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Baixe o arquivo clicando aqui - Reserva da Biosfera da Mata Atlântica

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Ao mesmo tempo em que houve um significativo avanço na criação deÁreas Protegi<strong>da</strong>s em vários estados <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, ampliaram-serecentemente as dificul<strong>da</strong>des para a criação de UCs públicas de proteçãointegral no Brasil. Dentre essas dificul<strong>da</strong>des estão aspectos positivos demaior exigência técnico-científica (estudos mais acurados) e maiorparticipação e transparência (audiências públicas, processos participativos),mas por outro lado, também se fortaleceram aspectos altamente negativosdo ponto de vista burocrático e político. Na visão desenvolvimentista quedomina o país nos últimos anos, os setores mais retrógrados <strong>da</strong> economiatêm entendido a criação de Áreas Protegi<strong>da</strong>s como um obstáculo ao modelode crescimento econômico e, com esta perspectiva, pressionandofortemente os governos. Apesar dessas forças contrárias, na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,graças especialmente às Organizações <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Civil, tem-se mantidoum ritmo crescente de criação de áreas protegi<strong>da</strong>s.Vale destacar ain<strong>da</strong> que considerando somente as uni<strong>da</strong>des de conservaçãode proteção integral, que em virtude <strong>da</strong>s restrições de uso constituem-senaquelas de maior relevância para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de, menosde 2,3% (cerca de 3 milhões de hectares) <strong>da</strong> extensão <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> seencontra oficialmente dedicado a esse objetivo. Isso é extremamentepreocupante, pois a ciência tem demonstrado que regiões de altíssimariqueza biológica, como é o caso desse bioma, os percentuais alocados peloEstado na forma de áreas protegi<strong>da</strong>s é vastamente insuficiente paraassegurar a proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de em longo prazo. Deve ser ressaltadotambém, que essa pequena fração protegi<strong>da</strong> do bioma não se encontradistribuí<strong>da</strong> segundo critérios de representativi<strong>da</strong>de ao longo <strong>da</strong>s diferentesregiões biogeográficas, o que resulta em grandes lacunas que reduzem aefetivi<strong>da</strong>de do sistema na conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Para ilustrar melhor esse fato, análises realiza<strong>da</strong>s para a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>mostram que os centros de endemismo localizados mais ao sul estãocobertos por um número considerável de uni<strong>da</strong>des de conservação,enquanto que os do nordeste encontram-se sub-representados, com menosde 100.000 hectares protegidos sob uni<strong>da</strong>des de proteção integral.As diferenças geográficas no sistema nacional de uni<strong>da</strong>des de conservaçãosão claras, principalmente em virtude do histórico de uso e ocupaçãoterritorial de ca<strong>da</strong> bioma. Por conseqüência, a quali<strong>da</strong>de e intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>spressões antrópicas diferem ao longo <strong>da</strong> rede de áreas protegi<strong>da</strong>s. A regiãoAmazônica, por exemplo, concentra cerca de 60% do total <strong>da</strong> áreaprotegi<strong>da</strong> no Brasil, e apresenta uma densi<strong>da</strong>de populacional bastanteinferior à <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Por outro lado, a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> abriga quase ametade do número total de uni<strong>da</strong>des de conservação no país, mas éresponsável por apenas 9% <strong>da</strong> extensão territorial protegi<strong>da</strong>. O tamanhomédio <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des de conservação de proteção integral é tambémmarca<strong>da</strong>mente diferente entre os biomas. Enquanto na Amazônia otamanho médio <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des é de cerca de 500.000 hectares, na <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> é de 10.000 hectares, o que denota a necessi<strong>da</strong>de de medi<strong>da</strong>sdiferencia<strong>da</strong>s de manejo e proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de nessas regiões.A figura 22 mostra o gráfico de criação de Áreas Protegi<strong>da</strong>s de proteçãointegral nos biomas terrestres e zona costeira no Brasil.44

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