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Bloqueio farmacológico do sistema renina- angiotensina-aldosterona

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293<strong>Bloqueio</strong> farmacológico <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>renina</strong><strong>angiotensina</strong>-al<strong>do</strong>sterona:inibição da enzimade conversão e antagonismo <strong>do</strong> receptor AT 1José Márcio Ribeiro, Leonar<strong>do</strong> P. FlorêncioResumoO <strong>sistema</strong> <strong>renina</strong>-<strong>angiotensina</strong>-al<strong>do</strong>sterona (SRAA)desempenha importante função na regulação da pressãoarterial e na manutenção <strong>do</strong> equilíbrio hidroeletrolítico. A<strong>angiotensina</strong> II atua como principal media<strong>do</strong>r <strong>do</strong> SRAA ea hiperatividade desse <strong>sistema</strong> tem si<strong>do</strong> relacionada com odesenvolvimento da hipertensão e de outras formas de<strong>do</strong>enças cardiovasculares e renais. Os agentes que bloqueiamfarmacologicamente o SRAA reduzem a pressãopor mecanismos diversos, como redução da atividadevasoconstrictora da <strong>angiotensina</strong> II, aumento na concentraçãode bradicinina, redução <strong>do</strong> tônus simpático, melhorada função en<strong>do</strong>telial e remodelação estrutural <strong>do</strong>s vasossanguíneos. Estes fármacos têm demonstra<strong>do</strong> eficácia,segurança, tolerabilidade e proteção de órgãos-alvo.Palavras-chave: Sistema <strong>renina</strong>-<strong>angiotensina</strong>-al<strong>do</strong>sterona; IECA; Antagonistas de <strong>angiotensina</strong> II.Recebi<strong>do</strong>: 26/4/00 – Aceito: 29/7/00 Rev Bras Hipertens 3: 293-302, 2000IntroduçãoO <strong>sistema</strong> <strong>renina</strong>-<strong>angiotensina</strong>-al<strong>do</strong>sterona(SRAA) desempenha importantefunção na regulação da pressãoarterial e da homeostase eletrolítica1,2 . Tem si<strong>do</strong> atribuí<strong>do</strong> papel relevanteà hiperatividade desse <strong>sistema</strong>,na fisiopatologia da hipertensãoarterial e em outras patologias cardiovasculares.No que diz respeito aocoração, várias conseqüências hemodinâmicase humorais têm si<strong>do</strong> relacionadasà ativação <strong>do</strong> SRAA, comoisquemia miocárdica, hipertrofia ventricularesquerda, arritmias, alteraçõesno equilíbrio coagulação-fibrinólise eaumento <strong>do</strong> estresse oxidativo 3 . Oscomponentes e as fontes dessa cascatabioquímica (Figura 1) incluem a <strong>renina</strong>,o substrato da <strong>renina</strong>, deriva<strong>do</strong> <strong>do</strong>fíga<strong>do</strong>, denomina<strong>do</strong> angiotensinogênio,e a enzima de conversão de <strong>angiotensina</strong>(ECA), liberada principalmentepelo en<strong>do</strong>télio capilar <strong>do</strong>s pulmões 4 .Desde a introdução <strong>do</strong>s inibi<strong>do</strong>resda ECA há quase 20 anos, essas substânciasdesempenharam relevante pa-pel na terapia da hipertensão arterial enas <strong>do</strong>enças cardiovasculares. Essaclasse de fármacos apresentou grandeavanço desde que o primeiro composto,o captopril, foi libera<strong>do</strong> para usoclínico em 1981. Atualmente, existemno merca<strong>do</strong> em torno de 20 inibi<strong>do</strong>resda ECA usa<strong>do</strong>s em vários países 5 .Essas drogas demonstraram atuar nãosomente na redução da pressão arterial,mas, experimentalmente, essescompostos foram capazes de reduzir aprogressão de <strong>do</strong>enças renais, cardíacase/ou vasculares, com benefícios naCorrespondência:José Márcio RibeiroRua Guajajaras, 2241, salas 503/504 – 30180-101 – Belo Horizonte, MGUnidade de Hipertensão Arterial/MAPA – Serviço de Cardiologia – Hospital Felício Rocho – Belo Horizonte, MGRibeiro JM, Florêncio LP Rev Bras Hipertens vol 7(3): julho/setembro de 2000


