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O plantio da soja transgnica no Rio Grande do Sul - Sober

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XLIII CONGRESSO DA SOBER“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos <strong>no</strong> Sistema Agroindustrial”O <strong>plantio</strong> <strong>da</strong> <strong>soja</strong> transgênica <strong>no</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong>1. IntroduçãoA cultura <strong>da</strong> <strong>soja</strong> <strong>no</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong> sempre esteve diretamenteatrela<strong>da</strong> aos movimentos <strong>da</strong> agricultura brasileira. Teve seu perío<strong>do</strong> de consoli<strong>da</strong>çãoparalelo à expansão <strong>do</strong> Sistema Nacional de Crédito Rural e órgãos de pesquisa e extensão,sentin<strong>do</strong> também os efeitos <strong>da</strong> inflação <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 80 alia<strong>do</strong> a uma decisão <strong>do</strong> gover<strong>no</strong> deredução <strong>do</strong>s subsídios na forma de crédito rural subsidia<strong>do</strong>. O produtor passou aexperimentar outras formas de sustentação e mesmo elevar a eficiência <strong>da</strong> produção comseus próprios recursos com a retração <strong>da</strong> presença <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>no</strong> processo produtivo. Areali<strong>da</strong>de age diretamente na mentali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produtor, estan<strong>do</strong> atualmente numa buscaincessante por ganhos de produtivi<strong>da</strong>de, alia<strong>do</strong> a uma redução <strong>no</strong>s custos, seja com mãode-obraou até mesmo com insumos químicos.Em função disso, o produtor de <strong>soja</strong> parece estar <strong>da</strong>n<strong>do</strong> continui<strong>da</strong>de ao processo demodernização <strong>da</strong> agricultura por sua própria conta e meios, ao semear <strong>no</strong> campo sementesgeneticamente modifica<strong>da</strong>s. O que abre espaço para inúmeras e duras críticas sobre osbenefícios dessa tec<strong>no</strong>logia, porém, defesas entusiasma<strong>da</strong>s <strong>da</strong> <strong>no</strong>vi<strong>da</strong>de por parte <strong>do</strong>sgrandes produtores.Antes de chegarmos a algumas respostas para essa discussão, é necessário seentender o processo de inserção <strong>da</strong> cultura de <strong>soja</strong> e suas fases, para justificar a ação deprodutores gaúchos em a<strong>do</strong>tar a biotec<strong>no</strong>logia como uma possível solução para o embateentre o homem, natureza e merca<strong>do</strong>.2. As políticas governamentais para a agricultura: um relanceO setor agrícola brasileiro foi visto, pelos militares, com um elemento-chave <strong>no</strong>modelo econômico a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, por ser uma <strong>da</strong>s principais fontes capta<strong>do</strong>ras de divisas.Reconhecen<strong>do</strong>-se tal importância, algumas medi<strong>da</strong>s foram toma<strong>da</strong>s, como: a criação <strong>do</strong>Estatuto <strong>da</strong> Terra em 1964, e implementação <strong>do</strong> Sistema Nacional de Crédito Rural(SNCR) <strong>no</strong> a<strong>no</strong> seguinte. Também, há de se ressaltar a criação de órgãos com fins dedivulgar as “tec<strong>no</strong>logias modernas”, de assistência técnica, extensão rural e de pesquisacomo a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMBRATER) e aEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Ambos cumprin<strong>do</strong> funçõesatribuí<strong>da</strong>s pelo gover<strong>no</strong> à ativi<strong>da</strong>de agrícola.To<strong>da</strong>s estas ações apontam para o despertar <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de esforços buscan<strong>do</strong>aumento <strong>da</strong> eficiência <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de agrícola <strong>no</strong> país. O <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong> se beneficiaria<strong>da</strong>s ações governamentais, bem como a cultura de <strong>soja</strong> <strong>no</strong> Brasil e <strong>no</strong> esta<strong>do</strong>,principalmente.Para enfrentar a baixa produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> agricultura nacional, a ação governamentalbaseou-se em uma significativa expansão <strong>do</strong> crédito e na elevação <strong>do</strong>s gastos em extensãorural. Esse processo de modernização teve como meta, principalmente, investimentosmassivos em mecanização, infra-estrutura e num tratamento preferencial ao setor deRibeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia e Sociologia Rural3


XLIII CONGRESSO DA SOBER“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos <strong>no</strong> Sistema Agroindustrial”3.1 De uma Euforia às Dúvi<strong>da</strong>s quanto ao futuro <strong>da</strong> <strong>soja</strong>Uma <strong>da</strong>s grandes transformações ocorri<strong>da</strong>s na agricultura <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong>, inicia<strong>da</strong> apartir <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 50, foi resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> implantação <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> Revolução Verde 2 , cujopacote tec<strong>no</strong>lógico se mol<strong>do</strong>u a partir <strong>da</strong> distribuição de sementes de varie<strong>da</strong>des de altorendimento (VAR) e de um conjunto de práticas de utilização de insumos agrícolasconsidera<strong>do</strong>s necessários para <strong>da</strong>r condições para que <strong>no</strong>vas culturas alcançassem níveissatisfatórios de produtivi<strong>da</strong>de.O <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong>, por sua tradição histórica e condições climáticas favoráveis,foi o primeiro esta<strong>do</strong> brasileiro onde a Revolução Verde ganhou expressão favorecen<strong>do</strong>assim a produção <strong>da</strong> própria <strong>soja</strong> bem como de outras culturas.Inicialmente, o cultivo de <strong>soja</strong> <strong>no</strong> esta<strong>do</strong> se deu por meio de uma opção de rotaçãode cultura com o trigo. Partin<strong>do</strong> <strong>da</strong>í, começa a saga <strong>do</strong> grão – Perío<strong>do</strong> de Euforia – onde ocultivo começou sua expansão. Crescen<strong>do</strong> déca<strong>da</strong> a déca<strong>da</strong>, em 1950 já eram 60 milhectares cultiva<strong>do</strong>s, passan<strong>do</strong> para 100 mil hectares em 1960, alcançan<strong>do</strong>, assim, posiçãocrescente e de destaque na eco<strong>no</strong>mia gaúcha, tanto em área de cultivo quanto em volume eem valores de produção. Em 1970 o tamanho <strong>da</strong> produção gaúcha representava 65% <strong>do</strong>total produzi<strong>do</strong> <strong>no</strong> Brasil.Impulsiona<strong>da</strong> também, por um aumento na deman<strong>da</strong> internacional, a cultura <strong>da</strong><strong>soja</strong> cresce segun<strong>do</strong> a Fun<strong>da</strong>ção de Eco<strong>no</strong>mia e Estatística (FEE) de 976.807 tonela<strong>da</strong>s em1970 para 3,6 milhões de tonela<strong>da</strong>s em 1979, após ter atingi<strong>do</strong> a marca de 5,7 milhões em1977. Essa discrepância decorreu, devi<strong>do</strong> ao rendimento que <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 1979 foi me<strong>no</strong>r queos a<strong>no</strong>s anteriores, causa<strong>do</strong> por problemas climáticos; quanto a área planta<strong>da</strong>, continuousua trajetória de expansão, passan<strong>do</strong> de 3,49 milhões em 1977 e 4,03 milhões de hectaresplanta<strong>do</strong>s em 1979 <strong>no</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong>, porém, com aumentos de rendimentos ain<strong>da</strong>discretos se compara<strong>do</strong> ao montante que tinha a finali<strong>da</strong>de de ser reverti<strong>do</strong> em“investimentos tec<strong>no</strong>lógicos”.Apesar <strong>da</strong> importância <strong>da</strong>s