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Jornal de Leiria 6 de Setembro de 2012 7Famílias recorrem a saldos e livrosemprestados para reduzir custosOrçamento Um casal com dois filhos, um no 6.ºe outro no 8.º anos, gasta mais de 440 euros, sócom os manuais escolares e parte do material que vai ser necessário para o início do ano lectivo. Apartir de segunda-feira, chegam mais despesas que podem ascender a 600 euros por alunoLurdes Trindadelurdestrindadejl@gmail.com❚ A poucos dias do início de maisum ano lectivo, a maioria das famíliasportuguesas já preparou oregresso às aulas, fazendo contasà vida. Depois das férias, foi tempode encomendar os manuais escolaresadoptados pelas escolasque os filhos vão frequentar. E seumas seguiram os passos de anosanteriores, recorrendo às livrariashabituais, outras procuraram soluçõesmais baratas, aproveitandoas campanhas promocionais emhipermercados, cadeias livreirasou mesmo em leilões na internet.A troca de livros foi, igualmente,uma alternativa que este ano fezsucesso no País, além do recursoaos manuais usados de amigos,irmãos e vizinhos.É o caso de Fátima e Sérgio Sousa.Com dois filhos na Escola EB 2,3José Saraiva, em Leiria, o casal recorreuao empréstimo para a maioriados manuais para o Rodrigo,que transitou para o 8.º ano de escolaridade.Se tivesse adquiridotodos os livros, teria despendido208.58 euros, mas como apenascomprou três manuais (História,Espanhol, Língua Portuguesa), gastouapenas 57.21 euros. “Foi umagrande poupança e, tendo em contaque os manuais estão em muitobom estado, não fazia sentido estara gastar tanto dinheiro”, explicaFátima Sousa, lembrando que osgastos com os filhos na escola sãomuito elevados. “As crianças crescema olhos vistos de ano para ano,sendo preciso estar sempre a comprar-lhesroupas, ténis, equipamentopara desporto, além de todoo material escolar que os professoresrecomendam após o iníciodas aulas”. Aliás, Fátima Sousanão teve a mesma sorte com o pequenoGonçalo relativamente aoslivros escolares do 6.º ano de escolaridade.Na próxima segundafeira,dia 10, a mochila que custouaos pais 45 euros com materialque envolveu uma quantia de cerca82 euros (dividido entre ele e oirmão), já levará uma parte dos livrosque ficaram a pesar 147.77 eu-RICARDO GRAÇAros no orçamento dos pais. Ouseja, para o filho mais novo, o casalSousa despendeu já 274.77 euros.Falta, como para o irmão, todoo material escolar “mais pesado”,além do equipamento para EducaçãoFísica.Em casa de Fátima e de SérgioConselhos úteis. Planeie as compras, comparepreços e não se precipite.. Faça um apanhado do material edo orçamento disponível.. Verifique se existe material doano lectivo anterior em bomestado para ser reutilizado.. Envolva as crianças noplaneamento das comprasestimulando-as a elaborar umalista dos materiais essenciais.. Se optar por levar as crianças àscompras, explique previamenteo que podem comprar. A mochila não deve pesar maisde meio quilo vazia e mais de10% do peso da criança quandotem livros.Sousa, a preparação do ano lectivoé feita muito antes de Agosto. Ossaldos são, aliás, o período emque tudo começa, sendo que emJulho já se iniciam as primeirascompras das roupas e do calçado.Para Agosto ficam apenas os livrose para Setembro o material escolar.“Sou obrigada a diluir as despesaspara evitar desequilíbrios”, explicaa cabeleireira, que gere o orçamentocom muito cuidado, já quequem tem crianças não pode contarapenas com os gastos fixos.Além disso, diz que se comprarem saldos, desde a roupa ao calçado,pode “oferecer aos filhos algumaqualidade”, principalmentenos ténis para a ginástica. Mesmoassim, admite que não será fácil geriro início do ano lectivo, poisdesconhece o valor que terá de desembolsarpara todo o materialescolar que os docentes irão solicitar.“Nunca sabemos quanto é,dependerá de cada professor, masé sempre uma quantia avultada”,afirma a cabeleireira.Para a filha que vai para o 7.ºano, Helena Moreira gastou 241euros em manuais escolares, faltando-lhetambém o material escolarque, suspeita, deverá ascendera 100 euros, tal como aconteceuo ano passado. Mesmo assim,a jovem mãe recorda quetem tentado reciclar tudo o quepode, desde dossiers, folhas, lápis,borrachas e lapiseiras. “Até a mochilaque o ano passado custoucerca de 80 euros, foi reparada,pois não podia deitá--la fora”, explicaHelena, sublinhando que a filhachegou a suportar um peso de12 quilos, o que seria incomportávelcom uma mochila sem reforço.“O que me preocupa é que muitospais não podem comprar bom materialpara os filhos, que irão pagara factura mais tarde, com as mazelasnaturais que vão surgir na coluna”.Quer o casal Sousa, quer HelenaMoreira tencionam gastar maisde 600 euros por cada um dos filhoseste ano, incluindo nas despesasa alimentação, a roupa, a internet,os telemóveis e as mesadas.“Estou a fazer as contas porbaixo, já que vou aproveitar muitomaterial”, explica Helena Moreira.Fátima talvez gaste menoscom Rodrigo, mas adianta quenunca poderá contar com menosde 400 euros para as suas despesas.Aliás, o Ministério da Economiae Emprego, em parceria coma Direcção-Geral do Consumidor(DGC) e a Associação Portuguesade Empresas de Distribuição(APED), lançou este ano, de novo,o guia Regresso às Aulas em Segurança,onde além da questão damochila, “fundamental para ocrescimento da criança, para queesta não assuma más posturas”,faz recomendações em termos dequalidade/preço, numa perspectivade levar o consumidor a ter>>>PUBLICIDADE. 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