294Tabela 1 – Indicações para os IECA (aprovadas pelo FDA) (modifica<strong>do</strong> da referência 6)Droga Hipertensão ICC Nefropatia Disfunção VEarterialdiabéticaCaptopril + + + + (pós-IM)Benazepril +Enalapril + + + (assintomática)Lisinopril + +Fosinopril + +Quinapril + +Ramipril + +Perin<strong>do</strong>pril +Tran<strong>do</strong>lapril + + (pós-IM) + (pós-IM)ICC: insuficiência cardíaca congestiva; IM: infarto <strong>do</strong> miocárdio; VE: ventrículo esquer<strong>do</strong>.morbidade e na mortalidade cardiovascular6 . O contínuo desenvolvimentoe a procura de outras indicaçõespara os agentes que bloqueiam o SRAAtêm permiti<strong>do</strong> seu uso em outras condições,tais como insuficiência cardíaca,infarto agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> miocárdio, nefropatiadiabética e disfunção ventricularesquerda 6-9 (Tabela 1).O SRA pode também ser bloquea<strong>do</strong>seletivamente por meio decompostos que antagonizam osreceptores de <strong>angiotensina</strong> II (AT 1 ).Esses agentes denomina<strong>do</strong>s bloquea<strong>do</strong>res<strong>do</strong>s receptores de <strong>angiotensina</strong>II (BRAII) promovem bloqueio maisespecífico <strong>do</strong> SRA pela inibição dasações deletérias da AII em nível dereceptor, independentemente da viapela qual a AII foi formada.Mais recentemente, outra alternativade intervenção farmacológica no SRAAtem si<strong>do</strong> possível por meio <strong>do</strong>s inibi<strong>do</strong>resda vasopeptidase, uma nova classe deagentes cardiovasculares que atuasimultaneamente inibin<strong>do</strong> a en<strong>do</strong>peptidasee a enzima de conversão de <strong>angiotensina</strong>.Isso possibilita proporcionar todasas ações já conhecidas <strong>do</strong>s inibi<strong>do</strong>res daECA, acrescidas da ação vasodilata<strong>do</strong>raproporcionada pelos peptídeos vasodilata<strong>do</strong>rese prováveis propriedades deproteção a órgãos-alvo.Neste artigo, revisaremos os conhecimentosatuais <strong>do</strong>s principais agentesque interferem no SRAA e seu usocomo agentes anti-hipertensivos.Sistema <strong>renina</strong><strong>angiotensina</strong>-al<strong>do</strong>steronaO SRAA tem importante atuaçãona regulação da pressão arterial, equilíbriohidroeletrolítico, estruturação efunção cardiovascular 10 . O eixo <strong>renina</strong><strong>angiotensina</strong>-al<strong>do</strong>steronaestá relaciona<strong>do</strong>a inúmeras áreas da síndromehipertensiva, tanto em sua origem,como em sua progressão. A ativaçãoexcessiva <strong>do</strong> SRAA tem si<strong>do</strong> reconhecidacomo elemento de importânciana progressão de lesões deórgãos-alvo como hipertrofia ventricularesquerda, insuficiência cardíacacongestiva, hipertrofia vascular, remodelaçãoventricular pós-infarto <strong>do</strong> miocárdioe alterações renais 11 .Suas ações são mediadas principalmentepela <strong>angiotensina</strong> II, umpotente peptídeo biológico, que estárelaciona<strong>do</strong> com a etiologia da hipertensãoe várias outras formas de <strong>do</strong>ençascardiovasculares e renais 12 . Suaatuação na homeostase cardiovascularé incontestável, talvez mais como fatorde crescimento que como hormôniovasopressor (Figura 1).A formação da AII envolve umaclivagem seqüencial <strong>do</strong> angiotensinogênio,proteína derivada principalmenteda zona pericentral <strong>do</strong>s lóbuloshepáticos. Pela ação da enzima glicoproteolítica,sintetizada