condições externas de merca<strong>do</strong> estarem em expansão, apolítica de crédito rural subsidia<strong>do</strong> que vigorou <strong>no</strong> perío<strong>do</strong>, foi fun<strong>da</strong>mental na evolução<strong>do</strong> setor. O Gover<strong>no</strong> em exercício, ao fazer uso intensivo desse instrumento financeiro,veio a proporcionar para a agricultura, principalmente aos produtos para exportação, umcrescimento sem precedentes <strong>no</strong> país. Durante a déca<strong>da</strong> de 70, a <strong>soja</strong> viveu seu perío<strong>do</strong> deexpansão horizontal mais vigoroso sobre as terras <strong>do</strong> sul, esse vigor vem a caracterizar o“Perío<strong>do</strong> de Euforia” <strong>da</strong> <strong>soja</strong> <strong>no</strong> Brasil e <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong> Gaúcho fazen<strong>do</strong> de carro-chefe ocrédito e juros subsidia<strong>do</strong>s.A déca<strong>da</strong> de setenta marca a fase de grande expansão <strong>do</strong> ciclo <strong>da</strong> <strong>soja</strong>, que assumiua primazia <strong>do</strong> processo de modernização <strong>da</strong> agricultura, marca<strong>da</strong> pela forte intervençãoestatal. Conforme Grazia<strong>no</strong> (1996, p. 123) a base técnica <strong>da</strong> agricultura, <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> quecompreende <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 70 até mea<strong>do</strong>s de 84/85, sofre profun<strong>da</strong>s transformações emodernizações devi<strong>do</strong> aos incentivos governamentais <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>. Quantias vultosas foram2 O modelo primário-exporta<strong>do</strong>r <strong>no</strong> qual era fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> a eco<strong>no</strong>mia brasileira desde o perío<strong>do</strong> de Brasilcolônia fora manti<strong>do</strong> até 1930, onde se inicia a fase <strong>da</strong> industrialização basea<strong>da</strong> <strong>no</strong> modelo de substituiçõesde importações (MSI), que vem a se consoli<strong>da</strong>r nas déca<strong>da</strong>s posteriores. No início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 50, aagricultura já era alvo desta expansão, com usos mais intensivos de insumos e mecanização, apesar dessaestrutura só se efetivar a partir de 64, com a implantação <strong>do</strong> processo de industrialização e modernização <strong>do</strong>modelo de gover<strong>no</strong> militar <strong>no</strong> poder. Mais precisamente essa transformação corresponde através <strong>da</strong>implantação <strong>da</strong> indústria de insumos (como fertilizantes químicos e agrotóxicos) e a modernização <strong>da</strong>stécnicas de produção, com a utilização de mecanização (tratores e outros equipamentos).Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia e Sociologia Rural6


XLIII CONGRESSO DA SOBER“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos <strong>no</strong> Sistema Agroindustrial”reverti<strong>da</strong>s em investimentos na modernização <strong>da</strong> produção 3 , ou seja, em i<strong>no</strong>vaçõesmecânicas e físico-químicas.A sojicultura com os estímulos estatais se fortaleceu e consoli<strong>do</strong>u em solo gaúcho,poden<strong>do</strong>-se então enumerar alguns <strong>do</strong>s fatores diretamente liga<strong>do</strong>s a este fato. Ascondições favoráveis de merca<strong>do</strong>, principalmente, o exter<strong>no</strong>; cultivo <strong>da</strong> <strong>soja</strong> em sucessãoao trigo, permitin<strong>do</strong> duas safras por a<strong>no</strong> e uso <strong>do</strong> mesmo capital fixo; política de autosuficiêncianacional de trigo, incentivan<strong>do</strong> a capitalização <strong>da</strong>s empresas agrícolas esubsidian<strong>do</strong> os créditos; facili<strong>da</strong>de para mecanização de to<strong>da</strong>s as operações de cultivo, <strong>da</strong>semeadura a colheita e posterior processamento; implantação de programas de créditoagrícola para produção e comercialização; integração <strong>do</strong> sistema cooperativista <strong>no</strong>sprocessos de produção e comercialização; participação <strong>da</strong> pesquisa e <strong>da</strong> assistência técnica<strong>no</strong> processo de geração e transferência de tec<strong>no</strong>logia, respectivamente. (BONETTI, 1987,p.31).Após o processo de institucionalização <strong>do</strong> SNCR, foi extraordinária a expansão <strong>da</strong>lavoura <strong>da</strong> <strong>soja</strong>, caracterizan<strong>do</strong> uma fase profun<strong>da</strong>mente marca<strong>da</strong> pela mo<strong>no</strong>cultura naregião <strong>do</strong> planalto gaúcho, bem como em outras regiões, com a <strong>soja</strong> substituin<strong>do</strong> algumas<strong>da</strong>s culturas tradicionais com o avanço <strong>da</strong> fronteira agrícola.No Perío<strong>do</strong> <strong>da</strong>s Dúvi<strong>da</strong>s, a eco<strong>no</strong>mia gaúcha sentiu as dificul<strong>da</strong>des econômicascomo to<strong>do</strong> país. Além <strong>do</strong>s problemas inflacionários, que levaram à míngua os recursosdestina<strong>do</strong>s à agricultura por parte <strong>do</strong> gover<strong>no</strong>, a produtivi<strong>da</strong>de de 1980 a 1988 nãodemonstrou reação muito positiva alcançan<strong>do</strong> sua melhor média em 1981 com 1.595quilos/hectare.A situação piora ente 1985 e 1987 quan<strong>do</strong>, então, os preços recuam para níveisabaixo <strong>do</strong>s US$ 5,00/bushel em muitos meses <strong>do</strong> a<strong>no</strong>, sen<strong>do</strong> que a média desses a<strong>no</strong>s nãopassou de U$S 5,50/bushel (EMATER, 2004).Essa situação de produção e preços em que<strong>da</strong> durante quase to<strong>da</strong> a déca<strong>da</strong> de 1980,se associou a uma idéia oficial de redução de subsídios à produção numa tentativa deequilibrar as contas <strong>do</strong> gover<strong>no</strong>. Soman<strong>do</strong>-se a isso, os custos de produção <strong>da</strong>s lavouraspassaram a ascender durante to<strong>da</strong> déca<strong>da</strong> em função não somente <strong>da</strong> inflação, sobretu<strong>do</strong>,com o sintoma <strong>do</strong> me<strong>no</strong>r apoio estatal nas lavouras, porém a abstenção por parte <strong>do</strong>Gover<strong>no</strong> não foi completa, não fosse um fortalecimento <strong>da</strong> Política de Garantia <strong>do</strong>s PreçosMínimos.To<strong>do</strong> esse cenário caracterizou o perío<strong>do</strong> e deixou a dúvi<strong>da</strong> <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>agronegócio continuar a crescer, o que levou alguns críticos a questionar o futuro <strong>da</strong> <strong>soja</strong>como cultura fun<strong>da</strong>mental para o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong>.Nos a<strong>no</strong>s 80, quan<strong>do</strong> configura<strong>da</strong> uma crise fiscal <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, a estratégia dedesenvolvimento agrícola basea<strong>do</strong> <strong>no</strong> crédito rural subsidia<strong>do</strong> se encontrava emdecadência, alteran<strong>do</strong> o modelo que até então vinha sen<strong>do</strong> defendi<strong>do</strong>. Com uma revisão eum maior controle <strong>do</strong>s gastos públicos, as tendências <strong>do</strong>s dispêndios relaciona<strong>do</strong>s com aagricultura apontaram para uma redução ascendente <strong>no</strong> volume creditício, bem como asdificul<strong>da</strong>des de acesso. Atualmente se verifica a presença ca<strong>da</strong> vez maior <strong>do</strong> setorpriva<strong>do</strong>/exter<strong>no</strong> <strong>no</strong> custeio <strong>da</strong>s safras como <strong>no</strong>vas fontes de recursos para financiamento.As reduções <strong>no</strong> volume de recursos, para o financiamento rural, podem ser observa<strong>do</strong>s <strong>no</strong>Quadro 03, que mostra a variação anual <strong>do</strong> volume de recursos para o crédito agrícola <strong>no</strong>perío<strong>do</strong> de 1980 que paulatinamente vão se reduzin<strong>do</strong> conforme o avanço inflacionário.3 Como exemplo, o número de tratores <strong>do</strong>brou <strong>no</strong> decênio 1975/85, e o uso de adubo químico quequadruplicou (GRAZIANO, 1996).Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia e Sociologia Rural7


