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Aspectos neuropsicológicos dos transtornos de ansiedade na ...

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Da<strong>dos</strong> Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Catalogação <strong>na</strong> Publicação (CIP)Preparada pela Biblioteca daFaculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Pauloreprodução autorizada pelo autorRodrigues, Camila Luisi<strong>Aspectos</strong> neuropsicológicos <strong>dos</strong> <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância eadolescência : um estudo comparativo entre as fases pré e pós-tratamentomedicamentoso / Camila Luisi Rodrigues. -- São Paulo, 2011.Dissertação(mestrado)--Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.Programa <strong>de</strong> Psiquiatria.Orientador: Fer<strong>na</strong>ndo Ramos Asbahr.Descritores: 1.Transtornos <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> 2.Criança 3.Adolescente4.Neuropsicologia 5.Reavaliação 6.MedicamentosUSP/FM/DBD-208/11


______________________________________________________DEDICATÓRIAPara meus pais eCristiano, pelo amor eincentivo ao longo daminha vida.


Men<strong>de</strong>s, Merylúcia M K e Silva, Mile<strong>na</strong> M Spolon, Leandro Ta<strong>de</strong>u G Reveles,Gabriela Gorenstein, Re<strong>na</strong>ta Teixeira da Silva.À Camila Tarif Ferreira Folquitto, gran<strong>de</strong> amiga, companheira acadêmica,colega <strong>de</strong> consultório, sempre incentivando e auxiliando tanto <strong>na</strong>s avaliações dascrianças e adolescentes do grupo controle, como <strong>na</strong> atualização <strong>de</strong> periódicosnecessários para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste projeto.À Maura Borges <strong>de</strong> Souza, auxiliar <strong>de</strong> enfermagem responsável pela recepção<strong>dos</strong> pacientes.A Rafael Izbicki e Ber<strong>na</strong>rdo <strong>dos</strong> Santos, pela paciência, auxílio, orientações epreparo da análise estatística <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>.Ao Dr. Ênio Roberto Andra<strong>de</strong>, amigo e gran<strong>de</strong> incentivador, sempreacreditando no meu trabalho, peça fundamental nesta conquista.Ao Everton Duarte, amigo e companheiro <strong>de</strong> mutirões aos sábado, <strong>de</strong> aulas eprincipalmente das angústias do processo do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste projeto.Aos <strong>de</strong>mais profissio<strong>na</strong>is do Serviço <strong>de</strong> Psicologia do Instituto <strong>de</strong> Psiquiatriado Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,pelo apoio e motivação ao longo <strong>de</strong>ste projeto, em especial Daniel Fuentes, Caroli<strong>na</strong>Fuentes e Francy <strong>de</strong> Brito Ferreira Fer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>s, que contribuíram <strong>de</strong> maneira maispróxima no meu projeto <strong>de</strong> pesquisa.À Dra Jonia Lacerda Felicio, incentivadora no meu <strong>de</strong>senvolvimentoacadêmico, tanto por meio <strong>de</strong> aulas, supervisões, como em proporcio<strong>na</strong>roportunida<strong>de</strong>s em ministrar aulas <strong>na</strong> Universida<strong>de</strong> São Camilo, sempre acreditandono meu trabalho.


À Dra Candida Hele<strong>na</strong> Pires <strong>de</strong> Camargo, pelas discussões sobre o projeto,contribuindo no <strong>de</strong>senvolvimento do mesmo.A to<strong>dos</strong> os pacientes e seus familiares, por aceitarem participar <strong>de</strong>ste estudo epossibilitar, assim, um maior conhecimento sobre o <strong>de</strong>sempenho cognitivo nos<strong>transtornos</strong> ansiosos <strong>na</strong> infância e adolescência.A to<strong>dos</strong> os participantes que fizeram parte do grupo controle, por aceitaremparticipar <strong>de</strong>ste estudo e possibilitarem, assim, um conhecimento sobre ofuncio<strong>na</strong>mento cognitivo em crianças e adolescentes que não apresentam <strong>transtornos</strong>psiquiátrico.Ao grupo <strong>de</strong> pesquisa em transtorno bipolar da infância e adolescência, emespecial a Dra Sheila Caetano e Dra A<strong>na</strong> Kleinman, coor<strong>de</strong><strong>na</strong>doras do ambulatório,que disponibilizaram algumas crianças e adolescentes do grupo controle para seremavaliadas.À Eliza Fukushima, Isabel Atai<strong>de</strong> e Lucia<strong>na</strong> Paula Ferreira, pelas orientaçõese apoio em relação aos assuntos burocráticos referentes a este estudo.À banca da qualificação, pelas sugestões e correções fundamentais para otérmino da pesquisa.À Maria<strong>na</strong> K Flaks, pelo interesse e atenção em fornecer as sugestões ecorreções realizadas no boneco <strong>de</strong>ssa dissertação.À Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior (Capes) e oConselho Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelosuporte fi<strong>na</strong>nceiro no início da pesquisa.À FAPESP, pelo suporte fi<strong>na</strong>nceiro que auxiliou <strong>na</strong> realização <strong>de</strong>ste projeto<strong>de</strong> pesquisa.


A to<strong>dos</strong> meus familiares que me <strong>de</strong>ram suporte durante todo o processo dapesquisa. Principalmente por esse período ter sido <strong>de</strong> intensas mudanças <strong>na</strong> minhavida pessoal. O apoio <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> foi fundamental.A to<strong>dos</strong> meus amigos pela compreensão e apoio durante todo este período.


__________________________________________________________EPÍGRAFE“Alta Ansieda<strong>de</strong> - Cazuza”Se marco uma entrevista às 21:15 já fumei 10 cigarrosSe vou gravar uma faixaA mesa do estúdio está quebradaNão sei esperar, não sei esperarE a minha vida é um engarrafamentoSe tenho uma festa às 108:30 já estou prontoFico balançando os pésSentado <strong>na</strong> beira da camaO tempo não passa pra mimQuero mais velocida<strong>de</strong>Várias coisas ao mesmo tempoNão quero esse bon<strong>de</strong> lento


Normalização adotadaEsta dissertação ou tese está <strong>de</strong> acordo com as seguintes normas, em vigor nomomento <strong>de</strong>sta publicação:Referências: adaptado <strong>de</strong> Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Committee of Medical Jour<strong>na</strong>ls Editors(Vancouver).Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong>. Divisão <strong>de</strong> Biblioteca eDocumentação. Guia <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> dissertações, teses e monografias.Elaborado por Anneliese Carneiro da Cunha, Maria Julia <strong>de</strong> A. L. Freddi, Maria F.Cresta<strong>na</strong>, Mari<strong>na</strong>lva <strong>de</strong> Souza Aragão, Suely Campos Car<strong>dos</strong>o, Valéria Vilhe<strong>na</strong>. 3º.Edição. São Paulo: Divisão <strong>de</strong> Biblioteca e Documentação; 2011.Abreviaturas <strong>dos</strong> títulos <strong>dos</strong> periódicos <strong>de</strong> acordo com List of Jour<strong>na</strong>ls In<strong>de</strong>xed inIn<strong>de</strong>x Medicus.


__________________________________________________________SUMÁRIOLista <strong>de</strong> Abreviaturas, símbolos e siglasLista <strong>de</strong> QuadrosLista <strong>de</strong> TabelasLista <strong>de</strong> FigurasLista <strong>de</strong> GráficosResumoSummary1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................12. OBJETIVOS............................................................................................................33. REVISAO DA LITERATURA..............................................................................53.1. Desenvolvimento infantil: ansieda<strong>de</strong> normal ou patológica?................................63.2. Transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância: aspectos clínicos.........................................83.2.1. Transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> separação..................................................103.2.2. Transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> generalizada..................................................123.2.3. Fobia social...........................................................................................143.3. Bases biológicas da ansieda<strong>de</strong>.............................................................................153.4. Avaliação neuropsicológica e reavaliação...........................................................173.5. Transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância: aspectos neuropsicológicos......................203.5.1. Processos atencio<strong>na</strong>is nos <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>.............................223.5.2. Processos mnésticos nos <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>...............................273.5.3. Funções executivas nos <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>.................................333.6. Farmacologia nos <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>.........................................................404. METODOS............................................................................................................474.1. Participantes.........................................................................................................484.1.1. Critérios <strong>de</strong> inclusão..............................................................................484.1.2. Critérios <strong>de</strong> exclusão.............................................................................494.2. Seleção <strong>de</strong> pacientes............................................................................................49


4.3. <strong>Aspectos</strong> Éticos....................................................................................................504.4. Instrumentos.........................................................................................................504.4.1. Avaliação neuropsicológica..................................................................514.4.1.1. Provas cognitivas....................................................................514.4.2.2. Avaliação da ansieda<strong>de</strong>..........................................................534.5. Análise estatística.................................................................................................545. RESULTADOS.....................................................................................................575.1. Processo <strong>de</strong> triagem.............................................................................................585.2. Características clínicas e <strong>de</strong>mográficas...............................................................605.3. Avaliação neuropsicológica.................................................................................645.3.1. Análise <strong>de</strong> covariância..........................................................................645.3.2. Primeira avaliação.................................................................................645.3.2.1. Eficiência intelectual..............................................................645.3.2.2. Funções atencio<strong>na</strong>is e executivas...........................................655.3.2.3. Processos <strong>de</strong> memória e aprendizagem..................................675.3.2.4. Escala <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>................................................................685.3.3. Segunda avaliação.................................................................................695.3.3.1. Eficiência intelectual..............................................................695.3.3.2. Funções atencio<strong>na</strong>is e executivas...........................................715.3.3.3. Processos <strong>de</strong> memória e aprendizagem..................................785.3.3.4. Escala <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>................................................................816. DISCUSSÃO..........................................................................................................866.1. Primeira avaliação................................................................................................876.1.1. Avaliação cognitiva...............................................................................876.1.2. Manifestação da ansieda<strong>de</strong>....................................................................916.2. Segunda avaliação................................................................................................926.2.1. Controle.................................................................................................926.2.2. Diferentes tratamentos medicamentosos...............................................936.2.2.1. Ansieda<strong>de</strong> pré e pós tratamento medicamentoso(in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do tipo <strong>de</strong> tratamaneto)......................................93


6.2.2.2. Clomiprami<strong>na</strong>.........................................................................946.2.2.3. Fluoxeti<strong>na</strong>...............................................................................956.2.2.4. Placebo...................................................................................956.3. Limitações............................................................................................................967. CONCLUSÕES.....................................................................................................978. ANEXOS................................................................................................................999. REFERÊNCIAS..................................................................................................107Apêndice...................................................................................................................118


_____________________________________________________________LISTASListas <strong>de</strong> Abreviaturas, Símbolos e SiglasTATranstornos <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong>TAIATranstorno <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> Infância e AdolescênciaTASTranstorno <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> SeparaçãoTAETranstorno <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> ExecessivaTAGTranstorno <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> GeneralizadaFEFobias EspecíficasFSFobia SocialTPTranstorno <strong>de</strong> PânicoTDAHTranstorno <strong>de</strong> Déficit <strong>de</strong> Atenção e Hiperativida<strong>de</strong>TODOTranstorno Desafiador OpositorDSM-III Manual Diagnóstico e Estatístico <strong>de</strong> Transtornos Mentais –terceira ediçãoDSM-IV-TR Manual Diagnóstico e Estatístico <strong>de</strong> Transtornos Mentais –quarta edição revisadaWCSTWisconsin Card Sorting TestFASTeste <strong>de</strong> Fluência Verbal para letrasRCFTRey Complex Figure TestTASCTest Anxiety Scale for ChildrenRCADSRevised Child Reporto of Child Anxiety and DepressionScalesCNCEQChildren´s Negative Cognitive Error Question<strong>na</strong>ireK-DIPSSemi-Estructured Interview of the ChildrenCBCLChild Behavior ChecklistSTAI-CState-Trait Anxiety Inventory for Children and AdolescentsCDIChildren Depression InventoryTAI- GGerman Test Anxiety InventoryTEPTeoria da Eficiência do ProcessamentoDISCDiagnostic Interview Schedule for Children


WISCIIIWRAMLBDIDRSCVLTCVLT-CDISC-R-PSCIDK-BITK-SADSCPTCBCL- TRFTCRSSCRSCDMSPQ-YWISC-RCATWRAT-RVADSTCSBGTKEIRCMASSACPISC-IVTTI-IVCELFSSPMASCADISWechsler Intelligence Scale for Children IIIWi<strong>de</strong> Range Assement of Memory and LearningBeck Depression InventoryDementia Ratting ScalesCalifornia Verbal Learning TestCalifornia Verbal Learning Test-Children versionDiagnostic Interview Schedule for Children- Revised ParentStructured Clinical InterviewKaufman Brief IntelligenceKiddie Schedule for Affective disor<strong>de</strong>rs and SchizophreniaContinuous Performance TestChild Behavior Cheklist Teacher Report FormTeacher-Child Rating ScaleSelf-Control Rating ScaleChild Depressed MoodSeattle Perso<strong>na</strong>lity Question<strong>na</strong>ire for young school-agechildrenWechsler Intelligence Scale for Children RevisedCalifornia Achievement TestWi<strong>de</strong> Range Achievement Test- RevisedVisual Aural Digit Span TestTest of Cognitive SkillsBen<strong>de</strong>r Gestalt TestKusché Emotio<strong>na</strong>l InventoryRevised Children´s Manifest Anxiety ScaleCognitive Assessment SystemParent Interview for Child SymptomsTeacher Telephone InterviewClinical Evaluation of Language FundamentalsStop-Sig<strong>na</strong>l ParadigmMultidimensio<strong>na</strong>l Anxiety Scale for ChildrenAnxiety Disor<strong>de</strong>r Interview Schedule


DANVA2 Diagnostic A<strong>na</strong>lysis of Nonverbal Accuracy 2CHIPASAT Children´s Paced Auditory Serial Addition TestISRSInibidores Seletivos da Recaptação da Serotoni<strong>na</strong>ADTAnti<strong>de</strong>pressivos TricíclicosTOCTranstorno Obsessivo CompulsivoCOWATControlled Oral Word Association TestDSSTDigit-Symbol Substitution TestCTCancellation TaskSCTSymbol Copying TestIPQ HC FMUSP Instituto <strong>de</strong> Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong><strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São PauloABIPEME Associação Brasileira <strong>dos</strong> Institutos <strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong> MercadoWASIWechsler Abbreviated Scale of IntelligenceQIQuociente IntelectualMFFT-20 Matching Familiar Figures Test – 20WRAML-2 Wi<strong>de</strong> Range Assement of Memory and Learning- 2SPSSStatistical Package for Social SciencesG TAIAGrupo composto por todas as crianças e adolescentes com<strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>G CNGrupo composto por todas as crianças e adolescentes controlesANCOVA Análise <strong>de</strong> covariânciaTAIA 1Crianças e adolescentes do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>antes do tratamento medicamentoso e que foram reavaliadasTAIA 2Crianças e adolescentes do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong><strong>de</strong>pois do tratamento medicamentosoCN 1Crianças e adolescentes do grupo controle <strong>na</strong> primeiraavaliação e que foram reavaliadasCN 2Crianças e adolescentes do grupo controle após seis meses daprimeira avaliação


CLO 1Crianças e adolescentes do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>que foram randomizadas para o tratamento medicamentosocom clomiprami<strong>na</strong>, antes do início do tratamentomedicamentosoCLO 2Crianças e adolescentes do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>que foram submetidas ao tratamento com clomiprami<strong>na</strong>FLX 1Crianças e adolescentes do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>que foram submetidas ao tratamento com fluoxeti<strong>na</strong>FLX 2Crianças do grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> que tomaramfluoxeti<strong>na</strong>PLC 1Crianças e adolescentes do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>que foram submetidas ao tratamento com placeboPLC 2Crianças do grupo <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> que tomaram placebo% Por cento


Listas <strong>de</strong> QuadrosQuadro 1 – Critérios diagnósticos para TAS, segundo o DSM-IV-TR......................11Quadro 2 – Critérios diagnósticos para TAG, segundo o DSM-IV-TR.....................13Quadro 3 – Critérios diagnósticos para FS, segundo o DSM-TR...............................14Quadro 4 - Estu<strong>dos</strong> com crianças e adolescentes com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> edéficits <strong>de</strong> atencio<strong>na</strong>is.................................................................................................26Quadro 5 – Estu<strong>dos</strong> com crianças e adolescentes com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> edéficits <strong>de</strong> memória.....................................................................................................30Quadro 6 - Estu<strong>dos</strong> com crianças e adolescentes com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> edéficits <strong>na</strong>s funções executivas...................................................................................35Quadro 7 – Comparação do <strong>de</strong>sempenho no teste RCFT <strong>de</strong> uma criança comtranstorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 9 anos, com QI estimado <strong>na</strong> faixa média, antes e <strong>de</strong>poisdo tratamento medicamentoso - IPQ HC FMUSP – 2008 a2011...........................................................................................................................121Quadro 8 – Comparação do <strong>de</strong>sempenho no teste RCFT <strong>de</strong> um adolescente comtranstorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 15 anos, com QI estimado <strong>na</strong> faixa limítrofe <strong>na</strong> primeiraavaliação e <strong>na</strong> média <strong>na</strong> segunda, antes e <strong>de</strong>pois do tratamento medicamentoso - IPQHC FMUSP – 2008 a 2011.......................................................................................121


Listas <strong>de</strong> TabelasTabela 1 - Da<strong>dos</strong> <strong>de</strong>mográficos do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e do grupocontrole - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011.................................................................61Tabela 2 - Análise <strong>de</strong> covariância <strong>dos</strong> itens que apresentaram uma diferençaestatisticamente significativa em relação ao nível socioeconômico - IPQ HC FMUSP– 2008 a 2011..............................................................................................................64Tabela 3 - Comparação do <strong>de</strong>sempenho no teste <strong>de</strong> eficiência intelectual estimada<strong>dos</strong> grupos G TAIA e G CN - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011.................................65Tabela 4 - Comparação do <strong>de</strong>sempenho nos testes <strong>de</strong> atenção e funções executivas<strong>dos</strong> sujeitos do grupo G TAIA e G CN - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011.................66Tabela 5 - Comparação do <strong>de</strong>sempenho nos testes <strong>de</strong> memória e aprendizagem <strong>dos</strong>sujeitos <strong>dos</strong> grupos G TAIA e G CN - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011...................67Tabela 6 - Comparação do <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong> escala <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sujeitos do grupoG TAIA e G CN - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011....................................................68Tabela 7 - Comparação do <strong>de</strong>sempenho das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos TAIA1 e TAIA 2 e <strong>dos</strong> grupos CN1 e CN2, no teste <strong>de</strong> eficiência intelectual estimada -IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011..................................................................................69Tabela 8 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos CLO1 e CLO 2 e <strong>dos</strong>grupos FLX 1 e FLX 2, no teste <strong>de</strong> eficiência intelectual estimada - IPQ HC FMUSP– 2008 a 2011..............................................................................................................70Tabela 9 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos PLC 1 e PLC 2 noteste <strong>de</strong> eficiência intelectual estimada - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011.................71Tabela 10 - Comparação do <strong>de</strong>sempenho das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> gruposTAIA 1 e TAIA 2 e <strong>dos</strong> grupos CN1 e CN2, nos testes <strong>de</strong> atenção e funçõesexecutivas - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011.............................................................73


Tabela 11 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos CLO1 e CLO 2 e<strong>dos</strong> grupos FLX 1 e FLX 2, nos testes <strong>de</strong> atenção e funções executivas - IPQ HCFMUSP – 2008 a 2011................................................................................................75Tabela 12 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos PLC 1 e PLC 2, nostestes <strong>de</strong> atenção e funções executivas - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011..................7Tabela 13 - Comparação do <strong>de</strong>sempenho das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> gruposTAIA 1 e TAIA 2 e <strong>dos</strong> grupos CN1 e CN2, nos testes <strong>de</strong> memória e aprendizagem -IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011..................................................................................79Tabela 14 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos CLO1 e CLO 2 e<strong>dos</strong> grupos FLX 1 E FLX 2, nos testes <strong>de</strong> memória e aprendizagem - IPQ HCFMUSP – 2008 a 2011................................................................................................80Tabela 15 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos PLC 1 e PLC 2, nostestes <strong>de</strong> memória e aprendizagem - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011.......................81Tabela 16 - Comparação do <strong>de</strong>sempenho das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> gruposTAIA 1 e TAIA 2 e <strong>dos</strong> grupos CN1 e CN2, <strong>na</strong> escala <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> - IPQ HCFMUSP – 2008 a 2011................................................................................................83Tabela 17 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos CLO1 e CLO 2 e<strong>dos</strong> grupos FLX 1 e FLX 2, <strong>na</strong> escala <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> - IPQ HC FMUSP – 2008 a2011.............................................................................................................................84Tabela 18 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos PLC 1 e PLC 2, <strong>na</strong>escala <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011...............................................85Tabela 19 - Comparação do valor do QI estimado entre as crianças e adolescentes dogrupo <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong>s fases pré e pós tratamento medicamentoso - IPQ HC FMUSP– 2008 a 2011............................................................................................................119


Listas <strong>de</strong> FigurasFigura 1 – Processo <strong>de</strong> triagem <strong>dos</strong> participantes do estudo......................................58Figura 2. Distribuição <strong>dos</strong> sujeitos da amostra clínica...............................................59Figura 3. Distribuição <strong>dos</strong> sujeitos submeti<strong>dos</strong> a avaliações neuropsicológicas........60Figura 4. Teste Figura Complexa <strong>de</strong> Rey.................................................................120


Lista <strong>de</strong> GráficosGrafico 1. Frequência <strong>dos</strong> diagnósticos <strong>dos</strong> <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> com e semcomorbida<strong>de</strong>s com outros <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> – IPQ HC FMUSP – 2008 a2011.............................................................................................................................62Grafico 2. Frequência <strong>dos</strong> <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> sem comorbida<strong>de</strong> - IPQ HCFMUSP – 2008 a 2011................................................................................................62Grafico 3. Porcentagem da frequência <strong>dos</strong> diagnósticos <strong>de</strong> <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> -IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011..................................................................................63


_____________________________________________________________ResumoRodrigues, Camila Luisi. <strong>Aspectos</strong> Neuropsicológicos <strong>dos</strong> Transtornos <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong><strong>na</strong> Infância e Adolescência: um estudo comparativo entre as fases pré e póstratamentomedicamentoso [dissertação]. São Paulo: Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong>,Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo; 2011.O alto nível <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> interferir no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> diversas funçõescognitivas. Nesse sentido, pessoas portadoras <strong>de</strong> transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> são maisvulneráveis à presença <strong>de</strong> déficits cognitivos. Por meio <strong>de</strong> testagensneuropsicológicas, é possível mensurar o <strong>de</strong>sempenho e, por conseguinte, <strong>de</strong>screverpotenciais alterações <strong>de</strong> funções cognitivas. Estu<strong>dos</strong> mostram déficits nos processos<strong>de</strong> atenção, memória e funções executivas. Uma vez que não existem da<strong>dos</strong>suficientes <strong>na</strong> literatura sobre o funcio<strong>na</strong>mento cognitivo <strong>de</strong> jovens com <strong>transtornos</strong><strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, objetivou-se com este estudo avaliar o funcio<strong>na</strong>mento cognitivo emcrianças e adolescentes com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, pré e pós-tratamentomedicamentoso. Para isso, foram estuda<strong>dos</strong> sujeitos (7 a 17 anos) diagnostica<strong>dos</strong>com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> generalizada, transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> separação e/oufobia social. Incluíram-se 30 portadores <strong>de</strong> ao menos um transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>,avalia<strong>dos</strong> antes do início do tratamento farmacológico, e 34 controles saudáveis.Dezoito sujeitos com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> foram reavalia<strong>dos</strong> após terem sidoaleatoriamente dividi<strong>dos</strong> (por meio <strong>de</strong> tabela <strong>de</strong> números aleatórios) em três grupos[clomiprami<strong>na</strong> (n=5), fluoxeti<strong>na</strong> (n=5) e placebo (n=8)] e submeti<strong>dos</strong> a tratamentopor um período <strong>de</strong> seis meses. Da mesma maneira, <strong>de</strong>z sujeitos do grupo controleforam reavalia<strong>dos</strong> após o mesmo intervalo <strong>de</strong> tempo. Os instrumentos utiliza<strong>dos</strong> <strong>na</strong>savaliações neuropsicológicas foram: “Wechsler Abbreviated Sacale of Intelligence”,“Trail Making Test”, “Stroop Card Test”, “Matching Familiar Figures Test-20”,testes <strong>de</strong> fluência verbal para letras (“FAS”) e para categoria (“animais”),“Wisconsin Card Sorting Test”, “Torre <strong>de</strong> Hanói”, “Wi<strong>de</strong> Range Assessment ofMemory and Learning-2”, “Figura Complexa <strong>de</strong> Rey”. Para a avaliação <strong>de</strong> sintomasansiosos, utilizou-se a “Escala Multidimensio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> para Crianças”. Apartir <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong>, realizaram-se comparações estatísticas em dois momentos


distintos: antes e <strong>de</strong>pois do tratamento <strong>dos</strong> sujeitos diagnostica<strong>dos</strong> com <strong>transtornos</strong><strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>. Os resulta<strong>dos</strong> da avaliação pré-tratamento sugerem <strong>de</strong>sempenhosignificativamente inferior <strong>na</strong>s ativida<strong>de</strong>s que me<strong>de</strong>m atenção, memória visual,memória verbal e funções executivas entre sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong> em comparação ao do grupo controle. Em relação à sintomatologiaansiosa, conforme medida pela “Escala Multidimensio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> paraCrianças”, o grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> apresentou escoressignificativamente mais eleva<strong>dos</strong> que os observa<strong>dos</strong> entre os controles. Os resulta<strong>dos</strong>da avaliação pós-tratamento sugerem que, a partir <strong>de</strong> qualquer das intervençõesrealizadas (através <strong>de</strong> medicações ou placebo), o <strong>de</strong>sempenho nos processosatencio<strong>na</strong>is, mnésticos e executivos das crianças do grupo com transtorno <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong> melhora. Conclui-se, assim, que sintomas ansiosos <strong>na</strong>s crianças eadolescentes com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> interferem no <strong>de</strong>sempenho das funçõescognitivas.Descritores: 1. Transtornos <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>; 2. Criança; 3. Adolescente; 4.Neuropsicologia; 5. Reavaliação; 6. Medicamento.


____________________________________________________________SummaryRodrigues, Camila Luisi. Neuropsychological aspects of Anxiety Disor<strong>de</strong>rs inChildren and Adolescents: a comparative study between the pre and postpharmacologicaltreatment [dissertation]. São Paulo: “Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong>,Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo”; 2011.The high level of anxiety may interfere with the performance of various cognitivefunctions. Thus, people with anxiety disor<strong>de</strong>rs are more vulnerable to the presence ofcognitive <strong>de</strong>ficits. Through neuropsychological testings, it is possible to measureperformance and, therefore, to <strong>de</strong>scribe potential changes in cognitive functions.Studies have pointed to <strong>de</strong>ficits in attentio<strong>na</strong>l processes, memory and executivefunctions. Since there are insufficient data in the literature on the cognitivefunctioning of young people with anxiety disor<strong>de</strong>rs, the aim of this study is toevaluate cognitive functioning in children and adolescents with anxiety disor<strong>de</strong>rs,before and after pharmacological treatment. The sample consisted of subjects (7-17years) diagnosed with generalized anxiety disor<strong>de</strong>r, separation anxiety disor<strong>de</strong>r and /or social phobia. Thirty subjects with at least one anxiety disor<strong>de</strong>r, assessed beforethe beginning of pharmacological treatment, and 34 healthy controls. Eighteensubjects with anxiety disor<strong>de</strong>rs were reassessed after they have been randomlyassigned (by table of random numbers) into three groups [clomipramine (n = 5),fluoxetine (n = 5) and placebo (n = 8)] and submitted to treatment for a period of sixmonths. Likewise, ten subjects in the control group were evaluated after the sameinterval of time. The instruments used in the neuropsychological tests were"Wechsler Abbreviated Sacal of Intelligence," "Trail Making Test," "Card StroopTest, Matching Familiar Figures Test-20", tests of verbal fluency for letters (FAS)and category (animals), "Wisconsin Card Sorting Test”, “Tower of Hanoi”, "Wi<strong>de</strong>Range Assessment of Memory and Learning-2", "Rey Complex Figure”. For theassessment of anxiety symptoms, the "Multidimensio<strong>na</strong>l Anxiety Scale for Children”was utilized. From the data observed, statistical comparisons were performed at twodifferent times: before and after treatment of subjects with diagnoses of anxietydisor<strong>de</strong>rs. Results from the pre-treatment evaluation suggest that subjects from the


anxiety disor<strong>de</strong>r group when compared to the control group showed significantlylower performance in activities that measure attention, visual memory, verbalmemory and executive function. In relation to anxiety symptoms, as measured by the“Multidimensio<strong>na</strong>l Anxiety Scale for Children”, the group with anxiety disor<strong>de</strong>rs hadsignificantly higher scores than those observed among controls. Results from thepost-treatment evaluation suggest that, no matter which interventions have been used(either medications or placebo), performance on attentio<strong>na</strong>l, memory and executivesprocesses of the group of children with anxiety disor<strong>de</strong>r improved. We, therefore,conclu<strong>de</strong> that anxious symptomatology in children and adolescents with anxietydisor<strong>de</strong>r interferes with the performance of cognitive functions.Words: 1. Anxiety disor<strong>de</strong>rs; 2. Child; 3. Adolescent; 4. Neuropsychology; 5. Reevaluation;6. Medication.


______________________________________________________________Introdução 11 INTRODUÇÃO


______________________________________________________________Introdução 2Os Transtornos <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> (TA) são um <strong>dos</strong> quadros psiquiátricos maiscomuns <strong>na</strong> infância (Asbahr, 2004). A ansieda<strong>de</strong> é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância no campoda cognição e <strong>de</strong>sempenho porque frequentemente está associada a efeitos adversossobre o <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong>s tarefas cognitivas (Eysenck et al., 2007). Quando excessiva,interfere negativamente no <strong>de</strong>sempenho acadêmico (Monteiro, 1980; Rocha, 1976;Tobias, 1980; Wigfeld e Eccles, 1989).Em situações <strong>de</strong> teste, indivíduos ansiosos sofrem com preocupaçõesirrelevantes e inquietações sobre aspectos autoavaliativos. Tais i<strong>de</strong>ias ocupamparcialmente sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> memória <strong>de</strong> trabalho, reduzindo sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>evocar as informações (Eysenck et al. apud Dutke e Stober, 2001).As áreas cerebrais consi<strong>de</strong>radas relacio<strong>na</strong>das à ansieda<strong>de</strong> são: a amígdala e ocórtex pré-frontal (Lau e Pine, 2008). A amígdala parece estar relacio<strong>na</strong>da à memória(Graeff, 2004) e o córtex pré-frontal às funções executivas (Santos, 2004).Estu<strong>dos</strong> neuropsicológicos sugerem que os indivíduos com Transtorno <strong>de</strong>Ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> Infância e <strong>na</strong> Adolescência (TAIA) apresentam um <strong>de</strong>sempenhoprejudicado em diversas funções cognitivas: atenção, memória e funções executivas.Em relação à memória, questio<strong>na</strong>-se se a dificulda<strong>de</strong> encontrada em criançascom TAIA estaria relacio<strong>na</strong>da a uma disfunção primária da memória ou secundária àatenção (Vasa et al., 2007).Nessa faixa etária, há escassez <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> que relacionem <strong>transtornos</strong>ansiosos a alterações neuropsicológicas. Da mesma forma, há carência <strong>de</strong> ensaiosclínicos que focalizem sobre os efeitos do tratamento medicamentoso <strong>de</strong>ssespacientes com o <strong>de</strong>sempenho cognitivo. Dessa maneira, faz-se necessário maiornúmero <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> que possam elucidar os déficits encontra<strong>dos</strong> em pacientes comTAIA.