no rim, denominada<strong>renina</strong>, mas também encontradaem outros teci<strong>do</strong>s como cérebro,vasos sangüíneos <strong>do</strong> trato genital, suprarenaise tumores 13 , o angiotensinogênioé des<strong>do</strong>bra<strong>do</strong> no decapeptídeo <strong>angiotensina</strong>I, que é desprovi<strong>do</strong> de açãovascular, e então hidroliza<strong>do</strong> no octapeptídeoativo <strong>angiotensina</strong> II, pela açãoda enzima de conversão da <strong>angiotensina</strong>.Além de sua formação plasmática,a AII pode ser formada localmente nosrins, nos vasos, no coração, nos rins, nocérebro, proporcionan<strong>do</strong> sua funçãoautócrina, parácrina e intrácrina. Apresença de to<strong>do</strong>s os componentes queFigura 1 – Influência da AII na estrutura, na função e na aterosclerose (modifica<strong>do</strong>,referência 22).Ribeiro JM, Florêncio LP Rev Bras Hipertens vol 7(3): julho/setembro de 2000


297diferencialmente melhorada com osinibi<strong>do</strong>res da ECA, com maior afinidadetecidual 25 .Para a compreensão <strong>do</strong> mecanismode ação, pelo qual esse grupo de medicamentosreduz a pressão arterial, énecessário conhecer como é feita ainteração com o SRAA e como elesdiferem de outros compostos. A reduçãoda produção de AII promovidapelos inibi<strong>do</strong>res da ECA é semelhanteàquela feita pelos betabloquea<strong>do</strong>res,que reduzem a atividade de <strong>renina</strong>plasmática. Os bloquea<strong>do</strong>res dereceptores de AII interferem nesse<strong>sistema</strong>, bloquean<strong>do</strong> o receptor nonível da parede <strong>do</strong> vaso. Os inibi<strong>do</strong>resda ECA atuam especificamente naenzima de conversão de <strong>angiotensina</strong>,que catalisa a transformação de<strong>angiotensina</strong> I em <strong>angiotensina</strong> II etambém controla a degradação dabradicinina e de outros peptídeos vasoativos.Embora os inibi<strong>do</strong>res da ECAdiminuam a produção de AII, estapode ser formada por vias alternativasnão dependentes da ECA. Essas viasde formação de AII pela quimase eoutras proteases formam AII nomiocárdio e no teci<strong>do</strong> vascular 26 .Os níveis de AII aumentam gradualmente,apesar da manutenção dainibição da ECA 27 . Pelo fato de osinibi<strong>do</strong>res da ECA reduzirem transitoriamenteos níveis de AII, outros mecanismosde redução de pressão arterialdevem ser considera<strong>do</strong>s. Parece existirparticipação da bradicinina e de outroscompostos vasodilata<strong>do</strong>res influencian<strong>do</strong>esse processo 28 , mas o papeldas prostaglandinas na redução dapressão arterial ainda permaneceincerto 6 .O primeiro inibi<strong>do</strong>r da ECA, oralmenteativo, foi o captopril, que teminício de ação rápi<strong>do</strong> e curta ação.Outros compostos com ação maisprolongada foram desenvolvi<strong>do</strong>s, comoo enalapril, que sofre transformaçãometabólica no fíga<strong>do</strong> e na parede intestinal,como os demais inibi<strong>do</strong>res daECA, exceto o captopril e o lisinopril.Os efeitos na redução da pressãoarterial são semelhantes entre os váriosinibi<strong>do</strong>res da ECA, embora possa haverdiferenciação na absorção, meiavidae na ligação a proteínas 6 (Tabela2). A eliminação se dá quase exclusivamentepor via renal, exceto emrelação ao tran<strong>do</strong>lapril e no fosinopril,cuja eliminação hepática é bastanteexpressiva 29 . Outra propriedade <strong>do</strong>sinibi<strong>do</strong>res da ECA muito discutida serefere à lipossolubilidade. Compostoscomo o quinapril e o ramipril, altamentelipofílicos, ligam-se à ECA tissular porperío<strong>do</strong> de tempo mais prolonga<strong>do</strong>, etem si<strong>do</strong> atribuí<strong>do</strong> a essa característicaefeito favorável no controle da pressãoarterial e/ou proteção de órgãos-alvo,entretanto, existem poucos estu<strong>do</strong>scomparan<strong>do</strong> esses da<strong>do</strong>s 30 .Os efeitos hemodinâmicos <strong>do</strong>sinibi<strong>do</strong>res da enzima de conversão de<strong>angiotensina</strong> podem ser observa<strong>do</strong>sna tabela 3.