Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos

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REVISTA ESPÍRITA236PNEUMATOGRAFIA OU ESCRITA DIRETANo dia 11 de fevereiro último o Sr. X..., um dos nossosmais ilustres literatos, achava-se em casa da Srta. Huet, com seisoutras pessoas, há tempos iniciadas nas manifestações espíritas. OSr. X... e a Srta. Huet assentaram-se face a face, em volta de umamesinha escolhida pelo próprio Sr. X... Este último tirou do bolsoum papel perfeitamente branco, dobrado em quatro e por elemarcado com sinal quase imperceptível, embora suficiente para serfacilmente reconhecido; colocou-o sobre a mesa e o cobriu com umlenço branco que lhe pertencia. A Srta. Huet pôs as mãos sobre aponta do lenço; o Sr. X... fez o mesmo, pedindo aos Espíritos umamanifestação direta, com vistas à sua instrução. Pediu-a depreferência a Channing, evocado com essa finalidade. Ao cabo dedez minutos, ele mesmo levantou o lenço e retirou o papel, que traziaescrito de um lado o esboço de uma frase traçada com dificuldade equase ilegível, mas na qual se podiam descobrir os rudimentos destaspalavras: Deus vos ama; do outro lado estava escrito: Deus, no ânguloexterior, e Cristo, no fim do papel. Esta última palavra era escrita demodo a deixar uma impressão na folha dupla.Uma segunda prova foi feita em condições exatamenteiguais e, ao cabo de um quarto de hora, o papel continha, na faceinferior, e em caracteres fortemente traçados em negro, estaspalavras inglesas: God loves you e, mais abaixo, Channing. No fimdo papel ele havia escrito em francês: Fé em Deus; enfim, noreverso da mesma página existia uma cruz com um sinalsemelhante a um caniço, ambos traçados com uma substânciavermelha.Terminada a prova o Sr. X... exprimiu à Srta. Huet odesejo de obter, por seu intermédio, considerando-se a suacondição de médium escrevente, algumas explicações maisdesenvolvidas de Channing, estabelecendo-se entre ele e o Espíritoo seguinte diálogo:

P. Channing, estais presente?Resp. – Eis-me aqui; estais contente comigo?MAIO DE 1860P. A quem se destina o que escrevestes, a todos ou amim particularmente?Resp. – Escrevi esta frase, cujo sentido se dirige a todosos homens; mas, escrevendo-a em inglês, a experiência é para vós,em particular. Quanto à cruz, é o sinal da fé.P. Por que a fizestes em cor vermelha?Resp. – Para vos pedir fé. Eu nada podia escrever, eramuito longo. Dei a vós um sinal simbólico.sangue.P. O vermelho é, pois, a cor que simboliza a fé?Resp. – Certamente; é a representação do batismo deObservação – A Srta. Huet não sabe inglês e o Espíritoquis dar, assim, uma prova a mais de que seu pensamento eraestranho à manifestação. Ele o fez espontaneamente e de boavontade, mas é mais que provável que se tivessem pedido comoprova ele não teria se prestado a isso. Sabe-se que os Espíritos nãogostam de servir de instrumento visando experiências. Muitasvezes as provas mais patentes surgem quando menos se espera; equando os Espíritos agem por sua iniciativa, freqüentemente dãomais do que se lhes teria pedido, seja porque desejam mostrar suaindependência, seja porque, para a produção de certos fenômenos,seria necessário o concurso de circunstâncias que, nem sempre,nossa vontade é suficiente para as fazer nascer. Nunca seria demaisrepetir que os Espíritos têm livre-arbítrio e querem provar-nos quenão se submetem aos nossos caprichos. Eis por que raramenteacedem ao desejo da curiosidade.Os fenômenos, seja qual for a sua natureza, jamaisestão, de uma maneira certa, à nossa disposição, e ninguém poderiagabar-se de obtê-los à vontade e num dado momento. Quem os237

REVISTA ESPÍRITA236PNEUMATOGRAFIA OU ESCRITA DIRETANo dia 11 de fevereiro último o Sr. X..., um dos nossosmais ilustres literatos, achava-se em casa da Srta. Huet, com seisoutras pessoas, há tempos iniciadas nas manifestações espíritas. OSr. X... e a Srta. Huet assentaram-se face a face, em volta de umamesinha escolhida pelo próprio Sr. X... Este último tirou do bolsoum papel perfeitamente branco, dobrado em quatro e por elemarcado com sinal quase imperceptível, embora suficiente para serfacilmente reconhecido; colocou-o sobre a mesa e o cobriu com umlenço branco que lhe pertencia. A Srta. Huet pôs as mãos sobre aponta do lenço; o Sr. X... fez o mesmo, pedindo aos Espíritos umamanifestação direta, com vistas à sua instrução. Pediu-a depreferência a Channing, evocado com essa finalidade. Ao cabo dedez minutos, ele mesmo levantou o lenço e retirou o papel, que traziaescrito de um lado o esboço de uma frase traçada com dificuldade equase ilegível, mas na qual se podiam descobrir os rudimentos destaspalavras: Deus vos ama; do outro lado estava escrito: Deus, no ânguloexterior, e Cristo, no fim do papel. Esta última palavra era escrita demodo a deixar uma impressão na folha dupla.Uma segunda prova foi feita em condições exatamenteiguais e, ao cabo de um quarto de hora, o papel continha, na faceinferior, e em caracteres fortemente traçados em negro, estaspalavras inglesas: God loves you e, mais abaixo, Channing. No fimdo papel ele havia escrito em francês: Fé em Deus; enfim, noreverso da mesma página existia uma cruz com um sinalsemelhante a um caniço, ambos traçados com uma substânciavermelha.Terminada a prova o Sr. X... exprimiu à Srta. Huet odesejo de obter, por seu intermédio, considerando-se a suacondição de médium escrevente, algumas explicações maisdesenvolvidas de Channing, estabelecendo-se entre ele e o Espíritoo seguinte diálogo:

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