XLIII CONGRESSO DA SOBER“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos <strong>no</strong> Sistema Agroindustrial”QUADRO 03 – Inflação e o Volume de Recursos DosFinanciamentos Concedi<strong>do</strong>s aos Produtores e Cooperativas <strong>no</strong> Brasil– 1980/1994A<strong>no</strong> Inflação Valores Constantes em Reais(1)1980 110,23 36.190.757.4191981 95,20 31.390.465.4341982 99,73 30.397.617.6781983 211,02 22.946.277.7491984 223,81 14.015.813.9001985 235,13 19.986.714.9771986 65,04 29.803.712.6811987 415,95 23.494.328.0881988 1.037,53 16.578.837.0291989 1.782,85 15.137.757.9301990 1.476,71 8.649.116.3291991 480,23 8.923.435.4411992 1.157,84 9.894.149.6471993 2.708,17 8.496.887.8471994 1.093,85 12.275.946.328Fonte: Anuário Estatístico <strong>do</strong> Crédito Rural; Bacha (2004).Nota: (1) A preços de 1997 – Inflator: Média Anual <strong>do</strong> IGP-DI – FGV.Ao térmi<strong>no</strong> <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> perdi<strong>da</strong> 4 , a produção gaúcha de <strong>soja</strong>, paulatinamente, entraem <strong>no</strong>va reali<strong>da</strong>de que vem a ser a passagem <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de dificul<strong>da</strong>des e dúvi<strong>da</strong>s para operío<strong>do</strong> de uma Retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong> Produção.3.2 A retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong> produção e a busca pela produtivi<strong>da</strong>deO setor agrícola experimentan<strong>do</strong> o gradual afastamento <strong>do</strong> gover<strong>no</strong> e viven<strong>do</strong> osdesmantelamentos <strong>do</strong>s instrumentos de intervenção na agricultura que foram intensamenteutiliza<strong>do</strong>s desde os a<strong>no</strong>s 60 e 70 a partir de 1983, com o desaparecimento <strong>do</strong> principalmecanismo de compensação <strong>da</strong> agricultura (subsídio a partir <strong>do</strong> financiamento via créditorural) o crescimento <strong>da</strong> produção e o aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de competitiva <strong>da</strong> <strong>soja</strong> brasileiraque sempre estiveram associa<strong>do</strong>s aos avanços de fronteira agrícola, migram para umaforma alternativa de proporcionar incrementos na produção que não mais seriam osaumentos horizontais.A déca<strong>da</strong> de <strong>no</strong>venta foi rica em evoluções <strong>no</strong> contexto <strong>da</strong> eco<strong>no</strong>mia nacional e,produtivas para agricultura, <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> <strong>soja</strong> em particular. Após um início conturba<strong>do</strong>com os pla<strong>no</strong>s Collor, o país iniciou o principal processo de estabilização econômica desua história, através <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Real lança<strong>do</strong> em 1994. Benefician<strong>do</strong>-se ain<strong>da</strong> mais, namedi<strong>da</strong> que em 1999 promoveu a livre flutuação <strong>do</strong> câmbio e redução <strong>da</strong>s taxas de juros<strong>do</strong>mésticas. Essa política, que ao desvalorizar a moe<strong>da</strong> nacional em relação ao dólarestimularia as exportações e a produção interna de máquinas e implementos agrícolas 5 .4 Perío<strong>do</strong> fortemente recessivo <strong>da</strong> eco<strong>no</strong>mia brasileira, que vinha de um cenário de forte crescimentoeconômico <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 70, onde o país se depara com que<strong>da</strong>s expressivas <strong>no</strong> PIB <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 1981 e 1983. Massegun<strong>do</strong> Grazia<strong>no</strong> (1996, p.109-110), para a agricultura ficou caracteriza<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> não como Déca<strong>da</strong>Perdi<strong>da</strong>, mas sim como: Déca<strong>da</strong> Perversa. Sen<strong>do</strong> que as per<strong>da</strong>s não foram tão expressivas se compara<strong>do</strong> àeco<strong>no</strong>mia <strong>do</strong> país, ten<strong>do</strong> em vista que a agricultura ain<strong>da</strong> contribuiu para que o Produto Inter<strong>no</strong> Bruto globalnão tivesse que<strong>da</strong>s ain<strong>da</strong> mais expressivas.5 Do total de 146 fábricas existentes <strong>no</strong> Brasil, o que se pode observar é que o Esta<strong>do</strong> de São Paulo detém47,9% <strong>da</strong>s mesmas, segui<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong> que detém 36,5%. O restante está distribuí<strong>do</strong> entre osEsta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina, Ceará, <strong>Rio</strong> de Janeiro e Alagoas (BNDES, 2004 ).Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia e Sociologia Rural8


XLIII CONGRESSO DA SOBER“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos <strong>no</strong> Sistema Agroindustrial”Reflexo disso pode ser aponta<strong>do</strong> o recorde <strong>da</strong> produção gaúcha em 2001, atingin<strong>do</strong>6.935.552 tonela<strong>da</strong>s colhi<strong>da</strong>s em uma área aproxima<strong>da</strong> de três milhões de hectares, ou seja,com um milhão de hectares a me<strong>no</strong>s que <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 1979. Realizan<strong>do</strong> uma colheita recordepuxa<strong>da</strong> por forte aumento na produtivi<strong>da</strong>de, fator condicionante <strong>da</strong> produção gaúcha.Uma outra característica <strong>da</strong> política governamental, após a reversão <strong>do</strong>s gastosdestina<strong>do</strong>s para financiamento <strong>da</strong> produção agrícola é que além <strong>da</strong> redução de recursos,estão com o desti<strong>no</strong> diferente <strong>do</strong> tradicional SNCR. No perío<strong>do</strong> entre 1990 e 1993,conforme o Banco Central (2004), havia uma grande, senão, a maior e mais prejudicialcrise <strong>do</strong> setor agrícola, na qual os valores <strong>do</strong>s créditos concedi<strong>do</strong>s pelo Sistema Nacionalde Crédito sofreram uma grande redução: de R$ 7,94 bilhões para R$ 4,71 bilhões <strong>no</strong>perío<strong>do</strong>. Os gastos governamentais com a agricultura representaram, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 1993, 1,9%<strong>do</strong> dispêndio total <strong>do</strong> Gover<strong>no</strong> (Balanço Geral <strong>da</strong> União, 2004). Os percentuais de 1990,1991 e 1992 foram 1,9%, 4,4% e 2,5%, respectivamente. Foram aplica<strong>do</strong>s, em 1993,aproxima<strong>da</strong>mente 4,3 bilhões de dólares na agricultura, sen<strong>do</strong> que 3,6 bilhões foramdestina<strong>do</strong>s aos programas de Administração, Organização Agrária, Abastecimento eRecursos Hídricos (GASQUES & VILLA VERDE, 1995). Dessa forma, caracterizan<strong>do</strong>uma maior atenção para os problemas relativos à distribuição agrária e desenvolvimento <strong>no</strong>campo. Esse fato se agravaria posteriormente com contínuo movimento de migração ruralurbana,expon<strong>do</strong> estas pessoas às péssimas condições de sobrevivência <strong>no</strong>s grandescentros, que não tem capaci<strong>da</strong>de de oferecer postos de trabalho não absorven<strong>do</strong> essa massaem deslocamento, bem como, engrossam as fileiras de comércio informal, denuncian<strong>do</strong> umsintoma adverso <strong>da</strong> modernização conserva<strong>do</strong>ra que foi instituí<strong>do</strong> na agricultura brasileira.O quadro anterior demonstra que <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s oitenta a produção gaúcha de <strong>soja</strong>quanto a sua produtivi<strong>da</strong>de, foi caracteriza<strong>da</strong> por