<strong>Bloqueio</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong><strong>renina</strong>-<strong>angiotensina</strong>al<strong>do</strong>steronapelosbloquea<strong>do</strong>res <strong>do</strong>sreceptores de<strong>angiotensina</strong> IIOs bloquea<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s receptoresde <strong>angiotensina</strong> II são uma nova classede anti-hipertensivos, que bloqueiam oSRA, antagonizan<strong>do</strong> seletivamente osreceptores de AII, subtipo AT 1 . Fazemparte dessa classe o losartan, o valsartan,o irbesartan, o candesartan e otelmisartan. Existem <strong>do</strong>is tipos de receptoresde <strong>angiotensina</strong> II, subtipo 1(AT 1 ) e subtipo 2 (AT 2 ). Esses receptoresmediram as principais ações daAII, que são relevantes na fisiopatologiae na manutenção da hipertensãoarterial e na insuficiência cardíaca,principalmente a vasoconstricção e osefeitos tróficos nos vasos sanguíneose no coração. Os BRAII são altamenteseletivos para os receptores AT 1 , sematuação nos receptores subtipo AT 2 .As funções <strong>do</strong>s receptores AT 2 nãoestão bem definidas. Esses receptorespodem inclusive não existir emadultos sadios. Desempenham papelde importância no feto e em adultos,em resposta à injúria. É provável queTabela 2 – Farmacocinética <strong>do</strong>s inibi<strong>do</strong>res da ECA (modifica<strong>do</strong> da referência 6)Substância Início da ação/ Ef. máx. Meia-vida Ef. da alimentação Ligação a EliminaçãoDuração (h) (h) plasmática na absorção proteínas (%)Captopril Dose 1-1,5 < 2 Reduzi<strong>do</strong> 25-30 RenalrelacionadaEnalapril 1 / 24 4-6 11 Nenhum 50 RenalBenazepril 1 / 24 2-4 10-11 Nenhum > 95 Renal/biliarLisinopril 1 / 24 6 13 Nenhum 10 RenalFosinopril 1 / 24 2-6 11 Nenhum 95 Renal/hepáticaRamipril 1-2 / 24 3-6 13-17 Reduzi<strong>do</strong> 73 RenalTran<strong>do</strong>lapril 2-4 / 24 6-8 16-24 Nenhum 80-94 Renal > hepáticaQuinapril 1 / 24 2 2 Reduzi<strong>do</strong> 97 Renal > hepáticaRibeiro JM, Florêncio LP Rev Bras Hipertens vol 7(3): julho/setembro de 2000


298Tabela 3 – Principais efeitos hemodinâmicos <strong>do</strong>s inibi<strong>do</strong>res da ECA (modifica<strong>do</strong> da referência 6)Parâmetro Efeito Importância clínicaCardiovascularResistência periférica totalReduzidaPA médiaReduzidaDébito cardíaco Aumenta<strong>do</strong> ou não altera<strong>do</strong> Contribuem para a aumentada reduçãoVolume sistólico Aumentada da pressão arterialPressão artéria pulmonarReduzidaPré e pós-cargaReduzidaPressão <strong>do</strong> átrio direitoReduzidaDisfunção diastólicaMelhoradaRenalFluxo sanguíneo renalGeralmente aumenta<strong>do</strong>Filtração glomerular Variável Contribuem paraResistência arteriolar eferente Reduzida renoproteçãoFração de filtraçãoReduzidaSistema nervoso periféricoSíntese de noradrenalina Reduzida Ampliam o efeitoRecaptação de adrenalina Inibida hipotensorCatecolaminas circulantesReduzidadanos desencadea<strong>do</strong>s por condiçõescomo hipertensão arterial, insuficiênciacardíaca, re-estenose pós-angioplastiapossam ser suficientementecapazes de expressar esses receptorese torná-los clinicamente relevantes 31 .A tabela 4 demonstra as característicase