Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos

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12.07.2015 Views

REVISTA ESPÍRITAA prosperidade crescente da Revista é um indício dofavor com que é acolhida. Não nos cabe senão continuar a obra namesma linha, já que vem recebendo a consagração do tempo, semnos afastarmos da moderação, da prudência e das conveniênciasque sempre nos orientaram. Deixando aos nossos contraditores otriste privilégio das injúrias e do personalismo, não os seguiremosno terreno de uma controvérsia sem objetivo. Dizemos semobjetivo porque jamais os levaria à convicção; ademais, seria puraperda de tempo discutir com pessoas que não têm a menor noçãodaquilo de que falam. Só temos uma coisa a dizer-lhes: Estudaiprimeiro; depois veremos. Temos mais que fazer do que falar aquem não quer ouvir. Afinal de contas, o que importa a opiniãocontrária deste ou daquele? Terá essa opinião tão grandeimportância que possa deter a marcha natural das coisas? Asmaiores descobertas encontraram os mais rudes adversários, semque por isso fossem prejudicadas. Assim, deixando a incredulidadezunir à nossa volta, jamais nos desviaremos do caminho que nos étraçado pela própria gravidade do assunto que nos ocupa.Dissemos que as idéias espíritas estão em francoprogresso. Com efeito, desde algum tempo ganharam imensoterreno. Dir-se-ia que estão no ar; não, certamente, em razão dobarulho da grande e da pequena imprensa. Se elas progridem,apesar e contra tudo, não obstante a má vontade encontrada emcertas regiões é porque possuem vitalidade suficiente para sebastarem a si mesmas. Quem se der ao trabalho de aprofundar aquestão do Espiritismo, nele encontra uma satisfação moral tãogrande, a solução de tantos problemas que inutilmente haviapedido às teorias vulgares; o futuro se desdobra à sua frente demaneira tão clara, tão precisa e tão lógica, que a si mesmo confessaa impossibilidade de as coisas realmente não se passarem assim; jáque um sentimento íntimo lhe dizia que assim deveria ser, é decausar admiração que não as tenha compreendido mais cedo.Desenvolvida, a ciência espírita nada mais faz que formular, tirar donevoeiro idéias já existentes em seu foro íntimo; daí por diante o16

JANEIRO DE 1860futuro se apresenta com objetivo claro, preciso, perfeitamentedefinido; já não marcha ao sabor das ondas: vê o seu caminho. Nãoé mais esse futuro de felicidade ou de desgraça que a razão nãopodia compreender e que, por isso mesmo, o repelia; é um futuroracional, conseqüência das próprias leis da Natureza, capaz desuportar o exame mais severo. Eis por que é feliz e como quealiviado de um imenso peso: o da incerteza, porquanto a incerteza éum tormento. Mau grado seu, o homem sonda as profundezas dofuturo e não pode deixar de vê-lo eterno; compara-o à brevidade e àfragilidade da existência terrestre. Se o futuro não lhe oferecenenhuma certeza, ele se atordoa, concentra-se no presente e, parao tornar mais suportável, entrega-se a todos os excessos: é em vãoque a consciência lhe fala do bem e do mal. Diz a si mesmo: o bemé aquilo que me faz feliz. De fato, que motivo teria para ver o bemem outra parte? Por que suportar privações? Quer ser feliz e, paraser feliz, quer gozar; gozar o que os outros possuem; quer ouro,muito ouro; a ele se apega como à sua vida, porque o ouro é oveículo de todos os prazeres materiais. Que lhe importa o bemestardo semelhante? O seu, antes de tudo. Quer satisfazer-se nopresente, por não saber se o poderá mais tarde, num futuro em quenão acredita. Torna-se, assim, ávido, invejoso, egoísta e, com todosesses prazeres, não é feliz porque o presente lhe parece muito curto.Com a certeza do futuro, tudo para ele muda de aspecto;o presente é apenas efêmero e o vê passar sem lamentar-se; é menosapegado aos prazeres terrenos, porque só lhe trazem uma sensaçãopassageira, fugidia, que deixa vazio o coração; aspira a umafelicidade mais duradoura e, conseqüentemente, mais real. E ondepoderá encontrá-la, senão no futuro? Mostrando-lhe, provando-lheesse futuro, o Espiritismo o liberta do suplício da incerteza, e issoo torna feliz. Ora, aquilo que traz felicidade sempre encontrapartidários.Os adversários do Espiritismo atribuem sua rápidapropagação a uma febre supersticiosa que se apodera da17

JANEIRO DE <strong>1860</strong>futuro se apresenta com objetivo claro, preciso, perfeitamentedefinido; já não marcha ao sabor das ondas: vê o seu caminho. Nãoé mais esse futuro de felicidade ou de desgraça que a razão nãopodia compreender e que, por isso mesmo, o repelia; é um futuroracional, conseqüência das próprias leis da Natureza, capaz desuportar o exame mais severo. Eis por que é feliz e como quealiviado de um imenso peso: o da incerteza, porquanto a incerteza éum tormento. Mau grado seu, o homem sonda as profundezas dofuturo e não pode deixar de vê-lo eterno; compara-o à brevidade e àfragilidade da existência terrestre. Se o futuro não lhe oferecenenhuma certeza, ele se atordoa, concentra-se no presente e, parao tornar mais suportável, entrega-se a todos os excessos: é em vãoque a consciência lhe fala do bem e do mal. Diz a si mesmo: o bemé aquilo que me faz feliz. De fato, que motivo teria para ver o bemem outra parte? Por que suportar privações? Quer ser feliz e, paraser feliz, quer gozar; gozar o que os outros possuem; quer ouro,muito ouro; a ele se apega como à sua vida, porque o ouro é oveículo de todos os prazeres materiais. Que lhe importa o bemestardo semelhante? O seu, antes de tudo. Quer satisfazer-se nopresente, por não saber se o poderá mais tarde, num futuro em quenão acredita. Torna-se, assim, ávido, invejoso, egoísta e, com todosesses prazeres, não é feliz porque o presente lhe parece muito curto.Com a certeza do futuro, tudo para ele muda de aspecto;o presente é apenas efêmero e o vê passar sem lamentar-se; é menosapegado aos prazeres terrenos, porque só lhe trazem uma sensaçãopassageira, fugidia, que deixa vazio o coração; aspira a umafelicidade mais duradoura e, conseqüentemente, mais real. E ondepoderá encontrá-la, senão no futuro? Mostrando-lhe, provando-lheesse futuro, o Espiritismo o liberta do suplício da incerteza, e issoo torna feliz. Ora, aquilo que traz felicidade sempre encontrapartidários.Os adversários do Espiritismo atribuem sua rápidapropagação a uma febre supersticiosa que se apodera da17

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