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Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos

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JULHO DE <strong>1860</strong>Agora lancemos as vistas para a fisiognomonia. Estaciência é baseada no princípio incontestável de que é o pensamentoque põe os órgãos em jogo, que imprime aos músculos certosmovimentos. Daí se segue que, estudando as relações entre osmovimentos aparentes e o pensamento, dos movimentos vistospodemos deduzir o pensamento, que não vemos. É assim que nãonos enganaremos quanto à intenção de quem faz um gestoameaçador ou amigável; que reconheceremos o modo de andar deum homem apressado e o do que não o é. De todos os músculos,os mais móveis são os da face; ali se refletem muitas vezes até osmais delicados matizes do pensamento. Eis por que, com razão, sediz que o rosto é o espelho da alma. Pela freqüência de certassensações, os músculos contraem o hábito dos movimentoscorrespondentes e acabam formando a ruga. A forma exterior semodifica, assim, pelas impressões da alma, de onde se segue que,dessa forma, algumas vezes se podem deduzir essas impressões,como do gesto podemos deduzir o pensamento. Tal é o princípiogeral da arte ou, se se quiser, da ciência fisiognomônica. Esteprincípio é verdadeiro; não apenas se apóia sobre base racional,mas é confirmado pela observação, tendo Lavater a glória, se nãode o haver descoberto, pelo menos de o ter desenvolvido eformulado em corpo de doutrina. Infelizmente, Lavater caiu noerro comum à maioria dos autores de sistemas, ou seja, a partir deum princípio verdadeiro sob certos pontos, concluírem por umaaplicação universal e, em seu entusiasmo por terem descobertouma verdade, a vê-la por toda parte. Eis aí o exagero e, muitasvezes, o ridículo. Não nos cabe examinar aqui o sistema de Lavaterem seus detalhes: diremos apenas que tanto é ele conseqüente aoremontar do físico ao moral por certos sinais exteriores, quanto éilógico ao atribuir um sentido qualquer às formas ou sinais sobre osquais o pensamento não pode exercer nenhuma ação. É a falsaaplicação de um princípio verdadeiro que muitas vezes o relega aonível das crenças supersticiosas, e que leva a confundir na mesmareprovação os que vêem certo e os que exageram.301

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