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abtcp-pi 2009 - Revista O Papel

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Entrevistadivulgação vcpAntes do prazo e dentro doorçamento, fábricas de TrêsLagoas entram em operaçãoPor Marina FaleirosForam 20 anos de espera desde que os primeiros eucaliptos foram plantados. Entre 2006 e o ano passado, mais de 10 milhomens passaram pelas obras e a quantia de US$ 1,8 bilhão foi investida pela Votorantim Celulose e <strong>Papel</strong> (VCP) e pela InternationalPaper (IP). Objetivo: 1,3 milhão de toneladas de celulose por ano e 200 mil toneladas de papel de imprimir/escrever.Para contar todos os detalhes desses projetos, inaugurados em Três Lagoas (MS) no primeiro trimestre de <strong>2009</strong>, aentrevista deste mês chega em dose dupla, com Francisco Valério, diretor técnico e industrial da VCP, e Luís CláudioPereira, gerente-geral da planta de Três Lagoas da IP.O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>6O <strong>Papel</strong> – Neste momento, em queestágio está o start up da unidade de TrêsLagoas das duas empresas?Francisco Valério – A partida dodigestor foi dada em 30 de março, quandopela primeira vez alimentamos o digestorcom cavacos. Em abril, o primeiro mêsde produção, fabricamos 55 mil toneladasde celulose, que já está viajando para oexterior em direção aos Estados Unidose à Europa. Até agora, estamos seguindoum bom ritmo de produção, que já chegaa 80% da capacidade nominal da planta.Consideramos que a partida foi excelente etodo o processo ocorreu de maneira muitosuave, acima de nossas expectativas tantoem quantidade quanto em qualidade. Projetamosa produção para este ano em 730 miltoneladas de celulose, que já está completamentevendida, pois há mais de um anovínhamos trabalhando com contratos.Luís Cláudio Pereira – A produçãoda fábrica de papel começou oficialmenteem 12 de fevereiro. Estamosem uma curva de aprendizagem, comaumento de volume e velocidade gradativos.Hoje já estamos perto de 90% dacapacidade projetada.O <strong>Papel</strong> – Como poderíamos descreveras etapas do processo de implantaçãodas fábricas de celulose e de papel?Valério – As compras dos equipamentoscomo linha de fibra e caldeira derecuperação foram feitas em abril 2007. Osgeradores já haviam sido adquiridos antes,pois a demanda era alta naquele momento.Ao mesmo tempo fizemos os contratoschamados over the fence, como todas asplantas de produção de dióxido de cloro eoxigênio. Nessa época assinamos um contratode 90 anos com a International Paperpara fornecer celulose, vapor, energia etratamento de resíduos para sua fábrica depapel, ao lado.Depois de todas as compras, começamosa trabalhar na parte de infraestrutura,que envolve a montagem e a construçãocivil. Por fim, tivemos a fase de comissionamentoe de check out, na qual fizemostestes com os funcionários da área deManutenção, tanto da nossa equipe quantode fornecedores. No check out, pensamos


em todos os detalhes, como a parte elétrica,com a realização de simulações. Após essaprimeira fase, circulamos água em todo osistema, para ajustes e limpeza. Na secadora,além de água adicionamos um pouco decelulose, para ajustá-la. Todos esses passoscontribuíram para nos dar segurança nodia em que colocamos finalmente cavacono digestor. Com a madeira entrando noprocesso, ao todo levamos três dias paraque a celulose definitivamente começassea sair no final do processo. Quando saiuo primeiro fardo de celulose, vibramosmuito; todos assinamos as primeiras folhas– operadores e fornecedores –, poistínhamos passado por todo o processodentro da fábrica.Pereira – A fábrica foi construídanum site praticamente sem nenhumaobra anterior; era greenfield. O primeirodia em que produzimos papel foi umafesta, claro, pois foram mais de dois anosrecrutando pessoas, desenvolvendo oprojeto. É como um atleta olím<strong>pi</strong>co queganha um campeonato, com a diferençade termos uma curva de aprendizadodepois da vitória. Primeiro vem a fase deconstrução, montagem de equipamentose diversos sistemas. Depois fazemos ocomissionamento a seco, verificando, porexemplo, se um motor gira para o ladocerto, se a válvula está abrindo... A partirdisso, temos condição de passar águaem diversos sistemas. Em determinadaspartes da máquina usamos já a massa decelulose e alguns aditivos. Em áreas comoa de selagem, por exemplo, só percebemosse