os efeitos <strong>do</strong> bloqueio dessesreceptores. Os BRAII podem atuarde mo<strong>do</strong> duplo, ou seja, bloquean<strong>do</strong> asações da AII pelo antagonismo <strong>do</strong>sreceptores AT 1 e estimulan<strong>do</strong> osreceptores AT 2 por meio de níveiscirculantes eleva<strong>do</strong>s de AII. Da<strong>do</strong>sinteressantes de pesquisas recentesdemonstram que células <strong>do</strong>s rins e <strong>do</strong>miocárdio têm habilidade de retermoléculas de AII 32,33 . A <strong>angiotensina</strong>é provavelmente seqüestrada e podeentão exercer tardiamente açãofuncional e estrutural nos teci<strong>do</strong>s. Arecaptação da AII ocorre nos receptoresAT 1 , indican<strong>do</strong> que o bloqueioseletivo <strong>do</strong>s receptores de AII podeser efetivo na prevenção dessa ação.Terapia anti-hipertensiva segura eefetiva é o maior objetivo no tratamentodas <strong>do</strong>enças cardiovasculares,e os BRAII têm demonstra<strong>do</strong>, emestu<strong>do</strong>s duplo-cegos, placebo-controla<strong>do</strong>s,serem efetivos e seguros nocontrole da pressão arterial durante operío<strong>do</strong> de 24 horas, em pacientescom hipertensão arterial essencial 34,35 .O efeito anti-hipertensivo <strong>do</strong>s BRAIIé comparável aos outros agentes antihipertensivos,como os inibi<strong>do</strong>res daECA, os antagonistas <strong>do</strong> cálcio e osbetabloquea<strong>do</strong>res. O irbesartan (300mg/dia) e o candesartan (16 mg/dia)parecem ter efeito anti-hipertensivomais acentua<strong>do</strong> que o losartan (100mg/dia e 50 mg/dia, respectivamente)em pacientes com hipertensão arterialprimária. Essa maior eficácia antihipertensivaparece estar relacionadapela ação mais prolongada dessescompostos 12 . O telmisartan, o maisrecente BRAII em nosso meio, temação que se prolonga por mais de 24horas e relação vale-pico (trough/peak ratio) em torno de 92% e ~100% para a pressão sistólica e adiastólica, respectivamente 36 . Aeficácia anti-hipertensiva <strong>do</strong>s BRAIIpode ser potencializada com a adiçãode diurético. Essa combinação permiteatenuar os efeitos metabólicosadversos <strong>do</strong>s diuréticos.Embora essa nova classe de antihipertensivostenha boa eficácia, segurançae perfil de efeitos colateraiscomparável ao placebo, ainda não existemda<strong>do</strong>s consistentes a respeito damorbidade e da mortalidade a longoprazo. Teoricamente, os BRAII deverãoter os mesmos efeitos benéficos<strong>do</strong>s inibi<strong>do</strong>res da ECA em pacientescom hipertrofia ventricular esquerda ,disfunção ventricular esquerda, infartoagu<strong>do</strong> <strong>do</strong> miocárdio, nefropatiadiabética e hipertrofia vascular. Váriosestu<strong>do</strong>s de acompanhamento a longoprazo estão em evolução, como, porexemplo, o LIFE (Losartan InterventionFor End-point), estu<strong>do</strong> prospectivo,duplo-cego, comparan<strong>do</strong> os efeitos <strong>do</strong>losartan com o atenolol na morbidadee na mortalidade cardiovascular empacientes hipertensos com hipertrofiaventricular esquerda 37 .Outro estu<strong>do</strong> de longa duração,este com participação de pesquisa<strong>do</strong>resbrasileiros, é o ValsartanRibeiro JM, Florêncio LP Rev Bras Hipertens vol 7(3): julho/setembro de 2000


