Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos

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REVISTA ESPÍRITAO conhecido caráter da Sra. Ida Pfeiffer, o cunho deveracidade que marca todos os seus relatos não nos deixamnenhuma dúvida quanto à realidade do fenômeno em questão; mascompreende-se toda a importância que a ela vem juntar-se a cartado Sr. Jobard, pelo depoimento da principal testemunha ocularencarregada de verificar o fato, e que não tinha o menor interesseem fazê-lo acreditado, se o tivesse reconhecido falso. Em primeirolugar, a natureza esponjosa dessa chuva de pedras poderia fazeratribuí-la a uma origem vulcânica ou aerolítica, e os céticos nãodeixariam de dizer que a superstição havia tomado o lugar de umfenômeno natural. Se não contássemos senão com o testemunhodos javaneses, a suposição seria fundada, e as pedras, caindo emcampo raso, viriam sem dúvida em apoio dessa opinião. Mas oGeneral Michiels e o Dr. Vanden Kerkhove não eram malaios, e suaafirmação tem valor. A essa consideração, por si só muito forte, épreciso acrescentar que as pedras não caíam somente em pleno ar,mas no quarto onde parece que se formavam, a alguma distância doteto: é o general quem o afirma. Ora, imaginamos que jamais setenham visto aerólitos se formarem na atmosfera de um quarto.Admitindo a causa meteorológica ou vulcânica, o mesmo não sepoderia dizer das cusparadas de siri, que os vulcões jamaisvomitaram, pelo menos de nosso conhecimento. Afastada essahipótese pela própria natureza dos fatos, resta saber como taissubstâncias puderam ser formadas. Encontraremos sua explicaçãoem nosso artigo do mês de agosto de 1859, sobre o Mobiliário deAlém-túmulo.CorrespondênciaMeu caro Senhor,Toulouse, 17 de dezembro de 1859.Acabo de ler vossa resposta ao Sr. Oscar Comettant,cujo artigo havia lido. Se esse folhetinista céptico, atoleimado e48

JANEIRO DE 1860trocista não se convenceu pelas boas razões que lhe destes, poderiapelo menos reconhecer em vossa resposta a urbanidade do estilo,totalmente ausente da sua prosa. As digressões insossas com quetinha temperado as evocações me pareciam do espírito maligno; oslamentos com que se referia aos dois francos que havia custado asonata, bem mereciam que a Sociedade lhe votasse um socorro dedois francos. Pensais bem, meu caro senhor Allan Kardec, pois souum espírita por demais ardente para ter deixado sem resposta umartigo em que era citado e posto em causa. Por minha vez, escrevitambém ao Sr. Oscar Comettant; no dia seguinte à recepção de seujornal ele recebeu a seguinte carta:“Senhor,Tive o prazer de ler vosso folhetim de quinta-feira:Variedades. Como me põe em causa, já que sou citadonominalmente, peço que me concedais permissão para teceralgumas considerações a respeito, que aceitareis, assim como aceiteias espirituosas digressões com que adornastes o relatório dasevocações de Mozart e de Chopin. Que quereis gracejar comesse artigo humorístico? O Espiritismo? Enganar-vos-íeisredondamente se julgásseis causar-lhe o mais leve dano. Na França,a princípio faz-se gracejos, depois se julga e só se concedem ashonras das piadas às coisas verdadeiramente grandes e sérias, livresde com elas concordar após o exame que merecem.Se o Sr. Ledoyen é tão ávido e interesseiro quantoquereis fazer crer, ele vos deve ser extremamente reconhecido porterdes querido, num folhetim de onze colunas, assegurar o sucessode uma de suas modestas publicações. É a primeira vez que umartigo tão importante sobre o Espiritismo é publicado num grandejornal. Por esse artigo um tanto tumultuado, vejo que o Espiritismojá é levado em consideração por seus próprios inimigos. Dir-vos-ei,confidencialmente, que os Espíritos nos alertaram que também seservem dos inimigos para o triunfo de sua causa. Assim, não tendes49

REVISTA ESPÍRITAO conhecido caráter da Sra. Ida Pfeiffer, o cunho deveracidade que marca todos os seus relatos não nos deixamnenhuma dúvida quanto à realidade do fenômeno em questão; mascompreende-se toda a importância que a ela vem juntar-se a cartado Sr. Jobard, pelo depoimento da principal testemunha ocularencarregada de verificar o fato, e que não tinha o menor interesseem fazê-lo acreditado, se o tivesse reconhecido falso. Em primeirolugar, a natureza esponjosa dessa chuva de pedras poderia fazeratribuí-la a uma origem vulcânica ou aerolítica, e os céticos nãodeixariam de dizer que a superstição havia tomado o lugar de umfenômeno natural. Se não contássemos senão com o testemunhodos javaneses, a suposição seria fundada, e as pedras, caindo emcampo raso, viriam sem dúvida em apoio dessa opinião. Mas oGeneral Michiels e o Dr. Vanden Kerkhove não eram malaios, e suaafirmação tem valor. A essa consideração, por si só muito forte, épreciso acrescentar que as pedras não caíam somente em pleno ar,mas no quarto onde parece que se formavam, a alguma distância doteto: é o general quem o afirma. Ora, imaginamos que jamais setenham visto aerólitos se formarem na atmosfera de um quarto.Admitindo a causa meteorológica ou vulcânica, o mesmo não sepoderia dizer das cusparadas de siri, que os vulcões jamaisvomitaram, pelo menos de nosso conhecimento. Afastada essahipótese pela própria natureza dos fatos, resta saber como taissubstâncias puderam ser formadas. Encontraremos sua explicaçãoem nosso artigo do mês de agosto de 1859, sobre o Mobiliário deAlém-túmulo.CorrespondênciaMeu caro Senhor,Toulouse, 17 de dezembro de 1859.Acabo de ler vossa resposta ao Sr. Oscar Comettant,cujo artigo havia lido. Se esse folhetinista céptico, atoleimado e48

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