está sendo gerado vácuo suficientequando colocamos a folha de massa naseção de formação. Esse “liga-desliga”de equipamentos começou em outubro de2008, e no final de janeiro começamos acircular celulose, até deixar o equipamentoem condições de fazer papel de maneiracomercial. A ponta do papel passou nodia 12 de fevereiro, que marcamos comodata oficial, pois colocamos massa na tela,abrimos a folha, encostamos o size presse enrolamos papel vendável. Produzimosmenos de 100 toneladas offgrade, o quesem dúvida é muito bom, até porquepartimos de forma antecipada, pois oinício de produção estava planejadopara 1º de março. Tudo foi resultado deuma combinação de bons equipamentos,fornecedores competentes e estruturadose uma boa estratégia de formação deprofissionais.O <strong>Papel</strong> – Qual foi a fase mais críticada implantação?Valério – Acredito que os momentosfinais do projeto não são de tensão,mas sim de emoção. Todo o cuidadocom a concepção de um projeto desseporte é fundamental, já que nosso setoré de ca<strong>pi</strong>tal intensivo e não podemoscometer erros na fase de preparo, pois oque se instala dificilmente pode depoisser corrigido com facilidade e sem grandesperdas. É muito importante dedicartempo ao planejamento e à análise antesde cada compra.Pereira – O que acontece são coisasnormais de um start up ou processode comissionamento, fizemos ajustes enão houve nenhuma grande surpresa. Omomento de estresse maior – positivo enatural – é aquele em que estamos emcondições de enrolar papel no primeirorolo e verificar se seremos capazes decontinuar o processo com mais dois, trêsrolos consecutivos. Mesmo assim, existempartes que são comissionadas ainda com oprocesso em andamento, o que é normalem projetos como este.O <strong>Papel</strong> – O início de produção dasVCP e IP investiram US$ 1,8 bilhão nas plantas em Três Lagoas (MS)Para Pereira, sucessodo projeto é resultadoda combinação debons equipamentoscom fornecedorescompetentesplantas seguiu o cronograma e o orçamento?Como as empresas trabalharamna gestão de um projeto tão grandiosopara se manterem dentro dos limitesprevistos?Valério – O projeto foi implantadoem uma fase na qual vivíamos umcrescimento da economia do País etodos os fornecedores estavam com acasa cheia, ou seja, havia mão-de-obrasendo solicitada em todos os Estados.Além disso, pegamos parte de greve naReceita Federal, que passou por umaoperação-padrão. Mas tudo foi superadopela dedicação das pessoas, que estavammotivadas por estarem no maior projetodo mundo de celulose single line.Além disso, um aspecto excelente foia segurança no trabalho: nosso índicede acidentes foi de 0,82 por milhão dehomens/hora trabalhada. Nesta obra,tivemos 27 milhões de homens/horatrabalhando, sendo que, no <strong>pi</strong>co da obra,chegamos a 10.500 pessoas. Além disso,o ecodesign da planta facilitou a sequênciade montagem e a preservação domeio ambiente. É todo um conjunto defatores que permite alcançar as metas,além de ter uma equipe bem preparada,motivada e que interage muito bem comos fornecedores.Pereira – O time desde o início estavamuito comprometido, com o suporteda IP dos Estados Unidos. O alinhamentodo time é o primeiro passo para o sucesso;Divulgação IPO PAPEL - Abril Junho 2006 <strong>2009</strong>7


O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>8BANCO DE IMAGENS ABTCP / SERGIO SANTORIOValério: “O cuidadocom a concepção deum projeto deste porteé fundamental, poisnosso setor é deca<strong>pi</strong>tal intensivo enão podemos errar”depois, seguimos um planejamento diáriomuito forte, não só com reuniões semanais,mas também seguindo a estruturado software MS Project, que auxilia ogerenciamento de projeto. Tudo isso engrenacada etapa nas datas previstas e fazcorreções ou ajustes para tirar qualqueratraso. Na parte técnica da fábrica, houveum planejamento muito forte na logísticade recursos humanos; treinamos mais de200 pessoas, que em alguns momentosestavam aqui ou em outra fábrica da IP noBrasil ou nos Estados Unidos. Tudo o queenvolvia pessoas – como ônibus, refeiçãoe salas de treinamentos – foi planejado eacompanhado muito de perto. Além disso,houve grande comprometimento de todo ogrupo de engenharia da fábrica, operaçãoe fornecedores de equipamentos.O <strong>Papel</strong> – Qual o papel dos fornecedoresem um projeto dessa amplitude,tanto na parte de estrutura quanto