14Plano Nacional de Energia <strong>2030</strong>evidência a declaração, apresentada pela organização não-governamental International Rivers Network naconferência Renewables 2004, realizada em Bonn, Alemanha, pela qual pretendeu que fossem excluídas daclassificação de fonte de energia renovável as usinas hidráulicas com potência superior a 10 MW .Interessa notar que, de uma forma geral, países economicamente desenvolvidos apresentam uma taxa deaproveitamento de seu potencial hidráulico bastante superior à dos países em desenvolvimento. Conformeassinalado na nota técnica sobre a caracterização técnico-econômica da geração hidrelétrica (<strong>EPE</strong>, 2006b),“são notáveis as taxas de aproveitamento que apresentam França, Alemanha, Japão, Noruega, Estados Unidose Suécia em contraste com as baixas taxas observadas em países da África, Ásia e América do Sul – nesta,com exceção do Brasil”.Essas pressões, portanto, afetam diretamente países em desenvolvimento, que demandam energia paraseu desenvolvimento em volumes significativos e crescentes, e, em especial, China e Brasil, pelo importantepotencial hidrelétrico de que ainda dispõem.Na China, essas pressões parecem que, ainda, não produziram conseqüências maiores, a julgar pela forteexpansão hidrelétrica em curso já há alguns anos. Cabe reproduzir texto da nota técnica sobre o potencialhidrelétrico chinês (<strong>EPE</strong>, 2006a):Na China, em particular, o governo tem demonstrado a determinação de desenvolver, tanto quanto possível,os recursos hidrelétricos do país. Embora datada de 1997, a constatação de Razavi (1997) permanece válidae atual: “essa determinação está demonstrada no fato de estarem em construção [no país] cerca de 80 usinashidrelétricas e na decisão governamental de prosseguir com a instalação de um projeto extramente desafiadorcomo Três Gargantas. O projeto de Três Gargantas constitui-se na maior usina em todo o mundo, com um investimentoestimado de US$ 28 bilhões e a instalação de 26 unidades geradoras com capacidade de 700 MW, cada,totalizando 18.200 MW. A conclusão do projeto está prevista para 2009”.Essa visão é corroborada pelas informações da UNIDO (2004): a China atualmente é o país que apresentao maior nível de atividade de desenvolvimento de hidrelétricas no mundo. Além de Três Gargantas, estão emconstrução os projetos de Ertan (3.300 MW) e de Xiaolangdi (1.800 MW). No total, está em construção naChina a potência de 50.000 MW, dobrando a capacidade instalada existente no país. Além disso: a construçãode quatro grandes projetos hidrelétricos começará brevemente (Xiluodo, 14.400 MW; Xiangjiaba, 6.000MW; Longtan, 4.200 MW e Xiaowan, 4.200 MW). A implementação de 80.000 MW hidrelétricos adicionais estáplanejada, incluindo 13 instalações na parte alta do rio Amarelo e 10 ao longo do rio Hongshui.Mas, não só grandes projetos fazem parte dos esforços chineses. De acordo com Shuhua e Wenqiang [s.d.],do Institute for Techno-Economics and Energy System Analysis – ITEESA, entre 2005 e 2015 a capacidade instaladaem PCH no país evoluirá de 28.000 para 37.000 MW, uma expansão que indica uma média de instalaçãosuperior a 1.000 MW por ano.Ver a respeito “Letter to Ken Newcombe”, gerente do Prototype Carbon Fund do Banco Mundial e o artigo “Tropical Hydropower is a Significant Source of GreenhouseGas Emissions”, ambos os textos disponíveis em . Ver também NATTA’s Journal Renew, n. 153, jan-fev 2005, disponível em .Empresa de Pesquisa Energética
