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AVALIAÇÃO DO CUMPRIMENTO DAS METAS NACIONAIS DEBIODIVERSIDADE PARA 2010 NO BIOMA MATA ATLÂNTICAAPRESENTAÇÃOA Convenção sobre a Diversi<strong>da</strong>de Biológica <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s (CDB) é o fórummundial de referência no assunto. O Brasil, além de ser um dos países commaior diversi<strong>da</strong>de mundial, hospedou a Rio92, momento no qual a convençãofoi instituí<strong>da</strong>.Desde então, as partes já se reuniram em dez conferências, a última delasrealiza<strong>da</strong> no Japão, em 2010. O ano foi um marco, pois encerrou o período paraconcretização <strong>da</strong> meta estabeleci<strong>da</strong> em 2002: atingir até 2010 uma reduçãosignificativa <strong>da</strong> taxa atual de per<strong>da</strong> de biodiversi<strong>da</strong>de em níveis globais,regional e nacional como uma contribuição para a diminuição <strong>da</strong> pobreza e parao benefício de to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> na Terra.Não por acaso, 2010 também foi celebrado como Ano Internacional <strong>da</strong>Biodiversi<strong>da</strong>de.Infelizmente, tal meta não foi atingi<strong>da</strong>. O relatório Panorama <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>deGlobal 3, <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s, alerta para o fato de que as principais pressõessobre a biodiversi<strong>da</strong>de continuam e, em alguns casos, estão se intensificando.A CDB preconiza priori<strong>da</strong>des nacionais, regionais e locais, to<strong>da</strong>s essenciais paraque as decisões políticas possam ser traduzi<strong>da</strong>s em ações concretas, com aaplicação eficiente dos recursos financeiros disponíveis.Essa avaliação buscou acrescentar elementos à análise nacional ao desenvolverum recorte biomático e, assim, trazer <strong>da</strong>dos e oferecer uma avaliação <strong>da</strong>s epara as instituições que trabalham pela conservação <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Acreditamos ser este um momento oportuno para identificar o nosso grau deprogresso, mas principalmente para indicar o quanto e o quão rapi<strong>da</strong>menteteremos que atuar nos próximos anos.Considerando a importância <strong>da</strong> análise do cumprimento <strong>da</strong>s metas debiodiversi<strong>da</strong>de para 2010 no estabelecimento de políticas públicas e outrasestratégias envolvendo a socie<strong>da</strong>de brasileira, o WWF–Brasil resolveu enfrentaro desafio de sistematizar, avaliar e disponibilizar as informações sobre taismetas para um dos mais ameaçados e ricos biomas brasileiros, a <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>. Para tanto firmou uma parceria com a <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> e contou com a colaboração de um conjunto de instituições nadisponibilização de <strong>da</strong>dos e revisão de conteúdos: Associação para Proteção <strong>da</strong><strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> do Nordeste (Amane), Conservação Internacional, Fun<strong>da</strong>ção SOS<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, Ministério do Meio Ambiente, Rede de ONGs <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, The Nature Conservancye a Universi<strong>da</strong>de Federal de Minas Gerais.Os <strong>da</strong>dos <strong>aqui</strong> apresentados representam a contribuição de algumas centenasde pesquisadores, técnicos e gestores vinculados a governos, ONGs,universi<strong>da</strong>des e centros de pesquisa geradores de <strong>da</strong>dos e de conhecimentosque tornaram a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> um dos biomas mais estu<strong>da</strong>dos no Brasil e ondeos esforços de conservação, embora tardios, maiores avanços têm obtido.São Paulo, fevereiro de 20115


O BIOMA MATA ATLÂNTICA E SEUS REMANESCENTES FLORESTAISFigura 1: Ocupando originalmente cerca de 15% do território brasileiro, com 1.315.460 Km 2 , atualmentea <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> está reduzi<strong>da</strong> a cerca de 7,9 de cobertura inicial (remanescentes bem conservdosmaiores que 100 ha). (Fonte do mapa: Atlas dos Remanescentes Florestais - SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>/ INPE,2010).6


Figura 2: Visão noturna <strong>da</strong> costa brasileira mostrando a área do Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, intensamenteurbanizado, onde se concentram cerca de 112 milhões de habitantes em 3.222 municípios e asativi<strong>da</strong>des econômicas que respondem por mais de 60% do PIB brasileiro. (FONTE: CN-RBMA a partirde imagens de satélite)Figura 3: Mapa mostrando os 34 Hot Spots de biodiversi<strong>da</strong>de no planeta, áreas de grande riquezabiológica, em estado crítico de conservação. O Brasil abriga 2 desses Hot Spots: O Cerrado e a <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, um dos 5 mais ameaçados no mundo.7


A MATA ATLÁNTICA E AS METAS GLOBAIS E NACIONAIS DEBIODIVERSIDADE PARA 2010A <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>Na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> vivem mais de 112 milhões de brasileiros (segundo osúltimos <strong>da</strong>dos do IBGE) e foi nesse bioma que se criou e se consolidouhistóricamente a estrutura institucional, social, cultural e econômica denosso país. O modelo de desenvolvimento vigente nestes últimos cincoséculos gerou, especialmente na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, ao mesmo tempo umsignificativo avanço sócio-econômico e, por outro lado, um enorme impactoambiental, tornando o bioma um dos mais destruídos do planeta. Também é<strong>aqui</strong> que se concentra grande parte <strong>da</strong>s instituições científicas, ONGs, eórgãos públicos geradores de conhecimento. Ain<strong>da</strong> assim, o recorteterritorial por bioma é recente no Brasil e iniciado apenas em 1966 com acriação <strong>da</strong> Amazônia legal. Somente na déca<strong>da</strong> de 1980 a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> seconsubstanciou como recorte territorial reconhecido pelos brasileiros (anteseram considerados apenas os estados, regiões, municípios). Papel centralneste sentido teve o movimento SOS pró <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> surgi<strong>da</strong> em SãoPaulo e que deu origem entre à Fun<strong>da</strong>ção SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (1986), à<strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (1991) e à Rede de ONGs <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> (1992).Foi em 1990 que a Fun<strong>da</strong>ção SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> publicou, juntamente como Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Ibama, o primeiroAtlas dos remanescentes florestais <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e realizou o 1ºSeminário Nacional, reunindo 42 pesquisadores, para definir os limites eabrangência do Domínio <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Ambas as iniciativas foram ummarco que revelaram o primeiro “retrato de corpo inteiro” desse bioma.Com a ampliação dos estudos, asistematização de <strong>da</strong>dos dispersos e oenvolvimento de muitas novasinstituições governamentais, ambientais eacadêmicas, o DMA foi sendocompreendido e alterado até que suaconfiguração territorial e composiçãoforam estabeleci<strong>da</strong>s por Lei (nº 11.428,de 22 de dezembro de 2006) e Resoluçãodo CONAMA (nº 388 de 23 de fevereirode 2007) adotando-se o estipulado nomapa de vegetação do IBGE.Figura 4: O Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e asdiversas formações florestais eecossistemas associados que o compõe.Hoje o bioma está oficialmente definidopor um mosaico de ecossistemasflorestais e outros a eles associados quecompõe um grande corredor abrangendoáreas de 17 estados e mais de 3.200municípios.9


Quando se pensa no recorte territorial por bioma é importante compreenderas inter-relações entre os diversos biomas, seja na existência de ecótonos ezonas de transição, seja na funcionali<strong>da</strong>de ecológica entre eles, ou ain<strong>da</strong>nas implicações deriva<strong>da</strong>s <strong>da</strong> utilização/ocupação que um gera no outro.Exemplo claro na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> é sua íntima influência (recíproca) com azona marinha ao longo de 6.750 km de costa atlântica compartilha<strong>da</strong>.Assim, a fauna costeira, espécies migratórias, áreas protegi<strong>da</strong>s comterritório costeiro-marinho, aspectos climáticos, ecossistemas de transição(manguezais e outros) e poluição proveniente de ativi<strong>da</strong>des terrestres emarinhas influenciam conjunta e simultaneamente o Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> eos biomas marinhos identificados no território marinho brasileiro.Assim, no presente estudo, quando cabíveis, foram consideradosigualmente <strong>da</strong>dos relativos à zona marinha e outros, de caráter nacional, naavaliação <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> perante as metas de 2010.Da mesma forma foram considera<strong>da</strong>s as relações diretas atuais entre a<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e os demais biomas brasileiros (Pampa, Cerrado, Caatinga,Pantanal) e historicamente (período terciário) também com a Amazôniacomo se comprova pela composição florística e estrutura fito-fisionômica emregiões do Sul <strong>da</strong> Bahia e em outras zonas <strong>da</strong> região Nordeste.Figura 5: Novo Mapa dos Biomas do Brasil (Fonte; IBGE 2006)10


AS METAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADEA Convenção <strong>da</strong> Diversi<strong>da</strong>de Biológica – CDB, foi aprova<strong>da</strong> na Conferência<strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento CNUMAD ouRio 92, realiza<strong>da</strong> no Rio de Janeiro em 1992. Como anfitrião do evento epaís detentor <strong>da</strong> maior biodiversi<strong>da</strong>de no Planeta, o Brasil foi o primeirosignatário <strong>da</strong> convenção, que foi ratifica<strong>da</strong> pelo Congresso Nacional em1994 e promulga<strong>da</strong> pelo Decreto 2.519 de 16 de março de 1998.A 6 a Conferência <strong>da</strong>s Partes <strong>da</strong> Convenção sobre Diversi<strong>da</strong>de Biológica,realiza<strong>da</strong> em Haia, Holan<strong>da</strong>, em maio de 2002, estabeleceu, no âmbito doPlano Estratégico <strong>da</strong> Convenção (Decisão VI/26), como missão em médioprazo que “as Partes (os países membros <strong>da</strong> CDB) se comprometem aimplementar de forma mais efetiva e coerente os três objetivos <strong>da</strong>Convenção, para alcançar em 2010 uma redução significativa <strong>da</strong>s atuaistaxas de per<strong>da</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de nos níveis global, regional e nacional,como uma contribuição para a redução <strong>da</strong> pobreza e para o benefício deto<strong>da</strong>s as formas de vi<strong>da</strong> na Terra”.Esta meta, conheci<strong>da</strong> como a “Meta de 2010” foi referen<strong>da</strong><strong>da</strong> pela CúpulaMundial para o Desenvolvimento Sustentável, realiza<strong>da</strong> em Johanesburgo,África do Sul, em setembro de 2002.A 6 a Conferência <strong>da</strong>s Partes <strong>da</strong> Convenção sobre Diversi<strong>da</strong>de Biológicatambém adotou a decisão VI/9 criando a Estratégia Global paraConservação de Plantas (GSPS), uma estrutura para facilitar a harmoniaentre as iniciativas existentes volta<strong>da</strong>s para a conservação de plantas,identificar lacunas onde são requeri<strong>da</strong>s novas iniciativas e promover amobilização dos recursos necessários. O objetivo em longo prazo <strong>da</strong>Estratégia Global para Conservação de Plantas é deter a atual e contínuaper<strong>da</strong> de diversi<strong>da</strong>de de plantas por meio de um conjunto de dezesseismetas globais.Posteriormente, em fevereiro de 2004 em Kuala-Lumpur/Malásia, a 7 aConferência <strong>da</strong>s Partes <strong>da</strong> Convenção sobre Diversi<strong>da</strong>de Biológica aprovouna Decisão VII/30 (Plano estratégico: avaliação futura de progresso) umaestrutura de metas e indicadores globais para orientar e monitorar aimplementação <strong>da</strong> Meta <strong>da</strong> CDB para 2010. Essa decisão aprovou umconjunto de 21 metas globais agrupa<strong>da</strong>s em 11 objetivos.A Decisão VIII/15 adota<strong>da</strong> na 8 a Conferência <strong>da</strong>s Partes <strong>da</strong> Convençãosobre Diversi<strong>da</strong>de Biológica, realiza<strong>da</strong> em Curitiba, Paraná/Brasil, em marçode 2006, atualizou e complementou a estrutura de metas e indicadores,conforme tabela a seguir:11


TABELA 1 - METAS GLOBAIS DE BIODIVERSIDADE PARA 2010APROVADAS NA COP-8 – DECISÃO VIII/15Objetivo 1. Promover a Conservação <strong>da</strong> Diversi<strong>da</strong>de Biológica deEcossistemas,Habitats e BiomasMeta 1.1: Pelo menos 10% de ca<strong>da</strong> região ecológica do mundoefetivamente conservado.Meta 1.2: Áreas de importância particular para a biodiversi<strong>da</strong>deprotegi<strong>da</strong>s.Objetivo 2. Promover a Conservação <strong>da</strong> Diversi<strong>da</strong>de de EspéciesMeta 2.1: Restaurar, manter ou reduzir o declínio <strong>da</strong>s populações deespécies de grupos taxonômicos selecionados.Meta 2.2: Situação de espécies ameaça<strong>da</strong>s melhora<strong>da</strong>.Objetivo 3. Promover a conservação <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de genéticaMeta 3.1: Diversi<strong>da</strong>de genética de cultivos, animais domesticados, e deespécies utiliza<strong>da</strong>s de árvores, peixes e fauna silvestre, e outras espéciesvaliosas conserva<strong>da</strong>, e o conhecimento indígena e local associado mantido.Objetivo 4. Promover o uso e o consumo sustentáveisMeta 4.1: Produtos baseados em biodiversi<strong>da</strong>de derivados de fontesmaneja<strong>da</strong>s de forma sustentável, e áreas de produção maneja<strong>da</strong>s de formaconsistente com a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.Meta 4.2 Consumo não sustentável de recursos biológicos, ou que impactaa biodiversi<strong>da</strong>de, reduzido.Meta 4.3: Nenhuma espécie <strong>da</strong> flora e fauna silvestre ameaça<strong>da</strong> pelocomércio internacional.Área focal 3: Enfrentar as ameaças à biodiversi<strong>da</strong>deObjetivo 5. Reduzir as Pressões <strong>da</strong> Per<strong>da</strong> de Habitats, Mu<strong>da</strong>nça doUso e Degra<strong>da</strong>ção de Terras, e Uso Não Sustentável <strong>da</strong> ÁguaMeta 5.1: Taxa de per<strong>da</strong> e degra<strong>da</strong>ção de habitats naturais reduzi<strong>da</strong>.Objetivo 6. Controlar as ameaças de espécies exóticas invasorasMeta 6.1: Rotas para as principais espécies exóticas invasorascontrola<strong>da</strong>s.Meta 6. 2: Planos de manejo estabelecidos para as principais espéciesexóticas que ameaçam ecossistemas, habitats ou espécies.Objetivo 7. Enfrentar as ameaças <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças climáticas epoluição à biodiversi<strong>da</strong>deMeta 7.1: Manter e melhorar a resiliência dos componentes <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de para a<strong>da</strong>ptarem-se às mu<strong>da</strong>nças climáticas.Meta 7.2: Reduzir a poluição e seus impactos sobre a biodiversi<strong>da</strong>de.Área focal 4: Manter os bens e serviços <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de parasustentar o bem-estar humanoObjetivo 8. Manter a Capaci<strong>da</strong>de dos Ecossistemas de FornecerBens e Serviços e Sustentar Modos de Vi<strong>da</strong>Meta 8.1: Capaci<strong>da</strong>de dos ecossistemas de fornecer bens e serviçosmanti<strong>da</strong>.Meta 8.2: Recursos biológicos que sustentam modos de vi<strong>da</strong>, segurançaalimentar local e saúde, especialmente para pessoas pobres, mantidos.Área focal 5: Proteger o conhecimento, inovações e práticastradicionaisObjetivo 9. Manter a diversi<strong>da</strong>de sócio-cultural de comuni<strong>da</strong>desindígenas e locais12


Meta 9.1. Proteger os conhecimentos, inovações e práticas tradicionais.Meta 9.2: Proteger os direitos <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des indígenas e locais sobreseus conhecimentos, inovações e práticas tradicionais, incluindo seusdireitos à repartição de benefícios.Objetivo 10. Assegurar a Repartição Justa e Eqüitativa dosBenefícios Derivados do Uso de Recursos GenéticosMeta 10.1: Todo acesso a recursos genéticos feito de acordo com aConvenção sobre Diversi<strong>da</strong>de Biológica e seus dispositivos relevantes.Meta 10.2: Benefícios provenientes <strong>da</strong> comercialização e outros usos derecursos genéticos repartidos de forma justa e eqüitativa com os paísesque fornecem tais recursos, conforme a Convenção sobre Diversi<strong>da</strong>deBiológica e seus dispositivos relevantes.Área focal 7: Assegurar o fornecimento dos recursos adequadosObjetivo 11. As Partes Dispõem de Maior Capaci<strong>da</strong>de Financeira,Humana, Científica, Técnica e Tecnológica para Implementar aConvençãoMeta 11.1: Recursos financeiros novos e adicionais transferidos paraPartes que são países em desenvolvimento, para possibilitar aimplementação efetiva de seus compromissos com a Convenção, conformeo Artigo 20.Meta 11.2: Tecnologia transferi<strong>da</strong> para Partes que são países emdesenvolvimento, para possibilitar a implementação efetiva de seuscompromissos com a Convenção, conforme seu Artigo 20, parágrafo 4.13


METAS NACIONAIS DE BIODIVERSIDADE PARA 2010A Comissão Nacional de Biodiversi<strong>da</strong>de – CONABIO, instância colegia<strong>da</strong> decaráter deliberativo e consultivo que coordena a implementação doscompromissos assumidos pelo país no âmbito <strong>da</strong> Convenção sobreDiversi<strong>da</strong>de Biológica bem como dos princípios e diretrizes <strong>da</strong> PolíticaNacional <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de – PNB, realizou em 24 e 25 de outubro de 2006,sua 20ª Reunião Ordinária na forma de um “Seminário para Definição deMetas Nacionais de Biodiversi<strong>da</strong>de para 2010”, no auditório do IBAMA sedeem Brasília. Este tema já havia sido tratado em reuniões anteriores edecidiu-se na ocasião que seria oportuno aguar<strong>da</strong>r a conclusão de váriosestudos e levantamentos contratados pelo Projeto de Conservação eUtilização Sustentável <strong>da</strong> Diversi<strong>da</strong>de Biológica - PROBIO que poderiamsubsidiar a discussão deste tema.Tais levantamentos incluem o mapeamento <strong>da</strong> cobertura vegetal dosbiomas brasileiros, os diagnósticos <strong>da</strong>s espécies exóticas invasoras, aatualização <strong>da</strong>s listas de fauna e flora ameaça<strong>da</strong>s de extinção, olevantamento de informações sobre as varie<strong>da</strong>des locais e parentassilvestres de espécies de plantas nativas cultiva<strong>da</strong>s, dentre outros.Para o Seminário, foram convi<strong>da</strong>dos especialistas para apresentar asituação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de brasileira, seguindo o modelo <strong>da</strong> ONU dePressão-Estado-Resposta e fazendo o melhor uso dos estudos elevantamentos contratados pelo PROBIO e outros estudos disponíveis.Esse Seminário teve como objetivo principal subsidiar a toma<strong>da</strong> de decisãopara a definição <strong>da</strong>s metas nacionais para a redução <strong>da</strong>s taxas de per<strong>da</strong> debiodiversi<strong>da</strong>de, correlatas às metas globais defini<strong>da</strong>s no Plano Estratégico<strong>da</strong> CDB para 2010 (decisões VI/26, VII/30 e VIII/15).Desse esforço coletivo surgiram as principais propostas que subsidiaram aResolução n.º 3/2006 <strong>da</strong> Comissão Nacional de Biodiversi<strong>da</strong>de - CONABIO,que estabeleceram um conjunto de 51 metas nacionais de Biodiversi<strong>da</strong>de,agrupa<strong>da</strong>s em 7 componentes temáticos.Tais metas, apresenta<strong>da</strong>s na tabela 2, englobam to<strong>da</strong>s aquelas previstaspela CDB – 2010, ampliam este escopo e detalham os indicadorescompromissados pelo país. Em sua grande maioria, apoiam-se emindicadores de abrangência para todo o território nacional, o que nãopermite recortes por biomas, objetivo do presente estudo para a <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, mas possibilitam por outro lado identificar a situação do Biomaem relação ao quadro nacional.14


LINHA DO TEMPO - CDB E FATOS CORRELATOS NO BRASIL1992• Cria<strong>da</strong> a Convenção sobre Diversi<strong>da</strong>de Biológica / CDB (Eco 92)• Lista Oficial de Espécies <strong>da</strong> Flora Brasileira Ameaça<strong>da</strong>s de Extinção(PORTARIA IBAMA Nº 37-N)1994• Criação do Programa Nacional <strong>da</strong> Diversi<strong>da</strong>de Biológica /PRONABIO(Decreto 1.354)1996• Criação do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável <strong>da</strong>Diversi<strong>da</strong>de Biológica Brasileira/ PROBIO• Criação do Fundo Brasileiro para a Biodiversi<strong>da</strong>de/Funbio2000• Criado o Sistema Nacional de Uni<strong>da</strong>des de Conservação/SNUC (Lei9.985)2002• CDB (COP 6) – CDB estabelece a meta 2010 cujo objetivo é aredução significativa <strong>da</strong> per<strong>da</strong> de biodiversi<strong>da</strong>de.• Regulamentado o SNUC (Decreto 4.340)• Cria<strong>da</strong> a Política Nacional de Biodiversi<strong>da</strong>de/ PNB (Decreto 4.339)2003• PRONABIO altera seu nome para CONABIO (Comissão Nacional deBiodiversi<strong>da</strong>de)• Criado o Fundo Brasileiro para a Biodiversi<strong>da</strong>de/FUNBIO• Atualização <strong>da</strong> lista de fauna (terrestre) ameaça<strong>da</strong> de extinção(Instrução Normativa Nº 3)2004• CDB (COP 7) aprovado um conjunto de 21 metas globais• Atualização <strong>da</strong> lista de fauna (aquática) ameaça<strong>da</strong> de extinção(Instrução Normativa Nº 5)15


2006• CDB (COP 8) – Curitiba / Brasil – Metas foram atualiza<strong>da</strong>s ecomplementa<strong>da</strong>s• CONABIO dispõe sobre as metas nacionais de biodiversi<strong>da</strong>de para2010 (Resolução CONABIO Nº 3)• Reavaliação e Identificação <strong>da</strong>s Áreas Prioritárias para aConservação dos Biomas• Lei <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (Lei 11.428)2007• Criação do Icmbio – Instituto Chico Mendes de Biodiversi<strong>da</strong>de• PROBIO institui as áreas prioritárias atualiza<strong>da</strong>s (Portaria•Ministerial N o 9)2008• CDB (COP 9) – Bonn/ Alemanha• Regulamentação Lei <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (Decreto 6.660)• Lista Oficial de Espécies <strong>da</strong> Flora Brasileira Ameaça<strong>da</strong>s de Extinção(Instrução Normativa Nº 6)• Criado o Programa de monitoramento do desmatamento nosbiomas brasileiros por satélite2010• CDB (COP 10) – Nagoia / Japão – Avaliação metas 2010 eaprovação do Plano Estratégico de Metas 2011 – 2020.16


TABELA 2 - A RESOLUÇÃO CONABIO N.O 3, DE 21 DEDEZEMBRO DE 2006Metas Nacionais de Biodiversi<strong>da</strong>de para 2010COMPONENTE 1 DO PNB - CONHECIMENTO DA BIODIVERSIDADE -(ÁREA FOCAL A DA GSPC DA CDB)Meta 1.1. Uma lista amplamente acessível <strong>da</strong>s espécies brasileirasformalmente descritas de plantas, animais vertebrados, animaisinvertebrados e microorganismos, mesmo que seletivamente elabora<strong>da</strong> naforma de bancos de <strong>da</strong>dos permanentes.Meta 1.2. Programa Nacional de Taxonomia formalizado com vistas a umaumento de 50 % do acervo científico com ênfase na descrição de espéciesnovas.Meta 1.3. Instituto Virtual <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de Brasileira criado e expandir oPPBio para os demais biomas, além <strong>da</strong> Amazônia e Caatinga. Paraaumentar a disponibili<strong>da</strong>de de informação sobre biodiversi<strong>da</strong>de.COMPONENTE 2 DO PNB –- CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE(ÁREAS FOCAIS I E IV DA CDB)Objetivo 1. Promover a conservação <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de biológica dosecossistemas,habitats e biomasMeta 2.1. Pelo menos 30% do Bioma Amazônia e 10% dos demais biomase <strong>da</strong> Zona Costeira e Marinha efetivamente conservados por Uni<strong>da</strong>des deConservação do Sistema Nacional de Uni<strong>da</strong>des de ConservaçãoMeta 2.2. Proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de assegura<strong>da</strong> em pelo menos 2/3 <strong>da</strong>sÁreas Prioritárias para Biodiversi<strong>da</strong>de por meio de Uni<strong>da</strong>des do SNUC,Terras Indígenas e Territórios Quilombolas.Meta 2.3. 10% <strong>da</strong> Zona Marinha com áreas de exclusão de pesca,temporárias ou permanentes, integra<strong>da</strong>s às Uni<strong>da</strong>des de Conservação,cria<strong>da</strong>s para proteção dos estoques pesqueiros.Objetivo 2. Promover a conservação <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de de espéciesMeta 2.4. To<strong>da</strong>s as espécies reconheci<strong>da</strong>s oficialmente como ameaça<strong>da</strong>sde extinção no país contempla<strong>da</strong>s com Planos de Ação e Grupos Assessoresativos.Meta 2.5. 100% <strong>da</strong>s espécies ameaça<strong>da</strong>s efetivamente conserva<strong>da</strong>s emÁreas Protegi<strong>da</strong>sMeta 2.6. Redução de 25% na taxa anual de incremento de espécies <strong>da</strong>fauna ameaça<strong>da</strong>s na Lista Nacional e retira<strong>da</strong> de 25% de espéciesatualmente na Lista Nacional.Meta 2.7. Uma avaliação preliminar do status de conservação de to<strong>da</strong>s asespécies conheci<strong>da</strong>s de plantas, e animais vertebrados e seletivamente dosanimais invertebrados, no nível nacional.Meta 2.8. 60 % <strong>da</strong>s espécies de plantas ameaça<strong>da</strong>s conserva<strong>da</strong>s emcoleções ex situ e 10% <strong>da</strong>s espécies de plantas ameaça<strong>da</strong>s incluí<strong>da</strong>s emprogramas de recuperação e restauração.Meta 2.9. 60% <strong>da</strong>s espécies migratórias contempla<strong>da</strong>s com planos deação e 30% <strong>da</strong>s espécies com programas de conservação implementados.17


Objetivo 3. Promover a conservação <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de genéticaMeta 2.10. 70% <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de genética de plantas cultiva<strong>da</strong>s e extrativasde valor sócio-econômico conserva<strong>da</strong>s, e o conhecimento indígena e localassociado mantido.Meta 2.11. 50% <strong>da</strong>s espécies prioriza<strong>da</strong>s no Projeto Plantas para o Futuroconserva<strong>da</strong>s na condição ex situ e on farm.Meta 2.12. 60% <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de genética dos parentes silvestres brasileirosde plantas cultiva<strong>da</strong>s de 10 gêneros prioritários efetivamente conservadosin situ e/ou ex situ.Objetivo 8. Manter a capaci<strong>da</strong>de dos ecossistemas de fornecer bense serviços e de sustentar modos de vi<strong>da</strong>Meta 2.13 Capaci<strong>da</strong>de de ecossistemas de fornecer bens e serviçosmanti<strong>da</strong> ou melhora<strong>da</strong> nas Áreas Prioritárias para Biodiversi<strong>da</strong>de.Meta 2.14 Aumento significativo <strong>da</strong>s ações de apoio à conservação onfarm dos componentes <strong>da</strong> Agrobiodiversi<strong>da</strong>de que garantam a manutençãodos modos de vi<strong>da</strong> sustentáveis, segurança alimentar local e saúde,especialmente para comuni<strong>da</strong>des locais e povos indígenas.COMPONENTE 3 DO PNB –UTILIZAÇÃO SUSTENTÁVEL DOSCOMPONENTES DA BIODIVERSIDADE (ÁREA FOCAL II DA CDB)Objetivo 4. Promover o uso e o consumo sustentáveisMeta 3.1. 30% de produtos vegetais não-madeireiros provenientes defontes maneja<strong>da</strong>s de forma sustentável.Meta 3.2. Recuperação de, no mínimo, 30% dos principais estoquespesqueiros com gestão participativa e controle de capturas.Meta 3.3. 40% <strong>da</strong> área com Plano de Manejo Florestal na Amazôniacertifica<strong>da</strong>.Meta 3.4. 80% <strong>da</strong>s <strong>Reserva</strong>s Extrativistas e <strong>Reserva</strong>s de DesenvolvimentoSustentável com manejo sustentável de espécies <strong>da</strong> fauna e <strong>da</strong> flora deinteresse alimentar ou econômico assegurados e com seus planos demanejo elaborados e implementados.Meta 3.5. 80% de redução no consumo não sustentável de recursosfaunísticos e florísticos em uni<strong>da</strong>des de conservação de uso sustentável.Meta 3.6. Nenhuma espécie <strong>da</strong> fauna ou flora silvestre ameaça<strong>da</strong> pelocomércio internacional, em cumprimento ao disposto pela CITES.Meta 3.7 Redução significativa do comércio ilegal de espécies <strong>da</strong> fauna eflora no país.Meta 3.8 80% de incremento na inovação e agregação de valor de novosprodutos beneficiados a partir <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.Meta 3.9 80% de incremento em novos usos sustentáveis <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de na medicina e alimentação resultando em produtosdisponíveis no mercado.Meta 3.10 Aumento significativo <strong>da</strong>s ações de detecção, controle erepressão dos casos de biopirataria.Meta 3.11 Incremento significativo nos investimentos em estudos,projetos e pesquisas para o uso sustentável <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.18


Meta 3.12 80% de incremento no número de patentes gera<strong>da</strong>s a partir decomponentes <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.Meta 3.13 Apoio <strong>da</strong> CCZEE para a elaboração e conclusão de ZEEs empelo menos 50% dos Estados.COMPONENTE 4 DO PNB –MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO,PREVENÇÃO E MITIGAÇÃO DE IMPACTOS SOBRE ABIODIVERSIDADE (ÁREA FOCAL III DA CDB)Objetivo 5. Reduzir as pressões <strong>da</strong> per<strong>da</strong> de habitats, mu<strong>da</strong>nça nouso e degra<strong>da</strong>ção de terras, e uso não sustentável <strong>da</strong>s águasMeta 4.1. Redução na taxa de desmatamento de 100% no Bioma <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, de 75% no Bioma Amazônia e de 50% nos demais biomas.Meta 4.2. Redução média de 25% no número de focos de calor em ca<strong>da</strong>bioma.Meta 4.3. Criação e consoli<strong>da</strong>ção de uma rede de monitoramentosistemático e padronizado <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de em escala nacional.Objetivo 6. Controlar as ameaças de espécies exóticas invasorasMeta 4.4. To<strong>da</strong>s as espécies no Diagnóstico Nacional de Espécies ExóticasInvasoras com Plano de Ação de Prevenção e Controle elaborado.Meta 4.5. Planos de manejo implementados para controlar pelo menos 25<strong>da</strong>s principais espécies exóticas invasoras que mais ameaçam osecossistemas, habitats ou espécies no país.Objetivo 7. Enfrentar as ameaças <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças climáticas e <strong>da</strong>poluição à Biodiversi<strong>da</strong>deMeta 4.6. 50% <strong>da</strong>s fontes de poluição <strong>da</strong>s águas e dos solos e seusimpactos sobre a biodiversi<strong>da</strong>de controla<strong>da</strong>.Meta 4.7 Estímulo a estudos biogeográficos que incluam predições deocorrência de espécies em associação à mu<strong>da</strong>nças climáticaspotenciais, pelo uso de Sistemas de Informação GeográficaCOMPONENTE 5 DO PNB –ACESSO AOS RECURSOS GENÉTICOS,CONHECIMENTOS TRADICIONAIS ASSOCIADOS, E REPARTIÇÃO DEBENEFÍCIOS (ÁREAS FOCAIS V E VI DA CDB)Objetivo 9. Manter a diversi<strong>da</strong>de sócio-cultural de comuni<strong>da</strong>desindígenas e locaisMeta 5.1. To<strong>da</strong>s as políticas públicas relevantes para os conhecimentostradicionais implementa<strong>da</strong>s em atendimento as disposições do Artigo 8j <strong>da</strong>CDB.Meta 5.2. Conhecimentos, inovações e práticas dos povos indígenas ecomuni<strong>da</strong>des tradicionais protegidos.Meta 5.3 100% <strong>da</strong>s publicações científicas ou de divulgação decorrentesde acesso a conhecimento tradicional com identificação de sua origem.Meta 5.4. 100% <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des de acesso a conhecimentos tradicionaiscom consentimento prévio fun<strong>da</strong>mentado, obrigatorie<strong>da</strong>de de retorno doconhecimento gerado e repartição de benefícios.19


Objetivo 10. Assegurar a repartição justa e eqüitativa dosbenefícios derivados do uso de recursos genéticosMeta 5.5. Lei de acesso e repartição de benefícios, nos termos <strong>da</strong> CDB,aprova<strong>da</strong> pelo Congresso Nacional e implementa<strong>da</strong> e 100% <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>desde acesso e remessa de acordo com a legislação nacional.Meta 5.6. Benefícios resultantes do uso comercial dos recursos genéticosefetivamente repartidos de forma justa e eqüitativa em prol <strong>da</strong>conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.Meta 5.7. 100% <strong>da</strong>s solicitações de patentes de invenção de produtos eprocessos derivados de acesso ao patrimônio genético e ao conhecimentotradicional associado com identificação de origem e autorização de acesso.Meta 5.8 Repartição de benefícios no âmbito do Tratado sobre RecursosFitogenéticos para a Alimentação e Agricultura implementado no país.COMPONENTE 6 DO PNB - EDUCAÇÃO, SENSIBILIZAÇÃO PÚBLICA,INFORMAÇÃO E DIVULGAÇÃO SOBRE BIODIVERSIDADE –(ÁREAFOCAL D DA GSPC DA CDB)Meta 6.1. Incorporação <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de biológica e <strong>da</strong>necessi<strong>da</strong>de de sua conservação, uso sustentável e repartição de benefíciosnos programas de comunicação, educação e conscientização pública.Meta 6.2. Ampliação do acesso a informação de quali<strong>da</strong>de sobreconservação, uso sustentável e repartição de benefícios <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>debiológica.Meta 6.3. Estabelecimento e fortalecimento de redes de ações paraconservação, uso sustentável e repartição de benefícios <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>debiológica.COMPONENTE 7 DO PNB –FORTALECIMENTO JURÍDICO EINSTITUCIONAL PARA A GESTÃO DA BIODIVERSIDADE (ÁREAFOCAL VII DA CDB)Objetivo 11. As Partes asseguram melhor capaci<strong>da</strong>de financeira,humana, científica, técnica e tecnológica para implementar aConvençãoMeta 7.1. Recursos financeiros novos e adicionais, de fontes públicas epriva<strong>da</strong>s, nacionais e/ou internacionais, captados e disponibilizados parauso no país possibilitando a implementação efetiva de seus compromissoscom os programas de trabalho <strong>da</strong> CDB, conforme seu Artigo 20.Meta 7.2. Iniciativas que promovam a transferência para o Brasil detecnologias ambientalmente sustentáveis gera<strong>da</strong>s em outros países,implementa<strong>da</strong>s para possibilitar a efetivi<strong>da</strong>de dos programas de trabalho<strong>da</strong> CDB, conforme seu Artigo 20, parágrafo 4, e Artigo 16.Meta 7.3. Intercâmbio e transferência de tecnologias ambientalmentesustentáveis entre países em desenvolvimento promovidos, parapossibilitar a implementação efetiva dos programas de trabalho <strong>da</strong>Convenção, conforme seu Artigo 20, parágrafo 4, e Artigo 16.20


CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICASAs 51 metas nacionais, conforme apresenta<strong>da</strong>s no capítulo anterior,distribuem-se em sete componentes e 11 objetivos. Além <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>deexpressiva de metas, as mesmas em grande parte são genéricas em suanatureza, sem medi<strong>da</strong>s que possam balizar seu cumprimento.Adicionalmente, não foram estabelecidos indicadores o que torna a tarefamais difícil e os resultados mais passíveis de um julgamento subjetivo. Adispersão <strong>da</strong>s informações e o tempo necessário para levantá-las eorganizá-las igualmente torna mais complexo o esforço empreendido.A despeito <strong>da</strong>s situações de limite expostas, este estudo foi conduzido coma participação de especialistas em diversos temas, com grandeconhecimento, experiência e possibili<strong>da</strong>de crítica. O grupo , no entanto, nãose autocredita total suficiência, apenas julgou-se que pelo tempo disponível,neste momento não seria possível uma consulta mais ampla. De qualquerforma, essa avaliação não deve ser um fim em si, mas um dos passosnecessários para uma melhor compreensão dos caminhos que temospercorrido e quais devemos construir se queremos deter a per<strong>da</strong> debiodiversi<strong>da</strong>de na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Efetivamente o desafio posto não é um impedimento à necessária avaliaçãodo grau de cumprimento <strong>da</strong>s metas estabeleci<strong>da</strong>s. Ao contrário, fortalece osmecanismos de transparência e participação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de brasileira noexercício de afirmação de seus valores, priori<strong>da</strong>des e visão de futuro sobretão importante tema.O objetivo principal deste documento é avaliar o cumprimento <strong>da</strong>s metasnacionais de biodiversi<strong>da</strong>de com o recorte biomático para a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Sempre que possível, foram desenvolvi<strong>da</strong>s considerações sobre o grau deatingimento dessas metas. Além disso, buscou-se uma avaliação global dostatus de conservação desse bioma por meio <strong>da</strong>s ações desenvolvi<strong>da</strong>s aolongo do último decênio, bem com a identificação de tendências para opróximo período de compromisso. Onde estamos indo bem e podemosincrementar? Onde nossos avanços foram baixos e inconsistentes? O quenos impediu de uma melhor perfornance? Como vamos tratar essesconstrangimentos no futuro breve?O texto geral de várias <strong>da</strong>s metas induz a uma maior subjetivi<strong>da</strong>de naquantificação do quartil de êxito, método este utilizado tanto no relatório <strong>da</strong>avaliação global quanto no <strong>da</strong> avaliação brasileira. Diante desse quadro, aavaliação do cumprimento lastreou-se basicamente em uma análiseinterpretativa dos <strong>da</strong>dos conseguidos. O esforço se deu por meio <strong>da</strong> buscapor <strong>da</strong>dos numéricos mas também por <strong>da</strong>dos qualitativos obtidos naliteratura, sítios <strong>da</strong> internet, relatórios e junto a especilistas. Para umamaior padronização dos <strong>da</strong>dos e sua articulação com as políticas públicasnacionais, optou-se por apresentar <strong>aqui</strong> a avaliação a partir dos setecomponentes <strong>da</strong>s Metas Nacionais de Biodiversi<strong>da</strong>de, estabelecidos pelaCONABIO. To<strong>da</strong>via, considerando-se a disponibili<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>dos, e aimportância relativa dos mesmos para fins de avaliação <strong>da</strong> conservação euso sustentável <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, para algunscomponentes, certas metas e indicadores foram agregados, enquanto para22


outros se assegurou um maior detalhamento para ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s metasabriga<strong>da</strong>s pelo componente. Em vários casos também foi possível trazer aoleitor maior riqueza de exemplos.Para fins <strong>da</strong> avaliação <strong>aqui</strong> apresenta<strong>da</strong>, embora se tenha buscado analisare pontuar ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s 51 metas nacionais de biodiversi<strong>da</strong>de, os <strong>da</strong>dos ecomentários incluídos em ca<strong>da</strong> capítulo concentraram-se nos aspectos demaior relevância para a compreensão do quadro geral que caracteriza asituação do Bioma.Enquanto algumas metas são objetivas e mensuráveis como, por exemplo,a que estabelece que pelo menos 10% <strong>da</strong> área do bioma deve estar incluí<strong>da</strong>em áreas protegi<strong>da</strong>s oficiais, outras metas se baseiam em tendências deampliação ou diminuição de certos indicadores, tornando tal avaliaçãomenos precisa e por vezes mais subjetiva. A mesma dificul<strong>da</strong>de seapresenta naquelas metas onde as informações não existem ou não estãodisponíveis no recorte por bioma.Também se buscou agregar mapas, tabelas, gráficos e quadros evolutivosque contribuam para uma melhor compreensão <strong>da</strong> situação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e <strong>da</strong>s tendências identifica<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong>campo analisado.As tabelas incluí<strong>da</strong>s no final de ca<strong>da</strong> capítulo temático apresentam umasíntese <strong>da</strong> avaliação preliminar para a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e incluem também aavaliação nacional relativa a ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s metas em conformi<strong>da</strong>de com odocumento nacional coordenado pelo MMA para o Brasil, possibilitandosituar a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> nesse quadro.Com relação ao recorte geográfico, quando cabíveis, foram consideradosigualmente <strong>da</strong>dos relativos à zona marinha e outros, de caráter nacional, naavaliação do Domínio <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (sensu IBGE, 2006) perante as metasde 2010.23


COMPONENTE 1 – CONHECIMENTO DA BIODIVERSIDADEComposta por um mosaico de mais de 10 formações vegetacionais distintas,incluindo florestas e outros ecossistemas associados (tabela 3) a <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> em território brasileiro ocupa uma área de 1.315.460 km²,distribuídos em 17 Estados e engloba total ou parcialmente 3.222municípios (2.594 totalmente e 628 parcialmente incluídos no bioma). Comuma extensão de cerca de 3.500 km no sentido norte-sul e 2.500 km nosentido leste-oeste e uma variação altitudinal do nível do mar até os 2.890metros do Pico <strong>da</strong> Bandeira, a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> abrange áreas com grandesdiferenças do ponto de vista geológico, geomorfológico e climático.Por outro lado, a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> se conecta com todos os demais biomasterrestres do Brasil e com os três biomas marinhos reconhecidos no marterritorial brasileiro. Tais contatos criam zonas de tensão, transiçãoecológica e encraves de <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> em outros domínios bem como apresença de outros ecossistemas no interior do bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Mesmo sem ter uma conexão com a Amazônia atualmente, os dois biomastiveram contatos no passado e que apresentam influências na diversi<strong>da</strong>debiológica dessas regiões no presente. É marcante, por exemplo, aocorrência de elementos <strong>da</strong> fauna e flora amazônica na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> doNordeste. Estes e outros fatores, aliados ao fato de que as florestaistropicais são as regiões terrestres mais biodiversas do Planeta, tornaram a<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> uma <strong>da</strong>s regiões ecológicas mais complexas e ricas embiodiversi<strong>da</strong>de do mundo.Inventariar tal diversi<strong>da</strong>de biológica é um enorme desafio, o que se tornaain<strong>da</strong> mais complexo se considerarmos a drástica redução <strong>da</strong> coberturaflorestal que sofreu o bioma e o alto grau de fragmentação de seusremanescentes (figura 6). A tarefa de descrever, sistematizar edisponibilizar informações precisas sobre plantas, animais vertebrados einvertebrados e microorganismo de um bioma tão amplo e complexotambém encontram dificul<strong>da</strong>des na falta de especialistas em vários táxons,na concentração de instituições de pesquisa em certas regiões e na falta derecursos tecnológicos, materias e financeiros, que caracterizam as áreascientíficas em países em desenvolvimento como o Brasil.Figura 6 – Mapa do Brasil com osremanescentes florestais <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> esérie de mapas do Estado de São Paulomostrando o processo de devastaçãoflorestal entre 1500 e 2000. (Fonte: CN-RBMA baseado em Victor, M. et al., 1975).25


Ain<strong>da</strong> assim, no Brasil e em particular na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, os avanços naárea do conhecimento <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de foram muito expressivos nasúltimas déca<strong>da</strong>s graças à ação de inúmeras universi<strong>da</strong>des, centros depesquisa, órgãos governamentais, ONGs e fundos públicos e privados.A mais recente e abrangente lista deinformações existentes sobre a biodiversi<strong>da</strong>debrasileira é a publicação “Avaliação do Estadodo conhecimento <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de Brasileira”(Lewinsohn, T.M., 2005). De acordo com essaavaliação, em termos relativos, a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>é o bioma melhor conhecido e cujo grau deamostragem e estudo é tido como razoável abom no maior número dos táxons avaliados deplantas, vertebrados e invertebrados terrestres.Outro importante inventário geral foi a “Lista deEspécies <strong>da</strong> Flora do Brasil”, (MMA, 2010) commais de 40.000 plantas dos diversos biomasnacionais.Inúmeros outros estudos, listagem e catálogosde espécies, além de inventários integrados ebanco de <strong>da</strong>dos foram produzidos recentementesobre o status do conhecimento, conservação e uso sustentável <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de no Brasil, em sua maioria trazendo importantes <strong>da</strong>dos sobrea <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Alguns desses catálogos e listas estão relacionados nofinal desta publicação.Figura 8: (Stehmann et al,2009) / Capa <strong>da</strong> publicaçãoFigura 7: (Lewinsohn, T.M.,2005) / Capa <strong>da</strong> publicaçãoPara a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> cabe destacarespecialmente a recém publicação do livro“Plantas <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>” (Stehmann et al,2009) que traz a listagem completa <strong>da</strong>s 15.782espécies, distribuí<strong>da</strong>s em 2.257 gêneros e 348famílias, dos quais 132 gêneros (6%) e 7.155espécies (45%) são considerados endêmicasdesse bioma. Este conjunto representa cerca de5% de to<strong>da</strong> a flora mundial estima<strong>da</strong> emaproxima<strong>da</strong>mente 300.000 espécies (Judd et al,2009). Dessas espécies, na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> foramdescritas 14.522 plantas vasculares, <strong>da</strong>s quais6.933 espécies, quase metade (48%) do totalconhecido, são considera<strong>da</strong>s endêmicas doBioma.Grande parte desse conhecimento taxonômico érecente, mostrando que, mesmo o Bioma mais estu<strong>da</strong>do do Brasil ain<strong>da</strong> éum grande desconhecido. Exemplo disto é o fato de que mais de 1000novas espécies de angiospermas foram descobertas na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> nasduas últimas déca<strong>da</strong>s o que representa 42% do total de angiospermasdescritas no Brasil neste período (Sobral & Stehmann, 2009). Este últimoautor aponta ain<strong>da</strong> que apenas nos últimos três anos mais de 300 novas26


espécies desse grupo foram descritas para a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, em sua grandemaioria endêmicas ao bioma.O alto grau de endemismo <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> é superado apenas por outroscinco Hot Spots mundiais de biodiversi<strong>da</strong>de (Andes, Sun<strong>da</strong>, Bacia doMediterrâneo, Ma<strong>da</strong>gascar e Ilhas do Oceano Indico) (Myers 2000;Mittermeier et al. 2004). Tal característica exige ain<strong>da</strong> mais um númeroelevado de especialistas e um alto grau de intercâmbio científico e deacessibili<strong>da</strong>de aos <strong>da</strong>dos de referência. Neste sentido, as metas 1.2 e 1.3,respectivamente de consoli<strong>da</strong>ção do Programa Nacional de Taxonomia(PROTAX) e <strong>da</strong> criação do Instituto Virtual <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de Brasileira quenão foram ain<strong>da</strong> atingi<strong>da</strong>s minimamente, devem se transformar empriori<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Política Nacional de Biodiversi<strong>da</strong>de.Em âmbito nacional merecem destaque algumas iniciativas que contribuempara a ampliação do conhecimento sobre a biodiversi<strong>da</strong>de brasileira,especialmente aquelas coordena<strong>da</strong>s ou apoia<strong>da</strong>s pelo Ministério de Ciênciase Tecnologia (MCT) a exemplo do Programa de Modernização <strong>da</strong>s coleçõesBiológicas, do Programa Nacional de Capacitação em Taxonomia, doPrograma de Pesquisa em Biodiversi<strong>da</strong>de (PPBIO), do Programa deIdentificação molecular <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de (BR-Bol), o Programa Nacional deInventário Biológico e o Sistema Nacional de Informações emBiodiversi<strong>da</strong>de e Ecossistemas (SIB BR).No caso <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, vários estados possuem centros e institutos depesquisa, que desenvolvem importantes programas de pesquisa e ações defomento a estudos sobre a biodiversi<strong>da</strong>de. Dentre eles vale ressaltar oPrograma Biota/FAPESP, do Estado de São Paulo, programa pioneiro queintegra centenas de pesquisadores e que produziu o mais completolevantamento sobre a diversi<strong>da</strong>de biológica de um Estado <strong>da</strong> Federação, emsua grande área incluído no Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. O Biota/FAPESP, quefunciona como Instituto Virtual <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de em São Paulo é oreferencial para a criação do programa Biota/Brasil.Algumas instituições nacionais têm se transformando em centros dereferência para a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, a exemplo do Instituto Jardim Botânico doRio de Janeiro, responsável pela sistematização de todos os <strong>da</strong>dos sobre asespécies que compõem a flora desse Bioma. Esta centralização certamentecontribuirá em muito para a ampliação do conhecimento nessa área e suadisponibilização para a socie<strong>da</strong>de.Outro fator importante para o aumento do conhecimento sobre abiodiversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> está na riqueza de enti<strong>da</strong>des <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>decivil que tratam desse tema.Apenas a título de exemplo pode-se citar: A Fun<strong>da</strong>ção Biodiversitas (lista deespécies ameaça<strong>da</strong>s de extinção e Coordenação <strong>da</strong> Brazilian Alliance forZero Extintion-BAZE); Fun<strong>da</strong>ção SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (Atlas <strong>da</strong> Evolução dosRemanescentes Florestais e Ecossistemas Associados, em conjunto com oINPE); Conservação Internacional (Hot spots de Biodiversi<strong>da</strong>de,Ecossistemas Críticos, Áreas prioritárias para Conservação <strong>da</strong>Biodiversi<strong>da</strong>de Marinha, etc.); Conselho Nacional <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong>27


<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (cadeias <strong>da</strong> sociobiodiversi<strong>da</strong>de e Mercado <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,Mosaicos de Áreas Protegi<strong>da</strong>s, Conservação Costeira e Marinha); WWF-Brasil (planejamento sistemático <strong>da</strong> conservação); TNC (RestauraçãoFlorestal e Pagamento por Serviços Ambientais); IPÊ (Planejamento dePaisagem e Integração Sócio Ambiental); Associação para Proteção <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> do Nordeste – AMANE (Florestas Urbanas, Gestão participativa deUCs, Plano de Manejo de Espécies Exóticas Invasoras em UCs públicas emPE); Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste – CEPAN (Dossiê sobreEspécies Exóticas Invasoras nos estados do Nordeste, Brejos de Altitude emPernambuco e Paraíba, Guia Prático para restauração na zona <strong>da</strong> matanordestina com alta diversi<strong>da</strong>de) e o ISA - Instituto Socio Ambiental (ÁreasIndígenas e Quilombos).A tabela 3 sintetiza a grande diversi<strong>da</strong>de biológica já conheci<strong>da</strong> na <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> nos diversos grupos taxonômicos e destaca sua importânciacompara<strong>da</strong> com outros ecossistemas brasileiros.Tabela 3 – ver tabela em anexo (Paglia & Pinto, in press)Também do ponto de vista <strong>da</strong> análise <strong>da</strong> paisagem, são identificadosavanços importantes. O contínuo monitoramento <strong>da</strong> cobertura vegetal dobioma por quase 20 anos e o aperfeiçoamento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s imagens desatélite e dos métodos de análise tem permitido a geração de informaçõesfun<strong>da</strong>mentais para a melhor definição de estratégias de conservação.Exemplo significativo foi produzido por Ribeiro, et al (2009) que mostra quemais de 80% dos fragmentos <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> possuem menos de 50hectares.Ao mesmo tempo, técnica mais acura<strong>da</strong> permitiu calcular que obioma possui entre 11.4% e 16% <strong>da</strong> sua área original. To<strong>da</strong>s as métricas28


avalia<strong>da</strong>s no estudo <strong>da</strong> paisagem indicam ações prioritárias para aconservação mais objetivas e sóli<strong>da</strong>s.Uma edição especial <strong>da</strong> Biotropica de 2000 apresentou treze artigos com<strong>da</strong>dos sobre história natural, ecologia, manejo sustentado e conservação <strong>da</strong><strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Este fascículo especial corresponde a uma <strong>da</strong>s primeirasreferências gerais sobre a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> brasileira.Em termos de <strong>da</strong>dos georreferenciados no bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e em seussistemas costeiros foi criado em 2009 o Geo<strong>Atlântica</strong>, que é umaplataforma livre para integração de informações que objetivam apoiar atoma<strong>da</strong> de decisão pela socie<strong>da</strong>de.http://www.bioatlantica.org.br/geoatlantica.aspDe modo geral, é notável o aumento e a consoli<strong>da</strong>ção do conhecimentosobre a biodiversi<strong>da</strong>de na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, o que, embora não signifique ocumprimento pleno de to<strong>da</strong>s as metas estabeleci<strong>da</strong>s, indica grandesavanços e uma tendência positiva neste componente.Vale mencionar a necessi<strong>da</strong>de de mais investimentos na investigação econhecimento <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de invisível, ou seja, os organismosmicroscópicos e/ou pouco conhecidos. Para exemplificar, um estudo sobreas comuni<strong>da</strong>des de bactérias que existem na superfície de folhas <strong>da</strong> copa denove espécies de árvores em um trecho de <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> mostrou que adiversi<strong>da</strong>de pode variar de 95 a 671 espécies de bactérias por comuni<strong>da</strong>de(Lambais et al., 2006). O mais impressionante é que houve pouquíssimasimilari<strong>da</strong>de entre as comuni<strong>da</strong>des de bactérias de ca<strong>da</strong> espécie de planta(aproxima<strong>da</strong>mente 0,5% de similari<strong>da</strong>de média), e 95% <strong>da</strong>s bactériasencontra<strong>da</strong>s eram espécies ain<strong>da</strong> desconheci<strong>da</strong>s pela ciência. Extrapolandoos resultados de diversi<strong>da</strong>de de espécies de bactérias encontrados nas noveespécies de árvores para as 15.700 espécies de plantas do bioma, projetaseum potencial entre 2 a 13 milhões de novas espécies de bactérias para a<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Isso pode <strong>da</strong>r uma ideia <strong>da</strong> dimensão do desconhecimento<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de em sua totali<strong>da</strong>de.É importante destacar que, além do aumento na geração do conhecimento esistematização de <strong>da</strong>dos, é crescente o número de publicações e sítios nainternet que tornam o conhecimento sobre a biodiversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> acessível ao público em geral, como tratado no capítulo referenteao componente seis <strong>da</strong>s Metas Nacionais.29


AVALIAÇÃO DAS METAS DE BIODIVERSIDADE 2010 PARA OBRASIL E PARA A MATA ATLÂNTICACOMPONENTE 11.1 Uma lista amplamente acessível <strong>da</strong>s espéciesbrasileiras formalmente descritas de plantas,animais vertebrados, animais invertebradose microorganismos, mesmo queseletivamente elabora<strong>da</strong> na forma de bancosde <strong>da</strong>dos permanentes.1.2 Programa Nacional de Taxonomiaformalizado com vistas a um aumento de50% do acervo científico com ênfase nadescrição de espécies novas.1.3 Instituto Virtual <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de Brasileiracriado e expandir o PPBio para os demaisbiomas, além <strong>da</strong> Amazônia e Caatinga, paraaumentar a disponibili<strong>da</strong>de de informaçãosobre biodiversi<strong>da</strong>de.AvaliaçãoBrasilAvaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>*indica avanços insignificantes ou sem avanços; indica meta não alcança<strong>da</strong>, mas com algumavanço; indica meta não alcança<strong>da</strong>, mas com avanços importantes; indica avançossignificativos; indica uma meta totalmente cumpri<strong>da</strong>; e “?” indica informações insuficientes paradefinir o grau de alcance <strong>da</strong> meta.30


COMPONENTE 2 – CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE –PARTE 1: ÁREAS PROTEGIDASDas 51 metas nacionais de biodiversi<strong>da</strong>de para 2010 defini<strong>da</strong>s peloCONABIO, 14 estão diretamente relaciona<strong>da</strong>s a este componente e, dentreelas, três (metas 2.1 / 2.2 / 2.3) tratam diretamente <strong>da</strong> criação eimplementação de Áreas Protegi<strong>da</strong>s.Segundo elas, 10% do bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> devem estar efetivamenteconservados por Uni<strong>da</strong>des de Conservação (UC) do Sistema Nacional deUni<strong>da</strong>des de Conservação (SNUC) e pelo menos 2/3 <strong>da</strong>s áreas prioritáriaspara biodiversi<strong>da</strong>de também devem estar protegi<strong>da</strong>s por UCs, terrasindígenas e territórios quilombolas.Figura 9 e 10: Áreas prioritárias para a conservação, uso sustentável e repartição de benefícios <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e nas zonas Marinas. (fonte: MMA/2010).Por outro lado a meta 2.3, embora direciona<strong>da</strong> para a zona marinha,também deve ser considera<strong>da</strong> na análise <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> em função <strong>da</strong>interação dos ecossistemas na região costeira. Esta meta estabelece que10% <strong>da</strong> zona marinha deve estar protegi<strong>da</strong> sob áreas temporárias oupermanentes de exclusão de pesca integra<strong>da</strong>s à UCs, cria<strong>da</strong>s para proteçãode estoques pesqueiros.Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2010), considerando-se as ÁreasProtegi<strong>da</strong>s Federais e Estaduais (incluindo-se as RPPNs sob sua jurisdição)cerca de 8% (681, 266 Km²) do território brasileiro (terrestre e marinho)estão cobertos por áreas protegi<strong>da</strong>s. Se considerarmos apenas o territóriocontinental, esta porcentagem representa 17,33% (1.475.586 km²). Nazona marinha por sua vez, as Áreas Protegi<strong>da</strong>s cobrem apenas 1,53% (54.32


390 km²) do território. As tabelas 4 e 5 resumem este quadro, no qualdestacamos a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> Pampas Pantanal Costeiro/MarinhoUni<strong>da</strong>des deConservaçãoÁrea(km 2 )% ofbiomaÁrea(km 2 )% ofbiomaÁrea(km 2 )% ofbiomaÁrea(km 2 )% ofbiomaProteção 10.162 0.92% 1.435 0.81% 1.499 1.00% 4.116 0.11%UCsFederaisIntegralUso Sust. 25.453 2.29% 3.209 1.82% 2.137 1.42% 11.291 0.32%Total 35.616 3.21% 4.644 2.63% 3.636 2.42% 15.407 0.43%FederalProteção 14.074 1.27 % 464 0.26% 2.892 1.93 % 684 0.02%UCsEstaduaisIntegralUso Sust. 48.198 4.34% 1.031 0.58% 0 0 38.298 1.08%Total 62.272 5.61% 1.495 0.85% 2.892 1.93 % 38.982 1.10%EstadualFederal 725 0.06% 12 0.01% 2.137 1.41% - -RPPNs Estadual 422 0.04% 0 0 473 0.31% - -Total 1.147 0.10% 12 0.01% 2.610 1.73% - -RPPNTotal SNUC 99.035 8.92% 6.151 3.49% 9.138 6.08% 54.389 1.53%Meta Nacional 111.018 10.00% 17.650 10.00% 15.036 10.00% 355.580 10.00%% <strong>da</strong> meta nacionalalcança<strong>da</strong> (2010)89.20% 34.90% 60.80% 15.30%Uni<strong>da</strong>des deConservaçãoNodeUCsTOTAL Amazônia Caatinga CerradoÁrea Área % of Área % of Área % of(km2) (km 2 ) bioma (km 2 ) bioma (km 2 ) biomaProteção 131 356.014 290.654 6.93% 6.981 0.83% 41.167 2.02 %UCsFederaisIntegralUso Sust. 173 412.474 328.963 7.84% 27.504 3.26% 18.628 0.91%Total 304 768.488 619.617 14.77% 34.485 4.08% 59.795 2.94%FederalProteção 186 83.878 117.426 2.80% 1.617 0.19% 16.943 0.83 %UCsEstaduaisIntegralUso Sust. 132 231.500 397.962 9.48% 25.756 3.05% 90.117 4.43%Total 318 315.379 515.389 12.28% 27.373 3.24% 107.050 5.26%EstadualFederal 494 4.712 396 0.01% 486 0.06% 956 0.05%RPPNs Estadual 311 1.310 0 0 0 0 415 0.02%Total 805 6.022 396 0.01% 486 0.06% 1.371 0.07%RPPNTotal SNUC 1.427 1.089.889 1.135.402 27.06% 62.344 7.38% 168.216 8.27%Meta Nacional para 2010 1.259.083 30.00% 84.445 10.00% 203.645 10.00%% <strong>da</strong> meta nacional alcança<strong>da</strong> (2010) 90.20% 73.80% 82.70%Tabelas 4 e 5 – Áreas Protegi<strong>da</strong>s (federais, estaduais e RPPNs) nos diversos biomas brasileiros eporcentagem protegi<strong>da</strong> dos biomas em relação às metas 2010. (Fonte: MMA, 2010).A avaliação <strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong>de de gestão é um advento recente no Brasil. Osistema federal iniciou a aplicação do RAPPAM (Rapid Assessment andPrioritization of Protected Areas – WWF) em 2007, com reaplicação em2010. No entanto, não há informações segmenta<strong>da</strong>s por bioma. Osestados de São Paulo e do Paraná também aplicaram a metodologia em2004 e 2006 respectivamente. Com exceção do Paraná, os resultadosdessas avaliações estão publicados. Também o Espírito Santo, utilizandomatodologia própria realizou a avaliação <strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong>de de gestão <strong>da</strong>s UCsestaduais.33


Em relação às terras indígenas,embora seja o segundo biomaem número de uni<strong>da</strong>des (117 dototal de 522 TIs no Brasil) na<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> a área dessasterras é muito reduzi<strong>da</strong>,somando apenas 6.347,91 km²(dos 1,096,496,85 km² deTerras Indígenas no Brasil). Atabela 6 mostra o número deáreas indígenas nos váriosbiomas brasileiros, cabendodestaque para a regiãoAmazônica e o Cerrado. O mapamostrado na figura 9 evidenciaa pequena expressão territorial<strong>da</strong>s terras indígenas na <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>.Figura 11: Mapa <strong>da</strong>s terras indígenas no bioma<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> – (Fonte MMA e Funai, 2010).Cabe destacar o fato de queoutras 123 terras indígenasadicionais estão em fase deestudo e reconhecimento noBrasil, ain<strong>da</strong> que muito poucasna <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.BiomaNº de ÁreasIndígenasÁrea Total (km²)Amazônia 290 992.177,64<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> 117 6.347,91Caatinga 30 2.901,37Cerrado 75 92.350,13Pampas 4 23,72Pantanal 6 2.696,08Total 522 1.096.496,85Tabela 6 – Terras Indígenas nos diversos biomas brasileiros. (Fonte: A<strong>da</strong>ptado do MMA, 2010)34


Tabela 7 - Povos Indígenas <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. (Fonte: MMA, 2010)O Sistema Nacional de Uni<strong>da</strong>des de Conservação não inclue as TerrasIndígenas entre as categorias de UCs, mas é amplamente reconhecido opapel dessas áreas na conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de em várias regiões. Poreste motivo, as terras indígenas e os territórios quilombolas sãoreconhecidos como áreas especiais no Plano Nacional Estratégico de ÁreasProtegi<strong>da</strong>s instituído pelo Decreto 5758 em 2006.Os territórios quilombolas, vinculados às comuni<strong>da</strong>des rurais descendentesde antigos escravos oriundos <strong>da</strong> África, começaram a ser reconhecidos apartir <strong>da</strong> Constituição Brasileira de 1988 (artigo 68) que define tais áreascomo de proprie<strong>da</strong>de coletiva dessas comuni<strong>da</strong>des. Muitos desses territóriosestão situados em áreas com expressivos remanescentes de <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>e grande riqueza de biodiversi<strong>da</strong>de. Neste Bioma estão 375 áreasquilombolas dentre as cerca de 500 já reconheci<strong>da</strong>s ou em estudo no Brasil.As figuras 12 e 13 mostram as principais áreas de quilombos reconhecidosou em processo de reconhecimento no Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, cabendodestaque para a área do Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo(figura 13), onde se encontram simultaneamente o maior remanescentecontinuo de <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> no país, o maior número de Áreas Protegi<strong>da</strong>s doBioma e a maior concentração de territórios quilombolas <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Figura 12: Quilombos no Brasil. (Fonte: Fun<strong>da</strong>ção Palmares)35


Figura 13: Quilombos no Vale do Ribeira/ SP. (Fonte: ISA, 2009)Tanto no caso de Territórios Indígenas quanto no caso dos Quilombosexistem diversos conflitos de superposição com Uni<strong>da</strong>des de Conservaçãode Proteção Integral, mas nos últimos anos grandes avanços têm sidoconseguidos na harmonização desses objetivos igualmente legítimos. Nestesentido, o estabelecimento de Uni<strong>da</strong>des de Conservação de Uso Sustentávele a elaboração de planos de manejo nos territórios de superposição têmsido mecanismos de grande importância.Figura 14: Uni<strong>da</strong>des de Conservação por categoria e Terras Indígenas no Brasil.36


Em relação à conservação marinha, o Brasil ain<strong>da</strong> está muito longe <strong>da</strong> metaestabeleci<strong>da</strong>, com menos de 2% do território atualmente protegido. Ain<strong>da</strong>assim tem sido expressiva nos últimos anos a criação de áreas protegi<strong>da</strong>sna região costeira, incluindo simultaneamente ecossistemas integrantes doBioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e ecossistemas marinhos.Figura 15: Mosaico <strong>da</strong>s Ilhas e áreas Protegi<strong>da</strong>s do Litoral Paulista. (Fonte:Fun<strong>da</strong>ção Florestal/SMA-SP 2010)A maior parte <strong>da</strong>s Áreas Protegi<strong>da</strong>s cria<strong>da</strong>s na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> na últimadéca<strong>da</strong> tem tido como base o “Mapade Áreas Prioritárias paraConservação, Uso Sustentável eRepartição de benefícios <strong>da</strong>Biodiversi<strong>da</strong>de” para a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,produzido por um amplo eparticipativo processo de discussãoem âmbito nacional, coordenado peloMinistério do Meio Ambiente. Nesteprocesso foram identifica<strong>da</strong>s 879áreas prioritárias para a Conservaçãona <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> que, soma<strong>da</strong>srepresentam 428.481 km² nos váriosgraus de priori<strong>da</strong>de (tabela 8).Figura 16: Fonte MMA 2010A primeira edição do mapa foipublica<strong>da</strong> em 2000 e a sua revisãoconduzi<strong>da</strong> em 2005 momento em queo MMA conduziu oficina paradiscussão <strong>da</strong> metodologia de“Atualização <strong>da</strong>s Áreas37


Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição deBenefícios <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de – Alvos e Ferramentas”. Ambos osmapas de áreas prioritárias tornaram-se oficiais por meio do Decreto MMAnº 5.092/2004 e Portaria MMA n°9 / 2007 respectivamente. Essa seleção deáreas portanto, passou a constituir clara diretriz de governo, devendo serconsidera<strong>da</strong>s nos diversos processos de licenciamento e como priori<strong>da</strong>depor fundos de promoção <strong>da</strong> conservação. Na revisão de 2005 o processocontou com a aplicação do planejamento sistemático <strong>da</strong> conservação ondesão considerados importantes princípios como o de representativi<strong>da</strong>de,funcionali<strong>da</strong>de, eficiência, complementari<strong>da</strong>de, flexibili<strong>da</strong>de einsubstituibili<strong>da</strong>de. Havia uma preocupação de não somente atualizar os<strong>da</strong>dos de biodiversi<strong>da</strong>de mas também a metodologia, além de envolverrepresentantes de diversos setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Também alinhados aoplanejamento sistemático <strong>da</strong> conservação, podemos citar o estudo paraidentificar lacunas para conservação no bioma (Paglia, et al.2004) e em2006 a Visão de Biodiversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Ecorregião Serra do Mar (WWF, 2010 inpress).Tabela 8 - Distribuição do número e extensão superficial <strong>da</strong>s áreas prioritárias do Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,por classe de priori<strong>da</strong>de de ação no processo 2006. (Fonte: PROBIO/MMA 2008)Esses estudos foram igualmente fun<strong>da</strong>mentais para a propositura peloBrasil do reconhecimento de vastas áreas do Bioma como <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong><strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, quatro Sítios do Patrimônio Mundial Natural,ambos pela UNESCO e dois sítios Ramsar, no âmbito <strong>da</strong> Convenção deÁreas Úmi<strong>da</strong>s.Figura 17: <strong>Reserva</strong>s <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> reconheci<strong>da</strong>s pela UNESCO no Brasil.(Fonte:CN-RBMA, 2010)38


A <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong><strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, com78.465.476 ha(62.318.723 ha,terrestrese16.146.753marítimos) é hoje amaior dentre to<strong>da</strong>s as564 <strong>Reserva</strong>s <strong>da</strong><strong>Biosfera</strong> reconheci<strong>da</strong>spela UNESCO em 109países. Forma umgrande corredorenvolvendo áreas em16 dos 17 estados <strong>da</strong><strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> eengloba cerca de 700UCs de ProteçãoIntegral como zonasnúcleo e outrascentenas de UCs deuso sustentável emsuas zonas deamortecimento.Figura 18: A <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> com seuzoneamento após sua 6ª fase de ampliação. (Fonte: CN-RBMA).A designação de áreas como <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> pela UNESCO é umimportante instrumento de política de conservação e uso sustentável <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de. Reforça o reconhecimento nacional e internacional sobre aimportância dessas áreas falicitando a cooperação técnica e financeirainternacional, estimulando e fortalecendo as ações em defesa <strong>da</strong> áreacontra impactos negativos e criando o compromisso do país emimplementar ações efetivas de conservação e uso sustentável.No caso <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, tal reconhecimento, alémdo status, propiciou o estabelecimento de um grande sistema de gestão,envolvendo duas centenas de instituições governamentais e nãogovernamentais, que tem tido um papel fun<strong>da</strong>mental na criação deuni<strong>da</strong>des de conservação, mosaicos e corredores, nas políticas públicas deconservação e uso sustentável <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e nos processos integradose participativos de gestão deste patrimônio.Também expressivos são os quatro sítios reconhecidos como PatrimônioMundial Natural pela UNESCO na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (figura 19). Em relação aosSítios Ramsar, apenas duas áreas (Lagoa do Peixe/ RS e Abrolhos/ BA)foram, até o momento, reconheci<strong>da</strong>s na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, embora váriasoutras áreas estejam sendo propostas para este reconhecimento (figura20).39


