114Plano Nacional de Energia <strong>2030</strong>Henry Borden, com altura de queda de 772 m e 889 MW, é a usina que opera de menor fator de capacidade,próximo a 20%, porém isso se deve a questões ambientais relacionadas com a transposição de águas do rioPinheiros para o reservatório da usina (reservatório Billings) e não à operação em regime de ponta.De acordo com a configuração do parque gerador previsto pelo ONS14 para 2010, ao final desse ano o fatorde capacidade (médio) das usinas hidrelétricas será próximo à 57%, com as características mostradas na Tabela 2.Tipo de usinaTabela 2 – Fator de capacidade médio das usinas do SINPotênciaInstalada (MW)Fator deCapacidade (p.u.)Fio d’água 38.664 0,592Sem regularização à montante 0,505Com regularização à montante 0,599Com reservatório de regularização 40.808 0,551Sem regularização à montante 0,475Com regularização à montante 0,572Total 79.472 0,571O fator de capacidade médio das usinas hidrelétricas é significativamente inferior ao fator de carga dosistema elétrico nacional15, o que, a princípio, justifica a inexistência de usinas dedicadas ao atendimentoda carga exclusivamente em horário de ponta.De fato, o fator de capacidade médio é resultante da otimização técnico-econômica dos projetos hidrelétricos,que visa maximizar o benefício energético do sistema hidrotérmico. A potência instalada é determinada,basicamente, pelo regime de afluência ao local da barragem e pelo valor econômico da energia firme queagrega ao sistema.A influência da regularização da vazão afluente na motorização das usinas pode ser percebida da Tabela2. De modo geral, aquelas posicionadas à jusante de reservatórios de regularização apresentam maior fatorde capacidade médio.A Tabela 3 relaciona as 10 usinas hidrelétricas de menor e as 10 de maior fator de capacidade médio.Entre as 10 usinas de menor fator de capacidade médio, 7 são usinas de cabeceira, portanto sem regularizaçãoà montante, com reservatório de regularização plurianual. O baixo fator de capacidade se deve à maiorutilização de seus reservatórios para maximização do ganho energético ao longo da cascata.”Empresa de Pesquisa Energética
Geração Hidrelétrica115Tabela 3 - Sistema Interligado NacionalUsinas Hidrelétricas de maior e menor FC médUsina P F.C.Itaúba (F) 500 0,38Taquaruçu (F) 526 0,45Campos Novos (R) 880 0,39Manso (R) 210 0,41Foz do Areia (R) 1.676 0,42Emborcação (R) 1.192 0,43Pedra do Cavalo (R) 160 0,44Itumbiara (R) 2.280 0,45Passo Real (R) 158 0,46Passo Fundo (R) 226 0,46S. Simão (R) 1.710 0,72Sá Carvalho (F) 78 0,74S. Grande (F) 102 0,74Curua-uma (R) 30 0,74L. N. Garcez (F) 74 0,75Itiquira (F) 156 0,75Espora (R) 32 0,75Jaguará (F) 424 0,79Canoas II (F) 72 0,81P. Pedra (F) 176 0,85(F) operação a fio d’água; (R) reservatório de regularizaçãoP = potência instala, em MW; FC méd = fator de capacidade, em p.u.Elaboração: <strong>EPE</strong>4. CustosReconhecidamente, usinas hidrelétricas constituem-se em projetos de investimento intensivos em capital.Dependendo do porte da usina, o custo de recuperação do capital pode representar cerca de 95% do custode geração, antes da consideração dos aspectos tributários e do uso de recursos de terceiros. Por outro lado,requerem pequena equipe para sua operação e manutenção, apresentando baixo custo de produção, que independedos preços dos combustíveis.• 4.1. Estrutura do custo de investimento na usinaDe uma forma muito agregada, são três os principais itens de custo que compõem o investimento em umausina hidrelétrica. São eles:• Meio ambiente;• Obras civis; e• Equipamentos.O item de custo aqui denominado genericamente por “meio ambiente” compreende, principalmente:• aquisição de terrenos e benfeitorias para a formação do reservatório, canteiro de obras, áreas de empréstimoe vila residencial;• relocações de estradas de rodagem, de ferro, de pontes, de linhas de transmissão e subestações e delinhas telefônicas;Ministério de Minas e Energia