Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos

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REVISTA ESPÍRITAcircunstâncias o julgamento da opinião adianta-se ao nosso. Sótemos, portanto, que aplaudir nossa reserva. Empreenderemos esteexame quando julgarmos oportuno o momento. Mas já se pode verqual será a base de nossa apreciação: esta base será a lógica, da qualcada um poderá fazer seu próprio uso, pois não alimentamos a tolapretensão de lhe ter o privilégio. A lógica, com efeito, é o grandecritério de toda comunicação espírita, como o é de todos ostrabalhos humanos. Sabemos perfeitamente que aquele queraciocina de maneira errada julga ser lógico. Ele o é à sua maneira,mas apenas para si e não para os outros. Quando uma lógica érigorosa como dois e dois são quatro, e as conseqüências sãodeduzidas de axiomas evidentes, o bom-senso geral cedo ou tardefaz justiça a todos esses sofismas. Acreditamos que as proposiçõesseguintes têm este caráter:1 o Os Espíritos bons não podem ensinar e inspirarsenão o bem; assim, tudo que não é rigorosamente bem não podevir de um Espírito bom;2 o Os Espíritos esclarecidos e verdadeiramentesuperiores não podem ensinar coisas absurdas; assim, todacomunicação eivada de erros manifestos ou contrários aos dadosmais vulgares da ciência e da observação, só por isso atesta ainferioridade de sua origem;3 o A superioridade de um escrito qualquer está najusteza e na profundidade das idéias, e não na forma material e naredundância do estilo; assim, toda comunicação espírita em que hámais palavras e frases brilhantes do que pensamentos consistentes,não pode provir de um Espírito verdadeiramente superior;4 o A ignorância não pode imitar o verdadeiro saber,nem o mal arremedar o bem de maneira absoluta; assim, todoEspírito que, sob um nome venerado, diz coisas incompatíveis como título que se atribui, é culpado por fraude;330

JULHO DE 18605 o É da essência de um Espírito elevado ligar-se mais aopensamento do que à forma e à matéria, donde se conclui que aelevação de um Espírito está na razão da elevação das idéias; assim,todo Espírito meticuloso nos detalhes da forma, que prescrevepuerilidades, numa palavra, que liga importância aos sinais e àscoisas materiais, acusa, por isso mesmo, uma pequenez de idéias enão pode ser realmente superior;6 o Um Espírito verdadeiramente superior não podecontradizer-se; assim, se duas comunicações contraditórias foremdadas sob um mesmo nome respeitável, uma delas énecessariamente apócrifa; e se uma for verdadeira, será aquela queem nada desmente a superioridade do Espírito cujo nome aencabeça.A conseqüência a tirar destes princípios é que, fora dasquestões morais, não se deve acolher o que vem dos Espíritossenão com reservas e, em todos os casos, jamais aceitá-las semexame. Daí decorre a necessidade de se ter a maior circunspeção napublicação dos escritos emanados dessa fonte, sobretudo quando,pela estranheza das doutrinas que encerram, ou pela incoerênciadas idéias, podem prestar-se ao ridículo. É preciso desconfiar dopendor de certos Espíritos para as idéias sistemáticas, e doamor-próprio que buscam espalhar. Assim, é sobretudo nas teoriascientíficas que precisa haver extrema prudência, guardando-se dedar precipitadamente como verdades sistemas por vezes maissedutores que reais, e que, cedo ou tarde, podem receber umdesmentido oficial. Que sejam apresentados como probabilidades,se forem lógicos, e como podendo servir de base para observaçõesulteriores, admite-se; mas seria imprudência tomá-losprematuramente como artigos de fé. Diz um provérbio: Nada émais perigoso do que um amigo imprudente. Ora, é o caso dos que, noEspiritismo, se deixam levar por um zelo mais ardente querefletido.331

REVISTA ESPÍRITAcircunstâncias o julgamento da opinião adianta-se ao nosso. Sótemos, portanto, que aplaudir nossa reserva. Empreenderemos esteexame quando julgarmos oportuno o momento. Mas já se pode verqual será a base de nossa apreciação: esta base será a lógica, da qualcada um poderá fazer seu próprio uso, pois não alimentamos a tolapretensão de lhe ter o privilégio. A lógica, com efeito, é o grandecritério de toda comunicação espírita, como o é de todos ostrabalhos humanos. Sabemos perfeitamente que aquele queraciocina de maneira errada julga ser lógico. Ele o é à sua maneira,mas apenas para si e não para os outros. Quando uma lógica érigorosa como dois e dois são quatro, e as conseqüências sãodeduzidas de axiomas evidentes, o bom-senso geral cedo ou tardefaz justiça a todos esses sofismas. Acreditamos que as proposiçõesseguintes têm este caráter:1 o Os Espíritos bons não podem ensinar e inspirarsenão o bem; assim, tudo que não é rigorosamente bem não podevir de um Espírito bom;2 o Os Espíritos esclarecidos e verdadeiramentesuperiores não podem ensinar coisas absurdas; assim, todacomunicação eivada de erros manifestos ou contrários aos dadosmais vulgares da ciência e da observação, só por isso atesta ainferioridade de sua origem;3 o A superioridade de um escrito qualquer está najusteza e na profundidade das idéias, e não na forma material e naredundância do estilo; assim, toda comunicação espírita em que hámais palavras e frases brilhantes do que pensamentos consistentes,não pode provir de um Espírito verdadeiramente superior;4 o A ignorância não pode imitar o verdadeiro saber,nem o mal arremedar o bem de maneira absoluta; assim, todoEspírito que, sob um nome venerado, diz coisas incompatíveis como título que se atribui, é culpado por fraude;330

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