Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos

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12.07.2015 Views

REVISTA ESPÍRITAexpia e apazigua. O saber é uma qualidade; a caridade, umavirtude.19. Ao encarnar os Espíritos, qual foi o desígnio deDeus? Criar, para uma parte do mundo espiritual, uma situaçãosem a qual não existiria nenhuma das grandes virtudes que nosenchem de respeito e de admiração. Com efeito, sem o sofrimentonão há caridade; sem o perigo não há coragem; sem o infortúnionão há devotamento; sem a perseguição não há estoicismo; sem acólera não há paciência, etc. Ora, sem a corporeidade, com odesaparecimento desses males, desapareceriam essas virtudes.Para o homem um pouco desprendido dos laços damatéria, neste conjunto do bem e do mal há uma harmonia, umagrandeza de ordem mais elevada que a harmonia e a grandeza domundo exclusivamente material.Isto responde em poucas palavras às objeções fundadassobre a incompatibilidade do mal com a bondade e a justiça de Deus.Seria preciso escrever volumes e mais volumes paradesenvolver convenientemente essas diversas proposições.Entretanto, o objetivo desta comunicação não é oferecer àSociedade uma tese filosófica e religiosa; eu quis apenas formularalgumas verdades cristãs em harmonia com a Doutrina Espírita.Em minha opinião, tais verdades constituem a base fundamental dareligião e, longe de enfraquecer-se, fortificam-se com as revelaçõesespíritas. Permito-me, também, externar uma queixa contra osministros do culto, que, enceguecidos pela demoniofobia, recusamo esclarecimento e condenam sem exame. Se os cristãos abrissemos ouvidos às revelações dos Espíritos, tudo quanto no ensinoreligioso perturba nossos corações ou revolta a nossa razãodesvanecer-se-ia de repente. Sem se modificar em sua essência, areligião ampliaria o círculo de seus dogmas, e os lampejos daverdade nova consolariam e iluminariam as almas. Se é certo, como346

A GOSTO DE 1860diz o Padre Ventura, que as doutrinas filosóficas ou religiosasacabam invencivelmente por se traduzirem nos atos ordinários davida, é bem evidente que uma nação iniciada no Espiritismotornar-se-ia a mais admirável e a mais feliz das nações.Dir-se-á que uma sociedade verdadeiramente cristãseria perfeitamente feliz. Concordo. Mas o ensino religioso tantose faz pelo temor quanto pelo amor; e os homens, dominados porsuas paixões, querendo a qualquer preço se libertar dos dogmasque os ameaçam, serão sempre tão numerosos que o grupo doscristãos perseverantes constituirá sempre uma fraca minoria. Oscristãos são numerosos, mas os verdadeiros cristãos são raros.Não acontece assim com o ensino espírita. Embora suamoral se confunda com a do Cristianismo e, como este, pronunciepalavras cominatórias, há tão rico tesouro de consolações; é, aomesmo tempo, tão lógico e tão prático; lança uma luz tão intensasobre o nosso destino; afasta tão bem as trevas que perturbam arazão e as perplexidades que atormentam os corações, que, naverdade, parece impossível a um espírita sincero negligenciar umsó dia trabalhar pelo seu progresso e, assim, não contribuir pararestabelecer a harmonia perturbada pelo transbordamento daspaixões egoístas e cúpidas.Pode-se, pois, afirmar que, propagando as verdadesque temos a felicidade de conhecer, trabalhamos pela Humanidadee nossa obra será abençoada por Deus. Para que um povo sejafeliz, é necessário que o número dos que querem o bem, quepraticam a lei da caridade, supere o dos que querem o mal e sópraticam o egoísmo. Creio em minha alma e estou consciente deque o Espiritismo, apoiado no Cristianismo, é chamado a operaresta revolução.Imbuído de tais sentimentos e querendo, na medida deminhas forças, contribuir para a felicidade de meus semelhantes, ao347

A GOSTO DE <strong>1860</strong>diz o Padre Ventura, que as doutrinas filosóficas ou religiosasacabam invencivelmente por se traduzirem nos atos ordinários davida, é bem evidente que uma nação iniciada no Espiritismotornar-se-ia a mais admirável e a mais feliz das nações.Dir-se-á que uma sociedade verdadeiramente cristãseria perfeitamente feliz. Concordo. Mas o ensino religioso tantose faz pelo temor quanto pelo amor; e os homens, dominados porsuas paixões, querendo a qualquer preço se libertar dos dogmasque os ameaçam, serão sempre tão numerosos que o grupo doscristãos perseverantes constituirá sempre uma fraca minoria. Oscristãos são numerosos, mas os verdadeiros cristãos são raros.Não acontece assim com o ensino espírita. Embora suamoral se confunda com a do Cristianismo e, como este, pronunciepalavras cominatórias, há tão rico tesouro de consolações; é, aomesmo tempo, tão lógico e tão prático; lança uma luz tão intensasobre o nosso destino; afasta tão bem as trevas que perturbam arazão e as perplexidades que atormentam os corações, que, naverdade, parece impossível a um espírita sincero negligenciar umsó dia trabalhar pelo seu progresso e, assim, não contribuir pararestabelecer a harmonia perturbada pelo transbordamento daspaixões egoístas e cúpidas.Pode-se, pois, afirmar que, propagando as verdadesque temos a felicidade de conhecer, trabalhamos pela Humanidadee nossa obra será abençoada por Deus. Para que um povo sejafeliz, é necessário que o número dos que querem o bem, quepraticam a lei da caridade, supere o dos que querem o mal e sópraticam o egoísmo. Creio em minha alma e estou consciente deque o Espiritismo, apoiado no Cristianismo, é chamado a operaresta revolução.Imbuído de tais sentimentos e querendo, na medida deminhas forças, contribuir para a felicidade de meus semelhantes, ao347

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