24 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 6 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2012EconomiaPequenas empresasinvestem em contracicloEST contrata 20 pessoas num mêsNo espaço <strong>de</strong> um mês, a EST, empresa da Boa Vista,<strong>Leiria</strong>, contratou “mais <strong>de</strong> 20 colaboradores”, paraintegrar a sua equipa, que conta com quase 200pessoas. “Esta necessida<strong>de</strong> é reflexo da expansão ecrescimento sustentado da activida<strong>de</strong> da EST emtodo o mundo”, informa em comunicado.FinançasContribuintesnotificados a<strong>de</strong>volver dinheirodo IRSMarinha Gran<strong>de</strong>Qual David contra Golias, muitas pequenas e médias empresasda região estão a enfrentar a crise com mais investimentoAFR Mol<strong>de</strong>s mudou <strong>de</strong> instalações e investiu em equipamentoDaniela Franco Sousadaniela.sousa@jornal<strong>de</strong>leiria.pt❚ Cruzar os braços não é opçãopara muitos empresários da MarinhaGran<strong>de</strong> que, apesar da conjunturaadversa, continuam a darinício a projectos <strong>de</strong> investimento.Algumas PME apostam na remo<strong>de</strong>laçãoe na ampliação <strong>de</strong> instalações,outras investem em I&D,com um objectivo comum: aumentare melhorar a produção,<strong>de</strong> forma a penetrar em novosmercados. Só na última reunião <strong>de</strong>câmara, foram aprovados pelo municípioos projectos da AFRMol<strong>de</strong>s, da Ribermold, da Famoplae da Mol<strong>de</strong>s RP.A AFR Mol<strong>de</strong>s, fabricante <strong>de</strong>mol<strong>de</strong>s para plásticos, que funcionavano Telheiro, mudou-serecentemente para as novas instalaçõesna Marinha Gran<strong>de</strong>, parao antigo edifício da Inamol, on<strong>de</strong>está a <strong>de</strong>senvolver um projecto<strong>de</strong> 1.9 milhões <strong>de</strong> euros, com recursoa financiamento da banca.De acordo com o sócio-gerente,Alberto Rodrigues, a compra daqueleespaço à banca, em hasta pública,foi “uma oportunida<strong>de</strong>” quenão po<strong>de</strong>ria recusar. Além <strong>de</strong> colocara AFR Mol<strong>de</strong>s num “local estratégico”,esta mudança permiteà empresa <strong>de</strong>dicar parte das instalaçõesao aluguer <strong>de</strong> escritóriose disponibilizar um pavilhão preparadopara receber outra indústria.Desta forma, o espaço po<strong>de</strong>ráfuncionar como “núcleo <strong>de</strong> indústriase <strong>de</strong> serviços”, revela oempresário.Com a mudança <strong>de</strong> instalações ea aquisição <strong>de</strong> uma nova máquina,Alberto Rodrigues espera aumentarem 10% o volume <strong>de</strong> negócios,que nos últimos anos se temsituado em 1.5 milhões <strong>de</strong> euros,assim como aumentar a capacida-<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta às solicitações domercado externo, composto maioritariamentepor França, Alemanhae Estados Unidos. A mudança significarátambém, para já, um aumento<strong>de</strong> cinco postos <strong>de</strong> trabalho,fazendo aumentar para 25 o númerototal <strong>de</strong> colaboradores.A Ribermold, outra fabricante <strong>de</strong>mol<strong>de</strong>s, prepara-se para criar umcentro <strong>de</strong> testes e <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong>pré-séries junto à unida<strong>de</strong> fabril,na Marinha Pequena. Até agora, ocentro tem funcionado em Casaldos Ossos, lugar on<strong>de</strong> a empresafamiliar <strong>de</strong>u os primeiros passos,há 25 anos.Construir esta unida<strong>de</strong> e comprarequipamento custará perto <strong>de</strong> 1.2 milhões<strong>de</strong> euros, mas permitirá <strong>de</strong>senvolvertodo o processo num só local,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a concepção da i<strong>de</strong>ia, àexecução do mol<strong>de</strong> e injecção domesmo, ao