299Tabela 4 – Receptores de AII/bloqueio (modifica<strong>do</strong> da referência 30)Receptores vasculares AT 1 Receptores vasculares AT 2Expressão permanenteExpressão pós-injúria (hipertensãoVasoconstricçãoarterial pode promover expressão)Efeitos tróficos na parede arterialVasodilataçãoAção antiproliferativaAtiva outros fatores (ex.: óxi<strong>do</strong> nítrico)Potencial de dupla ação pelo bloqueio seletivo <strong>do</strong>s receptores de AII<strong>Bloqueio</strong> da vasoconstricção e de ações tróficas da AII nos receptores AT 1Aumento da AII circulanteEstímulo <strong>do</strong>s receptores AT 2 (quan<strong>do</strong> expressos) pela AII, median<strong>do</strong> vasodilatação e inibição <strong>do</strong> estímulo tróficoAntihypertensive Long-term UseEvaluation (VALUE), prospectivo,duplo-cego, que compara os efeitos<strong>do</strong> valsartan com a amlodipina namorbidade e na mortalidade cardiovascularem pacientes com hipertensãoarterial primária e outros fatores derisco cardiovascular conheci<strong>do</strong>s 38 . Osefeitos da redução da pressão arterialcom candesartan na morbimortalidade,em pacientes com acidente vascularencefálico agu<strong>do</strong> e hipertensão, sãoestuda<strong>do</strong>s no ACCESS (Acute CandesartanCilexetil Evaluation in StrokeSurvivors) 39 .Os resulta<strong>do</strong>s destes estu<strong>do</strong>s,certamente, dar-nos-ão informaçõesseguras sobre o papel <strong>do</strong>s BRAII notratamento das <strong>do</strong>enças cardiovascularese colocarão essa classe demedicamentos como primeira linha notratamento da hipertensão arterial. Asmesmas precauções relacionadas aouso de inibi<strong>do</strong>res da ECA, em pacientescom hipertensão renovascular,mulheres com potencial de engravidarem,gravidez, hipovolemia, insuficiênciarenal crônica, aplicam-se aosBRAII. A tabela 5 lista os BRAIINomeLosartanValsartanIrbesartanCandesartanTelmisartandisponíveis para uso em nosso meio ea tabela 6 expõe as suas propriedadesfarmacológicas 40 .Comparação entre IECAe BRAII no tratamentode pacientes comhipertensão arterialExistem diferenças teóricas entreos inibi<strong>do</strong>res da ECA e <strong>do</strong> BRAII emsuas ações no SRAA. Os inibi<strong>do</strong>resda ECA previnem a formação de AII,entretanto sua ação não é completa.Os níveis circulantes de AII voltam ase elevar em pacientes com uso continua<strong>do</strong>de inibi<strong>do</strong>res da ECA por meioda formação de AII por vias alternativas,pois a enzima de conversãode <strong>angiotensina</strong> é somente uma dasvárias enzimas que podem ter açãoproteolítica converten<strong>do</strong> AI em AII.Além disso, o efeito <strong>do</strong>s inibi<strong>do</strong>res daAII não se dá somente pelo bloqueioda formação de AII, mas pelo aumentoda concentração de bradicinina. Esta,facilita a formação de óxi<strong>do</strong> nítrico eTabela 5 – BRAII disponíveis para o uso no BrasilDose média /dia50 mg a 100 mg80 mg a 160 mg150 mg a 300 mg8 mg a 16 mg20 mg a 160 mgprostaglandinas vasodilata<strong>do</strong>ras.Portanto, os inibi<strong>do</strong>res da ECAexercem seus efeitos na AII, bradicinina,óxi<strong>do</strong> nítrico e prostaglandinas,reduzin<strong>do</strong> a pressão arterial e promoven<strong>do</strong>efeito antiproliferativo nosvasos, no coração e nos rins.A maior experiência clínica com ouso <strong>do</strong>s BRAII tem si<strong>do</strong> na hipertensãoarterial, que raramente é condição clínicaisolada. Faz parte da chamada síndromehipertensiva e, portanto, os efeitos<strong>do</strong>s inibi<strong>do</strong>res da ECA e <strong>do</strong>s BRAIIdevem ser avalia<strong>do</strong>s em relação àsalterações lipídicas, ao metabolismo dainsulina e nas alterações estruturaisrenais, cardíacas e vasculares.Os efeitos sobre a pressão arterialpelos inibi<strong>do</strong>res da ECA e <strong>do</strong>s BRAIIsão comparáveis, como demonstramvários estu<strong>do</strong>s clínicos já cita<strong>do</strong>s. Asanormalidades lipídicas, principalmenteo aumento da fração LDL-colesterol,freqüentemente