Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos

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12.07.2015 Views

REVISTA ESPÍRITA474A REENCARNAÇÃOMédium – Sr. de Grand-BoulogneHá na doutrina da reencarnação uma economia moralque não escapa à tua inteligência.Sendo a corporeidade compatível somente com os atosde virtude, e sendo esses atos necessários ao melhoramento doEspírito, raramente encontrará este, numa única existência, ascircunstâncias necessárias ao seu progresso acima da Humanidade.Sendo admitido que a justiça de Deus não podeharmonizar-se com as penas eternas, deve a razão concluir pelanecessidade: 1 o de um período de tempo durante o qual o Espíritoexamina o seu passado e toma suas resoluções para o futuro; 2 o deuma existência nova em harmonia com o avanço atual desseEspírito. Não falo dos suplícios, por vezes terríveis, a que sãocondenados certos Espíritos, durante o período da erraticidade;por um lado eles correspondem à enormidade da falta e, por outro,à justiça de Deus. Isto diz bastante para dispensar detalhes que,aliás, encontrarás no estudo das evocações. Voltando àsreencarnações, haverás de compreender a sua necessidade por umacomparação vulgar, mas de impressionante verdade.Após um ano de estudos, o que acontece ao jovemcolegial? Se progrediu, passa para a classe superior; se ficouimobilizado em sua ignorância, repete o ano. Vai mais longe;comete faltas graves e é expulso. Pode vagar de colégio em colégio;pode ser afastado da Universidade e pode ir da casa de educação àcasa de correção. Tal a imagem fiel da sorte dos Espíritos e nadasatisfaz mais completamente à razão. Quer-se cavar maisprofundamente a doutrina? Ver-se-á, nessas idéias, o quanto ajustiça de Deus parece mais perfeita e mais conforme às grandesverdades que dominam a nossa inteligência.

OUTUBRO DE 1860No conjunto, como nos detalhes, há nisso algo de tãosurpreendente que o Espírito que começa a iniciar-se fica comoque iluminado. E as censuras murmuradas contra a Providência, eas maldições contra a dor, e o escândalo do vício feliz em face davirtude que sofre, e a morte prematura da criança; e, numa mesmafamília, de encantadoras qualidades, dando, por assim dizer, amão a uma perversidade precoce; e as enfermidades que datam doberço; e a infinita diversidade de destinos, tanto nos indivíduos,quanto nos povos, problemas até hoje insolúveis, enigmas quefazem duvidar da bondade, e quase da existência de Deus, tudoisto se explica ao mesmo tempo. Um puro raio de luz se estendeno horizonte da filosofia nova e, no seu quadro imenso, agrupamseharmoniosamente todas as condições da existência humana. Asdificuldades se aplainam, os problemas se resolvem, e mistériosaté hoje impenetráveis se explicam numa única palavra:reencarnação.Leio em teu pensamento, prezado cristão. Tu dizes:eis, desta vez, uma verdadeira heresia. Meu filho, nada mais que anegação das penas eternas. Nenhum dogma prático entra emcontradição com esta verdade. O que é a vida humana? O tempodurante o qual o Espírito permanece unido ao corpo. No diamarcado por Deus os filósofos cristãos não terão nenhumadificuldade para dizer que a vida é múltipla. Isso não acrescentanem muda nada nos vossos deveres. A moral cristã fica de pé e alembrança da missão de Jesus paira sempre sobre a Humanidade.A religião nada tem a temer deste ensino, e não está longe o diaem que seus ministros abrirão os olhos à luz; por fimreconhecerão, na revelação nova, os socorros que, do fundo desuas basílicas, imploram do céu. Eles crêem que a sociedade vaiperecer: será salva.Zénon475

OUTUBRO DE <strong>1860</strong>No conjunto, como nos detalhes, há nisso algo de tãosurpreendente que o Espírito que começa a iniciar-se fica comoque iluminado. E as censuras murmuradas contra a Providência, eas maldições contra a dor, e o escândalo do vício feliz em face davirtude que sofre, e a morte prematura da criança; e, numa mesmafamília, de encantadoras qualidades, dando, por assim dizer, amão a uma perversidade precoce; e as enfermidades que datam doberço; e a infinita diversidade de destinos, tanto nos indivíduos,quanto nos povos, problemas até hoje insolúveis, enigmas quefazem duvidar da bondade, e quase da existência de Deus, tudoisto se explica ao mesmo tempo. Um puro raio de luz se estendeno horizonte da filosofia nova e, no seu quadro imenso, agrupamseharmoniosamente todas as condições da existência humana. Asdificuldades se aplainam, os problemas se resolvem, e mistériosaté hoje impenetráveis se explicam numa única palavra:reencarnação.Leio em teu pensamento, prezado cristão. Tu dizes:eis, desta vez, uma verdadeira heresia. Meu filho, nada mais que anegação das penas eternas. Nenhum dogma prático entra emcontradição com esta verdade. O que é a vida humana? O tempodurante o qual o Espírito permanece unido ao corpo. No diamarcado por Deus os filósofos cristãos não terão nenhumadificuldade para dizer que a vida é múltipla. Isso não acrescentanem muda nada nos vossos deveres. A moral cristã fica de pé e alembrança da missão de Jesus paira sempre sobre a Humanidade.A religião nada tem a temer deste ensino, e não está longe o diaem que seus ministros abrirão os olhos à luz; por fimreconhecerão, na revelação nova, os socorros que, do fundo desuas basílicas, imploram do céu. Eles crêem que a sociedade vaiperecer: será salva.Zénon475

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