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10 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 6 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2012Especial Regresso às aulasAnsieda<strong>de</strong> dos pais éinimiga da adaptaçãodas criançasMudança O medo e a ansieda<strong>de</strong> são duas das principaisemoções que acompanham os alunos que vão iniciar onovo ano lectivo, principalmente os que entram no préescolare no ensino básico. Os pais são uma peça-chave noêxito da sua integraçãoLur<strong>de</strong>s Trinda<strong>de</strong>lur<strong>de</strong>strinda<strong>de</strong>jl@gmail.com❚ Este fim-<strong>de</strong>-semana, os milhares<strong>de</strong> alunos que iniciam as aulas nasegunda-feira ultimam pormenorespara o gran<strong>de</strong> dia. Preparam as mochilascom os livros, ca<strong>de</strong>rnos e lápisnovinhos em folha e tentam“apagar” a ansieda<strong>de</strong> com muitosmimos que ainda sobram das férias,RICARDO GRAÇA<strong>de</strong> modo a que a entrada nestanova fase se faça com tranquilida<strong>de</strong>.É uma etapa que para representapara uns apenas o reencontro com“velhos” amigos, mas para outrossignifica uma mudança <strong>de</strong> turma,<strong>de</strong> estabelecimento <strong>de</strong> ensino oumesmo a entrada, pela primeiravez, no jardim <strong>de</strong> infância ou no ensinobásico. Para muitos, são mesmo<strong>de</strong>safios que implicam emoçõesaté aqui <strong>de</strong>sconhecidas e quepo<strong>de</strong>m traduzir-se em momentos<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>.Carolina, 6 anos, vai transitar dopré-escolar para o 1º ano do ensinobásico. Segundo a mãe, Carla Sousa,há cerca <strong>de</strong> três semanas, a filhacomeçou a apresentar sintomas estranhos,com dores <strong>de</strong> barriga e anão interagir com ninguém. Apósuma ida ao médico e umas análisesque não revelaram nada <strong>de</strong> “físico”,os pais aperceberam-se que, afinal,a tristeza <strong>de</strong> Carolina estava associadaà mudança <strong>de</strong> escola e a umanova imagem sem os seus amigosdo jardim <strong>de</strong> infância. “Quandolhe expliquei que a maioria dosseus amiguinhos iria permanecerna turma, ficou mais tranquila epassou o resto das férias radiante”,conta a mãe.Carla Sousa responsabiliza-sepor não ter conversado com a filhamais cedo sobre as mudanças queiriam ocorrer na sua vida, pois consi<strong>de</strong>raque teria poupado um sofrimento<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> duas semanas aCarolina. “Penalizo-me pela falta <strong>de</strong>tempo, mas vou ter <strong>de</strong> estar maisatenta durante o ano, pois a minhafilha, apesar <strong>de</strong> ser muito sociávele <strong>de</strong> se adaptar bem a novas situações,é muito sensível”, diz, lembrandoque, afinal, Carolina vaientrar na escola dos “gran<strong>de</strong>s” enem ela, nem o pai, Manuel, seaperceberam a tempo <strong>de</strong> evitar as“dores <strong>de</strong> barriga” da criança.De facto, o ser verda<strong>de</strong>iro com acriança, comunicando os reais factoresque levaram à <strong>de</strong>cisão damudança, seja <strong>de</strong> escola ou <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>,é <strong>de</strong>terminante para que atransição se faça com tranquilida<strong>de</strong>,tanto mais que quando se tratada passagem do jardim <strong>de</strong> infânciapara o 1º ciclo do ensino básico o<strong>de</strong>safio é maior. Para trás ficam osnovos amigos, a educadora que setratava pelo nome e uma escola quefuncionava quase como a continuida<strong>de</strong>da família.A entrada no ensino básico implicatambém uma alteração significativaaté na dinâmica interna dafamília, sendo também o momentoem que as crianças adquiremmais autonomia, com uma aproximaçãoao mundo dos adultos, além<strong>de</strong> que é partir daí que surge opeso da avaliação. “Vai existir umaalteração no olhar do adulto em relaçãoà criança, com a avaliação dasua própria capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvercompetências, <strong>de</strong> relacionamentoe <strong>de</strong> aprendizagem”, explicaSusana Lalanda, psicólogaeducacional. “A verda<strong>de</strong> é que a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> adaptação das criançasé muito superior à nossa, provavelmenteseremos nós (pais) a precisar<strong>de</strong> apoio”, afirma, lembrandoque a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer ajustamentosa nível parental, sendo <strong>de</strong>terminanteque se <strong>de</strong>cida o apoioque a criança terá, mas, sobretudo,“a quem caberá o papel <strong>de</strong> articularcom a escola”, se o pai ou a mãeou qualquer outro adulto.Esta é, pois, uma etapa do “<strong>de</strong>senvolvimentoda criança”, cujaansieda<strong>de</strong> dos adultos po<strong>de</strong> vir a“marcar” as suas lembranças, peloque aos pais aconselha-se que conheçamtambém “o espaço físico(escola e sala), o horário e que faleme estabeleçam uma linha <strong>de</strong> comunicaçãocom o professor que lheprestará toda a informação sobre oseu educando”, lembra, ainda, SusanaLalanda.Não existem, contudo, regras oufórmulas mágicas, nem para pais,

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