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Jornal de Leiria 6 de Setembro de 2012 37DRO retábulo doaltar-mor daigreja dePedrógãoGrande é emcantaria do“Renascimentocoimbrão”, oimóvel contacom peças deescultura deJoão de Ruão,datadas doséculo XVI.culpidas no calcário são um sinal desta utilização da antigafortaleza que se encontra recuperada e que, nos ricamentetrabalhados mosaicos colocados a descoberto por escavaçõesrecentes, revela a sua origem romana. Ali perto, noutralocalidade deste concelho, na igreja matriz de Chão deCouce, é possível admirar um retábulo de José Malhoa.“Não podemos esquecer o interior gótico-renascentistada capela do Senhor dos Aflitos, da Golpilheira, na Batalha,ou a formosíssima igreja barroca do Mosteiro de Cós,em Alcobaça”, sublinha o historiador. E convém não falharuma vista à Sacristia Nova e à Capela Barroca dos Relicáriosdo Mosteiro de Alcobaça, separadas da visita normalao monumento por um bilhete extra, mas que valebem a pena.Juntamos à lista a rendilhada e curiosa ponte do Boutaca,ainda com as guaritas para pagamento da portagempara atravessar o rio, a apenas algumas centenas de metrosdo Mosteiro da Batalha, monumento que, pela sua imponênciaacaba por fazer sombra a esta construção e à igrejamatriz da vila.As primeiras teorias sobre a igreja de São Gião, na Nazaré,referem que teve as suas origens no século VII, no localantes ocupado por um templo romano dedicado a Neptuno.Contudo esta ideia tem sido posta em causa após estudosrecentes e trabalhos de escavação. São Gião passoua ser considerada como um dos poucos exemplares de templosasturianos conhecidos no nosso País, o que a datariade uma época posterior. Ainda assim, o templo que, em1702 era usado como curral de gado, está associado à sacralizaçãoda costa da Nazaré e terá sido mesmo a utilizaçãocomo apoio à agro-pecuária que o terá salvo da ruína total.Hoje, este monumento nacional desde 1986, permanece“encaixotado” num abrigo de zinco, à espera de melhoresdias.Antes de sair do concelho é impossível não visitar o Santuárioda Virgem da Nazaré, no Sítio. No seu interior, guarda-seuma Virgem Negra, que representa a Senhora da Nazaré,esculpida em madeira, e que terá sido levada de Méridapara o Sítio, em 711, por frei Romano, monge do conventode Cauliniana, após a derrota do exército cristão nabatalha de Guadalete contra as forças mouras invasoras.Sempre para sul, eis que nos deparamos com a igreja deNossa Senhora do Pópulo, em Caldas da Rainha. A igrejamatriz da cidade, integra o conjunto do Hospital TermalRainha D. Leonor e é possível que seja um dos mais antigosedifícios de Caldas da Rainha, existindo ainda antesdo estabelecimento da povoação à volta da nascente termal.A torre sineira, construída em 1505, foi consideradacomo uma das mais belas do País. Já junto à vila muralhadade Óbidos, Saul Gomes aponta o aqueduto da Rainha D.Catarina, consorte do rei D. João III. “Que ninguém ou quaseninguém valoriza”, lamenta.O ponto mais meridionalCom a viagem quase a chegar ao fim, há ainda tempo paravisitar aquela que é, na actualidade, uma das mais famosasestâncias de surf do Mundo. Em Peniche, além do tristementefamoso memorial à ignobilidade humana que éo seu forte, onde o Estado Novo prendeu e torturou quema ele se opunha, é incontornável uma visita aos antigos Paçosde Atouguia da Baleia, antigo palácio régio onde viverampor exemplo os reis D. Fernando I, D. Afonso V, D.Pedro I e D. Inês.No extremo sul do distrito, entre vinhedos e paisagemsaloia ergue-se a vila do Bombarral e o Teatro Eduardo Brazão,restaurado em 2008. Foi construído no início do séculoXX e inaugurado em 1921, na presença do actor EduardoBrazão, que lhe deu o nome. Uma pérola da Art Nouveau.Este e outro património de grande importância, maspouco conhecido do grande público, embora “escondido”debaixo dos olhares quotidianos, encontra-se descrito naobra Inventário Artístico de Portugal. 5 - Distrito de Leiria,Lisboa, da Academia de Belas Artes, publicada em 1955.Embora com quase 60 anos, este volume contém um registoimportante do imenso valor arquitectónico e artísticoque existe na região.DROs neveiros oupoços de nevede Castanheirade Pera são umponto de visitaobrigatório doconcelho,especialmenteno Outono eInverno.O Mosteiro daBatalha, apoucascentenas demetros daPonte doBoutaca,quase ofuscaa beleza dorendilhadocalcário daestruturaO bilheteextra paravisitar aSacristia Novae a CapelaRelicário doMosteiro deAlcobaça valecada cêntimoNa rota para o SulA mais antiga praçade touros, asClarissas e aspinturas góticasA seguir, a nossa viagem leva--nos ao território de Pombal e àSerra de Sicó onde, na vila deAbiul, se pode visitar a praça detouros local, referenciada comose não a mais antiga, uma dasmais antigas em territórionacional dedicada à artetaurina. Foi construída na eraseiscentista e substituída poroutra estrutura mais recente nofinal do século XIX. “Aindanesse concelho, há que visitar oConvento da vila do Louriçal.Magnífico”, considera SaulAntónio Gomes.Habitado até hoje pelas IrmãsClarissas do Desagravo, foifundado em 1630 por sororMaria do Lado, mas as obras deconstrução só terão começadoem 1690. A igreja, o altar-mor,altares colaterais e laterais sãovisitáveis e sobressaem pelosseus retábulos setecentistas,trabalhados em mármoresprovenientes de Lisboa, dediferentes tonalidades debranco, negro, rosa e amarelo,sem esquecer os seus preciososazulejos. E, claro, não se deveesquecer a gastronomia edoçaria locais.O conjunto arquitectónicocriado pelos solares, igreja eponte românica da vila daRedinha é mais um ponto devisita obrigatório nesteconcelho.No centro do distrito de Leiria, ede uma assentada, Saul Gomesaponta as pinturas góticasrecuperada igreja do conventode São Francisco em Leiria, umdos tesouros da pinturamedieval portuguesa,descobertas durante as obras derecuperação do templo e quedeveriam ser um dos cartões devisita da cidade e da região.Seguem-se as pinturas dos anjosda abóbada da sacristia doMosteiro da Batalha, o Santuárioda Virgem de Nossa Senhora doFètal, no alto daquela localidadee que, tal como a Nazaré, já foium dos grandes pontos deromaria da região, antes dofenómeno de Fátima.Na capital do distrito, são visitaobrigatória a Sé Catedral,construída entre 1550 e 1574,depois da criação da diocese,cinco anos antes. É um dosgrandes edifícios doRenascimento tardio do nossoPaís. A Igreja da Misericórdia ea sua torre invulgar, localizadano local onde existiu a sinagogade Leiria, o Santuários de NossaSenhora da Encarnação e, forade Leiria, o barroco Santuáriodos Milagres não podem ficarde fora de uma visita.