Figura 19: Sítios do Patrimônio Mundial Natural, reconhecidos pela UNESCO no Brasil.(Fonte: CN-RBMA, 2009)Figura 20: Sítios Ramsar reconhecidos no Brasil. (Fonte: CN-RBMA, 2010)40


Figura 21: Distribuição do número de RPPNs na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, por estado.Fonte: Confederação Nacional de RPPNs, 2010)(<strong>da</strong>dos do ca<strong>da</strong>stro de UCs <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> elaborado pela AMANE (2010) em faze de finalizaçãoAL=20 RPPNs com 667,66ha / PE= 13 RPPNs com 1.011,3 / PB=3 RPPNs com 1.335,15ha / RN=1 RPPNcom 2.000ha)Outro aspecto que merece destaque em relação à proteção <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> é o crescimento significativo <strong>da</strong> criação de áreas protegi<strong>da</strong>spriva<strong>da</strong>s, as RPPNs – <strong>Reserva</strong> Particular do Patrimônio Natural,reconheci<strong>da</strong>s tanto em nível federal, quanto estadual e municipal.Atualmente existem 627 RPPNs na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, cobrindo uma área demais de 130.000 ha e compondo na prática o quadro <strong>da</strong>s Uni<strong>da</strong>des deConservação de Proteção Integral, ain<strong>da</strong> que formalmente sejamclassifica<strong>da</strong>s como de Uso Sustentável. Estas áreas priva<strong>da</strong>s na <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> correspondem numéricamente a 67% <strong>da</strong>s mais de 930 RPPNsreconheci<strong>da</strong>s no Brasil, embora respon<strong>da</strong>m por apenas 1/5 <strong>da</strong> área totalprotegi<strong>da</strong> por esta categoria de UC no país, que hoje somamaproxima<strong>da</strong>mente 670.000 ha.A contribuição <strong>da</strong>s RPPNs para a Conservação <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de na <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> é ca<strong>da</strong> vez maior, não apenas pelos habitats que protegemdiretamente em seus territórios, mas também pelo seu papel estratégicocomo zona de amortecimento de UCs públicas ou de conectivi<strong>da</strong>de entreuni<strong>da</strong>des de conservação, ampliando assim as dimensões <strong>da</strong>s áreasefetivamente protegi<strong>da</strong>s. Também proporcionaram a formação de uma ativarede de proprietários (pessoas e instituições) diretamente envolvi<strong>da</strong> naconservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.As RPPNs hoje contam com a Confederação de proprietários de RPPNs, quepossui 16 associações membro sendo 13 atuantes na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Omovimento é bastante ativo e lidera a ca<strong>da</strong> dois anos o Congresso Nacionalde RPPNs onde os temas mais importantes do momento e do futuro <strong>da</strong>categoria são discutidos e reciclados. A participação <strong>da</strong>s associações tem41


sido decisiva na formulação de instrumentos legais, nota<strong>da</strong>mente de criaçãoe ICMS-ecológico e mecanismos de financiamento para a gestão dessasáreas. Recentemente dois produtos com essa finali<strong>da</strong>de foramdisponibilzados. Trata-se de um programa básico em excell com acesso livrepara gestão de custos financeiros <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de que possui uma RPPN e dolevantamento de 14 fontes nacionais públicas que disponibilizam de R$ 5mil a R$ 800mil (Caminho <strong>da</strong>s Pedras, 2009). Ambos são fruto <strong>da</strong> parceriaentre a Federação <strong>da</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Particulares do Estado de São Paulo(Frepesp) e WWF-Brasil.Recente estudo sobre 127 RPPNs <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> realizado no âmbito do“Programa de Incentivo às RPPNs <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>” (ConservaçãoInternacional, SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e The Nature Conservancy) demonstrouque nessas áreas analisa<strong>da</strong>s se encontram mais de 3.000 espécies deplantas e animais, dentre os quais porcentagem significativa de espéciesconsidera<strong>da</strong>s ameaça<strong>da</strong>s de extinção pela lista oficial do país. A tabela 9sintetiza esse quadro.Tabela 9 - Números de espécies de vertebrados, invertebrados e fungos que foram catalogados napesquisa com 127 RPPNs e confrontados com números totais que ocorrem na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e no Brasil.(Fonte: Oliveira et al., 2010.).Em 16 Estados <strong>da</strong> Federação, em sua maioria abrangendo a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,está instituí<strong>da</strong> a categoria RPPN nos Sistemas Estaduais, o que temsignificado um grande acréscimo na criação dessas áreas.EstadoAno de Criação <strong>da</strong> categoria RPPNMato Grosso do Sul 1993Paraná 1996Paraíba 2002Alagoas 2006Espirito Santo 2006Minas Gerais 1998Pernambuco 1997São Paulo 2006Rio de Janeiro 2007Bahia 2007Santa Catarina 2009Rio Grande do Sul 2009Tabela 10 – Estados com a categoria RPPN formaliza<strong>da</strong> nos Sistemas Estaduais de Áreas Protegi<strong>da</strong>s.42


Cabe destacar o papel que os Estados desempenham na criação e gestão deáreas protegi<strong>da</strong>s na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, sendo que as áreas dos SistemasEstaduais de Uni<strong>da</strong>des de Conservação representam cerca de 6% do totalprotegido no Bioma.Diferente do que ocorre nos biomas Amazônia, Caatinga e Pampa, na <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> (e também no Cerrado e na Zona Marinha) a soma <strong>da</strong>s áreasprotegi<strong>da</strong>s por UCs estaduais supera a área <strong>da</strong>s UCs federais. Baseado nos<strong>da</strong>dos do Ca<strong>da</strong>stro Nacional de Uni<strong>da</strong>des de Conservação (2010), estudo doCN-RBMA mostrou que as UCs estaduais (proteção integral e usosustentável) respondem por 5,61% dos 8,92% do território do bioma sobproteção enquanto que as UCs federais representam os restantes 3,21%.Considerando-se que 100% <strong>da</strong>s UCs federais estão incluí<strong>da</strong>s no SNUC eestima-se que apenas 60% <strong>da</strong>s estaduais já tenham sido inseri<strong>da</strong>s, estarelação tende a ser ain<strong>da</strong> maior para os estados.A tabela 11 exemplifica a importância <strong>da</strong>s UCs estaduais em 6 uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong>federação.EstadoÁrea <strong>da</strong>s UCs estaduais (ha)Minas Gerais 578.027Espirito Santo 35.884Rio de Janeiro 388.600Paraná 1.794.065Rio Grande do Sul 297.495São Paulo 3.456.204*Total 6.550.275Tabela 11 – Áreas territoriais <strong>da</strong>s Uni<strong>da</strong>des de Conservação de <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> em alguns estadosbrasileiros. (Fonte: CN-RBMA 2010 baseado no CNUC/ MMA.)* UCs terrestres, não incluí<strong>da</strong>s as APAs Marinhas que somam 1.123.108 ha e superpõem outrasuni<strong>da</strong>des.Também tem crescido a importância dos municípios na criação de ÁreasProtegi<strong>da</strong>s, especialmente no estabelecimento de UCs relaciona<strong>da</strong>s àproteção de áreas provedoras de serviços ambientais de importância local(mananciais hídricos, recursos paisagísticos, áreas de risco, etc.) queprotegem igualmente uma ampla diversi<strong>da</strong>de biológica.Atualmente vem sendo implementando o Ca<strong>da</strong>stro Nacional de Uni<strong>da</strong>des deConservação que pode ser acessado emhttp://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=119 e que permite a visualização dos <strong>da</strong>dos por uni<strong>da</strong>de federativa e bioma.Entretanto, é importante ressaltar que as informações conti<strong>da</strong>s no ca<strong>da</strong>stroprecisam ser constantemente atualiza<strong>da</strong>s para que o mesmo, não perca osentido e nem se torne obsoleto. De fato, percebe-se que alguns tópicos noca<strong>da</strong>stro ain<strong>da</strong> não foram preenchidos, deixando certas lacunas referentes àsituação e o estado de conservação <strong>da</strong>s UCs.43


Ao mesmo tempo em que houve um significativo avanço na criação deÁreas Protegi<strong>da</strong>s em vários estados <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, ampliaram-serecentemente as dificul<strong>da</strong>des para a criação de UCs públicas de proteçãointegral no Brasil. Dentre essas dificul<strong>da</strong>des estão aspectos positivos demaior exigência técnico-científica (estudos mais acurados) e maiorparticipação e transparência (audiências públicas, processos participativos),mas por outro lado, também se fortaleceram aspectos altamente negativosdo ponto de vista burocrático e político. Na visão desenvolvimentista quedomina o país nos últimos anos, os setores mais retrógrados <strong>da</strong> economiatêm entendido a criação de Áreas Protegi<strong>da</strong>s como um obstáculo ao modelode crescimento econômico e, com esta perspectiva, pressionandofortemente os governos. Apesar dessas forças contrárias, na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,graças especialmente às Organizações <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Civil, tem-se mantidoum ritmo crescente de criação de áreas protegi<strong>da</strong>s.Vale destacar ain<strong>da</strong> que considerando somente as uni<strong>da</strong>des de conservaçãode proteção integral, que em virtude <strong>da</strong>s restrições de uso constituem-senaquelas de maior relevância para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de, menosde 2,3% (cerca de 3 milhões de hectares) <strong>da</strong> extensão <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> seencontra oficialmente dedicado a esse objetivo. Isso é extremamentepreocupante, pois a ciência tem demonstrado que regiões de altíssimariqueza biológica, como é o caso desse bioma, os percentuais alocados peloEstado na forma de áreas protegi<strong>da</strong>s é vastamente insuficiente paraassegurar a proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de em longo prazo. Deve ser ressaltadotambém, que essa pequena fração protegi<strong>da</strong> do bioma não se encontradistribuí<strong>da</strong> segundo critérios de representativi<strong>da</strong>de ao longo <strong>da</strong>s diferentesregiões biogeográficas, o que resulta em grandes lacunas que reduzem aefetivi<strong>da</strong>de do sistema na conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Para ilustrar melhor esse fato, análises realiza<strong>da</strong>s para a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>mostram que os centros de endemismo localizados mais ao sul estãocobertos por um número considerável de uni<strong>da</strong>des de conservação,enquanto que os do nordeste encontram-se sub-representados, com menosde 100.000 hectares protegidos sob uni<strong>da</strong>des de proteção integral.As diferenças geográficas no sistema nacional de uni<strong>da</strong>des de conservaçãosão claras, principalmente em virtude do histórico de uso e ocupaçãoterritorial de ca<strong>da</strong> bioma. Por conseqüência, a quali<strong>da</strong>de e intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>spressões antrópicas diferem ao longo <strong>da</strong> rede de áreas protegi<strong>da</strong>s. A regiãoAmazônica, por exemplo, concentra cerca de 60% do total <strong>da</strong> áreaprotegi<strong>da</strong> no Brasil, e apresenta uma densi<strong>da</strong>de populacional bastanteinferior à <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Por outro lado, a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> abriga quase ametade do número total de uni<strong>da</strong>des de conservação no país, mas éresponsável por apenas 9% <strong>da</strong> extensão territorial protegi<strong>da</strong>. O tamanhomédio <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des de conservação de proteção integral é tambémmarca<strong>da</strong>mente diferente entre os biomas. Enquanto na Amazônia otamanho médio <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des é de cerca de 500.000 hectares, na <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> é de 10.000 hectares, o que denota a necessi<strong>da</strong>de de medi<strong>da</strong>sdiferencia<strong>da</strong>s de manejo e proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de nessas regiões.A figura 22 mostra o gráfico de criação de Áreas Protegi<strong>da</strong>s de proteçãointegral nos biomas terrestres e zona costeira no Brasil.44


1098765432AMPANCEMAPAMCAACOS101950 1960 1970 1980 1990 2000 2010Figura 22: Criação de áreas protegi<strong>da</strong>s (proteção integral) nos biomas terrestres e zonacosteira do Brasil. Biomas: (AM) Amazônia; (PAN) Pantanal; (CE) Cerrado; (MA) <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>; (PAM) Pampas; (CAA) Caatinga; (COS) Costeiro. (Fonte: WWF-Brasil, 2010.)Além <strong>da</strong>s Áreas Protegi<strong>da</strong>s outro foco especial <strong>da</strong>s metas deste componentese refere ao status de conservação <strong>da</strong>s espécies <strong>da</strong> flora e <strong>da</strong> fauna, comdestaque para as espécies ameaça<strong>da</strong>s de extinção.As metas estabeleci<strong>da</strong>s foram <strong>aqui</strong> também bastante ambiciosas, como porexemplo, efetivamente conservar em áreas protegi<strong>da</strong>s 100% <strong>da</strong>s espéciesameaça<strong>da</strong>s. Essa ambição, no entanto, reflete o tamanho <strong>da</strong> importância eurgência em se deter a per<strong>da</strong> de espécies. A corrosão deste patrimônio,inclusive genético, deve estar no cerne de qualquer política de conservação<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.A primeira lista de espécies <strong>da</strong> fauna brasileira ameaça<strong>da</strong> de extinção foilança<strong>da</strong> na déca<strong>da</strong> de 1960 (Carvalho, 1968). Incluía apenas 65 espécies,<strong>da</strong>s quais a maioria de aves e primatas, dominantemente <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Diversas outras listas foram publica<strong>da</strong>s desde então, tanto em nívelnacional, quanto estaduais ou ain<strong>da</strong> sobre grupos taxonômicos específicos.As metodologias adota<strong>da</strong>s nesses levantamentos foram significativamentedistintas o que impede a comparação direta entre os <strong>da</strong>dos dessas listas. Namedi<strong>da</strong> em que se ampliava o conhecimento sobre a biodiversi<strong>da</strong>de, váriasespécies passaram a ser incluí<strong>da</strong>s na lista, enquanto diversas outras foramdelas excluí<strong>da</strong>s ao se identificar novas populações <strong>da</strong> espécie até entãodesconheci<strong>da</strong>s. Esse é o caso, por exemplo, do jacaré de – papo – amarelo(Caimam latirostris) ou do Gavião Real (Harpia harpyja), que constavam naLista Nacional <strong>da</strong>s Espécies <strong>da</strong> Fauna Brasileira Ameaça<strong>da</strong>s de Extinção de1989 e que atualmente foram retira<strong>da</strong>s <strong>da</strong> lista oficial.A atual Lista Vermelha <strong>da</strong> Fauna Brasileira lista aponta 627 espécies deanimais sob risco de extinção no Brasil. A mesma foi elabora<strong>da</strong> em 2002 e45


torna<strong>da</strong> oficial por meio de duas Instruções Normativas do MMA publica<strong>da</strong>sem 2003 e 2004. Desde então a Lista Nacional não passou por nenhuma<strong>da</strong>s revisões previstas. O MMA iniciou em 2009 o processo de revisão <strong>da</strong>lista <strong>da</strong> fauna brasileira ameaça<strong>da</strong> de extinção, porém o processo ain<strong>da</strong> nãofoi concluído.Tabela 12: Animais ameaçados de extinsão na lista oficial do MMA (2010)Com relação à flora, embora o levantamento realizado pela comuni<strong>da</strong>decientífica brasileira aponte um número muito maior de espécies ameaça<strong>da</strong>s(1.596 espécies indica<strong>da</strong>s por especialistas) a lista oficial brasileirareconhece apenas 472 espécies ameaça<strong>da</strong>s. As demais espécies indica<strong>da</strong>spela comuni<strong>da</strong>de científica foram classifica<strong>da</strong>s como “carentes de <strong>da</strong>dos” econsidera<strong>da</strong>s prioritárias para estudos complementares. Isto significa quepossivelmente os números oficiais estejam subestimados, o que refletediretamente na avaliação dos <strong>da</strong>dos para o bioma onde, por razõesconheci<strong>da</strong>s se concentra a grande maioria <strong>da</strong>s espécies ameaça<strong>da</strong>sbrasileiras, sendo 60,6% <strong>da</strong> fauna e 60% <strong>da</strong> flora. O Jardim Botânico do Riode Janeiro recebeu do MMA o man<strong>da</strong>to para avaliar o status de conservaçãode to<strong>da</strong>s as espécies de plantas do Brasil recentemente.A avaliação <strong>da</strong>s plantas raras do Brasil é um exemplo <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de derever a lista vermelha <strong>da</strong>s plantas no país. O estudo foi desenvolvido pelaUniversi<strong>da</strong>de Estadual de Feira de Santana e a Conservação Internacional,com a colaboração de vários especialistas, tendo como objetivo combinaresforços de pesquisadores e instituições para identificar e mapear to<strong>da</strong>s asespécies raras de plantas do Brasil e também as áreas mais importantespara a conservação dessas espécies. A maioria <strong>da</strong>s espécies de plantaspode ser considera<strong>da</strong> rara e são justamente estas, especialmente aquelascom distribuição bastante restrita, as mais suscetíveis a distúrbiosantrópicos ou eventos estocásticos naturais. O esforço e conhecimento de170 especialistas de 55 instituições de pesquisa nacionais e estrangeiras,permitiu o mapeamento de 2.291 espécies raras de fanerógamas, o querepresenta entre 4 e 6,5% <strong>da</strong> flora brasileira. Esse mapeamento permitiu aidentificação <strong>da</strong>s áreas chave para biodiversi<strong>da</strong>de, que são os sítios deimportância global para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de. A <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>possui 40% (302) <strong>da</strong>s 752 áreas chave para biodiversi<strong>da</strong>de com base nasplantas raras.46


Tabela 13- Número de espécies ameaça<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> bioma por categoria de ameaça.Categoria de AmeaçaBiomasTotalEX EW CR EM VU767Brasil 9 2 138 184 434<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> 5 1 83 103 188 380 (60,6%)Cerrado 2 - 13 22 74 111 (17,7%)Marinho - - 10 20 56 86 (13,7%)Campos Sulinos - - 11 16 33 60 (9,5%)Amazônia 1 - 9 14 33 57 (9,1%)Caatinga - 1 10 6 26 43 (6,8%)Pantanal 1 - 2 3 24 30 (4,7%)Os fatores que mais contribuem para esse quadro na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> sãoindica<strong>da</strong>s na tabela 14.Tabela 14 - Principais fatores de pressão e degra<strong>da</strong>ção sobre a biodiversi<strong>da</strong>de nos biomas brasileirosFatores de ameaça Amazônia(N=34 spp.)Caatinga(N=7 spp.)Per<strong>da</strong> de hábitat(para reprodução,migração, etc.)Degra<strong>da</strong>ção dehábitat &desequilíbrioecológico(estra<strong>da</strong>s,desenvolvimento,fogo, poluição,assentamentos)Falta deConhecimentoCaça para consumo,captura incidental,conflitos comhumanos.Fragmentação <strong>da</strong>população ouisolamento &questões genéticasFalta de áreasprotegi<strong>da</strong>sCaptura paracomércio (animaisde estimação, peles,arte, etc.)Espécies invasoras,doenças,competição,hibridizaçãoMu<strong>da</strong>nçasclimáticas2265%515%1853%824%13%39%412%Cerrado(N=36spp.)2672%1028%1644%822%411%822%411%0 13%13%Tabelas 13 e 14 – (Fonte: MMA, 2010.)Pantanal(N=20spp.)1785%735%735%840%15%210%420%15%457%Pampa(N=19spp.)1684%0 316%229%114%211%211%0 15%0 1368%1314% 16%<strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>(N=34 spp.)9653%6234%4022%1910%5430%148%169%0 0 74%Costeiro &Marinho(N=34 spp.)926%2162%824%2368%26%No totaldeespéciesafeta<strong>da</strong>s19030.1%10817.1%9314.7%6910.9%6310.0%54515% 7.1%0 325.1%1647%0 0 0 0 0 515%254.0%61.0%47


Em 2008 foi publicado pelo Ministério do MeioAmbiente o Livro Vermelho <strong>da</strong> Fauna BrasileiraAmeaça<strong>da</strong> de Extinção, realiza<strong>da</strong> em parceria pelaFun<strong>da</strong>ção Biodiversitas, a Conservação Internacionale a Universi<strong>da</strong>de Federal de Minas Gerais. Nestapublicação estão sintetizados importantes <strong>da</strong>dossobre o status de conservação <strong>da</strong> fauna nos váriosbiomas, reforçando o quadro crítico em que seencontra a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Figura 23: Livro VermelhoCapa <strong>da</strong> PublicaçãoSegundo estes levantamentos a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>concentra 60,6% de to<strong>da</strong>s as espécies de faunaameaça<strong>da</strong>s no Brasil. São 380 <strong>da</strong>s 627 espéciesbrasileiras ameaça<strong>da</strong>s, incluindo 5 <strong>da</strong>s 7 espéciesconsidera<strong>da</strong>s extintas, 103 em perigo (28%) e 83(22%) em situação crítica.Figura 24: Graus de Ameaça à fauna brasileira Fonte MMA 2008Também foram produzi<strong>da</strong>s listas de fauna ameaça<strong>da</strong> em vários estadosbrasileiros e que, com exceção do Pará (Região Amazônica), todos osdemais ocupam importantes territórios no bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (EspíritoSanto, Minas Gerais,Paraná, Rio Grande doSul, Rio de Janeiro eSão Paulo). A Figura25 – mostra o númerodeespéciesameaça<strong>da</strong>s porestado, sendo que emtodos eles mais de60% são <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>.Figura 25 - Número de Espécies Ameaça<strong>da</strong>s de Extinção nasListas Vermelhas Estaduais Recentes.48


Em relação à flora, é igualmente preocupante o quadro <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Das 472 espécies de plantas oficialmente considera<strong>da</strong>s ameaça<strong>da</strong>s deextinção no Brasil cerca de (60%) são dominantemente <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Figura 26A e 26B: Publicações sobre Fauna e Flora ameaça<strong>da</strong>s no Espirito SantoOs números e o enquadramento <strong>da</strong>s espécies nas categorias de ameaçassão muito distintos dependendo <strong>da</strong> fonte (Tabela 15) ain<strong>da</strong> que todosrevelem a gravi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> situação.Número de espécies de plantas ameaça<strong>da</strong>s de extinção ocorrentes no Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> segundo IUCN (2009), Fun<strong>da</strong>ção Biodiversitas (2009) e MMA (2008)GrupoIUCN Biodiversitas MMAtaxonômico CR EM VU EX EW CR EM VU EX EW Ameaça<strong>da</strong>sBriófitas 0 1 1 0 0 4 3 8 0 0 15Pteridófitas 1 0 0 0 0 25 30 10 1 0 17Gimnospermas 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2Angiospermas 17 54 86 3 1 110 151 376 3 4 204Sub‐total 18 55 87 3 1 139 185 395 4 4 ‐TOTAL 164 727 238Categoria de Ameaça: CR – Criticamente em Perigo; EM – Em Perigo; VU – Vulnerável; EX – Extinta; EW – Extinta na Natureza.Tabela 15 - Número de espécies de plantas ameaça<strong>da</strong>s de extinção ocorrentes no Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> segundo IUCN(2009), Fun<strong>da</strong>ção Biodiversitas (2009) e MMA (2008As mais recentes revisões <strong>da</strong> lista de espécies ameaça<strong>da</strong>s <strong>da</strong> fauna e florabrasileira têm utilizado a metodologia e critérios de ameaças <strong>da</strong> UniãoInternacional para a Conservação <strong>da</strong> Natureza (UICN), reconheci<strong>da</strong> pordezenas de paises em todo o mundo. Mesmo assim, ain<strong>da</strong> existemdiferenças entre a lista vermelha reconheci<strong>da</strong> pelo governo brasileiro e alista <strong>da</strong> UICN, que é elabora<strong>da</strong> por grupos de especialistas de todo omundo, inclusive brasileiros. A lista atual <strong>da</strong> UICN contabiliza um total de356 espécies <strong>da</strong> fauna e 382 <strong>da</strong> flora ameaça<strong>da</strong>s para o Brasil, além de 16espécies lista<strong>da</strong>s como extintas ou extintas na natureza.O número de espécies brasileiras de invertebrados e de répteis na lista <strong>da</strong>UICN se mantem o mesmo desde 2000, em razão de que esses gruposnunca foram re-avaliados desde essa <strong>da</strong>ta. O número de espécies49


asileiras ameaça<strong>da</strong>s de anfíbios e peixes aumentou consideravelmentedesde 2003, enquanto que para aves e mamíferos ocorreu uma pequenaredução no número de espécies na lista <strong>da</strong> UICN entre 2000 a 2006.Figura 27: Variação no número de espécies animais brasileiras incluí<strong>da</strong>s na Lista Vermelha <strong>da</strong> IUCN, de2002 à 2006. (Fonte: Paglia & Fonseca, 2009.)Para a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, especificamente, entre 2002 e 2006, 38 espécies devertebrados tiveram redução na categoria de ameaça (por exemplo,passaram de em perigo crítico para em perigo) e 9 espécies passaram poraumento na categoria. Mas não existe muito motivo para comemoração,uma vez que a maioria <strong>da</strong>s reduções de categoria foram consequência <strong>da</strong>ampliação do conhecimento científico sobre a espécie, e não devido àmedi<strong>da</strong>s efetivas de conservação e manejo. Por outro lado, a maioria dosaumentos de categoria de risco de extinção foram resultado deagravamento dos fatores de ameaça (Paglia & Fonseca, 2009).Uma boa parte <strong>da</strong> diferença entre a lista nacional e a lista <strong>da</strong> UICN deve-seàs espécies dos ambientes costeiros e marinhos, para as quais foi cria<strong>da</strong> nalista do governo brasileiro a categoria “Espécies Sobreexplota<strong>da</strong>s ouAmeaça<strong>da</strong>s de Sobreexplotação”. Para esta categoria foram realoca<strong>da</strong>svárias espécies que, embora se enquadrem como ameaça<strong>da</strong>s nos critérios<strong>da</strong> UICN, são amplamente explota<strong>da</strong>s por populações ao longo <strong>da</strong> costa.Dessa maneira, foi mantido o status legal <strong>da</strong> captura destas espécies,indicando a necessi<strong>da</strong>de de elaboração de planos de ação para seu manejo.Como observado na tabela 16, apenas um pequeno grupo de espécies dosambientes costeiros e marinhos estão sendo contempla<strong>da</strong>s por estesplanos, havendo a necessi<strong>da</strong>de de ações mais eficazes para suaconservação.50


Bioma /AmbienteNo de espéciesameaça<strong>da</strong>scontempla<strong>da</strong>s porplanos de açãoNo médio de espéciesameaça<strong>da</strong>scontempla<strong>da</strong>s porplanos de açãoNo de espéciesameaça<strong>da</strong>scom GruposAssessoresativosFAUNANo médio deespéciesameaça<strong>da</strong>s comGruposAssessores ativosFAUNA FLORA FAUNA FLORA(2003) (2002) (2002-2006) (2006) (2002)Amazônia 2 4.8 1 1 8Pantanal 0 4.8 0 2 2.5Cerrado 1 7.0 6 3 4Caatinga 0 5.8 7 2 2<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> 5 1 22.2 1 8 20.5Pampas 0 4.0 0 0 6FAUNA(2002-2006)Amb. Água 2DoceCosteiro & 8 6.5 10 4.2MarinhoTotal 15 1 24.7 15 23 38.5Tabela 16 - Planos de ação para a conservação e recuperação de espécies ameaça<strong>da</strong>s <strong>da</strong> fauna e florabrasileiras. (Fontes: Rede Brasileira de Jardins Botânicos; FNMA; PROBIO; Marini Filho, O.J. (2006) –todos em: Brasil, Ministério do Meio Ambiente, 2006. Relatório Final do Seminário de Definição <strong>da</strong>sMetas Nacionais de Biodiversi<strong>da</strong>de para 2010.)As metas nacionais de biodiversi<strong>da</strong>de previram pra 2010: “to<strong>da</strong>s asespécies reconheci<strong>da</strong>s oficialmente como ameaça<strong>da</strong>s de extinção no paíscontempla<strong>da</strong>s com Planos de Ação e Grupos Assessores ativos“. Atualmentemenos de 5% (15 espécies, sendo 5 <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>) <strong>da</strong>s 627 espéciesameaça<strong>da</strong>s de fauna contam com Plano de Ação, embora esteja previstopelo Instituto Chico Mendes atingir cerca 25% <strong>da</strong> meta até o final de 2010.Figura 28: Cartazsíntese dosestudos realizadospela AliançaBrasileira para aExtinção Zero –BAZE. (Fonte:Fun<strong>da</strong>çãoBiodiversitas et al., 2010).Em vista <strong>da</strong> conservação de espécies <strong>da</strong> fauna ameaça<strong>da</strong>s também foramidentificados sítios prioritários para proteção, utilizando-se a metodologia <strong>da</strong>AZE - Alliance for Zero Extintion para os diversos biomas brasileiros.Para estes estudos foram identifica<strong>da</strong>s 36 espécies–alvo em 32 locais(Figura 28) dos quais 50% (16) se encontram na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.51


Em 2006, a SAVE Brasil lançou o livro Áreas Importantes para aConservação <strong>da</strong>s Aves no Brasil: parte 1 – estados do domínio <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, resultado de um estudo realizado em 15 estados do bioma:Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Paraná,Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.Esse estudo identificou 163 IBAs nesses estados, onde ocorrem 83% <strong>da</strong>sespécies de aves ameaça<strong>da</strong>s de extinção no Brasil. Apesar de enfocar obioma, o trabalho levou em consideração a totali<strong>da</strong>de do território de ca<strong>da</strong>estado, incluindo assim áreas de Caatinga, Cerrado e Pampa. Dentre as 163IBAS identifica<strong>da</strong>s, algumas áreas são considera<strong>da</strong>s insubstituíveis porconterem a maior parte <strong>da</strong> população de uma ou mais espécies que estãona iminência de desaparecer. Essas áreas encontram-se em uma situaçãocrítica e continuam sofrendo agressões diretas (captura ilegal, caça) ouindiretas (destruição de habitat). Por esta razão, a BirdLife/SAVE Brasilidentificou, seguindo critérios práticos, áreas prioritárias para atuar a curtoprazo. Estabeleceu-se como meta de trabalho a atuação imediata em 10%<strong>da</strong>s 163 IBAs identifica<strong>da</strong>sFigura 29: Áreas Importantes para a Conservação <strong>da</strong>s Aves(IBAs) na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (Fonte: Bird Life / SAVE Brasil - 2006)É justamente nestas 16áreas que as espécies maisameaça<strong>da</strong>s vivem e, semuma intervenção imediata,elas correm o risco real eimediato de extinção. Oesforço <strong>da</strong> BirdLife/SAVEBrasil trouxe uma renova<strong>da</strong>atenção a algumas dessasáreas, que levou ao decretode criação <strong>da</strong> EstaçãoEcológica de Murici, em2001, e ao reconhecimentode determina<strong>da</strong>s áreascomo sendo de extremarelevância para aconservação (Serra <strong>da</strong>sLontras e Boa Nova). Trouxe também uma nova esperança de sobrevivênciapara algumas <strong>da</strong>s espécies mais ameaça<strong>da</strong>s no mundo.Recentemente um esforço para a unificação metodológica <strong>da</strong>s iniciativasnessa linha resultou na proposição <strong>da</strong>s “Key Biodiversity Áreas” (KBAs) ouáreas chave para a biodiversi<strong>da</strong>de, com critérios aplicáveis de formaconsistente em diferentes bioregiões e para todos os grupos taxonômicos(Eken et al., 2004). As KBAs seriam, portanto, uma estratégia deabrangência local a ser emprega<strong>da</strong> de forma complementar a abor<strong>da</strong>genspara conservação em larga escala. Em essência, as KBAs são áreasdefini<strong>da</strong>s, passíveis de delimitação e, potencialmente, de manejo paraconservação, destina<strong>da</strong>s à proteção de espécies. A <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> conta comum sistema de KBAs desenvolvido para vertebrados terrestres - aves,mamíferos, anfíbios e répteis (Paese et al., 2010). Foram identifica<strong>da</strong>s 538KBAs envolvendo 141 espécies de vertebrados ameaçados de extinção. A52


maioria desses KBAs (440) não estão cobertos por uni<strong>da</strong>des deconservação, o que mostra a fragili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> rede de proteção no bioma.Um estudo mais recente identificou 819 espécies de peixes raros de águadoce no Brasil, o que complementa a avaliação dos KBAs. O estudo,coordenado por pesquisadores do Museu de Zoologia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de deSão Paulo, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal do Rio de Janeiro e <strong>da</strong> ConservaçãoInternacional, é resultado <strong>da</strong>s análises <strong>da</strong>s informações acumula<strong>da</strong>s aolongo de déca<strong>da</strong>s sobre a fauna de peixes brasileiros e de coleçõescientíficas e representa o mais completo mapeamento já elaborado sobrepeixes raros de água doce no Brasil.A maioria <strong>da</strong>s espécies de peixes mapea<strong>da</strong>s (530; 65%) são encontra<strong>da</strong>s na<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e no Cerrado. Com base nas distribuições <strong>da</strong>s espécies depeixes raros foram identifica<strong>da</strong>s 540 bacias hidrográficas que podem serconsidera<strong>da</strong>s como áreas-chave para a conservação dos ecossistemasaquáticos brasileiros. As áreas-chave são lugares insubstituíveis, poisabrigam espécies de peixes que somente ocorrem lá e em nenhuma outraparte do mundo. Segundo o estudo, apenas 26% <strong>da</strong>s 540 baciashidrográficas identifica<strong>da</strong>s como áreas-chave podem ser considera<strong>da</strong>s comorazoavelmente protegi<strong>da</strong>s. Do total, 220 (40%) estão em estado críticodevido ao impacto direto de hidrelétricas ou por apresentarem umacombinação de baixa proteção formal (uni<strong>da</strong>des de conservação) e altastaxas de per<strong>da</strong> de habitat. Novamente a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e o Cerradoconcentram a maioria dessas bacias. Os resultados também indicam que alista de espécies de peixes ameaçados de extinção no país pode ser quatrovezes maior do que a lista reconheci<strong>da</strong> pelo governo.Outro tema importante no componente 2 refere-se à ameaça representa<strong>da</strong>por espécies exóticas invasoras em relação à biodiversi<strong>da</strong>de brasileira. ATabela 17 apresenta o quadro conhecido de espécies de plantas invasorasidentifica<strong>da</strong>s nos diversos biomas brasileiros. Mais uma vez, o problemamostra-se especialmente grave na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> com 116 (65%) <strong>da</strong>s 179espécies de flora terrestre invasoras.Bioma Estado em 2005No de spp exóticas invasoras/bioma (1) No despp exóticas/No de spp exóticas invasorasTendências(novas espécies/ano)(2) 2006-2010(3) 1970-2000Biomas terrestresAmazônia 33Pantanal 7Cerrado 59Caatinga 42<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> 116Pampa 22Total terrestre 179 1 espécie/ano (2)Habitats aquáticosÁguas continentais 137 / 56 (1)Zona marinha 49 1,8 espécies/ano (3)Total aquáticoTabela 17 - Estado e tendências <strong>da</strong>s espécies exóticas invasoras no Brasil. (Fonte: Instituto Horus,2005).Das cerca de 200 espécies de plantas invasoras aquáticas identifica<strong>da</strong>s,tanto marinhas quanto de águas continentais a grande maioria também se53


concentra na região costeira ao longo <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e ecossistemasassociados.Figuras 30 e 31: Publicação sobre espécies exóticas e Mapa de distribuição de ocorrências de organismosexóticos aquáticos no Brasil. Ca<strong>da</strong> ponto representa um município para o qual pelo menos uma ocorrênciafoi relata<strong>da</strong>. Fonte: Brasil – MMA/SBF, 2009. Fauna, Flora e Microorganismos Invasores nas ÁguasContinentais Brasileiras. No prelo. 449pp. Autores: A.O. Latini, D.C. Resende, R.O. Latini, D.P. Lima, L.T.Oporto, e F.A. Ferreira.Igualmente preocupante é a situação <strong>da</strong>s espécies de fauna e de outrosorganismos exóticos identificados nos diversos habitats aquáticoscontinentais. São 180 organismos exóticos dos quais 167 foramidentificados a nível específico: 116 peixes, 19 micro organismos (incluindomicro crustáceos), 14 macrófitos, 6 crustáceos, 4 anfíbios, 5 moluscos, 2répteis, e uma sanguessuga. O mapa apresentado na Figura (22), indica aocorrência dessas espécies, mostrando a grande concentração dos mesmosna <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.PatógenosVírus,Ácaros Bactérias Fungos Insetos Nematóides\não-nativosviróidesAtuais espécies exóticas invasoras que afetam as paisagens agrícolas emca<strong>da</strong> biomaAmazônia - 1 2 2 - 1<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> - 1 6 10 1 6Caatinga - 3 - - 1 3Cerrado - 3 6 7 3 4Pampa - 1 3 14 1 4Pantanal - - - - - -Tabela 18. Espécies exóticas invasoras de paisagens agrícolas por bioma. (Fonte: Brasil,EMBRAPA/Ministério <strong>da</strong> Agricultura Pecuária e Abastecimento. Relatório Final sobre Espécies ExóticasInvasoras nos Sistemas Produtivos Agrícolas, Pecuários e Silvícolas, apresentado ao Projeto PROBIO. 2005)No que se refere às espécies marinhas, além dos levantamentos sobreespécies invasoras e do monitoramento dos bancos de corais, já citados,tiveram início nos últimos anos vários estudos e medi<strong>da</strong>s visando a54


conservação de espécies e habitats na Plataforma Continental Brasileira. Amedi<strong>da</strong> de maior aplicação é o “defeso” que restringe a pesca e captura deespécies durante certos períodos de reprodução de forma a assegurar oestoque pesqueiro.A primeira espécie marinha ameaça<strong>da</strong> a ter uma proteção legal no Brasil foio mero (Epinephelus tajara), a partir de portaria do IBAMA (2002), queproíbe a pesca, a captura e a comercialização <strong>da</strong> espécie por 5 anos.Na mesma direção, buscando não apenas a proteção de algumas espécies,mas sim de habitats de várias espécies ameaça<strong>da</strong>s ou sobre-explota<strong>da</strong>s, oMinistério do Meio Ambiente em parceria com o Ministério de Aqüicultura ePesca, em articulação com ONGs e comuni<strong>da</strong>des pesqueiras, vem definindo“Zonas de Exclusão de Pesca” (ZEP) em zonas marinhas prioritárias. TaisZEPs podem ser temporárias ou permanentes e apresentar restrição a umaou várias mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de pesca.A figura 32 mostra a área proposta para criação de zonas de exclusão depesca (ZEP) para a conservação de tubarões e raias na Plataforma Sul e asdemais são exemplos de áreas já estabeleci<strong>da</strong>s em caráter permanente nasregiões sul e sudeste.As figuras 33, 34, 35 e 36mostram as áreas deexclusão de Pesca na APAdos Corais (PE/AL) e naRESEX de Corumbau (BA).Esta última está inseri<strong>da</strong> naregião do Arquipélago deAbrolhos, protegi<strong>da</strong> por umParque Nacional Marinho,reconheci<strong>da</strong> como SítioRamsar e incluí<strong>da</strong> na<strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>. Nesta região jáforam cataloga<strong>da</strong>s 1.300espécies marinhas, entre asquais 266 peixes, 100espécies de algas, 535 decrustáceos, 293 de moluscose vários corais exclusivos <strong>da</strong>área.Figura 32: Áreas de Exclusão de Pesca (AEP) para aconservação de tubarões e raias na Plataforma Sul.(Fonte: Vooren, C.M. e Klippel, S. (Eds-2005).Graças à sua importância para a biodiversi<strong>da</strong>de, ao seu reconhecimentonacional e internacional e à uma forte de mobilização ambientalistas, obanco de Abrolhos foi a primeira área marinha excluí<strong>da</strong> <strong>da</strong>s glebasdestina<strong>da</strong>s pelo governo federal para exploração de petróleo no marbrasileiro. A manutenção a longo prazo desta proteção depende entretanto<strong>da</strong> instituição de mecanismos legais de conservação.55