______________________________________________________________Objetivos 32 OBJETIVOS


______________________________________________________________Objetivos 41. Comparar o <strong>de</strong>sempenho neuropsicológico <strong>de</strong> sujeitos portadores <strong>de</strong>transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e adolescência sem tratamento prévio em relaçãoao <strong>dos</strong> controles normais;2. Comparar o efeito do tratamento (com fluoxeti<strong>na</strong>, clomiprami<strong>na</strong> ouplacebo) sobre o <strong>de</strong>sempenho cognitivo entre os sujeitos com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong><strong>na</strong> infância e adolescência;Hipotetiza-se que:1. O grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> apresente um <strong>de</strong>sempenho inferiorao grupo controle nos processos atencio<strong>na</strong>is, mnésticos e executivos;2. O grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> tratado com medicamento duranteperíodo <strong>de</strong> seis meses apresente um <strong>de</strong>sempenho superior <strong>na</strong> segunda avaliação (póstratamento)em relação à primeira (pré-tratamento) nos processos atencio<strong>na</strong>is,mnésticos e executivos;3. O grupo placebo apresente <strong>de</strong>sempenho inferior ao grupo que recebeumedicação nos processos atencio<strong>na</strong>is, mnésticos e executivos.


____________________________________________________Revisão da Literatura 53 REVISÃO DA LITERATURA


____________________________________________________Revisão da Literatura 6O levantamento bibliográfico para a revisão teórica <strong>de</strong>sta dissertação foirealizado através <strong>de</strong> consultas às principais bases <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> eletrônicas, bem como emlivros <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is a respeito <strong>dos</strong> <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>. Os temasapresenta<strong>dos</strong> a seguir perfazem um conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrições e conceitos que fornecemsustentação teórica para a presente pesquisa.3.1. Desenvolvimento infantil: ansieda<strong>de</strong> normal ou patológica?Todas as pessoas em algum momento sentem ansieda<strong>de</strong>, não é um estadonormal, mas é uma reação normal. Os animais também experimentam ansieda<strong>de</strong>,como meio <strong>de</strong> preservação (fugindo ou lutando). É um si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> alerta, que advertesobre perigos iminentes e possibilita a pessoa a tomar medidas para enfrentarameaças e até mesmo disponibilizar recursos a fim <strong>de</strong> impedi-las (Kaplan et al.,1995). Desta maneira, seria uma resposta normal, adaptativa e positiva (Holmes,1997).A ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong>tural é necessária para a sobrevivência e sem essa nãolutaríamos para conquistar melhorias, não procuraríamos superar obstáculos, nãofugiríamos em situações perigosas (Barbirato e Dias, 2009). É um acompanhamentonormal do crescimento, da mudança, <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong> algo novo (Gorenstein et al.,2000).Também po<strong>de</strong> ser explicada como um estado afetivo penoso associado a umaatitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> expectativa <strong>de</strong> um acontecimento imprevisto, mas vivenciado como<strong>de</strong>sagradável (Marcelli, 1998). Ou ainda como um estado emocio<strong>na</strong>l com aspectospsicológicos e fisiológicos, fazendo parte das experiências huma<strong>na</strong>s (Gorenstein etal., 2000). Acompanhada <strong>de</strong> experiência subjetiva <strong>de</strong> medo ou outra emoçãorelacio<strong>na</strong>da, como terror, horror, alarme e pânico. É <strong>de</strong>sagradável, comparada a umasensação <strong>de</strong> um perigo iminente, <strong>de</strong> colapso ou <strong>de</strong> morte. Direcio<strong>na</strong>da ao futuro, <strong>de</strong>um modo geral não há um risco real, mas se houver, a emoção é<strong>de</strong>sproporcio<strong>na</strong>lmente intensa (Lewis, 1979, apud Gorenstein et al., 2000).


____________________________________________________Revisão da Literatura 7Po<strong>de</strong> se diferenciar a ansieda<strong>de</strong> normal da patológica, avaliando se a reaçãoansiosa é <strong>de</strong> curta duração, autolimitada e/ou relacio<strong>na</strong>da ao estímulo do momento ounão (Castilho et al., 2000). Na ansieda<strong>de</strong> patológica a característica adaptativa <strong>de</strong>alertar um perigo está excessiva, i<strong>na</strong>propriada e leva a um sofrimento intenso,po<strong>de</strong>ndo ser o sintoma inicial <strong>de</strong> um quadro psicopatológico (Marcelli, 1998). Essasreações exageradas frequentemente se <strong>de</strong>senvolvem quando há uma predisposiçãoneurobiológica herdada (Asbahr, 2004).Cada etapa do <strong>de</strong>senvolvimento infantil é influenciada por diversos aspectoscomo hereditários, ambientais, culturais, sociais entre outros. Há uma gran<strong>de</strong>importância em se conhecer inicialmente o que é esperado para cada faixa etária, ouseja, o que é consi<strong>de</strong>rado um <strong>de</strong>senvolvimento saudável. Quanto maior oconhecimento do <strong>de</strong>senvolvimento infantil maior a distinção do que seriaconsi<strong>de</strong>rado saudável do patológico (Barbirato e Dias, 2009).Na criança, o <strong>de</strong>senvolvimento emocio<strong>na</strong>l influencia as causas e as maneirascomo os me<strong>dos</strong> e preocupações se tor<strong>na</strong>m aparentes. As crianças, especialmente asmais novas, po<strong>de</strong>m ter dificulda<strong>de</strong> em reconhecer seus me<strong>dos</strong> como exagera<strong>dos</strong> ouirracio<strong>na</strong>is (Asbahr, 2004).À medida que essas crianças amadurecem, a maioria aumenta seuconhecimento sobre ferimentos e morte. Nas ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 11 a 13 anos, algumascrianças po<strong>de</strong>m evi<strong>de</strong>nciar o que foi <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>do <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> à ansieda<strong>de</strong>, queconsiste em uma preocupação significativa em relação às mudanças <strong>na</strong>s funçõescorporais que fazem parte <strong>dos</strong> sintomas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>. Tal sensibilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>riainteragir com a crescente habilida<strong>de</strong> cognitiva para elaborar e sentir medo <strong>de</strong>situações mais abstratas. A sensibilida<strong>de</strong> à ansieda<strong>de</strong> é um conceito mais pertinenteaos adolescentes (Kissack e Léon, 2007).Até a década <strong>de</strong> 80 havia a crença <strong>de</strong> que me<strong>dos</strong> e preocupações durante ainfância eram transitórios e benignos. Atualmente, reconhece-se que po<strong>de</strong>mconstituir quadros patológicos, quando excessivos (Souza et al., 2005).A ansieda<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada “patológica” relacio<strong>na</strong>-se à angústia antecipada eum comportamento <strong>de</strong> esquiva, ou seja, a criança sofre por antecipação e não faz<strong>na</strong>da que a amedronta. É um sentimento incômodo, uma preocupação com o fato <strong>de</strong>


____________________________________________________Revisão da Literatura 8que algo inesperado po<strong>de</strong>, a qualquer momento, acontecer (Barbirato e Dias, 2009).Necessariamente implica prejuízos no dia-a-dia <strong>de</strong>sses jovens.3.2. Transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância: aspectos clínicosA ansieda<strong>de</strong> tem sido uma das áreas mais difíceis <strong>de</strong> psicopatologia dainfância para o estudo em amostras representativas da população. A avaliação édifícil porque muitas vezes as crianças e adolescentes têm dificulda<strong>de</strong> em falar sobreas preocupações, me<strong>dos</strong> e pânicos. No entanto, os pais têm se mostrado confiáveisinformantes sobre a ansieda<strong>de</strong> (Costello et al., 2005).Crianças <strong>de</strong> 7 a 12 meses <strong>de</strong>senvolvem um medo <strong>de</strong> estranhos e expressam<strong>de</strong>sconforto quando são separa<strong>dos</strong> <strong>de</strong> seus principais cuidadores. Esses me<strong>dos</strong>apresentam um pico entre 9 e 18 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e diminuem aproximadamente com2,5 anos. Aproximadamente 15% das crianças mostram medo mais intenso epersistente, timi<strong>de</strong>z e retraimento social, em resposta a pessoas <strong>de</strong>sconhecidas,situações ou objetos do que outras crianças (Costello et al., 2005).Crianças com comportamentos mais inibi<strong>dos</strong> exibem um padrão fisiológicocaracterístico e são mais propensas a <strong>de</strong>senvolver um transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> maistar<strong>de</strong> (Costello et al., 2005).Conforme a literatura <strong>de</strong> psicopatologia do <strong>de</strong>senvolvimento (Hinshaw,1992), é possível i<strong>de</strong>ntificar dois gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> comportamento: osexter<strong>na</strong>lizantes, que se expressam predomi<strong>na</strong>ntemente em relação a outras pessoas eos inter<strong>na</strong>lizantes, que se expressam predomi<strong>na</strong>ntemente em relação ao próprioindivíduo. Del Prette e Del Prette (2005) associam esses dois grupos a <strong>transtornos</strong>psicológicos específicos: (a) os problemas exter<strong>na</strong>lizantes, mais freqüentes, são osque envolvem agressivida<strong>de</strong> física e/ou verbal, comportamentos opositores ou<strong>de</strong>safiantes, condutas anti-sociais como mentir e roubar e comportamentos <strong>de</strong> riscocomo uso <strong>de</strong> substâncias psicoativas; (b) os problemas inter<strong>na</strong>lizantes são maisprontamente i<strong>de</strong>ntificáveis em <strong>transtornos</strong> como <strong>de</strong>pressão, isolamento social,ansieda<strong>de</strong> e fobia social.


____________________________________________________Revisão da Literatura 9Os <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> encontram-se entre as doenças psiquiátricas maiscomuns em crianças e adolescentes. Estima-se que até 10% das crianças eadolescentes sofrem <strong>de</strong> algum transtorno ansioso (Asbahr, 2004).Os sintomas são em geral <strong>de</strong>scritos como um sentimento <strong>de</strong> apreensão<strong>de</strong>sagradável e vago, acompanhado <strong>de</strong> sensações físicas como: frio no estômago,aperto no peito, transpiração e falta <strong>de</strong> ar, <strong>de</strong>ntre várias outras. Essas manifestaçõescorporais involuntárias po<strong>de</strong>m ser manifestadas como secura da boca, sudorese,arrepios, tremores, vômitos, palpitações, dores abdomi<strong>na</strong>is e outras, além do aumentoda freqüência urinária (Gorenstein et al., 2000).Crianças <strong>de</strong> 4 e 5 anos foram significativamente mais prováveis <strong>de</strong>apresentarem um transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> do que as <strong>de</strong> 2 a 3 anos (11,9% versus 7%).As meni<strong>na</strong>s são mais prováveis do que meninos. A diferença ten<strong>de</strong> a ser clinicamentee estatisticamente significativa duas vezes mais <strong>na</strong>s meni<strong>na</strong>s (Costello et al., 2005).Na infância, os <strong>transtornos</strong> ansiosos mais frequentes são: o Transtorno <strong>de</strong>Ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Separação (TAS) com prevalência em torno <strong>de</strong> 4%, o Transtorno <strong>de</strong>Ansieda<strong>de</strong> Excessiva (TAE) ou o atual Transtorno <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> Generalizada(TAG) com prevalência <strong>de</strong> 2,7% a 4,6%, as Fobias Específicas (FE) com prevalência<strong>de</strong> 2,4% a 3,3%, a Fobia Social (FS) com prevalência em torno <strong>de</strong> 1% e o Transtorno<strong>de</strong> Pânico (TP) com 0,6% (Asbahr, 2004).A comorbida<strong>de</strong> é elevada, sendo que pelo menos 30% <strong>dos</strong> jovens portadores<strong>de</strong> um transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> têm também outro transtorno ansioso associado. Aspossíveis explicações da presença frequente <strong>de</strong> <strong>transtornos</strong> múltiplos <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>incluem a ocorrência <strong>de</strong> um transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> que age como um fator <strong>de</strong> riscopara outros, <strong>de</strong> tal maneira que diferentes <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> têm a mesmaetiologia ou sintomas sobrepostos, fato pelo qual os sujeitos aten<strong>de</strong>m os critériosdiagnósticos múltiplos (Kashani e Orvaschel, 1990). Mais da meta<strong>de</strong> passará por umepisódio <strong>de</strong>pressivo como parte <strong>de</strong> sua síndrome ansiosa. Outras comorbida<strong>de</strong>s comgran<strong>de</strong> prevalência são os Transtornos <strong>de</strong> Déficit <strong>de</strong> Atenção e Hiperativida<strong>de</strong>(TDAH) e o transtorno <strong>de</strong> conduta (Bernstein et al., 1996; Williams e Miller, 2003).Segundo estudo <strong>de</strong> Costello et al. (2005) a comorbida<strong>de</strong> mais comum nãoansiosa seria a <strong>de</strong>pressão, sendo 8,2 vezes mais prováveis em crianças com


____________________________________________________Revisão da Literatura 10<strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>. Já em relação a outros <strong>transtornos</strong>, a comorbida<strong>de</strong> comtranstorno <strong>de</strong> conduta ou com o Transtorno Desafiador Opositivo (TDO) seria 3,1 ecom o TDAH seria 3,0.Além <strong>de</strong>sse estudo, outros <strong>de</strong>monstraram que os problemas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong>infância são fatores <strong>de</strong> risco para outras formas <strong>de</strong> psicopatologia, como <strong>transtornos</strong><strong>de</strong> conduta, <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> humor e para as tentativas e efetivação do suicídio (Silva eFigueiredo, 2005).Estu<strong>dos</strong> longitudi<strong>na</strong>is indicam que as doenças psiquiátricas <strong>na</strong> infância sãoprecursoras <strong>de</strong> uma gama <strong>de</strong> resulta<strong>dos</strong> negativos, ou seja, se uma criança sofre <strong>de</strong>uma doença psiquiátrica <strong>na</strong> infância e não é tratada, ela tem maior risco <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolver outros <strong>transtornos</strong> emocio<strong>na</strong>is ao longo <strong>de</strong> sua vida adulta (Souran<strong>de</strong>r etal., 2007).Abaixo serão cita<strong>dos</strong> os três tipos <strong>de</strong> <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> incluí<strong>dos</strong> <strong>na</strong>amostra <strong>de</strong>sse estudo.3.2.1. Transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> separaçãoA ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> separação se tornou uma categoria diagnóstica ape<strong>na</strong>s em1980, com a inclusão no Manual Diagnóstico e Estatístico <strong>de</strong> Transtornos Mentaisterceiraedição (DSM-III) como um transtorno exclusivo da infância (Mén<strong>de</strong>z et al.,2007).O TAS é caracterizado por ansieda<strong>de</strong> excessiva acerca da separação <strong>de</strong> casa,pais ou seus substitutos, não a<strong>de</strong>quada ao nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, que persiste por,no mínimo, quatro sema<strong>na</strong>s, causando sofrimento intenso e prejuízos significativosem diferentes áreas da vida da criança ou adolescente (Asbahr, 2004).Estas crianças temem que algo terrível aconteça a alguém próximo ou a elaspróprias, quando afastadas das figuras <strong>de</strong> vinculação. Preocupações comunsenvolvem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus pais sofrerem um aci<strong>de</strong>nte, assalto ou ficaremdoentes, assim como temor <strong>de</strong> se per<strong>de</strong>rem ou serem seqüestradas e serem afastadaspermanentemente <strong>dos</strong> pais (Kaplan, 1997).


____________________________________________________Revisão da Literatura 11O TAS é consi<strong>de</strong>rado mais grave, aparece em ida<strong>de</strong>s mais precoces e o temporequerido para o seu diagnóstico é menor (Mén<strong>de</strong>z et al., 2007).Quando a criança fica mais velha, a ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> separação po<strong>de</strong> sermanifestada em si<strong>na</strong>is como os telefonemas repeti<strong>dos</strong> que dá à mãe ou a outro adulto,como forma <strong>de</strong> se assegurar do bem-estar <strong>de</strong>les. Na pré-escola essas crianças têmforte medo <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>ixadas sozinhas (Barbirato e Dias, 2009).O quadro 1 apresenta os critérios diagnósticos do TAS, segundo o ManualDiagnóstico e Estatístico <strong>de</strong> Transtornos Mentais- quarta edição revisada (DSM-IV-TR) (American Psychiatric Association, 2000).Quando 1 – Critérios diagnósticos para TAS, segundo o DSM-IV-TRA. Ansieda<strong>de</strong> imprópria e excessiva em relação ao nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, envolvendo aseparação do lar ou <strong>de</strong> figuras <strong>de</strong> vinculação, evi<strong>de</strong>nciada por três (ou mais) <strong>dos</strong> seguintes aspectos:(1) sofrimento excessivo e recorrente frente à ocorrência ou previsão <strong>de</strong> afastamento <strong>de</strong> casa ou <strong>de</strong>figuras importantes <strong>de</strong> vinculação(2) preocupação persistente e excessiva acerca da possível perda, ou perigos envolvendo figurasimportantes <strong>de</strong> vinculação(3) preocupação persistente e excessiva <strong>de</strong> que um evento in<strong>de</strong>sejado leve à separação <strong>de</strong> uma figuraimportante <strong>de</strong> vinculação (por ex., per<strong>de</strong>r-se ou ser sequestrado)(4) relutância persistente ou recusa a ir para a escola ou a qualquer outro lugar, em virtu<strong>de</strong> do medoda separação(5) temor excessivo e persistente ou relutância em ficar sozinho ou sem as figuras importantes <strong>de</strong>vinculação em casa ou sem adultos significativos em outros contextos(6) relutância ou recusa persistente a se recolher sem estar próximo a uma figura importante <strong>de</strong>vinculação ou a pernoitar longe <strong>de</strong> casa(7) pesa<strong>de</strong>los repeti<strong>dos</strong> envolvendo o tema da separação(8) repetidas queixas <strong>de</strong> sintomas somáticos (tais como cefaleias, dores abdomi<strong>na</strong>is, náusea ouvômitos) quando a separação <strong>de</strong> figuras importantes <strong>de</strong> vinculação ocorre ou é previstaB. A perturbação tem uma duração mínima <strong>de</strong> 4 sema<strong>na</strong>s.C. A perturbação inicia antes <strong>dos</strong> 18 anos.D. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcio<strong>na</strong>mento social,acadêmico (ocupacio<strong>na</strong>l) ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso <strong>de</strong> um Transtorno Global doDesenvolvimento, Esquizofrenia ou outro Transtorno Psicótico e, em adolescentes e adultos, não émais bem explicada por Transtorno <strong>de</strong> Pânico com Agorafobia.Especificar se:Início Precoce: se o início ocorre antes <strong>dos</strong> 6 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.


____________________________________________________Revisão da Literatura 123.2.2. Transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> generalizadaO TAG é a <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>ção dada pelo DSM-IV-TR à categoria diagnóstica queintegra e modifica duas categorias que apareciam no DSM-III: o TAE e o TAG.Dessa maneira o TAE é enquadrado como uma variante do TAG (Kissack e León,2007).As crianças com TAG apresentam medo excessivo, preocupações ousentimentos <strong>de</strong> pânico exagera<strong>dos</strong> e irracio<strong>na</strong>is a respeito <strong>de</strong> várias situações. Estãoconstantemente tensas e dão a impressão <strong>de</strong> que qualquer situação é ou po<strong>de</strong> serprovocadora <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>. São crianças que estão sempre muito preocupadas com ojulgamento <strong>de</strong> terceiros em relação a seu <strong>de</strong>sempenho em diferentes áreas enecessitam exageradamente que lhes renovem a confiança, que as tranqüilizem(Asbahr, 2004).O TAG é um <strong>dos</strong> <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> início <strong>na</strong> infância avançada(10,8 anos). Os sintomas <strong>de</strong>vem se apresentar durante um período não inferior a seismeses em relação com duas ou mais circunstâncias da vida que não po<strong>de</strong>m seratribuídas a nenhum outro transtorno do Eixo I. Devem apresentar pelo menos seissintomas físicos que reflitam tensão motora, hiper-reativida<strong>de</strong> autonômica, vigilânciae escrutínio (Kissack e León, 2007).A presença <strong>de</strong> sintomas somáticos muitas vezes leva os familiares aprocurarem os pediatras, em primeira instância. Os sintomas somáticos mais comunssão cefaleia, náuseas e vômitos, taquicardia, sudorese, dispneia, formigamentos e dormuscular (Kendall e Pimentel, 2003). O pediatra investiga, mas não consegue<strong>de</strong>scobrir <strong>na</strong>da (Barbirato e Dias, 2009).O adulto <strong>de</strong>primido normalmente tem um histórico <strong>de</strong> sintoma <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>generalizada <strong>na</strong> infância. Essa ansieda<strong>de</strong> afeta até 4% das crianças e é mais comumem meni<strong>na</strong>s do que meninos. A criança po<strong>de</strong> ter uma necessida<strong>de</strong> extrema <strong>de</strong>agradar, pergunta várias vezes a mesma coisa e se preocupa <strong>de</strong>mais com tarefas,lazer, relações. É uma aflição abrangente que também po<strong>de</strong> prejudicar ofuncio<strong>na</strong>mento social e acadêmico. Sofrem <strong>de</strong>mais e levam seu sofrimento para aadolescência (Barbirato e Dias, 2009).


____________________________________________________Revisão da Literatura 13O quadro 2 apresenta os critérios diagnósticos do TAG, segundo o DSM-IV-TR (American Psychiatric Association, 2000).Quando 2 – Critérios diagnósticos para TAG, segundo o DSM-IV-TRA. Ansieda<strong>de</strong> e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo <strong>na</strong> maioria <strong>dos</strong> dias peloperíodo mínimo <strong>de</strong> 6 meses, com diversos eventos ou ativida<strong>de</strong>s (tais como <strong>de</strong>sempenho escolar ouprofissio<strong>na</strong>l).B. O indivíduo consi<strong>de</strong>ra difícil controlar a preocupação.C. A ansieda<strong>de</strong> e a preocupação estão associadas com três (ou mais) <strong>dos</strong> seguintes seis sintomas(com pelo menos alguns <strong>de</strong>les presentes <strong>na</strong> maioria <strong>dos</strong> dias nos últimos 6 meses).Nota: Ape<strong>na</strong>s um item é exigido para crianças.(1) inquietação ou sensação <strong>de</strong> estar com os nervos à flor da pele(2) fatigabilida<strong>de</strong>(3) dificulda<strong>de</strong> em concentrar-se ou sensações <strong>de</strong> “branco” <strong>na</strong> mente(4) irritabilida<strong>de</strong>(5) tensão muscular(6) perturbação do sono (dificulda<strong>de</strong>s em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório einquieto)D. O foco da ansieda<strong>de</strong> ou preocupação não está confi<strong>na</strong>do a aspectos <strong>de</strong> um transtorno do Eixo I;por exemplo, a ansieda<strong>de</strong> ou preocupação não se refere a ter um Ataque <strong>de</strong> Pânico (como noTranstorno <strong>de</strong> Pânico), ser envergonhado em público (como <strong>na</strong> Fobia Social), ser contami<strong>na</strong>do (comono Transtorno Obsessivo-Compulsivo), ficar afastado <strong>de</strong> casa ou <strong>de</strong> parentes próximos (como noTranstorno <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Separação), ganhar peso (como <strong>na</strong> Anorexia Nervosa), ter múltiplasqueixas físicas (como no Transtorno <strong>de</strong> Somatização) ou ter uma doença grave (como <strong>na</strong>Hipocondria), e a ansieda<strong>de</strong> ou preocupação não ocorre exclusivamente durante o Transtorno <strong>de</strong>Estresse Pós-Traumático.E. A ansieda<strong>de</strong>, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativoou prejuízo no funcio<strong>na</strong>mento social ou ocupacio<strong>na</strong>l ou em outras áreas importantes da vida doindivíduo.F. A perturbação não se <strong>de</strong>ve aos efeitos fisiológicos diretos <strong>de</strong> uma substância (droga <strong>de</strong> abuso,medicamento) ou <strong>de</strong> uma condição médica geral (por ex., hipertireoidismo) nem ocorreexclusivamente durante um Transtorno do Humor, Transtorno Psicótico ou Transtorno Global doDesenvolvimento.


____________________________________________________Revisão da Literatura 143.2.3. Fobia social (FS)Para consi<strong>de</strong>rar um medo infantil fóbico são necessárias duas condições, queseja <strong>de</strong>sproporcio<strong>na</strong>l às <strong>de</strong>mandas da situação e que a elevada intensida<strong>de</strong> transformeo medo em um comportamento <strong>de</strong>sadaptativo. Em alguns casos, os objetos temi<strong>dos</strong>não constituem nenhuma ameaça objetiva ao bem-estar biopsicossocial do indivíduo,<strong>de</strong> modo que o medo é irracio<strong>na</strong>l. Em outras situações, existe a probabilida<strong>de</strong>,embora peque<strong>na</strong>, <strong>de</strong> receber estimulação aversiva, porém a resposta excessiva éconsi<strong>de</strong>rada fóbica, como o fenômeno do “dar branco” em um aluno inteligente eestudioso que sofre <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> em provas (Mén<strong>de</strong>z et al., 2007).Crianças com fobia social relatam <strong>de</strong>sconforto em inúmeras situações: falarem sala <strong>de</strong> aula, comer <strong>na</strong> canti<strong>na</strong> próximo a outras crianças, ir a festas, escrever <strong>na</strong>frente <strong>de</strong> outros colegas, usar banheiros públicos, dirigir a palavra a figuras <strong>de</strong>autorida<strong>de</strong> como professores e trei<strong>na</strong>dores, além <strong>de</strong> conversas/ brinca<strong>de</strong>iras comoutras crianças. Nessas situações, comumente há a presença <strong>de</strong> sintomas físicoscomo: palpitações, tremores, calafrios e calores súbitos, sudorese e náusea (Asbahr,2004).O quadro 3 apresenta os critérios diagnósticos da FS, segundo o DSM-IV-TR,com suas especificida<strong>de</strong>s <strong>na</strong> infância e adolescência (American PsychiatricAssociation, 2000).Quadro 3. Critérios diagnósticos para FS, segundo o DSM-IV-TRA. Medo acentuado e persistente <strong>de</strong> uma ou mais situações sociais ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, <strong>na</strong>s quais oindivíduo é exposto a pessoas estranhas ou ao possível escrutínio por terceiros. O indivíduo teme agir<strong>de</strong> um modo (ou mostrar sintomas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>) que lhe seja humilhante e vergonhoso.Nota: Em crianças, <strong>de</strong>ve haver evidências <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> para relacio<strong>na</strong>mentos sociais a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> àida<strong>de</strong> com pessoas que lhes são familiares, e a ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ocorrer em contextos que envolvamseus pares, não somente em interações com adultos.B. A exposição à situação social temida quase invariavelmente provoca ansieda<strong>de</strong> que, po<strong>de</strong> assumir aforma <strong>de</strong> um Ataque <strong>de</strong> Pânico ligado à situação ou predisposto por situação.Nota: Em crianças, a ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser expressa por choro, ataques <strong>de</strong> raiva, imobilida<strong>de</strong> ouafastamento <strong>de</strong> situações sociais com pessoas estranhas.C. A pessoa reconhece que o medo é excessivo ou irracio<strong>na</strong>l.Nota: Em crianças, esta característica po<strong>de</strong> estar ausente.continua


____________________________________________________Revisão da Literatura 15D. As situações sociais e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho temidas são evitadas ou suportadas com intensa ansieda<strong>de</strong> esofrimento.E. A esquiva, a antecipação ansiosa ou o sofrimento <strong>na</strong> situação social ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho temidainterferem significativamente <strong>na</strong> roti<strong>na</strong>, no funcio<strong>na</strong>mento ocupacio<strong>na</strong>l (acadêmico), em ativida<strong>de</strong>ssociais ou relacio<strong>na</strong>mentos do indivíduo, ou existe sofrimento acentuado por ter a fobia.F. Em indivíduos com menos <strong>de</strong> 18 anos, a duração é <strong>de</strong> no mínimo 6 meses.G. O temor ou esquiva não se <strong>de</strong>ve aos efeitos fisiológicos diretos <strong>de</strong> uma substância (por ex., droga<strong>de</strong> abuso, medicamento) ou <strong>de</strong> uma condição médica geral, nem é mais bem explicado por outrotranstorno mental (por ex., Transtorno <strong>de</strong> Pânico Com ou Sem Agorafobia, Transtorno <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong><strong>de</strong> Separação, Transtorno Dismórfico Corporal, Transtorno Global do Desenvolvimento ou Transtorno<strong>de</strong> Perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> Esquizói<strong>de</strong>).H. Em presença <strong>de</strong> uma condição médica geral ou outro transtorno mental, o medo no Critério A nãotem relação com estes; por exemplo, o medo não diz respeito a Tartamu<strong>de</strong>z, tremor <strong>na</strong> doença <strong>de</strong>Parkinson ou manifestação <strong>de</strong> um comportamento alimentar anormal <strong>na</strong> Anorexia Nervosa ou BulimiaNervosa.Especificar se:Generalizada: se os temores incluem a maioria das situações sociais (consi<strong>de</strong>rar também odiagnóstico adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Transtorno da Perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> Esquiva).conclusão3.3. Bases biológicas da ansieda<strong>de</strong>Em um estudo recente, Lau e Pine (2008) a<strong>na</strong>lisaram o processamento <strong>de</strong>informações <strong>de</strong> ameaças e anomalias em circuitos do cérebro <strong>na</strong> expressão daansieda<strong>de</strong> pediátrica. Apontaram que a relação entre riscos ambientais para oscomportamentos ansiosos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das características genéticas. Assim, o meioambiente po<strong>de</strong>ria ser um gatilho para que os aspectos genéticos se <strong>de</strong>senvolvessem.Além disso, os riscos genéticos para a ansieda<strong>de</strong> pediátrica se manifestam através <strong>de</strong>uma maior sensibilida<strong>de</strong> aos ambientes estressores. Dessa maneira, enfatizam aimportância <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lisar as ligações entre genes, a função do cérebro e processamento<strong>de</strong> informações <strong>na</strong> infância e adolescência (Lau e Pine, 2008).Alguns autores acreditam que as funções cerebrais mais relacio<strong>na</strong>das àansieda<strong>de</strong> seriam a amígdala e o córtex pré-frontal. Ambos regulam as respostas àsemoções e po<strong>de</strong>riam ser marcadores candidatos <strong>na</strong> mediação <strong>de</strong> risco genético (Lau ePine, 2008).Gray e Naughton (2007) estudaram a relação entre a teoria daneuropsicologia da ansieda<strong>de</strong> e do funcio<strong>na</strong>mento do sistema septo-hipocampal. Tal