encontradas empacientes hipertensos, não parecemestar afetadas pelo uso <strong>do</strong>s inibi<strong>do</strong>resda ECA. Não existem, até o momento,estu<strong>do</strong>s adequa<strong>do</strong>s referentes àinterferência <strong>do</strong>s BRAII sobre o perfillipídico. A resistência à insulina, conhecidamenteimportante componente dasíndrome hipertensiva, mostra resulta<strong>do</strong>sfavoráveis com o uso de captopril.Os acha<strong>do</strong>s com outros agentesdessa classe não foram consistentese, portanto, não parece claro se essesagentes, como classe, uniformemente,melhoram a sensibilidade à insulina 41 .Ribeiro JM, Florêncio LP Rev Bras Hipertens vol 7(3): julho/setembro de 2000


301da en<strong>do</strong>peptidase neutra, principalenzima responsável pela degradação<strong>do</strong>s peptídeos vasoativos em metabólitosinativos, por um la<strong>do</strong> proporcionaaumento <strong>do</strong>s peptídeos com propriedadesvasodilata<strong>do</strong>ras e possivelmenteprotetoras de acometimento deórgãos-alvo e por outro, inibe a formaçãode AII. O primeiro fármacodesenvolvi<strong>do</strong> dessa classe é o omapatrilat,que em estu<strong>do</strong>s pré-clínicosdemonstrou efeitos independentes <strong>do</strong>sníveis de <strong>renina</strong> plasmática e aumentoua sobrevida em modelos animaisde insuficiência cardíaca 43 . Estu<strong>do</strong>sem humanos têm demonstra<strong>do</strong> expressivaredução da pressão arterial sistólicae diastólica, com maior ação naredução da pressão sistólica e atuan<strong>do</strong>em hipertensos, independentementeda raça, da cor e da idade 45 .Concluin<strong>do</strong>, podemos afirmar queo bloqueio <strong>do</strong> SRAA com os agentesinibi<strong>do</strong>res da ECA representa hojeuma das maiores conquistas na terapiacardiovascular <strong>do</strong>s últimos anos,contribuin<strong>do</strong> de mo<strong>do</strong> expressivo naredução da morbimortalidade cardiovascular.Ainda não dispomos <strong>do</strong>sresulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s grandes estu<strong>do</strong>s clínicoscom novos agentes, como os BRAII eos IVP, mas provavelmente to<strong>do</strong>s osbenefícios obti<strong>do</strong>s com os inibi<strong>do</strong>resda ECA e benefícios adicionaisdeverão ser alcança<strong>do</strong>s com essesnovos fármacos.AbstractPharmacological blockade of renin – <strong>angiotensina</strong>l<strong>do</strong>sterone system: ACE Inhibition and angiotesinII receptor blokade.The renin-angiotensin-al<strong>do</strong>sterone system (RAAS) playsan important role in maintaining water and electrolyticbalance and regulating blood pressure. As the principalmediator of the renin-angiotensin-al<strong>do</strong>sterone system,angiotensin II has been implicated in the development ofhypertension and others forms of renal and cardiovasculardisease. The agents that block the RAAS reduce the bloodpressure by a number of mechanisms including ren inangiotensin vasoconstrictor activity, increase in bradykininconcentrations, decreased sympathetic outflow, andimproved en<strong>do</strong>thelial dysfunction and structurallyremodeling blood vessels. These drugs have showed safety,efficacy, tolerability and end organ protection.Keywords: Renin-angiotensin-al<strong>do</strong>sterone system; ACE inhibitors; Angiotensin II antagonist.Rev Bras Hipertens 3: 293-302, 2000Referências1. Dzau VJ, Pratt RE. Renin-angiotensinsystem: biology, physiology andpharmacology. In: Haber E, Morgan H,Katz A, Fozard H. Handbook ofExperimental Cardiology. New York,Raven Press, pp. 1631-61, 1986.2. Sealey JE, Laragh JH. 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