nocomissionamento?Valério – Desde o início do projetofizemos, a cada dois meses, uma reuniãode alinhamento, quando agrupávamostodas as nossas equipes e fornecedorespor um ou dois dias. Cada um apresentavasua situação em detalhes e verificava-se sealguma área estava sendo impactada poroutras. Essas reuniões contavam com cercade 180 pessoas, desde níveis gerenciaisaltos até técnicos e fornecedores. Alémdesse controle, fazíamos um ajuste quasediário de todo o projeto. Agora, em junho,faremos a última reunião para tirar todasas lições deste projeto. É fundamentaltermos esta parceria. Eu até brinco que,quando se compra um equipamento desteporte, a gente casa com aquele fornecedore não dá para separar mais.Pereira – Sempre trabalhamos paraque a entrega de cada um fosse cumpridadentro da melhor expectativa de qualidadee tempo. Tivemos inúmeras reuniões denecessidades de melhoria e foram semprediscussões profissionais que buscavam omelhor do projeto como um todo, poisnosso sucesso dependia dos fornecedores.É como um casamento também: emalguns dias temos uma discussão maisacalorada, mas sempre com o objetivocomum. Tenho certeza de que tivemosgrandes fornecedores e essas empresastambém ficaram orgulhosas de trabalharem um projeto que é referência.O <strong>Papel</strong> – Falando em parceria,essa é a primeira planta que pode serconsiderada integrada de celulose e papelcom dois donos diferentes no Brasil.Como funciona esse trabalho integradoda VCP e IP?Valério – É uma experiência muitopositiva. Temos um cliente de porte quevai consumir 160 mil toneladas por ano,ainda com a opção de futuramente instalaroutra máquina no local. Fornecemos todasas utilidades – como água, energia, vapor,ar comprido e tratamento de efluentes–, além de termos a parte comercial envolvidapor conta da venda de celulose.Quando temos o cliente na porta, algumascondições precisam ser atendidas, e eleacaba sendo nosso alerta de qualidadeinstantâneo. O relacionamento foi muitobom, tanto na parte da construção quantoagora. O modelo deu certo e acabamosfazendo a mesma coisa na unidade deJacareí, vendendo a área de papel para aAhlstrom.Pereira – Embora as empresassejam independentes e cada uma gerenciee toque um negócio diferente, as plantasem Três Lagoas têm ligações de utilidadese fornecimento de celulose. Tudo temfuncionado de maneira positiva. Regularmentefazemos reuniões estabelecidassobre o processo e as condições de fornecimento.Os dois grupos têm interaçãoe querem que melhorias sejam feitas demaneira contínua.O <strong>Papel</strong> – O custo da tonelada decelulose/papel da unidade será o maiscompetitivo dentro dos respectivosgrupos?Valério – Posso dizer que a fábricaé altamente competitiva e vamos ter umcusto de 15% a 20% inferior em relaçãoà unidade de Jacareí, o que pode serconsiderado um dos menores do mundo.Temos a base florestal muito próxima dafábrica, e o principal fator fica por contade o projeto ser moderno e contar com astecnologias mais atuais do mercado.Pereira – A IP tem unidades em20 países e clientes em 120. O projeto deTrês Lagoas foi desenhado dentro de umaestratégia global da empresa, que desde2006 está focada em papel de imprimir/escrever e de embalagem. Os custos estãodentro do que foi projetado, e fizemosprojeções para dez anos.O <strong>Papel</strong> – Como a empresa enxergaa entrega desse projeto em um momentono qual a economia global sofre umaturbulência e as compras futuras aindaestão incertas?Valério – Entendemos que o mercadotem suas fases de dificuldades, mashoje estamos com toda a nossa produçãocomprometida. Trabalhamos com a curvade aprendizado do projeto exatamentecomo havíamos planejado, sem reduções.Quando a crise chegou, já tínhamos 85%da obra pronta e acabamos fazendo cortesem outras áreas, pois parar a obra gerariaoutros impactos de caixa; contrabalanceamos,então, e decidimos por adiantar oinício de produção da planta.Pereira – Todo mundo gostaria deter uma bola de cristal para prever a crise,mas a IP é uma empresa de 111 anosque sobreviveu a duas guerras mundiaise ao crash de 1929. Isso não garante ofuturo, mas dá solidez e experiência paraa empresa sobreviver a situações de mercadocomo esta. Um projeto deste porteé feito com pensamento no longo prazo,e a IP já estabeleceu o Brasil como umade suas plataformas de exportação para omundo. O momento de crise pode ser degrande oportunidade para o futuro.