____________________________________________________Revisão da Literatura 16sistema <strong>de</strong>tectaria um conflito entre os objetivos simultaneamente disponíveis e pararesolvê-lo, o sistema aumentaria o peso dado à informação negativa em áreas <strong>de</strong>processamento, sendo que esse aumento <strong>na</strong> informação afetivamente negativaproduziria o aumento <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> em algumas tarefas, reduzindo o efeito <strong>de</strong>interferência da memória em outras (Gray e Naughton, 2007).O funcio<strong>na</strong>mento do sistema septo-hipocampal seria facilitado por aferênciasnervosas mediadas pelos neurotransmissores noradre<strong>na</strong>li<strong>na</strong> e serotoni<strong>na</strong>,provenientes do tronco cerebral, on<strong>de</strong> atuariam os medicamentos ansiolíticos. Háestu<strong>dos</strong> que apontam que lesões do septo, do hipocampo dorsal, ou ambas asestruturas, têm efeitos semelhantes a esses medicamentos (Graeff, 2004).Atualmente, acreditam que a estrutura cerebral chave subjacente à ansieda<strong>de</strong>seria a amígdala (Gray e Naughton, 2007). A amígdala avalia a <strong>na</strong>tureza eintensida<strong>de</strong> da ameaça, atribuindo a ela conotação afetiva. Há uma gran<strong>de</strong>importância no papel <strong>de</strong>sempenhado pela amígdala no condicio<strong>na</strong>mento da ansieda<strong>de</strong>e <strong>na</strong> memória emocio<strong>na</strong>l, havendo assim uma associação entre emoção e memória(Graeff, 2004). Também é conhecida por sua importância para o aprendizado ememória emocio<strong>na</strong>l e esse papel afeta uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> comportamentos emocio<strong>na</strong>isrelacio<strong>na</strong><strong>dos</strong> ao aprendizado implícito, à memória explícita, a respostas sociais evigilância (Gazzaniga et al., 2006).Jovens ansiosos, em relação aos não ansiosos, prestam mais atenção e sãomais facilmente influencia<strong>dos</strong> por estímulos ameaçadores e essa influência estáassociada à ou mediada por ativida<strong>de</strong> excessiva da amígdala. Dessa maneira, aativação da amígdala po<strong>de</strong> refletir os processos associa<strong>dos</strong> à ansieda<strong>de</strong>, enquantoque, no córtex, po<strong>de</strong> refletir processos associa<strong>dos</strong> à modulação tanto da ativida<strong>de</strong> daamígdala como da resposta emocio<strong>na</strong>l associada (Pine et al., 2008).Evidências clínicas comprovam a importância do córtex pré-frontal <strong>na</strong>ansieda<strong>de</strong>. A ansieda<strong>de</strong> cotidia<strong>na</strong> não é provocada por estímulos ameaçadores i<strong>na</strong>tose condicio<strong>na</strong><strong>dos</strong>, ou ainda pela novida<strong>de</strong>, mas por si<strong>na</strong>is (verbais e não verbais) comsignificado simbólico. Nesse contexto as estruturas mais importantes são o córtexpré-frontal e as regiões frontais e temporais que permitem a compreensão verbal. Por


____________________________________________________Revisão da Literatura 17meio <strong>de</strong>las, estímulos <strong>de</strong> <strong>na</strong>tureza psicossocial passam a influir po<strong>de</strong>rosamente sobrea ansieda<strong>de</strong> (Graeff, 2004).O córtex pré-frontal é o local <strong>de</strong> armaze<strong>na</strong>mento primário para a interaçãoentre a informação perceptiva corrente e o conhecimento armaze<strong>na</strong>do, constituindoum componente relevante do sistema <strong>de</strong> memória <strong>de</strong> trabalho (Gazzaniga et al.,2006).O papel do córtex pré-frontal parece ser a análise <strong>de</strong> situações complexas eregulação das respostas afetivas a essas. Ele atua modulando a ativida<strong>de</strong> do sistemasepto-hipocampal. A hiperativação do córtex pré-frontal direito parece estarassociada à ansieda<strong>de</strong> e afetos negativos (Phan et al., 2004).A ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria ser resultado <strong>de</strong> uma disfunção cognitiva relacio<strong>na</strong>da àhiperativida<strong>de</strong> do hipocampo, estrutura que estaria relacio<strong>na</strong>da à memória (Graeff,2004) e à ansieda<strong>de</strong> (Mc<strong>na</strong>ughton, 1997).3.4. Avaliação neuropsicológica e reavaliaçãoA avaliação neuropsicológica possibilita <strong>de</strong>screver uma função cerebral, além<strong>de</strong> fornecer informações sobre a cognição, características da perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>,comportamento social, estado emocio<strong>na</strong>l e condições <strong>de</strong> ajustamento. Po<strong>de</strong>-se<strong>de</strong>duzir o potencial do indivíduo e <strong>de</strong>screver as funções <strong>de</strong>ficitárias e preservadas.Envolve o estudo do comportamento utilizando entrevistas, questionários e testes quepermitam mapear o <strong>de</strong>sempenho do paciente <strong>de</strong> forma relativamente precisa (Lezak,1995).As áreas usualmente avaliadas <strong>na</strong>s baterias neuropsicológicas são: atenção,processamento visuoespacial, memória, linguagem compreensiva e expressiva,cálculo, funções executivas, formação <strong>de</strong> conceitos, habilida<strong>de</strong>s motoras ecaracterísticas emocio<strong>na</strong>is (Lezak, 1995).Na avaliação neuropsicológica em crianças, os resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong>vem sera<strong>na</strong>lisa<strong>dos</strong> com cautela, consi<strong>de</strong>rando os fatores ambientais e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.Outros méto<strong>dos</strong> como: a observação clínica e o diagnóstico médico <strong>de</strong>vem ser


____________________________________________________Revisão da Literatura 18conjuntamente consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> para a interpretação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>. A bateria <strong>de</strong>avaliação neuropsicológica infantil <strong>de</strong>ve apresentar parâmetros <strong>de</strong> precisão evalida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> (Gol<strong>de</strong>n,1991), com normas traçadas para diferentes ida<strong>de</strong>s ouníveis escolares (Lezak, 1995).No Brasil, pesquisadores e clínicos que trabalham com avaliaçãoneuropsicológica se <strong>de</strong>param com o problema bastante grave da escassez <strong>de</strong>instrumentos valida<strong>dos</strong> disponíveis para pesquisa e diagnóstico (Capovila, 2007).Isso aumenta a necessida<strong>de</strong> da avaliação neuropsicológica em um grupo controle, ouseja, um grupo sem diagnósticos psiquiátricos.É <strong>de</strong> fundamental importância a preparação do paciente para a avaliação,procurando obter sua cooperação e motivação para o processo, além <strong>de</strong> aliviarsentimentos <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, fator este a ser consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>vido à interferência no<strong>de</strong>sempenho (Capovilla, 2007).As repetições das avaliações neuropsicológicas são comuns <strong>na</strong> prática clínica.Os neuropsicólogos freqüentemente realizam a reavaliação para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r sobre adoença e progressão das lesões ou recuperação. As avaliações são geralmenteseparadas por meses ou anos, as testagens com um intervalo rápido sãoocasio<strong>na</strong>lmente usadas em casos <strong>de</strong> lesão aguda e <strong>de</strong> recuperação (Beglinger et al.,2005).Um estudo com pacientes com abuso e <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> álcool, aponta para obenefício <strong>de</strong> reavaliações neuropsicológicas periódicas, que permitem a análisesistematizada das mudanças ocorridas no funcio<strong>na</strong>mento cognitivo, indicando osbenefícios <strong>de</strong> um tratamento ou a evolução do estado neuropsiquiátrico (Gruber eYurgelun-todd, 2001).Além disso, essas avaliações são utilizadas no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novostratamentos farmacêuticos verificando o quanto essas medicações afetam a cognição.Existem algumas limitações nessa fase inicial <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> investigação da drogaque incluem a utilização <strong>de</strong> voluntários saudáveis, peque<strong>na</strong>s amostras, o uso <strong>de</strong>escalas origi<strong>na</strong>lmente <strong>de</strong>senvolvido para pacientes com comprometimento dacognição, e re-teste em intervalos curtos (Beglinger et al., 2005).


____________________________________________________Revisão da Literatura 19Esses fatores limitam o po<strong>de</strong>r do estudo para <strong>de</strong>tectar mudanças cognitivasem voluntários saudáveis, o que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vido à aprendizagem que resulta daexposição repetida ao teste <strong>de</strong> materiais (isto é, os efeitos da "prática"). Variabilida<strong>de</strong>individual no <strong>de</strong>sempenho do teste ao longo do tempo também po<strong>de</strong> limitar osresulta<strong>dos</strong> nesta fase (Beglinger et al., 2005).Nestes estu<strong>dos</strong>, a ida<strong>de</strong>, doenças neurológicas, efeito da prática, intervaloentre os ensaios e tipo <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> avaliação neuropsicológica afetam a estabilida<strong>de</strong><strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> ao longo do tempo. Formas alter<strong>na</strong>tivas têm sido mostradas paraminimizar efeitos da prática (Beglinger et al., 2005).Um estudo foi realizado com o objetivo <strong>de</strong> verificar a eficácia da medicação<strong>de</strong> antipsicóticos <strong>de</strong> segunda geração e os efeitos <strong>na</strong> cognição. Realizou-se umaanálise <strong>dos</strong> efeitos da quetiapi<strong>na</strong> <strong>na</strong> cognição <strong>de</strong> pacientes com esquizofrenia. Asavaliações foram realizadas após 3, 6 e 12 meses do tratamento. Nesse estudo foramavaliadas as funções atencio<strong>na</strong>is, produção verbal e funções executivas. Após 3meses observou-se melhora no teste que media a atenção (Good et al., 2002). Dostestes utiliza<strong>dos</strong> nesse estudo, três foram utiliza<strong>dos</strong> <strong>na</strong> pesquisa: Wisconsin CardSorting Test (WCST), Trail Making Test, Teste <strong>de</strong> Fluência Verbal para letras (FAS).Outro estudo objetivou verificar as alterações <strong>na</strong> área <strong>de</strong> percepção visual e <strong>na</strong>memória imediata em 152 participantes masculinos com o diagnóstico <strong>de</strong> alcoolismo.Para a avaliação neurocognitiva foi utilizado o Rey Complex Figure Test (RCFT),aplicado em dois momentos com um intervalo <strong>de</strong> 3 meses entre os testes. Osresulta<strong>dos</strong> em relação à percepção visual não apresentaram diferençasestatisticamente significativas entre os dois momentos, já em relação à memóriahouve uma diferença, com uma melhora no segundo momento (Oliveira et al, 2002).A confiabilida<strong>de</strong> nos resulta<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> testes intelectuais tem sido investigadaatravés <strong>de</strong> teste-re-teste com breves intervalos <strong>de</strong> tempo, questio<strong>na</strong>ndo-se sua efetivaestabilida<strong>de</strong> diante das mudanças socioculturais das últimas décadas. Um estudoinvestigou a estabilida<strong>de</strong> temporal, após intervalo <strong>de</strong> seis meses entre teste-re-teste,do Teste <strong>de</strong> Goo<strong>de</strong>nough e da Escala <strong>de</strong> Maturida<strong>de</strong> Mental Colúmbia. Os testesforam aplica<strong>dos</strong>, individualmente. Os resulta<strong>dos</strong> apontaram razoável estabilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong>


____________________________________________________Revisão da Literatura 20da<strong>dos</strong>, oferecendo confiabilida<strong>de</strong> técnica <strong>na</strong> avaliação cognitiva infantil (Marques etal., 2002).Um instrumento <strong>de</strong> Avaliação Neuropsicológica Breve NEUPSILIN queme<strong>de</strong>: orientação têmporo-espacial, atenção, percepção, memória, habilida<strong>de</strong>saritméticas, linguagem, praxias, resolução <strong>de</strong> problemas e fluência verbal investigounovas evidências <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> e fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse teste. Para isso algunsparticipantes foram retesta<strong>dos</strong> após um intervalo médio <strong>de</strong> 4 meses. Os resulta<strong>dos</strong>indicaram evidências <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> (Pawlowski et al., 2007).3.5. Transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> Infância: aspectos neuropsicológicosCrianças com <strong>de</strong>sempenho escolar pobre freqüentemente apresentamproblemas <strong>de</strong> comportamento exter<strong>na</strong>lizantes, caracteriza<strong>dos</strong> por impulsivida<strong>de</strong> eatuação (Hinshaw, 1992). Manifestações inter<strong>na</strong>lizantes, como ansieda<strong>de</strong> eretraimento, também são comuns (Thompson et al., 1990).Muitas vezes, alunos ansiosos têm também hábitos <strong>de</strong> estudo pobres edificulda<strong>de</strong> em organizar o material. Há uma hipótese <strong>de</strong> que haja diferenças <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho entre indivíduos <strong>de</strong> alto e baixo nível <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e que essa diferençareflete <strong>na</strong> atenção para as tarefas que estão realizando. Dessa maneira, os indivíduoscom alta ansieda<strong>de</strong> divi<strong>de</strong>m a atenção entre a tarefa e suas rumi<strong>na</strong>ções sobre comoeles estão fazendo, concentrando-se assim menos sobre o <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong>s tarefas(Wigfeld e Eccles, 1989). Os sintomas comportamentais <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> relativos ao<strong>de</strong>sempenho escolar em crianças ansiosas incluem a agitação e dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong>concentração (American Psychological Association, 2000).A ansieda<strong>de</strong> é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância no campo da cognição e <strong>de</strong>sempenhoporque freqüentemente está associada a efeitos adversos sobre o <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong>starefas cognitivas (Eysenck et al., 2007). Quando é excessiva interfere negativamenteno <strong>de</strong>sempenho acadêmico (Monteiro, 1980; Rocha, 1976;; Tobias, 1980; Wigfeld eEccles, 1989) po<strong>de</strong>ndo ter um gran<strong>de</strong> impacto <strong>na</strong> autoconfiança provocando o medo<strong>de</strong> errar (Spreen e Strauss, 1998). Parece haver uma relação entre nível elevado <strong>de</strong>


____________________________________________________Revisão da Literatura 21ansieda<strong>de</strong> e baixo <strong>de</strong>sempenho cognitivo em tarefas mais complexas (Dutke eStober, 2001).Em adultos, observam-se déficits <strong>na</strong> atenção, no reconhecimento visual, <strong>na</strong>sfunções motoras e no tempo <strong>de</strong> reação em populações com ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pressão(Emerson et al., 2005).Todo o funcio<strong>na</strong>mento cognitivo do indivíduo po<strong>de</strong> ser afetado, visto que aatenção está alterada. Essa alteração no sistema atencio<strong>na</strong>l po<strong>de</strong> ser consequência <strong>de</strong>uma hiperativida<strong>de</strong> da amígdala, que também po<strong>de</strong> dificultar o planejamento e aexecução <strong>de</strong> metas <strong>de</strong> longo prazo e aumentar a execução <strong>de</strong> comportamentosguia<strong>dos</strong> por metas imediatas (Sapir e Aronson, 1990).Sintomas <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão ou ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser associa<strong>dos</strong> a prejuízosneuropsicológicos, crianças com esses sintomas são mais propensas a apresentaremprejuízos <strong>na</strong> memória <strong>de</strong> trabalho, <strong>na</strong> flexibilida<strong>de</strong> cognitiva, <strong>na</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>processamento e <strong>na</strong> memória verbal. Estes prejuízos po<strong>de</strong>m resultar em criança quetêm dificulda<strong>de</strong> em participar e completar <strong>de</strong> maneira eficiente suas tarefas escolares,<strong>de</strong> organizar e planejar projetos <strong>de</strong> longo alcance e memorizar informaçõesaprendidas <strong>na</strong> escola (Micco et al, 2009).Além <strong>de</strong>ssas alterações cognitivas, observa-se que o estado <strong>de</strong> alerta, oestresse e a ansieda<strong>de</strong> são importantes moduladores das fases iniciais da formação damemória e sua evocação (Quevedo et al., 2003). Dessa maneira, a ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong>prejudicar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recordar ou recuperar um conteúdo aprendido emmomento <strong>de</strong> tensão (Wigfeld e Eccles, 1989).Abaixo se buscou separar didaticamente algumas funções cognitivas citadasem estu<strong>dos</strong> relacio<strong>na</strong>ndo crianças e adolescentes com ansieda<strong>de</strong> excessiva e osaspectos neuropsicológicos: processos atencio<strong>na</strong>is, mnésticos e funções executivas.


____________________________________________________Revisão da Literatura 223.5.1. Processos atencio<strong>na</strong>is nos <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>Toda ativida<strong>de</strong> necessita <strong>de</strong> um direcio<strong>na</strong>mento e <strong>de</strong> seletivida<strong>de</strong>. Dos muitosestímulos que nos chegam ape<strong>na</strong>s alguns são escolhi<strong>dos</strong> como foco <strong>de</strong> nossointeresse ou são importantes para que possamos realizar <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da tarefa. Afunção cerebral responsável por esta ativida<strong>de</strong> é a atenção (Silva, 1999).O termo atenção é usado para se referir à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> selecio<strong>na</strong>r parte doestímulo que está entrando para um processamento mais intenso, e por vezes, é usadocomo sinônimo <strong>de</strong> concentração ou estado mental (Moray, 1969, apud Silva, 1999).Sendo assim a atenção seria um sistema no qual ocorre um processoseqüencial numa série <strong>de</strong> estágios, com diferentes sistemas cerebrais envolvi<strong>dos</strong>,po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> acordo com cada pessoa, em diferentes condições e grau <strong>de</strong> alerta(Silva, 1999).Uma das maneiras <strong>de</strong> se dividir a atenção é a proposta pela Lezak em 1995:- “Span” <strong>de</strong> Atenção ou Amplitu<strong>de</strong> Atencio<strong>na</strong>l – quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informaçãoque po<strong>de</strong> ser processada <strong>de</strong> uma só vez. É um processo seletivo que ten<strong>de</strong> a serresistente aos efeitos da ida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> muitas doenças cerebrais;- Atenção Seletiva ou Focalizada – capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> focalizar um ou doisestímulos importantes com supressão <strong>de</strong> estímulos distratores, geralmente é referidocomo concentração.- Sustentação da Atenção ou Vigilância – capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter a ativida<strong>de</strong>atencio<strong>na</strong>l por um período <strong>de</strong> tempo.- Atenção dividida – habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a mais <strong>de</strong> uma tarefa ao mesmotempo ou a múltiplos elementos ou operações <strong>de</strong> uma tarefa mental complexa. É oaspecto mais sensível, e seu prejuízo reduz a capacida<strong>de</strong> atencio<strong>na</strong>l.- Atenção Alter<strong>na</strong>da – capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seguir a mudança <strong>de</strong> foco <strong>de</strong> uma tarefa.Esses aspectos po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>monstra<strong>dos</strong> por diferentes exames cognitivos eum discreto dano envolvendo parte do sistema atencio<strong>na</strong>l po<strong>de</strong> criar alterações queafetam mais do que um aspecto da atenção.Vários estu<strong>dos</strong> <strong>de</strong>monstram como os adultos ansiosos prestam atenção<strong>de</strong>sproporcio<strong>na</strong>l a estímulos emocio<strong>na</strong>lmente ameaçadores, comparado com os que


____________________________________________________Revisão da Literatura 23prestam a estímulos neutros. Ao contrário, os adultos não ansiosos parecem inibir aatenção a tais estímulos (Mclead e Mathews, 1988).Os pacientes com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> apresentam dificulda<strong>de</strong> emfocalizar objetos específicos ou mantê-los sob atenção sustentada por um período <strong>de</strong>tempo, bem como <strong>de</strong> concentração, <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> focalização. Emcontrapartida parece haver um estreitamento da atenção, que po<strong>de</strong> levar à focalizaçãoexcessiva nos pensamentos estressantes mais salientes, sem uma racio<strong>na</strong>lizaçãoefetiva (Beck et al., 1985).Em momentos <strong>de</strong> tensão, crianças da escola secundária, apresentam umaoscilação atencio<strong>na</strong>l, como, por exemplo, numa situação estressante <strong>de</strong> avaliação(Dutke e Stober, 2001). A atenção ficaria dividida entre as exigências da tarefa e ossentimentos <strong>de</strong> auto<strong>de</strong>preciação, diminuindo assim o nível <strong>de</strong> concentração, nesseestudo a ansieda<strong>de</strong> foi medida por meio da escala: Test Anxiety Scale for Children(TASC) (Wigfeld e eccles, 1989).Em universitários, um estudo com uma amostra <strong>de</strong> 24 indivíduos, comparouescores em escalas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e observou que aqueles que pontuavam maioresresulta<strong>dos</strong> também apresentavam <strong>de</strong>sempenho lentificado <strong>na</strong> realização <strong>de</strong> tarefasque recrutavam a atenção, assim como mais falsas memórias. Para a avaliação daansieda<strong>de</strong> nesse estudo foi utilizada a escala Sarason´s Test Anxiety Scale e para aatenção foram utilizadas listas <strong>de</strong> palavras, o Stroop Task, em uma versão <strong>de</strong> seislistas com 15 palavras em cada uma <strong>de</strong>las, entre elas palavras relacio<strong>na</strong>das a exame eestresse (Sullivan, 2002).Dessa maneira, po<strong>de</strong>-se observar que níveis eleva<strong>dos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>prejudicam o <strong>de</strong>sempenho cognitivo em tarefas que exigem atenção. (Derakshan etal., 2009). Alto nível <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> interferir <strong>na</strong> aprendizagem <strong>de</strong> tarefascomplexas, <strong>de</strong>ssa maneira a atenção seria afetada e reduzida (Contreras et al, 2005).Quando a ansieda<strong>de</strong> é excessiva interfere no controle atencio<strong>na</strong>l, no controleinibitório e <strong>na</strong> memória <strong>de</strong> trabalho. É importante fazer a seguinte distinção: emboraa ansieda<strong>de</strong> possa afetar a eficiência (ou seja, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter um bom<strong>de</strong>sempenho em uma tarefa), po<strong>de</strong> não afetar a eficácia (que seria o resultadoesperado) (Derakshan et al., 2009).


____________________________________________________Revisão da Literatura 24A preocupação seria um componente responsável pelos efeitos da ansieda<strong>de</strong>sobre a eficácia e eficiência do <strong>de</strong>sempenho. Envolveria a interferência cognitivaantecipando a capacida<strong>de</strong> do processamento e armaze<strong>na</strong>mento temporário damemória <strong>de</strong> trabalho. Os pensamentos preocupantes consumiriam os recursoslimita<strong>dos</strong> da atenção da memória <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>ixando menos disponível para oprocessamento <strong>de</strong> tarefas simultâneas (Eysenck et al., 2007).Na busca por explicações entre os problemas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e sua inter-relaçãocom atenção seletiva, viés <strong>na</strong> memória, erros cognitivos, um estudo verificou umacorrelação entre esses fatores, em uma amostra <strong>de</strong> 81 jovens (38 meni<strong>na</strong>s e 43meninos), com ida<strong>de</strong>s entre 9 e 17 anos, média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> 12,8 anos. Uma escala foiutilizada para medir os sintomas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pressão: Revised Child Report ofChild Anxiety and Depression Scales (RCADS). Para avaliação da atenção foiutilizada uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> computador com palavras e figuras que eram apresentadasao mesmo tempo como estímulos neutros e <strong>de</strong> ameaças, a memória <strong>de</strong>ssas palavrastambém foi avaliada. E para verificar os erros cognitivos foi utilizado umquestionário: Children´s Negative Cognitive Error Question<strong>na</strong>ire (CNCEQ) (Watts eWeems, 2006).Eysenck e Calvo elaboraram uma teoria do controle da atenção relacio<strong>na</strong>ndocom a ansieda<strong>de</strong>. Essa teoria se <strong>de</strong>senvolveu a partir da teoria anterior da eficiênciada transformação <strong>dos</strong> mesmos autores. Os autores acreditam que a ansieda<strong>de</strong>prejudicaria no controle da atenção, reduzindo-o e aumentando a atenção para osestímulos ameaçadores (Eysenck et al., 2007).O foco <strong>de</strong> atenção permaneceria normal, porém seria alterado quandohouvesse estímulos ameaçadores. Esse controle atencio<strong>na</strong>l seria uma chaveimportante das funções executivas centrais envolvendo para isso:- a inibição - a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>liberada <strong>de</strong> inibir uma resposta automáticadomi<strong>na</strong>nte ou domi<strong>na</strong>dora quando necessário. Envolve o uso do controle atencio<strong>na</strong>lpara resistir à interferência <strong>de</strong> um estímulo ou resposta <strong>de</strong> tarefas irrelevantes e- o <strong>de</strong>slocamento - a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocar para frente e para trás entrevárias tarefas, operações ou séries mentais, envolvendo a mudança adaptativa docontrole da atenção com base <strong>na</strong> <strong>de</strong>manda da tarefa (Eysenck et al., 2007).


____________________________________________________Revisão da Literatura 25Sendo assim, a ansieda<strong>de</strong> prejudicaria a função <strong>de</strong> inibir, observando-se umaumento <strong>de</strong> distração nos indivíduos ansiosos quando compara<strong>dos</strong> aos não ansiosos.Porém, essa alteração <strong>na</strong> atenção estaria relacio<strong>na</strong>da ao tipo do estímulo (ameaça ouneutro), ou seja, a função <strong>de</strong> inibir um estímulo seria ineficiente <strong>na</strong> presença <strong>de</strong> umdistrator relacio<strong>na</strong>do à ameaça (Eysenck et al., 2007).Abaixo serão cita<strong>dos</strong> dois estu<strong>dos</strong> que compartilham <strong>de</strong>ssa teoria do controleda atenção. No primeiro estudo, observou-se que a atenção <strong>de</strong> pessoas altamenteansiosas para palavras <strong>de</strong> ameaças e rostos zanga<strong>dos</strong> não eram mais influentes do quepalavras positivas ou neutras. Em contrapartida, quando sugerido um estímulo <strong>de</strong>ameaça e posteriormente apresentado um alvo em outro local, os indivíduos com altonível <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, levavam mais tempo para <strong>de</strong>tectar o alvo em relação a umestímulo positivo ou neutro. Dessa maneira, conclui-se que os estímulos relacio<strong>na</strong><strong>dos</strong>com ameaça afetam no tempo <strong>de</strong> permanência da atenção (Fox et al., 2001). Nosegundo estudo, Lau e Pine (2008) avaliaram a apresentação das ameaças em relaçãoà atenção, com o uso da tarefa: Stroop emocio<strong>na</strong>l. Nessa tarefa era solicitado aosujeito que nomeasse cores (em palavras ameaçadoras e não ameaçadoras). O tempo<strong>de</strong> reação para a nomeação <strong>de</strong>ssas cores nos indivíduos ansiosos foi reduzido,indicando a existência <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> interferência associada com o conteúdoameaçador das palavras estímulos entre este grupo. Pressupõe-se que os recursosatencio<strong>na</strong>is foram captura<strong>dos</strong> pela sugestão <strong>de</strong> ameaça, <strong>de</strong>monstrando um viésatencio<strong>na</strong>l para ameaças. Dessa maneira, conclui-se que eleva<strong>dos</strong> níveis <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>aumentam a busca mais rápida para <strong>de</strong>tectar ameaças (Lau e Pine, 2008).Em um estudo com roedores objetivou-se mapear relação entre a funçãocerebral, processos psicológicos e as características clínicas, observaram que osestímulos ameaçadores manipulam o foco <strong>de</strong> atenção, alterando assim a orientaçãoda atenção, sendo uma das características fundamentais da ansieda<strong>de</strong> a modulaçãoanormal da atenção (Pine et al., 2008).Abaixo no quadro 4 serão cita<strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> que relacio<strong>na</strong>m a ansieda<strong>de</strong> com aatenção em crianças e adolescentes.


____________________________________________________Revisão da Literatura 26Quadro 4 – Estu<strong>dos</strong> com crianças e adolescentes com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong> e déficits <strong>de</strong> atencio<strong>na</strong>is.Autor (es)PropostaPopulaçãoInstrumentosPrincipaise anoInvestigadaAcha<strong>dos</strong>Vloet et al.,Avaliar aspectosIda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 8 a 15 anos.Semi-Estructured1-Crianças com TDAH com2010seletivoseInterview of thecomorbida<strong>de</strong> com ansieda<strong>de</strong>intensida<strong>de</strong>da102 crianças:Children (K-DIPS);apresentam pior <strong>de</strong>sempenhoatenção.quando comparadas com o grupo34 TDAHChildBehaviorcontrole.Checklist (CBCL);34 TDAH + Ansieda<strong>de</strong>2- O <strong>de</strong>sempenho da atenção <strong>de</strong>ssasGo no Go Task ecrianças é melhor quando34 Controlecomparadas aos das crianças queVisual set-shifting task.foram diagnosticadas ape<strong>na</strong>s comSem Metilfenidato porTDAH.pelo menos 2 dias.CastilhoetVerificaraIda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 12 a 16 anosState-TraitAnxiety1-Mo<strong>de</strong>rado nível <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>al., 2009associação entre(média <strong>de</strong> 13 anos).Inventory for Childre<strong>na</strong>ssociado a um melhor <strong>de</strong>sempenho<strong>de</strong>pressão,and Adolescents (STAI-acadêmico.ansieda<strong>de</strong>e98 estudantes (60C);<strong>de</strong>sempenhomeninos)2- Quanto maior nível <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>acadêmico.ChildrenDepressionmenor nível <strong>de</strong> atenção seletiva.Inventory (CDI) e3- Quanto menor nível <strong>de</strong>Teste <strong>de</strong> atençãoansieda<strong>de</strong>, maior a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>seletiva e concentraçãoatenção.mental.4- Não foi observado associaçãoentre ansieda<strong>de</strong> e atenção seletiva.Os processos atencio<strong>na</strong>is po<strong>de</strong>m ter um papel muito importante <strong>na</strong> etiologiaou <strong>na</strong> manutenção da ansieda<strong>de</strong> infantil. Ainda não se sabe se essa distorçãoatencio<strong>na</strong>l é responsável pela ansieda<strong>de</strong> ou é resultado <strong>de</strong>sta, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dissopo<strong>de</strong> ser um mecanismo para manter ou intensificar a ansieda<strong>de</strong> (Kissack e Léon,2007).