Geração Hidrelétrica15No Brasil, contudo, vários desafios têm sido colocados para incremento da expansão hidrelétrica. É emblemáticotambém que os prazos para obtenção das licenças ambientais tornam-se cada vez mais longos. Emparte, isso pode ser atribuído à qualidade questionável de vários estudos ambientais. Mas, é também verdadeque a acuidade e a profundidade desses estudos não são garantia de processo mais célere, ainda que as demandase os condicionantes derivados do processo ambiental possam estar atendidos.Quando se tem em conta que dois terços do território nacional está coberto por dois biomas de alto interessedo ponto-de-vista ambiental, como o são a Amazônia e o Cerrado, e que 70% do potencial hidrelétricobrasileiro a aproveitar localizam-se nesses biomas, pode-se antever grandes dificuldades para a expansão daoferta hidrelétrica. Dificuldades que são ampliadas por uma abordagem que se apóia em uma ótica ultrapassada,pela qual projetos hidrelétricos, por provocarem impactos socioambientais, não podem constituir-seem elementos de integração e inclusão social, e também de preservação dos meios naturais.Muitas áreas no entorno de vários reservatórios já instalados no país estão hoje, em muitos casos, entreas mais bem conservadas, inclusive com relação à biodiversidade. Programas de salvamento da flora e dafauna (e também de sítios arqueológicos), desenvolvidos quando da implantação da barragem, são, muitasvezes, a garantia de conservação de elementos chave do bioma atingido. No aspecto sócio-econômico, é emblemáticoo efeito de projetos mais recentes, em torno dos quais os núcleos urbanos apresentam índices dedesenvolvimento humano geralmente superiores aos da região na qual se inserem.Por óbvio, o desenvolvimento de qualquer potencial hidráulico deve cuidar para que os impactos ambientaisprovocados sejam mitigados. Além disso, deve-se avançar na direção de fazer com que um aproveitamentodesse tipo possa ser um elemento de integração regional. Dito de outro forma, não se pode, liminarmente,descartar o desenvolvimento de um potencial hidráulico com base nos argumentos simplificados que têmsido levantados contra a instalação de usinas hidrelétricas de maior porte. Do contrário, estar-se-á abrindomão do aproveitamento de um potencial renovável e de baixo custo. Os impactos ambientais para as geraçõesfuturas devem ser confrontados com os custos futuros mais altos que essas gerações pagarão pela energia,com os impactos ambientais produzidos pela opção que for escolhida (sim, porque todas as fontes de energiaproduzem impacto ambiental) e, inclusive, com a eventual escassez futura da energia.Os países desenvolvidos desenvolveram, em geral, seu potencial hidrelétrico. Países em desenvolvimentoprocuram ainda desenvolver o potencial que dispõem, a exemplo da China e da Índia. O Brasil, detentor deum dos maiores potenciais do planeta, deve (ou pode) renunciar a essa alternativa? É a questão que se colocae para qual esta nota técnica procura trazer elementos que possam contribuir para a resposta.2. Disponibilidade dos recursos hídricos• 2.1. ContextualizaçãoO aproveitamento dos recursos hídricos, tanto para geração elétrica como para abastecimento d’água(urbano, industrial, rural, animal), irrigação, transporte, lazer, turismo, pesca e outros usos, é um vetor importantede desenvolvimento regional e deve ser planejado considerando os interesses de uso dos diversosagentes.Ministério de Minas e Energia
- Page 4 and 5: Ministério de Minas e EnergiaSecre
- Page 6 and 7: Secretaria de Planejamento e Desenv
- Page 8 and 9: Conforme descrito também na NT “
- Page 10 and 11: Participantes daEmpresa de Pesquisa
- Page 13: Geração Hidrelétrica131. Introdu
- Page 17 and 18: Geração Hidrelétrica17• 2.2. P
- Page 19 and 20: Geração Hidrelétrica19Figura 4 -
- Page 21 and 22: Geração Hidrelétrica21a 90.447 M
- Page 23 and 24: Geração Hidrelétrica23Figura 6 -
- Page 25 and 26: Geração Hidrelétrica25Figura 9 -
- Page 27 and 28: Geração Hidrelétrica27Quanto à
- Page 29 and 30: Geração Hidrelétrica29Chaves et
- Page 31 and 32: Geração Hidrelétrica31Figura 12
- Page 33 and 34: Geração Hidrelétrica33• Reserv
- Page 35 and 36: Geração Hidrelétrica35Figura 15
- Page 37 and 38: Geração Hidrelétrica37Na Tabela
- Page 39 and 40: Geração Hidrelétrica39Figura 17
- Page 41 and 42: Geração Hidrelétrica41Tabela 11
- Page 43 and 44: Geração Hidrelétrica43ParnaíbaE
- Page 45 and 46: Geração Hidrelétrica45Figura 22
- Page 47 and 48: Geração Hidrelétrica47Figura 23
- Page 49 and 50: Geração Hidrelétrica49Tabela 19
- Page 51 and 52: Geração Hidrelétrica51UruguaiO c
- Page 53 and 54: Geração Hidrelétrica53Nessa regi