Figuras 33, 34, 35 e 36: Áreas de exclusão de Pesca na APA dos Corais e na RESEX de Corumbau.Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (PE e AL)Figura 37 e 38: Foto de Beatrice P. Ferreira e mapa <strong>da</strong> região<strong>Reserva</strong> Extrativista Marinha do Corumbau (BA)Figura 37 e 38: Foto de Enrico Marone e mapa <strong>da</strong> região56


Os estudos realizados nas ZEPs <strong>da</strong> APA dos Corais e <strong>da</strong> Resex Corumbau(Moura et al., 2007) comprovaram a efetivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> naconservação de espécies ameaça<strong>da</strong>s e na recuperação de estoquespesqueiros na zona de entorno, reforçando o papel fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong>smesmas na proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e no desenvolvimento sustentável<strong>da</strong> pesca nas regiões onde se situam.Figura 39: fonte: SBF / MMA 2009Várias novas áreas estão sendo estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s para criação de Uni<strong>da</strong>des deConservação e zonas de exclusão de pesca, mas o Brasil está longe decumprir a meta de proteger 10% <strong>da</strong> zona marinha (para 2012) e controlar apesca pre<strong>da</strong>tória. Os <strong>da</strong>dos atuais indicam a existência de apenas 1,53 %(0,43% em UCs federais e 1,10% em áreas estaduais) de áreas protegi<strong>da</strong>sna Zona Econômica Exclusiva e Mar Territorial Brasileiro e, <strong>da</strong>dos de 2004mostram que 80% dos recursos pesqueiros marinhos se encontram sobreexplotados.Estudos coordenados pela Aliança para a Conservação Marinha (CI-Brasil eFun<strong>da</strong>ção SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, Francini-Filho et al., 2010) baseados naslistas de espécies ameaça<strong>da</strong>s de extinção na costa brasileira e sua área deocorrência permitiram definir KBAs (Key Biodiversity Areas) para 8 ecoregiões <strong>da</strong> Plataforma Continental Brasileira. As figuras 40A e 40Bapresentam a síntese de estudo.57


Figuras 40A e 40B: Capa <strong>da</strong> Publicação sobre Áreas Chaves para a Biodiversi<strong>da</strong>de Marinha e MapaPesquisadores apontam ain<strong>da</strong> a necessi<strong>da</strong>de de proteção do mar profundo(mais de 200 metros de profundi<strong>da</strong>de) na Plataforma Continental Brasileirae, ao mesmo tempo a oportuni<strong>da</strong>de de uma legislação específica nestesentido no Brasil, uma vez que tais profundi<strong>da</strong>des ain<strong>da</strong> não são explora<strong>da</strong>spela pesca em nosso país, e não haveria nesse momento qualquer impactosócio econômico direto na adoção <strong>da</strong> medi<strong>da</strong>.58


AVALIAÇÃO DAS METAS DE BIODIVERSIDADE 2010 PARA OBRASIL E PARA A MATA ATLÂNTICACOMPONENTE 22.1 Pelo menos 30% do Bioma Amazônia e 10%dos demais biomas e <strong>da</strong> Zona Costeira eMarinha efetivamente conservados porUni<strong>da</strong>des de Conservação do SistemaNacional de Uni<strong>da</strong>des de Conservação(SNUC).2.2 Proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de assegura<strong>da</strong> empelo menos 2/3 <strong>da</strong>s Áreas Prioritárias paraBiodiversi<strong>da</strong>de por meio de Uni<strong>da</strong>des doSNUC, Terras Indígenas e TerritóriosQuilombolas.2.3 10% <strong>da</strong> Zona Marinha com áreas de exclusãode pesca, temporárias ou permanentes,integra<strong>da</strong>s às Uni<strong>da</strong>des de Conservação,cria<strong>da</strong>s para proteção dos estoquespesqueiros.2.4 To<strong>da</strong>s as espécies reconheci<strong>da</strong>s oficialmentecomo ameaça<strong>da</strong>s de extinção no paíscontempla<strong>da</strong>s com Planos de Ação e GruposAssessores ativos.2.5 100% <strong>da</strong>s espécies ameaça<strong>da</strong>s efetivamenteconserva<strong>da</strong>s em Áreas Protegi<strong>da</strong>s.2.6 Redução de 25% na taxa anual deincremento de espécies <strong>da</strong> fauna ameaça<strong>da</strong>sna Lista Nacional e retira<strong>da</strong> de 25% deespécies atualmente na Lista Nacional.2.7 Uma avaliação preliminar do status deconservação de to<strong>da</strong>s as espécies conheci<strong>da</strong>sde plantas e animais vertebrados eseletivamente dos animais invertebrados, nonível nacional.2.8 60% <strong>da</strong>s espécies de plantas ameaça<strong>da</strong>sconserva<strong>da</strong>s em coleções ex situ e 10% <strong>da</strong>sespécies de plantas ameaça<strong>da</strong>s incluí<strong>da</strong>s emprogramas de recuperação e restauração.2.9 60% <strong>da</strong>s espécies migratórias contempla<strong>da</strong>scom planos de ação e 30% <strong>da</strong>s espécies comprogramas de conservação implementados.2.10 70% <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de genética de plantascultiva<strong>da</strong>s e extrativas de valor sócioeconômicoconserva<strong>da</strong>s, e o conhecimentoindígena e local associado mantido.2.11 50% <strong>da</strong>s espécies prioriza<strong>da</strong>s no ProjetoPlantas para o Futuro conserva<strong>da</strong>s nacondição ex situ e on farm.2.12 60% <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de genética dos parentessilvestres brasileiros de plantas cultiva<strong>da</strong>s de10 gêneros prioritários efetivamenteconservados in situ e/ou ex situ.2.13 Capaci<strong>da</strong>de de ecossistemas de fornecerbens e serviços manti<strong>da</strong> ou melhora<strong>da</strong> nasAvaliaçãoBrasilAvaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>??59


Áreas Prioritárias para Biodiversi<strong>da</strong>de.2.14 Aumento significativo <strong>da</strong>s ações de apoio àconservação on farm dos componentes <strong>da</strong>Agrobiodiversi<strong>da</strong>de que garantam amanutenção dos modos de vi<strong>da</strong> sustentáveis,segurança alimentar local e saúde,especialmente para comuni<strong>da</strong>des locais epovos indígenas.*indica avanços insignificantes ou sem avanços; indica meta não alcança<strong>da</strong>, mas com algumavanço; indica meta não alcança<strong>da</strong>, mas com avanços importantes; indica avançossignificativos; indica uma meta totalmente cumpri<strong>da</strong>; e “?” indica informações insuficientes paradefinir o grau de alcance <strong>da</strong> meta.60


COMPONENTE 3 – UTILIZAÇÃO SUSTENTÁVEL DOSCOMPONENTES DA BIODIVERSIDADEDentre as principais causas <strong>da</strong> destruição <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, uma <strong>da</strong>s maisantigas e abrangentes é a exploração pre<strong>da</strong>tória de seus recursos naturais.Foi a extração intensiva e insustentável que levou a árvore símbolo doBrasil, o Pau Brasil (Cesalpinea echinata), à beira <strong>da</strong> extinção no século XVI.Figura 41: Um dos mais antigos mapas do Brasil, mostrando a exploração do Pau Brasil. GiácomoGastaldi, 1550Ao longo do tempo, variaram as espécies de valor econômico e as áreas deexploração, mas o processo de extrativismo pre<strong>da</strong>tório do ponto de vistaambiental, social e econômico continua colocando sob ameaça inúmerasespécies <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e, em alguns casos, como o <strong>da</strong> Araucária, to<strong>da</strong>uma formação florestal do Bioma. As Florestas Ombrófilas Mistas comAraucária (Araucaria angustifolia) foram reduzi<strong>da</strong>s a menos de 0,8 % desua área original, <strong>da</strong><strong>da</strong> à exploração desordena<strong>da</strong> <strong>da</strong> madeira a partir <strong>da</strong>déca<strong>da</strong> de 1920.62


Figura 42: Serraria de Araucariasno ParanáFiguras 42 e 43: Áreas de Ocorrencia Natural <strong>da</strong> Araucaria eSituação <strong>da</strong>s Remanecentes 2000. Fonte CN-RBMA 2002O mesmo quadro se repete com o palmito Jussara (Euterpe edulis),madeiras nobres como o Jacarandá (Dalbergia nigra), dezenas de plantasmedicinais e muitas espécies de valor ornamental, especialmente bromélias,orquídeas, xaxim, líquens e samambaias.Figuras 44 e 45: Áreas de Ocorrencia Natural do Palmito Jussara eSituação <strong>da</strong>s Remanecentes 2000. Fonte CN-RBMA 2002Mais grave ain<strong>da</strong>, pela ampla gama de espéciesenvolvi<strong>da</strong>s, é a produção de lenha e carvão,principalmente para uso industrial em olarias esiderúrgicas, só comparável, em termos deimpacto, à substituição <strong>da</strong>s florestas pormonoculturas agrícolas, silviculturais e pelapecuária extensiva. Tal história é retrata<strong>da</strong> comprecisão no livro “A Ferro e Fogo” (Dean, W. -1995), considera<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s mais importantespublicações sobre a história e a exploraçãoinsustentável <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Figura 46: Warren Dean1995 / Capa <strong>da</strong> Publicação63


O mesmo grau de pre<strong>da</strong>ção se dá sobre a fauna <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Atualmente, mais de 60% <strong>da</strong>s espécies de fauna ameaça<strong>da</strong>s de extinção noBrasil são originárias <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Além <strong>da</strong> causa maior de per<strong>da</strong> efragmentação dos habitats, a caça, a captura, o tráfico nacional einternacional de espécies são fatores de grande relevância.Estudos <strong>da</strong> RENCTAS(2001) mostraram quevárias espécies <strong>da</strong> fauna <strong>da</strong><strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> estão entreas mais valoriza<strong>da</strong>s pelotráfico internacional. UmMico-leão-dourado(Leontopithecus Rosália),por exemplo, écomercializado em médiapor 20 mil dólares.Como explicitado nocapítulo 2, o comércio ilegal<strong>da</strong>s espécies <strong>da</strong> faunaTabela 19: Fonte RENCTAS 2001nativa <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>continua ocorrendo emlarga escala, tanto em nível nacional quanto em relação ao tráficointernacional. As espécies lista<strong>da</strong>s pela CITES, embora recebam maisatenção, devido à sua rari<strong>da</strong>de e alto valor de mercado, também seguemdentre os animais mais procurados pelo comércio ilegal. Segundo o citadoestudo produzido pela RENCTAS, a participação do Brasil no comércio ilegalmundial de animais silvestres era de 5% a 15% em 2001. Não estãodisponíveis estudos mais recentes sobre o tema, mas há consenso de quenão foi alcançado sucesso significativo nesse campo.Apesar dos esforços, <strong>da</strong>s campanhas antitráfico, do maior controle nosaeroportos, constata-se que as metas 3.6 e 3.7 do CONABIO não foramminimamente cumpri<strong>da</strong>s, seja em âmbito nacional, seja em relação à fauna<strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Por outro lado, a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> tem um conjunto muito significativo deespécies vegetais de importância econômica que, se maneja<strong>da</strong>sadequa<strong>da</strong>mente, podem gerar grandes benefícios sociais e contribuir para aconservação <strong>da</strong> floresta.Entre 1998 e 2000, o Conselho Nacional <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, em parceria com o Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro, aFun<strong>da</strong>ção SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, CENARGEN/Embrapa e Funbio, realizou umestudo pioneiro sobre diversos recursos florestais <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> eidentificou um quadro generalizado de falta de sustentabili<strong>da</strong>de ao longo <strong>da</strong>cadeia produtiva de todos eles.64


Foram inventaria<strong>da</strong>s 10 espécies nativas: o caju(Anacardium ocidentale), a piaçava (Attalea funiferamartius), o palmito Jussara (Euterpe edulis) a ervamate(Ilex paraguariensis) a Araucária (Araucariaangustifolia), o xaxim (Dicksonia sellowiana) além dequatro plantas medicinais: a espinheira santa(Maytenus ilicifolia), o ginseng brasileiro (Pfaffiapaniculata), o chapéu-de-couro (Echinodorusgrandiflors) e a carqueja (Baccharis trimera). Estudoscomplementares foram feitos também para diversasplantas ornamentais, com destaque para asbromélias. A síntese de tais estudos foi publica<strong>da</strong> noFigura 47: Capa <strong>da</strong>Publicaçãolivro “Sustentável <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>: A exploração deseus recursos florestais” (Simões, L.L. e Lino C.F.,2003), que apresenta a primeira avaliação <strong>da</strong>scadeias produtivas desses recursos.Dentre as conclusões do estudo, ao mesmo tempo que foramdocumentados inúmeros problemas (extrativismo pre<strong>da</strong>tório, erosãogenética, per<strong>da</strong> de conhecimento tradicional em manejo, falta de políticasadequa<strong>da</strong>s, mercado não estruturado etc) também foi identificado umgrande potencial para que a exploração sustentável desses recursos setorne uma importante estratégia de conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de nobioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> associa<strong>da</strong> à melhoria de vi<strong>da</strong> de inúmerascomuni<strong>da</strong>des.Dentre as medi<strong>da</strong>s previstas neste sentido, base para que a meta 3.1 fosseatingi<strong>da</strong>, estão a ampliação <strong>da</strong>s pesquisas sobre ecologia e o manejo <strong>da</strong>sespécies de interesse; o fomento ao consumo sustentável e estruturação demercados responsáveis; a criação de <strong>Reserva</strong>s Extrativistas e deDesenvolvimento Sustentável com o fortalecimento <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des locais;a agregação de valor e a certificação de produtos sustentáveis. Nestesentido, é promissor o projeto “Plantas do Futuro” do MMA, que identificou775 espécies nativas com grande potencial de ampliação de usos e melhoriade manejo em grande escala nas regiões brasileiras. Várias delas sãonativas <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Em todos esses e outros campos correlatos, houve significativo avanço <strong>da</strong>pesquisa no Brasil durante a última déca<strong>da</strong>, mas em termos práticos esta éain<strong>da</strong> a estratégia menos desenvolvi<strong>da</strong> para a conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de entre nós.Assim, ao mesmo tempo que se pode considerar como positiva a avaliação<strong>da</strong> meta 3.11 (estudos para uso sustentável <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de) <strong>da</strong>CONABIO, os avanços ain<strong>da</strong> são pouco expressivos para a meta 3.1 (30%dos produtos não madeireiros provenientes de manejo sustentável), no caso<strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.65


Por se tratar de um país megadiverso, era de se esperar que o Brasilutilizasse melhor sua biodiversi<strong>da</strong>de, possibilitando, inclusive, ganhossocioeconômicos significativos. No entanto, segundo o IBGE (2009), apenasseis itens representam 90,6% <strong>da</strong> produção atual deprodutos vegetais não madeireiros: amêndoa de babaçu,açaí (fruta), carnaúba (cera, pó, fibra), castanha-do-Brasil,piaçava e erva-mate, sendo os dois últimos nativos <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>. Há apenas três produtores <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> comcertificação florestal pelo FSC (Forest Stewardship Council):Ervateira Putiniguense (RS), Klabin Florestal (fitoterápicose cosméticos - PR) e Atina (Candeia).Figura 48: Embalagem <strong>da</strong> Erva Mate Certifica<strong>da</strong>Em 2005, surgiu o Programa Mercado <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (RBMA), que ca<strong>da</strong>strae apoia produtos <strong>da</strong>s diversas cadeias de valor no bioma voltados a umagrande diversi<strong>da</strong>de de usos e coordena a aplicação do “selo Mercado <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>” para produtos sustentáveis <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Figura 49: Site do Programa Mercado <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>(www.rbma.org.br/mercadomataatlantica).Figura 50: RBMA – selo deorigem para produtossustentáveis na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Em 2006, o governo federal lançou a Política Nacional de Plantas Medicinaise Fitoterápicos e o Plano Nacional de Promoção <strong>da</strong>s Cadeias <strong>da</strong>Sociobiodiversi<strong>da</strong>de em 2007. Em 2009, o uso sustentável de recursosnaturais ganhou um capítulo específico no Programa <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> do MMA.Como desdobramento dessas iniciativas, foram defini<strong>da</strong>s quatro cadeias devalor de produtos <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>: a Erva-mate, o pinhão (araucária), aJussara (fruto) e a fibra de piaçava, que tornaram-se prioritárias para asações nacionais do MMA, do MDA e do Programa Mercado <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> <strong>da</strong>RBMA.66


Figura 51 - Cadeiras de valor <strong>da</strong> sociodiversi<strong>da</strong>de prioritárias para a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>: Erva Mate, Pinhão(Araucária), Jussara (fruto) e Piaçava (fibra). Fonte: ilustração de Lucia Rodrigues/ CN-RBMA (2000).A partir dessa convergência de priori<strong>da</strong>des, integraram-se várias ações emparceria com as cita<strong>da</strong>s instituições a exemplo dos estudos sobre agregaçãode valor e diversificação de usos (como o uso do pinhão para a produção decosméticos, ou o uso do fruto Jussara contrapondo-se ao extrativismopre<strong>da</strong>tório do palmito), a melhoria do “design” de produtos artesanais, odesenvolvimento de técnicas e produtos não-tóxicos de conservação defibras, etc. Também surgiu desta parceria, em conjunto com a GTZ, o “1ºCurso Integrado de Cadeias de Valor <strong>da</strong> Sociodiversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>”, sobre as quatro espécies prioritárias, realizado na sede <strong>da</strong> RBMAem 2010.Nessa agen<strong>da</strong> comum, foi possível promover a maior integração dosprodutos <strong>da</strong> sociodiversi<strong>da</strong>de dos vários biomas brasileiros naExposustentat, na Feira Nacional <strong>da</strong> Agricultura Familiar e na Biofach (Brasile Alemanha).Em paralelo, estudos foram desenvolvidos sobre outras cadeias de valor <strong>da</strong>sociobiodiversi<strong>da</strong>de, incluindo espécies nativas em âmbito regional. Cabedestaque aos estudos desenvolvidos no âmbito do Corredor EcológicoCentral <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (Bahia e Espírito Santo) apresentados em abril de2010. Esses estudos analisam onze cadeias, abrangendo o guaraná, cacau,67


piaçava, pupunha, meliponicultura, turismo, sementes, artesanato, plantastropicais e plantas ornamentais, aroeira e açaí.Dentre elas, a piaçava se destaca pela diversi<strong>da</strong>de crescente de produtosgerados a partir de suas fibras (vassouras, cor<strong>da</strong>s, tetos de choupanas,isolantes térmicos etc.). A produção (extração vegetal e silvicultura) <strong>da</strong>fibra de piaçava alcançou 78.167 tonela<strong>da</strong>s em 2008 (IBGE), gerando umvalor total de R$ 104.120,00. Desta produção, 87,6% (~68,5 tonela<strong>da</strong>s)são provenientes <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> <strong>da</strong> Bahia, sendo o restante (12,4%) doEstado do Amazonas.Participação Relativa dos Setores Mercantis no Preço Final <strong>da</strong>Piaçava ao Consumidor Fibal (Fibra e Fita)Figura 55: Fonte: Projeto Corredor Central <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> AtlÂntica 2010Segundo os estudos promovidos pelo Projeto Corredor Ecológico Central <strong>da</strong><strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, “Vale a pena mencionar que o preço <strong>da</strong> piaçava ao produtorde R$ 1,13/ kg (ou R$ 17,00/ arroba), verificado durante o levantamentode campo na região do Extremo Sul <strong>da</strong> Bahia, encontra-se abaixo do preçomínimo de R$ 1,67/ kg estabelecido no início do ano passado pelo Ministério<strong>da</strong> Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o Estado. Esse fatosublinha a cita<strong>da</strong> tendência de erosão dos preços ao produtor e o baixovalor de mercado para o produto bruto.Existem, porém, iniciativas recentes de uso alternativo <strong>da</strong> fibra de piaçavapara a confecção de artesanato, como o projeto Piaçava Sustentável, criadopelo Instituto Bio<strong>Atlântica</strong> (IBio) em 2005, com o objetivo de melhorar aquali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> de cerca de 40 artesãos e suas famílias na comuni<strong>da</strong>de dePonto Central (no município de Santa Cruz de Cabrália), ou aquela lidera<strong>da</strong>pela Cooperativa dos Produtores e Produtoras <strong>da</strong> APA do Pratigi (Cooprap) eseus 120 cooperados, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento <strong>da</strong>scomuni<strong>da</strong>des quilombolas locais.Nesses casos extremos de agregação produtiva de valor, o VAB natransformação <strong>da</strong> piaçava em artesanato é de quase R$ 2.000,00 porarroba, ou mais de 95% na participação no preço final dos produtos.68


Outra espécie destaca<strong>da</strong> pelo citado projeto, com grande potencial deampliação dos mercados interno e externo e diversificação de usos é apimenta-rosa, fruto <strong>da</strong> Aroeira (Shinus terebinthifolius Raddi), que temgrande mercado no exterior.Figuras 56 e 57: Fonte: Projeto Corredor Central <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> 2010Várias outras espécies vem sendo pesquisa<strong>da</strong>s na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> visando oordenamento <strong>da</strong> cadeia de valor e a sustentabili<strong>da</strong>de ecológica, social eeconômica de sua exploração. Dentre eles, encontram-se diversas espéciescom uso consoli<strong>da</strong>do na culinária e na medicina tradicional brasileira, serevelando como ricas fontes de princípios ativos de grande valor para asindústrias farmacêuticas e de cosméticos.Segundo Bolzani (2005), “No Brasil, os medicamentos com base em plantasrepresentam aproxima<strong>da</strong>mente 7% do mercado farmacêutico,correspondendo a US$ 400 milhões por ano e perto de 100.000 empregos.”Com relação à meta 3.9, o relatório de avaliação do cumprimento <strong>da</strong>smetas produzido pelo MMA destaca que “Diversas plantas nativas utiliza<strong>da</strong>spela medicina tradicional foram reconheci<strong>da</strong>s oficialmente pelo GovernoFederal em 1926, com sua inclusão na publicação na Farmacopéia Brasileira(FBRAS), que é revisa<strong>da</strong> e atualiza<strong>da</strong> de tempos em tempos. A revisão maisrecente iniciou em 2008 e ain<strong>da</strong> está em curso. Informações atualiza<strong>da</strong>sestão disponíveis na página eletrônica <strong>da</strong> ANVISA. Existem pelo menos 10espécies de plantas com patentes registra<strong>da</strong>s como fitoterápicos noInstituto Nacional de Proprie<strong>da</strong>de Industrial (INPI) e pelo menos 50produtos fitoterápicos brasileiros estão disponíveis no mercado sempatentes. Diversas companhias produzem e vendem inúmeros produtos combase em plantas, tais como extratos vegetais, óleos e outros produtos,como alimentos ou matéria prima para fitoterápicos e cosméticos, e osinvestimentos nesse setor estão aumentando. O Brasil desenvolveu em2005 a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos com o objetivode assegurar ao povo brasileiro o acesso seguro e o uso racional de plantasmedicinais e fitoterápicos, além de promover o uso sustentável <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de e o desenvolvimento <strong>da</strong> cadeia produtiva e <strong>da</strong> indústria demedicamentos no Brasil. Essa política estabelece critérios para o cultivo,pesquisa e teste de plantas medicinais e produtos. Adicionalmente, diversosprodutos alimentícios com base na biodiversi<strong>da</strong>de têm se tornado69


crescentemente disponíveis nos mercados brasileiros, tais como polpa defrutas, sucos, sorvetes, sobremesas, farinhas, temperos, castanhas, etc.Embora um grande número de solicitações continue sendo submetido parapesquisa e uso <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de para uma varie<strong>da</strong>de de produtos, aautorização de desenvolvimento para esses projetos ain<strong>da</strong> é limita<strong>da</strong>,devido às exigências <strong>da</strong> legislação sobre acesso e repartição de benefícios.Esforços estão sendo investidos para atualizar a legislação. Também éimportante mencionar que o Brasil observou, nos últimos anos, umaumento significativo no desenvolvimento e comercialização de cosméticosdesenvolvidos a partir <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de, tanto por pequenas quantograndes empresas (ex.: Natura).”Nesse campo, é especialmente importante o cumprimento <strong>da</strong> meta 3.10 doCONABIO (aumento significativo <strong>da</strong>s ações de detecção, controle erepressão dos casos de biopirataria), o que vem ocorrendo paulatinamentena <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, graças a um maior conhecimento do tema por parte <strong>da</strong>scomuni<strong>da</strong>des locais, o apoio alerta de várias ONGs parceiras e a criação dediversas Uni<strong>da</strong>des de Conservação de Uso Sustentável.As metas 3.8 e 3.9, que estabelecem para 2010 um incremento de 80% deinovação, agregação de valor e na disponibilização de novos produtos(medicina e alimentação) provenientes do manejo sustentável <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de, também não podem ser minimamente cumpri<strong>da</strong>s. Primeiro,há que se considerar que não existe uma linha de base nacional (nem parao bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>) e um sistema de monitoramento que permitaidentificar, com a necessária precisão, o grau de incremento nessasativi<strong>da</strong>des. Segundo, mesmo sem a existência de indicadores claros, a metade incremento de 80% é ain<strong>da</strong> irrealista em um campo tão incipiente.Nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de projetospara apoiar a criação e estruturação de cooperativas de artesãos,agricultores, entre outros, visando a utilização sustentável <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de<strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Um exemplo disso foi a iniciativa implementa<strong>da</strong> pelaAMANE, em parceria com o Instituto Amigos <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong><strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, e o apoio do SEBRAE/Al e Funbio, culminando na criação <strong>da</strong>COOPF Murici – Cooperativa de Produtos <strong>da</strong> Agricultura FamiliarCamponesa do Complexo Florestal de Murici, um dos maioresremanescentes <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> no nordeste brasileiro. Da mesma forma,empresas do setor sucroalcooleiro tem apoiado as Associações de Artesãosna mesma região e fortalecendo o uso sustentável dos recursos locais.Figuras 58, 59 e 60: Logotipo de Cooperativas e Associações de Artesãos de Alagoas desenvolvidospelo Programa Mercado <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> <strong>da</strong> RBMA / 200970


Na mesma linha, há muitas dezenas de projetos que incentivam aAgrofloresta e a agricultura orgânica entre as comuni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, aproximando conservação e economia local. Nesse âmbito,merecem destaque os trabalhos <strong>da</strong> REBRAF, os Projetos PDA do Ministériodo Meio Ambiente e vários programas do Ministério do DesenvolvimentoAgrário.Figura 61: Manual Agroflorestal para a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>– Apresentação REBRAFEm muitos casos, taisiniciativas vêm associa<strong>da</strong>s àcriação ou implementação deUCs de Uso Sustentável,especialmente <strong>Reserva</strong>sExtrativistas ou RDS –<strong>Reserva</strong>s de DesenvolvimentoSustentável, que ain<strong>da</strong> sãopoucas na área <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> e com freqüência nãotem planos de manejoaprovados. Exceção quemerece destaque é a <strong>da</strong>s RDSEstaduais de São Paulo, naRegião do Vale do Ribeira(Mosaico de Jacupiranga), quetêm seus planos de utilização dos recursos naturais definidos. A Resex doMandira (Federal), na mesma região, também faz há vários anos o manejosustentável <strong>da</strong> Ostra de Cananéia através <strong>da</strong> cooperativa de produtoreslocais. Nesses casos e em inúmeros outros similares, é significativo oincremento <strong>da</strong> inovação e a agregação de valor de novos produtosbeneficiados a partir <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de (meta 3.8), em vários casos,associando-se a processos de designação de origem e de procedência, além<strong>da</strong> integração entre questões ambientais, étnicas e culturais.To<strong>da</strong>via, não há um mecanismo nacional de monitoramento dessasiniciativas e de seus resultados, o que impossibilita uma avaliação do graude cumprimento <strong>da</strong>s metas 3.5 e 3.8 do CONABIO, seja para a <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, seja nos demais biomas brasileiros.Em relação aos recursos pesqueiros, o CONABIO definiu a meta 3.2:“Recuperação de no mínimo 30% dos principais estoques pesqueiros comgestão participativa e controle de capturas”. Nos últimos anos, tanto oterritório marinho brasileiro quanto a Zona Econômica Exclusiva do paísforam muito ampliados, o que implica, ao mesmo tempo, em umaoportuni<strong>da</strong>de e um grande desafio para o Brasil nos campos doconhecimento, <strong>da</strong> conservação e do uso sustentável dos recursos do mar.Atualmente, as áreas marinhas protegi<strong>da</strong>s cobrem menos que 2% do marbrasileiro. Parte dessas áreas são APAs ou RESEX com a finali<strong>da</strong>de, entreoutras, de assegurar os estoques pesqueiros <strong>da</strong> costa. Também foramcria<strong>da</strong>s áreas de exclusão de pesca com essa mesma finali<strong>da</strong>de em váriospontos de nossa zona costeira e marinha. Foi implementado um sistema demonitoramento de grandes embarcações pesqueiras, e ampliado o controle71


e fiscalização em áreas prioritárias para a biodiversi<strong>da</strong>de. Além <strong>da</strong>s açõesdo MMA e Ministério <strong>da</strong> Pesca e Aqüicultura, merece destaque a iniciativa doGoverno do Estado de São Paulo que criou um mosaico de Ilhas protegi<strong>da</strong>se três grandes APAs que protegem e permitem o ordenamento dos usos(pesca, turismo, petróleo, etc) ao longo de todo o litoral paulista.Apesar dessas e outras importantes iniciativas de conservação e o usosustentável, conforme descrito no capítulo 2, como as ações em an<strong>da</strong>mentona Resex Corumbau (Ba) e na APA Costa dos Corais (PE/AL), ou ain<strong>da</strong>políticas públicas, como a instrução normativa do MMA (2004) listando asespécies ameaça<strong>da</strong>s e sobreexplota<strong>da</strong>s de invertebrados aquáticos e peixes,os estudos do REVIZEE (2006) indicam que pelo menos 80% dessesrecursos estão sendo sobreexplotados. Assim, constata-se que seránecessário um esforço muito maior para que a meta 3.2 possa ser atingi<strong>da</strong>na próxima déca<strong>da</strong>.O esforço concentrado também se faz necessário em relação aosZoneamentos Ecológico-Econômicos para os vários estados brasileiros.Dados do MMA indicam que apenas treze estados têm seus ZEEsfinalizados, dos quais seis encontram-se no bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, o queimplica no cumprimento apenas parcial <strong>da</strong> meta 3.13. Para 2011, estáprevista a elaboração dos demais.Por fim, cabe destacar que a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> possui legislação específica eque, tanto na lei 11.428, de 22 de dezembro de 2006, como no decreto6660, de 21 de novembro de 2008 que a regulamenta, estão previstosmecanismos de estímulo ao uso sustentável dos recursos naturais, incluindoa permissão <strong>da</strong> prática do extrativismo sustentável, por intermédio <strong>da</strong>condução de espécie nativa produtora de folhas, frutos ou sementes,visando a produção e comercialização, e a adoção <strong>da</strong>s regras do SistemaParticipativo de Garantia <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de Orgânica nos termos do Decreto nº6.323, de 27 de dezembro de 2007.72