____________________________________________________Revisão da Literatura 273.5 2. Processos mnésticos nos <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>A memória po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como um processo <strong>de</strong> armaze<strong>na</strong>mento eevocação <strong>de</strong> experiências prévias adquiridas através <strong>dos</strong> órgãos <strong>dos</strong> senti<strong>dos</strong>. É umafunção cerebral que possibilita mudanças no comportamento <strong>dos</strong> seres humanos eoutros animais. Não há um mo<strong>de</strong>lo unitário <strong>de</strong> memória, nem um mo<strong>de</strong>lo geral aceitopor to<strong>dos</strong> que explique como a memória se <strong>de</strong>senvolve, funcio<strong>na</strong> e é alterada (Silva,1999).Ela po<strong>de</strong>ria ser consi<strong>de</strong>rada como um sistema <strong>de</strong> armaze<strong>na</strong>gem dividido emuma série <strong>de</strong> estágios incluindo codificação, estocagem e evocação (Klatzky, 1980,apud Sheslow e Adams, 1990).A informação sensorial é transferida seletivamente à estocagem <strong>de</strong> curtoprazo ou memória operativa. A estocagem <strong>de</strong> curto prazo tem uma capacida<strong>de</strong>limitada, porém a informação po<strong>de</strong> ser retida através da repetição. Desta estrutura, ainformação seletiva po<strong>de</strong> ser estabelecida <strong>de</strong> modo relativamente permanente <strong>na</strong>estocagem a longo prazo. (Krail e Hagan, 1982, apud Sheslow e Adams, 1990).Há níveis <strong>de</strong> processamento em que a informação é a<strong>na</strong>lisada em uma série <strong>de</strong>estágios hierárquicos. Segundo este mo<strong>de</strong>lo, <strong>de</strong>pois que um estímulo é reconhecido,ele po<strong>de</strong> sofrer uma análise cognitiva mais profunda <strong>de</strong> modo que a informaçãopossa ser mais enriquecida, elaborada ou transformada por associações, imagens ouexperiências passadas (Craik e Lockhart, 1972, apud Sheslow e Adams, 1990).Conhecimento passado, regras aprendidas e outras operações <strong>de</strong>processamento <strong>de</strong> informação po<strong>de</strong>riam permitir que a informação fosse manejada eretida <strong>de</strong> modo mais eficiente. Assim, o indivíduo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa conceituação é vistocomo um diretor mais ativo do tipo <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> memória empregado <strong>na</strong>tarefa <strong>de</strong> lembrar (Boyd, 1987, apud Sheslow e Adams, 1990).A manifestação patológica da ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> acarretar prejuízos <strong>na</strong>socialização, <strong>na</strong> aquisição <strong>de</strong> conhecimento e <strong>na</strong> memória do indivíduo (Cabrera eSponholz, 2002).Apesar <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> sobre os déficits <strong>de</strong> memória <strong>na</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> adultos,pesquisas sobre essa relação em crianças é escassa. I<strong>de</strong>ntificar alterações <strong>na</strong> memória


____________________________________________________Revisão da Literatura 28<strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância po<strong>de</strong> ajudar a caracterizar melhor o neuropsicológico efornecer subsídios para novas intervenções terapêuticas (Vasa et al., 2007).Observou-se que em situações <strong>de</strong> teste, indivíduos ansiosos ocupariamparcialmente a capacida<strong>de</strong> da memória <strong>de</strong> trabalho com pensamentos em tarefasirrelevantes, preocupações, autoavaliações e aspectos <strong>de</strong> fracasso. O que resultariaem uma redução <strong>na</strong> competência <strong>de</strong> evocar informações. Porém <strong>na</strong>s tarefas fáceis, orestante da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> memória <strong>de</strong> trabalho seria suficiente para satisfazer asexigências da tarefa. Essas informações foram <strong>de</strong>scritas a partir <strong>de</strong> dois estu<strong>dos</strong> comestudantes. O primeiro com 24 estudantes (18 mulheres) com ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 27 anose o segundo com 30 estudantes (25 mulheres) com ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 25,9 anos. Osinstrumentos utiliza<strong>dos</strong> foram: German Test Anxiety Inventory (TAI-G) e uma tarefa<strong>de</strong> computador <strong>de</strong> lista <strong>de</strong> números (divididas em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alta complexida<strong>de</strong>coor<strong>de</strong><strong>na</strong>tiva e seqüencial) (Dutke e Stober, 2001).Ao estudar o papel da memória <strong>de</strong> trabalho em relação à ansieda<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> serútil diferenciar a complexida<strong>de</strong> da tarefa, se a mesma é coor<strong>de</strong><strong>na</strong>tiva ou sequencial.Nas tarefas sequenciais os ansiosos apresentam um efeito benéfico sobre o<strong>de</strong>sempenho cognitivo. Nessas tarefas os indivíduos são solicita<strong>dos</strong> a atualizar oconteúdo da memória <strong>de</strong> trabalho com muita frequência. Diferente das tarefascoor<strong>de</strong><strong>na</strong>tivas que exige que as informações sejam processadas simultaneamente,armaze<strong>na</strong>ndo o resultado das etapas anteriores (Dutke e Stober, 2001).Avanços recentes <strong>na</strong> investigação da memória permitem cada vez mais umaanálise da relação entre a ansieda<strong>de</strong> e processos mnésticos. Essa relação foiexami<strong>na</strong>da em um estudo com uma amostra <strong>de</strong> 160 jovens ansiosos que cursavam asexta e oitava séries. Os acha<strong>dos</strong> sugeriram que o funcio<strong>na</strong>mento mnéstico <strong>de</strong>crianças sofre a interferência da complexida<strong>de</strong> e da multidimensio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> dasrelações entre a ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância, características <strong>dos</strong> estímulos emocio<strong>na</strong>is, tipos<strong>de</strong> processamento cognitivos e os diversos sistemas <strong>de</strong> memória (Dalei<strong>de</strong>n, 1998).A fim <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a relação entre ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sempenho, Calvo et al.(1992) <strong>de</strong>senvolveram um mo<strong>de</strong>lo da Teoria da Eficiência do Processamento (TEP).Essa teoria afirma que há uma disfunção entre a eficácia do <strong>de</strong>sempenho (qualida<strong>de</strong>)


____________________________________________________Revisão da Literatura 29e a eficiência <strong>de</strong> transformação (utilização <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> processamento) e que aansieda<strong>de</strong> prejudicaria a eficiência <strong>de</strong> processamento mais do que a eficácia do<strong>de</strong>sempenho. Sendo assim, a eficácia da tarefa diz respeito a um nível individual dacompetência (por exemplo, a precisão) e a eficiência da tarefa refere-se a mediçõesrefletindo o grau <strong>de</strong> esforço <strong>de</strong>spendido por um indivíduo para completar uma tarefa(por exemplo, o esforço <strong>de</strong> percepção subjetiva ou tempo necessário). Dessa maneiraa ansieda<strong>de</strong> prejudicaria a eficiência do componente executivo central do sistema <strong>de</strong>memória <strong>de</strong> trabalho. (Hadwin et al., 2005).Um exemplo disso seria os indivíduos com ansieda<strong>de</strong> generalizada porapresentarem tendências perfeccionistas, em que as preocupações sobre acompetência e a avaliação <strong>dos</strong> outros os motivariam a entrar em um número <strong>de</strong>estratégias (por exemplo, a repetição <strong>de</strong> tarefas ou um maior esforço) para melhoraro <strong>de</strong>sempenho do resultado. O mo<strong>de</strong>lo afirma que a preocupação motiva osindivíduos ansiosos para alocar recursos adicio<strong>na</strong>is para as tarefas a fim <strong>de</strong> manter aeficácia da tarefa (Hadwin et al., 2005) .A relação entre ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> tarefas no mo<strong>de</strong>lo sugere sermediada pela memória <strong>de</strong> trabalho, em especial pelos seus componentes fonológicose executivos. Dessa maneira, a ansieda<strong>de</strong> iria prejudicar a eficiência do tratamento,assim como a complexida<strong>de</strong> das tarefas prejudicaria a eficácia do <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>indivíduos ansiosos (Hadwin et al., 2005).Um estudo compartilha <strong>de</strong>ssa i<strong>de</strong>ia e avaliou crianças com ida<strong>de</strong>s entre 9 e10anos, divididas em alto e baixo nível <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>. Para isso, utilizaram três tarefas<strong>de</strong> memória <strong>de</strong> trabalho. Para verificar o <strong>de</strong>sempenho e eficácia <strong>na</strong> tarefa mediram aprecisão da tarefa. As crianças no grupo com alto nível <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> levaram maistempo para completar uma das ativida<strong>de</strong>s e relataram um aumento do esforço mentalem outra tarefa, indicando um efeito da ansieda<strong>de</strong> em relação à eficiência do<strong>de</strong>sempenho (Hadwin et al., 2005).Abaixo no quadro 5 serão cita<strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> que relacio<strong>na</strong>m a ansieda<strong>de</strong> com amemória em crianças e adolescentes:


____________________________________________________Revisão da Literatura 30Quadro 5 – Estu<strong>dos</strong> com crianças e adolescentes com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong> e déficits <strong>de</strong> memória.Autor (es) ePropostaPopulaçãoInstrumentosPrincipaisanoInvestigadaAcha<strong>dos</strong>Pine et al.,Exami<strong>na</strong>raIda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 7 a 11DiagnosticInterview1 - Sintomas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> são mais1999.associaçãoentreanos.schedule for childrencorrelacio<strong>na</strong><strong>dos</strong> com pobrememória verbal e(DISC);habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> memória do que comvisual com sintomas111 meninosredução intelectual.<strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> emWechslerIntelligencejovens meninos.Com risco paraScale for Children III2- Sintomas <strong>de</strong> <strong>de</strong>linqüência são<strong>de</strong>linqüência.(WISC III) emais correlacio<strong>na</strong><strong>dos</strong> com reduçãointelectual do que com a habilida<strong>de</strong>Wi<strong>de</strong> Range Assement of<strong>de</strong> memória.Memory and Learning(WRAML).Gunther et al.,Avaliar a atenção e aIda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 6 a 17K-DIPS;1-Diminuição da memória2004.memória <strong>de</strong> criançasanos.associada ao grupo com <strong>de</strong>pressãovirgens <strong>de</strong> tratamentoCDI;<strong>na</strong> infância.e adolescentes com34 crianças comtranstorno<strong>de</strong>Transtorno<strong>de</strong>ReyAuditory-Verbal2- Em relação à atenção, as criançasansieda<strong>de</strong>ouAnsieda<strong>de</strong>,Learning Test;com FS ou TAG não apresentaram<strong>de</strong>pressivo e controle.diferenças quando comparadas ao31 crianças comGo No GO egrupo controle.transtorno<strong>de</strong>pressivoSustainedAttentionTask.33 controlesSem medicação.continua


____________________________________________________Revisão da Literatura 31Continuação do quadro 5 – Estu<strong>dos</strong> com crianças e adolescentes com<strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e déficits <strong>de</strong> memória.Autor (es) ePropostaPopulaçãoInstrumentosPrincipaisanoInvestigadaAcha<strong>dos</strong>O´jile et al.,ObservaroIda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 6 a 78CDI;Os déficits <strong>de</strong> memória encontra<strong>dos</strong>2004.impactodaanos.Criançanos relatos <strong>dos</strong> pacientes não estãoansieda<strong>de</strong> e doconsi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> 6 aSTAI-C;relacio<strong>na</strong><strong>dos</strong> com os sintomas <strong>de</strong>humor,<strong>na</strong>15 anos.ansieda<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>pressão.memória.BeckDepression107 pessoasInventory (BDI);Dementia Rating Scales(DRS);WISC-III eDiversas versões doCaliforniaVerbalLearning Test (CVLT,children version CVLT-C ou CVLT-2).Vasa et al., 2007Avaliar a memóriaIda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 9 a 20DiagnosticInterview1-As crianças que tinham<strong>de</strong> crianças eanos.Schedule for children-diagnóstico <strong>de</strong> fobia socialadolescentes filhosRevised Parent Versio<strong>na</strong>presentaram uma dificulda<strong>de</strong><strong>de</strong> pais com160 sujeitos:(DISC-R-P);maior <strong>na</strong> memória visual.história <strong>de</strong> pânicoou<strong>de</strong>pressão57 com transtornoStructuredClinical2- As crianças que tinhamunipolar.<strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> (TAG,Interview (SCID);transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> no passado,FS e TAS)atualmente não apresentamWRAML edificulda<strong>de</strong> <strong>na</strong> memória.103 sem transtorno<strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>.KaufmanBriefIntelligence Test (K-Bit).continua


____________________________________________________Revisão da Literatura 32Continuação do quadro 5 – Estu<strong>dos</strong> com crianças e adolescentes com<strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e déficits <strong>de</strong> memória.Autor (es)PropostaPopulaçãoInstrumentosPrincipaise anoInvestigadaAcha<strong>dos</strong>Micco et al.,AvaliaçãoIda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 6 a 17SCID;1- Não encontraram associação2009.neuropsicológicaemanos.entre os pais com <strong>transtornos</strong> e osfilhos <strong>de</strong> pais comKiddie Schedule fordéficits neuropsicológicos.<strong>de</strong>pressão maior, com147 crianças:Affective disor<strong>de</strong>rs andpânico e sem nenhumschizophrenia (K-Sads-2- Depressão maior foi associadatranstorno.71 filhos <strong>de</strong> paisE);comdéficits <strong>de</strong> memória <strong>de</strong>com <strong>de</strong>pressão etrabalho, velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Crianças com risco <strong>de</strong>pânicoWISC-III;processamento, e flexibilida<strong>de</strong><strong>de</strong>pressão e ansieda<strong>de</strong>.cognitiva.12 filhos <strong>de</strong> paisWCST;com pânico3- Ansieda<strong>de</strong> foi associada comCVLT-C;<strong>de</strong>ficiências <strong>na</strong> memória verbal (no31 filhos <strong>de</strong> paisTAG) e atenção sustentada (<strong>na</strong> FS).com <strong>de</strong>pressãoStroop Card Word Teste33 controle.ContinuousPerformanceTest(CPT).conclusãoHá necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisas futuras buscando esclarecer se a relação dadificulda<strong>de</strong> da memória em ansieda<strong>de</strong> pediátrica está relacio<strong>na</strong>da a uma disfunção damemória primária ou secundária <strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> atenção (Vasa et al., 2007).


____________________________________________________Revisão da Literatura 333.5.3. Funções executivas nos <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>De acordo com a <strong>de</strong>finição do Dicionário <strong>de</strong> Neuropsicologia, funçãoexecutiva são:Aquelas habilida<strong>de</strong>s cognitivas necessárias para umcomportamento complexo dirigido para um objetivo eadaptado a uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudanças e <strong>de</strong>mandasambientais. Função executiva inclui as habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejare antecipar <strong>de</strong>sfechos e <strong>de</strong> dirigir os recursos atencio<strong>na</strong>is pararesolver as <strong>de</strong>mandas <strong>dos</strong> eventos não rotineiros. Muitasconceituações <strong>de</strong> função executiva incluem, também,automonitoramento e autoconsciência, já que estes sãonecessários para a flexibilida<strong>de</strong> comportamental (Loring,1999)Funções executivas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidas como um grupo <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>scognitivas do mais alto nível, que permitem aos indivíduos planejar e realizarativida<strong>de</strong>s dirigidas para um objetivo. Tipos específicos <strong>de</strong> função executiva incluemabstração, iniciativa, planejamento, automonitoramento, inibição <strong>de</strong> comportamentoincompatível com a meta escolhida e habilida<strong>de</strong> em organizar e dirigir as funçõescognitivas mais básicas, tais como atenção e memória. (Velligan e Bow-Thomas,1999).O termo funções executivas <strong>de</strong>finiria assim, um processo cognitivo complexo,que envolve a coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong> vários subprocessos para a realização <strong>de</strong> uma meta.Nesse sentido, tal termo abrangeria vários processos cognitivos (Elliott, 2003). Seriaum constructo multidimensio<strong>na</strong>l, o qual incluiria: iniciativa, planejamento,capacida<strong>de</strong> para formular hipóteses, flexibilida<strong>de</strong> mental, habilida<strong>de</strong> para tomar<strong>de</strong>cisões, regulação, julgamento crítico, utilização <strong>de</strong> feedback e autopercepção.Estes processos são necessários para um comportamento apropriado a um contexto(Salthouse et al., 2003).Dessa forma, as funções executivas possibilitam ao indivíduo a solução <strong>de</strong>problemas novos, através da modificação do comportamento baseada em novas


____________________________________________________Revisão da Literatura 34informações, do estabelecimento <strong>de</strong> estratégias e da sequenciação <strong>de</strong> açõescomplexas (Elliott, 2003).O funcio<strong>na</strong>mento executivo po<strong>de</strong> ser compreendido através <strong>de</strong> quatrocomponentes básicos (Lezak, 1995):1. Volição: compreendida como a capacida<strong>de</strong> para gerenciar comportamentosintencio<strong>na</strong>is, formulando metas, o que requer motivação e autoconsciência;2. Planejamento: a i<strong>de</strong>ntificação e organização <strong>dos</strong> passos e elementosnecessários para fi<strong>na</strong>lizar uma intenção ou alcançar uma meta envolvem umnúmero consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s. A pessoa <strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong>conceitualizar mudanças das circunstâncias presentes, negociandoobjetivamente com o meio ambiente, o que requer pensamento abstrato.Também <strong>de</strong>ve avaliar as alter<strong>na</strong>tivas a fim <strong>de</strong> fazer escolhas a<strong>de</strong>quadas parachegar a seu objetivo. Soma-se a esse processo, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enca<strong>de</strong>ari<strong>de</strong>ias sequenciais e hierárquicas, necessárias ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> umesquema conceitual que possibilitará a realização do plano. Um bom controle<strong>dos</strong> impulsos, bem como raciocínio e memória intactas são necessários. Estacomplexa ativida<strong>de</strong> conceitual requer, também, a capacida<strong>de</strong> para sustentar aatenção;3. Ação propositiva: referente à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> traduzir uma intenção ou planoem ativida<strong>de</strong> útil. A transposição <strong>de</strong> uma intenção ou plano para a suaexecução requer que a pessoa mantenha e or<strong>de</strong>ne sequências <strong>de</strong>comportamento <strong>de</strong> modo integrado e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>do e4. Desempenho efetivo: <strong>de</strong>finido como a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> automonitorização docomportamento e da ação.Estes quatro componentes estão relacio<strong>na</strong><strong>dos</strong> a, pelo menos, três funçõesbásicas que interagem entre si e pertencem à esfera da cognição. São elas: a memória<strong>de</strong> trabalho, o esquema preparatório e o controle inibitório (Saboya et al., 2002).A literatura neuropsicológica converge no sentido <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o <strong>de</strong>sempenhoa<strong>de</strong>quado em testes <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento executivo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da funcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> dasestruturas do lobo frontal. Prova disso é que os termos funções executivas e funções<strong>de</strong> lobo frontal são, às vezes, utiliza<strong>dos</strong> como sinônimos (Elliott, 2003).


____________________________________________________Revisão da Literatura 35Como <strong>de</strong>scrito acima, quando há uma ansieda<strong>de</strong> excessiva, a atenção po<strong>de</strong>estar alterada, dificultando também o planejamento e a execução <strong>de</strong> metas <strong>de</strong> longoprazo e aumentando a execução <strong>de</strong> comportamentos guia<strong>dos</strong> por metas imediatas(Sapir e Aronson, 1990).Abaixo, são cita<strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> que relacio<strong>na</strong>m as funções executivas com aansieda<strong>de</strong> (quadro 6).Quadro 6 - Estu<strong>dos</strong> com crianças e adolescentes com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>e déficits <strong>na</strong>s funções executivas.Autor (es) ePropostaPopulaçãoTarefa(s)PrincipaisanoInvestigadaAcha<strong>dos</strong>Kusche et al.,CompararoIda<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 8Child Behavior Checklist1- Compara<strong>dos</strong> aos controles,1993funcio<strong>na</strong>mento basea<strong>dos</strong>anos.Teacher Report Formto<strong>dos</strong> os outros gruposem autorelatos e relatos(CBCL- TRF) e Teacher-apresentaram déficits no<strong>de</strong> professores sobre os305 crianças:Child Rating Scalefuncio<strong>na</strong>mentointelectual,sintomas(TCRS);<strong>na</strong>s funções executivas e,psicopatológicos.196 escola regular econsequentemente,<strong>na</strong>sSelf-Control Rating Scalehabilida<strong>de</strong>s acadêmicas.109 escola especial(SCRS);(dificulda<strong>de</strong>2- Tanto no funcio<strong>na</strong>mentocomportamentoouChild Depressed Moodintelectual como <strong>na</strong>saprendizagem)(CDM);habilida<strong>de</strong>s acadêmicas, osresulta<strong>dos</strong> mais baixos foram24 AnsiosoCDI;os apresenta<strong>dos</strong> pelo grupoSomatizaçãocomorbida<strong>de</strong>.SeattlePerso<strong>na</strong>lity62 Exter<strong>na</strong>lizaçãoQuestion<strong>na</strong>ire for Young(sintomas<strong>de</strong>scholl-agechildrenproblemas<strong>de</strong>(SPQ-Y);conduta, <strong>de</strong> atençãoou ambos)CaliforniaAchievementTest (CAT);47 comorbida<strong>de</strong>Wi<strong>de</strong> Range Achievement172 controleTest- Revised (WRAT-R);continua


____________________________________________________Revisão da Literatura 36Continuação do quadro 6 - Estu<strong>dos</strong> com crianças e adolescentes com<strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e déficits <strong>na</strong>s funções executivas.Autor (es) e Proposta População Tarefa(s)PrincipaisanoInvestigadaAcha<strong>dos</strong>Kusche et al.,WISC-R;1993Scale of Children´sAbilities;Visual Aural Digit SpanTest (VADS);Test of Cognitve Skills(TCS);Ben<strong>de</strong>r Gestalt Test(BGT);McCarthy Scale;Kusché Emotio<strong>na</strong>lInventory (KEI);HalsteadNeuropsychological testBattery for children ;The Stroop Color;Halstead- Reitan BatteryFinger Tapping Test;Harris Test of LateralDomi<strong>na</strong>nce - GripStength, Name Writing elateral domi<strong>na</strong>nce test.continua


____________________________________________________Revisão da Literatura 37Continuação do quadro 6 - Estu<strong>dos</strong> com crianças e adolescentes com<strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e déficits <strong>na</strong>s funções executivas.Autor (es) ePropostaPopulaçãoTarefa(s)PrincipaisanoInvestigadaAcha<strong>dos</strong>Toren et al.,Avaliar os processos19 crianças comK-SADS;1-Ambos os grupos com2000neuropsicológicos <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong> (11resulta<strong>dos</strong> <strong>na</strong> normalida<strong>de</strong> nocriançasemeni<strong>na</strong>s) eRevisedChildren´sWISC-R.adolescentescomManifest Anxiety Scale<strong>transtornos</strong><strong>de</strong>14 do grupo controle(RCMAS);2- O grupo com transtorno <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong>,parea<strong>dos</strong>(8 meni<strong>na</strong>s).ansieda<strong>de</strong> teve <strong>de</strong>sempenhocomcontrolesCDI;inferior no CVLT enosaudáveis.Ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 6 a 18WCST.anos.WISC-R;3- Transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>Sem medicação.CVLT;po<strong>de</strong> estar associado adificulda<strong>de</strong>s lingüísticas, <strong>na</strong>RCFT ememória verbal e <strong>na</strong>flexibilida<strong>de</strong> mental.WSCT.Naglieri et al.,2003Examinou asdiferenças <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenhocognitivo entrecrianças com TDAH25 - TDAH25- Ansieda<strong>de</strong> e/ou<strong>de</strong>pressãoIda<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 10WISC-III eCognitive AssessmentSystem (SAC): 4 escalasatenção, planejamento,simultânea e sucessivos1-Crianças com TDAHapresentaram pobreplanejamento em relação àscom ansieda<strong>de</strong>/ <strong>de</strong>pressão emo<strong>de</strong>lo normatizado.anos.processos cognitivos).2- Não foi observadadiferença entre os grupos noWISC-III.continua


____________________________________________________Revisão da Literatura 38Continuação do quadro 6 - Estu<strong>dos</strong> com crianças e adolescentes com<strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e déficits <strong>na</strong>s funções executivas.Autor (es)PropostaPopulaçãoTarefa(s)Principaise anoInvestigadaAcha<strong>dos</strong>Emerson,Testar os efeitos daIda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 9 a 11STAI-C;1-Meninos com eleva<strong>dos</strong>2005.ansieda<strong>de</strong> e daanos.níveis <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e<strong>de</strong>pressãonoCDI;<strong>de</strong>pressão levaram maisfuncio<strong>na</strong>mento do lobo38 Meninos:tempo para completar umafrontal. Em meninosWISC-III;ativida<strong>de</strong> assim comocom risco para19 - Anisoso/cometeram mais erros.ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pressão.<strong>de</strong>pressivoLateral Preference Test;2- Também apresentaram19 – não ansioso/nãoTrail Making Test edificulda<strong>de</strong>s <strong>na</strong> mudança <strong>de</strong><strong>de</strong>pressivoset, no teste <strong>de</strong> hipóteses eWoodcock Johnson Testocategorias para resolverCognitive Abilities.problemas.3- A ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pressãoafetam as funções associadascom o funcio<strong>na</strong>mento do lobofrontal.Korenblum etComparar medidas doIda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 6 a 14Parent Interview for1-Não foram observadasal., 2007funcio<strong>na</strong>mentoanos.Child Symptoms (PISC-diferenças <strong>na</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>executivo (performanceIV);monitorar o comportamento<strong>de</strong> monitoramento e21 com transtorno <strong>de</strong>no grupo com ansieda<strong>de</strong>.inibição <strong>de</strong> resposta)ansieda<strong>de</strong>,TeacherTelephoneInterview (TTI-IV);2- Os três grupos clínicos78 com TDAH,apresentaram déficits <strong>na</strong>WISC-III;inibição.38 com transtorno <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong> + TDAHClinical Evaluation of3- Os déficits no controleLanguageinibitório e <strong>na</strong> monitorização40 controle.Fundamentals (CELF) edo <strong>de</strong>sempenho estariamrelacio<strong>na</strong><strong>dos</strong> à comorbida<strong>de</strong>Stop-Sig<strong>na</strong>lparadigmcom TDAH.(SSP)continua


____________________________________________________Revisão da Literatura 39Continuação do quadro 6 - Estu<strong>dos</strong> com crianças e adolescentes com<strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e déficits <strong>na</strong>s funções executivas.Autor (es)PropostaPopulaçãoTarefa(s)Principaise anoInvestigadaAcha<strong>dos</strong>Ma<strong>na</strong>ssisetAvaliararhabilida<strong>de</strong>sIda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 8 a 12 anos.AnxietyDisor<strong>de</strong>r1 - O grupo com ansieda<strong>de</strong> +al., 2007acadêmicas, percepçãoInterviewScheduleTDAH e o grupo TDAHemocio<strong>na</strong>l e memória108 crianças:(ADIS);apresentarampior<strong>de</strong> trabalho.<strong>de</strong>sempenho em relação aos52 Ansieda<strong>de</strong>Parent Conner´scontroles.Question<strong>na</strong>ire;21 TDAH2- Na ativida<strong>de</strong> da percepçãoConner´s Questio<strong>na</strong>ire;auditiva para raiva, o grupoPrimeiromomentocom ansieda<strong>de</strong> + TDAHsem medicação.Multidimensio<strong>na</strong>lapresentoumenorAnxiety Scale forsensibilida<strong>de</strong> do que asChildren (MASC);crianças com ansieda<strong>de</strong> oucom TDAH.WRAT-R;WISC III;Diagnostic A<strong>na</strong>lysis ofNonverbal Accuracy 2(DANVA-2);Children´sPacedAuditory Serial AdditionTest (CHIPASAT) eWRAML.conclusão


____________________________________________________Revisão da Literatura 403.6. Farmacologia nos <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>O tratamento para TA é constituído por uma abordagem multimodal,incluindo orientação aos pais e à criança, intervenções familiares, terapia cognitivocomportamental,psicoterapia dinâmica e o uso <strong>de</strong> psicofármacos (Castilho et al.,2000).A farmacoterapia <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada quando há presença <strong>de</strong> sintomasgraves, causando comprometimento à vida do jovem (Birmaher et al., 1998). Devemsetambém consi<strong>de</strong>rar as diferenças <strong>dos</strong> estágios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento quando avaliara necessida<strong>de</strong> do uso <strong>de</strong> medicação em pacientes pediátricos (Murphy et al., 2000).As classes <strong>de</strong> medicações mais estudadas para manejo <strong>dos</strong> TAIA são osansiolíticos e os anti<strong>de</strong>pressivos. Entre os anti<strong>de</strong>pressivos, <strong>de</strong>stacam-se os InibidoresSeletivos da Recaptação da Serotoni<strong>na</strong> (ISRS), a venlafaxi<strong>na</strong> e os Anti<strong>de</strong>pressivosTricíclicos (ADT). Os ISRS são efetivos e seguros para tratamento agudo daansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e adolescência, sugeri<strong>dos</strong> como medicamentos <strong>de</strong> primeiraescolha (Pine, 2008). Já em relação aos ADT, há uma escassez <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong>,possivelmente <strong>de</strong>vido aos possíveis efeitos colaterais <strong>de</strong>stas medicações.O número <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> realiza<strong>dos</strong> com psicofármacos em crianças éinfinitamente menor do que o realizado com adultos. No entanto, um volumeconsi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> evidências permite linhas gerais seguras, que regulam o manejoprático <strong>de</strong>ssas substâncias em crianças e adolescentes (Mercadante e Scahill, 2005).Existem várias substâncias que fazem a transmissão <strong>de</strong> um recado aoneurônio, sendo as mais famosas: a serotoni<strong>na</strong>, a noradre<strong>na</strong>li<strong>na</strong> e a dopami<strong>na</strong>. Naspare<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> neurônios, nessa região chamada si<strong>na</strong>pse, existem umas estruturas(proteí<strong>na</strong>) chamadas receptores que são como nichos que acomodam, recebem e seligam aos neurotransmissores, on<strong>de</strong> as mensagens vão sendo transmitidas, sendo quea gran<strong>de</strong> maioria <strong>dos</strong> remédios agem nesse espaço. Existem mecanismos quebloqueiam a volta <strong>de</strong>ssas mensagens (recaptação do neurotransmissor) e tem sidoveiculado como o ponto principal da ação <strong>dos</strong> remédios (Mercadante e Scahill,2005).


