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Prima 1170.qxd - Jornal de Leiria

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2 | 14 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2006 | SOCIEDADE | JORNAL DE LEIRIA || C a r t o o n |EDITORIALDesviosÀ medida que a socieda<strong>de</strong> seliberta <strong>de</strong> preconceitos e costumesmuitas vezes impostosao arrepio dos melhores sentimentos<strong>de</strong> cada um, se vãoi<strong>de</strong>ntificando sinais e comportamentosatípicos relativamenteao que se consi<strong>de</strong>ra "obrigatório"e normal. Nesta edição,publicamos um trabalho inovadore curioso, através do qualse po<strong>de</strong>rá concluir que, afinal,as mulheres, se vão tambémlibertando das amarras que oficialmenteas ligam aos companheiros,sejam maridos ounão, <strong>de</strong>senvolvendo por vezesrelações que ultrapassam asfronteiras do que é entendidocomo canónico e regular.Era e é ainda normal que sejamos homens i<strong>de</strong>ntificados comoos violadores dos compromissosassumidos, omitindo relações<strong>de</strong> convivência que feremo que está instituído. Afinal,<strong>de</strong> acordo com o que po<strong>de</strong>mosler nesse trabalho, também asmulheres se vão progressivamenteemancipando em relaçãoaos critérios <strong>de</strong> submissão,assumidos pela cultura cristãe oci<strong>de</strong>ntal.Insólito seria pensar que numasocieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna e avançadacomo aquela em que dizemosviver, tivesse o homemdireitos a que as mulheres nãopu<strong>de</strong>ssem ace<strong>de</strong>r. Especialmentequando dizem respeito ao forodos sentimentos e ao melhordo coração. Pior do que estes<strong>de</strong>svios será manter relaçõessustentadas na indiferença ouna inverda<strong>de</strong> como mal serátambém admitir-se que apenasa mulher peca quando foge <strong>de</strong>situações que lhe transformama vida numa coisa sem sabor,<strong>de</strong>ixando-se manietar pelosusos e costumes que dão aoshomens privilégios que elasnão po<strong>de</strong>m ter.O mais importante é que as relaçõessejam sentidas e mútuas,não havendo nenhum mal emque a vida seja levada com prazerquando se não confun<strong>de</strong> com<strong>de</strong>vassidão. E neste domínio teráque aceitar que "tão pecadores"são os homens como as mulheres.Bom seria que a socieda<strong>de</strong>evoluísse para nos libertar <strong>de</strong>amarras e prisões, quando os sentimentossão o fulcro da questão.Haverá muitas limitaçõespara que assim possa ser, masnão se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ter em contaque a vida só terá sentido sefor vivida com satisfação e prazer.Tudo isto contextualizadona perspectiva <strong>de</strong> relações fomentadorasda liberda<strong>de</strong> e harmonia,sem as quais dificilmenteexiste progresso, paz e amor. ■Um dia, que já vai longe, muito longe, na Itália, um homem especial,Francisco <strong>de</strong> Assis, quis “Ressuscitar” o presépio, isto é, o lugar on<strong>de</strong>Jesus nascera, para <strong>de</strong> modo mais real o po<strong>de</strong>r adorar e dá-lo a conhecerao mundo. E assim nasceu o primeiro presépio (este até foi constituídopor pessoas reais), e naquela santa noite foi um milagre <strong>de</strong> luz e<strong>de</strong> gente que acorreu a relembrar a noite do nascimento do menino.A partir <strong>de</strong>ssa altura, esta i<strong>de</strong>ia tornou-se universal, foi-se esten<strong>de</strong>ndopor toda a parte, e foi-se recriando tomando vários <strong>de</strong>senhos. Maslá estavam sempre a Senhora e São José, o Menino Jesus, e os dois animais,que segundo a narração bíblica, estariam no estábulo ancestral.Estava criado um dos gran<strong>de</strong>s símbolos, senão o maior, do Natal. Francisco<strong>de</strong> Assis quis, <strong>de</strong>ste modo, levar a toda a gente a i<strong>de</strong>ia que celebraro nascimento <strong>de</strong> Jesus Cristo na sua verda<strong>de</strong>ira essência, teria <strong>de</strong>ser reviver as circunstancias difíceis em que Cristo veio ao mundo: pobreza,frio, abandono. Mas ao mesmo tempo, os anjos que cantam e os pastoresque adoram. O Natal seria receber a mensagem do Deus feitohomem com cânticos <strong>de</strong> louvor e sentimentos do amor pelos outros.Consi<strong>de</strong>ro que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> recriar o nascimento do Menino Jesus <strong>de</strong>stamaneira, só