COMPONENTE 33.1 30% de produtos vegetais não-madeireirosprovenientes de fontes maneja<strong>da</strong>s de formasustentável.3.2 Recuperação de no mínimo 30% dosprincipais estoques pesqueiros com gestãoparticipativa e controle de capturas.3.3 40% <strong>da</strong> área com Plano de Manejo Florestalna Amazônia certifica<strong>da</strong>.3.4 80% <strong>da</strong>s <strong>Reserva</strong>s Extrativistas e <strong>Reserva</strong>sde Desenvolvimento Sustentável commanejo sustentável de espécies <strong>da</strong> fauna e<strong>da</strong> flora de interesse alimentar ou econômicoassegurados e com seus planos de manejoelaborados e implementados.3.5 80% de redução no consumo não sustentávelde recursos faunísticos e florísticos emuni<strong>da</strong>des de conservação de uso sustentável.3.6 Nenhuma espécie <strong>da</strong> fauna ou flora silvestreameaça<strong>da</strong> pelo comércio internacional, emcumprimento ao disposto pela CITES.3.7 Redução significativa do comércio ilegal deespécies <strong>da</strong> fauna e flora no país.3.8 80% de incremento <strong>da</strong> inovação e agregaçãode valor de novos produtos beneficiados apartir <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.3.9 80% de incremento em novos usossustentáveis <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de na medicina ealimentação resultando em produtosdisponíveis no mercado.3.10 Aumento significativo <strong>da</strong>s ações de detecção,controle e repressão dos casos debiopirataria.3.11 Incremento significativo nos investimentosem estudos, projetos e pesquisa para o usosustentável <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.3.12 80% de incremento no número de patentesgera<strong>da</strong>s a partir de componentes <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de.3.13 Apoio <strong>da</strong> CCZEE para a elaboração econclusão de ZEEs em pelo menos 50% dosEstados.MetasNacionais?Avaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>?*indica avanços insignificantes ou sem avanços; indica meta não alcança<strong>da</strong>,mas com algum avanço; indica meta não alcança<strong>da</strong>, mas com avançosimportantes; indica avanços significativos; indica uma meta totalmentecumpri<strong>da</strong>; e “?” indica informações insuficientes para definir o grau de alcance <strong>da</strong>meta.73


COMPONENTE 4 – MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO,PREVENÇÃO E MITIGAÇÃO DE IMPACTOS SOBRE ABIODIVERSIDADENeste componente, as metas nacionais foram basea<strong>da</strong>s em taxa dedesmatamento, numero de focos de calor (queima<strong>da</strong>s), existência de redesde monitoramento sistemático e padronizado <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de, existênciade planos de prevenção e controle de espécies exóticas invasoras, controlede fontes de poluição <strong>da</strong>s águas e solos com impacto sobre abiodiversi<strong>da</strong>de, e estudos para predições de ocorrência de espécies emassociação à mu<strong>da</strong>nças climáticas.Em termos nacionais, se compara<strong>da</strong>s aos demais biomas, a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>e a Amazônia apresentam um quadro mais favorável no que se refere aonível de informação e monitoramento de desmatamentos e queima<strong>da</strong>s. Oque estes monitoramentos indicam, to<strong>da</strong>via não são boas noticias: a metade desmatamento zero na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> em 2010 está longe de sercumpri<strong>da</strong>.Em relação ao desmatamento na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, embora as taxas sejamdecrescentes desde 1985, os últimos levantamentos realizados pelaFun<strong>da</strong>ção SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> em conjunto com o INPE (2008-2010)apontam a per<strong>da</strong> de 20,8 mil hectares de desflorestamento deremanescentes florestais, vegetação de restinga e manguezal no ano de2008-2009, bastante distante <strong>da</strong> meta de redução de 100% dodesmatamento defini<strong>da</strong> pelo CONABIO para 2010.Tabela 20- Desmatamento <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>PeríodoTaxa dedesmatamento(hectares)1985-1990 536.4801990-1995 500.3171995-2000 445.9522000-2005 174.8272005-2008 102.939Total 1.760.515Tabela 20: Fonte: SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> / INPE, 2010.Essa degra<strong>da</strong>ção, nocaso <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>estáassocia<strong>da</strong>basicamenteaagropecuária,àsilvicultura de exóticas, àobras como rodovias ehidrelétricas e ao intensoprocesso de urbanizaçãono bioma.Vale salientar que grande parte dos desflorestamentos ocorridos estáassociado à expansão urbana e ocupação humana, resultando na ampliaçãodo processo de fragmentação e compromentendo ain<strong>da</strong> mais a proteção <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de e os serviços ecossitêmicos no bioma.Segundo os <strong>da</strong>dos parciais do Atlas dos Remanescentes Florestais <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, em média, a taxa anual de desmatamento no bioma apresentouum que<strong>da</strong> de 21% em relação ao período anterior do estudo (2005 – 2008).Ain<strong>da</strong> assim, o levantamento aponta um claro desequilíbrio regional sendoque, embora em alguns estados tenha ocorrido uma significativa redução dodesmatamento, em outros o incremento foi muito pronunciado. Os casosmais graves identificados foram os dos Estados de Minas Gerais, Paraná e75


Santa Catarina. O Estado de Minas Gerais foi campeão de desmatamento noperíodo e perdeu, uma área equivalente à de 12,5 mil campos de futebol –aumento de 15% em relação aos <strong>da</strong>dos de 2005 a 2008. Ain<strong>da</strong> em MinasGerais, o município Porto dos Volantes, no Vale do Jequitinhonha, registrousozinho 3,2 mil hectares de desmatamento, mais que o dobro <strong>da</strong>devastação soma<strong>da</strong> dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grossodo Sul, Espírito Santo e Goiás no mesmo período. A tabela 21 e o mapa <strong>da</strong>sfiguras 62 e 63 mostram os números e localização do desmatamento nos 9estados monitorados pelo “Atlas” para o período 2008-2010.Figuras 62 e 63 e Tabela 21 - Quadro do desmatamento nos estados monitorados pelo “Atlas <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>” para o período 2008-2010. (Fonte: Fun<strong>da</strong>ção SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e INPE, 2010).UF*Área UFÁrea<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>FlorestaDesflorestamento2008 2010 % ha %ES 4.614.841 4.614.841 475.600 474.840 10.29% 160 0.03%GO 34.127.082 1.051.422 37.649 37.488 3,56% 161 0,43%MG 58.697.565 27.235.854 2.637.150 2.624.626 9,64% 12.524 0,47%MS 36.193.583 6.366.586 360.215 360.061 5,65% 154 0,04%PR 20.044.406 19.667.485 1.937.663 1.934.964 9,84% 2.699 0,14%RJ 4.394.507 4.394.507 807.810 807.495 18,37% 315 0,04%RS 28.403.078 13.759.380 1.005.625 1.003.728 7,29% 1.897 0,19%SC 9.591.012 9.591.012 2.151.732 2.149.583 22,41% 2.149 1,19%SP 24.873.203 16.918.918 2.305.583 2.304.840 13,62% 743 0,11%76


Além <strong>da</strong> evolução do desmatamento, os referidos estudos <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção SOS<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e INPE permitem um permanente monitoramento dosremanescentes florestais nos diversos Estados <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, o que éilustrado na tabela a seguir.UFAL***Área UF(ha)Área Bioma<strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>(ha)% Bioma<strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>Floresta(ha)Remanescentes%Mangue RestingaFlorestaflorestais totais(ha)%Remanescentesflorestais totais2.811.248 1.495.461 53% 148.633 9.94% 3.655 2.786 155.074 10.37%BA 56.557.948 18.875.099 33%CE**1.581.9858.38% 56.903 22.285 1.661.173 8.80%14.637.598 910698 6% 60.616 6.66% 17.180 74.953 152.750 16.77%ES 4.614.841 4.614.841 100% 474.840 10.29% 7.048 25.677 507.565 11.00%GO 34.127.082 1.051.422 3% 37.488 3,56% ‐ ‐ 37.488 3,56%MG 58.697.565 27.235.854 46%2.624.6269,64% ‐ ‐ 2.624.626 9,64%MS 36.193.583 6.366.586 18% 360.061 5,65% ‐ ‐ 360.061 5,65%PB * 5.691.967 667185 12% 68.763 10.31% ‐ ‐ 68.763 10.31%PE***PI****9.929.608 1.808.779 18% 222.162 12.28% 12.920 ‐ 235.082 13.00%25.154.438 2647038 11% ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐PR 20.044.406 19.667.485 98%1.934.9649,84% 33.507 100.514 2.068.985 10.52%RJ 4.394.507 4.394.507 100% 807.495 18,37% 10.809 42.822 861.126 19.59%RN*5.364.113 343867 6% 32.259 9.38% 6.787 11.992 51.038 14.84%RS 28.403.078 13.759.380 48%SC 9.591.012 9.591.012 100%SE***1.003.2912.149.5837,29% ‐ 2.519 1.006.247 7.31%22,41% 11.931 79.695 2.241.209 23.37%2.214.690 1.197.878 54% 90.068 7.52% 22.254 1.807 114.129 9.53%SP 24.873.203 16.918.918 68%2.304.84013,62% 23.992 206.279 2.535.046 14.98%Tabela 22: Desmatamentos e Remanescentes Florestais nos estados <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>(Fonte: SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>/ INPE, 2010.)Em relação às queima<strong>da</strong>s, com exceção do Pampa, cuja área ésignificativamente menor, a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> é o bioma que tem apresentadoo menor número de focos de calor. Ain<strong>da</strong> assim, são mais de 2.500 focosidentificados em 2009, número este certamente subestimado, pois o77


monitoramento é feito em períodos regulares, mas não de formaininterrupta todo dia.A tabela abaixo resume os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> evolução do número de queima<strong>da</strong>s porbioma no Brasil, no período de 2002 a 2009. Complementarmente, a tabela24 apresenta a proporção de ocorrência de queima<strong>da</strong>s em relação aotamanho dos biomas.Tabela 23 - Evolução do número de ocorrências de fogo no BrasilBiomas 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009Amazônia 116.546 96.872 124.211 123.950 67.927 87.694 50.258 28.725Cerrado 72.695 61.899 67.049 63.267 28.467 68.523 44.203 20.238Caatinga 24.569 32.017 26.722 22.543 11.907 18.945 22.442 13.100Pantanal 10.142 17.415 9.190 8.151 7.796 8.200 7.912 4.834<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> 10.093 2.547 5.195 7.426 1.059 3.992 2.011 2.568Pampas 315 137 244 266 146 145 245 140TOTAL 235.360 210.887 232.611 225.603 117.302 187.499 127.071 69.605Fonte: INPE, 2010 (http://www.dpi.inpe.br/proarco/bdqueima<strong>da</strong>s). Dados capturados pelo NOAA-12 (noturno) de 2002a 10 de agosto de 2007. Depois de 10 de agosto de 2007 os <strong>da</strong>dos foram capturados pelo NOAA-15 (noturno).Tabela 24 - Proporção <strong>da</strong>s ocorrências de queima<strong>da</strong>s de acordo como tamanho do biomaBiomasNo de focos de calor / 1.000 km22002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009Amazônia 27.6 22.9 29.4 29.3 16.1 20.7 11.9 6.8Cerrado 35.5 30.2 32.8 30.9 13.9 33.5 21.6 9.9Caatinga 29.8 38.8 32.4 27.3 14.4 22.9 27.2 15.9Pantanal 67.1 115.2 60.8 53.9 51.6 54.2 52.3 32.0<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> 9.5 2.4 4.9 7.0 1.0 3.8 1.9 2.4Pampas 1.8 0.8 1.4 1.5 0.8 0.8 1.4 0.8Fonte: MMA, 2010.Calcula<strong>da</strong> com base nos <strong>da</strong>dos de queima<strong>da</strong>s obtidos emhttp://www.dpi.inpe.br/proarco/bdqueima<strong>da</strong>s e no mapa dos biomasbrasileiros do IBGE, 2010.150000Focos de Calor nos Biomas Brasileiros1000005000002002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010Amazonia Cerrado Caatinga Pantanal <strong>Mata</strong> Atlantica PampaFigura 64: Evolução <strong>da</strong>s ocorrências de queima<strong>da</strong>s (focos de calor) porbioma. Fonte: http://www.dpi.inpe.br/proarco/bdqueima<strong>da</strong>s, <strong>da</strong>dos coletadosaté 15 de junho de 2010.78


Na figura 64, se compararmos os <strong>da</strong>dos de focos de calor na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>de 2009 com 2002, observa-se uma redução de 74,56%. To<strong>da</strong>via, se talcomparação for feita entre 2009 e 2006, por exemplo, o valor passa aindicar um acréscimo de mais de 100% no número de queima<strong>da</strong>s. A grandevariação numérica anual dos focos de calor na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> indica queapesar de um razoável sistema de monitoramento, ain<strong>da</strong> faltam medi<strong>da</strong>sefetivas de prevenção e controle de queima<strong>da</strong>s que consolidem a tendênciade que<strong>da</strong> no número de focos de calor identificados.Em relação a presença de espécies exóticas invasoras, como já destacadono componente 2, a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> é o bioma onde tal ameaça se apresentamais grave se considerarmos o número de espécies envolvi<strong>da</strong>s e sua áreade abrangência.A identificação dessas espécies e seu monitoramento são recentes no país eain<strong>da</strong> não existe um plano consoli<strong>da</strong>do em escala nacional para a prevençãoe controle <strong>da</strong>s mesmas. As ações neste sentido, em sua maioria iniciativasestaduais, são ain<strong>da</strong> localiza<strong>da</strong>s e compreendem poucas espécies invasoras.No caso <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, to<strong>da</strong>via, ressalta-se o caso do Paraná, únicoestado que desenvolveu e está implementando um Plano Estadual deControle de Espécies invasoras, visando as seguintes espécies: javali (Susscrofa scrofa); lebre européia (Lepus europaeus); sagüis (Callithrixpenicillata e C. jacchus); abelha africana (Apis mellifera); bagre (Ictaluruspunctatus); camarão gigante <strong>da</strong> Malásia (Macrobrachium rosenbergii);tilápias; bagre africano (Clarias gariepinus); black bass (Micropterussalmonoides); rã-touro (Lithobates catesbeianus); hidróide (Cordylophoracaspia); mexilhão de água doce (Corbicula fluminea) e mexilhão dourado(Limnoperna fortunei). Existem outras iniciativas estaduais em an<strong>da</strong>mento.O Estado do Rio de Janeiro reconheceu oficialmente a lista estadual deespécies exóticas invasoras em 2009. São Paulo está elaborando ummecanismo legal específico e o Espírito Santo criou uma inciativa deerradicação de espécies exóticas invasoras <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des de conservação.Uma iniciativa de ONGs na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> do Nordeste acima do rio SãoFrancisco (AMANE e CEPAN) elaborou dossiês sobre espécies invasorasexóticas de ca<strong>da</strong> estado. Esforços estão sendo empreendidos paraestabelecer políticas de combate e manejo dessas espécies. Publicação coma compilação dos dossiês tem lançamento previsto para este ano.O SEUC de Pernambuco (Lei 13.787/09) é o único do Brasil que trata <strong>da</strong>sexóticas invasoras e já existe uma minuta <strong>da</strong> lista oficial do estado, oPrograma de Conservação <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de do Estado também trata <strong>da</strong>temática.Em relação ao monitoramento e controle de espécies invasoras aquáticas emarinhas, vários órgãos têm este tema entre suas atribuições, no entanto,<strong>da</strong><strong>da</strong> a amplitude e complexi<strong>da</strong>de de usos <strong>da</strong>s águas brasileiras, poucocontrole efetivamente existe, inclusive em várias uni<strong>da</strong>des de conservaçãoCosteiras e Marinhas (tabela 25).79


Tabela 25:Fonte: Informe sobre Espécies Exóticas Invasoras Marinhasno Brasil in Biodiversi<strong>da</strong>de 33. MMA, 2009.As metas 4.4 e 4.5 tratam dos planos de ação, manejo e controle relativoàs espécies exóticas invasoras mais <strong>da</strong>nosas aos ecossistemas nativos.No Brasil os principais estudos sobre o tema foram iniciados em 2001 peloInstituto Horus de Meio Ambiente, com apoio <strong>da</strong> The Nature Conservancy epor outro lado pelo governo federal em uma parceria de MMA e EMBRAPA. Apartir de 2003 o Ministério do Meio Ambiente por intermédio do PROBIOiniciou a elaboração do 1.º Informe Nacional sobre e Espécies ExóticasInvasoras e, juntamente com diversas instituições parceiras, realizou em2005 o 1.º simpósio brasileiro sobre o tema. Neste simpósio foramidentifica<strong>da</strong>s 553 espécies invasoras de maior risco para o país, em váriasáreas como agricultura e saúde. Ain<strong>da</strong> não há um estudo sistematizadosobre o impacto destas espécies nos biomas terrestres brasileiros o queimpede uma visão consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> sobre a situação <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> nesteaspecto.Além do Plano de Ação do Estado do Paraná, anteriormente citado, váriasoutras iniciativas têm focalizado as espécies invasoras na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Dalistagem até o momento realiza<strong>da</strong>, já se identificou a presença de espéciesinvasoras em pelo menos 103 uni<strong>da</strong>des de conservação em 17 estados, em80


sua grande maioria no Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Isto resultou no início <strong>da</strong>implementação de planos de controle e manejo de espécies de invasorasem territórios de UCs. A primeira uni<strong>da</strong>de a desenvolver este plano foi oParque Paulo Vinha, no Espírito Santo. Outras iniciativas semelhantes estãoocorrendo em Pernambuco, no Parque Estadual de Dois Irmãos, <strong>Reserva</strong>Biológica de Saltinho e Estação Ecológica de Caetés (AMANE e CEPAN,2010), e em várias uni<strong>da</strong>des Estaduais de São Paulo, Santa Catarina e Riode Janeiro. Na ci<strong>da</strong>de do Rio de Janeiro, um plano voltado ao controle deexóticas invasoras considerando-se to<strong>da</strong> a paisagem e áreas nativasurbanas, está em fase inicial de implementação.Em abril de 2010 o Brasil ratificou a Convenção Internacional para ocontrole e o manejo de água de lastro e sedimentos e neste âmbito,pretende-se ampliar o controle ain<strong>da</strong> incipiente <strong>da</strong>s espécies invasorasmarinhas.Em relação a meta de redução de 50% <strong>da</strong>s fontes de poluição <strong>da</strong>s águas esolos e de controle de seus impactos sobre a biodiversi<strong>da</strong>de, os principaisindicadores são a coleta e tratamento de esgoto, de resíduos sólidos e ouso de agrotóxicos na agricultura. Apesar de avanços localizados em relaçãoà coleta de esgotos e lixo, as taxas de tratamento são ain<strong>da</strong> muitoreduzi<strong>da</strong>s em todo país.A situação é relativamente melhor na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> no tocante a coleta etratamento de esgotos com destaque para São Paulo com índice superior a70%, seguido por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, com índices entre40,1% e 70%.A melhoria mais significativa na última déca<strong>da</strong> se deu na regiãoMetropolitana de Belo Horizonte (3ª maior ci<strong>da</strong>de do Brasil) que em 2000apresentava um índice de apenas 12% do esgoto tratado e que atingiu 97%no ano de 2010. Trata-se to<strong>da</strong>via de um caso isolado e excepcional.Em relação à coleta de lixo segundo diagnóstico de 2007 realizado peloSNIS – Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento, 98,8% dosmunicípios brasileiros oferecem serviços regulares de coleta de resíduossólidos. No entanto, parte significativa do lixo não é coletado, contaminandoespecialmente os corpos hídricos, e dos resíduos coletados cerca de 22milhões de tonela<strong>da</strong>s/ano são acumulados em lixões sem tratamentoadequado.Ain<strong>da</strong> que percentualmente os índices para coleta de esgoto e resíduossólidos sejam melhores na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, considerando-se o fato de quenesta região vivem cerca de 120 milhões de habitantes e concentra-se amaioria <strong>da</strong>s metrópoles e municípios brasileiros, em números absolutos,nenhum bioma no país é mais impactado por lixo e esgoto do que a <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>. O mesmo pode-se dizer em termos gerais em relação aosagrotóxicos.O Brasil é o principal destino de agrotóxicos proscritos em diversos países.Foram importados, apenas em 2009, cerca de 2,37 mil tonela<strong>da</strong>s deagrotóxicos a serem utilizados nas lavouras do país. Ain<strong>da</strong> que não81


dispondo de levantamento por bioma sabe-se que parte significativa dessesprodutos são aplicados em áreas de <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> especialmente nosestados do Sul e do Sudeste.Não existem no país estudos abrangentes e informações consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s sobreo impacto desses contaminantes na biota terrestre, aquática e marinha,mas, especialmente nas zonas metropolitanas situa<strong>da</strong>s na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> aexemplo do Rio Tietê em São Paulo e em vários pontos <strong>da</strong> costa brasileirasão inúmeras as “Zonas Mortas de Biodiversi<strong>da</strong>de”, possivelmente comvarias espécies já extintas localmente e com sérias conseqüências para osestoques pesqueiros.Figura 65: Zonas Mortas de Biodiversi<strong>da</strong>deA mesma falta de conhecimento, com estudos ain<strong>da</strong> mais incipientes se dáno campo <strong>da</strong> predição de potenciais impactos <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças climáticassobre a biodiversi<strong>da</strong>de brasileira.Os poucos estudos sobre tais impactos em relação às espécies de maiorutilização no Brasil, promovidos pela Embrapa, tratam apenas de espéciesexóticas de interesse para agricultura (café, maçã, cana de açúcar, arroz,milho e trigo).O único estudo realizado sobre o impacto <strong>da</strong>s Mu<strong>da</strong>nças Climáticas na <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> foi produzido pela Universi<strong>da</strong>de Estadual de Campinas (Colombo,2007) e teve como base os cenários projetados a partir dos <strong>da</strong>dos do IPCCpara a região e seu potencial impacto sobre 38 espécies <strong>da</strong> flora nativa.Este estudo indica significativas alterações <strong>da</strong>s condições do bioma como,por exemplo, possível deslocamento <strong>da</strong> área de ocorrência de espécies dosudeste para a região sul. Obviamente este processo de a<strong>da</strong>ptação àsmu<strong>da</strong>nças climáticas só poderá ser menos <strong>da</strong>noso para a biodiversi<strong>da</strong>de epara os serviços ecossistêmicos se, entre outras estratégias, for reforça<strong>da</strong> aconectivi<strong>da</strong>de entre fragmentos <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e a criação de áreasprotegi<strong>da</strong>s.Segundo Joly (2007), citando os <strong>da</strong>dos de Colombo acima referidos “oestudo realizado com 38 espécies arbóreas típicas de <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>82


mostrou que no cenário mais otimista, que prevê um aumento médio < 2ºC na temperatura <strong>da</strong> região, haverá uma redução de 30% <strong>da</strong> área hojeocupa<strong>da</strong> pela <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. No cenário pessimista, com um aumentomédio > 4 ºC, esta redução pode atingir 65%”.Uma agravante deste cenário é que a redução <strong>da</strong> área favorável é diferentepara as diferentes florestas que constituem a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. O efeitodeletério <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças climáticas globais será pior na região Nordeste e naregião Sul, especialmente para <strong>Mata</strong> de Araucárias. Na região Sudeste apresença <strong>da</strong>s serras, que pelo efeito orográfico mantêm uma altapluviosi<strong>da</strong>de e amenizam alterações na temperatura, as modificaçõesseriam menos evidentes. Mas, mesmo nesta região, espécies típicas deáreas mais eleva<strong>da</strong>s e úmi<strong>da</strong>s (SALIS et al., 1995) tenderiam adesaparecer.Outro estudo, em escala nacional, com foco sobre os potenciais impactossobre espécies marinhas vem sendo desenvolvido pelo Instituto RecifesCosteiros e Universi<strong>da</strong>de Federal de Pernambuco em parceria com o ICMBIOe envolve o monitoramento dos corais em nove uni<strong>da</strong>des de conservaçãoCosteiras e Marinhas.Figura 66: Abundância média de peixes por 100 m2 dentro de áreas compesca (abertas) e sem pesca (fecha<strong>da</strong>s). (Fonte: Programa Nacional deMonitoramento dos Recifes de Coral. MMA, 2008.)83


Figura 67: Cartaz sobre espécies invasoras e ameaças aos ecossistemas marinhosAssim, a meta 4.7 do CONABIO para 2010 ain<strong>da</strong> não teve qualquer avançosignificativo para a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Com a criação de fóruns, programas elegislação especificas relativas as mu<strong>da</strong>nças climáticas em vários estados dobioma e com a implementação do Plano Nacional de Mu<strong>da</strong>nças Climáticaslançado em dezembro de 2008 (após 14 anos <strong>da</strong> retificação <strong>da</strong> Convençãodo clima pelo Congresso Nacional), espera-se um importante avanço nestetema nos próximos anos (Tabela 26).EstadoPossui legislaçãode clima?Indicativo decapaci<strong>da</strong>de paramu<strong>da</strong>nças climáticasno executivo*Possuiinventário deemissões?Possui fórumde mu<strong>da</strong>nçasclimáticasPiauí Não Não Não SimCeará Não Não Não SimRio Grande doNorteNão Não Não NãoParaíbaEmdesenvolvimentoNão Não SimPernambuco Sim Não Não SimAlagoas Não Não Não NãoSergipeEmdesenvolvimentoNão Não NãoBahiaEmdesenvolvimentoSim Não SimMinas Gerais Sim Sim Sim SimEspírito SantoEmEmNãodesenvolvimentodesenvolvimentoSimRio de Janeiro Sim Sim Sim Sim84


São Paulo Sim SimEmdesenvolvimentoSimGoiás Sim Não Não NãoMato Grossodo SulNão Não Não NãoParanáEmEmNãodesenvolvimentodesenvolvimentoSimSanta Catarina Sim Sim Não SimRio Grande do EmEmNãoSul desenvolvimentodesenvolvimentoSim*Indica capaci<strong>da</strong>de clara na secretaria de meio ambiente dos estados de li<strong>da</strong>r com o tema demu<strong>da</strong>nças climáticas (e.g. Superintendência de Clima e Mercado de Carbono <strong>da</strong> Secretaria doAmbiente do Rio de Janeiro)Tabela 26– Ação dos Estados <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> em relação as mu<strong>da</strong>nças climáticas. (Fonte: WWF Brasil,2010.)85


AVALIAÇÃO DAS METAS DE BIODIVERSIDADE 2010 PARA OBRASIL E PARA A MATA ATLÂNTICACOMPONENTE 44.1 Redução na taxa de desmatamento de 100%no Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, de 75% no BiomaAmazônia e de 50% nos demais biomas.4.2 Redução média de 25% no número de focosde calor em ca<strong>da</strong> bioma.4.3 Criação e consoli<strong>da</strong>ção de uma rede demonitoramento sistemático e padronizado <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de em escala nacional.4.4 To<strong>da</strong>s as espécies no Diagnóstico Nacional deEspécies Exóticas Invasoras com Plano deAção de Prevenção e Controle elaborado.4.5 Planos de manejo implementados paracontrolar pelo menos 25 <strong>da</strong>s principaisespécies exóticas invasoras que maisameaçam os ecossistemas, habitats ouespécies no país.4.6 50% <strong>da</strong>s fontes de poluição <strong>da</strong>s águas esolos e seus impactos sobre a biodiversi<strong>da</strong>decontrolados.4.7 Estímulo a estudos biogeográficos queincluam predições de ocorrência de espéciesem associação a mu<strong>da</strong>nças climáticaspotenciais, pelo uso de Sistemas deInformação Geográfica.MetasNacionaisAvaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>*indica avanços insignificantes ou sem avanços; indica meta não alcança<strong>da</strong>, mas com algumavanço; indica meta não alcança<strong>da</strong>, mas com avanços importantes; indica avançossignificativos; indica uma meta totalmente cumpri<strong>da</strong>; e “?” indica informações insuficientes paradefinir o grau de alcance <strong>da</strong> meta.86


COMPONENTE 5 – ACESSO AOS RECURSOS GENÉTICOS,CONHECIMENTO TRADICIONAIS ASSOCIADOS E REPARTIÇÃODE BENEFÍCIOSNeste componente a CONABIO estabeleceu 8 metas relaciona<strong>da</strong>s ao acessoà recursos genéticos e conhecimentos, tradicionais e também à repartiçãode benefícios, to<strong>da</strong>s de caráter nacional, não sendo possível na maioria doscasos, considerar seu cumprimento de forma isola<strong>da</strong> para o Bioma <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>.Também há que se considerar que tais metas se enquadram em campoain<strong>da</strong> incipiente no Brasil, com grandes lacunas de conhecimento, baseconceitual não consensua<strong>da</strong> e regulamentação legal ain<strong>da</strong> pouco defini<strong>da</strong>.Nas últimas déca<strong>da</strong>s o avanço <strong>da</strong> biotecnologia elevou a exploração derecursos genéticos a um patamar muito mais alto no quadro de economiamundial. O mercado internacional de fitoterápicos envolve cerca de US$ 11bilhões, concentrado nas indústrias de países como os Estados Unidos,França, Japão e Alemanha, que, embora detenham pouca biodiversi<strong>da</strong>de,contam com pesquisa avança<strong>da</strong> que lhes permite grande sucesso natransformação de moléculas de plantas em medicamentos e cosméticos.Estimativas <strong>da</strong> consultoria Analise and Realize, indicam que o Brasil, comodono <strong>da</strong> maior biodiversi<strong>da</strong>de no mundo, poderia gerar pelo menos US$ 5bilhões anuais com a produção de fitoterápicos.A partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1970, o patenteamento de produtos e processosderivados do acesso a recursos genéticos, então considerados “bem comum<strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de”, acirrou o problema pois significou a apropriação dessesrecursos com exclusivi<strong>da</strong>de por alguns países e empresas em detrimentodos países detentores dos recursos genéticos de origem, alijados dosbenefícios econômicos e sociais produzidos com sua utilização.A CDB definiu um novo regime jurídico, no qual os países passaram a tersoberania sobre seus recursos genéticos e sua utilização passou a sujeitarseàs legislações dos países de origem desses recursos. A convenção inovoutambém ao reconhecer o valor dos conhecimentos tradicionais associados àutilização desses recursos e a necessi<strong>da</strong>de de que as comuni<strong>da</strong>desdetentoras desses conhecimentos sejam igualmente beneficia<strong>da</strong>s pelautilização dos mesmos. Para tanto as leis e políticas nacionais devemregular o acesso e a repartição dos benefícios aos recursos genéticos.O Brasil não tem ain<strong>da</strong> um regime legal consoli<strong>da</strong>dopara tratar do tema e esta indefinição tem sidoaltamente prejudicial para o desenvolvimento <strong>da</strong> bioprospecção, para o desenvolvimento <strong>da</strong> biotecnologianacional, para o crescimento <strong>da</strong>s empresas nacionaisdo setor e para as comuni<strong>da</strong>des locais que no atualquadro não são beneficia<strong>da</strong>s pelo uso dos recursosexistentes em seus territórios nem pelo valor agregadode seus conhecimentos tradicionais.Figura 68: Caderno RBMA n°1788


O Projeto de lei sobre o tema está a mais de 10 anos aguar<strong>da</strong>ndoaprovação no Congresso Nacional.A principal legislação brasileira neste campo é a Medi<strong>da</strong> Provisória n.º 2.186-16 de 2001, que foi reedita<strong>da</strong> várias vezes e que, entre outros pontos,determina que o acesso ao conhecimento tradicional associado e aopatrimônio genético existente no país, bem como sua remessa para oexterior somente sejam efetivados mediante autorização <strong>da</strong> União, e instituicomo autori<strong>da</strong>de competente para este fim o Conselho de Gestão doPatrimônio Genético – CGEN.Até hoje, to<strong>da</strong>via apenas parte dos artigos <strong>da</strong> MP foi regulamenta<strong>da</strong> o quedificulta a aplicação e o cumprimento <strong>da</strong> legislação.Segundo <strong>da</strong>dos do MMA mais de 100 processo solicitando acesso a recursosgenéticos estão suspensos atualmente no CGEN aguar<strong>da</strong>ndo definições <strong>da</strong>sregras específicas para ca<strong>da</strong> caso. Vários deles estão relacionados comrecursos <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> como pinhão, pitanga, maracujá, erva-mate,caju, diversas plantas medicinais e animais peçonhentos.Figuras 69, 70 e 71: Publicações sobre o uso sustentável na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>89


Enquanto isto, por deficiência nos sistemas de controle e fiscalizaçãocontinuamos a ser vítimas de um intenso processo de biopiratariaenvolvendo espécies <strong>da</strong> flora e fauna, muitas delas <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Estudos realizados pela RENCTAS (Rede Nacional de Combate ao Tráfico deAnimais Silvestres) sobre tráfico de animais brasileiros mostram que váriasespécies de serpentes aranhas, escorpiões, alguns insetos e anfíbios, temalto valor de mercado para estudos biomédicos devido aos princípios ativosexistentes em seus venenos e em outras substâncias deles extraí<strong>da</strong>s.Segundo os referidos estudos, neste grupo encontram-se as espécies quefornecem substâncias químicas que servem como base para a pesquisa eprodução de medicamentos. É um grupo que, devido à intensa incursão depesquisadores ilegais no território brasileiro, em busca de novas espécies,aumenta a ca<strong>da</strong> dia.É importante ressaltar que nem todo o tráfico de animais e seus produtossão biopirataria, mas to<strong>da</strong> biopirataria é tráfico. Esta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>demovimenta altos valores. O veneno de aranhas-armadeiras, Phoneutria sp.,está sendo estu<strong>da</strong>do para <strong>da</strong>r origem a um eficiente analgésico , e poderávaler US$ 4,000 o grama quando se tornar um medicamento (Coutinho,2001).A tabela a seguir apresenta o alto valor no mercado internacional do gramade substâncias extraí<strong>da</strong>s de alguns animais brasileiros, todos elesencontrados na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Tabela 27: Fonte RENCTAS 2001As cobras venenosas como as jararacas, (Bothrops sp.), são de grandevalor para o mercado biomédico (vide tabela). A Jararaca-ilhoa, Bothropsinsularis, criticamente em risco de extinção, por ser endêmica <strong>da</strong> Ilha <strong>da</strong>Queima<strong>da</strong> Grande no Estado de São Paulo, tem como uma de suasprincipais ameaças o comércio ilegal, com deman<strong>da</strong> para criação emcativeiro e estudos de seu veneno (Faria, 1999).90