____________________________________________________Revisão da Literatura 41Em algumas pessoas há um impedimento <strong>de</strong> comunicação entre dois sistemas<strong>de</strong> neurônios, implicando um mau funcio<strong>na</strong>mento. Um estudo com ratos mostrou quea fluoxeti<strong>na</strong> (um anti<strong>de</strong>presssivo ISRS) produz novos neurônios. O <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>aprendizado <strong>de</strong> novas tarefas foi muito melhor nos animais que estavam recebendo omedicamento, o que novamente sugere que a multiplicação <strong>dos</strong> novos neurôniosestaria relacio<strong>na</strong>da com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r (Mercadante e Scahill, 2005).Evidências pré-clínicas indicam que os medicamentos utiliza<strong>dos</strong> notratamento <strong>dos</strong> <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> atuam, primariamente, em um ou maispassos do processo <strong>de</strong> neurotransmissão (Graeff, 2004).Uma das maneiras mais aceitáveis para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r se um remédio é realmenteeficiente para tratar <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da doença, é pelos estu<strong>dos</strong> comparativos entre a drogaem questão e uma substância chamada placebo. O placebo é sempre uma substânciainerte, sem ação. O que se espera com isso é saber se outro elemento, que não oremédio que está sendo estudado, po<strong>de</strong> diminuir ou elimi<strong>na</strong>r os sintomas daqueladoença (Mercadante e Scahill, 2005).A revisão <strong>de</strong> literatura a seguir focaliza as duas medicações escolhidas paracomparação <strong>de</strong> seu efeito nos sintomas ansiosos, seguindo a divisão <strong>de</strong> tratamentomedicamentoso realizada nos participantes que eram acompanha<strong>dos</strong> pela psiquiatra epesquisadora responsável Caroli<strong>na</strong> Zadrozny Gouvêa da Costa no estudo intituladocomo: “Comparação entre Clomiprami<strong>na</strong> e Fluoxeti<strong>na</strong> para o Tratamento <strong>de</strong>Transtornos <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> em Crianças e Adolescentes” (Costa, 2010).Outro ponto importante a ser consi<strong>de</strong>rado diz respeito ao efeito que algunsmedicamentos po<strong>de</strong>m causar sobre o funcio<strong>na</strong>mento cognitivo, em alguns momentosprejudicando-o. Dessa maneira abaixo serão cita<strong>dos</strong> alguns estu<strong>dos</strong> relacio<strong>na</strong>ndo ouso <strong>de</strong>ssas medicações e o placebo em relação às funções cognitivas.Um estudo sobre a avaliação da memória e funções psicomotoras emvoluntários saudáveis e pacientes com uso <strong>de</strong> ADT apresentou resulta<strong>dos</strong>inconsistentes, provavelmente <strong>de</strong>vido às diferenças metodológicas, tais como drogase <strong>dos</strong>es empregadas, duração <strong>de</strong> tratamento, diagnóstico e tarefas (Thompson, 1991).O mesmo foi observado em um estudo com pacientes <strong>de</strong>primi<strong>dos</strong> trata<strong>dos</strong> comanti<strong>de</strong>pressivos (imiprami<strong>na</strong>, clomiprami<strong>na</strong>, fluoxeti<strong>na</strong> e sertrali<strong>na</strong>) compara<strong>dos</strong> com


____________________________________________________Revisão da Literatura 42controle, por pelo menos 6 meses. A avaliação da memória consistiu <strong>de</strong> testes <strong>de</strong>memória episódica, implícita e <strong>de</strong> trabalho, bem como a avaliação da metamemória.Nesse estudo, os resulta<strong>dos</strong> sugerem que os prejuízos no <strong>de</strong>sempenho psicomotor e<strong>na</strong> memória, associado com estes anti<strong>de</strong>pressivos, parecem ser <strong>de</strong> baixa intensida<strong>de</strong> e<strong>de</strong> relevância clínica questionável (Gorenstein et al, 2006).Fluoxeti<strong>na</strong>Os ISRS têm poucos efeitos <strong>na</strong> cognição e no sistema psicomotor. Em certascircunstâncias, alguns ISRS estão associa<strong>dos</strong> a uma melhoria em medidas objetivasdo funcio<strong>na</strong>mento cognitivo, sem qualquer aumento <strong>na</strong> velocida<strong>de</strong> psicomotora.Além disso, por aumentar ligeiramente a capacida<strong>de</strong> cognitiva, em especial noprocessamento da informação, os ISRS po<strong>de</strong>m exercer um efeito maior <strong>na</strong>“antiansieda<strong>de</strong>”, possibilitando ao indivíduo melhor utilização <strong>de</strong> seus própriosprocessos cognitivos (Hindmarch, 1998).Estu<strong>dos</strong> sobre o impacto do uso <strong>de</strong> anti<strong>de</strong>pressivos no <strong>de</strong>sempenho cognitivotêm sido frequentemente realiza<strong>dos</strong> entre os i<strong>dos</strong>os ou em voluntários saudáveis.Poucas pesquisas têm consi<strong>de</strong>rado o seu impacto em uma população relativamentejovem. Um estudo teve como objetivo a<strong>na</strong>lisar qualquer associação entre os ISRS e o<strong>de</strong>sempenho cognitivo, humor e erros humanos no trabalho. A amostra foi um total<strong>de</strong> 34 participantes dividi<strong>dos</strong> em dois grupos: ISRS (n=17) e controles (n=17). Paraisso utilizaram uma bateria <strong>de</strong> tarefas no computador medindo o humor, funçõescognitivas pré e pós-trabalho no início e fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> uma sema<strong>na</strong> <strong>de</strong> trabalho. Elestambém completaram diários relatando o <strong>de</strong>sempenho no trabalho. Os resulta<strong>dos</strong>apontaram que a utilização <strong>de</strong> ISRS po<strong>de</strong> estar associada com comprometimento damemória, em especial a episódica, mas não com a memória <strong>de</strong> trabalho ou semântica.Os indivíduos que usam ISRS apresentaram uma pobre memória <strong>de</strong> reconhecimentoe recordação tardia (Wadswoth et al., 2005).A análise sugere que não foram encontra<strong>dos</strong> efeitos prejudiciais do uso doISRS <strong>na</strong> velocida<strong>de</strong> psicomotora, ineficiência momentânea, velocida<strong>de</strong> do foco <strong>de</strong>atenção, da velocida<strong>de</strong> e codificação <strong>de</strong> novas informações, da organização da


____________________________________________________Revisão da Literatura 43resposta, humor ou <strong>de</strong>sempenho profissio<strong>na</strong>l percebido. Isto está <strong>de</strong> acordo comtrabalhos anteriores que sugerem que os ISRS são relativamente livres <strong>de</strong> efeitospsicomotores e cognitivos (Wadswoth et al., 2005).Um estudo em ratos observou que quando são injeta<strong>dos</strong> benzodiazepi<strong>na</strong>s ouISRS, como a fluoxeti<strong>na</strong>, ocorre uma diminuição da formação <strong>de</strong> memória aversiva.Os <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m resultar <strong>de</strong> uma superexpressão <strong>de</strong> memóriasaversivas. Nesse estudo, também se observou que a ablação do hipocampo diminuireações <strong>de</strong> medo e o <strong>de</strong>sempenho cognitivo (Degroot e Nomikos, 2005).Foi publicado um caso <strong>de</strong> um paciente com Transtorno ObsessivoCompulsivo (TOC) que <strong>de</strong>senvolveu uma síndrome frontal resultante do uso <strong>de</strong>fluoxeti<strong>na</strong>, diversos estu<strong>dos</strong> foram conduzi<strong>dos</strong> com o objetivo <strong>de</strong> elucidar o realefeito <strong>de</strong>sses medicamentos <strong>na</strong>s funções cognitivas <strong>de</strong> pacientes com TOC(Fontenelle et al., 2007).Esse autor relata a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resulta<strong>dos</strong> em estu<strong>dos</strong> sobre o tema. Algunssugerem que o uso da medicação não apresenta diferenças significativas quandocomparado com um grupo não medicado. Em contrapartida, há estu<strong>dos</strong> que apontampara uma melhora no <strong>de</strong>sempenho em tarefas neuropsicológicas com o uso <strong>de</strong> ISRSou sugerem que essa medicação po<strong>de</strong>ria proteger os pacientes <strong>dos</strong> efeitos <strong>de</strong>letérios<strong>de</strong> outros psicofármacos sobre algumas funções cognitivas, como as avaliadas peloteste WCST. Porém em outras tarefas teriam lentificado o tempo <strong>de</strong> reação(Fontenelle et al., 2007).Kim et al. (2002) estudaram pacientes com TOC e controles, após quatromeses <strong>de</strong> tratamento com ISRS, houve uma melhora no <strong>de</strong>sempenho no Trail MakingTest <strong>na</strong> parte A, no Block Design e no Controlled Oral Word Association Test(COWAT) para letras, mas mantiveram o comprometimento <strong>na</strong> evocação imediata etardia do RCFT e no COWAT para categorias, apesar <strong>de</strong> terem apresentado umamelhora significativamente maior do que o grupo controle. Não diferenciaram no<strong>de</strong>sempenho do WCST inicialmente, e ambos os grupos melhoraram seu <strong>de</strong>sempenho<strong>na</strong> segunda avaliação.Um estudo utilizou ISRS em <strong>dos</strong>es elevadas por 10 sema<strong>na</strong>s, observaramassociação entre um pior <strong>de</strong>sempenho em pacientes com TOC nos parâmetros erros


____________________________________________________Revisão da Literatura 44perseverativos e categorias completadas do WCST, indicando comprometimento dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança do cenário cognitivo e uma melhor resposta ao tratamento.Eles sugeriram que os pacientes com TOC que exibiam comprometimento dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança do cenário cognitivo e o tônus serotoninérgico alterado,respon<strong>de</strong>riam melhor ao tratamento com medicações serotoninérgicas (Fontenelle etal., 2001).Estudo <strong>de</strong> Cavedini et al. (2002) comparou o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> 34 pacientescom TOC, com 16 pacientes com transtorno do pânico e 34 saudáveis. Para isso,realizaram uma tarefa que simulava a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>na</strong> vida real. Os pacientescom TOC respon<strong>de</strong>dores aos ISRS foram compara<strong>dos</strong> aos não respon<strong>de</strong>dores.Observou-se que os respon<strong>de</strong>dores alcançaram <strong>de</strong>sempenho semelhante aosindivíduos saudáveis, enquanto os não respon<strong>de</strong>dores tiveram maiorcomprometimento no <strong>de</strong>sempenho da tarefa em comparação aos <strong>de</strong>mais grupos(Cavedini et al., 2002).Kang et al (2003) avaliaram o perfil cognitivo antes e após tratamento comISRS, por quatro meses. Observaram melhora significativa do <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong>evocação imediata e tardia da RCFT, manutenção <strong>dos</strong> escores no COWAT para letrase para categorias, no Trail Making Test <strong>na</strong> parte B e nos erros perseverativos doWCST (Kang et al, 2003).Outro estudo comparou o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> 19 pacientes com TOC ao <strong>de</strong> 24indivíduos saudáveis. Para isso, utilizaram a Cambridge Neuropsychological TestAutomated Battery e observaram que os pacientes não respon<strong>de</strong>dores ao tratamentocom fluoxeti<strong>na</strong> por 12 sema<strong>na</strong>s, foram aqueles que obtiveram mais erros <strong>de</strong>interferência no Stroop Test (Nielen e Den, 2004).Clomiprami<strong>na</strong>Um estudo aponta que o uso <strong>de</strong> anti<strong>de</strong>pressivos como a clomiprami<strong>na</strong> po<strong>de</strong>prejudicar o funcio<strong>na</strong>mento cognitivo em pacientes <strong>de</strong>primi<strong>dos</strong> trata<strong>dos</strong> em umperíodo médio <strong>de</strong> 9 meses (Hindmarch, 1998).


____________________________________________________Revisão da Literatura 45Hindmarch (1998) sugere que esse prejuízo po<strong>de</strong> estar associado a efeitoscolaterais anticolinérgicos e anti-histamínicos <strong>de</strong>sses compostos. A ativida<strong>de</strong>anticolinérgica po<strong>de</strong> prejudicar a memória e a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processar a informação ea anti-histamínica po<strong>de</strong> prejudicar a coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção sensório-motora, um componenteessencial para muitos comportamentos cognitivos (Hindmarch, 1998).Allen (1991) estudou o efeito da administração <strong>de</strong> clomiprami<strong>na</strong> por 10 dias eobservou que a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reação foi lentificada pela clomiprami<strong>na</strong>.Prejuízo no <strong>de</strong>sempenho da aprendizagem verbal foi associado com níveisplasmáticos eleva<strong>dos</strong> <strong>de</strong> clomiprami<strong>na</strong> em pacientes <strong>de</strong>primi<strong>dos</strong>, após 3 sema<strong>na</strong>s <strong>de</strong>tratamento com 150 mg / dia (Bartfai et al., 1991, apud Carvalho et al., 2002).A clomiprami<strong>na</strong>, imiprami<strong>na</strong> e placebo foram administra<strong>dos</strong> durante umtratamento <strong>de</strong> 8 sema<strong>na</strong>s em pacientes. Seu <strong>de</strong>sempenho foi comparado com o <strong>de</strong>indivíduos normais. Não foram encontra<strong>dos</strong> efeitos significativos do uso das drogas(Marcourakis et al., 1993, apud Carvalho et al., 2002).Um estudo com 25 adultos (média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>: 39,6) investigou o uso crônico <strong>de</strong>clomiprami<strong>na</strong> no transtorno do pânico em remissão, para avaliar comprometimento<strong>de</strong> memória e funções psicomotoras. Os testes utiliza<strong>dos</strong> nesse estudo foram: Digit-Symbol Substitution Test (DSST), Cancellation Task (CT), Symbol Copying Test(SCT), Tapping e Inserting pins (Vien<strong>na</strong> Test System). Foram encontradasassociações significativas entre o tratamento a longo prazo <strong>de</strong> clomiprami<strong>na</strong> e pobre<strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong> memória <strong>de</strong> trabalho. São necessárias novas investigações paraconfirmar esses resulta<strong>dos</strong> e <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r se o uso crônico <strong>de</strong> <strong>dos</strong>es terapêuticas <strong>de</strong>ADT está associado com maior intensida<strong>de</strong> aos efeitos <strong>de</strong>letérios sobre a memória efunções psicomotoras (Carvalho et al., 2002).PlaceboKhan e colaboradores sugeriram que a resposta ao placebo po<strong>de</strong> estarrelacio<strong>na</strong>da ao sofrimento subjetivo <strong>dos</strong> pacientes, e aqueles que têm maior insightsobre sua doença (como nos <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong>pressivos e ansiosos) teriam uma maiorchance <strong>de</strong> resposta a tratamentos inespecíficos (Khan e colaboradores, 2005).


____________________________________________________Revisão da Literatura 46Um estudo comparou 310 pacientes com transtorno <strong>de</strong>pressivo maior, durante8 sema<strong>na</strong>s <strong>de</strong> tratamento (fluoxeti<strong>na</strong> ou placebo), por meio <strong>de</strong> escalas. Esses sujeitosforam dividi<strong>dos</strong> em 134 respon<strong>de</strong>dores à fluoxeti<strong>na</strong>, 66 respon<strong>de</strong>dores ao placebo e110 não respon<strong>de</strong>ram. Foram compara<strong>dos</strong> os fatores cognitivos antes e <strong>de</strong>pois dotratamento e não foram observadas diferenças significativas. Esse resultado po<strong>de</strong>sugerir que o fator psicológico po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar um papel importante <strong>na</strong> melhora<strong>dos</strong> pacientes <strong>de</strong>primi<strong>dos</strong> trata<strong>dos</strong> com placebo (Farabaugh et al., 2006).As mudanças iniciais em medidas cognitivas, as quais refletem asexpectativas <strong>dos</strong> pacientes da previsibilida<strong>de</strong> e da percepção do estresse, po<strong>de</strong>m sermarcadores clínicos <strong>de</strong> resposta ao placebo (Farabaugh et al., 2006).Outro estudo discutiu o efeito placebo, relatou que essa intervenção tem umefeito <strong>na</strong> esperança <strong>dos</strong> pais em achar algo que aju<strong>de</strong> seus filhos. A expectativa pelamelhora parece ser um fator importante no efeito placebo. A participação em umensaio clínico po<strong>de</strong>, por si só, ter efeito terapêutico, por meio da educação sobre oproblema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>dos</strong> encontros com profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> uma forma frequente eestruturada e da expectativa <strong>de</strong> um tratamento eficaz. A qualida<strong>de</strong> da relação médicopaciente,também, influencia o efeito placebo. Médicos que mostram confiança notratamento e carinho pelos pacientes parecem com mais probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar efeito placebo (Sandler, 2005).


______________________________________________________________Méto<strong>dos</strong> 474 MÉTODOS


______________________________________________________________Méto<strong>dos</strong> 484.1. ParticipantesOs participantes do estudo foram crianças e adolescentes, com ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 7 a17 anos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> raça ou sexo, que preencheram os critériosdiagnósticos do DSM-IV para transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> generalizada, transtorno <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> separação e/ou fobia social. To<strong>dos</strong> os sujeitos foram encaminha<strong>dos</strong> peloAmbulatório do Programa <strong>de</strong> Transtornos <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> Infância e Adolescênciado Instituto <strong>de</strong> Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> daUniversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (IPQ HC FMUSP).4.1.1. Critérios <strong>de</strong> inclusãoTanto os critérios <strong>de</strong> inclusão como os <strong>de</strong> exclusão seguiram o mo<strong>de</strong>loutilizado no estudo entitulado “Comparação entre Clomiprami<strong>na</strong> e Fluoxeti<strong>na</strong> para oTratamento <strong>de</strong> Transtorno <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> em Crianças e Adolescentes”, conduzidopela psiquiatra e pesquisadora responsável Caroli<strong>na</strong> Zadrozny Gouvêa da Costa, soborientação do Dr. Fer<strong>na</strong>ndo Ramos Asbahr (Costa, 2010).Para compor o grupo com TA foram incluí<strong>dos</strong> indivíduos com um ou maisdiagnósticos <strong>de</strong> <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, uma vez que a comorbida<strong>de</strong> entre esses éfrequente [ao menos 60% das crianças com diagnóstico <strong>de</strong> transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>apresenta duas <strong>de</strong>ssas condições, e 30% apresenta três (RUPP Anxiety Study Group,2001)].Em relação ao grupo controle, foram incluí<strong>dos</strong> indivíduos sem qualquer tipo<strong>de</strong> transtorno psiquiátrico. To<strong>dos</strong> os sujeitos tinham ida<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong> 7 anos emáxima <strong>de</strong> 17 anos.Foram consi<strong>de</strong>radas as características socioeconômicas a partir <strong>dos</strong> critériosda Associação Brasileira <strong>dos</strong> Institutos <strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong> Mercado (ABIPEME),propostos por Almeida e Wickerhauser (1991, apud Mattar, 1995).


______________________________________________________________Méto<strong>dos</strong> 494.1.2. Critérios <strong>de</strong> exclusãoPara o grupo com TA, foram excluí<strong>dos</strong> os indivíduos que apresentaram:diagnóstico <strong>de</strong> episódio <strong>de</strong>pressivo maior atual comórbido; diagnóstico <strong>de</strong> transtornodo déficit <strong>de</strong> atenção e hiperativida<strong>de</strong> como transtorno primário ou que necessitassedo uso <strong>de</strong> psicoestimulantes; doenças neurológicas; diagnóstico prévio ou atual <strong>de</strong>transtorno <strong>de</strong> humor bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno <strong>de</strong> estressepós-traumático, <strong>transtornos</strong> alimentares, abuso <strong>de</strong> substâncias, <strong>transtornos</strong> psicóticos,<strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> conduta, transtorno abrangente do <strong>de</strong>senvolvimento, retardo mental ouqualquer doença orgânica cerebral; i<strong>de</strong>ação suicida, tratamento prévio para ansieda<strong>de</strong>(psicológico ou medicamentoso) ou uso <strong>de</strong> medicação que afete o sistema nervosocentral e gravi<strong>de</strong>z.Em relação ao grupo controle, foram excluí<strong>dos</strong> indivíduos que apresentaramfaixa <strong>de</strong> eficiência intelectual inferior à limítrofe.4.2. Seleção <strong>de</strong> pacientesOs sujeitos foram avalia<strong>dos</strong> e atendi<strong>dos</strong> no Programa <strong>de</strong> Transtornos <strong>de</strong>Ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> Infância e Adolescência do IPQ HC FMUSP.Os participantes foram recruta<strong>dos</strong> através <strong>de</strong> chamada <strong>na</strong> imprensa comreferência a <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e adolescência, além da inclusão<strong>dos</strong> indivíduos que procuraram espontaneamente ou foram encaminha<strong>dos</strong> aoPrograma <strong>de</strong> Transtornos <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> Infância e Adolescência do IPQ HCFMUSP.Quanto ao grupo controle, os participantes foram convida<strong>dos</strong> a participar dapesquisa por meio <strong>de</strong> divulgação em escolas, assim como a parceria com outroambulatório do mesmo instituto (transtorno <strong>de</strong> humor <strong>na</strong> infância) do qualnecessitava também <strong>de</strong> crianças e adolescentes sem problemas psiquiátricos.


______________________________________________________________Méto<strong>dos</strong> 504.3. <strong>Aspectos</strong> ÉticosParticiparam do estudo ape<strong>na</strong>s os indivíduos <strong>dos</strong> quais se obteveconsentimento. O Consentimento Livre e Esclarecido (anexo A) foi assi<strong>na</strong>do porresponsável legal (to<strong>dos</strong> os pacientes eram menores <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>), obtido após <strong>de</strong>scrição<strong>dos</strong> procedimentos do estudo ao paciente e seus pais/responsáveis. Tal consentimentofoi adquirido através <strong>de</strong> documentação.O projeto <strong>de</strong> pesquisa relacio<strong>na</strong>do a esta dissertação foi aprovado pelaComissão <strong>de</strong> Ética do Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> daUniversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.4.4. InstrumentosTo<strong>dos</strong> os participantes foram submeti<strong>dos</strong> a um protocolo <strong>de</strong> avaliação inicial<strong>de</strong> duas sema<strong>na</strong>s conduzido pela pesquisadora responsável do estudo acima citado.Durante esse período, nenhum participante recebeu qualquer tipo <strong>de</strong> tratamento.Nesta etapa, tanto o grupo com <strong>transtornos</strong> ansiosos como o controle foramsubmeti<strong>dos</strong> ao instrumento Schedule for Affective Disor<strong>de</strong>rs and Schizophrenia –versão infantil para a avaliação <strong>de</strong> diagnósticos psiquiátricos no presente e ao longoda vida, <strong>de</strong> acordo com critérios diagnósticos do DSM-IV.Os indivíduos que preencheram os critérios para o estudo foramencaminha<strong>dos</strong> para avaliação neuropsicológica pré-tratamento. Nessa avaliaçãoforam aplicadas provas neuropsicológicas com o objetivo <strong>de</strong> se investigar o<strong>de</strong>sempenho cognitivo <strong>na</strong>s funções atencio<strong>na</strong>is, mnésticas e executivas.Após a primeira avaliação neuropsicológica, os participantes <strong>de</strong>ste estudoforam dividi<strong>dos</strong> randomicamente em três grupos <strong>de</strong> tratamento (fluoxeti<strong>na</strong>,clomiprami<strong>na</strong> ou placebo) e receberam tratamento por um período <strong>de</strong> 6 meses.Os pacientes foram acompanha<strong>dos</strong> por quatro psiquiatras (nenhum <strong>de</strong>les tevequalquer conhecimento sobre a qual tratamento os pacientes estavam sen<strong>dos</strong>ubmeti<strong>dos</strong>; dois realizaram as avaliações clínicas e dois foram responsáveis pelaadministração das escalas <strong>de</strong> avaliação – avaliadores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes). A


______________________________________________________________Méto<strong>dos</strong> 51randomização foi realizada por uma pessoa, sem qualquer outra participação noestudo, a qual tinha conhecimento sobre o tipo <strong>de</strong> tratamento dado a cada paciente.Para isso, foi realizada a randomização por meio <strong>de</strong> uma tabela <strong>de</strong> númerosaleatórios (anexo B).Após um período <strong>de</strong> 6 meses, os participantes foram reavalia<strong>dos</strong> com autilização <strong>dos</strong> mesmos testes neuropsicológicos utiliza<strong>dos</strong> <strong>na</strong> primeira avaliação.Além disso, foi oferecido continuida<strong>de</strong> do tratamento ambulatorial vinculado aoPrograma <strong>de</strong> Transtornos <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> Infância e Adolescência do IPQ HCFMUSP para to<strong>dos</strong> os pacientes para os quais houvesse necessida<strong>de</strong>.4.4.1. Avaliação neuropsicológica4.4.1.1. Provas cognitivasA bateria <strong>de</strong> testes neuropsicológicos tem o objetivo <strong>de</strong> avaliar diversasfunções cognitivas. Os testes foram selecio<strong>na</strong><strong>dos</strong> a partir <strong>de</strong> compêndios <strong>de</strong> testesneuropsicológicos amplamente utiliza<strong>dos</strong> (Spreen e Strauss, 1991; Lezak, 1995).a) Desempenho IntelectualO teste utilizado para avaliar o <strong>de</strong>sempenho intelectual foi o WechslerAbbreviated Scale of Intelligence (WASI) (Wechsler, 1999). Os resulta<strong>dos</strong>pon<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> <strong>de</strong> dois subtestes do WASI, quando soma<strong>dos</strong> fornecem a medidaestimada <strong>de</strong> Quociente Intelectual (QI). Os subtestes usa<strong>dos</strong> nessa pesquisa foram:- Vocabulário - WASI (Wechsler, 1999) – medida <strong>de</strong> estoquesemântico e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> vocábulos.- Matrizes <strong>de</strong> raciocínio - WASI (Wechsler, 1999) – medida <strong>de</strong>raciocínio lógico-abstrato não verbal.


______________________________________________________________Méto<strong>dos</strong> 52b) Funções atencio<strong>na</strong>is e executivasForam utiliza<strong>dos</strong> diversos testes para medir o funcio<strong>na</strong>mento das funçõesatencio<strong>na</strong>is e executivas e serão <strong>de</strong>scritos abaixo.- Trail Making Test (Lezak, 1995) – me<strong>de</strong> o rastreamento visual eautomonitorização para sequências simples e alter<strong>na</strong>das. Dividido em duas formas (Ae B).- Stroop Card Test (Stroop, 1935) – me<strong>de</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inibição daemissão <strong>de</strong> respostas a partir <strong>de</strong> estímulos visuo-verbais. Divido em três cartões (A,B e C).- Matching Familiar Figures Test – 20 (MFFT- 20) (Cairns e Cammock,2002) – avalia a reflexibilida<strong>de</strong> (tendência para consi<strong>de</strong>rar e <strong>de</strong>liberar sobre assoluções alter<strong>na</strong>tivas para os problemas) e a impulsivida<strong>de</strong> (tendência a agirespontaneamente, sem <strong>de</strong>liberação, principalmente em situações <strong>de</strong> incerteza).- Teste <strong>de</strong> Fluência verbal – para letras F A S e para animais (Spreen eStrauss, 1998) – me<strong>de</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluência verbal sob condições <strong>de</strong>limitadas.- Wisconsin Card Sorting Test (WCST) (Heaton et al, 2004) – me<strong>de</strong> a formação<strong>de</strong> conceitos, flexibilida<strong>de</strong> mental, planejamento e manutenção <strong>de</strong> metas.- Torre <strong>de</strong> Hanoi (Lezak, 1995) – avalia a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resolver problema, <strong>de</strong>planejar e sequenciar as ações, além <strong>de</strong> antever os passos posteriores.c) Processos <strong>de</strong> Memória e AprendizagemOs teste utiliza<strong>dos</strong> para avaliar os processos <strong>de</strong> memória e aprendizagemforam:


______________________________________________________________Méto<strong>dos</strong> 53- Rey Complex Figure Test (RCFT) (Lezak, 1995) – me<strong>de</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>organização perceptivo-motora, a atenção e a memória visual imediata.- Wi<strong>de</strong> Range Assement of Memory and Learning – 2 (WRAML-2). Ossubtestes usa<strong>dos</strong> nessa pesquisa foram:- Memória para <strong>de</strong>senhos e Memória para ce<strong>na</strong>s – me<strong>de</strong>m a memória<strong>de</strong> curto e longo prazo para estímulos visuais;- Memória para história - me<strong>de</strong> a memória <strong>de</strong> curto e longo prazo paraestímulos visuais;- Aprendizagem verbal – avalia a aprendizagem a curto e longo prazopara estímulos verbais;-Memória <strong>de</strong> trabalho verbal e visual (ape<strong>na</strong>s para as crianças comida<strong>de</strong>s acima <strong>de</strong> 9 anos, <strong>de</strong> acordo com as normas do teste) – me<strong>de</strong> amemória <strong>de</strong> trabalho para estímulos verbais e visuais.4.4.1.2. Avaliação da ansieda<strong>de</strong>A manifestação da ansieda<strong>de</strong> e classificação <strong>dos</strong> sintomas das crianças eadolescentes (entre 8 a 17 anos) foram realizadas através da Multidimensio<strong>na</strong>lAnxiety Scale for Children (MASC) (March et al., 1997) (anexo C).A escala é constituída <strong>de</strong> 39 perguntas as quais o exami<strong>na</strong>do respon<strong>de</strong> comotem se sentido nos últimos meses, para cada item ele pontua <strong>de</strong> 0 a 3 <strong>de</strong> acordo com aintensida<strong>de</strong>, sendo 0 = nunca, 1 = raramente, 2 = algumas vezes e 3 =frequentemente. As perguntas foram elaboradas baseadas nos sintomas do DSM IVpara quatro <strong>transtornos</strong>: ansieda<strong>de</strong>: transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> generalizada, fobiasocial, mutismo seletivo e transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> separação (March et al., 1997).


______________________________________________________________Méto<strong>dos</strong> 544.5. Análise EstatísticaA análise estatística foi realizada por meio do sofware Statistical Package forSocial Sciences (SPSS) for Windows versão 14 (SPSS Inc., 2005). Para todas asanálises adotou-se um valor <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> 0,05.Inicialmente foram realizadas análises <strong>de</strong>scritivas para a obtenção <strong>dos</strong> valores<strong>de</strong> média e <strong>de</strong>svio padrão <strong>de</strong> cada uma das variáveis observadas. Foram <strong>de</strong>scritas ascaracterísticas socio<strong>de</strong>mográficas da amostra divididas em casos e controles, emrelação ao à ida<strong>de</strong> e escolarida<strong>de</strong> (utilizando o teste t), assim como ao gênero,lateralida<strong>de</strong> e classificação socioeconômica (utilizando o teste qui-quadrado).Posteriormente, verificou-se o tipo <strong>de</strong> distribuição das variáveis. A maioria<strong>de</strong>las apresentava uma distribuição normal e por conseguinte, foi utilizado o teste t(paramétrico). Para as outras variáveis (como os itens relacio<strong>na</strong><strong>dos</strong> a erros), foi usadoo teste Mann-Whitney (não paramétrico).A análise <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> foi dividida em dois eixos principais:1 - Primeira avaliação: a análise foi realizada comparando o <strong>de</strong>sempenho nos testesneuropsicológicos obti<strong>dos</strong> a partir da amostra clínica (grupo composto por todas ascrianças e adolescentes com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>: G TAIA) e da amostra sempatologia (grupo composto por todas as crianças e adolescentes controles: G CN), <strong>na</strong>primeira avaliação. Dessa maneira, <strong>na</strong> comparação entre grupos no mesmo tempo (A= pré ou B = pós-tratamento), realizou-se o teste t ou o <strong>de</strong> Mann-Whitney.Após essa comparação, realizou-se uma análise <strong>de</strong> covariância (ANCOVA),para controlar possíveis efeitos do nível socioeconômico nos grupos. Essa análise foinecessária, <strong>de</strong>vido à diferença estatisticamente significativa observada <strong>na</strong>comparação entre os grupos para o nível socioeconômico.


______________________________________________________________Méto<strong>dos</strong> 552 - Segunda avaliação: a análise foi realizada comparando a primeira ásegunda avaliação <strong>de</strong> cada grupo separadamente (intragrupo). Assim, foramcompara<strong>dos</strong> os tempos A e B (pré versus pós-tratamento), o teste utilizado foi o tpareado ou Wilcoxon si<strong>na</strong>lizado (<strong>de</strong> acordo com a distribuição das variáveis).Importante ressaltar que não foram todas as crianças e adolescentes que realizaram areavaliação em ambos os grupos. Sendo assim, das 30 crianças e adolescentes quecompunham o grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, ape<strong>na</strong>s 18 foram reavaliadas e damesma maneira, <strong>de</strong> 34 crianças e adolescentes que compunham o grupo controle,ape<strong>na</strong>s 10 foram reavaliadas.Sendo assim, as comparações realizadas foram:- entre crianças e adolescentes do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> antesdo tratamento medicamentoso e que foram reavaliadas (TAIA 1) com as crianças eadolescentes do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois do tratamentomedicamentoso (TAIA 2) e- entre crianças e adolescentes do grupo controle <strong>na</strong> primeira avaliação e queforam reavaliadas (CN 1) com as crianças e adolescentes do grupo controle após seismeses da primeira avaliação.Além disso, foram realizadas comparações <strong>de</strong> acordo com os diferentestratamentos medicamentosos (clomiprami<strong>na</strong>, fluoxeti<strong>na</strong> ou placebo):- entre crianças e adolescentes do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> queforam randomizadas para o tratamento medicamentoso com clomiprami<strong>na</strong>, antes e<strong>de</strong>pois do início do tratamento medicamentoso (CLO 1 versus CLO 2);- entre crianças e adolescentes do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> queforam randomizadas para o tratamento medicamentoso com fluoxeti<strong>na</strong>, antes e<strong>de</strong>pois do início do tratamento medicamentoso (FLX 1 versus FLX 2) e;


______________________________________________________________Méto<strong>dos</strong> 56- entre crianças e adolescentes do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> queforam randomizadas para o tratamento medicamentoso com placebo, antes e <strong>de</strong>poisdo início do tratamento (PLC 1 versus PCL 2).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 575 RESULTADOS


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 585.1. Processo <strong>de</strong> triagemEm relação ao grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, um total <strong>de</strong> 404 sujeitosforam entrevista<strong>dos</strong> por telefone, <strong>dos</strong> quais 251 passaram em triagem com umpsiquiatra da infância e adolescência. Destes, 94 foram incluí<strong>dos</strong>, porém somente 37foram randomiza<strong>dos</strong> e iniciaram tratamento. Os motivos das exclusões da pesquisaestão <strong>de</strong>scritos em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> frequência <strong>de</strong> ocorrência <strong>na</strong> figura abaixo (figura 1).Figura 1. Processo <strong>de</strong> triagem <strong>dos</strong> participantes do estudo.Após o início da pesquisa, 37 realizaram a primeira avaliaçãoneuropsicológica, sendo 20 meni<strong>na</strong>s e 17 meninos. Dessa amostra, sete sujeitosforam excluí<strong>dos</strong> da pesquisa: três pela presença <strong>de</strong> sintomas <strong>de</strong>pressivos


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 59clinicamente significativos, três por apresentarem eficiência intelectual <strong>na</strong> faixa<strong>de</strong>ficiente mental e um por apresentar sintomas ansiosos leves (não justificando uso<strong>de</strong> medicação). Assim, 30 pacientes (12 meni<strong>na</strong>s e 18 meninos) foram incluí<strong>dos</strong>.Desses, 12 interromperam o estudo, cujos motivos foram: quatro abando<strong>na</strong>ram semesclarecimentos, três por melhora espontânea, dois por efeitos colaterais, dois pormedo <strong>de</strong> engolir a cápsula e um por dificulda<strong>de</strong> em comparecer às consultas. Foramreavaliadas 18 crianças (figura 2).Figura 2. Distribuição <strong>dos</strong> sujeitos da amostra clínica.Em relação ao grupo sem <strong>transtornos</strong> psiquiátricos (grupo controle), um total<strong>de</strong> 34 sujeitos foram avalia<strong>dos</strong>, sendo 21 meni<strong>na</strong>s e 13 meninos, com o objetivo <strong>de</strong>comparar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>sse grupo ao grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>. Após 6meses da primeira avaliação, <strong>de</strong>z sujeitos (4 meninos e 6 meni<strong>na</strong>s) <strong>de</strong>sse grupo foramreavalia<strong>dos</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> verificar o efeito aprendizagem (figura 3).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 60Figura 3. Distribuição <strong>dos</strong> sujeitos submeti<strong>dos</strong> a avaliações neuropsicológicas.5.2. Características clínicas e <strong>de</strong>mográficasOs grupos <strong>de</strong> pacientes com TAIA (G TAIA) e o controle (G CN) nãodiferiram em relação à ida<strong>de</strong> (p=0,530), escolarida<strong>de</strong> (p=0,416), gênero (p=0,082) elateralida<strong>de</strong> (p=0,360). Já em relação ao nível socioeconômico, observou-se umadiferença estatisticamente significativa (p=0,047) <strong>na</strong> comparação entre os grupos. Ogrupo G TAIA apresentou uma porcentagem maior <strong>de</strong> pessoas com nívelsocioeconômico <strong>na</strong> faixa C e o grupo G CN <strong>na</strong> faixa B (tabela 1).Devido à diferença significativa relacio<strong>na</strong>da aos da<strong>dos</strong> socioeconômico,realizou-se, análise <strong>de</strong> covariância com outras variáveis (<strong>de</strong>scrita posteriormente nocapítulo).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 61Tabela 1 - Da<strong>dos</strong> <strong>de</strong>mográficos do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e do grupocontrole - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011Caracterísitcas G TAIA (n=30) G CN (n=34) Valor pm (dp) m (dp)Ida<strong>de</strong> (anos) 11,9 (2,8) 12,4 (3,4) 0,530*Escolarida<strong>de</strong> (anos) 6,9 (2,6) 7,5 (3,4) 0,416*Gênero (%)FemininoMasculino406061,838,2 0,082**Lateralida<strong>de</strong> (%)DestroCanhoto96,788,23,311,8 0,360**Socioeconômico (%)ABCD6,726,763,33,33,261,335,50 0,047**FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011*Teste t / **Teste Qui-quadrado/ Legenda: m = média e dp = <strong>de</strong>svio padrãoTo<strong>dos</strong> os pacientes apresentaram diagnósticos <strong>de</strong> TAG e/ou TAS e/ou FS <strong>na</strong>avaliação inicial. Foram incluí<strong>dos</strong> sujeitos que apresentavam comorbida<strong>de</strong> comoutros diagnósticos ansiosos (transtorno do pânico, agorafobia e fobia simples) e/oucom outros <strong>transtornos</strong> psiquiátricos (transtorno <strong>de</strong>pressivo maior, TDAH e TOC),<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que as comorbida<strong>de</strong>s não apresentassem uma gravida<strong>de</strong> superior ao do(s)transtorno(s) <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> em avaliação, ou que necessitassem tratamento específico.Dos 30 pacientes, seis apresentaram ape<strong>na</strong>s um diagnóstico <strong>de</strong> transtorno <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong> (TAG: N= 3; TAS: N= 2; FS: N= 1) (gráficos 1 e 2).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 62Gráfico 1 - Frequência <strong>dos</strong> diagnósticos <strong>dos</strong> <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> com e semcomorbida<strong>de</strong>s com outros <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> – IPQ HC FMUSP – 2008 a2011FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011Grafico 2 - Frequência <strong>dos</strong> <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> sem comorbida<strong>de</strong> - IPQ HCFMUSP – 2008 a 2011FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 63Vinte e quatro pacientes apresentaram comorbida<strong>de</strong> com um ou mais TA(TAS: 60%; FS: 50%; TAG: 50%; fobia simples: 50%; agorafobia: 23,3%, transtornodo pânico: 23,3% e transtorno <strong>de</strong> evitação: 6,7%) (gráfico 3).Grafico 3 - Porcentagem da frequência <strong>dos</strong> diagnósticos <strong>de</strong> <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>- IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011Em relação às comorbida<strong>de</strong>s com outros <strong>transtornos</strong> psiquiátricos, setecrianças as apresentaram: cinco com o TDAH, uma com transtorno <strong>de</strong>pressivo maiore uma com TOC. Conforme <strong>de</strong>scrito acima, é importante ressaltar que todas essascomorbida<strong>de</strong>s não apresentavam gravida<strong>de</strong> superior a do(s) transtorno(s) <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ssa maneira não necessitaram <strong>de</strong> tratamento específico.


