Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos

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REVISTA ESPÍRITAIgualmente admirável nessas duas criações, aProvidência tanto é infinita no mundo material quanto noespiritual. O homem está para o animal como a flor e todo o reinovegetal estão para a matéria bruta.Nestas poucas linhas quis estabelecer o lugar que deveocupar o animal na escala da perfeição. Veremos como pode elevarsecomparativamente ao homem.316VICharletComo se eleva o Espírito? Pela submissão, pelahumildade. O que perde o homem é a razão orgulhosa que o levaa desprezar todo subalterno, a invejar todo superior. A inveja é amais viva expressão do orgulho; não é o prazer do orgulho, é odesejo doentio, incessante, de poder fruí-lo. Os invejosos são osmais orgulhosos, quando se tornam poderosos. Olhai o mestre detodos vós, o Cristo, homem por excelência, mas na mais alta faseda sublimidade. O Cristo, digo eu, em vez de vir com audácia einsolência para derrubar o mundo antigo, vem à Terra encarnar-senuma família pobre e nasce entre os animais. Porque encontrareispor toda parte esses pobres animais, a todos os instantes, onde ohomem vive simplesmente com a Natureza, numa palavra,pensando em Deus. Nasce entre os animais e estes lhe exaltam opoder na sua linguagem tão expressiva, tão natural e tão simples.Vede que material para reflexão! O Espírito ainda inferior que osanima pressente o Cristo, isto é, o Espírito em toda a sua essênciade perfeição. Balaão, o falso profeta, o orgulho humano em toda asua corrupção, blasfemou contra Deus e bateu no seu animal. Derepente o Espírito ilumina o Espírito ainda muito vago do jumentoe este fala; por um instante torna-se igual ao homem e, por suapalavra, é o que será em milhares e milhares de anos. Poderíamoscitar muitos outros fatos, mas este me parece assaz admirável, apropósito do que afirmei sobre o orgulho do homem, que nega até

JULHO DE 1860a sua alma, por não poder compreendê-la e vai até a negação dosentimento entre os seres inferiores, no meio dos quais o Cristopreferiu nascer.VIICharletEu vos entretive durante algum tempo com o que voshavia prometido. Como disse no início, não falei do ponto de vistaanatômico ou médico, mas unicamente da essência espiritual queexiste nos animais. Terei ainda que vos falar de muitos outrospontos que, sendo bem diferentes, não são menos úteis à doutrina.Permiti-me uma última recomendação, a de refletirdes um poucosobre o que eu vos disse: nem é extenso, nem pedante e, crede-me,nem por isso é menos útil. Possa o Bom Pastor um dia, quandodividir suas ovelhas, contar-vos entre os bons e excelentes animaisque tiverem seguido melhor os seus preceitos. Perdoai esta imagemum pouco viva. Ainda uma vez, necessitais refletir no que vos digo.Aliás, continuarei a vos falar enquanto desejardes. Terei de vosdizer outra coisa da próxima vez, para definir meu pensamentosobre a inteligência dos animais.Todo vosso,VIIICharletTudo quanto vos posso dizer no momento, amigos, éque vejo com prazer a linha de conduta que seguis. Que a caridade,esta virtude das almas verdadeiramente francas e nobres, sejasempre vosso guia, pois é o sinal da verdadeira superioridade.Perseverai neste caminho, que deve necessariamente conduzir-vosà verdade e à unidade, malgrado os esforços cuja força nãosuspeitais.317

REVISTA ESPÍRITAIgualmente admirável nessas duas criações, aProvidência tanto é infinita no mundo material quanto noespiritual. O homem está para o animal como a flor e todo o reinovegetal estão para a matéria bruta.Nestas poucas linhas quis estabelecer o lugar que deveocupar o animal na escala da perfeição. Veremos como pode elevarsecomparativamente ao homem.316VICharletComo se eleva o Espírito? Pela submissão, pelahumildade. O que perde o homem é a razão orgulhosa que o levaa desprezar todo subalterno, a invejar todo superior. A inveja é amais viva expressão do orgulho; não é o prazer do orgulho, é odesejo doentio, incessante, de poder fruí-lo. Os invejosos são osmais orgulhosos, quando se tornam poderosos. Olhai o mestre detodos vós, o Cristo, homem por excelência, mas na mais alta faseda sublimidade. O Cristo, digo eu, em vez de vir com audácia einsolência para derrubar o mundo antigo, vem à Terra encarnar-senuma família pobre e nasce entre os animais. Porque encontrareispor toda parte esses pobres animais, a todos os instantes, onde ohomem vive simplesmente com a Natureza, numa palavra,pensando em Deus. Nasce entre os animais e estes lhe exaltam opoder na sua linguagem tão expressiva, tão natural e tão simples.Vede que material para reflexão! O Espírito ainda inferior que osanima pressente o Cristo, isto é, o Espírito em toda a sua essênciade perfeição. Balaão, o falso profeta, o orgulho humano em toda asua corrupção, blasfemou contra Deus e bateu no seu animal. Derepente o Espírito ilumina o Espírito ainda muito vago do jumentoe este fala; por um instante torna-se igual ao homem e, por suapalavra, é o que será em milhares e milhares de anos. Poderíamoscitar muitos outros fatos, mas este me parece assaz admirável, apropósito do que afirmei sobre o orgulho do homem, que nega até

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