Tabela 28: Valor do grama de veneno de serpentes brasileiras no mercado interncaional. FonteSIGMA, 1998Como resultado dessas pesquisas ilegais, vários produtos derivados denossos recursos genéticos vem sendo patenteados no exterior.Dentre os casos relatados para recursos <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> pode-se citar oveneno <strong>da</strong> Jacaraca (Bothrops jararaca) cuja ação contra a hipertensão foicomprova<strong>da</strong> por uma pesquisa desenvolvi<strong>da</strong> no Brasil na déca<strong>da</strong> de 1970, eque deu origem à droga Captopril, patentea<strong>da</strong> pelo laboratório Squibb.Dentre as plantas estão o Jaborandi (Pilocarpus pennatifilius) exclusiva doBrasil, que teve sua patente registra<strong>da</strong> pela industria alemã Merk em 1991,e a Espinheira Santa (Maytenus ilicifolia), típica <strong>da</strong>s regiões sudeste e sul <strong>da</strong><strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e que teve um remédio que utiliza seu extrato patenteadopela empresa japonesa Nippon Mektron em 1996.O caso <strong>da</strong> Espinheira Santa é exemplar para demonstrar não apenas oprocesso de biopirataria e patenteamento de uma espécie semconsentimento do país de origem, como também de desrespeito aoconhecimento tradicional associado, uma vez que seu chá é um remédiopopular para tratar de problemas estomacais, quali<strong>da</strong>de esta demonstra<strong>da</strong>cientificamente desde a déca<strong>da</strong> de 1920 por pesquisa que comprovou aação <strong>da</strong> planta contra úlcera.Foi também a partir do uso tradicional de uma espécie típica <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, a erva-baleeira (Cordia verbenacea) que foi produzido o primeiromedicamento totalmente desenvolvido no país, o inflamatório Acheflan,comercializado pelo laboratório brasileiro Aché desde 2005.Neste caso houve pagamento pelos serviços dos pesquisadores envolvidos(Universi<strong>da</strong>de Federal de Santa Catarina), mas não existe previsão denenhum pagamento de Royalty para eles ou repartição de benefício paraqualquer comuni<strong>da</strong>de cujo conhecimento tradicional seja associado ao uso<strong>da</strong> planta medicinal.Dentre as metas <strong>da</strong> CONABIO para 2010 está a meta 5.7 que se refere ànecessi<strong>da</strong>de de que 100% <strong>da</strong>s solicitações de patentes de invenção deprodutos e processos derivados de acesso ao patrimônio genético e aoconhecimento tradicional associado tenham identificação de origem eautorização de acesso.91


Em 2007 o CGEN aprovou uma resolução determinando que as solicitaçõesde patentes, devem necessariamente incluir informações sobre a origem dorecurso genético sendo utilizado e prova de acesso autorizado. Deladecorreu uma resolução similar do Instituto Nacional de Proprie<strong>da</strong>deIndustrial para fins de patente. To<strong>da</strong>via, segundo <strong>da</strong>dos do Relatório CDB-2010/MMA “<strong>da</strong><strong>da</strong> a séria deficiência do número de funcionários, existe umatraso de vários anos na análise <strong>da</strong>s solicitações de patentes deposita<strong>da</strong>s noINPI e a instituição está atualmente analisando solicitações apresenta<strong>da</strong>sem 2000”.O acesso aos recursosgenéticos junto àcomuni<strong>da</strong>des tem setornando de difícil operaçãotambém devido asindefinições legais relativasà repartição de benefíciosrelacionadosaosconhecimentos tradicionaisassociados, questãopendente tanto paraespécies nativas quantopara recursos proveniente<strong>da</strong> agrobiodiversi<strong>da</strong>deassocia<strong>da</strong> aos cultivares.Em relação aos cultivares eàs espécies nativas demaior impotância agrícola,destacam-se os trabalhos<strong>da</strong> Embrapa que mantémbancos de germoplasma erealiza inventários deparentes silvestres dessasespécies.Figura 72 - Localização dos principais bancos de germoplasma <strong>da</strong>Embrapa para espécies nativas <strong>da</strong> flora. (Fonte: CN-RBMA, 2002)Algumas normas legais e programas de governo têm contribuído parareforçar os direitos comunitários sobre recursos genéticos, como o Decreto6.047/2007 que estabelece a “Política Nacional de DesenvolvimentoSustentável dos Povos e Comuni<strong>da</strong>des Tradicionais”, o “Programa deAgrobiodiversi<strong>da</strong>de” coordenado desde 2008 pelo MMA em conjunto com oMDA, o MDS, a CONAB e a EMBRAPA, bem como a Política Nacional dePlantas Medicinais e Fitoterápicos (2006), que estabeleceu as diretrizes epriori<strong>da</strong>de para garantir o uso seguro e racional desses produtos no país.Porém permanece a necessi<strong>da</strong>de de se desenvolver uma legislaçãoespecífica que estabeleça um sistema de proteção dos conhecimentos,inovações e práticas associa<strong>da</strong>s a estes recursos levando em consideração92


suas peculari<strong>da</strong>des, formas de transmissão, caráter coletivo e dinâmico(MMA,2010).A questão é complexa uma vez que os instrumentos de proteção maisconsoli<strong>da</strong>dos, como patentes e proprie<strong>da</strong>de intelectual não se aplicamadequa<strong>da</strong>mente aos conhecimentos tradicionais que são, essencialmentecoletivos, transmitidos oralmente, frequentemente não exclusivos de umgrupo e com origem no tempo impossível de se precisar.Além disso, o sistema de patentes e os direitos de proprie<strong>da</strong>de intelectualconferem um monopólio temporal aos seus detentores que contraria aessência dos processos de geração e utilização dos conhecimentostradicionais, baseados no livre intercâmbio de sementes, praticas medicinaise outras.Por esta razão defende-se a adoção do conceito de direitos intelectuaiscoletivos ou comunitários para excluir a proprie<strong>da</strong>de, em virtude de seucaráter exclusivista, monopolista e individualiasta.Tais aspectos embora diretamente relacionados com a área ambiental <strong>da</strong>doseu objetivo central – biodiversi<strong>da</strong>de e recursos genéticos, é tema focaligualmente <strong>da</strong> área cultural por tratar-se de conhecimentos reconhecidoscomo Patrimônio Imaterial a ser protegido junto às comuni<strong>da</strong>destradicionais do país. A figura – mostra a distribuição principais populaçõestradicionais não indígena <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.POPULAÇÕES TRADICIONAIS NÃO-INDÍGENAS NA MATA ATLÂNTICAREVISTA PATRIMÔNIOIMATERIALFigura 73: Populações Tradicionais não-indigenas na <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> (Fonte: CN-RBMA 2000)Nota: As áreas mapea<strong>da</strong>s não representam a ocorrência exata<strong>da</strong>s populações tradicionais não-indígenas, mas porções deterritório historicamente ocupa<strong>da</strong>s por elas.Figura 74: Publicação sobrePatrimônio Imaterial eBiodiversi<strong>da</strong>de onde se destaca acomplexi<strong>da</strong>de dos temasrelacionados ao acesso a recursosgenéticos e repartição de benefíciosrelacionados aos conhecimentostradicionais sobre a biodiversi<strong>da</strong>de.Dentre as estratégias prioritárias para o atingimento <strong>da</strong>s metas relativas aoacesso e repartição de benefícios <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e dos conhecimentostradicionais associados destacam-se: a) a busca de um regime jurídico “sui93


generis” de proteção aos conhecimentos tradicionais que reconheça opluralismo jurídico e os sistemas de representação peculiar dos povosindígenas e tradicionais e b) a delimitação de terras indígenas e a criação deÁreas Protegi<strong>da</strong>s de Uso Sustentável, especialmente <strong>Reserva</strong>s Extrativistas- RESEX e <strong>Reserva</strong>s de Desenvolvimento Sustentável – RDS, onde seidentificam os recursos genéticos do território, as comuni<strong>da</strong>des detentorasdo conhecimento tradicional associado e se dispõe de formas jurídicas maissimplificados para assegurar o consentimento do acesso aos recursos econhecimentos associados, bem como para o estabelecimento deprocedimentos justos de repartição de benefícios do uso desse Patrimônio.Nos últimos anos foram cria<strong>da</strong>s diversas Resex e RDS na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,mas ain<strong>da</strong> não existe um trabalho sistemático de identificação,mapeamento e reconhecimento formal <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des tradicionais doBioma. O reconhecimento dessas culturas, sua relação com o território eseus recursos naturais é questão-chave para a conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de e atingimento <strong>da</strong>s metas de repartição de benefíciosprevistos neste componente.O acesso e a Repartição de Benefícios (ABS - na sigla em inglês) <strong>da</strong>Biodiversi<strong>da</strong>de é um dos temas centrais <strong>da</strong> COP-10, em Nagoya, e devegerar diretrizes que contribuam para a definição <strong>da</strong>s políticas nacionais einternacionais relaciona<strong>da</strong>s a esses temas.94


AVALIAÇÃO DAS METAS DE BIODIVERSIDADE 2010 PARA O BRASILE PARA A MATA ATLÂNTICACOMPONENTE 55.1 To<strong>da</strong>s as políticas públicas relevantes para osconhecimentos tradicionais implementa<strong>da</strong>sem atendimento às disposições do Artigo 8j<strong>da</strong> CDB.5.2 Conhecimentos, inovações e práticas dospovos indígenas e comuni<strong>da</strong>des tradicionaisprotegidos.5.3 100% <strong>da</strong>s publicações científicas ou dedivulgação decorrentes de acesso aconhecimento tradicional com identificaçãode sua origem.5.4 100% <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des de acesso aconhecimentos tradicionais comconsentimento prévio fun<strong>da</strong>mentado,obrigatorie<strong>da</strong>de de retorno do conhecimentogerado e repartição de benefícios.5.5 Lei de acesso e repartição de benefícios, nostermos <strong>da</strong> CDB, aprova<strong>da</strong> pelo CongressoNacional e implementa<strong>da</strong> em 100% <strong>da</strong>sativi<strong>da</strong>des de acesso e remessa de acordocom a legislação nacional.5.6 Benefícios resultantes do uso comercial dosrecursos genéticos efetivamente repartidosde forma justa e eqüitativa em prol <strong>da</strong>conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.5.7 100% <strong>da</strong>s solicitações de patentes deinvenção de produtos e processos derivadosde acesso ao patrimônio genético e aoconhecimento tradicional associado comidentificação de origem e autorização deacesso.5.8 Repartição de benefícios no âmbito doTratado sobre Recursos Fitogenéticos para aAlimentação e Agricultura implementado nopaís.MetasNacionais??Avaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>*indica avanços insignificantes ou sem avanços; indica meta não alcança<strong>da</strong>,mas com algum avanço; indica meta não alcança<strong>da</strong>, mas com avançosimportantes; indica avanços significativos; indica uma meta totalmentecumpri<strong>da</strong>; e “?” indica informações insuficientes para definir o grau de alcance <strong>da</strong>meta.95


COMPONENTE 6 – EDUCAÇÃO, SENSIBILIZAÇÃO PÚBLICA,INFORMAÇÃO E DIVULGAÇÃO SOBRE BIODIVERSIDADEO componente 6 reúne três metas nacionais relaciona<strong>da</strong>s à informação,educação e mobilização social em prol <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de, nos quais sereconhece o papel fun<strong>da</strong>mental dos ci<strong>da</strong>dãos na conservação e usosustentável <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.Segundo pesquisa realiza<strong>da</strong> pela União pelo Bio Comércio Ético UEBT emvários países, em 2010, a socie<strong>da</strong>de brasileira é atualmente uma <strong>da</strong>s maisinforma<strong>da</strong>s sobre temas ambientais em todo mundo. Esta pesquisaidentificou, por exemplo que 94% <strong>da</strong> população pesquisa<strong>da</strong> já tomouconhecimento do termo “biodiversi<strong>da</strong>de” e, em sua grande maioria,apresentou respostas coerentes sobre o significado do termo. Ain<strong>da</strong> assim,há uma grande defasagem entre o acesso à informação e a efetivasensibilização sobre sua importância e sua aplicação prática nas açõescotidianas.Pesquisas realiza<strong>da</strong>s pelo ISER sobre “O que pensam os brasileiros sobre aEcologia” realiza<strong>da</strong>s em 1992, 1997, 2002 e 2006, indicam que uma maiorconscientização e mobilização vêm efetivamente crescendo na socie<strong>da</strong>debrasileira. Outros indicadores confirmam esta tendência, especialmente naregião <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, onde existem mais de 300 ONGs ambientalistas emais de 200 mil pessoas estão filia<strong>da</strong>s às mesmas.Segundo o IBGE (2002) o número de ONGs no Brasil aumentou de 105 milpara 276 mil, no período de 1996 a 2002, um crescimento de 157%.Dessas, grande parte se dedicam a causas ambientais. Em novo estudo(2202-2005) o IBGE apontou um menor ritmo de crescimento do número deONGs em geral (22%), mas identificou que o crescimento <strong>da</strong>s ONGsambientalistas foi cerca de três vezes maior que esta média (61%). Estes<strong>da</strong>dos indicam, ao mesmo tempo uma ampliação do trabalho voluntário, <strong>da</strong>capaci<strong>da</strong>de de organização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> importância crescente dostemas ambientais.Embora existam situações muito diferencia<strong>da</strong>s entre regiões, entreambientes urbanos, Peri-urbanos e rurais e também entre segmentoseconômicos, é indiscutível o aumento no grau de sensibilização do públiconacional para a necessi<strong>da</strong>de de conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e para outrostemas ambientais.No caso <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> tal crescimento teve como principaisprotagonistas as ONGs e a mídia (impressa, radiofônica e televisiva) que,especialmente a partir dos anos 80 desenvolveram uma intensa parceria.Na déca<strong>da</strong> de 1990, governos e academia também passaram a ampliar seupapel na geração e divulgação de informações e na promoção <strong>da</strong> educaçãoambiental formal e informal. Mais recentemente o setor empresarial maisesclarecido também vem contribuindo significativamente nesta direção.97


Figura 75, 76, 77 e 78: Campanhasem defesa <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>outras.A campanha “Estão tirando o verde <strong>da</strong> nossaterra”, lança<strong>da</strong> pela Fun<strong>da</strong>ção SOS <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> em 1987 representou um marco nasensibilização <strong>da</strong> população para a situaçãocrítica e a necessi<strong>da</strong>de de conservação dessebioma com sua rica biodiversi<strong>da</strong>de. Ao longodos anos diversos outras campanhasmobilizaram os brasileiros neste sentido, àexemplo <strong>da</strong> Campanha do “DesmatamentoZero” lança<strong>da</strong> em 2001 pela Rede de ONGs<strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, a campanha “CondutaConsciente” nos vários ecossistemaspromovi<strong>da</strong> pelo MMA, as campanhas sobreconservação <strong>da</strong>s águas e sobre “ pega<strong>da</strong>ecológica” do WWF-Brasil, entre muitasO tema <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de também ganhou força com váriosprojetos de defesa de “especies-bandeira”, como o Mico Leão Dourado, asbaleais e as tartarugas marinhas, entre outrosFigura 79, 80, 81, 82 e 83:Projetos de proteção à fauna na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e Zona MarinhaAo mesmo tempo, notícias regulares e cadernos especiais nos jornais degrande circulação e programas televisivos com temas ecológicos (GloboEcologia, Repórter Eco, entre outros) também tiveram grande importânciana conscientização ambiental dos brasileiros.Por outro lado, cresceram em muito nas últimas duas déca<strong>da</strong>s aspublicações científicas relaciona<strong>da</strong>s à <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> que, embora restritas aum público menor e específico, tem servido para unificar o discurso e gerarnovos <strong>da</strong>dos voltados à conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de do bioma onde seconcentra 2/3 <strong>da</strong> população brasileira. Várias outras publicações técnicastem ampliado o acesso público à informações de quali<strong>da</strong>de sobre abiodiversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Dentre estas publicações se destacam asproduzi<strong>da</strong>s pela ONGs Conservação Internacional, SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,WWF-Brasil e TNC entre diversas outras, bem como a série “Biodiversi<strong>da</strong>de”98


do Ministério do Meio Ambiente, “os cadernos <strong>da</strong> RBMA” produzi<strong>da</strong>s pela<strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e vasto material gerado pelos órgãosestaduais e municipais de meio ambiente e educação.Figuras 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92 , 93, 94, 95, 96, 97, 98 e 99:Publicações relaciona<strong>da</strong>s à <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>99


Como advento <strong>da</strong> internet multiplicaram-se as fontes de acesso e os meiosde comunicação relacionadosaos temas ambientais. Atualmentesãoinúmeros os sites específicos sobre a <strong>Mata</strong>a <strong>Atlântica</strong>ou com vasto materialsobre o bioma. Alguns deles,indicados no portal <strong>da</strong> RBMA, estãorelacionados no final deste capítulo.A internet trouxe igualmenteuma nova mídia jornalística no campoambiental à exemplo dos sitess “O Eco” ”, “Envolverde” “Portal do MeioAmbiente” e “Ambiente Brasil” que tem na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>um de seusprincipais focos.A abrangênciaa e veloci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> internet, através dose-mails, blogs, gruposde discussãoe redessociais,ampliaram em muito o potencial dedisseminaçãode informações, a divulgaçãode denúncias e a articulação decampanhas. Isto tem sido fun<strong>da</strong>mental na atuação de pessoass e instituiçõesem defesa <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, especialmente quandoáreas prioritáriasparaconservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de são ameaça<strong>da</strong>s por projetos dealto impacto.O acesso à informaçãode quali<strong>da</strong>de sobre a biodiversi<strong>da</strong>de não é suficiente,to<strong>da</strong>via para assegurar o grau desejado deconsciência de sua importância eassegurar suaconservação. Paraa tanto é igualmente importante que ca<strong>da</strong>vez mais se associem as informações sobrea diversi<strong>da</strong>de biológica comseupapel na economia, nacultura e na quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas e <strong>da</strong>coletivi<strong>da</strong>de.Só assim, integrando informação dequali<strong>da</strong>de, educação,mobilização e canais permanentes de participação se poderá atingiradequa<strong>da</strong>mente as metas e objetivos previstos nestee componente.Estetem sido em grande parte o papel <strong>da</strong>sredes de ação paraa conservação,uso sustentável e repartição de benefícios <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>dee biológicanoâmbito <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Dentree elas cabe citar a Rede de ONGs <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> cria<strong>da</strong> em 1992 que reúne mais de 250 enti<strong>da</strong>des, a Rede RBMAforma<strong>da</strong> pelosistemade gestão (Comitês Estaduais,Sub Comitês,Colegiados, Conselho Nacional) <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,envolvendo cerca de 200 Instituições, o Pacto pela Restauração <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, integrado por mais de150 enti<strong>da</strong>des governamentais, ONGs esetores acadêmico e empresarial, a Rede Brasileira de Educação Ambiental– REBEA e a Rede Brasileira de informaçãoo Ambiental – REBIA, entre muitasoutras com forte atração atuaçãono bioma.Figura 100, 101, 102 e 103: Rede de enti<strong>da</strong>des para conservação e uso sustentável <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>O fortalecimento dessass redes é uma <strong>da</strong>s metas nacionais de biodiversi<strong>da</strong>depor seu papelna conservação, educação e mobilização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.Faltaporém uma política de estímulo às redes sócio-ambientais e muitas delas100


encontram dificul<strong>da</strong>des logísticas e financeiras que reduzem em muito seupotencial de ação. Ain<strong>da</strong> assim, na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> seu papel tem sido degrande importância na conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.Um dos principais resultados <strong>da</strong>s capacitações em gestão participativapromovi<strong>da</strong>s pela AMANE e parceiros no Nordeste foi a criação <strong>da</strong> Rede deGestores de UCs do Centro de Endemismo Pernambuco também com oapoio do PDA/MMA. A formação <strong>da</strong> rede tem como objetivo contribuir para aimplementação de UCs na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> <strong>da</strong> região denomina<strong>da</strong> Centro deEndemismo Pernambuco, envolvendo os Estados do Rio Grande do Norte,<strong>da</strong> Paraíba, de Pernambuco e de Alagoas.Participam <strong>da</strong> criação <strong>da</strong> rede órgãos estaduais de meio ambiente, o ICMBioe organizações não governamentais, como TNC, CI-Brasil e CEPAN. Essasinstituições foram previamente integra<strong>da</strong>s ao projeto, mas outras estãosendo incorpora<strong>da</strong>s como prefeituras, universi<strong>da</strong>des e centros de pesquisa.A grande pressão que vem ocorrendo no meio político nacional e em váriosestados pela descaracterização <strong>da</strong> legislação ambiental brasileira, asdificul<strong>da</strong>des crescentes para a criação de Uni<strong>da</strong>des de Conservação e aretoma<strong>da</strong> do discurso anacrônico de que “o meio ambiente é um obstáculoao desenvolvimento” por alguns setores econômicos, especialmente oagronegócio, tem indicado, porém que parte importante <strong>da</strong> população ain<strong>da</strong>não assimilou os princípios do desenvolvimento sustentável no Brasil.Mu<strong>da</strong>r esse quadro, objetivo central deste componente <strong>da</strong> CDB, requermetas muito mais ousa<strong>da</strong>s e estratégias mais eficazes para os próximosanos no país. Na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, <strong>da</strong>do o grau de destruição do bioma,enfoque educacional é ain<strong>da</strong> mais urgente.Segue a tabela de avaliação para o componente 6 e, na seqüência váriossites ambientais de referência para o bioma.101


AVALIAÇÃO DAS METAS DE BIODIVERSIDADE 2010 PARA O BRASILE PARA A MATA ATLÂNTICACOMPONENTE 66.1 Incorporação <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>debiológica e <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de suaconservação, uso sustentável e repartição debenefícios nos programas de comunicação,educação e conscientização pública.6.2 Ampliação do acesso a informação dequali<strong>da</strong>de sobre conservação, usosustentável e repartição de benefícios <strong>da</strong>diversi<strong>da</strong>de biológica.6.3 Estabelecimento e fortalecimento de redesde ações para conservação, uso sustentávele repartição de benefícios <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>debiológica.MetasNacionaisAvaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>*indica avanços insignificantes ou sem avanços; indica meta não alcança<strong>da</strong>,mas com algum avanço; indica meta não alcança<strong>da</strong>, mas com avançosimportantes; indica avanços significativos; indica uma meta totalmentecumpri<strong>da</strong>; e “?” indica informações insuficientes para definir o grau de alcance <strong>da</strong>meta.102


SITES DE REFERÊNCIAAMANE-Associaçãopara Proteção <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> doNordestewww.amane.org.brO site é atualizadocom notícias sobre a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>do Nordeste e ativi<strong>da</strong>des que envolvem a instituição eseus parceiros. Possui linksdescrevendo a missão <strong>da</strong>AMANE, as áreas de atuação, programas e projetos,publicações, equipe, dicas decomo colaborar com a <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> e sugestão de sites ambientais. A AMANEabriga também o Colegiado Regional Nordeste <strong>da</strong> RBMAsob a coordenaçãoo de Mariaa <strong>da</strong>s Dores Melo, DiretoraExecutiva <strong>da</strong> AMANE.AMDA-Associação Mineira de Defesa doMeio Ambientewww.am<strong>da</strong>.org.brPossui umboletim informativo diário,com informaçõesambientais atualiza<strong>da</strong>s, agen<strong>da</strong> de eventos e enquetessobre a temática ambiental nacional.Ambiente Brasilwww.ambientebrasil.com.brNotícias ambientaisdiárias sobre os mais diversificadosassuntos ambientais.Dá a opção ao internauta de seca<strong>da</strong>strar e receberr um boletim diário com o resumo <strong>da</strong>snotícias. O site possue também vasto material sobreeventos ambientais, legislação e etc.Ambiente Globalwww.ambienteglobal.com.brSite que possue muitos link relacionados àsnotíciasambientais.Temparceriacomo PortalTerramerica.com.br, que produz artigos e informativossobre o meio ambiente nas Américas.Associação Mico-leão Douradowww.micoleao.org.brApresentaum ricomaterial sobre assuntos variados:<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,o mico-leão<strong>Mata</strong> Ciliar - recuperação dedourado,ÁreasdePreservação Permanente,florestas, Direito de proprie<strong>da</strong>de,Ato DeclaratórioAmbiental Imposto Territorial Rural.BDT - Base de Dados Tropicalwww.bdt. fat.org.brO link 'Informações Científicas' apresenta traz umacompilação de <strong>da</strong>dos sobre as espéciess arbóreas<strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, incluindo uma listagem de 1379 espécies, alémde lista <strong>da</strong>s espécies <strong>da</strong> flora e <strong>da</strong> fauna ameaça<strong>da</strong>s deextinção e outros.Projetose informações específicassobre <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> nos links “Biomas”,“Desenvolvimento Sustentável”, “Conservação”e atravésde busca.Biodiversi<strong>da</strong>de Brasileira (2002)http://www.biodiversi<strong>da</strong>de.rs.gov.br/<strong>arquivo</strong>s/biodiversi<strong>da</strong>debrasileira_mma.pdf103


BIOTA-FAPESPwww.biota.org.brSite do Programaa de Pesquisas em Caracterização,Conservaçãoe UsoSustentável<strong>da</strong>Biodiversi<strong>da</strong>de do Estado de São Paulo, denominadoBIOTA-FAPESP, o Instituto Virtual paraa a Biodiversi<strong>da</strong>de.Tem link para o Sistema de Informação Ambiental-SinBiota, Atlas e para a Revista Biota Neotropica. Possuiversão eminglês.Catalogo de PlantasRaras doBrasil (2009)http://www.plantasraras.org.brCEPAN- Centro de Pesquisas Ambientais do Nordestewww.cepan.org.brO site apresenta um vasto material sobre o Centro deEndemismo de Pernambuco,além de informações sobregrupos depesquisa, projetos e ativi<strong>da</strong>des do Centro.CETESB- Companhia de Tecnologia e SaneamenttoAmbientalwww.cetesb.sp.gov.brLink para os temas mais variados, desde ÁguasSubterrâneas até Resíduos Sólidos. No link Serviço, ointernautaa pode consultar a biblioteca, an<strong>da</strong>mento deprocessos, entre outros.Comissão Mundial de Áreas Protegi<strong>da</strong>s (WCPA) - TheWorld Conservationn Union (IUCN)www.iucn.org/themes/wcpaConfederação Nacional de RPPNwww.rppnbrasil.org.brConservação Internacionalwww.conservation.org.brNo link '<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> & CamposSulinos',textocompleto do projeto de "Avaliação e Ações Prioritáriaspara Conservaçãodos BiomasFloresta<strong>Atlântica</strong>eCampos Sulinos" , com apresentação,objetivos,abrangência etc. Na ´página, link para a Aliança paraConservação <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, feita em parceria com aSOS <strong>Mata</strong>a <strong>Atlântica</strong>, que traz informações sobre o bioma,limites, priori<strong>da</strong>des, uni<strong>da</strong>desde conservação, projetos eprogramas realizados pela instituição.Embrapawww.embrapa.brSite <strong>da</strong> Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuáriasque contém a ferramentaa de pesquisa,onde seencontrammatériasrelaciona<strong>da</strong>s à <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.EMBRATUR- Instituto Brasileiro de Turismowww.embratur.gov.brCom link como Apoio ao Turista, Produtos Brasileiros,Festas Populares e Religiosass e Calendário de eventos no104


Brasil. Hálink também para downloads de documentos epalestras.Envolverdeewww.envolverde.com.brFATMA-Fun<strong>da</strong>ção deMeio Ambiente deSanta Catarinawww.fatma.sc.gov.brSite <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção de Meio Ambiente de Santa Catarina.Tem link especialmente dedicado à <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong><strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e seu Comitê no Estado.Federação<strong>da</strong>s <strong>Reserva</strong>s Ecológicas Particulares doEstado deSão Paulowww.frepesp.org.brrFEPAM- Fun<strong>da</strong>ção Estadual e Proteção AmbientalHenrique Luis Roesslerwww.fepam.rs.gov..brNo link “Programas e Projetos” há acessoparainformações <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e a <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong>no Estado. Possui mapa com a região <strong>da</strong> RBMA noEstado.Funbio – Fundo Brasileiro para a Biodiversi<strong>da</strong>dewww.funbio.org.brSite do Funbio com importantesinformaçõesinstitucionais e de programas.Noespaço “FunbioInforma”, links de acesso para Editais publicados peloFundo. Possui versão em inglês.Fun<strong>da</strong>ção Biodiversitaswww.biodiversitas.org.brDescrição dos projetos depreservação e educaçãoambientaldesenvolvidospela instituição,que éproprietária e administradora <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> Particular doPatrimônio Natural (RPPN) <strong>Mata</strong> do Sossego, em MinasGerais, e <strong>da</strong> Estação Biológica de Canudos, na Bahia. Nolink ‘Conservação<strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de’, divulga lista deespécies em extinção de Minas Gerais e referênciasbibliográficas dos mamíferos brasileiros.Fun<strong>da</strong>ção para Conservação e Produção Florestal doEstado e São Paulowww.fflorestal.sp.gov.brSite <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Florestal de São Paulo, vincula<strong>da</strong> àSecretariaa de Meio Ambientee tem por objetivo contribuirpara a conservaçãoo e manejo <strong>da</strong>s áreas protegi<strong>da</strong>s doEstado .Contém links comoViveiros,Sementes,Recuperação Florestal, entre outros.Fun<strong>da</strong>ção O Boticáriowww.fun<strong>da</strong>caoboticario.org.brSite <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção O Boticário de Proteção à Natureza.Contém informações <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção, link para apoio aprojetos, educaçãoe mobilizaçãoe áreas naturaisprotegi<strong>da</strong>s. Também apresenta imagens e informaçõessobre a <strong>Reserva</strong> Natural de Salto Morato, no Paraná.105


Gambá – Grupo Ambientalista <strong>da</strong> Bahiaawww.gamba.org.brTem áreas para políticas públicas, projetos e notícias. Épreciso navegar pelomenu paraencontrarasinformações sobre <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Na home, há umboletim informativoo <strong>da</strong> Redee de ONGs <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,com informações e notícias do bioma.IBAMAwww.ibama.gov.brNo link Ecossistemas, há um espaço dedicado à <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> com um texto geral e <strong>da</strong>dos sobre extensão,história e importância, descrição dos ecossistemasassociados <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,descriçãode projetoscomo os CorredoresEcológicos de SC e do Rio Paraná evaloração dos Parques Nacionais do Iguaçu e doSuperagüi.IAP – Instituto Ambiental do Paranáwww.pr.gov.br/iap//IBio – Instituto Bioatlanticowww.bioatlantico.org.brIBGEwww.ibge.org.brICMBIOwww.icmbio.gov.brIESB – Instituto de Estudos Sócio-Ambientais doSul <strong>da</strong>Bahiawww.iesb.org.brO site apresenta os projetos, estudoss e programas depreservação, ecoturismo e educação ambiental para aregiãosul <strong>da</strong> Bahia. Apresentaexemplosdecomuni<strong>da</strong>des que trabalhamcom o desenvolvimentosustentável, artigos sobre políticas públicas,além deinformações sobreo geoprocessamento aplicado aoplanejamento e monitoramento ambiental.IMA – Alagoaswww.ima. .al.gov.brINEA – RJwww.inea.rj.gov.br106


INPEwww.inpe.brInstituto de Pesquisas JardimBotânico do Rio deJaneirowww.jbrj. gov.brCom link para visitas virtuais e para o Jardim Botânicodo Rio deJaneiro, que possui informações históricas edá acesso ao <strong>arquivo</strong> do Jardim, além <strong>da</strong> série deEstudos e contribuições.IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicaswww.ipe.org.brNo link ‘Projetos’,descriçãode várias iniciativasrelaciona<strong>da</strong>s à <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, como os corredoresecológicos, os detetives ecológicos e outros relacionadosà flora e à fauna dobioma.ISA – Instituto Socioambientalwww.socioambiental.org.brInformações sobreo Programa <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, com<strong>da</strong>dos de extensão no link 'Programas'. Em ‘Mapas’, háum link para um mapa interativo <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>elaboradoo pelo Laboratóriode Geoprocessamento doInstituto.Jornal do Meio Ambientewww.jornaldomeioambiente.com.brCoordenado no Riode Janeiro, pelo jornalista carioca evencedor do prêmioBrasil 500 <strong>da</strong> ONU, Vilmar Berna, osite tem espaço para artigosde especialistas e publicareleases enviados por enti<strong>da</strong>des ambientalistas.O ECOwww.oeco. .com.brMDAwww.m<strong>da</strong>. gov.brMMA – Ministério doMeio Ambientewww.mma.gov.brNesta página são disponibiliza<strong>da</strong>s informações sobrelocalização e biodiversi<strong>da</strong>dede todos os biomas. Existeum espaço especialpara a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Pacto pela Restauração <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>www.pactomataatlantica.org.brRede de ONGs <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>www.rma.org.brNotícias, descrição de decretos e projetos em que atua,além de informações gerais, como domínio, história eimportância <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Traz lista <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong>desassocia<strong>da</strong>s à Rede com <strong>da</strong>dospara contato.107


RBMA – <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>www.rbma.org.brSBE- Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Espeleologiawww.sbe. com.brCom informaçõessobre a atuação <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>deBrasileira de Espeleologia.Secretariaa do Meio Ambiente do Estadode São Paulowww.ambiente.sp.gov.brCom múltiplasinformaçõesregionaissobremeioambiente,incluindoa <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Tambémm possuilink para enti<strong>da</strong>despara outras instituições vincula<strong>da</strong>s àSMA, como Instituto de Botânica e Instituto Florestal.SECTMA-Secretariade Ciência, Tecnologia e MeioAmbiente de Pernambucowww.sectma.pe.gov.brO site tem link para o Atlas <strong>da</strong>Biodiversi<strong>da</strong>de,documento único no Nordeste , cque tem a catalogaçãode oito mil espécies. Tem informações gerais sobrerecursos hídricos, meio ambiente e ciência e tecnologia.SEIA- Sistema Estadual de Informações Ambientais -Bahiawww.seia.ba.gov.brCom informaçõessobre o Centrode RecursosAmbientais- CRA, o site também temum linkpara oProjeto CorredoresEcológicos, em “Projetos Especiais”.SEMAD-Secretaria de Meio Ambiente e DesenvolvimentoSustentável de Minas Geraiswww.semad.mg.gov.brSite com link para ao Conselho Estadual dePolíticaAmbiental, Conselho Estadual de RecursosHídricos,Fun<strong>da</strong>ção Estadual de Meio Ambiente, Instituto Estadualde Florestas e Instituto Mineiro de Gestão <strong>da</strong>s Águas.SNE- Socie<strong>da</strong>de Nordestina de Ecologiawww.sne. .org.brDivulga os trabalhos <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de, principalmente os decampo. Destaque também para o estudo Mapeamentodos Remanescentes Florestais de <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> <strong>da</strong>Região Nordeste.SOS <strong>Mata</strong>a <strong>Atlântica</strong>www.sosmatatlantica.org.brEntre os principais links estão os projetos <strong>da</strong> instituição,manual de denúncias, legislação ambiental, campanhas,loja virtual, além de um acervo com informações sobreárvores nativas<strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Tambémtrazinformações sobre o Atlas dos Remanescentes Florestais<strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,desenvolvido em convênioo com oInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).108