estilo “chave-na-mão”. Ocentro criará 10 postos <strong>de</strong> trabalhoDANIELA FRANCO SOUSAqualificados, fazendo aumentar para80 o número <strong>de</strong> trabalhadores<strong>de</strong>sta empresa altamente exportadora(96% da produção). Indústriaautomóvel, eléctrica, electrónicae aeronáutica são alguns dosseus mercados.A Famopla, fabricante <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>spara a indústria plástica, da Benta,vai também ampliar instalações,sem revelar, para já, o valor do investimentoprevisto. O projectoinclui uma aposta na inovação,que permitirá aumentar a capacida<strong>de</strong>produtiva e as exportações daempresa, adianta o gerente, LuísGomes.Embora não tenha sido possívelouvir a direcção da Mol<strong>de</strong>s RP atéao final da edição, o JORNAL DELEIRIA sabe que a fabricante <strong>de</strong>mol<strong>de</strong>s, da Embra, tem em mãosum projecto <strong>de</strong> “alteração e ampliaçãoda unida<strong>de</strong> industrial”,também aprovado pela autarquia.Raquel <strong>de</strong> Sousa Silvaraquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt❚ Manuela entregou a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong>IRS logo no primeiro dia, na primeirafase, via internet, como faz todosos anos. Menos <strong>de</strong> 30 dias <strong>de</strong>poisestava a receber o reembolso e a nota<strong>de</strong> liquidação. Ficou, por isso, espantadaquando há dias recebeuuma carta das Finanças com uma segundanota <strong>de</strong> liquidação. E indignadaquando percebeu que lhe estavaa ser exigida a <strong>de</strong>volução <strong>de</strong> cerca<strong>de</strong> 130 euros.“Recebi a nota <strong>de</strong> liquidação eum aviso <strong>de</strong> cobrança que ameaçacom execução fiscal caso não <strong>de</strong>volvao dinheiro”, aponta a contribuinte,indignada com o facto <strong>de</strong> lheestarem a ser cobrados juros sobre ovalor que lhe terá sido in<strong>de</strong>vidamentepago e que agora terá <strong>de</strong> <strong>de</strong>volver.A carta “não traz uma únicaexplicação, não aponta quaisquer razõesou motivos” para a situação.Manuela dirigiu-se à sua repartição<strong>de</strong> Finanças para pedir esclarecimentos,mas foi-lhe dito não havernenhuma explicação oficial. A eventualida<strong>de</strong><strong>de</strong> o sistema po<strong>de</strong>r não estarainda afinado <strong>de</strong> acordo com asregras em vigor, quando entregou a<strong>de</strong>claração (logo no primeiro dia doprazo), foi uma das hipóteses avançadas.Contudo, o JORNAL DE LEI-RIA sabe que outros contribuintesque também foram notificados para<strong>de</strong>volver parte da verba reembolsadanão entregaram a <strong>de</strong>claração noprimeiro dia. Em alguns casos, asverbas a <strong>de</strong>volver rondam os 400 euros,noutros ultrapassam os 500.Contactadas algumas fontes dasFinanças, a informação disponível éque teria havido lapsos no sistema naprimeira liquidação, nomeadamenteem aspectos relacionados com osencargos com imóveis. Mas nenhumadas fontes ouvidas tinha aindaqualquer esclarecimento da Autorida<strong>de</strong>Tributária sobre o assunto.Esta remeteu o JORNAL DE LEIRIApara o gabinete <strong>de</strong> imprensa do Ministériodas Finanças, que até ao fecho<strong>de</strong>sta edição não enviou qualquerresposta.