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 645.3. Avaliação neuropsicológica5.3.1. Análise <strong>de</strong> covariânciaA partir da avaliação do <strong>de</strong>sempenho das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos GTAIA e G CN observou-se que <strong>na</strong> comparação entre os dois grupos, a variável nívelsocioeconômico apresentou diferença estatisticamente significativa. Devido a essedado, realizou-se uma análise <strong>de</strong> covariância para testar os efeitos <strong>de</strong>ssa variávelsobre os grupos (tabela 2).Tabela 2 - Análise <strong>de</strong> covariância <strong>dos</strong> itens que apresentaram uma diferençaestatisticamente significativa em relação ao nível socioeconômico - IPQ HC FMUSP– 2008 a 2011Diferença estatisticamente Valor PObservaçãoSignificativaFigura <strong>de</strong> Rey <strong>na</strong> memória 0,044 Nível C diferente do nível BFAS 0,045 Nível C diferente do nível BAnimais 0,028 Nível C diferente do nível A e BWCST erros perseverativos 0,035 Nível B diferente do nível CAprendizagem verbal evocação 0,006 Nível B diferente do nível CFONTE: Rodrigues, São Paulo, 20115.3.2. Primeira avaliaçãoGrupo clínico sem tratamento medicamentoso prévio comparado ao grupocontrole.5.3.2.1. Eficiência intelectualNos testes que avaliaram a eficiência intelectual estimada, não foram observadasdiferenças estatisticamente significativas entre o grupo G TAIA e o grupo G CN.(tabela 3).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 65Tabela 3 - Comparação do <strong>de</strong>sempenho no teste <strong>de</strong> eficiência intelectual estimada<strong>dos</strong> grupos G TAIA e G CN - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011Testes G TAIA (n=30) G CN (n=34) Valor p*m (dp) m (dp)Vocabulário 9,9 (2,9) 11,1 (2,8) 0,095Matrizes 8,1 (3,5) 9,3 (3,3) 0,177QI estimado 95,3 (14,6) 101,7 (13,7) 0,076FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011*Teste t / Legenda: m = média e dp = <strong>de</strong>svio padrão5.3.2.2. Funções atencio<strong>na</strong>is e executivasA partir da avaliação do <strong>de</strong>sempenho das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos GTAIA e G CN nos testes que avaliaram as funções atencio<strong>na</strong>is e executivas,observou-se que o grupo G TAIA apresentou pior <strong>de</strong>sempenho em comparação aogrupo G CN nos seguintes testes: Trail Making Test partes A e B em relação aotempo (p=0,018 e p=0,007, respectivamente); Torre <strong>de</strong> Hanoi com 3 peças emrelação ao tempo (p=0,005) e em relação ao número <strong>de</strong> movimentos (p=0,003), com4 peças em relação ao tempo (p


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 66Tabela 4 - Comparação do <strong>de</strong>sempenho nos testes <strong>de</strong> atenção e funções executivas<strong>dos</strong> sujeitos do grupo G TAIA e G CN - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011TestesTrail Making Test ATempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosTrail Making Test BTempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosStroop 1Tempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosStroop 2Tempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosStroop 3Tempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosMFFT-20Tempo (segun<strong>dos</strong>)AcertosErrosImpulsivida<strong>de</strong>IneficiênciaFASAnimaisTorre <strong>de</strong> Hanoi 3Tempo (segun<strong>dos</strong>)MovimentoErrosTorre <strong>de</strong> Hanoi 4Tempo (segun<strong>dos</strong>)MovimentoErrosWCSTCategorias CompletasAcertosErrosErros PerseverativosPerdasOutrosG TAIA (n=30)m (dp)55,4 (26,8)0,2 (0,5)142,6 (83,7)0,7 (1,1)19,4 (6,5)0,1 (0,7)24,9 (10,6)0,2 (0,6)36,6 (15,6)1,2 (2,5)409,1 (215,1)10,6 (4,3)19,0 (12,3)49,2 (28,6)86,5 (22,7)21,6 (11,3)12,8 (5,2)42,1 (35,8)12,9 (6,6)2,6 (3,6)85,9 (31,2)30,5 (8,6)5,7 (5,9)G CN (n=34)m (dp)40,6 (20,2)0,2 (0,4)92,5 (52,0)0,3 (0,4)17,2 (7,3)0,2 (0,7)22,8 (10,8)0,3 (0,9)35,1 (16,6)1,1 (2,0)344,4 (171,0)12,3 (4,6)13,8 (11,2)56,3 (33,2)71,6 (26,0)28,3 (14,0)15,5 (5,0)21,3 (10,6)8,9 (2,1)1,5 (2,0)57,4 (24,0)24,9 (8,9)2,0 (2,4)Valor P*FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011*Teste t/ ** Teste Mann-Whitney/*** não consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>vido `a análise <strong>de</strong> covariânciaLegenda: m= média e dp = <strong>de</strong>svio padrão0,0180,746**0,0070,081**0,2270,245**0,4550,856**0,7090,824**0,1890,1160,0830,4920,0710,040***0,039***0,0050,0030,251**


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 675.3.2.3. Processos <strong>de</strong> memória e aprendizagemA partir da avaliação do <strong>de</strong>sempenho das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos GTAIA e G CN nos testes que avaliaram a memória e a aprendizagem, observou-seque o grupo G TAIA teve pior <strong>de</strong>sempenho em comparação ao grupo G CN nosseguintes subtestes do WRAML 2: memória para ce<strong>na</strong>s (p=0,043) e reconhecimento(0,026), memória para história 1 (p


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 685.3.2.4. Escala <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>A partir da avaliação do <strong>de</strong>sempenho das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos GTAIA e G CN <strong>na</strong> escala <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, observou-se que o grupo G TAIA tevemaiores escores <strong>de</strong> manifestação <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> em comparação ao grupo G CN nosseguintes itens: “MASC total” (p=0,006), “tensão e inquietação” (p


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 695.3.3. Segunda avaliaçãoComparação da primeira avaliação com a segunda intra grupo.5.3.3.1. Eficiência intelectuala) TAIANa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e<strong>na</strong> adolescência que foram avalia<strong>dos</strong>, antes e <strong>de</strong>pois do tratamento medicamentoso(TAIA 1 X TAIA 2), po<strong>de</strong>-se observar melhora do <strong>de</strong>sempenho do grupo <strong>na</strong> segundaavaliação (após o tratamento). Observou-se assim, diferença estatisticamentesignificativa no subteste do teste WASI: Matrizes do raciocínio (p=0,016) assimcomo no QI estimado (p=0,009) (tabela 7).b) ControleNa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo controle que foram avalia<strong>dos</strong>, antes e<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> seis meses (CN 1 X CN 2), mesmo intervalo <strong>de</strong> tempo usado para asegunda avaliação do grupo com TAIA, não foram observadas diferençasestatisticamente significativas (tabela 7).Tabela 7 - Comparação do <strong>de</strong>sempenho das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos TAIA1 e TAIA 2 e <strong>dos</strong> grupos CN1 e CN2, no teste <strong>de</strong> eficiência intelectual estimada -IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011Testes TAIA 1 (n=18) TAIA 2 (n=18) Valor p* CN1 (n=10) CN2 (n=10) Valor p*m (dp)m (dp)m (dp) m (dp)Vocabulário 9,6 (2,7) 9,9 (2,4) 0,384 12,6 (2,6) 12,2 (1,3) 0,462Matrizes 7,2 (3,1) 9,0 (2,8) 0,016 10,4 (2,6) 11,6 (1,6) 0,193QI estimado 91,7 (12,4) 97,1 (11,7) 0,009 108,7 (12,1) 110,2 (7,6) 0,559FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011*Teste t / Legenda: m = média e dp = <strong>de</strong>svio padrão


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 70c) Tratamento MedicamentosoNa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e<strong>na</strong> adolescência que vieram a ser trata<strong>dos</strong> com clomiprami<strong>na</strong> nos momentos, antes e<strong>de</strong>pois do tratamento medicamentoso (CLO 1 X CLO 2), não foram observadasdiferenças estatisticamente significativas. Da mesma maneira, não foram observadasdiferenças estatisticamente significativas <strong>na</strong> comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo comtranstorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e <strong>na</strong> adolescência que vieram a ser trata<strong>dos</strong> comfluoxeti<strong>na</strong> (FLX 1 X FLX 2) (tabela 8).Tabela 8 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos CLO1 e CLO 2 e <strong>dos</strong>grupos FLX 1 e FLX 2, no teste <strong>de</strong> eficiência intelectual estimada - IPQ HC FMUSP– 2008 a 2011Testes CLO1 (n=5) CLO2 (n=5) Valor p* FLX1 (n=5) FLX2 (n=5) Valor p*m (dp) m (dp)m (dp) m (dp)Vocabulário 9,2 (3,8) 9,8 (3,0) 0,501 10,2 (2,2) 10,2 (1,8) 1,000Matrizes 5,8 (2,7) 7,4 (3,6) 0,160 7,2 (4,8) 8,6 (2,1) 0,575QI estimado 87,4 (14,7) 92,8 (15,9) 0,167 92,6 (13,0) 96,0 (5,6) 0,540FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011*Teste t / Legenda: m = média e dp = <strong>de</strong>svio padrãod) PlaceboNa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e<strong>na</strong> adolescência que vieram a ser trata<strong>dos</strong> com placebo nos momentos, antes e <strong>de</strong>poisdo tratamento medicamentoso (PLC 1 X PLC 2), po<strong>de</strong>-se observar que, após operíodo <strong>de</strong> 6 meses, o grupo melhorou seu <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong> segunda avaliação. Dessamaneira, observou-se uma diferença estatisticamente significativa nos itens: Matrizesdo raciocínio (p=0,005) e QI estimado (p=0,020) (tabela 9).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 71Tabela 9 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos PLC 1 e PLC 2 noteste <strong>de</strong> eficiência intelectual estimada - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011Testes PLC 1 (n=8) PLC (n=8) Valor p*m (dp) m (dp)Vocabulário 9,5 (2,7) 9,8 (2,6) 0,563Matrizes 8,1 (2,0) 10,4 (2,4) 0,005QI estimado 93,9 (11,3) 100,5 (12,0) 0,020FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011*Teste t / Legenda: m = média e dp = <strong>de</strong>svio padrão5.3.3.2. Funções atencio<strong>na</strong>is e executivasa) TAIANa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e<strong>na</strong> adolescência que foram avalia<strong>dos</strong>, antes e <strong>de</strong>pois do tratamento medicamentoso(TAIA 1 X TAIA 2), po<strong>de</strong>-se observar que o grupo melhorou seu <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong>segunda avaliação em alguns testes. Observou-se diferença estatisticamentesignificativa nos seguintes itens: Trail Making Test parte B em relação ao tempo(p=0,037); Torre <strong>de</strong> Hanoi com 3 peças em relação ao tempo (p=0,004) e em relaçãoaos movimentos (0,037) e ao número <strong>de</strong> erros (p=0,006); Torre <strong>de</strong> Hanoi com 4peças em relação ao tempo (0,002) e ao número <strong>de</strong> erros (p=0,021) (tabela 10).b) ControleNa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo controle que foram avalia<strong>dos</strong>, antes e<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> seis meses (CN 1 X CN 2), po<strong>de</strong>-se observar que o grupo apresentoumelhor <strong>de</strong>sempenho em alguns testes <strong>na</strong> segunda avaliação. Observou-se diferençasestatisticamente significativas nos itens: Trail Making Test parte A em relação aotempo (p=0,040); Stroop 3 em relação ao tempo (p=0,013); MFFT-20 em relação aotempo (p=0,015) (tabela 10).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 72Salienta-se que, apesar do resultado do teste Trail Making Test A em relação aotempo, <strong>na</strong> comparação do grupo TAIA 1 e TAIA 2 ter sido estatisticamentesignificativo (p=0,015), esse resultado não <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>vido à diferençasignificativa observada <strong>na</strong> comparação entre os grupos CN 1 e CN 2 (tabela 10).Outros resulta<strong>dos</strong> que não <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> são os <strong>dos</strong> itens: Fluência verbalpara animais (p=0,045) e para letras FAS (p=0,001) <strong>de</strong>vido à análise <strong>de</strong> covariância(p= 0,028 e p=0,045 respectivamente) (tabela 2).Da mesma maneira, <strong>na</strong> comparação entre os sujeitos do grupo controle (CN 1 eCN 2) não <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado o resultado do teste WCST em relação ao número <strong>de</strong>erros perseverativos (p=0,016) <strong>de</strong>vido à análise <strong>de</strong> covariância (p=0,035) (tabela 2).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 73TestesTrail Making Test ATempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosTrail Making Test BTempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosStroop 1Tempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosStroop 2Tempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosStroop 3Tempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosMFFT-20Tempo (segun<strong>dos</strong>)AcertosErrosImpulsivida<strong>de</strong>IneficiênciaFASAnimaisTorre <strong>de</strong> Hanoi 3Tempo (segun<strong>dos</strong>)MovimentoErrosTorre <strong>de</strong> Hanoi 4Tempo (segun<strong>dos</strong>)MovimentoErrosWCSTCategorias CompletasAcertosErrosErros PerseverativosPerdasOutrosTabela 10 - Comparação do <strong>de</strong>sempenho das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> gruposTAIA 1 e TAIA 2 e <strong>dos</strong> grupos CN1 e CN2, nos testes <strong>de</strong> atenção e funçõesexecutivas - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011TAIA 1 (n=18)m (dp)61,8 (30,8)0,2 (0,4)149,3 (85,0)0,6 (0,8)20,5 (7,2)0,2 (1,0)26,6 (12,5)0,3 (0,8)38,2 (16,2)1,0 (1,7)391,2 (204,6)10,1 (4,6)21,0 (12,4)56,2 (22,5)81,6 (29,4)19,9 (10,9)12,0 (5,0)50,3 (42,8)14,1 (7,6)2,5 (3,1)86,8 (34,3)29,3 (8,7)6,2 (6,3)TAIA 2 (n=18)m (dp)47,5 (26,8)0,3 (0,7)123,7 (74,8)0,5 (0,8)18,0 (5,5)0,0 (0,0)23,9 (9,3)0,0 (0,0)32,8 (10,9)0,5 (1,2)363,4 (192,9)11,2 (4,6)17,5 (12,0)63,4 (24,1)72,1 (25,6)23,7 (9,8)14,1 (4,1)19,7 (10,4)10,5 (3,2)0,5 (1,2)56,0 (23,6)26,8 (6,0)3,6 (9,0)Valor P*0,015***0,317**0,0371,000**0,0540,317**0,1380,102**0,0590,293**0,4180,2560,1630,4270,7190,001***0,045***0,0040,0370,006**0,0020,3210,021**CN1 (n=10)m (dp)48,9 (23,0)0,3 (0,5)88,4 (39,8)0,1 (0,3)18,5 (9,9)0,5 (1,3)23,8 (14,6)0,3 (0,9)36,8 (19,1)1,2 (2,5)379,2 (181,5)13,0 (3,6)10,9 (7,6)44,7 (34,8)65,7 (29,2)29,1 (15,5)16,5 (4,9)19,4 (12,5)8,2 (1,6)1,0 (1,4)47,1 (15,2)21,0 (5,7)2,2 (2,5)CN2 (n=10)m (dp)33,5 (11,6)0,3 (0,7)66,5 (27,7)1,0 (2,0)15,4 (5,2)0,0 (0,0)20,9 (9,1)0,0 (0,0)28,5 (13,1)0,7 (1,3)281,8 (130,5)10,8 (5,2)15,6 (11,4)79,2 (8,0)73,2 (18,6)32,1 (12,8)18,2 (6,9)14,9 (4,3)9,2 (2,2)0,3 (0,5)43,1 (17,0)23,6 (5,0)0,9 (1,7)Valor p*0,0401,000**0,1380,180**0,1930,180**0,2010,317**0,0130,593**0,0150,0840,1210,0640,5530,2900,1310,2590,1870,111**0,4240,2050,101**2,3 (1,5)39,4 (11,2)24,5 (11,2)10,7 (6,8)0,6 (0,7)4,7 (6,7)2,7 (1,7)44,4 (10,9)19,5 (10,7)8,3 (4,5)0,7 (1,0)3,4 (5,2)0,2480,1190,116**0,2220,7170,706**3,4 (1,1)47,5 (8,4)16,4 (8,5)7,6 (3,8)0,3 (0,5)1,8 (3,3)3,5 (1,5)51,1 (6,6)12,6 (6,5)4,2 (1,7)1,6 (2,3)1,7 (3,2)0,7260,0900,084**0,016***0,1030,498**Rey (cópia) 31,6 (5,0) 33,1 (4,4) 0,095** 33,0 (4,5) 34,9 (1,7) 0,099**FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011*Teste t/ ** Teste Mann-Whitney/ *** não consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>vido `a comparação do grupo CN1 e CN2 ou análise <strong>de</strong> covariânciaLegenda: m= média e dp = <strong>de</strong>svio padrão


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 74c) Tratamento MedicamentosoNa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e<strong>na</strong> adolescência que vieram a ser trata<strong>dos</strong> com clomiprami<strong>na</strong> nos momentos, antes e<strong>de</strong>pois do tratamento medicamentoso (CLO 1 X CLO 2), foram observadasdiferenças estatisticamente significativas nos testes: Torre <strong>de</strong> Hanoi com 4 peças emrelação ao tempo (p=0,006) e em relação ao número <strong>de</strong> erros (p=0,042) (tabela 11).Já <strong>na</strong> comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infânciae <strong>na</strong> adolescência com fluoxeti<strong>na</strong> nos momentos, antes e <strong>de</strong>pois do uso da medicação(FLX 1 X FLX 2) foram observadas diferenças estatisticamente significativas nostestes: MFFT-20 em relação ao índice <strong>de</strong> ineficiência (p=0,011); Fluência verbal paraanimais (p=0,045); Torre <strong>de</strong> Hanoi com 4 peças em relação ao tempo (p=0,004)(tabela 11).Salienta-se que, apesar do resultado do teste FAS, <strong>na</strong> comparação do grupo FLX1 e FLX 2 ter sido estatisticamente significativo (p=0,025), esse resultado não <strong>de</strong>veser consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>vido à análise <strong>de</strong> covariância (p=0,045) (tabela 2).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 75TestesTrail Making Test ATempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosTrail Making Test BTempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosStroop 1Tempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosStroop 2Tempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosStroop 3Tempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosMFFT-20Tempo (segun<strong>dos</strong>)AcertosErrosImpulsivida<strong>de</strong>IneficiênciaFASAnimaisTorre <strong>de</strong> Hanoi 3Tempo (segun<strong>dos</strong>)MovimentoErrosTorre <strong>de</strong> Hanoi 4Tempo (segun<strong>dos</strong>)MovimentoErrosWCSTCategorias CompletasAcertosErrosErros PerseverativosPerdasOutrosTabela 11 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos CLO1 e CLO 2 e<strong>dos</strong> grupos FLX 1 e FLX 2, nos testes <strong>de</strong> atenção e funções executivas - IPQ HCFMUSP – 2008 a 2011CLO1 (n=5)m (dp)85,2 (44,0)0,4 (0,5)172,0 (55,5)0,8 (0,8)19,7 (5,0)0,0 (0,0)27,5 (6,8)0,2 (0,5)45,0 (8,7)1,2 (1,9)306,6 (138,6)5,8 (1,6)32,2 (5,8)60 (26,8)70,5 (46,1)13,0 (7,6)10,0 (6,4)79,8 (67,4)20,0 (11,6)3,2 (3,6)97,0 (25,5)37,0 (12,3)6,8 (5,8)CLO2 (n=5)m (dp)60,6 (44,6)0,6 (0,9)133,6 (68,3)0,4 (0,5)22,0 (5,0)0,0 (0,0)27,5 (5,9)0,0 (0,0)39,0 (7,8)0,2 (0,5)277,2 (93,4)9,6 (4,1)23,6 (15,2)68,0 (34,8)72,0 (33,5)18,2 (11,3)11,8 (4,1)20,3 (8,3)10,6 (2,8)0,4 (0,5)54,3 (14,6)25,1 (5,4)1,8 (1,8)Valor p*0,1890,564**0,3630,414**0,2551,000**1,0000,317**0,2250,317**0,2430,1020,2740,6760,9580,0710,6050,0940,0780,144**0,0060,0820,042**FLX1 (n=5)m (dp)45,4 (11,4)0,0 (0,0)117,6 (57,7)0,5 (0,5)21,6 (6,4)0,0 (0,0)28,2 (11,9)0,2 (0,4)40,6 (23,0)1,2 (2,7)421,2 (153,0)12,4 (4,0)15,6 (11,7)40,0 (35,3)89,5 (13,4)21,2 (6,5)12,2 (4,1)39,1 (18,1)12,4 (4,0)3,4 (4,1)75,2 (13,2)25,4 (4,1)7,2 (4,1)FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011*Teste t /** Teste Wilcoxon Si<strong>na</strong>lizado/ *** não consei<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>vido a análise <strong>de</strong> covariânciaLegenda: m = média e dp = <strong>de</strong>svio padrãoFLX2 (n=5)m (dp)43,4 (17,4)0,6 (0,9)114,6 (54,8)0,2 (0,4)18,2 (5,1)0,0 (0,0)23,6 (10,2)0,0 (0,0)31,2 (10,3)0,2 (0,4)300,2 (132,4)11,2 (2,7)16,0 (8,4)62,5 (3,5)60,0 (14,1)24,8 (6,9)15,0 (2,5)21,5 (7,7)11,3 (3,3)0,4 (0,5)53,0 (8,1)25,8 (1,9)2 (2,3)Valor p*0,8110,180**0,8240,564**0,0771,000**0,1050,317**0,2100,655**0,2290,1780,8880,5630,0110,025***0,045***0,0770,6230,109**0,0040,8350,068**1,2 (1,3)33,2 (13,6)30,8 (13,6)14,2 (8,0)0,8 (0,8)7,4 (10,3)1,4 (1,5)33,6 (10,7)30,2 (10,3)12,4 (5,9)0,4 (0,5)6,4 (8,0)0,8470,9660,893**0,7550,3741,0002,8 (1,1)39,4 (9,7)24,6 (9,6)12,6 (8,3)0,4 (0,5)3,8 (4,2)3,4 (1,5)49,8 (7,3)14,2 (7,2)6,8 (2,5)1,2 (1,6)1,2 (1,8)0,4260,1250,080**0,2270,4050,066**Rey (Cópia) 30,6 (5,2) 33,6 (2,6) 0,176** 32,0 (4,0) 33,6 (2,6) 0,414**


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 76d) PlaceboNa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e<strong>na</strong> adolescência que vieram a ser trata<strong>dos</strong> com placebo nos momentos, antes e <strong>de</strong>poisdo tratamento medicamentoso (PLC 1 X PLC 2), foram observadas diferençasestatisticamente significativas no item: Trail Making Test <strong>na</strong> parte B em relação aotempo (p= 0,009) (tabela 12).Importante ressaltar que, apesar do resultado do item Trail Making Test A emrelação ao tempo ter sido estatisticamente significativo, <strong>na</strong> comparação do grupoPLC 1 e PLC 2 (p=0,012), esse resultado não <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>vido àcomparação do grupo CN 1 e CN 2 ter sido também estatisticamente significativa(p=0,040) (tabela 10).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 77Tabela 12 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos PLC 1 e PLC 2, nostestes <strong>de</strong> atenção e funções executivas - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011TestesTrail Making Test ATempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosTrail Making Test BTempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosStroop 1Tempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosStroop 2Tempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosStroop 3Tempo (segun<strong>dos</strong>)ErrosMFFT-20Tempo (segun<strong>dos</strong>)AcertosErrosImpulsivida<strong>de</strong>IneficiênciaFASAnimaisTorre <strong>de</strong> Hanoi 3Tempo (segun<strong>dos</strong>)MovimentoErrosTorre <strong>de</strong> Hanoi 4Tempo (segun<strong>dos</strong>)MovimentoErrosWCSTCategorias CompletasAcertosErrosErros PerseverativosPerdasOutrosPLC 1 (n=8)m (dp)57,5 (22,8)0,1 (0,3)154,9 (122,8)0,5 (0,9)20,1 (9,1)0,5 (1,4)25,1 (15,9)0,4 (1,1)33,2 (14,4)0,7 (1,0)425,4 (265,0)11,4 (4,5)17,3 (12,4)57,5 (10,6)78,5 (2,1)23,5 (13,5)13,1 (4,9)38,9 (28,3)11,5 (4,3)1,5 (2,1)87,6 (47,0)26,8 (5,1)5,2 (8,1)2,6 (1,6)43,4 (10,0)20,6 (10,1)7,4 (3,4)0,6 (0,7)3,6 (5,5)PLC 2(n=8)m (dp)41,9 (16,4)0,0 (0,0)123,2 (95,2)0,8 (1,1)15,9 (5,4)0,0 (0,0)22,2 (10,7)0,0 (0,0)30,6 (12,5)0,7 (1,9)456,7 (239,3)12,1 (5,9)14,6 (11,9)55,0 (14,1)84,5 (20,5)26,5 (10,1)14,9 (4,6)18,2 (13,6)9,9 (3,7)0,6 (1,9)58,8 (34,3)28,5 (8,0)5,7 (14,3)3,0 (1,8)47,7 (8,6)16,2 (8,6)6,7 (3,0)0,6 (0,7)3,0 (4,3)Valor p*0,012***0,317**0,0090,083**0,0560,317**0,4290,317**0,5091,000**0,5150,6050,384**0,9100,7720,1190,0990,3670,0630,066**0,1670,6370,931**0,1970,1460,160**0,6371,0000,752**Rey (cópia) 32,0 (6,0) 32,5 (6,1) 0,577**FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011*Teste t /** Teste Wilcoxon Si<strong>na</strong>lizado/ *** não consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>vido a comparação do CN 1 e CN 2Legenda: m = média e dp = <strong>de</strong>svio padrão