SPVS – Socie<strong>da</strong>de de Proteção <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong> SelvagemeEducação Ambientalwww.spvs.org.brSite <strong>da</strong> instituiçãoque atua principalmente noParaná.Traz informações sobre suas campanhas e projetos, comdestaque parao “Programade ConservaçãodoPapagaio-de-Cara-Roxa”carbono,dicas ecológicas e notícias ambientais.TNC- The Nature Conservancyhttp://nature.org/wherewework/southamerica/brasil/A TNC apresentaaalgumasinformaçõesgerais<strong>da</strong>projetosdeseqüestrodeinstituiçãoe de sua área de atuação no Brasil, comdestaque para vários projetos na <strong>Mata</strong>a <strong>Atlântica</strong>. Possuiversão eminglês.WWF-BRASILwww.wwf.org.brNo menu ‘Biomas’, link para a área ‘<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>’, quetraz descrição, ameaças à região, ações do WWF noBrasil e no mundo,espéciess ameaça<strong>da</strong>s e curiosi<strong>da</strong>des,além de um mapa no menu ‘ Projetos’.WWI-WorldwatchInstitute/UMA-Universi<strong>da</strong>deLivre <strong>da</strong><strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>www.wwiuma.org.br109


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COMPONENTE 7 – FORTALECIMENTO JURÍDICO EINSTITUCIONAL PARA A GESTÃO DA BIODIVERSIDADENo componente 7 – Fortalecimento Jurídico e institucional para a gestão <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de, foram defini<strong>da</strong>s três metas nacionais pela Conabio:1. Captação e disponibilização de recursos novos e adicionais paraimplantação as metas <strong>da</strong> CDB no Brasil;2. Transferência de tecnologias sustentáveis de outros países para oBrasil;3. Intercâmbio entre países em desenvolvimento para implementação<strong>da</strong> CDB.Embora as metas nacionais tenham priorizado as ações relaciona<strong>da</strong>s àtecnologias e recursos associados a cooperação internacional, tambémimportantes para a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, no caso <strong>da</strong> presente avaliação focou-sepreferencialmente no fortalecimento jurídico-institucional interno ao país,área de especial importância na conservação e desenvolvimento no bioma epara o atingimento <strong>da</strong>s metas compromissa<strong>da</strong>s.Assim, além de abor<strong>da</strong>r a questão dos recursos financeiros adicionais,foram considerados os principais avanços e retrocessos na legislaçãoambiental, na estruturação dos órgãos do setor, na articulação institucionale na efetivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong>s áreas protegi<strong>da</strong>s.Na última déca<strong>da</strong>, alegislação ambientalbrasileira apresentouimportantes avanços, comdestaque para aregulamentação <strong>da</strong> Lei doSNUC (9.985/2000), apromulgação <strong>da</strong> Lei <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> (11.428/2006) eseu Decreto regulamentador(6.660/2008). Também emnível Federal merecem sercita<strong>da</strong>s a Medi<strong>da</strong> Provisóriade Acesso aos RecursosFiguras 104 e 105: Cadernos RBMA - Legislação AmbientalGenéticos, a legislaçãoreferente aos Crimes Ambientais, à definição de Áreas Prioritárias paraConservação e a Política Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais.Da mesma forma, em vários dos estados que abrigam a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>novos instrumentos legais contribuíram para os esforços de conservação, aexemplo do reconhecimento oficial de Áreas Prioritárias no Estado doEspírito Santo, a criação por lei do Mosaico de Jacupiranga em São Paulo ea lei instituindo o Sistema Estadual de Uni<strong>da</strong>des de Conservação dePernambuco, entre outros estados.Foram fun<strong>da</strong>mentais igualmente a aprovação do Programa Nacional <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, de políticas de apoio às cadeias <strong>da</strong> sociodiversi<strong>da</strong>de e a111


valorização dos instrumentos de gestão sustentável de territórios especiaiscomo os Mosaicos de Áreas Protegi<strong>da</strong>s, os Corredores Ecológicos e as<strong>Reserva</strong>s <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong>. Merecem destaque igualmente as políticas públicasrelaciona<strong>da</strong>s ao estímulo e fortalecimento <strong>da</strong>s iniciativas priva<strong>da</strong>s deconservação como as RPPN’s, e a ampliação dos programas de ecoturismoem Áreas Protegi<strong>da</strong>s e seu entorno.To<strong>da</strong>via, a déca<strong>da</strong> se encerra com uma forte ameaça a esta legislação, quetem sofrido um dos mais fortes e violentos ataques especialmente contra oCódigo Florestal, mas também direciona<strong>da</strong>s a todo o arcabouço jurídicoambiental do Brasil. Assim, o lobby de setores ruralistas, associado aoagronegócio, à mineração e ao setor energético (vinculado à construção dehidrelétricas) tem exercido grande peso e conseguido a cumplici<strong>da</strong>de depolíticos com uma visão mais retrógra<strong>da</strong> de desenvolvimento, e propostomu<strong>da</strong>nças graves e profun<strong>da</strong>s na legislação que protege nossabiodiversi<strong>da</strong>de e os serviços ambientais dela derivados. Exemplo disso é odecreto 6.640/2008, que possibilita a destruição <strong>da</strong>s cavernas e suabiodiversi<strong>da</strong>de, a legislação que dificulta a criação de uni<strong>da</strong>des deconservação e descria ou descaracteriza as existentes, a criação de “códigosambientais” permissivos em Estados como o de Santa Catarina e a tentativade retirar poder normativo dos órgãos ambientais como o CONAMA(Conselho Nacional do Meio Ambiente).Apesar <strong>da</strong> grande pressão exerci<strong>da</strong> pela denomina<strong>da</strong> “banca<strong>da</strong> ruralista” aSocie<strong>da</strong>de Brasileira tem reagido e também o governo de vários estadostem assegurado o respeito à legislação em seus territórios. Na área <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, foram notáveis os avanços de conservação em estados como SãoPaulo e Rio de Janeiro especialmente na criação de novas áreas protegi<strong>da</strong>s;no Espírito Santo e em Minas Gerais, com o pagamento por serviçosambientais, em Pernambuco com a aprovação do Sistema Estadual deUni<strong>da</strong>des de Conservação, entre outros. Também em relação aos estadosampliou-se na última déca<strong>da</strong> o papel dos mesmos nas iniciativas deconservação incluindo a proteção de ecossistemas pouco representados nasáreas protegi<strong>da</strong>s, à exemplo dos ecossistemas marinhos, insulares ecavernícolas, de grande importância no Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Isto se deucom a reestruturação ou consoli<strong>da</strong>ção dos órgãos estaduais responsáveispela gestão <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong>s áreas protegi<strong>da</strong>, a exemplo do ocorridoem São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, e <strong>da</strong> melhor estruturação dos órgãoslicenciadores, tornando mais eficaz a aplicação dos recursos <strong>da</strong>compensação ambiental, mecanismo este que representa atualmente amais importante fonte de recursos novos e adicionais para as áreasprotegi<strong>da</strong>s no Brasil.A criação de órgãos especializados na gestão de áreas protegi<strong>da</strong>s no âmbitode vários estados <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (o que ocorreu também em nível federalcom a criação do Instituto Chico Mendes) tem permitido uma atuação maissistemática nas questões de regularização fundiária, elaboração de planosde manejo de UCs, planos de ação para o controle de espécies exóticasinvasoras, implementação dos Conselhos Gestores <strong>da</strong>s Áreas Protegi<strong>da</strong>s,maior agili<strong>da</strong>de no reconhecimento de RPPNs (pelos Estados e não apenaspela União) e um melhor monitoramento <strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong>de dessas UCs.112


Esforços de avaliar a efetivi<strong>da</strong>de de gestão de UCs são recentes no Brasil.Em 2006 o WWF e o IBAMA aplicaram o método Rappam (RapidAssessement and Prioritization of Protect Area Management) em cerca de85% <strong>da</strong>s UCs federais. Este levantamento indicou que apenas 13% <strong>da</strong>s 246uni<strong>da</strong>des avalia<strong>da</strong>s tinham índice “bom” para sua gestão, enquanto 36%apenas regular e 51% apresentaram situação de baixa eficiência de gestão.Em alguns estados também foi aplicado o Rappam e embora a avaliaçãotenha sido um pouco mais favorável o sistema como um todo se mostroumuito deficiente em vários aspectos.Em 2007, com a revisãoem 2009, foi aplicado oSistema MICOSYS(Sistema Mínimo deConservação)desenvolvido pelo BID,para uni<strong>da</strong>des do SNUCcomresultadossemelhantes do ponto devista <strong>da</strong> gestão financeiradestas areas.âmbito nacional e estadualFigura 106 e 107 – Publicaçõesreferentes à aplicação do métodoRappam <strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong>de de gestão emEm relação aos estudos de efetivi<strong>da</strong>de de gestão realizados com diferentesmétodos, como no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, também se observa abaixa eficiência, o que compromete quaitativamente o cumprimento <strong>da</strong>meta de 10% de áreas “efetivamente” protegi<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> eco-região.Figuras 108 e 109: Publicação sobre Avaliação de efetivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s UCs no Rio de Janeiro / 2010113


Em síntese, podemos averiguar que, embora tenha havido melhoriasignificativa na gestão <strong>da</strong>s áreas protegi<strong>da</strong>s em alguns estados e no nívelfederal, persistem de forma generaliza<strong>da</strong> problemas básicos deregularização fundiária, controle e fiscalização, falta de recursos humanosem número e com capacitação adequa<strong>da</strong>, e permanente carência eregulari<strong>da</strong>de de recursos financeiros. Tais problemas são comuns a todos osbiomas, embora a Amazônia conte com amplos recursos de cooperaçãointernacional e a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, com uma pressão permanente e acolaboração ativa de muitas ONGs. No caso <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e <strong>da</strong>Amazônia o monitoramento dos desmatamentos e queima<strong>da</strong>s (INPE e SOS<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>) e o uso de novos instrumentos de gestão integra<strong>da</strong> eparticipativa como os Mosaicos de Áreas Protegi<strong>da</strong>s, os CorredoresEcológicos Regionais e as <strong>Reserva</strong>s <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong>, além de diversos esforçosde capacitação de gestores e implementação de Conselhos nas ÁreasProtegi<strong>da</strong>s, entre outros, também tem contribuído para uma sensívelmelhoria na gestão.O problema <strong>da</strong> falta de recursos, to<strong>da</strong>via permanece indicando que o paísain<strong>da</strong> não dá a devi<strong>da</strong> priori<strong>da</strong>de à conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e ao seuuso sustentável. O Ministério do Meio Ambiente possui o menor orçamentode todos os Ministérios (0,12% do orçamento de 2008). Embora tenhacrescido um pouco nos últimos anos ain<strong>da</strong> é o menor. Apenas para se teruma dimensão <strong>da</strong> sub-orçamentação o estudo ”Pilares paraSustentabili<strong>da</strong>de Financeira do SNUC” aponta que a estimativa deinvestimentos no sistema é de R$ 567,9 milhões, mas que a lacuna a sercoberta anualmente é de R$1.796 bilhão. Tal análise financeira precisa sercontínua e contar ca<strong>da</strong> vez mais com boa base de <strong>da</strong>dos para que se possaaproximar os orçamentos <strong>da</strong>s reais necessi<strong>da</strong>des de implementação emanutenção <strong>da</strong>s Áreas Protegi<strong>da</strong>s..São recentes as tentativas de se identificar os custos de implementação ede se definir estratégias de sustentabili<strong>da</strong>de financeira para os SistemasEstaduais e Federal de Áreas Protegi<strong>da</strong>s.Conforme citado anteriormente, em 2007, o Ministério do Meio Ambientepublicou uma primeira análise <strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong>de financeira do Sistema Nacionalde Uni<strong>da</strong>des de Conservação, a qual foi revisa<strong>da</strong> em 2009. Esta avaliaçãotratou dos aspectos institucionais e legais do SNUC, bem como dos custos<strong>da</strong>s Uni<strong>da</strong>des de Conservação, investimentos necessários e atuais epotenciais fontes de recursos financeiros usando o método de modelagempara áreas protegi<strong>da</strong>s do Banco Mundial chamado Sistema Mínimo deConservação (Micosys - Minimum Conservation System). O estudo apontouque o grande número de uni<strong>da</strong>des de conservação já cria<strong>da</strong>s reflete umesforço considerável em direção à conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de; contudo,estas uni<strong>da</strong>des de conservação ain<strong>da</strong> enfrentam diversos desafios dentre osquais a falta de uma base de <strong>da</strong>dos sistematiza<strong>da</strong> e um plano desustentabili<strong>da</strong>de financeira. O Plano Nacional de Áreas Protegi<strong>da</strong>s (PNAP)determina que o Brasil deveria preparar um plano de sustentabili<strong>da</strong>definanceira para as uni<strong>da</strong>des de conservação terrestres até 2010 e para asuni<strong>da</strong>des de conservação marinhas até 2012, o que não foi realizado.114


Figura 110: Publicaçãosobre conservação naesfera estadualEm relação à base de <strong>da</strong>dos, houve avanço no que tangeà implantação do Ca<strong>da</strong>stro Nacional de Uni<strong>da</strong>des deConservação (CNUC) que teve um novo portal lançadopelo MMA em 2010. Em outubro de 2010 existiamoficialmente ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s 743 uni<strong>da</strong>des de conservação:310 federais, 374 estaduais e 59 municipais, o querepresenta 100% <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federais, 60% <strong>da</strong>sestaduais e apenas 7% <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des municipais. Para a<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, o ca<strong>da</strong>stro apontava apenas 271 <strong>da</strong>scerca de 860 UCs existentes no bioma. Ain<strong>da</strong> assim, oinstrumento representa um dos principais avanços parao planejamento e monitoramento <strong>da</strong> situação <strong>da</strong>proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de no país.Quanto ao plano de sustentabili<strong>da</strong>de financeira <strong>da</strong>s áreas protegi<strong>da</strong>s na<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, um importante estudo foi realizado em 2008 por umaparceria <strong>da</strong> The Nature Conservancy do Brasil com os estados de MinasGerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul, visandoentre outros aspectos o aprimoramento institucional e administrativo <strong>da</strong>gestão financeira de suas UCs. No âmbito dos 5 estados considerados nodiagnóstico foram identifica<strong>da</strong>s 8 fontes principais (efetivos e potenciais)para apoiar a gestão dos sistemas Estaduais de UCs: orçamento público;recursos oriundos <strong>da</strong>s compensações ambientais deriva<strong>da</strong>s doslicenciamentos estaduais de empreendimentos de significativo impactoambiental (Art. 36 do SNUC); doações de cooperação internacional; sistemade cobrança para visitação de parques estaduais; mecanismos de concessãopara serviços de uso público ou instalações físicas de infra-estrutura (linhasde transmissão e torres de telecomunicação); mecanismos para pagamentopor serviços ecossistêmicos (PSEs); gestão compartilha<strong>da</strong> e sistemas de cogestãopor OSCIPs.Recursos adicionais e novos são necessários. As alternativas que tem sidodesenvolvi<strong>da</strong>s, e que se encontram em diferentes graus de maturi<strong>da</strong>de,referem-se a (i) câmaras de compensação ambiental (federal e estaduais),(ii) fundos públicos e privados que funcionam por meio de editais; (iii)pagamento por serviços ambientais; (iv) cooperação internacional; ICMS-Ecológico (9 estados <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>); Políticas de compras/preçosmínimos para produtos socioambientais.Há ain<strong>da</strong> uma grande deficiência no conhecimento de o quanto é necessáriopara se promover conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e dos serviços ambientaise uma dimensão apropria<strong>da</strong> pode ser aquela115


Tabelas 29 e 30 : Investimentos minimos requeridos para a Consoli<strong>da</strong>ção<strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des de conservação estaduais no Rio de Janeiro e em Minas Gerais116


Em relação aos recursos financeiros de cooperação internacional, existeuma indiscutível concentração para projetos na região amazônica. Na <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> nota-se uma sensível redução <strong>da</strong>s fontes de cooperação financeirainternacional disponíveis mas observa-se também um papel mais ativo dosestados na captação desses recursos através de acordos bilaterais. NoBioma, o Governo Alemão através do KFW e GTZ continua sendo o principalcolaborador através de acordos bilaterais com 6 estados(RS;SC;PR;SP;RJ;MG) e para projetos nacionais como o do CorredorCentral <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (BA/ES). Propostas de recursos adicionaissignificativas para a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, como o <strong>da</strong> conversão <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> externajunto aos Estados Unidos (US$ 21 milhões) em fase final de viabilização,são poucos e isolados. Esforços de captação junto a parceiros internacionaisfeitos por fundos como o FUNBIO, criado em 1996 e que se consolidoucomo o maior dos fundos ambientais brasileiros, o FNMA, o Programa PDA eoutros, tem constituído fontes básicas para a indução <strong>da</strong> conservação na<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e outros biomas brasileiros.Tabela 31: Contribuições do governo alemão para projetos de conservação e uso sustentavel <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>. Fonte: KFW 2009A tendência maior, e certamente mais sustentável a médio e longo prazo, éa busca de geração e captação de recursos internos no país a exemplo <strong>da</strong>sjá cita<strong>da</strong>s câmaras de Compensação Ambiental, do ICMS- Ecológico, fundos117


privados de empresas (Boticário, Oi, Petrobrás, BNDES, etc., medianteeditais) ou ain<strong>da</strong> fundos de ONGs como o Fundo Costa <strong>Atlântica</strong> (SOS <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, CI, TNC) que apóia projetos em UCs marinhas. Papel importanteespera-se venham a ter também os mecanismos de contribuição financeira,previstos na Lei do SNUC, por parte de empresas de abastecimento de águae de geração e distribuição de energia elétrica beneficia<strong>da</strong>s por mananciaisem Áreas Protegi<strong>da</strong>s bem como o Fundo de Recuperação <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>previsto na Lei nº 11.428/2006, mas até o momento não regulamentado enão operante. Também vem crescendo os programas de apoio financeiro aprojetos socioambientais junto às populações tradicionais existentes nointerior e entorno de UCs, a exemplo do PDA do Ministério do MeioAmbiente e de programas do MDA e do Ministério do Turismo, o quecontribui igualmente para a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de. Destaque nestesentido na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> são os projetos relacionados ao Ecoturismo e aoMercado Sustentável de produtos <strong>da</strong> sociodiversi<strong>da</strong>de.O Brasil também possui mecanismos para oferecer incentivos fiscais aindivíduos ou municípios em troca de conservação ambiental. Exemplo é oICMS Ecológico que permite que municípios recebam recursos financeirosadicionais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),nos estados que já tenham definido legalmente os critérios ambientais paraa partilha <strong>da</strong> parte devi<strong>da</strong> aos municípios, como previsto na Constituição.Este sistema está previsto no item II do Artigo 158 <strong>da</strong> Constituição Federal,o qual dá aos estados o direito de legislar sobre até ¼ <strong>da</strong> porcentagem doICMS devido aos municípios. O Paraná foi o primeiro Estado a fazer usodeste direito constitucional, aprovando legislação específica em 1991. Trezedos 26 estados brasileiros (mais o Distrito Federal) dos quais 8 abrangemáreas <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, contam atualmente com legislação sobre o ICMSEcológico, listados e outros 10 desenvolveram projetos de lei de ICMSEcológico, atualmente sob avaliação.EstadoAno de Critérios Ambientais Total em R$Criação Biodiversi<strong>da</strong>de Outros (US$1=R$1,7)Paraná (PR) 1991 2,5 2,5 115.795.725,00São Paulo (SP) 1993 0,5 0 72.235.558,75Minas Gerais (MG) 1995 0,5 0,5 42.545.117,50Rondônia (RO) 1996 5 - 16.658.825,00Amapá (AP) 1996 1,4 - 1.007.538,00Rio Grande do Sul (RS) 1998 7,0 - 0Mato Grosso (MT) 2001 5 2 39.456.662,50Mato Grosso do Sul (MS) 2001 5 - 37.622.475,00Pernambuco (PE) 2001 1 5 72.961.545,00Tocantins (TO) 2002 3,5 9,5 23.473.937,50Acre (AC) 2004 20 - 21.466.200,00Rio de Janeiro (RJ) 2007 5 - 92.531.087,50Goiás (GO) 2007 5 0 58.732.775,00Total Transferido em2006- - - 594.487.446,75Tabela 32: Estados Brasileiros com legislação sobre o ICMS Ecológico e montantestransferidos para municípios “verdes” em 2008. (Fonte: MMA, 2008. Estados com áreas noBioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.)118


Figura 111: Publicação deApio as RPPNs. 2010Na mesma direção, outras políticas de incentivofinanceiro à conservação começam a ampliar seupapel no Brasil. É o caso de macanismos de apoioaos proprietários de RPPNs como o fundo criadopelas ONGs SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, CI-Brasil e TNC, jácitado no Capítulo 2, e o Programa de Gestão deCustos e Desenvolvimento de Negócios para<strong>Reserva</strong>s Priva<strong>da</strong>s, elaborado pelo WWF emconjunto com a FREPESP e REPAMS, ambasiniciativas com foco especial na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.Desde sua criação em 2003, o Fundo de RPPNscitado já apoiou, até 2010, mais de 500 <strong>Reserva</strong>s eaplicou R$ 4.598.000,86 em projetos.Também vem ganhando espaço na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>os programas e projetos relacionados ao Pagamento por ServiçosAmbientais. Uma síntese bastante completa e atualiza<strong>da</strong> desse tema para a<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> foi publicado pela Revista Brasil Sustentável (nº 44 –junho/julho 2010), parcialmente reproduzi<strong>da</strong> abaixo:“A Fun<strong>da</strong>ção O Boticário de Proteção à Natureza foi pioneira nodesenvolvimento de uma metodologia que tornou possível a aplicaçãoprática do mecanismo de PSA no Brasil. Tudo começou em 2004, quando foicriado o Projeto Oásis, ajustado e lançado em 2006 com o objetico depremiar proprietários que mantenham áreas florestais conserva<strong>da</strong>s naregião <strong>da</strong> Bacia Guarapiranga, na Região Metropolitana de São Paulo. Aárea apoia<strong>da</strong> é considera<strong>da</strong> estratégica para a proteção de remanescentesde biodiversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e de importantes fontes de água, queabastecem cerca de 5 milhões de habitantes.Partindo do conceito de serviço ambiental e dos benefícios derivados, taiscomo garantia de água doce, alimentos e matérias-primas diferencia<strong>da</strong>s,além de proteção <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de biológica, regulação do clima e controle deerosão, a fun<strong>da</strong>ção fez um cálculo e chegou a uma conclusão de valoração.Segundo a sua metodologia, um hectare de área florestal bem conserva<strong>da</strong>na região <strong>da</strong> Bacia Guarapiranga pode valer até R$ 370, por ano, pelamanutenção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<strong>da</strong> água, que garante asobrevivência de inúmerasespécies e o abastecimento<strong>da</strong> Grande São Paulo. O<strong>da</strong>do é consideradoessencial como referênciade remuneração dosproprietários.Figura 112 e 113: Materia sobre economia ecológica na<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>Atualmente, o projetopaulista beneficia 13proprietários de terras, quecompreenderamaimportância de manter119


protegi<strong>da</strong>s as matas nativas, ameaça<strong>da</strong>s por muita pressão urbana. Aexperiência está sendo replica<strong>da</strong> no Projeto Oásis Apucarana, no Paraná,pela organização ambientalista Socie<strong>da</strong>de de Pesquisa em Vi<strong>da</strong> Selvagem eEducação Ambiental (SPVS). Pelo menos 63 proprietários de terras domunicípio, localizado na região norte do estado, começaram a serremunerados, com valores que variam de R$ 850 a R$ 7 mil por ano. APrefeitura de Apucarana é parceira <strong>da</strong> iniciativa.O Governo do Espírito Santo saiu na frente e criou a primeira lei estadual depagamento por serviços ambientais no Brasil, em julho de 2008. Para tornara legislação aplicável na prática, foi criado o fundo de recursos hídricos(Fundágua), destinado à captação de recursos financeiros, que estãoassegurando as ações de remuneração de 61 proprietários, em cincomunicípios capixabas, participantes do Projeto ProdutorES de Água. Elesaju<strong>da</strong>m a preservar 763 hectares de matas. Outros 35 processos estão emtramitação. Os investimentos nas ações de remuneração somam R$ 121,1mil.Os primeiros pagamentos foram realizados em março de 2009, paraproprietários na bacia do rio Benevente. Gra<strong>da</strong>tivamente, outras regiões doestado estão sendo incorpora<strong>da</strong>s ao projeto, na bacia do rio Guandu e nabacia do rio São José. Os valores pagos podem chegar a R$ 930, porhectare, e dependem de critérios técnicos, tais como o estágio deconservação <strong>da</strong>s florestas. Os contratos são de três anos.Os recursos disponibilizados são oriundos <strong>da</strong> parcela de 3% do total dosroyalties do petróleo e gás natural contabilizado no estado e <strong>da</strong>compensação financeira do setor hidrelético, podendo ser complementadoscom o orçamento do governo.”Outra iniciativa, lidera<strong>da</strong> pela The Nature Conservancy em conjunto comuma rede de parceiros é o projeto “Produtor de Água” iniciado no Municípiode Extrema (MG) e estendido para Rio Claro (RJ) e Joanópolis e NazaréPaulista, ambas em São Paulo. Nestes projetos os produtores ruraisrecebem uma compensação pela conservação de nascentes e áreas decaptação e também pela restauração florestal.“No Rio de Janeiro, os produtores que recebem os pagamentos sãoresponsáveis pela restauração florestal de aproxima<strong>da</strong>mente 60 hectares epela conservação florestal de 920 hectares. A remuneração anual varia deR$ 20 a R$ 60 por hectare. Em São Paulo, nove produtores assinaramcontrato para a execução de ativi<strong>da</strong>des, que estão sendo inicia<strong>da</strong>s. Elesreceberão aproxima<strong>da</strong>mente R$ 28,9 mil, em valores que podem variar deR$ 75 a R$ 125 por hectare, ao ano. Em caráter pioneiro os recursos pararemuneração dos participantes do Projeto Produtor de Água vêm <strong>da</strong>cobrança pelo uso <strong>da</strong> água direcionados pelo Comitê <strong>da</strong>s BaciasHidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. A iniciativa tambémtem apoio <strong>da</strong> empresa Caterpillar.A expectativa em São Paulo é de estimular técnicas de conservação de soloem 390 hectares, além de recuperar outros 208 hectares de Áreas dePreservação Permanente e de conservar 540 hectares de floresta. As ações120


vão contribuir para proteger a biodiversi<strong>da</strong>de de espécies <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>na região, além de promover a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de dos mananciais derecursos hídricos que contribuem para o Sistema Cantareira, responsávelpelo suprimento de 50% <strong>da</strong> água <strong>da</strong> Grande São Paulo.Em Minas Gerais, os projetos de restauração florestal estão sendoimplementados integralmente em parceria com o Instituto Estadual deFlorestas e com as ONGs Amanhágua, AMA Juiz de Fora e Quatro Cantos doMundo. Esses parceiros estão se mobilizando para integrar o primeiro editaldo Programa Bolsa Verde, iniciativa de Pagamento por Serviços Ambientaiscria<strong>da</strong> pelo governo do estado.”Várias outras iniciativas envolvendo a recuperação de vegetação nativa paraa compensação de emissões de carbono, REDD e conservação <strong>da</strong> águatambém vem sendo desenvolvi<strong>da</strong>s em áreas <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Dentre elesestá o projeto de seqüestro de caborno através de desmatamento evitado ereflorestamento em Guaraqueçaba (Paraná), gerido pela SPVS com o apoio<strong>da</strong> TNC e recursos de várias empresas. A mesma ONG também desenvolveo programa “Adote uma floresta de Araucária” com o mesmo perfil. Estesexemplos, to<strong>da</strong>via constituem ain<strong>da</strong> casos isolados na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> mas,especialmente com a aproximação entre as metas <strong>da</strong> CDB (Nagoya 2010) e<strong>da</strong> Convenção do Clima (Cancun 2010) espera-se que se transforme emparte de políticas públicas prioritárias no bioma.121


AVALIAÇÃO DAS METAS DE BIODIVERSIDADE 2010 PARA O BRASILE PARA A MATA ATLÂNTICACOMPONENTE 77.1 Recursos financeiros novos e adicionais, defontes públicas e priva<strong>da</strong>s, nacionais e/ouinternacionais, captados e disponibilizadospara uso no país possibilitando aimplementação efetiva de seus compromissoscom os programas de trabalho <strong>da</strong> CDB,conforme seu Artigo 20.7.2 Iniciativas que promovam a transferência parao Brasil de tecnologias ambientalmentesustentáveis gera<strong>da</strong>s em outros países,implementa<strong>da</strong>s para possibilitar a efetivi<strong>da</strong>dedos programas de trabalho <strong>da</strong> CDB, conformeseu Artigo 20, parágrafo 4, e Artigo 16.7.3 Intercâmbio e transferência de tecnologiasambientalmente sustentáveis entre países emdesenvolvimento promovidos, para possibilitara implementação efetiva dos programas detrabalho <strong>da</strong> Convenção, conforme seu Artigo20, parágrafo 4, e Artigo 16.MetasNacionaisAvaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>*indica avanços insignificantes ou sem avanços; indica meta não alcança<strong>da</strong>,mas com algum avanço; indica meta não alcança<strong>da</strong>, mas com avançosimportantes; indica avanços significativos; indica uma meta totalmentecumpri<strong>da</strong>; e “?” indica informações insuficientes para definir o grau de alcance <strong>da</strong>meta.122


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AVALIAÇÃO DOS RESULTADOSDe maneira geral, as metas relativas ao conhecimento e conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de (componentes 1 e 2) são aquelas com maior grau desucesso. Sem dúvi<strong>da</strong>, as informações pertinentes à esses temas estãomelhor e mais amplamente documenta<strong>da</strong>s. A despeito desse fato, entendeseque as políticas governamentais e as ações <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil organiza<strong>da</strong>são mais tradicionalmente enfoca<strong>da</strong>s nesses aspectos <strong>da</strong> conservação,notoriamente o de áreas protegi<strong>da</strong>s.Para o componente 1, o destaque cabe ao recente lançamento <strong>da</strong> “Plantas<strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>” (Stehmann et al., 2009) que traz uma listagemcompleta com 15.782 espécies. Como contraponto, tem-se uma produçãoinsuficiente na tarefa de descrever, sistematizar e disponibilizar informaçõesprecisas sobre as espécies do bioma. Estratégias mais eficientes deconservação dependem fun<strong>da</strong>mentalmente dessas informações e quecontinuam ano após ano sendo um gargalo. Comparativamente, a <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> é o bioma melhor conhecido e cujo grau de amostragem e estudoé tido como razoável a bom no maior número dos táxons avaliados deplantas, vertebrados e invertebrados terrestres.Sobre o componente 2, hoje o bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> está relativamentepróximo de atingir 10% de sua área protegi<strong>da</strong> por uni<strong>da</strong>de de conservação.Hoje essa meta foi cumpri<strong>da</strong> em 89,20%.Em relação à conservação marinha, os números são pouco expressivos comrecente atenção dispensa<strong>da</strong> à região costeira, incluindo simultaneamenteecossistemas integrantes do Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e ecossistemas marinhos.A efetivi<strong>da</strong>de de gestão dessas áreas, no entanto, precisa sersignificativamente incrementa<strong>da</strong> com especial atenção para o aumento epermanente qualificação do quadro de recursos humanos dos órgãosgestores. Esse mesmo quadro foi também observado na avaliação global enacional.A participação <strong>da</strong> iniciativa priva<strong>da</strong>, por meio do estabelecimento dereservas priva<strong>da</strong>s, é de expressivo destaque na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. É ondeexiste o maior número de RPPNs no país demonstrando uma importanteparticipação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Outros destaques importantes são a criação dediversos Mosaicos de Áreas Protegi<strong>da</strong>s e implantação de Conselhos Gestoresnas UCs, fortalecendo a integração regional dessas Uni<strong>da</strong>des e sua gestãoparticipativa.O aspecto frágil fica por conta dos poucos planos de ação para espécies, docrescente número de espécies ameaça<strong>da</strong>s de extinção e do incipientetratamento <strong>da</strong> conservação genética.Com efeito a redução do bioma e o seu grau de fragmentação tornammenos expressivas as possibili<strong>da</strong>des de manejo sustentável em grandeescala e de uma ampla gama de espécies, no entanto, a coleta de espéciesnão madeireiras é ain<strong>da</strong> testemunha<strong>da</strong> em vários locais. O fomento dessaseconomias deman<strong>da</strong> melhor estruturação <strong>da</strong>s cadeias produtivas. Espera-seque a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e o Plano124


Nacional de Promoção <strong>da</strong>s Cadeias <strong>da</strong> Sociobiodiversi<strong>da</strong>de, aliados a apoiofinanceiro possam alavancar o conhecimento existente no manejo dediversas espécies, revertendo o quadro de extração pre<strong>da</strong>tória e de baixovalor <strong>da</strong> floresta em pé. A situação de saque de madeira para lenha e deanimais para o tráfico de espécies continuam sendo grandes indutores doempobrecimento dos remanescentes florestais.A <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> é o bioma por mais tempo monitorado em termos decobertura vegetal. Por meio desse processo contínuo e de campanhasassocia<strong>da</strong>s, a importância <strong>da</strong> conservação foi desperta<strong>da</strong> em milhares deci<strong>da</strong>dãos brasileiros. Há um evidente avanço metodológico permitindoanálises mais apura<strong>da</strong>s. A tendência de que<strong>da</strong> na taxa anual dodesmatamento tem sido detecta<strong>da</strong> nos últimos anos, mas taxas bastantepronuncia<strong>da</strong>s ain<strong>da</strong> são identifica<strong>da</strong>s em alguns estados demonstrandopouco caso frente a um situação que sem dúvi<strong>da</strong> tem-se hoje melhorescondições de enfrentamento.Sobre as espécies invasoras, embora se constitua em uma ameaçaexpressiva na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e já presente em inúmeras uni<strong>da</strong>des deconservação, planos de ação ain<strong>da</strong> estão restritos a poucos estados. Nocomponente 4, o destaque vai para o menor número de focos de calordetectados. Como priori<strong>da</strong>de fica a necessi<strong>da</strong>de de se acelerarsignificativamente a geração de conhecimento sobre o comportamento <strong>da</strong>sespécies no contexto <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças climáticas, inclusive <strong>da</strong> realocação <strong>da</strong>sáreas de cultivo agrícola e seus impactos sobre as áreas naturais.Sem dúvi<strong>da</strong>, a falta de um arcabouço jurídico robusto tem sido um prejuízopara o desenvolvimento <strong>da</strong> biotecnologia nacional. É preciso tornar oambiente de negócios mais favorável ao uso adequado <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de,com repartição justa dos benefícios. Esse será um tema de crescentediscussão nos próximos anos.O componente 6 – educação, sensibilização e divulgação, no conjunto,possui a melhor avaliação, inclusive frente ao quadro nacional. O grau demobilização na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> é muito significativo. São mais 300 ONGsambientalistas e mais de 200 mil pessoas estão filia<strong>da</strong>s às mesmas.Campanhas com impacto nacional, como por exemplo, a do mico-leãodourado,levaram a espécie a se tornar sinônimo de luta ambiental. Oadvento <strong>da</strong>s redes sociais promoveu uma poderosa rede de troca deinformações e de mobilização. Consultas públicas são comunica<strong>da</strong>s onlinepelo twitter. A manifestação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de por meio de abaixo-assinadoseletrônicos multiplica em muitas vezes o potencial dessa ferramenta. Amídia tem sido uma imensa alia<strong>da</strong>. Sua influência e poder de penetração,seja junto ao grande público, seja junto a segmentos <strong>da</strong> audiência, tem sidoca<strong>da</strong> vez mais potencializa<strong>da</strong>. Fato é o crescente número de comunicadoresque fazem parte <strong>da</strong> equipe <strong>da</strong>s ONGs.Ain<strong>da</strong> que mais freqüentes, as pesquisas de opinião são ain<strong>da</strong> insuficientespara melhor fun<strong>da</strong>mentar estratégias de comunicação e para aferir os realimpacto de campanhas, disseminação de informação etc.. Os valoresenvolvidos são proibitivos.125


