Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos

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REVISTA ESPÍRITA“Este bizarro acontecimento causou ao Sr. Goubert umprejuízo de no mínimo 100 francos.”A este mesmo relato o Opinion Nationale acrescenta asseguintes reflexões:“Reproduzindo esta história singular, seria uma injúriaaos nossos leitores preveni-los contra os fatos sobrenaturais que elarelata. Sabemos perfeitamente não se tratar de uma história donosso tempo e que poderá escandalizar alguns dos doutos leitoresdo Vigie. No entanto, por mais inverossímil que pareça, não émenos verdadeira e, se necessário, cem pessoas poderão certificarlhea exatidão.”Confessamos não compreender bem as reflexões dojornalista, que parece contradizer-se. Por um lado, diz aos leitoresque se previnam contra os fatos sobrenaturais que a carta relata, e terminadizendo que “por mais inverossímil que pareça, essa história não émenos verdadeira e, se necessário, cem pessoas poderiam certificarlhea exatidão.” De duas, uma: ou é verdadeira, ou é falsa. Se falsa,tudo está dito; mas se é verdadeira, como atesta o Opinion Nationale,o fato revela uma coisa muito grave para ser tratada um tantolevianamente. Ponhamos de lado a questão dos Espíritos e nela nãovejamos senão um fenômeno físico. Não é bastante extraordináriapara merecer a atenção de observadores sérios? Que, pois, ossábios se ponham à obra e, perscrutando os arquivos da Ciência,nos dêem uma explicação racional, irrefutável, apontando a razãode todas as circunstâncias. Se não o podem, somos obrigados aadmitir que não conhecem todos os segredos da Natureza. E seapenas a ciência espírita dá a solução, é preciso optar entre a teoriaque explica e a que nada explica.Quando fatos desta natureza são relatados, nossoprimeiro cuidado, antes mesmo de inquirir da realidade, éo de examinar se são ou não possíveis, conforme o queconhecemos da teoria das manifestações espíritas. Citamos alguns,128

MARÇO DE 1860demonstrando-lhes a absoluta impossibilidade, notadamente ahistória que narramos no número de fevereiro de 1859, segundo oJournal des Débats, sob o título de Meu amigo Hermann, à qual certospontos da Doutrina Espírita poderiam ter dado uma aparência deprobabilidade. Sob este ponto de vista, os fenômenos que sepassaram com o padeiro dos arredores de Dieppe nada têm de maisextraordinário que muitos outros, perfeitamente verificados, cujasolução completa é dada pela ciência espírita. Aos nossos olhos,portanto, se o fato não fosse verdadeiro, seria possível. Pedimos aum de nossos correspondentes de Dieppe, em quem temos plenaconfiança, que verificasse a realidade do fato. Eis o que nosresponde:“Hoje posso vos dar todas as informações que desejais,pois me informei em boa fonte. O relato do Vigie é a exata verdade;inútil relatar todos os fatos. Parece que vários homens de ciênciavieram de muito longe para se darem conta desses fatosextraordinários, que não poderão explicar se não tiverem nenhumanoção da ciência espírita. Quanto aos nossos camponeses, estãoconfusos. Uns dizem que são feiticeiros; outros, que é porque ocemitério mudou de lugar e sobre o antigo sítio fizeramconstruções; e os espertalhões, que passam entre os seus por tudosaber, sobretudo se são militares, terminam dizendo: ‘Palavra dehonra! Não sei como isso pode acontecer.’ Inútil dizer que nãofalta quem atribua grande parte de tudo isso ao diabo. Para fazercom que a gente do povo compreenda todos esses fenômenos,seria necessário iniciá-los na verdadeira ciência espírita, único meiode arrancar dentre eles a crença nos feiticeiros e todas as idéiassupersticiosas, que ainda por muito tempo representarão o maiorobstáculo à sua moralização.”Terminaremos com uma última observação.Ouvimos algumas pessoas dizerem que não queriamocupar-se de Espiritismo, com receio de atrair os Espíritos eprovocar manifestações do gênero da que acabamos de relatar.129

REVISTA ESPÍRITA“Este bizarro acontecimento causou ao Sr. Goubert umprejuízo de no mínimo 100 francos.”A este mesmo relato o Opinion Nationale acrescenta asseguintes reflexões:“Reproduzindo esta história singular, seria uma injúriaaos nossos leitores preveni-los contra os fatos sobrenaturais que elarelata. Sabemos perfeitamente não se tratar de uma história donosso tempo e que poderá escandalizar alguns dos doutos leitoresdo Vigie. No entanto, por mais inverossímil que pareça, não émenos verdadeira e, se necessário, cem pessoas poderão certificarlhea exatidão.”Confessamos não compreender bem as reflexões dojornalista, que parece contradizer-se. Por um lado, diz aos leitoresque se previnam contra os fatos sobrenaturais que a carta relata, e terminadizendo que “por mais inverossímil que pareça, essa história não émenos verdadeira e, se necessário, cem pessoas poderiam certificarlhea exatidão.” De duas, uma: ou é verdadeira, ou é falsa. Se falsa,tudo está dito; mas se é verdadeira, como atesta o Opinion Nationale,o fato revela uma coisa muito grave para ser tratada um tantolevianamente. Ponhamos de lado a questão dos Espíritos e nela nãovejamos senão um fenômeno físico. Não é bastante extraordináriapara merecer a atenção de observadores sérios? Que, pois, ossábios se ponham à obra e, perscrutando os arquivos da Ciência,nos dêem uma explicação racional, irrefutável, apontando a razãode todas as circunstâncias. Se não o podem, somos obrigados aadmitir que não conhecem todos os segredos da Natureza. E seapenas a ciência espírita dá a solução, é preciso optar entre a teoriaque explica e a que nada explica.Quando fatos desta natureza são relatados, nossoprimeiro cuidado, antes mesmo de inquirir da realidade, éo de examinar se são ou não possíveis, conforme o queconhecemos da teoria das manifestações espíritas. Citamos alguns,128

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