InterviewAhead of schedule and within thedefined budget, the Três Lagoas’mills start up operationsBy Marina FaleirosIt has been a 20-year wait from the time the first eucalyptus trees were planted. Between 2006 and last year more than 10thousand people worked on the project, with US$ 1.8 billion having been invested by Votorantim Celulose e <strong>Papel</strong> (VCP) andInternational Paper (IP). The objective: 1.3 million tons of pulp and 200 thousand tons of printing and writing paper per year.To provide all the details of these projects in Três Lagoas (MS) that began operating in the first quarter of <strong>2009</strong>, thismonth’s interview is a duet with Francisco Valério, VCP’s Technical and Industrial Director, and Luís Cláudio Pereira,General Manager of IP’s Três Lagoas mill.O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>10O <strong>Papel</strong> – At this point in time,at what stage is the start-up of the TrêsLagoas unit for both companies?Francisco Valério – The digesterstarted up on March 30 th , whenfor the first time we fed the digester withwood chips. In April, the first month ofproduction, we produced 55 thousandtons of pulp, which is already on itsway to the United States and Europe.So far, we’ve been registering a goodproduction rhythm, which is already at80% of the mill’s nominal capacity. Webelieve that the start-up was excellentand the entire process ran in a veryseamless manner, better than expectedin terms of quantity and quality. Weprojected production for this year at730 thousand tons of pulp, which hasalready all been sold since we’ve beenworking by contract for over a year.Luís Cláudio Pereira – Productionat the paper mill started upofficially on February 12 th and we areon a learning curve, increasing volumeand speed gradually. At present, we areclose to 90% of projected capacity.O <strong>Papel</strong> – How could you describethe stages of the pulp and papermill implementation processes?Valério – The purchase of equipmentsuch as the fiber line and recoveryboiler were made in April 2007. Thegenerators had already been purchasedpreviously, since demand was high backthen. At the same time, we did ‘overthe fence’ contracts, as well as all thechlorine dioxide and oxygen productionplants. We also signed a 90-yearcontract with International Paper toprovide pulp, steam, energy and wastetreatment for the paper mill next door.After all the purchases, we beganworking on infrastructure, which involvesassembly and civil construction.Lastly, we had the commissioning andcheck out stages, at which time weconducted tests with employees fromthe maintenance area, both ours andthat of the suppliers. In the check out,we thought about all details, like theelectrical part, and carried out simulations.After this initial phase, we ranwater through the entire system, foradjustment and cleaning purposes. Inthe pulp dryer, in addition to water, wealso added some pulp to adjust it. Allthese steps helped us ensure safety forthe day when we finally put wood chipsin the digester. With the wood enteringthe process, it took three days for thepulp to finally begin coming out at theend of the process. When the first baleof pulp came out we were all ecstatic,all operators and suppliers signed thefirst sheets for we had executed theentire process inside the mill.Pereira – The mill was built inan area that had practically no priordevelopment on it; it was a greenfield.The first day we produced paper, wereally celebrated, for it had been morethan two years of recruiting peopleand develo<strong>pi</strong>ng the project. It’s like anOlym<strong>pi</strong>c athlete that wins a tournament,the only difference being that wehave a learning curve after the victory.First comes the construction phase andassembly of equipment and various systems.We then do the dry commissioningto check, for example, whether themotor is turning in the right direction,if the valve is working properly... Wecan then run water in various systemsand, in certain parts of the machine wealready use pulp with a few additives.In areas like sealing, for example, weonly see that it is producing sufficientvacuum when we feed the pulp in theformation section. This ‘turning onand off” of machines started back inOctober 2008 and by the end of Januarywe began circulating pulp until leavingthe equipment in conditions to producepaper commercially. The paper tailpassed on February 12 th , which wemarked as the official date, since weplaced the pulp on the forming fabric,


