Revista Espírita (FEB) - 1860 - Autores Espíritas Clássicos

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12.07.2015 Views

REVISTA ESPÍRITAque deram ouvidos a este demônio tentador. As melhoresintenções não dão garantia contra os embustes e é precisamentecontra os bons que dirige as suas baterias, pois se satisfaz em fazêlossucumbir e mostrar que ele é o mais forte; insinua-se no coraçãocom tanta habilidade que muitas vezes o enche sem que o suspeite.Assim, o orgulho é o último defeito que confessamos a nósmesmos, semelhante a essas moléstias mortais que se tem emestado latente e sobre cuja gravidade o doente se ilude até o últimomomento. Eis por que é tão difícil erradicá-lo.A partir do momento que um médium desfrute de umafaculdade, por menos notável que seja, é procurado, elogiado,adulado. Para ele isso é uma terrível pedra de toque, pois acaba sejulgando indispensável, se não for essencialmente simples emodesto. Infeliz dele, sobretudo se julgar que somente ele poderáentrar em contato com os Espíritos bons. Custa-lhe reconhecer quefoi enganado e, muitas vezes, escreve ou ouve sua própriacondenação, sua própria censura, sem acreditar que a ele sejadirigida. Ora, é precisamente essa cegueira que o aprisiona. OsEspíritos enganadores se aproveitam para o fascinar, o dominar, osubjugar cada vez mais, a ponto de lhe fazerem tomar por verdadesas coisas mais falsas; é assim que nele se perde o dom precioso, quenão havia recebido de Deus senão para se tornar útil aossemelhantes, já que os Espíritos bons sempre se afastam daquelesque preferem escutar os maus. Aquele a quem a Providênciadestina a ser posto em evidência o será pela força das coisas, e osEspíritos bem saberão tirá-lo da obscuridade, se isso for útil, aopasso que, muitas vezes, quanta decepção para quem éatormentado pela necessidade de fazer falar de si! O que sabemosdo caráter da Srta. Godu dá-nos a firme confiança de que ela seencontra acima dessas pequenas fraquezas e, assim, jamaiscomprometerá, como tantos outros, a nobre missão que recebeu.124

MARÇO DE 1860Manifestações Físicas EspontâneasO padeiro de DieppeOs fenômenos pelos quais os Espíritos podemmanifestar sua presença são de duas naturezas, que se designampelos nomes de manifestações físicas e manifestações inteligentes.Pelas primeiras, os Espíritos atestam sua ação sobre a matéria; pelassegundas, revelam um pensamento mais ou menos elevado,conforme seu grau de depuração. Umas e outras podem serespontâneas ou provocadas. São provocadas quando solicitadaspelo desejo e obtidas com o auxílio de pessoas dotadas de umaaptidão especial, isto é, dos médiuns. São espontâneas quandoocorrem naturalmente, sem nenhuma participação da vontade e,muitas vezes, na ausência de qualquer conhecimento e mesmo dequalquer crença espírita. É a esta ordem que pertencem certosfenômenos que não podem ser explicados pelas causas físicasordinárias. Entretanto, não nos devemos apressar, como já temosdito, em atribuir aos Espíritos tudo quanto é insólito e não secompreende. Nunca insistiríamos demais neste ponto, a fim de nosprecavermos contra os efeitos da imaginação e, muitas vezes, domedo. Repetimos: Quando um fenômeno extraordinário seproduz, o primeiro pensamento deve ser o de que tenha uma causanatural, por ser a mais freqüente e a mais provável; tais são,sobretudo, os ruídos e mesmo certos movimentos de objetos. Oque se precisa fazer, neste caso, é buscar a causa, sendo provávelque a encontremos muito simples e muito vulgar.Dizemos mais: O verdadeiro e, por assim dizer, únicosinal de intervenção dos Espíritos é o caráter intencional einteligente do efeito produzido, quando a impossibilidade de umaintervenção humana esteja perfeitamente demonstrada. Nessascondições, raciocinando conforme o axioma de que todo efeitotem uma causa, e que todo efeito inteligente deve ter uma causainteligente, torna-se evidente que, se a causa não estiver nos agentes125

MARÇO DE <strong>1860</strong>Manifestações Físicas EspontâneasO padeiro de DieppeOs fenômenos pelos quais os Espíritos podemmanifestar sua presença são de duas naturezas, que se designampelos nomes de manifestações físicas e manifestações inteligentes.Pelas primeiras, os Espíritos atestam sua ação sobre a matéria; pelassegundas, revelam um pensamento mais ou menos elevado,conforme seu grau de depuração. Umas e outras podem serespontâneas ou provocadas. São provocadas quando solicitadaspelo desejo e obtidas com o auxílio de pessoas dotadas de umaaptidão especial, isto é, dos médiuns. São espontâneas quandoocorrem naturalmente, sem nenhuma participação da vontade e,muitas vezes, na ausência de qualquer conhecimento e mesmo dequalquer crença espírita. É a esta ordem que pertencem certosfenômenos que não podem ser explicados pelas causas físicasordinárias. Entretanto, não nos devemos apressar, como já temosdito, em atribuir aos Espíritos tudo quanto é insólito e não secompreende. Nunca insistiríamos demais neste ponto, a fim de nosprecavermos contra os efeitos da imaginação e, muitas vezes, domedo. Repetimos: Quando um fenômeno extraordinário seproduz, o primeiro pensamento deve ser o de que tenha uma causanatural, por ser a mais freqüente e a mais provável; tais são,sobretudo, os ruídos e mesmo certos movimentos de objetos. Oque se precisa fazer, neste caso, é buscar a causa, sendo provávelque a encontremos muito simples e muito vulgar.Dizemos mais: O verdadeiro e, por assim dizer, únicosinal de intervenção dos Espíritos é o caráter intencional einteligente do efeito produzido, quando a impossibilidade de umaintervenção humana esteja perfeitamente demonstrada. Nessascondições, raciocinando conforme o axioma de que todo efeitotem uma causa, e que todo efeito inteligente deve ter uma causainteligente, torna-se evidente que, se a causa não estiver nos agentes125

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