incrementos discretos <strong>no</strong> volumeproduzi<strong>do</strong>. Nos a<strong>no</strong>s 90, <strong>no</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong>, os produtores agora entregues às forças demerca<strong>do</strong> buscaram atitudes e méto<strong>do</strong>s que possibilitassem uma maior produtivi<strong>da</strong>de ecompetitivi<strong>da</strong>de <strong>no</strong> intuito de garantir aos mesmos sua sobrevivência enquantoagricultores. A <strong>no</strong>va reali<strong>da</strong>de que se impunha, qual seja, a ausência de recursos forneci<strong>do</strong>spelo gover<strong>no</strong>, tornava então necessário, não mais uma incorporação de fronteiras, mas,uma preocupação em redução de custos e conseqüentemente uma racionalização naaplicação de recursos, alia<strong>do</strong> a um aumento de eficiência <strong>do</strong> uso <strong>do</strong>s solos.A agricultura então, com a necessi<strong>da</strong>de de ajuste às restrições que enfrentou em 80e 90, “buscava formas alternativas de capitalização interna ao estabelecimento produtivo,liga<strong>do</strong>s principalmente ao forte aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de” (DIAS & AMARAL, 2001).4. A Produção e Produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Soja <strong>no</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong>À medi<strong>da</strong> em que se desenvolvia a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s produtos, graças à aplicação de<strong>no</strong>vos procedimentos e <strong>no</strong>vas técnicas de produção, nascia o senti<strong>do</strong> de eficácia eeficiência (ROMANO, 1987). Não apenas na indústria, mas também o setor agropecuário,necessita <strong>do</strong> avanço <strong>do</strong>s progressos tec<strong>no</strong>lógicos, face à crescente exposição, àconcorrência <strong>no</strong>s merca<strong>do</strong>s exter<strong>no</strong>s. Com um Esta<strong>do</strong> insistente na sua trajetória dedistanciamento <strong>da</strong> agricultura, cabe então aos produtores e as empresas de extensão o papelde sustentar e elevar a eficiência <strong>da</strong> produção de <strong>soja</strong>.Existe nas duas últimas déca<strong>da</strong>s um aumento <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> pela <strong>soja</strong>, principalmenteexterna, a produção gaúcha tem correspondi<strong>do</strong> com incrementos <strong>no</strong> volume colhi<strong>do</strong>. Éencontra<strong>da</strong> uma peculiari<strong>da</strong>de em suprir a deman<strong>da</strong>, sen<strong>do</strong> verifica<strong>da</strong> uma estabili<strong>da</strong>de nasRibeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia e Sociologia Rural9


XLIII CONGRESSO DA SOBER“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos <strong>no</strong> Sistema Agroindustrial”áreas de <strong>soja</strong> colhi<strong>da</strong>s 6 apontan<strong>do</strong> para uma maior atenção, por parte <strong>do</strong> produtor rural,com os ganhos liga<strong>do</strong>s ao aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> terra. O fator produtivi<strong>da</strong>de, estáca<strong>da</strong> vez mais presente, em virtude <strong>do</strong> enxugamento nas contas <strong>do</strong> gover<strong>no</strong>, levan<strong>do</strong> osprodutores a procurarem incrementos consegui<strong>do</strong>s com uma racionalização <strong>da</strong> utilizaçãode terras e <strong>do</strong> próprio capital emprega<strong>do</strong> para custear a safra. Estan<strong>do</strong> o produtor volta<strong>do</strong>em investir <strong>no</strong>s meios de tec<strong>no</strong>logia que propiciem aumento de rendimento alia<strong>do</strong> a umaredução <strong>no</strong>s custos, sejam de mão-de-obra e/ou insumos. Quan<strong>do</strong> anteriormente –modernização conserva<strong>do</strong>ra – os recursos disponíveis pelo gover<strong>no</strong> foram abun<strong>da</strong>ntes ereverti<strong>do</strong>s em incorporações de <strong>no</strong>vas fronteiras de produção com investimentos emtec<strong>no</strong>logia e “insumos moder<strong>no</strong>s” que possibilitassem tais aumentos.Sem julgar o desti<strong>no</strong> que tomou o capital injeta<strong>do</strong> pelo gover<strong>no</strong> na agricultura, omontante que foi empresta<strong>do</strong> a juros negativos, serviria como uma oportuni<strong>da</strong>de vantajosapara uma grande parte de produtores gaúchos. A produção de <strong>soja</strong> <strong>no</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong>a<strong>no</strong> a a<strong>no</strong> refletia isso, porém, demonstra uma outra peculiari<strong>da</strong>de, característica essa,provavelmente, não prevista pelo gover<strong>no</strong>. Os investimentos visavam incrementos deprodução via aumento <strong>da</strong> eficiência técnica, gera<strong>do</strong> a partir de um processo demodernização <strong>da</strong>s técnicas de produção via aumento <strong>do</strong> uso de insumos químicos outec<strong>no</strong>logia emprega<strong>da</strong> <strong>no</strong> campo. Por falta de experiência ou por possível especulaçãoagrária futura, esse capital serviu também para o aumento <strong>da</strong>s fronteiras de produção e umaporção de acumulação de capital <strong>no</strong> auge <strong>do</strong> SNCR. Esses recursos, em condições de crise,como na <strong>do</strong>s <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 80, serviram para manter a produção operante, bem como, para umaaquisição de terras de pequenas proprie<strong>da</strong>des endivi<strong>da</strong><strong>da</strong>s.A despeito de to<strong>do</strong>s estes fatos, a sojicultura tem se manti<strong>do</strong> ativa, com umademan<strong>da</strong>, principalmente externa, em constante expansão. Isso demonstra que o merca<strong>do</strong>internacional continua aberto para a <strong>soja</strong> brasileira, mas, atualmente a cultura encontra-semais <strong>do</strong> que nunca necessária de uma reavaliação de priori<strong>da</strong>des para os produtores, longeatualmente <strong>do</strong> onipresente Esta<strong>do</strong> de antigamente.Isso obriga o produtor a racionalizar o uso <strong>da</strong>s áreas agrícolas, preocupan<strong>do</strong>-se maiscom a produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> terra e redução <strong>no</strong>s custos <strong>do</strong> que com a conquista de <strong>no</strong>vas áreaspara cultivo, manten<strong>do</strong> então o cultivo nas terras mais produtivas <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.Essa etapa de preocupação volta<strong>da</strong> para o rendimento, foi efetiva<strong>da</strong> após os a<strong>no</strong>s 90,marcan<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> Teixeira (2004), uma <strong>no</strong>va etapa <strong>do</strong> processo histórico demodernização <strong>da</strong> agricultura, posterior aos complexos agroindustriais.Apesar <strong>do</strong> Brasil não ter subsídios explícitos, a produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>soja</strong> brasileiracresce mais <strong>do</strong> que a <strong>do</strong>s <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>s, contribuin<strong>do</strong> assim para rebaixamento <strong>no</strong>scustos de produção 7 (EMATER, 2004). A evolução <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>soja</strong> brasileirapode ser observa<strong>da</strong> <strong>no</strong> Quadro 04.6 As estatísticas oficiais (EMATER, 2004) demonstram que o total <strong>da</strong> área colhi<strong>da</strong> de <strong>soja</strong> <strong>no</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong><strong>Sul</strong> manteve-se praticamente estável durante o perío<strong>do</strong> de 1986 até 2002, manten<strong>do</strong> uma média de 2.953.982ha colhi<strong>do</strong>s, fican<strong>do</strong> abaixo <strong>do</strong>s 4.031.826 ha colhi<strong>do</strong>s em 1979 (FEE/EMATER, 2004).7 No <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong>, o custo <strong>da</strong> <strong>soja</strong> para safra 2002/03, onde o custo por saca basea<strong>do</strong> <strong>no</strong> dólar emprimeiro de julho <strong>no</strong> valor de U$$ 2,859, o custo total por saca ficou em U$$ 6,13 a saca, contra U$$ 5,77 nasafra passa<strong>da</strong> . Os fatores que fizeram com que a <strong>soja</strong> tenha alcança<strong>do</strong> boa produtivi<strong>da</strong>de foram: tec<strong>no</strong>logia,investimento em pesquisa, ajustes <strong>do</strong> parque de máquinas, racionalização <strong>da</strong> gestão de custos e tambémfatores climáticos. Os produtores esperam que mu<strong>da</strong>nças ocorram principalmente, nas políticas públicas quepossam contribuir para que o país <strong>no</strong> futuro se torne insuperável na competitivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>soja</strong> <strong>no</strong> merca<strong>do</strong>mundial (EMATER, 2004).Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia e Sociologia Rural10