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 785.3.3.3. Processos <strong>de</strong> memória e aprendizagema) TAIANa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e<strong>na</strong> adolescência que foram avalia<strong>dos</strong>, antes e <strong>de</strong>pois do tratamento medicamentoso(TAIA 1 X TAIA 2 ), po<strong>de</strong>-se observar que o grupo melhorou seu <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong>segunda avaliação em alguns testes. Observou-se diferença estatisticamentesignificativa no item: memória para história 2 (p=0,009) (tabela 13).b) ControleNa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo controle que foram avalia<strong>dos</strong>, antes e<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> seis meses (CN 1 X CN 2 ), po<strong>de</strong>-se observar diferenças estatisticamentesignificativas, <strong>de</strong>monstrando que o grupo apresentou pior <strong>de</strong>sempenho no testememória para história 1 (p=0,027) e melhor <strong>de</strong>sempenho no teste aprendizagemverbal (p=0,025) (tabela 13).Importante ressaltar que, apesar do resultado <strong>dos</strong> itens: RCFT <strong>na</strong> memória(p=0,001) e <strong>na</strong> evocação da aprendizagem verbal (p=0,003) ter sido estatisticamentesignificativo, <strong>na</strong> comparação do grupo TAIA 1 e TAIA 2, esse resultado não <strong>de</strong>ve serconsi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>vido à análise <strong>de</strong> covariância (p=0,044 e p=0,006, respectivamente)(tabela 2). Assim como, não <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado o item <strong>na</strong> aprendizagem verbal(p=0,002) <strong>de</strong>vido à diferença estatisticamente significativa encontrada <strong>na</strong>comparação <strong>dos</strong> grupos controle (CN 1 e CN 2) (tabela 13).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 79Tabela 13 - Comparação do <strong>de</strong>sempenho das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> gruposTAIA 1 e TAIA 2 e <strong>dos</strong> grupos CN1 e CN2, nos testes <strong>de</strong> memória e aprendizagem -IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011TestesMemória VisualRey (memória)Memória ce<strong>na</strong>sReconhecimentoMemória <strong>de</strong>senhoReconhecimentoMemória VerbalMemória História 1Memória História 2ReconhecimentoTAIA 1 (n=18)m (dp)14,8 (6,2)8,7 (2,1)8,3 (2,1)9,4 (2,7)9,2 (3,2)9,9 (2,5)9,7 (2,5)11,4 (2,7)TAIA 2 (n=18)m (dp)19,8 (7,1)9,3 (2,4)9,4 (3,0)10,8 (3,0)9,6 (3,0)11,0 (3,0)11,3 (3,0)11,7 (2,2)Valor P*0,001***0,3270,1490,0150,6750,1300,0090,622CN1 (n=10)m (dp)19,8 (10,1)10,6 (1,6)10,2 (2,5)11,5 (3,0)9,8 (3,4)14,0 (1,9)12,6 (1,1)13,6 (1,8)CN2 (n=10)m (dp)23,3 (8,0)10,9 (2,0)10,9 (3,0)11,0 (3,5)10,7 (4,0)12,0 (1,7)12,0 (1,9)12,6 (2,2)Valor p*0,5480,4680,4600,5910,4420,0270,3430,096Aprendizagem VerbalAprendizagemEvocaçãoReconhecimentoMemória <strong>de</strong> TrabalhoVisualVerbal8,4 (2,0)8,4 (2,1)10,0 (2,6)9,4 (3,4)9,0 (3,1)10,4 (2,7)10,2 (2,3)10,5 (2,4)10,0 (2,5)9,6 (2,1)0,002***0,003***0,4290,4050,5139,3 (2,3)9,9 (2,5)10,8 (2,4)11,0 (3,9)10,6 (2,7)11,0 (2,3)10,5 (2,7)11,1 (2,2)12,7 (2,7)11,9 (3,1)0,0250,2600,8240,1220,1181 e CN 2FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011Teste t /** Teste Wilcoxon Si<strong>na</strong>lizado/*** não consei<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>vido a análise <strong>de</strong> covariância ou <strong>na</strong> comparação do CNLegenda: m = média e dp = <strong>de</strong>svio padrãoc) Tratamento MedicamentosoNa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e<strong>na</strong> adolescência que vieram a ser trata<strong>dos</strong> com clomiprami<strong>na</strong> nos momentos, antes e<strong>de</strong>pois do uso da medicação (CLO 1 X CLO 2), foi observada diferençaestatisticamente significativa no item: memória para ce<strong>na</strong>s (p=0,025) (tabela 13)Já <strong>na</strong> comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infânciae <strong>na</strong> adolescência que vieram a ser trata<strong>dos</strong> com fluoxeti<strong>na</strong> nos momentos, antes e<strong>de</strong>pois do uso da medicação (FLX 1 X FLX 2), foram observadas diferençasestatisticamente significativas no teste: memória para história 2 (p=0,033). (tabela14)


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 80Salienta-se que, apesar do resultado do item: RCFT <strong>na</strong> memória (p=0,033) tersido estatisticamente significativo, <strong>na</strong> comparação do grupo CLO 1 e CLO 2, esseresultado não <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>vido à análise <strong>de</strong> covariância (p=0,044) (tabela2).Tabela 14 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos CLO1 e CLO 2 e<strong>dos</strong> grupos FLX 1 E FLX 2, nos testes <strong>de</strong> memória e aprendizagem - IPQ HCFMUSP – 2008 a 2011TestesMemória VisualRey (memória)Memória ce<strong>na</strong>sReconhecimentoMemória <strong>de</strong>senhoReconhecimentoMemória VerbalMemória História 1Memória História 2ReconhecimentoAprendizagem VerbalAprendizagemEvocaçãoReconhecimentoMemória <strong>de</strong> TrabalhoVisualVerbalCLO1 (n=5)m (dp)12,4 (6,3)7,0 (2,7)7,2 (2,3)7,6 (1,5)8,4 (4,7)10,6 (3,6)9,6 (3,0)11,2 (4,6)7,4 (2,8)7,2 (1,3)11,2 (3,4)8,6 (3,7)8,4 (2,1)CLO2 (n=5)m (dp)20,4 (4,8)9,8 (2,3)7,0 (2,2)8,2 (1,5)9,4 (2,7)10,8 (2,4)11,4 (2,4)12,0 (1,9)9,6 (2,9)8,8 (1,5)10,4 (0,5)9,8 (1,9)9,2 (1,5)Valor p*0,033***0,0250,8380,3740,6920,8470,0880,6140,1710,1400,6360,5160,495FLX1 (n=5)m (dp)16,0 (4,2)9,4 92,2)8,0 (1,0)11,0 (2,2)9,0 (0,7)9,6 (1,5)9,4 (2,8)10,8 (0,8)8,4 (0,9)8,2 (2,7)8,2 (2,2)9,6 (2,3)9,0 (3,4)FLX2 (n=5)m (dp)19,0 (2,9)9,0 (3,1)9,6 (3,6)12,2 (3,1)9,2 (4,0)12,0 (2,5)12,0 (2,2)11,8 (2,6)10,2 (2,2)10,0 (2,6)9,2 (3,4)9,0 (2,0)10,6 (2,5)Valor p*0,2840,6880,3470,1450,9110,1090,0330,3260,2210,1950,4130,2080,472FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011*Teste t /** Teste Wilcoxon Si<strong>na</strong>lizado/ *** não consei<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>vido à análise <strong>de</strong> covariânciaLegenda: m = média e dp = <strong>de</strong>svio padrãod) PlaceboNa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e<strong>na</strong> adolescência que foram trata<strong>dos</strong> com placebo nos momentos, antes e <strong>de</strong>pois douso da medicação (PLC 1 X PLC 2), não foi observada diferença estatisticamentesignificativa (tabela 15).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 81Ressalta-se que, apesar do resultado <strong>dos</strong> testes: no teste: RCFT <strong>na</strong> memória(p=0,033) e a aprendizagem verbal (p=0,021) terem sido estatisticamentesignificativos <strong>na</strong> comparação do grupo PLC 1 e PLC 2, esse resultado não <strong>de</strong>ve serconsi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>vido à análise <strong>de</strong> covariância (p=0,044) (tabela 2) e a diferençasignificativa entre o grupo controle (CN 1 e CN 2) (p=0,025) respectivamente (tabela13).Tabela 15 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos PLC 1 e PLC 2, nostestes <strong>de</strong> memória e aprendizagem - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011TestesMemória VisualRey (memória)Memória ce<strong>na</strong>sReconhecimentoMemória <strong>de</strong>senhoReconhecimentoMemória VerbalMemória História 1Memória História 2ReconhecimentoAprendizagem VerbalAprendizagemEvocaçãoReconhecimentoMemória <strong>de</strong> TrabalhoVisualVerbalPLC 1 (n=8)m (dp)15,5 (7,5)9,4 (0,7)9,2 (2,4)9,6 (3,0)9,9 (3,3)9,7 (2,4)9,9 (2,5)11,9 (2,2)9,0 (1,8)9,4 (2,0)10,5 (1,9)9,8 (4,2)9,6 (3,9)PLC (n=8)m (dp)19,9 (10,3)9,2 (2,4)10,7 (2,2)11,5 (3,0)10,0 (2,3)10,5 (3,8)10,7 (3,9)11,4 (2,4)11,1 (2,9)11,2 (2,3)11,5 (2,1)11,0 (3,0)9,1 (2,3)Valor p*0,033***0,8970,2390,0950,9220,5390,4060,4870,021***0,0590,2270,4520,718FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011*Teste t / ** não consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>vido a comparação do CN 1 e CN 2 e à análise <strong>de</strong> covariânciaLegenda: m = média e dp = <strong>de</strong>svio padrão5.3.3.4. Escala <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>a) TAIANa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e<strong>na</strong> adolescência que foram avalia<strong>dos</strong>, antes e <strong>de</strong>pois do tratamento medicamentoso


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 82(TAIA 1 X TAIA 2 ), po<strong>de</strong>-se observar que o grupo apresentou diminuição nosescores da manifestação da ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> segunda avaliação em alguns itens.Observou-se diferença estatisticamente significativa nos itens: “MASC total”(p=0,004), “inconsistência” (p=0,001), “tenso e inquieto” (p=0,004), “sintomasfísicos” (p=0,003), “<strong>de</strong>sempenho público” (p=0,001), “ansieda<strong>de</strong> social” (p=0,019) e“índice <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>” (p=0,013). (tabela 16)b) ControleNa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo controle que foram avalia<strong>dos</strong>, antes e<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> seis meses (CN 1 X CN 2 ), po<strong>de</strong>-se observar diferença estatisticamentesignificativa nos itens: “somático” (p=0,046) e “pânico e separação” (p=0,045).Demonstrando que após a segunda avaliação o grupo apresentou diminuição nosescores <strong>de</strong> manifestação <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> (tabela 16).Salienta-se, que apesar do resultado do item: “somático” (p=0,013), ter sidoestatisticamente significativo <strong>na</strong> comparação do grupo TAIA 1 e TAIA 2, esseresultado não <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>vido à diferença significativa entre o grupocontrole (CN 1 e CN 2) (p=0,046) (tabela 16).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 83Tabela 16 - Comparação do <strong>de</strong>sempenho das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> gruposTAIA 1 e TAIA 2 e <strong>dos</strong> grupos CN1 e CN2, <strong>na</strong> escala <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> - IPQ HCFMUSP – 2008 a 2011Itens da escala TAIA 1 (n=18) TAIA 2 (n=18) Valor P* CN1 (n=10) CN2 (n=10) Valor p*m (dp)m (dp)m (dp) m (dp)MASC Total 49,9 (11,0) 39,4 (12,4) 0,004 39,4 (8,8) 36,7 (8,1) 0,513Inconsistência 5,8 (2,8) 3,0 (1,5) 0,001 6,9 (4,4) 6,8 (2,8) 0,811Tenso e Inquieto 50,4 (12,7) 41,3 (8,9) 0,004 41,1 (8,3) 38,9 (5,0) 0,588Somático 48,6 (8,6) 42,0 (4,7) 0,013*** 40,4 (2,1) 44,5 (3,9) 0,046Sintomas físicos 49,5 (11,0) 40,5 (6,8) 0,003 39,7 (4,8) 41,2 (3,9) 0,217Perfeccionismo 40,8 (9,8) 37,2 (11,6) 0,150 39,6 (8,4) 35,5 (8,5) 0,411Superar ans 37,8 (6,4) 35,6 (9,6) 0,296 39,4 (9,5) 37,1 (9,0) 0,805Evitar danos 37,2 (7,7) 34,9 (10,9) 0,321 36,6 (9,4) 34,8 (8,5) 0,826Humilhação e rej 51,8 (14,8) 43,8 (11,8) 0,051 45,5 (9,9) 42,1 (6,1) 0,543Desempenho pub 56,4 (11,9) 45,0 (13,0) 0,001 45,5 (9,8) 42,2 (10,4) 0,528Ansieda<strong>de</strong> social 54,3 (13,6) 45,3 (12,2) 0,019 45,2 (9,9) 41,2 (8,2) 0,427Pânico e separação 55,0 (12,0) 49,1 (12,7) 0,107 52,6 (10,6) 45,7 (6,4) 0,045Índice <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> 44,0 (12,0) 35,5 (11,3) 0,013 41 (10,5) 34,9 (10,0) 0,752FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011*Teste t / ** não consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>vido a comparação do CN 1 e CN 2Legenda: m= média/ dp = <strong>de</strong>svio padrãoc) Tratamento MedicamentosoNa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e<strong>na</strong> adolescência que vieram a ser trata<strong>dos</strong> com clomiprami<strong>na</strong> nos momentos, antes e<strong>de</strong>pois do tratamento medicamentoso (CLO 1 X CLO 2), foi observada diferençaestatisticamente significativas no item: “<strong>de</strong>sempenho em público” (p=0,044) (tabela17). O mesmo foi observado <strong>na</strong> comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e <strong>na</strong> adolescência com fluoxeti<strong>na</strong> nos momentos, antes e<strong>de</strong>pois do uso da medicação (FLX 1 X FLX 2) (p=0,043) (tabela 17).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 84Tabela 17 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos CLO1 e CLO 2 e<strong>dos</strong> grupos FLX 1 e FLX 2, <strong>na</strong> escala <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011Itens da escala CLO1 (n=5) CLO2 (n=5) Valor FLX1 (n=5) FLX2 (n=5) Valor p*m (dp) m (dp) p*m (dp) m (dp)MASC Total 42,8 (6,9) 39,6 (12,2) 0,554 49,6 (8,3) 35,6 (8,) 0,124Inconsistência 6,6 (2,5) 4,0 (1,9) 0,073 6,6 (3,4) 2,6 (1,9) 0,065Tenso e Inquieto 46,6 (6,8) 42,6 (10,3) 0,341 50,6 (17,6) 36,6 (2,3) 0,167Somático 43,0 (5,6) 40,6 (6,5) 0,622 49,2 (9,4) 42,4 (3,8) 0,303Sintomas físicos 44,4 (5,0) 40,8 (8,3) 0,371 50,2 (14,7) 38,4 (2,2) 0,191Perfeccionismo 34,6 (8,1) 37,4 (12,5) 0,480 41,0 (9,5) 38,2 (14,3) 0,581Superar ans 33,8 (7,5) 37,4 (13,8) 0,449 40,4 (4,0) 33,8 (10,9) 0,171Evitar danos 32,0 (7,7) 36,0 (13,9) 0,423 33,8 (10,9) 39,0 (7,5) 0,561Humilhação e rej 41,8 (5,9) 42,8 (11,1) 0,841 36,0 (12,4) 50,4 (14,7) 0,278Desempenho pub 55,0 (8,6) 46,8 (11,1) 0,044 40,2 (5,0) 50,2 (8,9) 0,043Ansieda<strong>de</strong> social 47,0 (6,2) 44,2 (5,9) 0,454 37,4 (3,4) 50,4 (10,5) 0,121Pânico e separação 54,2 (6,6) 48,6 (9,3) 0,155 60,4 (14,3) 46,8 (11,0) 0,195Índice <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> 38,4 (9,3) 37,2 (8,1) 0,595 45,0 (9,5) 34,0 (9,3) 0,208FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011*Teste t / Legenda: m= média/ dp = <strong>de</strong>svio padrãod) PlaceboNa comparação <strong>dos</strong> sujeitos do grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e<strong>na</strong> adolescência que vieram a ser trata<strong>dos</strong> com placebo nos momentos, antes e <strong>de</strong>poisdo tratamento medicamentoso (PLC 1 X PLC 2) foram observadas diferençasestatisticamente significativas nos itens: “MASC Total” (p=0,023), “tenso e inquieto”(p=0,001), “sintomas físicos” (p=0,004), “perfeccionista” (p=0,033), “evitar danos”(p=0,029) e “índice <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>” (p=0,045). (tabela 18)Salienta-se, que apesar do resultado do item: “somático” (p=0,013), ter sidoestatisticamente significativo <strong>na</strong> comparação do grupo PLC 1 e PLC 2, esseresultado não <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>vido à diferença significativa entre o grupocontrole (CN 1 e CN 2) (p=0,046) (tabela 16).


____________________________________________________________Resulta<strong>dos</strong> 85Tabela 18 - Comparação das crianças e adolescentes <strong>dos</strong> grupos PLC 1 e PLC 2, <strong>na</strong>escala <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011Itens da escala PLC 1 (n=8) PLC (n=8) Valor P*m (dp) m (dp)MASC Total 55,1 (13,1) 42,0 (15,8) 0,023Inconsistência 4,7 (2,5) 2,7 (0,5) 0,074Tenso e Inquieto 53,0 (13,1) 43,7 (10,5) 0,001Somático 52,3 (8,5) 42,7 (4,5) 0,013***Sintomas físicos 52,6 (11,4) 41,7 (8,2) 0,004Perfeccionismo 45,0 (10,1) 36,4 (10,9) 0,033Superar ans 38,7 (6,4) 35,6 (5,7) 0,148Evitar danos 39,6 (7,0) 33,3 (9,0) 0,029Humilhação e rej 59,9 (16,0) 47,0 (15,8) 0,080Desempenho púb 61,8 (14,4) 49,1 (17,1) 0,080Ansieda<strong>de</strong> social 62,4 (16,2) 51,4 (16,5) 0,160Pânico e separação 51,8 (11,6) 51,1 (16,9) 0,892Índice <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> 45,8 (13,7) 35,3 (15,4) 0,045FONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011*Teste t / ** não consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>vido a comparação do CN 1 e CN 2Legenda: m= média/ dp = <strong>de</strong>svio padrão


_____________________________________________________________Discussão 866 DISCUSSÃO


_____________________________________________________________Discussão 87Para o nosso conhecimento, trata-se do primeiro estudo realizado no Brasil acomparar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> pacientes com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância eadolescência sem qualquer tratamento prévio.6.1. Primeira avaliação6.1.1. Avaliação cognitivaEm relação à primeira avaliação (grupo <strong>de</strong> sujeitos com <strong>transtornos</strong> ansiosos prétratamentomedicamentoso comparado ao grupo controle), observaram-se diferençasestatisticamente significativas entre os grupos em diversas provas neuropsicológicas.Esse fato corrobora a hipótese inicial <strong>de</strong> que o grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>(sem tratamento prévio e sem outras comorbida<strong>de</strong>s do que com o próprio transtorno<strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>) apresentariam um <strong>de</strong>sempenho inferior ao grupo controle nosprocessos atencio<strong>na</strong>is, mnésticos e executivos, sugerindo a interferência da ansieda<strong>de</strong>nesses processos.Entre os processos cognitivos acima mencio<strong>na</strong><strong>dos</strong>, ressalta-se o déficitatencio<strong>na</strong>l observado entre os pacientes com TAIA, uma vez que os mecanismosatencio<strong>na</strong>is são aponta<strong>dos</strong> como componentes essenciais para os processoscognitivos e/ou <strong>de</strong> aprendizagem (Nabas e Xavier, 2004). Sem a capacida<strong>de</strong> seletivada atenção, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações não selecio<strong>na</strong>das seria tão gran<strong>de</strong> e<strong>de</strong>sorganizada que nenhuma ativida<strong>de</strong> seria possível (Luria, 1981). Todo ofuncio<strong>na</strong>mento cognitivo do indivíduo po<strong>de</strong> ser afetado, visto que a atenção estáalterada (Sapir e Aronson, 1990). Dessa maneira, acredita-se que as outrasdificulda<strong>de</strong>s cognitivas observadas no grupo TAIA seriam secundárias à dificulda<strong>de</strong>atencio<strong>na</strong>l. De fato, Vasa e colaboradores, em estudo com crianças com <strong>transtornos</strong><strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, sugerem que déficits <strong>de</strong> memória (visual) observa<strong>dos</strong> nesses sujeitosseriam secundários aos processos atencio<strong>na</strong>is (Vasa et al., 2007).Observou-se que as crianças e adolescentes com TAIA necessitaram <strong>de</strong> umtempo maior para executar as ativida<strong>de</strong>s quando comparadas ao grupo controle. Esseresultado revela que esses jovens apresentaram uma menor velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta


_____________________________________________________________Discussão 88quando foi necessário mudar a atenção entre dois estímulos (Trail Making Test formaB). Derakshan et al (2009) afirmam que a ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> afetar a eficiência <strong>na</strong>tarefa, em relação à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter um bom <strong>de</strong>sempenho. De forma semelhanteEmerson et al., utilizando o Trail Making Test para medir os efeitos da ansieda<strong>de</strong> eda <strong>de</strong>pressão, observaram diferença significativa <strong>na</strong> parte B <strong>de</strong>sse teste em relação aotempo, ou seja, indivíduos com ansieda<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>pressão diminuíram a velocida<strong>de</strong> emcomparação aos não ansiosos (Emerson et al., 2005). Sendo assim, a diminuição <strong>na</strong>velocida<strong>de</strong> do tempo po<strong>de</strong>ria ocorrer <strong>de</strong>vido à redução do funcio<strong>na</strong>mentoneuropsicológico em geral, sugerindo um funcio<strong>na</strong>mento frontal prejudicado(influência da ansieda<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>pressão), conforme proposto por Kusche et al. (1993) eEmerson et al. (2005).Além <strong>de</strong>ssa diminuição da velocida<strong>de</strong> do tempo, observou-se diferençasignificativa no <strong>de</strong>sempenho das crianças diagnosticadas com TAIA em relação aogrupo controle em testes <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento executivo que me<strong>de</strong>m o planejamento e aflexibilida<strong>de</strong> mental. De fato sujeitos do grupo com TAIA tiveram dificulda<strong>de</strong>s pararealizar o teste da Torre <strong>de</strong> Hanoi. Eles precisaram <strong>de</strong> mais movimentos e maistempo para executar a tarefa, em comparação ao grupo controle. Além disso,cometeram mais erros <strong>na</strong> fase mais complexa da tarefa (4 peças). Nossos acha<strong>dos</strong>reforçam da<strong>dos</strong> existentes <strong>na</strong> literatura. De acordo com Dutke e Stober (2001),indivíduos com ansieda<strong>de</strong> apresentam melhor <strong>de</strong>sempenho em tarefas mais fáceis,uma vez que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> memória restante po<strong>de</strong> ser suficiente para satisfazer asexigências <strong>de</strong> tais tarefas. O mesmo não ocorreria <strong>na</strong> execução <strong>de</strong> tarefas complexas,tais como as presentes no teste da Torre <strong>de</strong> Hanoi (tarefas <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> problemascomplexos relacio<strong>na</strong>da à função executiva, que tem sido <strong>de</strong>finida como a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> manter a<strong>de</strong>quada a solução <strong>de</strong> um problema para a realização <strong>de</strong> um objetivofuturo). As dificulda<strong>de</strong>s citadas acima estariam relacio<strong>na</strong>das à tarefa que envolveprocessos <strong>de</strong> execução, tais como: planejamento, memória <strong>de</strong> trabalho, inibição einteligência fluida (Welsh e Huizinga, 2005).Quanto à flexibilida<strong>de</strong> mental, o grupo com TAIA apresentou maiordificulda<strong>de</strong> no <strong>de</strong>sempenho do teste WCST (em relação ao número <strong>de</strong> categoriascompletadas, ao número <strong>de</strong> acertos, erros e categorias outros) quando compara<strong>dos</strong> ao


_____________________________________________________________Discussão 89grupo controle. Os resulta<strong>dos</strong> do presente estudo corroboram os acha<strong>dos</strong> porEmerson et al (2005), que avaliaram meninos com ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pressão por meio<strong>de</strong> um teste <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> conceito (Woodcock Johnson Teste <strong>de</strong> Habilida<strong>de</strong>sCognitivas). Os autores relataram que indivíduos ansiosos ou <strong>de</strong>primi<strong>dos</strong>apresentavam dificulda<strong>de</strong> <strong>na</strong> mudança do set (mudar o curso da resposta), no teste <strong>de</strong>hipóteses e <strong>na</strong> resolução <strong>de</strong> problemas, aspectos relacio<strong>na</strong><strong>dos</strong> à flexibilida<strong>de</strong> mental(Emerson et al, 2005).Ainda em relação à flexibilida<strong>de</strong> mental, Toren et al (2000) observaram queindivíduos com ansieda<strong>de</strong> cometiam mais erros e respostas perseverativas do que osindivíduos não ansiosos em um teste que avaliou a flexibilida<strong>de</strong> cognitiva ehabilida<strong>de</strong>s organizacio<strong>na</strong>is (WCST). Os autores também relataram que os jovensansiosos não aproveitavam o feedback negativo dado pelo avaliador (uma respostanegativa após o erro induzia a criança a repetir o erro) (Toren et al, 2000). Estesresulta<strong>dos</strong> sugerem que crianças e adolescentes com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> exibemuma a<strong>de</strong>são rígida a um <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do padrão e uma diminuição da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mudar o foco para outra ativida<strong>de</strong>, fatos relacio<strong>na</strong><strong>dos</strong> à quantida<strong>de</strong> limitada <strong>de</strong>recursos cognitivos para investir em uma tarefa. Além disso, ansieda<strong>de</strong> epreocupação ten<strong>de</strong>m a prejudicar o <strong>de</strong>sempenho em tarefas com alta <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>memória <strong>de</strong> trabalho (Dutke e Stober, 2001)No presente estudo, o grupo diagnosticado com TAIA cometeu mais errossimples, mas não erros perseverativos ou respostas perseverativas, sugerindo quetentaram encontrar outra forma <strong>de</strong> resolver a tarefa, mas foram ineficientes para aresolução. De fato, Watts e Weems (2006) observaram que os ansiosos e <strong>de</strong>primi<strong>dos</strong>,quando compara<strong>dos</strong> aos controles, apresentavam mais erros em testes que avaliam aatenção, sugerindo que tal funcio<strong>na</strong>mento ocorre <strong>de</strong>vido à percepção pobre existenteno funcio<strong>na</strong>mento frontal prejudicado (Hadwin et al., 2005).Além das dificulda<strong>de</strong>s acima citadas, as crianças e adolescentes com TAIAapresentaram pior <strong>de</strong>sempenho em relação aos controles nos testes que avaliarammemória visual e verbal, memória <strong>de</strong> trabalho visual e processos <strong>de</strong> aprendizagemverbal. Da<strong>dos</strong> da literatura confirmam esses acha<strong>dos</strong>, indicando que haja uma fortecorrelação entre a ansieda<strong>de</strong> e a memória. Em estudo com meninos ente 7 e 11 anos


_____________________________________________________________Discussão 90com risco para <strong>de</strong>linquência, Pine et al. (1999) verificaram escores baixos <strong>na</strong>memória verbal e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho por meio do WRAML. De forma semelhante, Vasarelatou dificulda<strong>de</strong> tanto <strong>na</strong> memória verbal quanto <strong>na</strong> visual (Vasa, 2007).As associações mais importantes encontradas no WRAML no estudo <strong>de</strong> Pine et al(1999) foram em relação ao subteste memória <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho, embora tenha havidoalguma inconsistência <strong>na</strong>s análises <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, que po<strong>de</strong>riam relacio<strong>na</strong>r-se alimitações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r estatístico. Observaram-se também déficits <strong>na</strong> habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssesjovens em memorizar uma lista <strong>de</strong> palavras. Tais acha<strong>dos</strong> sugerem uma relação coma região temporal esquerda nos <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>. Além disso, a dificulda<strong>de</strong><strong>de</strong> memória <strong>de</strong> trabalho estaria relacio<strong>na</strong>da a déficits no córtex pré-frontaldorsolateral e à dificulda<strong>de</strong> <strong>na</strong> codificação da memória ou recordação relacio<strong>na</strong>da adisfunções mais específicas no hipocampo e outras estruturas límbicas, incluindo aamígdala (localizada <strong>na</strong> região temporal medial) (Pine, 1999).Segundo Pine (1999), três mecanismos po<strong>de</strong>riam explicar as associaçõesentre a ansieda<strong>de</strong> e a memória. Primeiramente, a ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> levar a déficits <strong>de</strong>memória interrompendo processos cognitivos básicos (tais como a atenção) quefacilitam a memória. O segundo mecanismo relacio<strong>na</strong> a ansieda<strong>de</strong> comoconsequência do déficit <strong>de</strong> memória, fato ligado ao estresse associado ao déficit <strong>na</strong>capacida<strong>de</strong> cognitiva fundamental. Como exemplo, crianças com um déficit <strong>de</strong>memória po<strong>de</strong>m ir mal <strong>na</strong> escola ou encontrar dificulda<strong>de</strong>s em situações sociais. Oestresse associado a essas situações po<strong>de</strong>ria, assim, levar à ansieda<strong>de</strong>. Fi<strong>na</strong>lmente, osdéficits <strong>de</strong> memória e a ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m surgir a partir do mesmo substrato,influencia<strong>dos</strong> por estruturas temporais mediais (Pine, 1999).Outro estudo sugere que dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> memória po<strong>de</strong>riam ocorrer <strong>de</strong>vido aofato que indivíduos ansiosos ocupariam parcialmente a capacida<strong>de</strong> da memória <strong>de</strong>trabalho em tarefas irrelevantes com pensamentos, preocupações, autoavaliações easpectos <strong>de</strong> fracasso. Resultaria, assim, em uma redução <strong>na</strong> competência <strong>de</strong> evocarinformações. Dessa maneira, em tarefas coor<strong>de</strong><strong>na</strong>tivas que exigem que asinformações sejam processadas simultaneamente (armaze<strong>na</strong>ndo o resultado dasetapas anteriores), os indivíduos ansiosos apresentariam um <strong>de</strong>sempenho inferior


_____________________________________________________________Discussão 91(Dutke e Stober, 2001). Ou seja, a complexida<strong>de</strong> da tarefa prejudicaria a eficácia do<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> indivíduos ansiosos (Hadwin et al., 2005).Outra explicação para a dificulda<strong>de</strong> em recordar ou recuperar um conteúdoaprendido nos indivíduos ansiosos po<strong>de</strong>ria relacio<strong>na</strong>r-se a um momento <strong>de</strong> tensão(Wigfeld e Eccles, 1989). Em contrapartida, um estudo que avaliou crianças eadolescentes (com ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 6 a 17 anos) diagnostica<strong>dos</strong> com transtorno <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>pressão, associou a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> memória ape<strong>na</strong>s ao grupo com<strong>de</strong>pressão e não ao grupo com ansieda<strong>de</strong> (Gunther et al., 2004).De um modo geral, po<strong>de</strong>-se dizer que as dificulda<strong>de</strong>s cognitivas estãoassociadas a <strong>de</strong>ficiências do funcio<strong>na</strong>mento do lobo frontal, como <strong>de</strong>monstrado, porexemplo, no <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong> tarefa do teste da Torre <strong>de</strong> Hanoi. Tal tarefa tem<strong>de</strong>monstrado sensibilida<strong>de</strong> para a função e disfunção do lobo pré-frontal (Kusche etal, 1993; Emerson, 2005; Hadwin, 2005).6.1.2. Manifestação da ansieda<strong>de</strong>Os diagnósticos mais encontra<strong>dos</strong> nesse estudo foram: transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong><strong>de</strong> separação, fobia social, transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> generalizada, fobia simples. Alémdisso, observou-se taxa elevada <strong>de</strong> comorbida<strong>de</strong>s entre os vários diagnósticos <strong>de</strong><strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> (80%). Esses resulta<strong>dos</strong> estão <strong>de</strong> acordo com aquelesencontra<strong>dos</strong> <strong>na</strong> literatura (Asbahr, 2004; Kashani e Orvaschel, 1990). Assim, optousepor avaliar a percepção da criança sobre seus sintomas, através da utilização daescala MASC, para a avaliação das diversas formas <strong>de</strong> manifestação <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>.Quando compara<strong>dos</strong> o grupo com TAIA e o grupo controle, observaram-sediferenças estatisticamente significativas em vários itens do referido instrumento(“escore total”, “tenso e inquieto”, “somático”, “sintomas físicos”, “humilhação erejeição”, “<strong>de</strong>sempenho público” e “ansieda<strong>de</strong> social”). Tais resulta<strong>dos</strong> estão <strong>de</strong>acordo com a literatura, que aponta para a associação <strong>de</strong> sintomas físicos a quadros<strong>de</strong> TAIA (Gorenstein et al., 2000).