Em relação à cooperação externa, excetuando-se a Amazônia, a <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> é o bioma mais contemplado do país, com destaque para osprojetos federais e estaduais que contam com recursos de agênciasmultilaterais. Também é significativa a contribuição de Fun<strong>da</strong>ções e ONGsde Redes Internacionais que atuam em parceria com enti<strong>da</strong>des brasileirasem prol <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.As Metas assumi<strong>da</strong>s pelo Brasil, embora sabi<strong>da</strong>mente ambiciosas, podem,no caso <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, ser considera<strong>da</strong>s cumpri<strong>da</strong>s significativamenteapenas em relação ao Componente 1 (Conhecimento) e Componente e(Conservação <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de), o que demonstra a dimensão dos desafiosa serem enfrentados e a necessi<strong>da</strong>de de uma real priori<strong>da</strong>de brasileira paracom o cumprimnto <strong>da</strong> Convenção de Diversi<strong>da</strong>de Biológica.Nas tabelas abaixo reuni<strong>da</strong>s ao final deste capitulo, pode-se verificar,to<strong>da</strong>via, que houve um avanço significativo em relação à <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, secomparado a situação nacional como um todo, o que demonstra que osesforços <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de em defesa dessa bioma vem sutindo efeitos positivosnas ultmas déca<strong>da</strong>s.126


CONSIDERAÇÕES FINAISPer<strong>da</strong> de biodiversi<strong>da</strong>de pode ser traduzi<strong>da</strong> como a redução qualitativa ouquantitativa de longo-prazo ou permanente nos componentes <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de e no seu potencial de prover bens e serviços, a sermensura<strong>da</strong> nos níveis global, regional e nacional. A meta de redução não foialcança<strong>da</strong>, embora existam metas parcialmente cumpri<strong>da</strong>s e resultadosimportantes. Ressalta-se ain<strong>da</strong> a dificul<strong>da</strong>de e em alguns caso a inexistênciade informação disponível para avaliar com melhor pertinência algumas <strong>da</strong>smetas. A dificul<strong>da</strong>de , no entanto, pode ser um bom indicativo de que ameta foi menos aprecia<strong>da</strong>.O senso de urgência e irreversibili<strong>da</strong>de não estão sendo devi<strong>da</strong>mentecaptados pelos tomadores de decisão. Apesar dos esforços, o que foi feitonão é o suficiente. As causas <strong>da</strong> per<strong>da</strong> de biodiversi<strong>da</strong>de não estão sendoeficazmente abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s. As políticas e as ações instituí<strong>da</strong>s são poucoambiciosas, distantes do tamanho do desafio a ser vencido. Igualmente nãohouve investimento financeiro na escala necessária e no tratamentotransversal <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de integrando-a definitivamente no governo enos negócios.Mais grave no momento é a ameaça de descaracterização que paira sobre oCódigo Florestal e to<strong>da</strong> a legislação ambiental brasileira, o que indica anecessi<strong>da</strong>de de uma maior mobilização e articulação política <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>deem direção a um desenvolvimento efetivamente sustentável.O aspecto positivo é que aos poucos se consegue notar um incremento napercepção do setor de negócios de que a biodiversi<strong>da</strong>de e os serviçosecossistêmicos decorrentes <strong>da</strong> sua manutenção sustentam a economia. Asper<strong>da</strong>s anuais resultantes do desmatamento e <strong>da</strong> degra<strong>da</strong>ção florestalpodem equivaler às per<strong>da</strong>s de US$ 2 trilhões a US$ 4.5 trilhões anuais. Semdúvi<strong>da</strong> a latente questão <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças climáticas induziu essa maioratenção o que inclusive deman<strong>da</strong> que seja acelera<strong>da</strong> a integração dosobjetivos <strong>da</strong> CDB com as decisões <strong>da</strong> Convenção sobre Mu<strong>da</strong>nçasClimáticas.Para o Brasil não é suficiente ser megadiverso. É necessário que o uso <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de possa gerar vantagem. Gerar o desenvolvimento de umaeconomia que produza benefícios ambientais e sociais. O quadro geral decumprimento de metas mostra os maiores ganhos nos temas játradicionalmente contemplados no que se refere à conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de, por exemplo criação de UCs. Se por um lado esse fato indicamenor aptidão para seavançar em novos temas,demonstra também queinvestimento consistente,contínuo e de longo prazo,é fun<strong>da</strong>mental para fazer adiferença. Para a <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> a boa notícia é acriação do Pacto pelaRestauração <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> Figura 114: Mapa e Site do PACTO pela Restauração <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>. 2010127


<strong>Atlântica</strong>, que integrando mais de 150 instituições governamentais, ONGs,academias, empresas e proprietários rurais, tem como meta restaurar afloresta em 15 milhões de hectares até 2050, colocando uma novaperspectiva para um dos mais destruídos biomas do planeta.Como avisa o relatório Panorama Global <strong>da</strong>Biodiversi<strong>da</strong>de 3, que pode ser acessado emwww.cbd.int/doc/publications/gbo/gbo3-final-pt.pdfprecisamos de ações rápi<strong>da</strong>s, radicais e criativas.Figura 115: Capa <strong>da</strong> PublicaçãoPanorama <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de Global.Fonte: CDB 2010Em Outubro de 2010 o Brasil partiipou ativamente <strong>da</strong> COP 10 –Conferência <strong>da</strong>s Partes <strong>da</strong> Convenção <strong>da</strong> Diversi<strong>da</strong>de Biológicaocorri<strong>da</strong> em Nagoia – Japão, onde foram aprova<strong>da</strong>s, entre outrosdocumentos, novas metas globais para a conservação <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de a serem cumpri<strong>da</strong>s até 2020, dentre essas metas,está, por exemplo, o compromisso de protger efetivamente pelomenos 17% de ca<strong>da</strong> eco-região no planeta. No caso <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, isso implica em praticamente dobrar o numero de áreasprotegi<strong>da</strong>s, conectar fragmentos florestais e promover um amploprograma de restauração, uma vez que a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> hoje se querpossue 17% de remanescentes em grau mínimo de conservação.O presente trabalho cria uma linha de base que pretende auxiliar opais na efetivação e monitoramento do cumprimento <strong>da</strong>s metas CDB2020.128


AVALIAÇÃO DAS METAS DE BIODIVERSIDADE 2010 PARA O BRASILE PARA A MATA ATLÂNTICACOMPONENTE 11.1 Uma lista amplamente acessível <strong>da</strong>s espéciesbrasileiras formalmente descritas de plantas,animais vertebrados, animais invertebradose microorganismos, mesmo queseletivamente elabora<strong>da</strong> na forma de bancosde <strong>da</strong>dos permanentes.1.2 Programa Nacional de Taxonomiaformalizado com vistas a um aumento de50% do acervo científico com ênfase nadescrição de espécies novas.1.3 Instituto Virtual <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de Brasileiracriado e expandir o PPBio para os demaisbiomas, além <strong>da</strong> Amazônia e Caatinga, paraaumentar a disponibili<strong>da</strong>de de informaçãosobre biodiversi<strong>da</strong>de.COMPONENTE 22.1 Pelo menos 30% do Bioma Amazônia e 10%dos demais biomas e <strong>da</strong> Zona Costeira eMarinha efetivamente conservados porUni<strong>da</strong>des de Conservação do SistemaNacional de Uni<strong>da</strong>des de Conservação(SNUC).2.2 Proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de assegura<strong>da</strong> empelo menos 2/3 <strong>da</strong>s Áreas Prioritárias paraBiodiversi<strong>da</strong>de por meio de Uni<strong>da</strong>des doSNUC, Terras Indígenas e TerritóriosQuilombolas.2.3 10% <strong>da</strong> Zona Marinha com áreas de exclusãode pesca, temporárias ou permanentes,integra<strong>da</strong>s às Uni<strong>da</strong>des de Conservação,cria<strong>da</strong>s para proteção dos estoquespesqueiros.2.4 To<strong>da</strong>s as espécies reconheci<strong>da</strong>s oficialmentecomo ameaça<strong>da</strong>s de extinção no paíscontempla<strong>da</strong>s com Planos de Ação e GruposAssessores ativos.2.5 100% <strong>da</strong>s espécies ameaça<strong>da</strong>s efetivamenteconserva<strong>da</strong>s em Áreas Protegi<strong>da</strong>s.2.6 Redução de 25% na taxa anual deincremento de espécies <strong>da</strong> fauna ameaça<strong>da</strong>sna Lista Nacional e retira<strong>da</strong> de 25% deespécies atualmente na Lista Nacional.2.7 Uma avaliação preliminar do status deconservação de to<strong>da</strong>s as espécies conheci<strong>da</strong>sde plantas e animais vertebrados eseletivamente dos animais invertebrados, nonível nacional.2.8 60% <strong>da</strong>s espécies de plantas ameaça<strong>da</strong>sconserva<strong>da</strong>s em coleções ex situ e 10% <strong>da</strong>sespécies de plantas ameaça<strong>da</strong>s incluí<strong>da</strong>s emAvaliaçãoBrasilAvaliaçãoBrasilAvaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>Avaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>129


programas de recuperação e restauração.2.9 60% <strong>da</strong>s espécies migratórias contempla<strong>da</strong>scom planos de ação e 30% <strong>da</strong>s espécies comprogramas de conservação implementados.2.10 70% <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de genética de plantascultiva<strong>da</strong>s e extrativas de valor sócioeconômicoconserva<strong>da</strong>s, e o conhecimentoindígena e local associado mantido.2.11 50% <strong>da</strong>s espécies prioriza<strong>da</strong>s no ProjetoPlantas para o Futuro conserva<strong>da</strong>s nacondição ex situ e on farm.2.12 60% <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de genética dos parentessilvestres brasileiros de plantas cultiva<strong>da</strong>s de10 gêneros prioritários efetivamenteconservados in situ e/ou ex situ.2.13 Capaci<strong>da</strong>de de ecossistemas de fornecerbens e serviços manti<strong>da</strong> ou melhora<strong>da</strong> nasÁreas Prioritárias para Biodiversi<strong>da</strong>de.2.14 Aumento significativo <strong>da</strong>s ações de apoio àconservação on farm dos componentes <strong>da</strong>Agrobiodiversi<strong>da</strong>de que garantam amanutenção dos modos de vi<strong>da</strong> sustentáveis,segurança alimentar local e saúde,especialmente para comuni<strong>da</strong>des locais epovos indígenas.COMPONENTE 22.1 Pelo menos 30% do Bioma Amazônia e 10%dos demais biomas e <strong>da</strong> Zona Costeira eMarinha efetivamente conservados porUni<strong>da</strong>des de Conservação do SistemaNacional de Uni<strong>da</strong>des de Conservação(SNUC).2.2 Proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de assegura<strong>da</strong> empelo menos 2/3 <strong>da</strong>s Áreas Prioritárias paraBiodiversi<strong>da</strong>de por meio de Uni<strong>da</strong>des doSNUC, Terras Indígenas e TerritóriosQuilombolas.2.3 10% <strong>da</strong> Zona Marinha com áreas de exclusãode pesca, temporárias ou permanentes,integra<strong>da</strong>s às Uni<strong>da</strong>des de Conservação,cria<strong>da</strong>s para proteção dos estoquespesqueiros.2.4 To<strong>da</strong>s as espécies reconheci<strong>da</strong>s oficialmentecomo ameaça<strong>da</strong>s de extinção no paíscontempla<strong>da</strong>s com Planos de Ação e GruposAssessores ativos.2.5 100% <strong>da</strong>s espécies ameaça<strong>da</strong>s efetivamenteconserva<strong>da</strong>s em Áreas Protegi<strong>da</strong>s.2.6 Redução de 25% na taxa anual deincremento de espécies <strong>da</strong> fauna ameaça<strong>da</strong>sna Lista Nacional e retira<strong>da</strong> de 25% deespécies atualmente na Lista Nacional.2.7 Uma avaliação preliminar do status deconservação de to<strong>da</strong>s as espécies conheci<strong>da</strong>sde plantas e animais vertebrados eAvaliaçãoBrasil??Avaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>130


seletivamente dos animais invertebrados, nonível nacional.2.8 60% <strong>da</strong>s espécies de plantas ameaça<strong>da</strong>sconserva<strong>da</strong>s em coleções ex situ e 10% <strong>da</strong>sespécies de plantas ameaça<strong>da</strong>s incluí<strong>da</strong>s emprogramas de recuperação e restauração.2.9 60% <strong>da</strong>s espécies migratórias contempla<strong>da</strong>scom planos de ação e 30% <strong>da</strong>s espécies comprogramas de conservação implementados.2.10 70% <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de genética de plantascultiva<strong>da</strong>s e extrativas de valor sócioeconômicoconserva<strong>da</strong>s, e o conhecimentoindígena e local associado mantido.2.11 50% <strong>da</strong>s espécies prioriza<strong>da</strong>s no ProjetoPlantas para o Futuro conserva<strong>da</strong>s nacondição ex situ e on farm.2.12 60% <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de genética dos parentessilvestres brasileiros de plantas cultiva<strong>da</strong>s de10 gêneros prioritários efetivamenteconservados in situ e/ou ex situ.2.13 Capaci<strong>da</strong>de de ecossistemas de fornecerbens e serviços manti<strong>da</strong> ou melhora<strong>da</strong> nasÁreas Prioritárias para Biodiversi<strong>da</strong>de.2.14 Aumento significativo <strong>da</strong>s ações de apoio àconservação on farm dos componentes <strong>da</strong>Agrobiodiversi<strong>da</strong>de que garantam amanutenção dos modos de vi<strong>da</strong> sustentáveis,segurança alimentar local e saúde,especialmente para comuni<strong>da</strong>des locais epovos indígenas.COMPONENTE 33.1 30% de produtos vegetais não-madeireirosprovenientes de fontes maneja<strong>da</strong>s de formasustentável.3.2 Recuperação de no mínimo 30% dosprincipais estoques pesqueiros com gestãoparticipativa e controle de capturas.3.3 40% <strong>da</strong> área com Plano de Manejo Florestalna Amazônia certifica<strong>da</strong>.3.4 80% <strong>da</strong>s <strong>Reserva</strong>s Extrativistas e <strong>Reserva</strong>sde Desenvolvimento Sustentável commanejo sustentável de espécies <strong>da</strong> fauna e<strong>da</strong> flora de interesse alimentar ou econômicoassegurados e com seus planos de manejoelaborados e implementados.3.5 80% de redução no consumo não sustentávelde recursos faunísticos e florísticos emuni<strong>da</strong>des de conservação de uso sustentável.3.6 Nenhuma espécie <strong>da</strong> fauna ou flora silvestreameaça<strong>da</strong> pelo comércio internacional, emcumprimento ao disposto pela CITES.3.7 Redução significativa do comércio ilegal deespécies <strong>da</strong> fauna e flora no país.3.8 80% de incremento <strong>da</strong> inovação e agregaçãoMetasNacionais???Avaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>131


de valor de novos produtos beneficiados apartir <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.3.9 80% de incremento em novos usossustentáveis <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de na medicina ealimentação resultando em produtosdisponíveis no mercado.3.10 Aumento significativo <strong>da</strong>s ações de detecção,controle e repressão dos casos debiopirataria.3.11 Incremento significativo nos investimentosem estudos, projetos e pesquisa para o usosustentável <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.3.12 80% de incremento no número de patentesgera<strong>da</strong>s a partir de componentes <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de.3.13 Apoio <strong>da</strong> CCZEE para a elaboração econclusão de ZEEs em pelo menos 50% dosEstados.COMPONENTE 44.1 Redução na taxa de desmatamento de 100%no Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, de 75% no BiomaAmazônia e de 50% nos demais biomas.4.2 Redução média de 25% no número de focosde calor em ca<strong>da</strong> bioma.4.3 Criação e consoli<strong>da</strong>ção de uma rede demonitoramento sistemático e padronizado <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de em escala nacional.4.4 To<strong>da</strong>s as espécies no Diagnóstico Nacional deEspécies Exóticas Invasoras com Plano deAção de Prevenção e Controle elaborado.4.5 Planos de manejo implementados paracontrolar pelo menos 25 <strong>da</strong>s principaisespécies exóticas invasoras que maisameaçam os ecossistemas, habitats ouespécies no país.4.6 50% <strong>da</strong>s fontes de poluição <strong>da</strong>s águas esolos e seus impactos sobre a biodiversi<strong>da</strong>decontrolados.4.7 Estímulo a estudos biogeográficos queincluam predições de ocorrência de espéciesem associação a mu<strong>da</strong>nças climáticaspotenciais, pelo uso de Sistemas deInformação Geográfica.COMPONENTE 55.1 To<strong>da</strong>s as políticas públicas relevantes para osconhecimentos tradicionais implementa<strong>da</strong>sem atendimento às disposições do Artigo 8j<strong>da</strong> CDB.5.2 Conhecimentos, inovações e práticas dospovos indígenas e comuni<strong>da</strong>des tradicionaisprotegidos.5.3 100% <strong>da</strong>s publicações científicas ou dedivulgação decorrentes de acesso aMetasNacionaisMetasNacionais??Avaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>Avaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>132


conhecimento tradicional com identificaçãode sua origem.5.4 100% <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des de acesso aconhecimentos tradicionais comconsentimento prévio fun<strong>da</strong>mentado,obrigatorie<strong>da</strong>de de retorno do conhecimentogerado e repartição de benefícios.5.5 Lei de acesso e repartição de benefícios, nostermos <strong>da</strong> CDB, aprova<strong>da</strong> pelo CongressoNacional e implementa<strong>da</strong> em 100% <strong>da</strong>sativi<strong>da</strong>des de acesso e remessa de acordocom a legislação nacional.5.6 Benefícios resultantes do uso comercial dosrecursos genéticos efetivamente repartidosde forma justa e eqüitativa em prol <strong>da</strong>conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de.5.7 100% <strong>da</strong>s solicitações de patentes deinvenção de produtos e processos derivadosde acesso ao patrimônio genético e aoconhecimento tradicional associado comidentificação de origem e autorização deacesso.5.8 Repartição de benefícios no âmbito doTratado sobre Recursos Fitogenéticos para aAlimentação e Agricultura implementado nopaís.COMPONENTE 66.1 Incorporação <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>debiológica e <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de suaconservação, uso sustentável e repartição debenefícios nos programas de comunicação,educação e conscientização pública.6.2 Ampliação do acesso a informação dequali<strong>da</strong>de sobre conservação, usosustentável e repartição de benefícios <strong>da</strong>diversi<strong>da</strong>de biológica.6.3 Estabelecimento e fortalecimento de redesde ações para conservação, uso sustentávele repartição de benefícios <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>debiológica.COMPONENTE 77.1 Recursos financeiros novos e adicionais, defontes públicas e priva<strong>da</strong>s, nacionais e/ouinternacionais, captados e disponibilizadospara uso no país possibilitando aimplementação efetiva de seuscompromissos com os programas de trabalho<strong>da</strong> CDB, conforme seu Artigo 20.7.2 Iniciativas que promovam a transferênciapara o Brasil de tecnologias ambientalmentesustentáveis gera<strong>da</strong>s em outros países,implementa<strong>da</strong>s para possibilitar a efetivi<strong>da</strong>dedos programas de trabalho <strong>da</strong> CDB,conforme seu Artigo 20, parágrafo 4, e?MetasNacionaisMetasNacionaisAvaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>Avaliação<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>133


Artigo 16.7.3 Intercâmbio e transferência de tecnologiasambientalmente sustentáveis entre paísesem desenvolvimento promovidos, parapossibilitar a implementação efetiva dosprogramas de trabalho <strong>da</strong> Convenção,conforme seu Artigo 20, parágrafo 4, eArtigo 16.134


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LISTA DE FIGURASFigura 1: Ocupando originalmente cerca de 15% do território brasileiro, com1.315.460 Km 2 , atualmente a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> está reduzi<strong>da</strong> a cerca de 7,9de cobertura inicial (remanescentes bem conservdos maiores que 100 ha).(Fonte do mapa: Atlas dos Remanescentes Florestais - SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>/INPE, 2010).Figura 2: Visão noturna <strong>da</strong> costa brasileira mostrando a área do Bioma <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, intensamente urbanizado, onde se concentram cerca de 112milhões de habitantes em 3.222 municípios e as ativi<strong>da</strong>des econômicas querespondem por mais de 60% do PIB brasileiro. (FONTE: CN-RBMA a partirde imagens de satélite)Figura 3: Mapa mostrando os 34 Hot Spots de biodiversi<strong>da</strong>de no planeta,áreas de grande riqueza biológica, em estado crítico de conservação. OBrasil abriga 2 desses Hot Spots: O Cerrado e a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, um dos 5mais ameaçados no mundo.Figura 4: O Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e as diversas formações florestais eecossistemas associados que o compõe.Figura 5: Novo Mapa dos Biomas do Brasil (Fonte; IBGE 2006)Figura 6 – Mapa do Brasil com os remanescentes florestais <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> e série de mapas do Estado de São Paulo mostrando o processo dedevastação florestal entre 1500 e 2000. (Fonte: CN-RBMA baseado emVictor, M. et al., 1975).Figura 7: (Lewinsohn, T.M., 2005) / Capa <strong>da</strong> publicaçãoFigura 8: (Stehmann et al, 2009) / Capa <strong>da</strong> publicaçãoFigura 9 e 10: Áreas prioritárias para a conservação, uso sustentável erepartição de benefícios <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e nas zonasMarinas. (fonte: MMA/2010).Figura 11: Mapa <strong>da</strong>s terras indígenas no bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> – (Fonte MMAe Funai, 2010).Figura 12: Quilombos no Brasil. (Fonte: Fun<strong>da</strong>ção Palmares)Figura 13: Quilombos no Vale do Ribeira/ SP. (Fonte: ISA, 2009)Figura 14: Uni<strong>da</strong>des de Conservação por categoria e Terras Indígenasno Brasil.Figura 15: Mosaico <strong>da</strong>s Ilhas e áreas Protegi<strong>da</strong>s do Litoral Paulista.(Fonte:Fun<strong>da</strong>ção Florestal/SMA-SP 2010)Figura 16: Fonte MMA 2010141


Figura 17: <strong>Reserva</strong>s <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> reconheci<strong>da</strong>s pela UNESCO no Brasil.(Fonte:CN-RBMA, 2010)Figura 18: A <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> com seu zoneamentoapós sua 6ª fase de ampliação. (Fonte: CN-RBMA).Figura 19: Sítios do Patrimônio Mundial Natural, reconhecidos pela UNESCOno Brasil.(Fonte: CN-RBMA, 2009)Figura 20: Sítios Ramsar reconhecidos no Brasil. (Fonte: CN-RBMA, 2010)Figura 21: Distribuição do número de RPPNs na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, por estado.Fonte: Confederação Nacional de RPPNs, 2010)Figura 22: Criação de áreas protegi<strong>da</strong>s (proteção integral) nos biomasterrestres e zona costeira do Brasil. Biomas: (AM) Amazônia; (PAN)Pantanal; (CE) Cerrado; (MA) <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>; (PAM) Pampas; (CAA)Caatinga; (COS) Costeiro. (Fonte: WWF-Brasil, 2010.)Figura 23: Livro Vermelho Capa <strong>da</strong> PublicaçãoFigura 24: Graus de Ameaça à fauna brasileira Fonte MMA 2008Figura 25 - Número de Espécies Ameaça<strong>da</strong>s de Extinção nas ListasVermelhas Estaduais Recentes.Figura 26A e 26B: Publicações sobre Fauna e Flora ameaça<strong>da</strong>s no EspiritoSantoFigura 27: Variação no número de espécies animais brasileiras incluí<strong>da</strong>s naLista Vermelha <strong>da</strong> IUCN, de 2002 à 2006. (Fonte: Paglia & Fonseca, 2009.)Figura 28: Cartaz síntese dos estudos realizados pela Aliança Brasileira paraa Extinção Zero – BAZE. (Fonte: Fun<strong>da</strong>ção Biodiversitas et al. , 2010).Figura 29: Áreas Importantes para a Conservação <strong>da</strong>s Aves (IBAs) na <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> (Fonte: Bird Life / SAVE Brasil - 2006)Figuras 30 e 31: Publicação sobre espécies exóticas e Mapa de distribuiçãode ocorrências de organismos exóticos aquáticos no Brasil. Ca<strong>da</strong> pontorepresenta um município para o qual pelo menos uma ocorrência foirelata<strong>da</strong>. Fonte: Brasil – MMA/SBF, 2009. Fauna, Flora e MicroorganismosInvasores nas Águas Continentais Brasileiras. No prelo. 449pp. Autores:A.O. Latini, D.C. Resende, R.O. Latini, D.P. Lima, L.T. Oporto, e F.A.Ferreira.Figura 32: Áreas de Exclusão de Pesca (AEP) para a conservação detubarões e raias na Plataforma Sul. (Fonte: Vooren, C.M. e Klippel, S. (Eds-2005).142


Figuras 33, 34, 35 e 36: Áreas de exclusão de Pesca na APA dos Corais ena RESEX de Corumbau.Figura 37 e 38: Foto de Beatrice P. Ferreira e mapa <strong>da</strong> regiãoFigura 37 e 38: Foto de Enrico Marone e mapa <strong>da</strong> regiãoFigura 39: fonte: SBF / MMA 2009Figuras 40A e 40B: Capa <strong>da</strong> Publicação sobre Áreas Chaves para aBiodiversi<strong>da</strong>de Marinha e MapaFigura 41: Um dos mais antigos mapas do Brasil, mostrando a exploraçãodo Pau Brasil. Giácomo Gastaldi, 1550Figura 42: Serraria de Araucarias no ParanáFiguras 42 e 43: Áreas de Ocorrencia Natural <strong>da</strong> Araucaria e Situação <strong>da</strong>sRemanecentes 2000. Fonte CN-RBMA 2002Figuras 44 e 45: Áreas de Ocorrencia Natural do Palmito Jussara e Situação<strong>da</strong>s Remanecentes 2000. Fonte CN-RBMA 2002Figura 46: Warren Dean 1995 / Capa <strong>da</strong> PublicaçãoFigura 47: Capa <strong>da</strong> PublicaçãoFigura 48: Embalagem <strong>da</strong> Erva Mate Certifica<strong>da</strong>Figura 49: Site do Programa Mercado <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>(www.rbma.org.br/mercadomataatlantica).Figura 50: RBMA – selo de origem para produtos sustentáveis na <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>.Figura 51 - Cadeiras de valor <strong>da</strong> sociodiversi<strong>da</strong>de prioritárias para a <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>: Erva Mate, Pinhão (Araucária), Jussara (fruto) e Piaçava (fibra).Fonte: ilustração de Lucia Rodrigues/ CN-RBMA (2000).Figuras 52, 53 e 54 abaixo, ilustram os eventos.Figura 55: Fonte: Projeto Corredor Central <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> AtlÂntica 2010Figuras 56 e 57: Fonte: Projeto Corredor Central <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> 2010Figuras 58, 59 e 60: Logotipo de Cooperativas e Associações de Artesãos deAlagoas desenvolvidos pelo Programa Mercado <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> <strong>da</strong> RBMA /2009Figura 61: Manual Agroflorestal para a <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> – ApresentaçãoREBRAF143


Figuras 62 e 63 e Tabela 21 - Quadro do desmatamento nos estadosmonitorados pelo “Atlas <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>” para o período 2008-2010. (Fonte:Fun<strong>da</strong>ção SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e INPE, 2010).Figura 64: Evolução <strong>da</strong>s ocorrências de queima<strong>da</strong>s (focos de calor) porbioma. Fonte: http://www.dpi.inpe.br/proarco/bdqueima<strong>da</strong>s, <strong>da</strong>doscoletados até 15 de junho de 2010.Figura 65: Zonas Mortas de Biodiversi<strong>da</strong>deFigura 66: Abundância média de peixes por 100 m2 dentro de áreas compesca (abertas) e sem pesca (fecha<strong>da</strong>s). (Fonte: Programa Nacional deMonitoramento dos Recifes de Coral. MMA, 2008.)Figura 67: Cartaz sobre espécies invasoras e ameaças aos ecossistemasmarinhosFigura 68: Caderno RBMA n°17Figuras 69, 70 e 71: Publicações sobre o uso sustentável na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>Figura 72 - Localização dos principais bancos de germoplasma <strong>da</strong> Embrapapara espécies nativas <strong>da</strong> flora. (Fonte: CN-RBMA, 2002)Figura 73: Populações Tradicionais não-indigenas na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (Fonte:CN-RBMA 2000)Figura 74: Publicação sobre Patrimônio Imaterial e Biodiversi<strong>da</strong>de onde sedestaca a complexi<strong>da</strong>de dos temas relacionados ao acesso a recursosgenéticos e repartição de benefícios relacionados aos conhecimentostradicionais sobre a biodiversi<strong>da</strong>de.Figura 75, 76, 77 e 78: Campanhas em defesa <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>Figura 79, 80, 81, 82 e 83:Projetos de proteção à fauna na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> eZona MarinhaFiguras 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92 , 93, 94, 95, 96, 97, 98 e99:Publicações relaciona<strong>da</strong>s à <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>Figura 100, 101, 102 e 103: Rede de enti<strong>da</strong>des para conservação e usosustentável <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>Figuras 104 e 105: Cadernos RBMA - Legislação AmbientalFigura 106 e 107 – Publicações referentes à aplicação do método Rappam<strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong>de de gestão em âmbito nacional e estadualFiguras 108 e 109: Publicação sobre Avaliação de efetivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s UCs noRio de Janeiro / 2010Figura 110: Publicação sobre conservação na esfera estadual144


Figura 111: Publicação de Apio as RPPNs. 2010Figura 112 e 113: Materia sobre economia ecológica na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>Figura 114: Mapa e Site do PACTO pela Restauração <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.2010Figura 115: Capa <strong>da</strong> Publicação Panorama <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de Global. Fonte:CDB 2010LISTA DE TABELASTABELA 1 - METAS GLOBAIS DE BIODIVERSIDADE PARA 2010 APROVADAS NA COP8 –DECISÃO VIII/15Tabela 2 - a resolução conabio n.o 3, de 21 de dezembro de 2006Tabela 3 – ver tabela em anexo (Paglia & Pinto, in press)Tabelas 4 e 5 – Áreas Protegi<strong>da</strong>s (federais, estaduais e RPPNs) nos diversosbiomas brasileiros e porcentagem protegi<strong>da</strong> dos biomas em relação àsmetas 2010. (Fonte: MMA, 2010).Tabela 6 – Terras Indígenas nos diversos biomas brasileiros. (Fonte:A<strong>da</strong>ptado do MMA, 2010)Tabela 7 - Povos Indígenas <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. (Fonte: MMA, 2010)Tabela 8 - Distribuição do número e extensão superficial <strong>da</strong>s áreasprioritárias do Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, por classe de priori<strong>da</strong>de de ação noprocesso 2006. (Fonte: PROBIO/MMA 2008)Tabela 9 - Números de espécies de vertebrados, invertebrados e fungos queforam catalogados na pesquisa com 127 RPPNs e confrontados comnúmeros totais que ocorrem na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e no Brasil. (Fonte: Oliveiraet al., 2010.).Tabela 10 – Estados com a categoria RPPN formaliza<strong>da</strong> nos SistemasEstaduais de Áreas Protegi<strong>da</strong>s.Tabela 11 – Áreas territoriais <strong>da</strong>s Uni<strong>da</strong>des de Conservação de <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> em alguns estados brasileiros. (Fonte: CN-RBMA 2010 baseado noCNUC/ MMA.)Tabela 12: Animais ameaçados de extinsão na lista oficial do MMA (2010)Tabelas 13 e 14 – Número de espécies ameaça<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> bioma por categoria deameaça e Principais fatores de pressão e degra<strong>da</strong>ção sobre a biodiversi<strong>da</strong>de nosbiomas brasileiros (Fonte: MMA, 2010.)145


Tabela 15 - Número de espécies de plantas ameaça<strong>da</strong>s de extinçãoocorrentes no Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> segundo IUCN (2009), Fun<strong>da</strong>çãoBiodiversitas (2009) e MMA (2008Tabela 16 - Planos de ação para a conservação e recuperação de espéciesameaça<strong>da</strong>s <strong>da</strong> fauna e flora brasileiras. (Fontes: Rede Brasileira de JardinsBotânicos; FNMA; PROBIO; Marini Filho, O.J. (2006) – todos em: Brasil,Ministério do Meio Ambiente, 2006. Relatório Final do Seminário deDefinição <strong>da</strong>s Metas Nacionais de Biodiversi<strong>da</strong>de para 2010.)Tabela 17 - Estado e tendências <strong>da</strong>s espécies exóticas invasoras no Brasil.(Fonte: Instituto Horus, 2005).Tabela 18. Espécies exóticas invasoras de paisagens agrícolas por bioma.(Fonte: Brasil, EMBRAPA/Ministério <strong>da</strong> Agricultura Pecuária eAbastecimento. Relatório Final sobre Espécies Exóticas Invasoras nosSistemas Produtivos Agrícolas, Pecuários e Silvícolas, apresentado aoProjeto PROBIO. 2005)Tabela 19: Fonte RENCTAS 2001Tabela 20: Fonte: SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> / INPE, 2010.Figuras 62 e 63 e Tabela 21 - Quadro do desmatamento nos estadosmonitorados pelo “Atlas <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>” para o período 2008-2010. (Fonte:Fun<strong>da</strong>ção SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e INPE, 2010).Tabela 22: Desmatamentos e Remanescentes Florestais nos estados <strong>da</strong><strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>(Fonte: SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>/ INPE, 2010.)Tabela 23 - Evolução do número de ocorrências de fogo no BrasilTabela 24 - Proporção <strong>da</strong>s ocorrências de queima<strong>da</strong>s de acordo com otamanho do biomaTabela 25:Fonte: Informe sobre Espécies Exóticas Invasoras Marinhas noBrasil in Biodiversi<strong>da</strong>de 33. MMA, 2009.Tabela 26– Ação dos Estados <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> em relação as mu<strong>da</strong>nçasclimáticas. (Fonte: WWF Brasil, 2010.)Tabela 27: Fonte RENCTAS 2001Tabela 28: Valor do grama de veneno de serpentes brasileiras no mercadointerncaional. Fonte SIGMA, 1998Tabelas 29 e 30 : Investimentos mínimos requeridos para a Consoli<strong>da</strong>ção<strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des de conservação estaduais no Rio de Janeiro e em Minas GeraisTabela 31: Contribuições do governo alemão para projetos de conservaçãoe uso sustentavel <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>. Fonte: KFW 2009146


Tabela 32: Estados Brasileiros com legislação sobre o ICMS Ecológico emontantes transferidos para municípios “verdes” em 2008. (Fonte: MMA,2008. Estados com áreas no Bioma <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>.)147

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