O mesmo grau de pre<strong>da</strong>ção se dá sobre a fauna <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Atualmente, mais de 60% <strong>da</strong>s espécies de fauna ameaça<strong>da</strong>s de extinção noBrasil são originárias <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Além <strong>da</strong> causa maior de per<strong>da</strong> efragmentação dos habitats, a caça, a captura, o tráfico nacional einternacional de espécies são fatores de grande relevância.Estudos <strong>da</strong> RENCTAS(2001) mostraram quevárias espécies <strong>da</strong> fauna <strong>da</strong><strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> estão entreas mais valoriza<strong>da</strong>s pelotráfico internacional. UmMico-leão-dourado(Leontopithecus Rosália),por exemplo, écomercializado em médiapor 20 mil dólares.Como explicitado nocapítulo 2, o comércio ilegal<strong>da</strong>s espécies <strong>da</strong> faunaTabela 19: Fonte RENCTAS 2001nativa <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>continua ocorrendo emlarga escala, tanto em nível nacional quanto em relação ao tráficointernacional. As espécies lista<strong>da</strong>s pela CITES, embora recebam maisatenção, devido à sua rari<strong>da</strong>de e alto valor de mercado, também seguemdentre os animais mais procurados pelo comércio ilegal. Segundo o citadoestudo produzido pela RENCTAS, a participação do Brasil no comércio ilegalmundial de animais silvestres era de 5% a 15% em 2001. Não estãodisponíveis estudos mais recentes sobre o tema, mas há consenso de quenão foi alcançado sucesso significativo nesse campo.Apesar dos esforços, <strong>da</strong>s campanhas antitráfico, do maior controle nosaeroportos, constata-se que as metas 3.6 e 3.7 do CONABIO não foramminimamente cumpri<strong>da</strong>s, seja em âmbito nacional, seja em relação à fauna<strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Por outro lado, a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> tem um conjunto muito significativo deespécies vegetais de importância econômica que, se maneja<strong>da</strong>sadequa<strong>da</strong>mente, podem gerar grandes benefícios sociais e contribuir para aconservação <strong>da</strong> floresta.Entre 1998 e 2000, o Conselho Nacional <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, em parceria com o Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro, aFun<strong>da</strong>ção SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, CENARGEN/Embrapa e Funbio, realizou umestudo pioneiro sobre diversos recursos florestais <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> eidentificou um quadro generalizado de falta de sustentabili<strong>da</strong>de ao longo <strong>da</strong>cadeia produtiva de todos eles.64
Foram inventaria<strong>da</strong>s 10 espécies nativas: o caju(Anacardium ocidentale), a piaçava (Attalea funiferamartius), o palmito Jussara (Euterpe edulis) a ervamate(Ilex paraguariensis) a Araucária (Araucariaangustifolia), o xaxim (Dicksonia sellowiana) além dequatro plantas medicinais: a espinheira santa(Maytenus ilicifolia), o ginseng brasileiro (Pfaffiapaniculata), o chapéu-de-couro (Echinodorusgrandiflors) e a carqueja (Baccharis trimera). Estudoscomplementares foram feitos também para diversasplantas ornamentais, com destaque para asbromélias. A síntese de tais estudos foi publica<strong>da</strong> noFigura 47: Capa <strong>da</strong>Publicaçãolivro “Sustentável <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>: A exploração deseus recursos florestais” (Simões, L.L. e Lino C.F.,2003), que apresenta a primeira avaliação <strong>da</strong>scadeias produtivas desses recursos.Dentre as conclusões do estudo, ao mesmo tempo que foramdocumentados inúmeros problemas (extrativismo pre<strong>da</strong>tório, erosãogenética, per<strong>da</strong> de conhecimento tradicional em manejo, falta de políticasadequa<strong>da</strong>s, mercado não estruturado etc) também foi identificado umgrande potencial para que a exploração sustentável desses recursos setorne uma importante estratégia de conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de nobioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> associa<strong>da</strong> à melhoria de vi<strong>da</strong> de inúmerascomuni<strong>da</strong>des.Dentre as medi<strong>da</strong>s previstas neste sentido, base para que a meta 3.1 fosseatingi<strong>da</strong>, estão a ampliação <strong>da</strong>s pesquisas sobre ecologia e o manejo <strong>da</strong>sespécies de interesse; o fomento ao consumo sustentável e estruturação demercados responsáveis; a criação de <strong>Reserva</strong>s Extrativistas e deDesenvolvimento Sustentável com o fortalecimento <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des locais;a agregação de valor e a certificação de produtos sustentáveis. Nestesentido, é promissor o projeto “Plantas do Futuro” do MMA, que identificou775 espécies nativas com grande potencial de ampliação de usos e melhoriade manejo em grande escala nas regiões brasileiras. Várias delas sãonativas <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Em todos esses e outros campos correlatos, houve significativo avanço <strong>da</strong>pesquisa no Brasil durante a última déca<strong>da</strong>, mas em termos práticos esta éain<strong>da</strong> a estratégia menos desenvolvi<strong>da</strong> para a conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de entre nós.Assim, ao mesmo tempo que se pode considerar como positiva a avaliação<strong>da</strong> meta 3.11 (estudos para uso sustentável <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de) <strong>da</strong>CONABIO, os avanços ain<strong>da</strong> são pouco expressivos para a meta 3.1 (30%dos produtos não madeireiros provenientes de manejo sustentável), no caso<strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.65
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