Em síntese, podemos averiguar que, embora tenha havido melhoriasignificativa na gestão <strong>da</strong>s áreas protegi<strong>da</strong>s em alguns estados e no nívelfederal, persistem de forma generaliza<strong>da</strong> problemas básicos deregularização fundiária, controle e fiscalização, falta de recursos humanosem número e com capacitação adequa<strong>da</strong>, e permanente carência eregulari<strong>da</strong>de de recursos financeiros. Tais problemas são comuns a todos osbiomas, embora a Amazônia conte com amplos recursos de cooperaçãointernacional e a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, com uma pressão permanente e acolaboração ativa de muitas ONGs. No caso <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e <strong>da</strong>Amazônia o monitoramento dos desmatamentos e queima<strong>da</strong>s (INPE e SOS<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>) e o uso de novos instrumentos de gestão integra<strong>da</strong> eparticipativa como os Mosaicos de Áreas Protegi<strong>da</strong>s, os CorredoresEcológicos Regionais e as <strong>Reserva</strong>s <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong>, além de diversos esforçosde capacitação de gestores e implementação de Conselhos nas ÁreasProtegi<strong>da</strong>s, entre outros, também tem contribuído para uma sensívelmelhoria na gestão.O problema <strong>da</strong> falta de recursos, to<strong>da</strong>via permanece indicando que o paísain<strong>da</strong> não dá a devi<strong>da</strong> priori<strong>da</strong>de à conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e ao seuuso sustentável. O Ministério do Meio Ambiente possui o menor orçamentode todos os Ministérios (0,12% do orçamento de 2008). Embora tenhacrescido um pouco nos últimos anos ain<strong>da</strong> é o menor. Apenas para se teruma dimensão <strong>da</strong> sub-orçamentação o estudo ”Pilares paraSustentabili<strong>da</strong>de Financeira do SNUC” aponta que a estimativa deinvestimentos no sistema é de R$ 567,9 milhões, mas que a lacuna a sercoberta anualmente é de R$1.796 bilhão. Tal análise financeira precisa sercontínua e contar ca<strong>da</strong> vez mais com boa base de <strong>da</strong>dos para que se possaaproximar os orçamentos <strong>da</strong>s reais necessi<strong>da</strong>des de implementação emanutenção <strong>da</strong>s Áreas Protegi<strong>da</strong>s..São recentes as tentativas de se identificar os custos de implementação ede se definir estratégias de sustentabili<strong>da</strong>de financeira para os SistemasEstaduais e Federal de Áreas Protegi<strong>da</strong>s.Conforme citado anteriormente, em 2007, o Ministério do Meio Ambientepublicou uma primeira análise <strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong>de financeira do Sistema Nacionalde Uni<strong>da</strong>des de Conservação, a qual foi revisa<strong>da</strong> em 2009. Esta avaliaçãotratou dos aspectos institucionais e legais do SNUC, bem como dos custos<strong>da</strong>s Uni<strong>da</strong>des de Conservação, investimentos necessários e atuais epotenciais fontes de recursos financeiros usando o método de modelagempara áreas protegi<strong>da</strong>s do Banco Mundial chamado Sistema Mínimo deConservação (Micosys - Minimum Conservation System). O estudo apontouque o grande número de uni<strong>da</strong>des de conservação já cria<strong>da</strong>s reflete umesforço considerável em direção à conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de; contudo,estas uni<strong>da</strong>des de conservação ain<strong>da</strong> enfrentam diversos desafios dentre osquais a falta de uma base de <strong>da</strong>dos sistematiza<strong>da</strong> e um plano desustentabili<strong>da</strong>de financeira. O Plano Nacional de Áreas Protegi<strong>da</strong>s (PNAP)determina que o Brasil deveria preparar um plano de sustentabili<strong>da</strong>definanceira para as uni<strong>da</strong>des de conservação terrestres até 2010 e para asuni<strong>da</strong>des de conservação marinhas até 2012, o que não foi realizado.114
Figura 110: Publicaçãosobre conservação naesfera estadualEm relação à base de <strong>da</strong>dos, houve avanço no que tangeà implantação do Ca<strong>da</strong>stro Nacional de Uni<strong>da</strong>des deConservação (CNUC) que teve um novo portal lançadopelo MMA em 2010. Em outubro de 2010 existiamoficialmente ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s 743 uni<strong>da</strong>des de conservação:310 federais, 374 estaduais e 59 municipais, o querepresenta 100% <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federais, 60% <strong>da</strong>sestaduais e apenas 7% <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des municipais. Para a<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, o ca<strong>da</strong>stro apontava apenas 271 <strong>da</strong>scerca de 860 UCs existentes no bioma. Ain<strong>da</strong> assim, oinstrumento representa um dos principais avanços parao planejamento e monitoramento <strong>da</strong> situação <strong>da</strong>proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de no país.Quanto ao plano de sustentabili<strong>da</strong>de financeira <strong>da</strong>s áreas protegi<strong>da</strong>s na<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, um importante estudo foi realizado em 2008 por umaparceria <strong>da</strong> The Nature Conservancy do Brasil com os estados de MinasGerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul, visandoentre outros aspectos o aprimoramento institucional e administrativo <strong>da</strong>gestão financeira de suas UCs. No âmbito dos 5 estados considerados nodiagnóstico foram identifica<strong>da</strong>s 8 fontes principais (efetivos e potenciais)para apoiar a gestão dos sistemas Estaduais de UCs: orçamento público;recursos oriundos <strong>da</strong>s compensações ambientais deriva<strong>da</strong>s doslicenciamentos estaduais de empreendimentos de significativo impactoambiental (Art. 36 do SNUC); doações de cooperação internacional; sistemade cobrança para visitação de parques estaduais; mecanismos de concessãopara serviços de uso público ou instalações físicas de infra-estrutura (linhasde transmissão e torres de telecomunicação); mecanismos para pagamentopor serviços ecossistêmicos (PSEs); gestão compartilha<strong>da</strong> e sistemas de cogestãopor OSCIPs.Recursos adicionais e novos são necessários. As alternativas que tem sidodesenvolvi<strong>da</strong>s, e que se encontram em diferentes graus de maturi<strong>da</strong>de,referem-se a (i) câmaras de compensação ambiental (federal e estaduais),(ii) fundos públicos e privados que funcionam por meio de editais; (iii)pagamento por serviços ambientais; (iv) cooperação internacional; ICMS-Ecológico (9 estados <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>); Políticas de compras/preçosmínimos para produtos socioambientais.Há ain<strong>da</strong> uma grande deficiência no conhecimento de o quanto é necessáriopara se promover conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e dos serviços ambientaise uma dimensão apropria<strong>da</strong> pode ser aquela115
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