Economia<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 6 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2012 25Royal Óbidos também vai receber incentivosSantos Barosa investe 32 milhõespara melhorar produtivida<strong>de</strong>Raquel <strong>de</strong> Sousa Silvaraquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt❚ A Santos Barosa e a Royal Óbidosvão investir quase 70 milhões <strong>de</strong> euros,contando para isso com incentivosdo Quadro <strong>de</strong> Referência EstratégicoNacional (QREN). Os contratos<strong>de</strong> investimento foram assinadoscom a AICEP a semana passada, masos incentivos já tinham sido aprovadosem Março. Além <strong>de</strong>stas empresas,também a Douro Azul (do Nortedo País) assinou contrato.No caso da Santos Barosa, queproduz vidro <strong>de</strong> embalagem na MarinhaGran<strong>de</strong>, o investimento visa areconstrução <strong>de</strong> um forno, que vaiintroduzir processos novos nas linhas<strong>de</strong> produção, através <strong>de</strong> tecnologiasavançadas. Visa ainda investigaçãoe <strong>de</strong>senvolvimento internos.Segundo o <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> Negócios, o investimentoestá estimado em 31,7milhões <strong>de</strong> euros. A manutenção <strong>de</strong>550 postos <strong>de</strong> trabalho directos, o au-Construir 2012Royal Óbidos entreos concorrentesO Royal Óbidos SPA & Golf Resort éum dos projectos concorrentes aosPrémios Construir 2012, na secçãoImobiliário e na categoria <strong>de</strong>Melhor EmpreendimentoTurístico. A iniciativa visa“distinguir os melhores” em quatroáreas: construção, arquitectura,imobiliário e engenharia. Estão nacorrida dois outros projectos dodistrito: a reorganização do castelo<strong>de</strong> Pombal (área <strong>de</strong> arquitectura,categoria melhor projecto público)e uma casa em <strong>Leiria</strong>, também naarquitectura, na categoria <strong>de</strong>melhor projecto privado, segundoo <strong>Jornal</strong> Construir. Além dascategorias sujeitas a votação pelossubscritores da publicação, existeainda o Prémio Excelência, quedistinguirá uma “personalida<strong>de</strong>com provas dadas no sector”.mento das vendas e prestações <strong>de</strong>serviços e o crescimento das exportaçõessão as razões apresentadaspelo Governo para aprovar a atribuição<strong>de</strong> incentivos, cujo valor nãofoi discriminado.Em resultado <strong>de</strong>ste projecto, e<strong>de</strong> acordo com o <strong>de</strong>spacho do Governopublicado em Diário da República,prevê-se que as exportaçõesda empresa registem umacréscimo <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 20 milhões<strong>de</strong> euros/ano até 2014.Contactada pelo JORNAL DE LEI-RIA, a empresa não prestou mais<strong>de</strong>clarações, remetendo para asque foram feitas pelo presi<strong>de</strong>nte doConselho <strong>de</strong> Administração à RPTno dia da assinatura do contrato.Na ocasião, José Pedro Barosa revelouque a mo<strong>de</strong>rnização do fornovisa, por um lado, “permitirmaior eficácia” e, por outro, “maiorprodutivida<strong>de</strong>”, que resultará doaumento da velocida<strong>de</strong> com que asgarrafas sairão do forno.Quanto ao projecto da Royal Óbidos,e como o JORNAL DE LEIRIA jánoticiou em Julho, visa a construção<strong>de</strong> um hotel <strong>de</strong> cinco estrelas, <strong>de</strong> umSPA e <strong>de</strong> um campo <strong>de</strong> golfe (este jáconcluído). O investimento ascen<strong>de</strong>a 36 milhões <strong>de</strong> euros, mas o projectocandidato ao QREN tinhacomo investimento elegível apenas31,7 milhões <strong>de</strong> euros, tendosido aprovados cerca <strong>de</strong> seis milhões<strong>de</strong> euros <strong>de</strong> incentivos.A construção do hotel, SPA ecampo <strong>de</strong> golfe insere-se num projectomais amplo do grupo MSF, orçadoem 200 milhões <strong>de</strong> euros eque contempla um total <strong>de</strong> 630unida<strong>de</strong>s turísticas, entre moradiase apartamentos.A AICEP frisou que aqueles trêsinvestimentos “são consi<strong>de</strong>rados<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância para a economianacional, pelo seu impactomacroeconómico”, beneficiandodos incentivos financeiros previstospara os gran<strong>de</strong>s projectos noâmbito do Sistema <strong>de</strong> Incentivos eInovação.Evento em <strong>Leiria</strong>Oportunida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> negócio