PNE 2030 - EPE

PNE 2030 - EPE PNE 2030 - EPE

12.07.2015 Views

126Plano Nacional de Energia 2030Considerou-se o conceito de fluxo postecipado no período operacional. Assim, por hipótese, todas as receitase despesas referentes a um determinado período são concentradas ao final desse período. Também porhipótese, foram consideradas, no período pré-operacional, as aplicações ocorrendo no meio de cada período.Adotou-se, ainda, o cronograma de construção de quatro anos. No primeiro ano do fluxo operacional, considerou-sea incidência de apenas metade das receitas e despesas, procurando refletir a evolução do comissionamentodas máquinas da usina. Na Figura 17 pode-se ver a representação esquemática do fluxo de caixa doprojeto adotado.Figura 17 – Representação esquemática do fluxo de caixa de um projeto hidrelétricoPara efeito da avaliação econômica é necessário, ainda, definir dois parâmetros básicos, quais sejam avida útil e a taxa de desconto, ou taxa interna de retorno.• 5.2. Vida útilCom relação à vida útil, deve-se ter em conta que, para efeito da avaliação econômica, adotava-se, tradicionalmenteno setor elétrico, o prazo de 50 anos, embora a depreciação do investimento seja feita noperíodo de 30 anos. Considerar um ou outro valor não traz diferenças significativas na avaliação econômicada geração hidrelétrica. Com efeito, para a taxa de desconto de 10% ao ano, o fator de recuperação de capitalem 50 anos é apenas 5% inferior ao fator para 30 anos. Essa diferença é ainda menor para taxas de descontomais elevadas (por exemplo, para a taxa de 15% ao ano, reduz-se para 1,4%).Em face disto, e tendo em vista o objetivo de efetuar uma avaliação econômica da geração hidrelétricaantes e após o imposto de renda, na qual, necessariamente, deve ser incluída a depreciação, decidiu-se considerarcomo vida útil das instalações o prazo de 30 anos. Eventual diferença por conta de uma análise de prazomais longo pode ser interpretada como um benefício adicional à geração hidrelétrica na análise comparadacom outros tipos de geração.Empresa de Pesquisa Energética

Geração Hidrelétrica127• 5.3. Taxa de descontoA determinação da taxa de desconto adequada envolve uma discussão, naturalmente mais complexa, sobreo custo do capital próprio, ou taxa mínima de atratividade do investidor e o custo de capital de terceiros.Com efeito, o binômio retorno-risco assume papel preponderante na decisão da alocação do capital e exigeuma discussão teórica complexa. É comum adotar-se para determinação da taxa de desconto o custo médioponderado de capital ou “WACC” (Weighted Average Capital Cost), que resulta da ponderação entre o custo decapital próprio e o custo de capital de terceiros.Custo do capital próprioA partir da formulação, por William Sharpe, em 1964, o modelo de precificação de ativos “Capital AssetPricing Model” – CAPM vem sendo amplamente utilizado para a avaliação do retorno de investimentos de risco.Sob o enfoque do CAPM, o retorno esperado de um investimento em ativos de risco, equivalente ao custodo capital próprio, é dado pela expressão:K = R f+ b . (R m– R f) + R Bronde:R f= taxa livre de risco;R m= risco de mercado, sendo < R m– R f> = prêmio de risco de mercado;b = risco do projeto em relação ao mercadoR Br= risco paísA taxa livre de risco é o piso a partir do qual são agregados os demais fatores.O prêmio de risco de mercado deve refletir a rentabilidade exigida por investidores para compensar o risconão assumido ao investirem em outros ativos. É um retorno adicional dado pela diferença entre o retorno esperadodo portfólio de mercado (por exemplo, rentabilidade da bolsa de valores) e o retorno livre de risco.O fator b é um indicador do risco do projeto em relação do mercado. O fator b mede, portanto, o risco sistemáticodo projeto. Quanto maior seu valor, maior o grau de risco que implicitamente está se associando aoprojeto. O grau de endividamento tende a afetar a avaliação do fator b. Todavia, no caso de novos projetoshidrelétricos, deve-se ter em conta que, pelo modelo institucional vigente, há um contrato de venda de energia,de longo prazo, estabelecido no momento da outorga da concessão (leilão). Além disso, como se tratada avaliação de um projeto a implantar, é razoável supor que o endividamento se dará ao longo da vida doprojeto. Assim, não se justifica introduzir elementos que reflitam a qualificação de diferentes graus de alavancagemfinanceira (endividamento). Isto poderá justificar considerar, para efeito de estimação do fator b,o índice “simples”, reconhecido na bibliografia como unlevered beta.Por fim, o risco-país representa um prêmio adicional exigido por investidores para aplicações em mercadosemergentes, como o Brasil, normalmente associado ao spread entre um título da dívida soberana do paíse o bônus do Tesouro americano de vencimento equivalente. Uma referência usual para esse spread é o ratingdo país na classificação de agências como a Moody´s. O rating do Brasil hoje é “Ba3”, sendo esperado, a curtoprazo, upgrade nessa classificação, considerando a melhora efetiva das contas nacionais verificada nos últimosanos. Em perspectiva, considerando cenários de crescimento econômico, é lícito supor novos avançosnessa avaliação, principalmente quando se toma em conta o horizonte de vida útil do projeto, 30 anos, o queMinistério de Minas e Energia

