Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos

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12.07.2015 Views

REVISTA ESPÍRITANão realçaremos toda a importância de semelhanteresposta. Quem não compreende quão felizes serão os nossosdescendentes quando não mais tiverem de temer o contato com ospobres de Espírito? Quanto aos outros, a resposta da sibilafelizmente deixa supor que seu reinado terminou. Boa notícia paraos economistas, a quem o problema do pauperismo impede dedormir.Para terminar, aproxima-se uma mulher entre quarentae cinqüenta anos, e pergunta se seu Espírito já foi encarnado equantas vezes?Como eu, ficaríeis muito embaraçado para responder.Mas os Espíritos têm resposta para tudo:– Sim, responde a pena de ganso, foi três vezes: aprimeira, como filha natural de uma respeitável princesa russa (esserespeitável, próximo da palavra precedente, me intriga); a segunda,como filha legítima de um trapeiro da Boêmia; e a terceira, ela osabe...Esperamos baste essa amostra de uma sessão deespíritas lioneses para demonstrar que os Espíritos de Lyon valembem os de Paris.Mas, perguntamos, não seria o caso de impedir quepobres loucos se tornassem ainda mais loucos?Outrora a Igreja era bastante poderosa para imporsilêncio a semelhantes divagações. Talvez ela castigasse emdemasia, é verdade, mas detinha o mal. Hoje, considerando-se quea autoridade religiosa é impotente, que o bom-senso não tembastante poder para fazer justiça a tais alucinações, não deveria aoutra autoridade intervir neste caso, pondo fim a práticas cujomenor inconveniente é tornar ridículos os que delas se ocupam?432C. M.

OUTUBRO DE 1860Senhor,RESPOSTA DO SR. ALLAN KARDECAo Senhor redator da Gazette de LyonEnviaram-me um artigo, assinado por C. M., quepublicastes na Gazette de Lyon de 2 de agosto de 1860, sob o títulode: Uma sessão espírita. Nesse artigo, se não sou atacado senãoindiretamente, eu o sou na pessoa de todos os que partilham deminhas convicções. Isto, porém, nada representaria, se vossaspalavras não tendessem a falsear a opinião pública sobre oprincípio e as conseqüências das práticas espíritas, cobrindo deridículo e censurando os que as professam, e que apontais à vinditalegal. Peço-vos permissão para fazer algumas retificações a respeito,esperando de vossa imparcialidade que publiqueis minha resposta,já que julgastes por bem publicar o ataque.Não penseis, senhor, que eu tenha o objetivo de vosconvencer, nem de retribuir injúria por injúria. Sejam quais foremas razões que vos impeçam de partilhar de nossa maneira de ver,não cogito em procurá-las, e as respeito, se forem sinceras. Sóreclamo a reciprocidade praticada entre gente que sabe conviver.Quanto aos epítetos incivis, não é de meu costume utilizá-los.Se tivésseis discutido seriamente os princípios doEspiritismo; se a eles tivésseis oposto quaisquer argumentos, bonsou maus, eu teria podido vos responder. Mas como toda a vossaargumentação se restringe a nos qualificar de imbecis, não me cabediscutir convosco se tendes ou não razão. Limito-me, pois, adestacar aquilo que as vossas asserções têm de inexato, fora de todopersonalismo.Não basta dizer às pessoas que não pensam como nósque elas são imbecis: isto está ao alcance de qualquer um. Énecessário demonstrar-lhes que estão erradas. Mas, como fazê-lo?Como entrar no cerne da questão, se não se conhece a sua primeira433

OUTUBRO DE <strong>1860</strong>Senhor,RESPOSTA DO SR. ALLAN KARDECAo Senhor redator da Gazette de LyonEnviaram-me um artigo, assinado por C. M., quepublicastes na Gazette de Lyon de 2 de agosto de <strong>1860</strong>, sob o títulode: Uma sessão espírita. Nesse artigo, se não sou atacado senãoindiretamente, eu o sou na pessoa de todos os que partilham deminhas convicções. Isto, porém, nada representaria, se vossaspalavras não tendessem a falsear a opinião pública sobre oprincípio e as conseqüências das práticas espíritas, cobrindo deridículo e censurando os que as professam, e que apontais à vinditalegal. Peço-vos permissão para fazer algumas retificações a respeito,esperando de vossa imparcialidade que publiqueis minha resposta,já que julgastes por bem publicar o ataque.Não penseis, senhor, que eu tenha o objetivo de vosconvencer, nem de retribuir injúria por injúria. Sejam quais foremas razões que vos impeçam de partilhar de nossa maneira de ver,não cogito em procurá-las, e as respeito, se forem sinceras. Sóreclamo a reciprocidade praticada entre gente que sabe conviver.Quanto aos epítetos incivis, não é de meu costume utilizá-los.Se tivésseis discutido seriamente os princípios doEspiritismo; se a eles tivésseis oposto quaisquer argumentos, bonsou maus, eu teria podido vos responder. Mas como toda a vossaargumentação se restringe a nos qualificar de imbecis, não me cabediscutir convosco se tendes ou não razão. Limito-me, pois, adestacar aquilo que as vossas asserções têm de inexato, fora de todopersonalismo.Não basta dizer às pessoas que não pensam como nósque elas são imbecis: isto está ao alcance de qualquer um. Énecessário demonstrar-lhes que estão erradas. Mas, como fazê-lo?Como entrar no cerne da questão, se não se conhece a sua primeira433

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