Em 2006, a SAVE Brasil lançou o livro Áreas Importantes para aConservação <strong>da</strong>s Aves no Brasil: parte 1 – estados do domínio <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, resultado de um estudo realizado em 15 estados do bioma:Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Paraná,Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.Esse estudo identificou 163 IBAs nesses estados, onde ocorrem 83% <strong>da</strong>sespécies de aves ameaça<strong>da</strong>s de extinção no Brasil. Apesar de enfocar obioma, o trabalho levou em consideração a totali<strong>da</strong>de do território de ca<strong>da</strong>estado, incluindo assim áreas de Caatinga, Cerrado e Pampa. Dentre as 163IBAS identifica<strong>da</strong>s, algumas áreas são considera<strong>da</strong>s insubstituíveis porconterem a maior parte <strong>da</strong> população de uma ou mais espécies que estãona iminência de desaparecer. Essas áreas encontram-se em uma situaçãocrítica e continuam sofrendo agressões diretas (captura ilegal, caça) ouindiretas (destruição de habitat). Por esta razão, a BirdLife/SAVE Brasilidentificou, seguindo critérios práticos, áreas prioritárias para atuar a curtoprazo. Estabeleceu-se como meta de trabalho a atuação imediata em 10%<strong>da</strong>s 163 IBAs identifica<strong>da</strong>sFigura 29: Áreas Importantes para a Conservação <strong>da</strong>s Aves(IBAs) na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (Fonte: Bird Life / SAVE Brasil - 2006)É justamente nestas 16áreas que as espécies maisameaça<strong>da</strong>s vivem e, semuma intervenção imediata,elas correm o risco real eimediato de extinção. Oesforço <strong>da</strong> BirdLife/SAVEBrasil trouxe uma renova<strong>da</strong>atenção a algumas dessasáreas, que levou ao decretode criação <strong>da</strong> EstaçãoEcológica de Murici, em2001, e ao reconhecimentode determina<strong>da</strong>s áreascomo sendo de extremarelevância para aconservação (Serra <strong>da</strong>sLontras e Boa Nova). Trouxe também uma nova esperança de sobrevivênciapara algumas <strong>da</strong>s espécies mais ameaça<strong>da</strong>s no mundo.Recentemente um esforço para a unificação metodológica <strong>da</strong>s iniciativasnessa linha resultou na proposição <strong>da</strong>s “Key Biodiversity Áreas” (KBAs) ouáreas chave para a biodiversi<strong>da</strong>de, com critérios aplicáveis de formaconsistente em diferentes bioregiões e para todos os grupos taxonômicos(Eken et al., 2004). As KBAs seriam, portanto, uma estratégia deabrangência local a ser emprega<strong>da</strong> de forma complementar a abor<strong>da</strong>genspara conservação em larga escala. Em essência, as KBAs são áreasdefini<strong>da</strong>s, passíveis de delimitação e, potencialmente, de manejo paraconservação, destina<strong>da</strong>s à proteção de espécies. A <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> conta comum sistema de KBAs desenvolvido para vertebrados terrestres - aves,mamíferos, anfíbios e répteis (Paese et al., 2010). Foram identifica<strong>da</strong>s 538KBAs envolvendo 141 espécies de vertebrados ameaçados de extinção. A52
maioria desses KBAs (440) não estão cobertos por uni<strong>da</strong>des deconservação, o que mostra a fragili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> rede de proteção no bioma.Um estudo mais recente identificou 819 espécies de peixes raros de águadoce no Brasil, o que complementa a avaliação dos KBAs. O estudo,coordenado por pesquisadores do Museu de Zoologia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de deSão Paulo, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal do Rio de Janeiro e <strong>da</strong> ConservaçãoInternacional, é resultado <strong>da</strong>s análises <strong>da</strong>s informações acumula<strong>da</strong>s aolongo de déca<strong>da</strong>s sobre a fauna de peixes brasileiros e de coleçõescientíficas e representa o mais completo mapeamento já elaborado sobrepeixes raros de água doce no Brasil.A maioria <strong>da</strong>s espécies de peixes mapea<strong>da</strong>s (530; 65%) são encontra<strong>da</strong>s na<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e no Cerrado. Com base nas distribuições <strong>da</strong>s espécies depeixes raros foram identifica<strong>da</strong>s 540 bacias hidrográficas que podem serconsidera<strong>da</strong>s como áreas-chave para a conservação dos ecossistemasaquáticos brasileiros. As áreas-chave são lugares insubstituíveis, poisabrigam espécies de peixes que somente ocorrem lá e em nenhuma outraparte do mundo. Segundo o estudo, apenas 26% <strong>da</strong>s 540 baciashidrográficas identifica<strong>da</strong>s como áreas-chave podem ser considera<strong>da</strong>s comorazoavelmente protegi<strong>da</strong>s. Do total, 220 (40%) estão em estado críticodevido ao impacto direto de hidrelétricas ou por apresentarem umacombinação de baixa proteção formal (uni<strong>da</strong>des de conservação) e altastaxas de per<strong>da</strong> de habitat. Novamente a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e o Cerradoconcentram a maioria dessas bacias. Os resultados também indicam que alista de espécies de peixes ameaçados de extinção no país pode ser quatrovezes maior do que a lista reconheci<strong>da</strong> pelo governo.Outro tema importante no componente 2 refere-se à ameaça representa<strong>da</strong>por espécies exóticas invasoras em relação à biodiversi<strong>da</strong>de brasileira. ATabela 17 apresenta o quadro conhecido de espécies de plantas invasorasidentifica<strong>da</strong>s nos diversos biomas brasileiros. Mais uma vez, o problemamostra-se especialmente grave na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> com 116 (65%) <strong>da</strong>s 179espécies de flora terrestre invasoras.Bioma Estado em 2005No de spp exóticas invasoras/bioma (1) No despp exóticas/No de spp exóticas invasorasTendências(novas espécies/ano)(2) 2006-2010(3) 1970-2000Biomas terrestresAmazônia 33Pantanal 7Cerrado 59Caatinga 42<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> 116Pampa 22Total terrestre 179 1 espécie/ano (2)Habitats aquáticosÁguas continentais 137 / 56 (1)Zona marinha 49 1,8 espécies/ano (3)Total aquáticoTabela 17 - Estado e tendências <strong>da</strong>s espécies exóticas invasoras no Brasil. (Fonte: Instituto Horus,2005).Das cerca de 200 espécies de plantas invasoras aquáticas identifica<strong>da</strong>s,tanto marinhas quanto de águas continentais a grande maioria também se53
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