Geração Hidrelétrica127• 5.3. Taxa de descontoA determinação da taxa de desconto adequada envolve uma discussão, naturalmente mais complexa, sobreo custo do capital próprio, ou taxa mínima de atratividade do investidor e o custo de capital de terceiros.Com efeito, o binômio retorno-risco assume papel preponderante na decisão da alocação do capital e exigeuma discussão teórica complexa. É comum adotar-se para determinação da taxa de desconto o custo médioponderado de capital ou “WACC” (Weighted Average Capital Cost), que resulta da ponderação entre o custo decapital próprio e o custo de capital de terceiros.Custo do capital próprioA partir da formulação, por William Sharpe, em 1964, o modelo de precificação de ativos “Capital AssetPricing Model” – CAPM vem sendo amplamente utilizado para a avaliação do retorno de investimentos de risco.Sob o enfoque do CAPM, o retorno esperado de um investimento em ativos de risco, equivalente ao custodo capital próprio, é dado pela expressão:K = R f+ b . (R m– R f) + R Bronde:R f= taxa livre de risco;R m= risco de mercado, sendo < R m– R f> = prêmio de risco de mercado;b = risco do projeto em relação ao mercadoR Br= risco paísA taxa livre de risco é o piso a partir do qual são agregados os demais fatores.O prêmio de risco de mercado deve refletir a rentabilidade exigida por investidores para compensar o risconão assumido ao investirem em outros ativos. É um retorno adicional dado pela diferença entre o retorno esperadodo portfólio de mercado (por exemplo, rentabilidade da bolsa de valores) e o retorno livre de risco.O fator b é um indicador do risco do projeto em relação do mercado. O fator b mede, portanto, o risco sistemáticodo projeto. Quanto maior seu valor, maior o grau de risco que implicitamente está se associando aoprojeto. O grau de endividamento tende a afetar a avaliação do fator b. Todavia, no caso de novos projetoshidrelétricos, deve-se ter em conta que, pelo modelo institucional vigente, há um contrato de venda de energia,de longo prazo, estabelecido no momento da outorga da concessão (leilão). Além disso, como se tratada avaliação de um projeto a implantar, é razoável supor que o endividamento se dará ao longo da vida doprojeto. Assim, não se justifica introduzir elementos que reflitam a qualificação de diferentes graus de alavancagemfinanceira (endividamento). Isto poderá justificar considerar, para efeito de estimação do fator b,o índice “simples”, reconhecido na bibliografia como unlevered beta.Por fim, o risco-país representa um prêmio adicional exigido por investidores para aplicações em mercadosemergentes, como o Brasil, normalmente associado ao spread entre um título da dívida soberana do paíse o bônus do Tesouro americano de vencimento equivalente. Uma referência usual para esse spread é o ratingdo país na classificação de agências como a Moody´s. O rating do Brasil hoje é “Ba3”, sendo esperado, a curtoprazo, upgrade nessa classificação, considerando a melhora efetiva das contas nacionais verificada nos últimosanos. Em perspectiva, considerando cenários de crescimento econômico, é lícito supor novos avançosnessa avaliação, principalmente quando se toma em conta o horizonte de vida útil do projeto, 30 anos, o queMinistério de Minas e Energia

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!