic stainless steel ASTM A744grade CN3MN. The samples of the casting steelwas cylindrical turned with differentscombi<strong>na</strong>tion of cutting conditions, leading thesurfaces to differing roughness patterns. Thesurfaces of samples, as machined, werecharacterized by roughness and hardness. Afterthe application of an accelerated immersioncorrosion test, these surfaces were examined i<strong>na</strong> stereoscopy and the weight loss by corrosionwere also determined. It was revealed that thesamples exhibited different corrosion resistancebehaviours, according to the machiningconditions applied. A correlation betweenpitting resistance corrosion and machinedsurface roughness was evident, as so to theweight loss due to the formation of pits. Thisstudy have identified that the corrosion can becontrolled through the selection of appropriatemachining parameters.Key words: Surface roughness; Pittingcorrosion resistance; Superaustenitic stainlesssteel; Corrosion control; Machinig parameters;Turning; Surface work hardening.Corrosão 126


1 - INTRODUÇÃOO aço inoxidável superaustenítico,composto <strong>por</strong> uma estrutura predomi<strong>na</strong>ntementeaustenítica, exibe uma melhor <strong>resistência</strong> <strong>à</strong><strong>corrosão</strong> <strong>por</strong> pite, <strong>por</strong> frestas e sob tensãoquando comparado com os aços inoxidáveisausteníticos convencio<strong>na</strong>is <strong>da</strong> série 300. A ligafundi<strong>da</strong> ASTM A744 CN3MN [01] é uma <strong>da</strong>sopções de material utilizado <strong>na</strong> fabricação doscomponentes de bombas que operam emambientes marítimos, pois oferece elevadosvalores de <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>corrosão</strong> <strong>por</strong> pite. Ausi<strong>na</strong>gem é um dos mais im<strong>por</strong>tantes processosque está envolvido <strong>na</strong> fabricação doscomponentes de bombas e que tor<strong>na</strong>-seim<strong>por</strong>tante conhecer os efeitos deste processo<strong>na</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>corrosão</strong> <strong>por</strong> pite.Uma superfície com o acabamento o maisliso possível reduz o potencial para a formaçãode pites [02, 03, 04, 05]. A rugosi<strong>da</strong>de<strong>superficial</strong> é o conjunto de irregulari<strong>da</strong>des, istoé, peque<strong>na</strong>s saliências e reentrâncias quecaracterizam o acabamento <strong>superficial</strong> [06].Durante a usi<strong>na</strong>gem, a seleção dos parametrosde corte apropriados é muito im<strong>por</strong>tante para ocontrole <strong>da</strong> <strong>corrosão</strong> [07, 08]. O torneamento éum dos processos de usi<strong>na</strong>gem básico e maislargamente utilizado dentro dos processos deusi<strong>na</strong>gem que as indústrias utilizam [09] etambém um dos processos mais comuns empesquisas experimentais em cortes de metal[10]. No torneamento, o avanço e o raio deponta têm uma contribuição geométrica <strong>à</strong>rugosi<strong>da</strong>de <strong>superficial</strong> [11].O objetivo deste estudo é o de determi<strong>na</strong>ra relação entre os parâmetros utilizados noprocesso de torneamento e a resistencia <strong>à</strong>formação de <strong>corrosão</strong> <strong>por</strong> pite, através <strong>da</strong>análise <strong>da</strong> <strong>influência</strong> <strong>da</strong> rugosi<strong>da</strong>de <strong>superficial</strong> e<strong>da</strong> cama<strong>da</strong> endureci<strong>da</strong>.2 - MATERIAIS E MÉTODOSNeste estudo foram utiliza<strong>da</strong>s amostrascilíndricas