emAngola discutidasna Nerlei❚ A Nerlei promove na próxima terça-feira,dia 11, nas suas instalações,um seminário sobre oportunida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> negócio em Angola.Agendado para as 14:30 horas, oevento contará com intervenções<strong>de</strong> um especialista da AICEP PortugalGlobal, <strong>de</strong> uma entida<strong>de</strong> bancáriapresente neste mercado, <strong>de</strong>uma consultora conhecedora dopaís, <strong>de</strong> um transitário e <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong><strong>de</strong> advogados. Haverá aindalugar para o testemunho <strong>de</strong>uma empresa portuguesa presenteem Angola. O principal objectivo<strong>de</strong>sta sessão é dar a conheceraos empresários informação <strong>de</strong>talhadasobre a abordagem a estemercado e preparar a missão empresarialque está agendada para operíodo entre 16 a 23 <strong>de</strong> Novembro.Esta acção integra o projecto ChoosePortugal 2012 que a NERLEI estáa dinamizar no âmbito do Sistema<strong>de</strong> Incentivos à Qualificação e Internacionalizaçãodas PME – Projectosconjuntos do QREN (Quadro<strong>de</strong> Referência Estratégico Nacional),pelo que a participação é gratuita,mas sujeita a confirmação.Leirienses envolvidos no projectoPorto Fino promove gastronomiae artigos nacionais em Hong KongRaquel <strong>de</strong> Sousa Silvaraquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt❚ Um grupo empresarial <strong>de</strong> capitais100% portugueses, <strong>de</strong> que fazemparte dois leirienses, vai abrir no final<strong>de</strong>ste mês em Hong Kong o PortoFino - Mediterranean Kitchen &Deli, que será uma “montra <strong>de</strong> produtosportugueses, através <strong>de</strong> contactosjá estabelecidos com marcasnacionais”. O projecto, que implicoupara já um investimento <strong>de</strong> 415 mileuros, passa pela abertura <strong>de</strong> um restaurantee <strong>de</strong> uma loja <strong>de</strong> produtosmediterrânicos.Luís Gonçalves, um dos empresáriosenvolvidos, explicou ao JOR-NAL DE LEIRIA que 80% dos produtosa comercializar serão <strong>de</strong> origemportuguesa, sendo os restantesitalianos, espanhóis e gregos.Para “satisfazer as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>uma cida<strong>de</strong> com cerca <strong>de</strong> sete milhões<strong>de</strong> habitantes”, <strong>de</strong>verão serabertos outros quatro restaurantes elojas gourmet em Hong Kong noprazo <strong>de</strong> um ano, revela o jovem.“Vamos ven<strong>de</strong>r bacalhau, vinho,azeitonas, frango <strong>de</strong> churrasco e, apartir das nove da noite, as pessoasvão jantar na loja, entre o presunto,Pedro do Carmo será o chef do restauranteo queijo e o esparguete”, explica.Os promotores preten<strong>de</strong>m aindacriar uma plataforma <strong>de</strong> venda onlinepara distribuir os produtos parabares, lojas e restaurantes <strong>de</strong> HongKong, numa primeira fase, e maistar<strong>de</strong> para outros mercados da Ásia.Pedro do Carmo, também natural<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, vai ser o chef do primeirorestaurante. Licenciado emFilosofia, iniciou-se como cozinheirono restaurante Charlotte'sPlace, em Londres. Nos últimosmeses era chef num restaurante emBournemouth. Para a sua escolha“foi <strong>de</strong>terminante o percurso académico,profissional e pessoal, oprofissionalismo, aliado à capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> se adaptar a vários conceitose projectos” e uma “capacida<strong>de</strong>muito boa para i<strong>de</strong>alizar novasexperiências”, revela Luís Gonçalves.O “orgulho em ser português”,por um lado, e o facto <strong>de</strong> Hong Kong<strong>de</strong>monstrar vitalida<strong>de</strong> económicae apetência pelo consumo, por outro,foram as razões do investimento.DR