- Page 55 and 56: Geração Hidrelétrica55em termos
- Page 57 and 58: Geração Hidrelétrica57BaciaPoten
- Page 59 and 60: Geração Hidrelétrica59• 7.3. A
- Page 61 and 62: Geração Hidrelétrica618. Referê
- Page 64 and 65:
Participantes daEmpresa de Pesquisa
- Page 67 and 68:
Geração Hidrelétrica671. Introdu
- Page 69 and 70:
Geração Hidrelétrica69Conforme B
- Page 71 and 72:
Geração Hidrelétrica71Figura 3 -
- Page 73 and 74:
Geração Hidrelétrica73Também na
- Page 75 and 76:
Geração Hidrelétrica75Figura 5 -
- Page 77 and 78:
Geração Hidrelétrica77• 3.3. E
- Page 79 and 80:
Geração Hidrelétrica79Figura 9 -
- Page 81 and 82:
Geração Hidrelétrica81Figura 10
- Page 83 and 84:
Geração Hidrelétrica83Tabela 4 -
- Page 85 and 86:
Geração Hidrelétrica85Por fim, u
- Page 87 and 88:
Geração Hidrelétrica87• 5.1. A
- Page 89 and 90:
Geração Hidrelétrica89Figura 14
- Page 91 and 92:
Geração Hidrelétrica91mento e pe
- Page 93 and 94:
KELMAN, J. Metodologia de Cálculo
- Page 95:
GERAÇÃO HIDRELÉTRICACARACTERIZA
- Page 98 and 99:
98Plano Nacional de Energia 2030Nes
- Page 100 and 101:
100Plano Nacional de Energia 2030
- Page 102 and 103:
102Plano Nacional de Energia 2030Fi
- Page 104 and 105:
104Plano Nacional de Energia 2030Ex
- Page 106 and 107:
106Plano Nacional de Energia 2030Fi
- Page 108 and 109:
108Plano Nacional de Energia 2030
- Page 110 and 111:
110Plano Nacional de Energia 2030De
- Page 112 and 113:
112Plano Nacional de Energia 2030A
- Page 114 and 115:
114Plano Nacional de Energia 2030He
- Page 116 and 117:
116Plano Nacional de Energia 2030
- Page 118 and 119:
118Plano Nacional de Energia 2030Ta
- Page 120 and 121:
120Plano Nacional de Energia 2030Ou
- Page 122 and 123:
122Plano Nacional de Energia 2030
- Page 124 and 125:
124Plano Nacional de Energia 2030Fi
- Page 126 and 127:
126Plano Nacional de Energia 2030Co
- Page 128 and 129:
128Plano Nacional de Energia 2030te
- Page 130 and 131:
130Plano Nacional de Energia 20306.
- Page 132 and 133:
Participantes daEmpresa de Pesquisa
- Page 135:
Geração HidrelétricaAvaliação
- Page 138 and 139:
138Plano Nacional de Energia 2030
- Page 140 and 141:
140Plano Nacional de Energia 2030Ta
- Page 142 and 143:
142Plano Nacional de Energia 2030Em
- Page 144 and 145:
144Plano Nacional de Energia 2030En
- Page 146 and 147:
146Plano Nacional de Energia 2030da
- Page 148 and 149:
148Plano Nacional de Energia 2030te
- Page 150 and 151:
150Plano Nacional de Energia 2030Ta
- Page 152 and 153:
152Plano Nacional de Energia 2030Ta
- Page 154 and 155:
154Plano Nacional de Energia 2030de
- Page 156 and 157:
156Plano Nacional de Energia 2030Ta
- Page 158 and 159:
158Plano Nacional de Energia 2030Ta
- Page 160 and 161:
160Plano Nacional de Energia 2030Se
- Page 162 and 163:
162Plano Nacional de Energia 2030As
- Page 164 and 165:
164Plano Nacional de Energia 2030
- Page 166 and 167:
166Plano Nacional de Energia 2030
- Page 168 and 169:
168Plano Nacional de Energia 2030
- Page 170 and 171:
170Plano Nacional de Energia 2030
- Page 172 and 173:
172Plano Nacional de Energia 2030
- Page 174 and 175:
174Plano Nacional de Energia 20307.
- Page 176 and 177:
176Plano Nacional de Energia 2030
- Page 178 and 179:
178Plano Nacional de Energia 2030a.
- Page 180 and 181:
180Plano Nacional de Energia 2030-
- Page 182 and 183:
182Plano Nacional de Energia 2030Ta
- Page 184 and 185:
184Plano Nacional de Energia 2030Te
- Page 186 and 187:
186Plano Nacional de Energia 2030Ta
- Page 188 and 189:
188Plano Nacional de Energia 2030Ta
- Page 190 and 191:
190Plano Nacional de Energia 2030Fi
- Page 192 and 193:
192Plano Nacional de Energia 2030Fi
- Page 194 and 195:
194Plano Nacional de Energia 2030Fi
- Page 196 and 197:
196Plano Nacional de Energia 203012
- Page 198 and 199:
198Plano Nacional de Energia 2030AN
- Page 200 and 201:
200Plano Nacional de Energia 2030
- Page 202 and 203:
202Plano Nacional de Energia 2030Na
- Page 204 and 205:
204Plano Nacional de Energia 2030O
- Page 206 and 207:
206Plano Nacional de Energia 2030pr
- Page 208:
208Plano Nacional de Energia 2030d