do aço inoxidável superausteníticotipo CN3MN, com 95 mm de diâmetro e 200mm de comprimento, fundi<strong>da</strong>s pelo processoestático e solubiliza<strong>da</strong>s a 1170 °C <strong>por</strong> 2 horas[12]. Na tabela 01 encontram-se a composiçãoquímica e o valores do PREN (Pitting ResistanceEquivalent), valor que determi<strong>na</strong> a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong><strong>corrosão</strong> <strong>por</strong> pite [13, 14], calculado através <strong>da</strong>equação: PREN = Cr% + 3,3Mo% + 16N% .Tabela 01 - Valores <strong>da</strong> composição química (% em peso) e do PRE N .ELEMENTO Si C Mo Cr Si Ni P Mn Cu N PRENAMOSTRA 0,74 0,015 6,25 20,79 0,008 24,65 0,021 0,63 0,33 0,2 44,6NORMA1Máx.0,03Máx.6,0 a7,020 a 220,01Máx.23,5 a25,50,04Máx.2 Máx.0,75Máx.0,18 a0,261234As amostras fundi<strong>da</strong>s, com 212±11 HV dedureza, foram submeti<strong>da</strong>s <strong>à</strong>s operações detorneamento em desbaste e acabamento em umtorno horizontal CNC Mazak QT25, utilizandoo fluído de corte com 6% de emulsão em água,em ambundância. Os parâmetros de usi<strong>na</strong>gemutilizados encontram-se <strong>na</strong> tabela 02. Paraoperação de acabamento os experimentos foramconduzidos variando-se três parâmetros deusi<strong>na</strong>gem em dois níveis, <strong>na</strong> seguinte seqüência:o avanço (f), a profundi<strong>da</strong>de de corte (a p ) e oângulo ortogo<strong>na</strong>l de saí<strong>da</strong> do inserto ( o ). Para aoperação de desbaste variou-se o ânguloortogo<strong>na</strong>l de saí<strong>da</strong>. Os parâmetros veloci<strong>da</strong>de decorte (V c ) e raio de ponta <strong>da</strong> ferramenta (R 1 )foram fixados [15]. Foram utilizados insertosintercambiáveis de metal duro com triplacobertura composta de Ti(C,N) + Al 2 O 3 + TiN,<strong>na</strong> geometria ISO CNMG 120404/12 e fixadosno <strong>por</strong>ta-ferramenta ISO PCLNR 2525 M1, comângulo de folga (α) de 6° e ângulo de posição(χr) de 95°. Para realização dos ensaios eanálises <strong>da</strong>s superficies, após a usi<strong>na</strong>gem aamostras foram seccio<strong>na</strong><strong>da</strong>s conformedemonstrado <strong>na</strong> figura 01.Corrosão 127


Figura 01 – Amostras seccio<strong>na</strong><strong>da</strong>s após a usi<strong>na</strong>gemA rugosi<strong>da</strong>de <strong>na</strong> superfície <strong>da</strong>s amostrasfoi medi<strong>da</strong>, em 3 diferentes posiçõesangularmente equidistante, através dorugosímetro Perthometer M1–Mahr, com valorde cut-off de 0,8 mm e comprimento deamostragem igual a 5 mm.A medição <strong>da</strong>s microdurezas superficiaisbaseou-se <strong>na</strong> norma ASTM E 384-07 [16]. Estemétodo estabelece a determi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong>microdureza dos materiais através de ensaio demicropenetração feito com um penetradorKnoop ou Vickers. As amostras foramembuti<strong>da</strong>s e as medições foram realiza<strong>da</strong>s nomicrodurômetro Buehler modelo 1600-6300,aplicando-se uma carga de 50 gf durante 10segundos. As medi<strong>da</strong>s foram toma<strong>da</strong>s partindose<strong>da</strong> superfície usi<strong>na</strong><strong>da</strong> e em direção ao centro.Após a medição <strong>da</strong> microdureza, as amostrasforam ataca<strong>da</strong>s com água régia e amicroestrutura foi observa<strong>da</strong> e fotografa<strong>da</strong>através do microscópio óptico Zeiss modeloAxiotech.Para análise <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> formação depites as amostras (ilustra<strong>da</strong>s <strong>na</strong> figura 01) foram,primeiramente, submeti<strong>da</strong>s a um teste queacelerava a <strong>corrosão</strong>, sendo imersas em umasolução de cloreto de ferro aqueci<strong>da</strong> a 50 ± 2 ºC<strong>por</strong> um período de 72 horas [3, 17]. Em segui<strong>da</strong>,as superficies foram observa<strong>da</strong>s através ummicroscópio optico de baixa ampliação, onde foipossível quantificar a densi<strong>da</strong>de dos pitesformados <strong>por</strong> uni<strong>da</strong>de de área. Para conhecer ovalor <strong>da</strong> per<strong>da</strong> massa, as amostras forampesa<strong>da</strong>s em uma balança com precisão de 0,001gramas, antes e depois do teste de imersão.3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES3.1 - Análise de rugosi<strong>da</strong>deAtravés dos resultados <strong>da</strong> medição <strong>da</strong>rugosi<strong>da</strong>de Ra que estão mostrados <strong>na</strong> tabela 02,pode-se observar que <strong>na</strong> operação deacabamento o crescimento do avanço (f)aumenta a rugosi<strong>da</strong>de (Ra). Quando aprofundi<strong>da</strong>de de corte (a p ) aumenta, para omesmo valor de raio de ponta <strong>da</strong> ferramenta(R 1 ), a rugosi<strong>da</strong>de (Ra) também aumenta. Avariação do ângulo de saí<strong>da</strong> ( o ) teve um efeitopouco significante. Na operação de desbaste,onde a p é bem maior que R 1 , há uma forte<strong>influência</strong> do o <strong>na</strong> rugosi<strong>da</strong>de Ra que comprovaa alta ductili<strong>da</strong>de deste material usi<strong>na</strong>do. Assim, o diminui, aumenta a taxa dedeformação do cavaco e <strong>da</strong> superficie usi<strong>na</strong><strong>da</strong>, oque refletiu no aumento <strong>da</strong> rugosi<strong>da</strong>de Ra.Corrosão 128


InsertoR 12222222(mm)Tabela 02 – Influência <strong>da</strong>s condições de torneamento <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong>des <strong>superficial</strong> do aço inoxidável CN3MN of(mm/rot.)Condições de corteV c(m/min.)a p(mm)Rugosi<strong>da</strong>deRaEndurecimento<strong>superficial</strong>Dureza(HV 0,05 )Cama<strong>da</strong>Resistência <strong>à</strong> <strong>corrosão</strong>Per<strong>da</strong> demassa(%)Densi<strong>da</strong>de(pites/mm 2 )0,4 10° 0,1 60 0,2 0,54 428 265 4 x 10 -3 10 x 10 -30,4 10° 0,2 60 0,2 0,76 365 115 13 x 10 -3 25 x 10 -30,4 10° 0,1 60 0,4 0,98 433 165 7 x 10 -3 79 x 10 -30,4 10° 0,2 60 0,4 1,16 371 215 31 x 10 -3 203 x 10 -30,4 0° 0,1 60 0,4 0,89 419 165 4 x 10 -3 27 x 10 -30,4 0° 0,2 60 0,4 1,04 401 115 15 x 10 -3 77 x 10 -31,2 10° 0,25 60 2,5 1,22 464 165 19 x 10 -3 194 x 10 -31,2 0° 0,25 60 2,5 2,28 471 215 29 x 10 -3 215 x 10 -33.2 - Análise <strong>da</strong> dureza <strong>superficial</strong>A figura 02 é composta <strong>da</strong> imagem <strong>da</strong>análise metalográfica e do gráfico do perfil demicrodureza de uma <strong>da</strong>s amostras.1 Cama<strong>da</strong> de níquelFigura 02 – Exemplo do perfil de microdureza com ataque de água régia (acabamento com o inserto o = 10º,V c = 60 m/min, f = 0,2 mm/v e a p = 0,4 mm).Através <strong>da</strong> figura 02 pode-se observar operfil de dureza <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> endureci<strong>da</strong> forma<strong>da</strong><strong>na</strong> superficie usi<strong>na</strong><strong>da</strong> em direção ao núcleo.Uma cama<strong>da</strong> <strong>superficial</strong> de níquel foi aplica<strong>da</strong>,antes do ensaio de microdureza, para evitar aexpansão do material em direção <strong>à</strong> bor<strong>da</strong>durante a penetração do diamante. As marcasgera<strong>da</strong>s pelo penetrador de dureza Knoop <strong>na</strong>estrutura dentrítica também são observa<strong>da</strong>s <strong>na</strong>figura.Os resultados mostrados <strong>na</strong> tabela 02identificam que em to<strong>da</strong>s as amostras houve umendurecimento <strong>superficial</strong> numa cama<strong>da</strong> médiade 177±35 μm para o desbaste e de 173±58 μmpara o acabamento. A dureza média alcança<strong>da</strong>foi de 468±5 HV <strong>na</strong> operação de desbaste e de403±29 HV <strong>na</strong> operação de acabamento. Podesenotar que a cama<strong>da</strong> endureci<strong>da</strong> deixa<strong>da</strong> <strong>na</strong>operação de desbaste (média de 0,18 mm) foielimi<strong>na</strong><strong>da</strong> <strong>na</strong> operação posterior de acabamento,pois os valores de a p aplicados foram maioresCorrosão 129


(0,2 e 0,4 mm, respectivamente) e formou-seuma nova cama<strong>da</strong> endureci<strong>da</strong>.3.3 - Análise <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> formação depitesOs resultados <strong>da</strong> análise quantitativa dospites formados <strong>na</strong> superficie e <strong>da</strong> per<strong>da</strong> demassa <strong>da</strong>s amostras durate o teste de <strong>corrosão</strong>acelera<strong>da</strong> estão demonstrados <strong>na</strong> tabela 02. Asimagens <strong>da</strong> figura 03 foram obti<strong>da</strong>s durante aanálise <strong>superficial</strong> em uma <strong>da</strong>s amostras erepresentam, em diferentes ampliações, acaracterística dos pites formado isola<strong>da</strong>mentedurante o ensaio de acelaração <strong>da</strong> <strong>corrosão</strong>.Figura 03 – Pite <strong>na</strong> superficie com rugosi<strong>da</strong>de Ra = 2,278 µm.Através <strong>da</strong>s figuras 03 pode-seobservar um pite típico de formahemisférica [3], com diâmetro <strong>da</strong> ordem de100 3.4 – Correlação entre as respostas obti<strong>da</strong>sCom os resultados <strong>da</strong> tabela 02 foipossível construir os gráficos <strong>da</strong>s figuras 04 e05 que comparam, respectivamente, a per<strong>da</strong> demassa e a densi<strong>da</strong>de de pites com a rugosi<strong>da</strong>de<strong>superficial</strong> Ra.Corrosão 130


Rugosi<strong>da</strong>de <strong>superficial</strong> vs. <strong>resistência</strong> a <strong>corrosão</strong> <strong>por</strong> pite35Per<strong>da</strong> de massa - % ( x 10 -3 )302520151050- 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50Figura 04 – Gráfico <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> á <strong>corrosão</strong> <strong>por</strong> pite para diferentes rugosi<strong>da</strong>des Ra.Rugosi<strong>da</strong>de <strong>superficial</strong> vs. <strong>resistência</strong> a <strong>corrosão</strong> <strong>por</strong> pite0,30Densi<strong>da</strong>de - pite/mm 20,250,200,150,100,050,000,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50Figura 05 – Gráfico <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>corrosão</strong> <strong>por</strong> pite para diferentes rugosi<strong>da</strong>des RaNota-se nos gráficos <strong>da</strong> figuras 04 e 05que o aumento de per<strong>da</strong> de massa e <strong>da</strong>concentração de pites <strong>por</strong> uni<strong>da</strong>de de área éinfluenciado pelo aumento <strong>da</strong> rugosi<strong>da</strong>de<strong>superficial</strong>. Para o menor valor de rugosi<strong>da</strong>de de0,54 µm (acabamento com f = 0,1 mm/rot. e a p =0,2 mm) há pouca per<strong>da</strong> de massa e deformação de pites. A figura 06 representa oresultado <strong>da</strong> análise fatorial do efeito <strong>da</strong>superficie (rugosi<strong>da</strong>de, dureza e tamanho decama<strong>da</strong> endureci<strong>da</strong> <strong>na</strong> usi<strong>na</strong>gem) sobre a<strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>corrosão</strong> <strong>por</strong> pites.Corrosão 131