po<strong>de</strong>ria vir dum homem como Francisco <strong>de</strong> Assis. E oseu objectivo foi recebido, pois, a imagem do presépio passoua ser a marca do tempo <strong>de</strong> Natal. Não vou discutir se a dataestá realmente certa, se foi neste dia 25 <strong>de</strong> Dezembro que o factose <strong>de</strong>u. Acho isso secundário, pois o que consi<strong>de</strong>ro fundamentalé o haver uma data em que nela se celebre o acontecimento.Porque estava ali uma família, o Natal passou a serconsi<strong>de</strong>rado como a Festa da Família. E no <strong>de</strong>correr dos tempostomou cada vez mais relevo nesta celebração: asfamílias procuram reunir-se, juntam-se à volta do presépio,distribuem-se presentes, relevam-se sobretudo“O centro comercial é umaditadura fantásticaJosé Caixeiro, empresário,JORNAL DE LEIRIAOs medíocres sãotransformados em sapientesAlmerindo Marques, presi<strong>de</strong>nte daRTP, SolSou <strong>de</strong> centro esquerdaMaria Cavaco Silva,Primeira Dama, VisãoNão se po<strong>de</strong> ter só direitosI<strong>de</strong>m| I m p r e s s õ e s |Tempos natalíciosHelena Carvalhão*as crianças, vai-se à Missa do Galo, ceia-se tradicionalmente o que épróprio das regiões. Seria este o Natal dos crentes, pois o dos não crentes,era sobretudo marcado pela reunião das famílias e distribuição <strong>de</strong>presentes. No fundo, lá está a i<strong>de</strong>ia criativa do cristianismo:Família, crianças, prendas (dos pastores e dos reis magos, na Bíblia).Foi este o Natal da minha infância, <strong>de</strong> certo modo, o que me temacompanhado ao longo da vivência dos anos. Mas que se foi passandono <strong>de</strong>correr dos tempos? Assistimos a uma mudança que eu diria quaseradical. O Menino Jesus que “distribuía” os presentes aos pequeninos<strong>de</strong>sapareceu, dando lugar a um velho bonacheirão, vindo das neves,,vestido <strong>de</strong> vermelho e num carro puxado por renas. Figura que teráalgum sentido nos países nórdicos, mas que para os países do sul, nadarepresenta <strong>de</strong> tradicional. E agora somos invadidos por Pais natais quenos aparecem em todos os lugares on<strong>de</strong> se possa dispen<strong>de</strong>r dinheiro,que chama ao <strong>de</strong>spesismo nesta socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo. E as criançaslá vão aos Centros Comerciais atraídas por estas figuras, ou as figurasse <strong>de</strong>slocam a lugares <strong>de</strong>terminados e pré-estabelecidos por Instituições,e generosamente levam os seus presentes às crianças, talvez as maisnecessitadas, criando nelas a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que o Natal é aquele “velhote simpático”distribuidor <strong>de</strong> brinquedos.As ruas iluminam-se generosamente, as lojas fazem o mesmo,as pessoas correm azafamadas à procura do que preten<strong>de</strong>m,fazem-se os embrulhos que contêm asa surpresas que sedistribuirão naquela noite chamada Natal!É o Natal dos nossos dias, tão distante do Natal <strong>de</strong> Francisco<strong>de</strong> Assis. É o Natal do consumismo, quando <strong>de</strong>veria ser oNatal do Amor! ■| N a p o n t a d a l í n g u a |Aquilo não é um livro, éum pedaço <strong>de</strong> papelhigiénico que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>usado, seguiu para umatipografia e encontrou umaeditora disposta achafurdar na lixeiraMiguel Sousa Tavares, (a propósitodo livro Eu, Carolina), colunista,A BolaNão usar perfume é comoandar núChandler Burr, crítico <strong>de</strong> perfumesno New York Times, SábadoNo lugar <strong>de</strong>le [Pinto daCosta] <strong>de</strong>mitia-me.i<strong>de</strong>mPerseguir as empresas comtanto show off não éresolver-lhes o problema. Éproduzir matéria-primapara os órgãos <strong>de</strong>comunicação social.Leonel Pontes, director financeiroinstitucional da Fe<strong>de</strong>raçãoPortuguesa <strong>de</strong> Futebol, JORNAL DELEIRIAAs mulheres tambémtraem, mentem é maisI<strong>de</strong>m*Professora aposentadaDevo dizer que os médicosmuitas vezes medicam umbocadinho 'à cão'. É raroalguém ir a um médico oua um psiquiatra e sermandado embora porqueafinal não tem nadaJosé Gameiro, psiquiatra, ExpressoSão muitos o políticos, que,quando chegados ao po<strong>de</strong>r,tenta limitar a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong>imprensaFrancisco Pinto Balsemão,congresso dos 30 anos do po<strong>de</strong>r“local

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