_____________________________________________________________Discussão 926.2. Segunda avaliaçãoApós a primeira avaliação, foi realizada a comparação entre os doismomentos (pré e pós-tratamento) em cada grupo separadamente, o que permitiu acomparação do <strong>de</strong>sempenho daqueles sujeitos que foram reavalia<strong>dos</strong> após o período<strong>de</strong> seis meses. A segunda avaliação foi realizada em cinco subgrupos: ansieda<strong>de</strong>(to<strong>dos</strong> os reavalia<strong>dos</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do tratamento), controle, fluoxeti<strong>na</strong>,clomiprami<strong>na</strong> e placebo. Essa comparação possibilitou a análise conjunta <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>para a verificação tanto do efeito da aprendizagem (por meio do re-teste noscontroles), quanto do efeito do tratamento medicamentoso sobre o <strong>de</strong>sempenhocognitivo.6.2.1. ControlePara a reavaliação <strong>de</strong> sujeitos submeti<strong>dos</strong> a avaliações repetidas após breveintervalo <strong>de</strong> tempo e que utilizam os mesmos instrumentos (re-testagem), faz-senecessário consi<strong>de</strong>rar a existência <strong>de</strong> possível efeito aprendizagem (Beglinger et al.,2005). A re-testagem permite a análise das mudanças ocorridas no funcio<strong>na</strong>mentocognitivo, possibilitando verificar os benefícios <strong>de</strong> um tratamento (Gruber eYurgelun-todd, 2001).No presente estudo, quando compara<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sempenhos das duas avaliaçõesdo grupo controle, encontraram-se diferenças estatisticamente significativas <strong>na</strong>sativida<strong>de</strong>s que avaliaram:a) a atenção em relação ao tempo necessário para <strong>de</strong>sempenhar algumasativida<strong>de</strong>s (nos testes: Trail Making Test forma A; Stroop Card Test 3 e MFFT-20);b) a memória verbal <strong>de</strong> curto prazo e a aprendizagem verbal (nos subtestes doWRAML 2) ec) a manifestação da ansieda<strong>de</strong> (pela escala MASC nos itens: “somático”;“pânico e separação”).De um modo geral, apresentaram um melhor <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong> segundaavaliação, com exceção da ativida<strong>de</strong> que avaliava memória verbal a curto prazo


_____________________________________________________________Discussão 93(“memória para história 1” do subteste WRAML 2) nessa as crianças e adolescentesapresentaram um pior <strong>de</strong>sempenho. Esses da<strong>dos</strong> sugerem que a melhora do<strong>de</strong>sempenho pelo aprendizado ocorreu mesmo após um intervalo <strong>de</strong> seis meses,razão pela qual essas ativida<strong>de</strong>s não foram consi<strong>de</strong>radas <strong>na</strong> comparação com osoutros grupos. Para o nosso conhecimento, esse é o primeiro estudo a apresentarda<strong>dos</strong> <strong>de</strong> re-testagem com um grupo controle.Importante consi<strong>de</strong>rar que alguns testes são mais sensíveis à presença <strong>de</strong>sintomas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> (Cunha et al, 2000). Além disso, em situações <strong>de</strong>sconhecidas,tais com aplicações <strong>de</strong> testes neuropsicológicos, a pessoa po<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar certo grau<strong>de</strong> reserva, falta <strong>de</strong> espontaneida<strong>de</strong>, certa apreensão ou ansieda<strong>de</strong>, como mo<strong>dos</strong>adaptativos frente a essas situações (Cunha et al., 2000). Assim, é <strong>de</strong> fundamentalimportância a preparação do paciente para a avaliação, procurando aliviarsentimentos <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, que po<strong>de</strong>m vir a interferir no <strong>de</strong>sempenho (Capovilla,2007). Dessa maneira, mesmo não sendo patológicos, sintomas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mter ocorrido quando da primeira avaliação (situação <strong>de</strong>sconhecida). Essa ansieda<strong>de</strong>po<strong>de</strong> ter sido reduzida <strong>na</strong> segunda avaliação (situação conhecida).6.2.2. Diferentes tratamentos medicamentosos6.2.2.1. Ansieda<strong>de</strong> pré e pós-tratamento medicamentoso(in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do tipo <strong>de</strong> tratamento)Fizeram-se duas hipóteses para segunda avaliação:1) o grupo com transtorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> tratado com medicamento duranteperíodo <strong>de</strong> seis meses apresentaria um <strong>de</strong>sempenho superior <strong>na</strong> segunda avaliação(pós-tratamento) em relação à primeira (pré-tratamento) nos processos atencio<strong>na</strong>is,mnésticos e executivos e;2) o grupo placebo apresentaria <strong>de</strong>sempenho inferior ao grupo que recebeumedicação nos mesmos processos.


_____________________________________________________________Discussão 94Em relação à primeira hipótese, quando compara<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sempenhos <strong>na</strong>sduas avaliações <strong>dos</strong> sujeitos do grupo TAIA, encontrou-se diferença significativa <strong>na</strong>sativida<strong>de</strong>s que avaliavam:a) eficiência intelectual estimada (no subteste “matrizes do raciocínio” doWASI e no valor do QI);b) atenção e função executiva em relação ao tempo e número <strong>de</strong> movimentose erros necessários para <strong>de</strong>sempenhar uma ativida<strong>de</strong> (nos testes Trail Making Testforma B e Torre <strong>de</strong> Hanoi com 3 e 4 peças);c) <strong>na</strong> memória verbal a longo prazo (no subteste “memória para história 2” doWRAML 2) ed) manifestação da ansieda<strong>de</strong> (em alguns itens da escala MASC),<strong>de</strong>monstrando uma melhora do <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong> segunda avaliação.Esses resulta<strong>dos</strong> estão <strong>de</strong> acordo com a nossa primeira hipótese sobre asegunda avaliação, o que sugere que após o tratamento, o grupo com TAIAapresentou um melhor funcio<strong>na</strong>mento cognitivo.6.2.2.2. Clomiprami<strong>na</strong>Quando compara<strong>dos</strong> os grupos (clomiprami<strong>na</strong>, fluoxeti<strong>na</strong> e placebo)separadamente nos dois momentos (pré e pós-tratamento medicamentoso), po<strong>de</strong>-seobservar que o grupo que foi tratado com clomiprami<strong>na</strong> apresentou melhora <strong>na</strong>segunda avaliação, em três variáveis: duas relacio<strong>na</strong>da à atenção e funçõesexecutivas (Torre <strong>de</strong> Hanoi com 4 peças em relação ao tempo e ao número <strong>de</strong> erros)e a outra relacio<strong>na</strong>da à memória visual a curto prazo (subteste “memória para ce<strong>na</strong>s”do WRAML 2). Além disso, apresentaram melhora no item “<strong>de</strong>sempenho público” daescala MASC. Os da<strong>dos</strong> da literatura são inconsistentes, alguns apontam para umprejuízo no funcio<strong>na</strong>mento cognitivo, o que não foi observado no presente estudo(Hindmarch, 1998; Allen, 1991; Bartfai et al., 1991 apud Carvalho et al., 2002).


_____________________________________________________________Discussão 956.2.2.3. Fluoxeti<strong>na</strong>O grupo que foi tratado com fluoxeti<strong>na</strong>, quando compara<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sempenhos<strong>na</strong>s duas avaliações, apresentou uma melhora <strong>na</strong> segunda avaliação, em trêsvariáveis: duas relacio<strong>na</strong>das à atenção e funções executivas (MFFT-20 índice <strong>de</strong>ineficiência e Torre <strong>de</strong> Hanoi com 4 peças em relação ao tempo) e memória verbal alongo prazo (subteste “memória para história 2” do WRAML 2). Além disso,apresentaram melhora no item “<strong>de</strong>sempenho público” da escala MASC. De fato,alguns estu<strong>dos</strong> sugerem que a fluoxeti<strong>na</strong> po<strong>de</strong>ria melhorar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> novastarefas, levando à melhora da capacida<strong>de</strong> cognitiva (Hindmarch, 1998; Kim et al,2002; Kang et al., 2003; Fontenelle et al., 2007).6.2.2.4. PlaceboNa comparação do <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong>s duas avaliações do grupo que tomouplacebo, observou-se melhora <strong>na</strong> segunda avaliação, em três variáveis: duasrelacio<strong>na</strong>das (subteste matrizes do raciocínio do WASI e valor do QI) e uma aatenção e funções executivas (Trail Making Test forma B em relação ao tempo).Além disso, apresentou melhora nos seguintes itens da escala MASC: “MASC total”,“tenso e inquieto”, “sintomas físicos”, “perfeccionismo”, “evitar danos” e “índice <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong>”. Tais resulta<strong>dos</strong> são contrários à segunda hipótese, sugerindo que o grupoque tomou placebo não apresentou <strong>de</strong>sempenho inferior ao grupo que recebeumedicação. A explicação para essa melhora po<strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>r-se a fatores psicológicos(Khan et al., 2005; Sandler, 2005; Farabaugh et al.,2006).


_____________________________________________________________Discussão 966.3. LimitaçõesRessalta-se primeiramente, que tal análise foi realizada com uma amostrapeque<strong>na</strong>, o que limita as conclusões do estudo. Os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> mostramtendências que, com a ampliação da amostra, po<strong>de</strong>rão ser confirmadas.Pela mesma razão amostral, não foi possível realizar análises separadas porfaixas etárias e gêneros. Não se po<strong>de</strong>, assim, avaliar se houve alguma diferença <strong>de</strong>resposta entre crianças e adolescentes, tampouco entre meninos e meni<strong>na</strong>s. Damesma maneira, não foi possível realizar análises separadas por diagnósticosespecíficos <strong>de</strong> <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>.Possivelmente, a razão do pequeno número da presente amostra relacio<strong>na</strong>-seao número substancial <strong>de</strong> exclusões, intimamente ligado a critérios bastantesrigorosos adota<strong>dos</strong> no estudo.Realizaram-se 404 triagens telefônicas e somente 30 pacientes foramincluí<strong>dos</strong> no estudo. Esse fato <strong>de</strong>veu-se à dificulda<strong>de</strong> em se incluir sujeitos comalgum TAIA sem comorbida<strong>de</strong>s (associação a outros <strong>transtornos</strong> psiquiátricos). Nocaso <strong>dos</strong> TAIA, a presença <strong>de</strong> comorbida<strong>de</strong>s é a regra e não, a exceção. De fato,da<strong>dos</strong> da literatura apontam para a existência <strong>de</strong> altas prevalências <strong>de</strong> <strong>transtornos</strong>ansiosos com os quadros <strong>de</strong> Depressão (Costello et al., 2005), <strong>de</strong> TDAH eTranstorno <strong>de</strong> conduta (Bernstein et al., 1996; Williams e Miller, 2003).Outra limitação relacio<strong>na</strong>-se aos instrumentos utiliza<strong>dos</strong> para as avaliaçõesneuropsicológicas, não padronizadas para a população brasileira. Esse fato dificulta acomparação <strong>de</strong>sse estudo a outros encontra<strong>dos</strong> <strong>na</strong> literatura. A inclusão <strong>de</strong> umcontrole submetido às mesmas avaliações procurou reduzir a influência <strong>de</strong>ssepossível viés metodológico.


____________________________________________________________Conclusões 977 CONCLUSÕES


____________________________________________________________Conclusões 98Com base nos resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong>, conclui-se que:1. O presente estudo sugere que a ansieda<strong>de</strong> excessiva interfere no <strong>de</strong>sempenhocognitivo <strong>de</strong> crianças e adolescentes, em especial <strong>na</strong> atenção, funçõesexecutivas e memória.2. O funcio<strong>na</strong>mento cognitivo <strong>de</strong> crianças e adolescentes com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser afetado <strong>de</strong>vido à alteração da atenção.3. As dificulda<strong>de</strong>s cognitivas encontradas <strong>na</strong> população estudada sãocompatíveis com um funcio<strong>na</strong>mento frontal prejudicado.4. Após período <strong>de</strong> tratamento, as crianças e adolescentes apresentam melhorano <strong>de</strong>sempenho em diversas funções cognitivas, em especial: eficiênciaintelectual estimada, atenção, funções executivas, memória verbal a longoprazo e sintomas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>.5. Após período <strong>de</strong> tratamento, as crianças e adolescentes não apresentaramdiferença em relação ao <strong>de</strong>sempenho cognitivo, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do tipo<strong>de</strong> tratamento.6. O grupo tratado com placebo apresentou melhora semelhante aos grupostrata<strong>dos</strong> com medicação.


_________________________________________________________________Anexos 998 ANEXOS


_______________________________________________________________Anexos 100ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTOHOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINADA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-HCFMUSPMODELO DE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO_______________________________________________________________________DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL LEGAL1. NOME: .:............................................................................. ...........................................................DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ........................................ SEXO : .M □ F □DATA NASCIMENTO: ......../......../......ENDEREÇ.......................................................................... Nº ........................... APTO: ..................BAIRRO............................................................... CIDADE .............................................................CEP:............................. TELEFONE: DDD (............) ......................................................................2.RESPONSÁVEL LEGAL .................................................................................................................NATUREZA (grau <strong>de</strong> parentesco, tutor, curador etc.) .....................................................................DOCUMENTO DE IDENTIDADE :....................................SEXO: M □ F □DATA NASCIMENTO.: ....../......./......ENDEREÇO: ................................................................. Nº ................... APTO: .............................BAIRRO: ................................................ CIDADE: ......................................................................CEP: ......................................... TELEFONE: DDD (............)...................................................._____________________________________________________________________________DADOS SOBRE A PESQUISA1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA <strong>Aspectos</strong> Neuropsicológicos <strong>dos</strong> Transtornos <strong>de</strong>Ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> infância e <strong>na</strong> Adolescência: um estudo comparativo entre as fases <strong>de</strong> pré e pós-tratamentomedicamentoso.PESQUISADOR: Camila Luisi RodriguesCARGO/FUNÇÃO: Pesquisadora executante/ Psicóloga INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº06/69150UNIDADE DO HCFMUSP: Instituto <strong>de</strong> Psiquiatria


_______________________________________________________________Anexos 1013. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:RISCO MÍNIMO □RISCO MÉDIO □RISCO BAIXO □ RISCO MAIOR □4.DURAÇÃO DA PESQUISA : 24 mesesVocê procurou tratamento médico por estar percebendo em seu filho (a) si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>.Você e seu(sua) filho(a) passaram por uma avaliação inicial <strong>de</strong> duas sema<strong>na</strong>s com uma médica queestá como pesquisadora responsável <strong>de</strong> um outro estudo chamado: “Comparação entre Clomiprami<strong>na</strong>e Fluoxeti<strong>na</strong> para o Tratamento <strong>de</strong> Transtorno <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> em Crianças e Adolescentes”. Suamédica lhe explicou que este tipo <strong>de</strong> comportamentos que seu(sua) filho(a) apresenta recebe o nome<strong>de</strong> Transtorno <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> e que seria necessário iniciar o tratamento medicamentoso, o qual tem porobjetivo aliviar os sintomas <strong>de</strong>sta doença. Entretanto, a literatura científica mostra que pacientes comTranstorno <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m apresentar dificulda<strong>de</strong>s no seu <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong>s ativida<strong>de</strong>s escolaresdiárias e certamente lhe trazem gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto.Você está sendo convidado a participar <strong>de</strong> um estudo, o qual consta <strong>de</strong> uma aplicação <strong>de</strong>testes neuropsicológicos. Estes testes são tarefas simples, que irão verificar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção,<strong>de</strong> memória e a habilida<strong>de</strong> para tomar <strong>de</strong>cisões importantes <strong>de</strong> seu(sua) filho(a) em dois momentos. Aprimeira avaliação será realizada no início do tratamento sem que seu(sua) filho(a) esteja fazendo uso<strong>de</strong> medicação. Após essa avaliação seu(sua) filho(a) receberá um tratamento por um período <strong>de</strong> 12sema<strong>na</strong>s e nesse tratamento será utilizada alguma das três medicações: fluoxeti<strong>na</strong>, clomiprami<strong>na</strong> ouplacebo. A segunda avaliação será aproximadamente após um período <strong>de</strong> 6 meses da avaliação inicial.O objetivo principal <strong>de</strong>sta pesquisa será comparar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> seu(sua) filho(a) <strong>na</strong>primeira avaliação em algumas tarefas com a segunda avaliação e verificar se existe alguma diferençanesses dois momentos. Além disso, esses resulta<strong>dos</strong> serão compara<strong>dos</strong> com os <strong>de</strong> outras crianças eadolescentes com sintomas pareci<strong>dos</strong> aos do(a) seu(sua) filho(a) com o objetivo <strong>de</strong> verificar se existediferença entre as três formas <strong>de</strong> tratamento citadas acima.Procedimentos do Estudo: Para participar <strong>de</strong>ste estudo seu(sua) filho(a) precisa ter entre 7 e17 anos e estar participando da pesquisa citada acima, recebendo acompanhamento ambulatorial noSEPIA –Serviço <strong>de</strong> Psiquiatria da criança e do adolescente do Instituto <strong>de</strong> Psiquiatria. A médica quelhe aten<strong>de</strong> fará o encaminhamento para a psicóloga caso você concor<strong>de</strong> em realizar os testes. Suaparticipação será em sessão individual, <strong>na</strong> qual lhe serão apresentadas tarefas diferentes. O tempoestimado para a conclusão <strong>de</strong>stas tarefas é <strong>de</strong> aproximadamente duas horas e meia em ape<strong>na</strong>s umasessão, nos dois momentos cita<strong>dos</strong> acima (antes e <strong>de</strong>pois da medicação).Riscos e <strong>de</strong>sconfortos: Não existe nenhum risco em relação à realização <strong>dos</strong> testes, mas umpossível <strong>de</strong>sconforto é o cansaço que, po<strong>de</strong> acontecer antes <strong>de</strong> seu(sua) filho(a) concluir todas asativida<strong>de</strong>s; se isto ocorrer seu(sua) filho(a) po<strong>de</strong>rá levar mais tempo para realizá-la, po<strong>de</strong>rá realizar maisintervalos ou intervalos maiores ou ainda suspen<strong>de</strong>r os testes e retomar em um outro dia.


_______________________________________________________________Anexos 102Benefícios que po<strong>de</strong>rão ser obti<strong>dos</strong>: De imediato o benefício que está diretamente ligado a vocêdiz respeito ao conhecimento <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong>s ativida<strong>de</strong>s propostas, como suas habilida<strong>de</strong>s edificulda<strong>de</strong>s. Caso haja necessida<strong>de</strong>, esses da<strong>dos</strong> po<strong>de</strong>rão servir como orientação aos pais, professores eequipe médica. Além disso, os da<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> nesta pesquisa possibilitarão um maior conhecimento arespeito do que ocorre com os pacientes que sofrem com este transtorno em termos cognitivos e suacomparação nos dois momentos da avaliação (antes e <strong>de</strong>pois da medicação), assim como entre os grupostrês grupos <strong>de</strong> tratamento. Estes da<strong>dos</strong> irão favorecer, posteriormente, o planejamento e a elaboração <strong>de</strong>programas <strong>de</strong> reabilitação, com a fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir ou adaptar o impacto que estes prejuízos po<strong>de</strong>mocasio<strong>na</strong>r <strong>na</strong> vida cotidia<strong>na</strong> e <strong>na</strong> adaptação social.Quanto a sua participação: Sua participação é voluntária. Se aceitar participar, você <strong>de</strong>veráassi<strong>na</strong>r este termo <strong>de</strong> consentimento e a partir daí estará fazendo parte <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> pacientes, quesofrem com o mesmo problema e que também estarão contribuindo para um melhor conhecimento arespeito <strong>de</strong> possíveis dificulda<strong>de</strong>s cognitivas. Caso você queira <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong> participar do estudo, isto nãolhe trará prejuízos em relação ao seu acompanhamento médico. Você terá direito <strong>de</strong> ser mantidoatualizado sobre os resulta<strong>dos</strong> parciais das pesquisas, quando em estu<strong>dos</strong> abertos, ou <strong>de</strong> resulta<strong>dos</strong> quesejam do conhecimento <strong>dos</strong> pesquisadores;Confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>: Sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> será preservada. Durante o estudo você será i<strong>de</strong>ntificado porum número específico e o mesmo ocorrerá no caso <strong>de</strong> publicações ou apresentação <strong>de</strong>ste estudo emeventos científicos.Despesas e compensações: não há <strong>de</strong>spesas pessoais para o participante em qualquer fase doestudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação fi<strong>na</strong>nceira relacio<strong>na</strong>da à suaparticipação. Se existir qualquer <strong>de</strong>spesa adicio<strong>na</strong>l, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.O pesquisador se compromete em utilizar os da<strong>dos</strong> e o material coletado somente para estapesquisa.Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos profissio<strong>na</strong>is responsáveis pela pesquisa paraesclarecimento <strong>de</strong> eventuais dúvidas. A principal investigadora é a Dra Cristia<strong>na</strong> Castanho <strong>de</strong> AlmeidaRocca que po<strong>de</strong> ser encontrada no en<strong>de</strong>reço Dr Ovídio Pires <strong>de</strong> Campos, 785, telefone 30696274. Se vocêtiver alguma consi<strong>de</strong>ração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comite <strong>de</strong> Éticaem Pesquisa (CEP) – Rua Ovídio Pires <strong>de</strong> Campos, 225 – 5º andar – tel: 3069-6442 ramais 16, 17, 18 ou20, FAX: 3069-6442 ramal 26 – E-mail: cappesq@hcnet.usp.br.Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidaspara mim, <strong>de</strong>screvendo o estudo ”<strong>Aspectos</strong> Neuropsicológicos <strong>dos</strong> Transtornos <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> da Infânciae Adolescência: um estudo comparativo entre a fase pré e pós-tratamento medicamentoso”.Discuti com a pesquisadora sobre a minha <strong>de</strong>cisão em participar nesse estudo. Ficaram clarospara mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realiza<strong>dos</strong>, seus <strong>de</strong>sconfortos eriscos, as garantias <strong>de</strong> confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> esclarecimentos permanentes.Ficou claro também que minha participação é isenta <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas e que tenho garantia do acesso atratamento hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em participar <strong>de</strong>ste estudo e po<strong>de</strong>rei


_______________________________________________________________Anexos 103retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem pe<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s ou prejuízoou perda <strong>de</strong> qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.-------------------------------------------------Assi<strong>na</strong>tura do paciente/representante legal Data / /-------------------------------------------------------------------------Assi<strong>na</strong>tura da testemunha Data / /Para casos <strong>de</strong> pacientes menores <strong>de</strong> 18 anos, a<strong>na</strong>lfabetos, semi-a<strong>na</strong>lfabetos ou portadores<strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência auditiva ou visual.(Somente para o responsável do projeto)Declaro que obtive <strong>de</strong> forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido<strong>de</strong>ste paciente ou representante legal para a participação neste estudo.-------------------------------------------------------------------------Assi<strong>na</strong>tura do responsável pelo estudo Data / /


_______________________________________________________________Anexos 104Anexo B – Tabela <strong>de</strong> números aleatórios para randomização


_______________________________________________________________Anexos 105Anexo C - MASC – Escala Multidimensio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> para CriançasNome:___________________________ Ida<strong>de</strong>:_____ Sexo: Masc. Fem.Data:___/___/___ Série escolar:_____________ (circule um)Este questionário pergunta a você como você vem se sentindo, o que você tem pensado, temsentido ou como tem agido recentemente. Para cada item, por favor faça um círculo ao redor donúmero que indica com que frequência a afirmativa é verda<strong>de</strong>ira para você. Se o que a sentença diz éverda<strong>de</strong> sobre você muitas vezes, circule 3. Se ela é verda<strong>de</strong> sobre você algumas vezes, circule 2. Se asentença é verda<strong>de</strong> sobre você uma vez ou outra, circule 1. Se dificilmente ou nunca a sentença éverda<strong>de</strong> sobre você, circule 0. Lembre-se, não há respostas certas ou erradas, responda ape<strong>na</strong>s comovocê vem se sentindo recentemente.Aqui estão dois exemplos para lhe mostrarcomo completar o questionário. No exemploA, se você muito poucas vezes tem medo <strong>de</strong>cachorro, você <strong>de</strong>ve circular 1, significandoque a afirmativa raramente é verda<strong>de</strong>ira sobrevocê. No exemplo B, se às vezes os trovões operturbam, você <strong>de</strong>ve circular 2, significandoque a afirmativa é às vezes verda<strong>de</strong> sobrevocê.Exemplo A Eu tenho medo <strong>de</strong>cachorros....................Exemplo B Trovões meperturbam...........................Nuncaéverda<strong>de</strong>sobremimRaramenteé verda<strong>de</strong>sobre mimÀsvezes éverda<strong>de</strong>sobremimFrequentementeé verda<strong>de</strong> sobremim0 1 2 30 1 2 3Agora tente esses itens você mesmo. Não se esqueça também <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r as questões no verso <strong>de</strong>stequestionário.1. Eu me sinto tenso ou nervoso 0 1 2 32. Eu costumo pedir permissão para fazer as coisas 0 1 2 33. Eu me preocupo que as outras pessoas dêem risada 0 1 2 3<strong>de</strong> mim4. Eu fico com medo quando os meus pais saem 0 1 2 35. Sinto falta <strong>de</strong> ar 0 1 2 36. Eu fico atento se há algum perigo 0 1 2 37. A idéia <strong>de</strong> ficar longe <strong>de</strong> casa me assusta 0 1 2 38. Eu fico tremendo ou inquieto 0 1 2 39. Eu me esforço para obe<strong>de</strong>cer meus pais e 0 1 2 3professores10. Eu tenho medo que os outros meninos (ou 0 1 2 3meni<strong>na</strong>s) gozem <strong>de</strong> mim11. Eu tento ficar perto da minha mãe ou meu pai 0 1 2 312. Eu tenho tontura ou sensação <strong>de</strong> <strong>de</strong>smaio 0 1 2 3Por favor, vire a folha; as questões continuam <strong>na</strong> próxima pági<strong>na</strong>...


_______________________________________________________________Anexos 10613.14.15.Nunca Raramente Às Frequentementeé é verda<strong>de</strong> vezes é é verda<strong>de</strong> sobreverda<strong>de</strong> sobre mimsobremimverda<strong>de</strong> mimsobremimEu verifico as coisas antes <strong>de</strong> fazê-las 0 1 2 3Eu me preocupo em ser chamado <strong>na</strong>classeEu me sinto <strong>de</strong>sassossegado(sobressaltado)0 1 2 30 1 2 316. Eu tenho medo que os outros achem que eu sou 0 1 2 3bobo17. Eu <strong>de</strong>ixo as luzes acesas à noite 0 1 2 318. Eu sinto dores no peito 0 1 2 319. Eu evito sair sem minha família 0 1 2 320. Eu me sinto estranho, esquisito, ou fora da 0 1 2 3realida<strong>de</strong>21. Eu tento fazer coisas que vão agradar aos 0 1 2 3outros22. Eu me preocupo com o que os outros pensam 0 1 2 3<strong>de</strong> mim23. Eu evito assistir filmes ou programas <strong>de</strong> TV 0 1 2 3que assustam24. Meu coração dispara ou “falha” 0 1 2 325. Eu evito as coisas que me aborrecem 0 1 2 326. Eu durmo junto <strong>de</strong> alguém da minha família 0 1 2 327. Eu me sinto inquieto e nervoso 0 1 2 328. Eu tento fazer tudo exatamente do jeito certo 0 1 2 329. Eu me preocupo em fazer alguma coisa boba ou 0 1 2 3que me <strong>de</strong>ixe sem graça30. Eu fico com medo quando ando <strong>de</strong> carro ou <strong>de</strong> 0 1 2 3ônibus31. Eu sinto mal estar no estômago 0 1 2 332. Se eu fico aborrecido ou com medo, eu conto 0 1 2 3logo para alguém33. Eu fico nervoso se eu tenho que fazer alguma 0 1 2 3coisa em público34. Tenho medo <strong>de</strong> tempo ruim, escuridão, altura, 0 1 2 3animais ou insetos35. Minhas mãos tremem 0 1 2 336. Eu preciso ter certeza que as coisas estão 0 1 2 3Seguras37. Eu tenho dificulda<strong>de</strong> em chamar outros0 1 2 3meninos (ou meni<strong>na</strong>s) para brincar comigo38. Minhas mãos ficam suadas ou frias 0 1 2 339. Eu sinto vergonha 0 1 2 3


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_______________________________________________________________Apêndice 118APÊNDICE


____________________________________________________________Apêndice 119De acordo com os da<strong>dos</strong> <strong>de</strong>scritos acima em “Resulta<strong>dos</strong>”, as crianças eadolescentes do grupo com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> apresentaram melhor<strong>de</strong>sempenho intelectual após o tratamento medicamentoso (p=0,009) (tabela 7).Qualitativamente, po<strong>de</strong>-se dizer que 50 % das crianças mantiveram a mesma faixa <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho <strong>na</strong> eficiência intelectual estimada, enquanto que 44,44% das criançastiveram <strong>de</strong>sempenho superior e 5,56% inferior (ambos em relação à primeiraavaliação) (Tabela 19).Tabela 19 - Comparação do valor do QI estimado entre as crianças eadolescentes do grupo <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>na</strong>s fases pré e pós-tratamento medicamentoso -IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011QI A Faixa <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenhoQI B Faixa <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenhoTratamentoMedicamentoso112 =↑ 118 =↑ Clomiprami<strong>na</strong>81 =↓ 88 =↓ Clomiprami<strong>na</strong>77 ↓ 93 = Clomiprami<strong>na</strong>77 ↓ 74 ↓ Clomiprami<strong>na</strong>90 = 91 = Clomiprami<strong>na</strong>80 =↓ 99 = Fluoxeti<strong>na</strong>99 = 96 = Fluoxeti<strong>na</strong>89 =↓ 88 =↓ Fluoxeti<strong>na</strong>112 =↑ 103 = Fluoxeti<strong>na</strong>83 =↓ 94 = Fluoxeti<strong>na</strong>102 = 114 =↑ Placebo93 = 97 = Placebo109 = 111 =↑ Placebo105 = 111 =↑ Placebo77 ↓ 77 ↓ Placebo96 = 96 = Placebo83 =↓ 96 = Placebo86 =↓ 102 = PlaceboFONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011Legenda: ↓ limítrofe; =↓ abaixo da média; = média; =↑ acima da média


____________________________________________________________Apêndice 120O mesmo aconteceu com três crianças e adolescentes, que foram excluí<strong>dos</strong> dapesquisa <strong>de</strong>vido ao valor do QI estimado ser abaixo <strong>de</strong> 70, ou seja, correspon<strong>de</strong>nte àfaixa “retardo mental”. Desses sujeitos, dois melhoraram e uma manteve o<strong>de</strong>sempenho i<strong>na</strong>lterado em relação à primeira avaliação.Outro dado relevante foi a melhora observada <strong>na</strong>s crianças com <strong>transtornos</strong> <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong> após o tratamento medicamentoso, no <strong>de</strong>sempenho do Teste FiguraComplexa <strong>de</strong> Rey (p = 0,001). Nesse teste é fornecida a figura geométrica (figura 4)e solicitado que o sujeito a copie com o uso <strong>de</strong> lápis <strong>de</strong> cor. Após um período <strong>de</strong>tempo é solicitado que ele a reproduza mais parecido com a apresentada (Lezak,1995).Figura 4. Teste Figura Complexa <strong>de</strong> ReySalienta-se que, <strong>na</strong> análise <strong>de</strong> covariância realizada, os resulta<strong>dos</strong> para o testeFigura Complexa <strong>de</strong> Rey <strong>na</strong> memória não pu<strong>de</strong>ram ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> <strong>de</strong>vido àdiferença estatisticamente significativa em relação ao nível socioeconômico(p=0,044) (tabela 2). Porém, <strong>de</strong>vido às características qualitativamente relevantes,serão exemplifica<strong>dos</strong> dois <strong>de</strong>sempenhos <strong>de</strong> crianças e adolescentes do grupo com<strong>transtornos</strong> <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, comparando seus <strong>de</strong>sempenhos nesse teste (<strong>na</strong> cópia ememória), antes e <strong>de</strong>pois do tratamento medicamentoso (quadro 7 e 8).


____________________________________________________________Apêndice 121Quadro 7 – Comparação do <strong>de</strong>sempenho no teste RCFT <strong>de</strong> uma criança comtranstorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 9 anos, com QI estimado <strong>na</strong> faixa média, antes e <strong>de</strong>poisdo tratamento medicamentoso - IPQ HC FMUSP – 2008 a 2011Pré-tratamentoPós-tratamentoCópia Memória Cópia MemóriaFONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011Quadro 8 – Comparação do <strong>de</strong>sempenho no teste RCFT <strong>de</strong> um adolescente comtranstorno <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 15 anos, com QI estimado <strong>na</strong> faixa limítrofe <strong>na</strong> primeiraavaliação e <strong>na</strong> média <strong>na</strong> segunda, antes e <strong>de</strong>pois do tratamento medicamentoso - IPQHC FMUSP – 2008 a 2011Pré-tratamentoPós-tratamentoCópia Memória Cópia MemóriaFONTE: Rodrigues, São Paulo, 2011

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