XLIII CONGRESSO DA SOBER“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos <strong>no</strong> Sistema Agroindustrial”Fonte: IBGE.QUADRO 04 – Índice de Produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Soja <strong>no</strong> Brasil –1989/1998A<strong>no</strong>Produtivi<strong>da</strong>de1986 – 1988 100.001987 – 1989 100.001988 – 1990 98.01989 – 1991 95.01990 – 1992 96.01991 – 1993 103.71992 – 1994 115.01993 – 1995 118.01994 – 1996 119.01995 – 1997 121.31996 – 1998 124.3A abertura comercial que se iniciou a partir <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Collor, marca o aumentogradual nas perspectivas de globalização. Esse fator traz consigo a necessi<strong>da</strong>de deutilização de <strong>no</strong>vas opções de insumos em conseqüência <strong>do</strong> aumento na competição <strong>do</strong>setor em relação às pressões externas. Dessa forma o produtor brasileiro tem que ajustarseus fatores de produção, pois a ampliação <strong>do</strong>s custos deprime suas receitas, que em últimaanálise definem a ren<strong>da</strong> líqui<strong>da</strong> <strong>do</strong> produtor. Contu<strong>do</strong> há que se superar a idéia de umaanálise superficial e mostrar que há outros fatores que oneram a cadeia produtiva <strong>da</strong> <strong>soja</strong>(infra-estrutura para escoamento <strong>da</strong>s safras, sejam elas os portos, ou vias de ligação aomesmos), fazen<strong>do</strong> com que essa competitivi<strong>da</strong>de conquista<strong>da</strong> pela busca <strong>do</strong> aumento deeficiência na produção, não seja maior pela debili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s políticas públicas <strong>no</strong> apoio aosetor.Apesar disso vale ressaltar que a ausência <strong>do</strong> gover<strong>no</strong> não é completa, quan<strong>do</strong>consideran<strong>do</strong> sua atuação em intenções de negociações com outros países. A prova dissoestá na intensificação <strong>da</strong>s ações na Organização Mundial <strong>do</strong> Comércio (OMC) defenden<strong>do</strong>os direitos <strong>do</strong>s produtores nacionais. Poden<strong>do</strong>-se citar também, as ações relativas àsdecisões sobre o algodão brasileiro (Brasil x subsídios <strong>do</strong> algodão America<strong>no</strong>), EmpresaBrasileira de Aeronáutica (Embraer x Bonbardier Canadense) e o conflito sobre aquali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>soja</strong> brasileira exporta<strong>da</strong> para a China, quan<strong>do</strong> em maio de 2004 foramembarga<strong>do</strong>s carregamentos de <strong>soja</strong> gaúcha sob alegação de contaminação por fungici<strong>da</strong>s.A ação <strong>do</strong> gover<strong>no</strong> foi imediata e diplomática para reverter a situação e, também consistiuem uma intensificação nas fiscalizações em portos brasileiros para garantir a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong><strong>soja</strong> exporta<strong>da</strong> (JORNAL DO COMÉRCIO, 2004).Mesmo com o acirramento <strong>da</strong> concorrência, estes fatores vieram a colaborar com oprocesso de aumento <strong>da</strong> produção, onde para continuar <strong>no</strong> merca<strong>do</strong>, os méto<strong>do</strong>s deprodução nacional deveriam se mol<strong>da</strong>r ao modelo adequa<strong>do</strong>-racional tornan<strong>do</strong>-se maiscompetitivos.Teixeira (2004) afirma que a agricultura nacional nunca esteve tão próxima <strong>do</strong>modelo <strong>do</strong>s países desenvolvi<strong>do</strong>s, <strong>no</strong> quesito produção/produtivi<strong>da</strong>de. Conforme o autor,para os países de primeiro mun<strong>do</strong>, a tec<strong>no</strong>logia aparece como fator mais importante naprodução, ou seja, a produção deve crescer com o aumento sustenta<strong>do</strong> <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>trabalho na terra. Esse fenôme<strong>no</strong> está presente na agricultura, porém, o Brasil sen<strong>do</strong> umpaís em desenvolvimento pode ocasionar efeitos adversos. O impacto de mais umfenôme<strong>no</strong> de substituição de mão-de-obra <strong>no</strong> esta<strong>do</strong>, não seria o mesmo encontra<strong>do</strong> empaíses desenvolvi<strong>do</strong>s, como o caso america<strong>no</strong>, que é pequena a disponibili<strong>da</strong>de detrabalha<strong>do</strong>res <strong>no</strong> campo em virtude <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> de mão-de-obra para a indústria.Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia e Sociologia Rural11


XLIII CONGRESSO DA SOBER“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos <strong>no</strong> Sistema Agroindustrial”Segun<strong>do</strong> Zambonadi (1996, p.29), <strong>da</strong><strong>do</strong>s oficiais revelam uma ver<strong>da</strong>deira revoluçãoem termos de ganho na produtivi<strong>da</strong>de na agricultura brasileira <strong>no</strong>s últimos dez a<strong>no</strong>s,especialmente, se forem considera<strong>do</strong>s a redução gradual <strong>do</strong>s volumes de recursos aplica<strong>do</strong>sem crédito rural e pesquisa <strong>no</strong> setor, variáveis que inibiram o investimento contínuo em<strong>no</strong>vos equipamentos e tec<strong>no</strong>logias.Uma <strong>da</strong>s variáveis mais importantes que auxiliaram <strong>no</strong> crescimento <strong>da</strong>produtivi<strong>da</strong>de pode ser atribuí<strong>da</strong> à disponibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> estoque e ao <strong>do</strong>mínio de tec<strong>no</strong>logiasgera<strong>da</strong>s pela pesquisa e assistência técnica nas déca<strong>da</strong>s de 70 e 80, sustentan<strong>do</strong> a produção<strong>no</strong> perío<strong>do</strong> de dificul<strong>da</strong>des. Importante foi sem dúvi<strong>da</strong> o papel <strong>da</strong> EMBRAPA, comoprincipal gera<strong>do</strong>ra de tec<strong>no</strong>logias e com o aproveitamento dessas por parte <strong>do</strong>s produtores.Sen<strong>do</strong> desenvolvi<strong>da</strong>s pela empresa estatal responsável pela pesquisa e avançosagrícolas/tec<strong>no</strong>lógicos em território nacional, sua função atualmente se estende além,fazen<strong>do</strong> papel também de fomenta<strong>do</strong>r <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> interna pela <strong>soja</strong>, com programas comoSoja na Mesa e Soja Dez, Fome Zero, cujo principal objetivo eram o de divulgar osbenefícios para a saúde e alimentação e seu teor altamente protéico.O agricultor aumentou a produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> lavoura e ajustan<strong>do</strong>-se a uma <strong>no</strong>vareali<strong>da</strong>de, com maior risco econômico e de rentabili<strong>da</strong>de duvi<strong>do</strong>sa, em face à que<strong>da</strong> <strong>do</strong>spreços 8 e <strong>da</strong> instabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s políticas internas de sustentação de ren<strong>da</strong>, que forameficientes até a déca<strong>da</strong> de 80 e pouco operantes nas safras mais recentes. A redução <strong>da</strong>lucrativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s