Figura 06 – Efeito <strong>da</strong> superficie (rugosi<strong>da</strong>de, dureza e tamanho de cama<strong>da</strong> endureci<strong>da</strong> <strong>na</strong> usi<strong>na</strong>gem) sobre a<strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>corrosão</strong> <strong>por</strong> pites.Observa-se uma correlação do aumento <strong>da</strong>densi<strong>da</strong>de de pites com o aumento <strong>da</strong>rugosi<strong>da</strong>de RA, mas não é possível identificaruma correlação com a cama<strong>da</strong> endureci<strong>da</strong> e nemcom a dureza <strong>superficial</strong>, to<strong>da</strong>via a densi<strong>da</strong>de depites aumenta muito quando dureza superficalestá acima de 450 HV. A formação de pites éminimiza<strong>da</strong> com os menores valores <strong>da</strong>4 - CONCLUSÕES1. A formação do encruamento, umacama<strong>da</strong> <strong>superficial</strong> endureci<strong>da</strong>, no açoinoxidável superaustenítico ficou evidente emto<strong>da</strong>s condições de usi<strong>na</strong>gem aplica<strong>da</strong>s duranteo torneamento de desbaste e de acabamento.2. O resultado <strong>da</strong>s análises <strong>da</strong> <strong>resistência</strong><strong>à</strong> formação de pites <strong>na</strong>s amostras, quandosubmeti<strong>da</strong>s ao teste de <strong>corrosão</strong> acelera<strong>da</strong>,mostraram uma correlação com a rugosi<strong>da</strong>de<strong>superficial</strong>. Porém, não foi possível estabeleceruma correlação com a cama<strong>da</strong> <strong>superficial</strong>endureci<strong>da</strong>.3. Um acabamento <strong>superficial</strong> liso,obtido através <strong>da</strong> seleção dos parâmetros deusi<strong>na</strong>gem apropriados, contribui no controle deformação dos pites em superficies usi<strong>na</strong><strong>da</strong>s.AGRADECIMENTOSAo Prof. Dr. Luiz Carlos Casteletti e aoSr. Eliezer Dias Francisco, do Departamento deEngenharia de Materiais <strong>da</strong> Escola deEngenharia São Carlos - USP, pela colaboração<strong>na</strong> realização dos ensaios de microdureza etambém ao Prof. Dr. Lalgudi VenkataramanRama<strong>na</strong>than e ao Sr. Olandir Vercino Correa ,do Centro de Ciências e Tecnologia deMateriais - IPEN, pela colaboração <strong>na</strong>realização dos ensaios de <strong>corrosão</strong>.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS[01] ASTM A 351/351M-03, Stan<strong>da</strong>rdSpecification for Casting, Austenitic,Austenitic-Ferritic (Duplex), forPressure-Containing Parts, 2003, pp.137-141.[02] GRUBB, J. F., DEEMER, D. E., AL-6XN®ALLOY, Allegheny Ludlum, USA,2002, pp. 2-7.[03] MOAYED, M. H.; LAYCOCK, N. J.;NEWMAN, R. C., Dependence of theCritical Pitting Temperature on surfaceroughness,CorrosionScience, vol. 45, n°6, Elsevier, 2003,pp. 1203-1216.[04] RAMANATHAN, L. V., Corrosão e seucontrole, 1ª ed., Hemus Editora Lt<strong>da</strong>, SãoPaulo, Brasil, 339 p.[05] TECHNICAL DATA OF STAINLESSSTEEL AL-6XN®ALLOY, AlleghenyLudlum Cor<strong>por</strong>ation, Pittsburgh, PA,USA, 1998, 56 p.Corrosão 132


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