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<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 6 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2012 41OlharRICARDO GRAÇAUrbanida<strong>de</strong> Espaço público <strong>de</strong>ve se versátilAndar na ruaPedro Lemos Cor<strong>de</strong>iropedrolcor<strong>de</strong>iro@hotmail.com❚ Pensar o tema da cida<strong>de</strong> pressupõe um inevitável po<strong>de</strong>r<strong>de</strong> abstracção, pois à semelhança <strong>de</strong> qualquer organismovivo o seu conjunto parece ascen<strong>de</strong>r a umacerta autonomia ou até personalida<strong>de</strong>. Esta é uma condiçãoque não permite enten<strong>de</strong>r a cida<strong>de</strong> objectivamente,como por exemplo através da estatística, masque obriga a perspectivar uma estrutura que pelo seutodo consiga <strong>de</strong>linear um certo carácter <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>,complexo (como todas as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser), com <strong>de</strong>feitose virtu<strong>de</strong>s (como todas sempre terão).O resultado, em modo <strong>de</strong> síntese, <strong>de</strong>verá ser consequentecom a experiência mais alargada do viajante,comparada q.b. para melhor se po<strong>de</strong>r situar e reconhecerperante as outras urbes e assim encontrar na sua naturezasocial, organizativa e material, vocações a<strong>de</strong>quadasàs legitimas projecções e <strong>de</strong>sejos.Visar a compreensão da urbanida<strong>de</strong> a uma escala maisalargada obriga inevitavelmente a i<strong>de</strong>ntificar os váriosanéis <strong>de</strong> influência entre a cida<strong>de</strong> e a sua envolvente territorial(trocas comerciais, tecido industrial, competênciashumanas, cientificas, tecnológicas, outras urbanida<strong>de</strong>sconcorrentes, infraestruturas, transportes,etc.), com vista a uma maior consciência dos seus valoresdiferenciadores e das oportunida<strong>de</strong>s imanentes.Irei no entanto continuar a fixar-me na dimensão centro-urbanada cida<strong>de</strong>, aplicada a <strong>Leiria</strong>, e em sugestões<strong>de</strong> menor escala orientadas para uma urbanida<strong>de</strong> maisviva e possível <strong>de</strong> accionar.<strong>Leiria</strong> tem um centro natural – todas as ruas vão darà praça Rodrigues Lobo – uma centralida<strong>de</strong> intuitiva dolazer, da estadia, da memória e enquadramento urbano(vistas para o castelo), da suave proporção geométrica(na relação entre a sua dimensão e as dos edifíciosque a configuram), pela tranquilida<strong>de</strong> pedonal, pelos cafése esplanadas, pela sol e pela sombra, por toda umacomplexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> valores que a tornam no ponto capitalda cida<strong>de</strong>.Encaremos então a praça com esse carácter centrifugadorda dinâmica urbana e facilmente enten<strong>de</strong>remosa relevância e oportunida<strong>de</strong> dos seus acessos (ruas)como espaços <strong>de</strong> prolongamento pedonal, comercial e<strong>de</strong> circunstância lúdica. Deste modo, imaginemos quea praça esten<strong>de</strong>ria os seus tentáculos <strong>de</strong> conforto afectando(privilegiando) a activida<strong>de</strong> comercial e <strong>de</strong>senhourbano com o intuito <strong>de</strong> fomentar o hábito <strong>de</strong> “andarna rua” e viver a cida<strong>de</strong>, com todas as vantagens sociais,económicas e culturais a que isso conduziria.Po<strong>de</strong>r-se-á reclamar esta mesma vonta<strong>de</strong>, no âmbitodo programa Polis <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, em intervenções do espaçopúblico envolvente à praça como são os exemplosda reestruturação do jardim Camões e prolongamentoao Largo da Republica 5 <strong>de</strong> Outubro ou na reestruturaçãoda fonte luminosa e articulação pedonal envolvente.No entanto, na minha opinião, estas são intervençõespenalizadas ou por um <strong>de</strong>senho formal pouco alinhadocom uma intenção clara da sua utilização, resultante<strong>de</strong> uma qualquer qualida<strong>de</strong> gráfica que não se traduzEncaremosentão a praçacom essecaráctercentrifugadorda dinâmicaurbana efacilmenteenten<strong>de</strong>remosa relevância eoportunida<strong>de</strong>dos seusacessos (ruas)como espaços<strong>de</strong>prolongamentopedonal,comercial e <strong>de</strong>circunstâncialúdicana experiência do espaço, ou por outro lado, na insipiência<strong>de</strong> um <strong>de</strong>senho que <strong>de</strong>ixa em aberto todo e qualqueracontecimento – o que po<strong>de</strong>ria ser positivo mas nãoo é pela sua susceptível materialida<strong>de</strong> entre outras ina<strong>de</strong>quadascaracterísticas.O que se preten<strong>de</strong> nesta abordagem, muito mais doque apontar falhas, é encontrar potencialida<strong>de</strong>s na estruturaurbana existente da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e releválaspara pequenas intervenções que reforcem o potencialcarácter do local, tornando-o mais sugestivo parauso dos cidadãos e visitantes, por forma a construirmosuma cida<strong>de</strong> que nos faz “andar na rua”, experimentare participar conjuntamente na sua contínua construção.Neste sentido, pequenas propostas que possam <strong>de</strong>finirnovos lugares <strong>de</strong> estadia como sombreamentos, lugaressentados, mobiliário urbano (mais versátil e menosformal) <strong>de</strong>verão pressupor uma convergência <strong>de</strong>usos para a generalida<strong>de</strong> do contexto urbano Leiriense,por forma a que as experiências e activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> jovense graúdos se possam aproximar, misturar.Essa urbanida<strong>de</strong>, sobretudo para uma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pequenadimensão como <strong>Leiria</strong> on<strong>de</strong> as competências espaciaisnão necessitam <strong>de</strong> se <strong>de</strong>sdobrar, exige uma gran<strong>de</strong>versatilida<strong>de</strong> nas propostas para o espaço público epor conseguinte uma consciência pragmática para reconhecerque um pavimento urbano polido serve a ca<strong>de</strong>ira<strong>de</strong> rodas como o Skate, e que um muro com 40 cm<strong>de</strong> altura serve o contorno do canteiro como vários lugaressentados ou ainda para plataforma <strong>de</strong> “avarias radicais”,entre outras normais activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> rua…

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