lavouras obrigou o produtor a operar mais com o espírito empresarial <strong>do</strong>que com a emotivi<strong>da</strong>de que lhe era peculiar.A <strong>do</strong>bradinha trigo-<strong>soja</strong>, sempre ofereceu uma vantagem ao produtor comoesquema de rotação de cultura. Existe atualmente um refi<strong>no</strong> <strong>da</strong> técnica aplican<strong>do</strong> o que osespecialistas chamam de <strong>plantio</strong> direto, ou seja, a semeadura é feita diretamente na palha<strong>da</strong> cultura anterior proporcionan<strong>do</strong> ao produtor uma melhor conservação <strong>do</strong> solo, umaumento de produção e redução de custos. Porém, essa técnica ain<strong>da</strong> não é parece não tersi<strong>do</strong> a solução.Explicar o aumento de produtivi<strong>da</strong>de na agricultura, com a que<strong>da</strong> de ren<strong>da</strong> ecapaci<strong>da</strong>de de poupar <strong>do</strong> setor podem estar liga<strong>do</strong>s a outros fatores também, tais como aredução <strong>do</strong> custo global <strong>da</strong> produção e a inclusão de algumas tec<strong>no</strong>logias específicas, comuso de insumos mais moder<strong>no</strong>s, que além <strong>do</strong> bom comportamento climático possamjustificar ganhos tec<strong>no</strong>lógicos e aumento de produtivi<strong>da</strong>de. Para tal justificativa, seráanalisa<strong>do</strong> o processo de inclusão <strong>do</strong> mais <strong>no</strong>vo méto<strong>do</strong> para uma redução <strong>no</strong>s custos cominsumos e ganhos em produtivi<strong>da</strong>de disponibiliza<strong>do</strong>s recentemente e provenientes <strong>da</strong>abertura comercial <strong>no</strong> país.Segun<strong>do</strong> Teixeira (2004) a inserção <strong>do</strong> país <strong>no</strong> bojo <strong>do</strong> projeto neoliberal, trouxeconsigo, mu<strong>da</strong>nças para o setor de sementes e agroquímicos. Ocorren<strong>do</strong> um intensofenôme<strong>no</strong> transfronteiras de fusões, aquisições e incorporações pelo capital internacional,onde em 1998 na <strong>soja</strong>, a participação externa foi de 48%. Concomitantemente a essareali<strong>da</strong>de o Brasil ingressa na era <strong>da</strong> biotec<strong>no</strong>logia, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> motivo de discussõesacalora<strong>da</strong>s, <strong>no</strong>s últimos a<strong>no</strong>s <strong>no</strong> país.A origem <strong>da</strong> rigidez <strong>do</strong> homem, em aceitar o processo de inserção de uma <strong>no</strong>vi<strong>da</strong>decientífica pode estar liga<strong>do</strong> a fatores <strong>da</strong> própria natureza humana, em aceitar o velho econheci<strong>do</strong> ao disseminar o <strong>no</strong>vo e ain<strong>da</strong> desconheci<strong>do</strong> de efeitos a longo prazo. Também8 Müller (1999) salienta esta observação, acrescentan<strong>do</strong> que <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 80 os preços recebi<strong>do</strong>s pelos produtoresde <strong>soja</strong> mostraram-se tendencialmente decrescentes, com destaque maior para o perío<strong>do</strong> posterior a 1985.Onde esse fato se explique que devi<strong>do</strong> ao aumento de produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> terra levariam a uma diminuição <strong>no</strong>preço <strong>do</strong>s produtos agrícolas.Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia e Sociologia Rural12


XLIII CONGRESSO DA SOBER“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos <strong>no</strong> Sistema Agroindustrial”existem resistências de cunho ecológico, sain<strong>do</strong> em defesa de uma agricultura social eecologicamente correta; como é o caso <strong>do</strong>s produtos orgânicos ten<strong>do</strong> uma ideologiacompletamente oposta, onde em seu processo intensifica o uso de mão-de-obra e reduz aomínimo o emprego de insumos <strong>da</strong> agroindústria.Pretende-se então, analisar alguns aspectos positivos defendi<strong>do</strong>s pela principalempresa operante <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> de sementes geneticamente modifica<strong>da</strong>s (Monsanto) etambém aspectos negativos que possam vir a existir junto à inserção dessa <strong>no</strong>va tec<strong>no</strong>logia.4.1 A Biotec<strong>no</strong>logiaA engenharia genética que é aplica<strong>da</strong> em plantas tem si<strong>do</strong> objetivo de controvérsiasdesde de 1971, quan<strong>do</strong> o primeiro organismo geneticamente modifica<strong>do</strong> foi desenvolvi<strong>do</strong>(EMBRAPA, 2004).Define-se biotec<strong>no</strong>logia por incluir o conjunto de técnicas que utiliza organismosvivos, ou parte deles, para fabricar ou modificar produtos e/ou organismos vivos, para finsde promover melhoramentos em plantas e/ou animais, ou ain<strong>da</strong>, desenvolvermicroorganismos para usos específicos (EMATER, 2004). Um conceito mais simples seriao de Salles Filho et al.(1986) onde a biotec<strong>no</strong>logia é conceitua<strong>da</strong> como sen<strong>do</strong> "a aplicaçãode organismos biológicos na produção de bens e serviços”. A introdução de técnicas degenética aplica<strong>da</strong>s <strong>no</strong> beneficiamento de sementes tem a intenção <strong>da</strong> busca de uma melhorana produtivi<strong>da</strong>de e uma redução de custos com insumos.Com a modernização <strong>da</strong>s sementes, através <strong>da</strong> biotec<strong>no</strong>logia que ocupa hoje umlugar de destaque na agricultura, possibilitan<strong>do</strong>, então, a introdução <strong>da</strong>s plantasmodifica<strong>da</strong>s geneticamente nas lavouras brasileiras: os transgênicos.4.1.2 Controvérsias em tor<strong>no</strong> <strong>da</strong> Soja Transgênica e o caso <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong>Segun<strong>do</strong> Roessing (2001, p.53), em 1997, a área global sob culturas transgênicasera de 12,8 milhões de hectares, 4,5 vezes os 2,8 milhões de hectares de 1996. O grandeaumento <strong>no</strong> cultivo de produtos transgênicos em 1997 ocorreu <strong>no</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s segui<strong>do</strong><strong>da</strong> Argentina e Canadá. Consideran<strong>do</strong> to<strong>da</strong>s as culturas, a proporção de área comtransgênicos, <strong>no</strong>s países industrializa<strong>do</strong>s, aumentou de 57% em 1996 para 74% em 1997.Vale ressaltar que a maior área de cultura transgênica <strong>no</strong> mun<strong>do</strong>, atualmente é a de <strong>soja</strong>resistente ao herbici<strong>da</strong>.As análises preliminares indicam que existem significantes e múltiplos benefícioscom o uso de culturas geneticamente modifica<strong>da</strong>s. Entretanto, isso não implica que essesbenefícios sejam igualmente dividi<strong>do</strong>s entre as companhias produtoras, produtores desementes e grãos, industriais e consumi<strong>do</strong>res. Alguns benefícios resultantes <strong>do</strong>sOrganismos Geneticamente Modifica<strong>do</strong>s (OGM), em diferentes culturas poden<strong>do</strong> ser nacultura <strong>da</strong> <strong>soja</strong>, onde <strong>no</strong>s Esta<strong>do</strong> Uni<strong>do</strong>s, em 1996, com a implantação <strong>da</strong> tec<strong>no</strong>logiaresultou em eco<strong>no</strong>mia de 10% a 40% <strong>no</strong> requerimento de herbici<strong>da</strong>s, melhor controle deervas <strong>da</strong>ninhas e umi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> solo, melhora na produtivi<strong>da</strong>de e uma maior flexibili<strong>da</strong>de <strong>no</strong>manejo <strong>da</strong> cultura com sensível redução <strong>no</strong> emprego de mão-de-obra <strong>no</strong> processo de<strong>plantio</strong> (USDA, 2003).Existem ain<strong>da</strong> poucos estu<strong>do</strong>s científicos com base na <strong>soja</strong> transgênica em sologaúcho, mas o realiza<strong>do</strong> pela eco<strong>no</strong>mista Maria Benetti (MONSANTO/FEE, 2004)apontou uma redução de 17% para gastos com insumos e 15% num total <strong>do</strong>s custos <strong>da</strong>produção, e de outro la<strong>do</strong> um aumento de 25% com o preço pago pela semente e semRibeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia e Sociologia Rural13


