Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos

Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos

autoresespiritasclassicos.com
from autoresespiritasclassicos.com More from this publisher
12.07.2015 Views

REVISTA ESPÍRITAEspíritos, encarregados por Deus de instruir os homens, devem,pois, proporcionar-lhes ensinos para o desenvolvimento dainteligência; não dirão tudo a todos, aguardando, antes de semear,que a terra esteja pronta para receber a semente que a fará frutificar.Eis por que certas verdades que nos são ensinadas hoje não o foramaos nossos pais, que também interrogavam os Espíritos; eis por queas verdades, para as quais ainda não estamos maduros, só serãoensinadas aos que vierem depois de nós. Nosso equívoco está emnos julgarmos chegados ao cume da escada, quando apenas nosachamos na metade do caminho.Digamos, de passagem, que os Espíritos têm duasmaneiras de instruir os homens. Tanto podem fazê-locomunicando-se diretamente, o que tem ocorrido em todos ostempos, como o provam todas as histórias sagradas e profanas,quanto se encarnando entre eles, para o desempenho das missõesde progresso. Tais são esses homens de bem e de gênio, queaparecem de tempos em tempos, como fachos para a Humanidade,fazendo-a avançar alguns passos. Vede o que acontece, quandoesses mesmos homens vêm antes do tempo propício para as idéiasque devem espalhar: são desconhecidos em vida, mas seus ensinosnão ficam perdidos. Depositados nos arquivos do mundo, comoum grão precioso posto de reserva, um belo dia levanta da poeira,no momento em que pode frutificar.Desde então, compreende-se que, se o temporequerido para disseminar certas idéias não houver ainda chegado,será em vão que interrogaremos os Espíritos. Eles só podemdizer o que lhes é permitido. Mas também há outra razão, quecompreendem perfeitamente todos os que têm algumaexperiência do mundo espírita.Não basta ser Espírito para possuir a ciência universal;do contrário, a morte nos tornaria quase iguais a Deus. Aliás, osimples bom-senso recusa-se a admitir que o Espírito de umselvagem, de um ignorante ou de um malvado, desde que170

A BRIL DE 1860desprendido da matéria, esteja no nível do sábio ou do homem debem. Isto não seria racional. Há, pois, Espíritos adiantados, eoutros mais ou menos atrasados, que devem vencer diversas etapase passar por numerosas peneiras, antes de se despojarem de todasas suas imperfeições. Disso resulta que no mundo dos Espíritos sãoencontradas todas as variedades morais e intelectuais existentesentre os homens e outras mais. Ora, prova a experiência que osmaus se comunicam tão bem quanto os bons. Os que sãofrancamente maus são facilmente reconhecíveis; mas há também,entre eles, semi-sábios, pseudo-sábios, presunçosos, sistemáticos eaté hipócritas. Estes são os mais perigosos, porque afetam umaaparência de gravidade, de sabedoria e de ciência, em favor da qualenunciam, em meio a algumas verdades e boas máximas, as coisasmais absurdas. E, para melhor enganar, não receiam adornar-secom os mais respeitáveis nomes. Separar o verdadeiro do falso,descobrir o embuste escondido numa exibição de palavras bonitas,desmascarar os impostores, eis, sem contradita, uma das maioresdificuldades da ciência espírita. Para superá-la, faz-se necessáriauma longa experiência, conhecer todas as astúcias de que sãocapazes os Espíritos de baixa classe, ter muita prudência, ver ascoisas com o mais imperturbável sangue-frio e, sobretudo, guardarsecontra o entusiasmo que cega. Com o hábito e um pouco de tatochega-se facilmente a desmascará-los, mesmo sob a ênfase da maispretensiosa linguagem. Mas, infeliz do médium que se julgainfalível, que se ilude com as comunicações que recebe: O Espíritoque o domina pode fasciná-lo a ponto de fazê-lo achar sublimeaquilo que, muitas vezes, é apenas absurdo e salta aos olhos detodos, menos aos seus.Voltemos ao assunto. A teoria da formação da Terrapela incrustação não é a única que tem sido dada pelos Espíritos.Em qual acreditar? Isto prova que, fora da moral, que não admiteduas interpretações, não se deve aceitar as teorias científicas dosEspíritos senão com as maiores reservas, porque, uma vez mais,eles não estão encarregados de nos trazer a ciência acabada; estão171

REVISTA ESPÍRITAEspíritos, encarregados por Deus de instruir os homens, devem,pois, proporcionar-lhes ensinos para o desenvolvimento dainteligência; não dirão tudo a todos, aguardando, antes de semear,que a terra esteja pronta para receber a semente que a fará frutificar.Eis por que certas verdades que nos são ensinadas hoje não o foramaos nossos pais, que também interrogavam os Espíritos; eis por queas verdades, para as quais ainda não estamos maduros, só serãoensinadas aos que vierem depois de nós. Nosso equívoco está emnos julgarmos chegados ao cume da escada, quando apenas nosachamos na metade do caminho.Digamos, de passagem, que os Espíritos têm duasmaneiras de instruir os homens. Tanto podem fazê-locomunicando-se diretamente, o que tem ocorrido em todos ostempos, como o provam todas as histórias sagradas e profanas,quanto se encarnando entre eles, para o desempenho das missõesde progresso. Tais são esses homens de bem e de gênio, queaparecem de tempos em tempos, como fachos para a Humanidade,fazendo-a avançar alguns passos. Vede o que acontece, quandoesses mesmos homens vêm antes do tempo propício para as idéiasque devem espalhar: são desconhecidos em vida, mas seus ensinosnão ficam perdidos. Depositados nos arquivos do mundo, comoum grão precioso posto de reserva, um belo dia levanta da poeira,no momento em que pode frutificar.Desde então, compreende-se que, se o temporequerido para disseminar certas idéias não houver ainda chegado,será em vão que interrogaremos os Espíritos. Eles só podemdizer o que lhes é permitido. Mas também há outra razão, quecompreendem perfeitamente todos os que têm algumaexperiência do mundo espírita.Não basta ser Espírito para possuir a ciência universal;do contrário, a morte nos tornaria quase iguais a Deus. Aliás, osimples bom-senso recusa-se a admitir que o Espírito de umselvagem, de um ignorante ou de um malvado, desde que170

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!