Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos

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REVISTA ESPÍRITA“Considerando-se que os termos utilizados pelo jornalDroit constituem uma difamação e estão sujeitos à aplicação daspenas previstas em lei;“Que todos os jornais de Paris se aproveitaram doartigo do Droit e que a honra do requerente sofreu, em razão dessapublicidade, uma ofensa cuja reparação lhe é devida;“Por estes motivos:“Resolve aplicar ao Sr. François as penas estabelecidasem lei, condenando-o, em pessoa, a indenizar o requerente pordanos e perdas que este se reserva para reclamar em audiência, osquais declara, no momento, empregar em benefício dos pobres;que, além disso, o julgamento a ser feito seja inserido em todos osjornais de Paris, por conta do citado, que deverá pagar, também, ascustas do processo, sob todas as reservas.“E, para que o supracitado não ignore, deixei em seudomicílio uma cópia de igual teor do presente ato.“Custas: 3 fr. 55 c.“Assinado: Demonchy“Registrado em Paris, em 6 de julho de 1860. Recebidos2 fr. e 20 c.“Assinado: Duperron“Declarando ao supracitado que se não satisfazer àpresente intimação, o requerente apelará pelas vias de direito;“Deixei em seu domicílio uma cópia de igual teor dopresente ato.“Custas: 9 fr. e 10 c.358“Demonchy”

A GOSTO DE 1860Conversas Familiares de Além-TúmuloTHILORIER, O FÍSICOThilorier ocupava-se ativamente na pesquisa de ummotor destinado a substituir o vapor e pensou tê-lo encontrado noácido carbônico, que conseguira condensar. Na época o vapor eraconsiderado um meio de locomoção grosseiro e primitivo. Arespeito, lê-se a seguinte notícia na crônica do Patrie, de 22 desetembro de 1859:Se Thilorier tivesse achado um motor de potência semigual, ao lado do qual o vapor não passasse de mera puerilidade,teria ainda de regular a sua força, e três ou quatro vezes os ensaiosque ele havia tentado lhe foram funestos. Ao explodir, os aparelhoso cobriram de numerosas feridas, provocando uma surdez quasecompleta no mártir da Ciência.Entrementes, julgou-se de bom alvitre reproduzir aexperiência da condensação do ácido carbônico no Colégio deFrança. Por imprudência ou por um acaso funesto, o aparelhoquebrou-se, explodiu, feriu gravemente várias pessoas, custou avida a um auxiliar do professor e arrancou um dedo de Thilorier.Não foi o dedo que ele lamentou, mas o descréditolançado sobre o novo motor, que havia descoberto. O medoapoderou-se de todos os cientistas e estes se recusaram a render-sea todos esses ingênuos argumentos de Thilorier: “Meu aparelho decondensação já estourou vinte vezes em minhas mãos, mas é aprimeira que mata alguém! Nunca fez mais do que me ferir.” Só onome do ácido carbônico afugentava todo o Instituto, sem contara Sorbonne e o Colégio de França.Um pouco triste Thilorier recolheu-se em seulaboratório mais do que o fazia habitualmente. Os que o estimavamnotaram desde logo que uma profunda mudança se operava emseus hábitos. Passava dias inteiros sem pensar em pôr seu gato359

A GOSTO DE <strong>1860</strong>Conversas Familiares de Além-TúmuloTHILORIER, O FÍSICOThilorier ocupava-se ativamente na pesquisa de ummotor destinado a substituir o vapor e pensou tê-lo encontrado noácido carbônico, que conseguira condensar. Na época o vapor eraconsiderado um meio de locomoção grosseiro e primitivo. Arespeito, lê-se a seguinte notícia na crônica do Patrie, de 22 desetembro de 1859:Se Thilorier tivesse achado um motor de potência semigual, ao lado do qual o vapor não passasse de mera puerilidade,teria ainda de regular a sua força, e três ou quatro vezes os ensaiosque ele havia tentado lhe foram funestos. Ao explodir, os aparelhoso cobriram de numerosas feridas, provocando uma surdez quasecompleta no mártir da Ciência.Entrementes, julgou-se de bom alvitre reproduzir aexperiência da condensação do ácido carbônico no Colégio deFrança. Por imprudência ou por um acaso funesto, o aparelhoquebrou-se, explodiu, feriu gravemente várias pessoas, custou avida a um auxiliar do professor e arrancou um dedo de Thilorier.Não foi o dedo que ele lamentou, mas o descréditolançado sobre o novo motor, que havia descoberto. O medoapoderou-se de todos os cientistas e estes se recusaram a render-sea todos esses ingênuos argumentos de Thilorier: “Meu aparelho decondensação já estourou vinte vezes em minhas mãos, mas é aprimeira que mata alguém! Nunca fez mais do que me ferir.” Só onome do ácido carbônico afugentava todo o Instituto, sem contara Sorbonne e o Colégio de França.Um pouco triste Thilorier recolheu-se em seulaboratório mais do que o fazia habitualmente. Os que o estimavamnotaram desde logo que uma profunda mudança se operava emseus hábitos. Passava dias inteiros sem pensar em pôr seu gato359

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