XLIII CONGRESSO DA SOBER“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos <strong>no</strong> Sistema Agroindustrial”contabilizar os royalties e uma possível diferenciação de preços entre a <strong>soja</strong>convencional/transgênico.Para os produtores gaúchos, uma situação desfavorável de disponibili<strong>da</strong>definanceira para o custeio <strong>da</strong> lavoura de <strong>soja</strong> vem se tornan<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> a<strong>no</strong> mais crucial, e commuitas exigências a serem cumpri<strong>da</strong>s, pelo produtor, junto às instituições financeiras – namaior parte subordina<strong>da</strong>s ao capital estrangeiro e/ou priva<strong>do</strong> decorrente <strong>da</strong> retração <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>. Essa reali<strong>da</strong>de obriga os produtores a buscarem alternativas que viabilizem a suaativi<strong>da</strong>de, esse espaço <strong>no</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong> está sen<strong>do</strong> ocupa<strong>do</strong> pela biotec<strong>no</strong>logia, queafeta o perío<strong>do</strong> de produção e potencializa os efeitos físico-químicos e <strong>da</strong>s i<strong>no</strong>vaçõesmecânicas.Sabe-se que na safra 2003/04 ocoeram <strong>no</strong>s campos gaúchos a utilização desementes geneticamente modifica<strong>da</strong>s, mas de forma ilegal. Segun<strong>do</strong> EMATER (2004), aimplantação <strong>da</strong>s mesmas gerou ganhos de produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> ordem de 41%,comparativamente à média <strong>do</strong>s últimos três a<strong>no</strong>s. A <strong>soja</strong> de forma ilegal provinha nagrande maioria <strong>da</strong> Argentina, sen<strong>do</strong> a semente de <strong>soja</strong> Rondup Ready (RR) que utilizabasicamente um único tipo de herbici<strong>da</strong>, a base de Glyphosate, sen<strong>do</strong> fabrica<strong>do</strong> edistribuí<strong>do</strong> pelo mesmo fabricante <strong>da</strong>s sementes, Monsanto, que distribui também assementes <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Porém, atualmente já existem <strong>no</strong> merca<strong>do</strong>, herbici<strong>da</strong>s“genéricos”, que utilizam como base o mesmo Glifosato aplica<strong>do</strong> em sementes <strong>do</strong> tipo RR.Estes agrotóxicos estão sen<strong>do</strong> produzi<strong>do</strong>s atualmente por 18 empresas diferentes,diminuin<strong>do</strong> o risco de uma “ven<strong>da</strong> casa<strong>da</strong>”. Conforme afirma Melgarejo (2003), nessascircunstâncias de ilegali<strong>da</strong>de, e consideran<strong>do</strong> uma visão de curto prazo mascara<strong>da</strong> porresulta<strong>do</strong>s pontuais apressa<strong>da</strong>mente interpreta<strong>do</strong>s, por estarem livres <strong>do</strong> pagamento <strong>da</strong> taxade tec<strong>no</strong>logia (royalties) e, também, de um controle de quali<strong>da</strong>de, uma possível e maisconsistente resposta a esta questão ain<strong>da</strong> permanece obscura.Atualmente, a incessante busca por <strong>no</strong>vos merca<strong>do</strong>s e de maior competitivi<strong>da</strong>de, oBrasil se igualou aos países desenvolvi<strong>do</strong>s <strong>no</strong> tocante à disponibili<strong>da</strong>de de tec<strong>no</strong>logia deuso <strong>da</strong> transgenia na produção <strong>da</strong> <strong>soja</strong>. Portanto, também <strong>no</strong> país, to<strong>da</strong>s as tec<strong>no</strong>logias e osavanços em genética são rapi<strong>da</strong>mente repassa<strong>do</strong>s aos agricultores através <strong>da</strong>s vitrinestec<strong>no</strong>lógicas, que atuam como um <strong>do</strong>s principais meios para disseminação. No esta<strong>do</strong>gaúcho, a existência de exposições agrícolas, shows rurais e agrishows facilita o processode absorção dessa tec<strong>no</strong>logia que, em muitos casos, tem si<strong>do</strong> instantâneo <strong>no</strong>s campos <strong>do</strong>sul <strong>do</strong> Brasil, como sua utilização em sementes de <strong>soja</strong> e na lavoura orizícola também.Há aspectos negativos em relação à cultura <strong>da</strong> <strong>soja</strong> transgênica em larga escala, emque diz respeito ao comércio internacional. A França e a Alemanha poderiam deixar decomprar <strong>soja</strong> brasileira, caso o Brasil não crie uma regulamentação clara que comprove adiferenciação <strong>da</strong> <strong>soja</strong> convencional e transgênica. Fato, consideran<strong>do</strong> que a União Européiaconsome de 70 a 80% de to<strong>do</strong> grão e farelo de <strong>soja</strong> exporta<strong>do</strong>, pode ser agravante para oprodutor que optar por produzir transgênicos. Porém, o Gover<strong>no</strong> brasileiro em defesa <strong>do</strong>sinteresses <strong>do</strong>s grandes produtores parece ter mais uma vez mostra<strong>do</strong> que sua ausência nãoé completa, mas atualmente discreta ao instituir a Medi<strong>da</strong> Provisória 9 de N° 223 de 14 deoutubro de 2004, estabeleceu <strong>no</strong>rmas para <strong>plantio</strong> e comercialização <strong>da</strong> produção de <strong>soja</strong>geneticamente modifica<strong>da</strong> na safra de 2005, suprin<strong>do</strong> a vontade <strong>do</strong>s agricultores gaúchos jáestavam com a <strong>soja</strong> RR planta<strong>da</strong> e germinan<strong>do</strong> em seus campos (EMATER, 2004).Outra questão a ser levanta<strong>da</strong>, é o estabelecimento <strong>do</strong> prêmio para o produto nãotransgênico.Segun<strong>do</strong> Pesquisa<strong>do</strong>res <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Getúlio Vargas (FGV), existem9 Para que possa ser realiza<strong>da</strong> a ven<strong>da</strong> de sementes transgênicas e de herbici<strong>da</strong>s para serem usa<strong>do</strong>s na culturade Soja RR, se faz necessária a aprovação <strong>da</strong> Lei de Biossegurança e a liberação de registros.Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia e Sociologia Rural14


XLIII CONGRESSO DA SOBER“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos <strong>no</strong> Sistema Agroindustrial”dificul<strong>da</strong>des para estabelecer esse prêmio, devi<strong>do</strong> as oscilações <strong>do</strong>s custos <strong>da</strong>s diversasregiões brasileiras. Segun<strong>do</strong> os mesmos, uma proibição <strong>do</strong> cultivo comercial <strong>da</strong> <strong>soja</strong>transgênica <strong>no</strong> Brasil também dificulta projeções nesse senti<strong>do</strong>, porque até então só a <strong>soja</strong>convencional é certifica<strong>da</strong> para embarque.Outro problema que surge, diz respeito a certificação por parte <strong>do</strong> gover<strong>no</strong>,indican<strong>do</strong> que a legalização <strong>do</strong> <strong>plantio</strong> agravaria a relação de dependência econômica <strong>do</strong>Brasil em relação aos detentores <strong>da</strong> tec<strong>no</strong>logia de produção, uma vez que o mo<strong>no</strong>pólio <strong>da</strong>Monsanto <strong>no</strong>s campos seria unânime. Nesse senti<strong>do</strong>, quem optasse por produzir <strong>soja</strong>geneticamente modifica<strong>da</strong>, estaria fa<strong>da</strong><strong>do</strong> a ser cliente fiel <strong>da</strong> empresa <strong>no</strong>rte-americana,com um crescente poder de pressão <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> e sobre os produtores, tambémcontribuin<strong>do</strong> para o escoamento de divisas para fins de pagamentos a direitos referentes àtec<strong>no</strong>logia. Subordinan<strong>do</strong> a agricultura, ca<strong>da</strong> vez mais a agroindústria e multinacionais,pois <strong>no</strong> uso <strong>da</strong> biotec<strong>no</strong>logia, estaria o processo máximo <strong>da</strong> apropriação <strong>da</strong> indústria sobreo processo material de produção, chegan<strong>do</strong> agora a atingir a semente; o cerne <strong>da</strong> produção(SORJ et al., 1990).Cabe ressaltar por fim, a progressivi<strong>da</strong>de negativa na performance <strong>da</strong>s sementesRR, <strong>no</strong>s EUA. Melgarejo (2003 apud BENBROOK, 2001, p.57) menciona que emsubseqüentes safras <strong>da</strong> <strong>soja</strong>, estar aumentan<strong>do</strong> progressivamente a quanti<strong>da</strong>de de herbici<strong>da</strong>para manter estável o nível de produtivi<strong>da</strong>de e também o aumento <strong>no</strong> valor <strong>do</strong>s royaltiespagos pelo uso <strong>da</strong> tec<strong>no</strong>logia. Ain<strong>da</strong>, Melgarejo (2003 apud BENBROOK, 2001, p.28-9)alerta que estu<strong>do</strong>s mostram que a <strong>soja</strong> RR vem produzin<strong>do</strong> de 5 a 10% a me<strong>no</strong>s <strong>do</strong> quesimilares convencionais não transgênicas.No <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong>, na safra atual (2004/05) segun<strong>do</strong> EMATER (2004) e aFederação <strong>da</strong> Agricultura <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong> (FARSUL, 2004) ostransgênicos ocuparão 90% <strong>da</strong> área destina<strong>da</strong> à <strong>soja</strong> e também <strong>no</strong> esta<strong>do</strong> está o maiornúmero de produtores que assinaram o termo de conduta para a produção. Dos 83.558assina<strong>do</strong>s até 16/10/2004, 81.602 foram assina<strong>do</strong>s por produtores gaúchos com intenção deplantar a semente RR. A safra 2004/05 gaúcha representaria uma rica base de <strong>da</strong><strong>do</strong>s, ain<strong>da</strong>preliminares, para o início de obtenção de resulta<strong>do</strong>s que possam ser compara<strong>do</strong>s com aprodução convencional de <strong>soja</strong>, não fosse a seca <strong>do</strong> verão, que ocasio<strong>no</strong>u uma quebra deaproxima<strong>da</strong>mente 70% <strong>da</strong> safra de <strong>soja</strong> gaúcha (EMATER, 2004).Após esse breve debate, mostran<strong>do</strong> as controvérsias com relação à a<strong>do</strong>ção <strong>do</strong> uso <strong>da</strong>transgenia na cultura de <strong>soja</strong>, vale entender melhor essa repercussão a médio e longoprazos. Consideran<strong>do</strong> o fato de que após a certificação legal, pagamentos <strong>da</strong>s taxasreferentes à tec<strong>no</strong>logia e despesas com insumos, o paralelo <strong>soja</strong> convencional/transgênicavai poder ser analisa<strong>do</strong> de forma homogênea.5. ConclusãoA intenção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> sempre esteve vincula<strong>da</strong> com uma geração de divisasprovenientes <strong>da</strong> exportação de produtos agrícolas. Buscava-se conquistar <strong>no</strong>vos merca<strong>do</strong>scomo condição para um crescimento, para essa expansão, também sempre foiindispensável um aumento na competitivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> produção nacional em relação aosconcorrentes para garantir a permanência <strong>no</strong> merca<strong>do</strong>.Essa preocupação, então, se voltapara a melhoria de produtivi<strong>da</strong>de, ou seja, através <strong>do</strong> progresso tec<strong>no</strong>lógico. Fica evidentea necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> busca por essa modernização <strong>da</strong>s técnicas de produção que ain<strong>da</strong> estavamem fase primitiva de produtivi<strong>da</strong>de <strong>no</strong> Brasil e <strong>no</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> RS.Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia e Sociologia Rural15


XLIII CONGRESSO DA SOBER“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos <strong>no</strong> Sistema Agroindustrial”Identifica<strong>do</strong> a carência de investimento na agricultura, o gover<strong>no</strong> com aimplantação <strong>do</strong> SNCR e de órgãos de divulgação, pesquisa e extensão rural dá início aoprocesso de modernização <strong>do</strong> campo e a idéia oficial <strong>do</strong> aumento produtivi<strong>da</strong>de liga<strong>do</strong> amelhoria de competitivi<strong>da</strong>de.To<strong>do</strong> esse processo de modernização subsidia<strong>do</strong> pelo gover<strong>no</strong>surtiu alguns efeitos <strong>no</strong> aumento de produção de <strong>soja</strong>. Porém, a produção em constanteaumento, parece ter esta<strong>do</strong> relaciona<strong>da</strong> com aumentos ain<strong>da</strong> discretos de produtivi<strong>da</strong>de emuito mais, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong>s aumentos na área colhi<strong>da</strong>. Desvirtuan<strong>do</strong> <strong>do</strong> objetivo central<strong>do</strong> gover<strong>no</strong>, em gerar tais aumentos liga<strong>do</strong>s a melhoria <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de.No caso <strong>da</strong> <strong>soja</strong> gaúcha, em especial, foram consegui<strong>do</strong>s aumentos de produçãovincula<strong>do</strong>s a ganhos de rendimento, porém ain<strong>da</strong> modestos, diferentemente <strong>da</strong>s outrasculturas de exportação (laranja, café, etc). O capital foi reverti<strong>do</strong> <strong>no</strong> incremento <strong>do</strong> parquede máquinas e em insumos considera<strong>do</strong>s moder<strong>no</strong>s, porém, a mentali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produtorain<strong>da</strong> estava nas graças <strong>do</strong> crédito fácil.O início <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça de mentali<strong>da</strong>de se inicia, com a atitude <strong>do</strong> gover<strong>no</strong> em reduziro volume de crédito destina<strong>do</strong> para financiar a produção, como forma de equilibrar osgastos <strong>do</strong> gover<strong>no</strong> e reduzir a pressão inflacionária. O produtor é leva<strong>do</strong> a racionalizarrecursos emprega<strong>do</strong>s bem como a área utiliza<strong>da</strong> e uma busca constante por alternativas queviabilizem sua ativi<strong>da</strong>de.Essa preocupação em redução <strong>no</strong>s custos com insumos e mão-de-obra, parece serefetiva após a aceitação <strong>do</strong> produtor gaúcho para a introdução <strong>da</strong> biotec<strong>no</strong>logia naprodução. Contu<strong>do</strong>, o uso de tec<strong>no</strong>logias, tais como a transgenia, as decisões de utilizaçãosão toma<strong>da</strong>s não por estarem vincula<strong>da</strong>s apenas a aspectos econômicos ou imposições deorganizações ou enti<strong>da</strong>des. Muito antes de aparecer tal opção de tec<strong>no</strong>logia, a necessi<strong>da</strong>dede uma redução de custos e aumento de produtivi<strong>da</strong>de sempre esteve presente <strong>no</strong> cotidia<strong>no</strong><strong>do</strong> produtor gaúcho de <strong>soja</strong>.Tornan<strong>do</strong> o passo seguinte <strong>da</strong> modernização na agricultura por seus próprios meios,e não mais sob a intervenção estatal direta. Fazen<strong>do</strong> a etapa seguinte a modernização porconta de suas necessi<strong>da</strong>des, porém, os efeitos <strong>da</strong> introdução dessa <strong>no</strong>va tec<strong>no</strong>logiaprecisam de um tempo maior para começar a se obter respostas, sejam elas favoráveis ounão.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASANUÁRIO DO CRÉDITO RURAL. Brasília: Banco Central <strong>do</strong> Brasil, 2004. Disponívelem: . Acesso em: mai. 2004.ANUÁRIO BRASILEIRO DA SOJA. Brasília: Ed Gráfica e Ed. Palotti, 2002.BACHA, Carlos José C. Eco<strong>no</strong>mia e Política Agrícola <strong>no</strong> Brasil. São Paulo: Atlas, 2004.BANCO CENTRAL DO BRASIL. Disponível em: . Acesso em:ago. 2004.Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Eco<strong>no</strong>mia e Sociologia Rural16


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