widened up the sheet, got started withthe size press and winded up a saleablepaper. We produced less than 100tons of offgrade paper, which without adoubt is very good since we started uproughly 16 days ahead of schedule. Allthis was fruit of a combination of goodequipment, competent and structuredsuppliers and a good people trainingstrategy.O <strong>Papel</strong> – Did the production atthe mills start up on time and within theprojected budget? In managing such amega project, what did the companiesdo to stay within the projected limits?Valério – The project was implementedduring a phase in which thecountry’s economy was growing andall suppliers had a full house, thatis, labor was being demanded in allstates. In addition, we got a part of theInternal Revenue Service’s strike, whichbegan operating at a slower pace. Buteverything was overcome thanks toeveryone’s dedication, for they werehighly motivated in being part of thelargest single line pulp project in theworld. Moreover, another excellentfactor we had was occupational safety,where our injuries rate amounted to0.82 per million man-hours worked.This project comprised 27 million manhoursworked, whereby at the peak ofthe project we had 10,500 people working.Additionally, the mill’s ecodesignfacilitated assembly sequence and environmentalprotection. It is all a seriesof factors that allow achieving goals,as well as having a well-prepared andmotivated team that interacts very wellwith suppliers.Pereira – The team was highlycommitted since the very beginning,having received support from IP in theUnited States. Team alignment is thefirst step towards success; we then followeda very strong daily plan, not onlyweekly meetings, but also followingthe structure of a software applicationcalled MS Project, which assists inproject management. All this matcheseach stage in the projected dates andmakes adjustments and corrections toeliminate any delays. With regards totechnical aspects of the mill, significantplanning was carried out in the logisticsof human resources, for which wetrained more than 200 people who attimes were here or at other IP millsin Brazil or United States. Everythingthat involved people, as well as buses,meals and training rooms was carefullyplanned in advance and monitored veryclosely. In addition, there was a highlevel of commitment on the part of theentire engineering group at the mill,operators and equipment suppliers.O <strong>Papel</strong> – Talking about partnerships,this is the first project that canbe considered an integrated pulp andpaper mill with two different owners inBrazil. How does this integrated workbetween VCP & IP function?Valério – This is a very positiveexperience, we have a large-sized clientthat’s going to consume 160 thousandtons a year and there also exists theoption of installing another machine atthe site in the future. We provide themall the utilities, such as water, energy,steam, compressed air and effluenttreatment, in addition to having thecommercial part involved on account ofpulp sales. When we have a client at ourdoor, some conditions need to be metand they end up becoming our instantquality alert signal. But the relationshiphas been very good, both during constructionand now. The model workedout and we ended up doing the samething at the Jacareí unit, having soldthe paper area to Ahlstrom.Pereira – Even though the companiesare independent and each onemanages and runs a different business,the Três Lagoas mills have tiesin terms of utilities and the supplyingof pulp. Everything has been functioningin a positive manner, we holdperiodic meetings to discuss processesand supply conditions. The two groupsare interacting with each other andTrês Lagoas’ pulp and paper millswill produce 1.3 million tons ofpulp per year and 200 thousandtons of printing and writing paperwant improvements to take place on acontinuous basis.O <strong>Papel</strong> – Will the cost per ton ofpulp/paper at the unit be more competitivewithin both groups?Valério – What I can say is thatthe mill is highly competitive and wewill have a cost 15% to 20% lower thancompared to the Jacareí unit, which canbe considered one of the lowest in theworld. The forest base is located veryclose to the mill and the main factoris that the project is modern and thetechnologies are state of the art.Pereira – IP has units in 20countries and clients in 120 countries.The Três Lagoas project was designedpursuant to the company’s globalstrategy, which since 2006 has focusedon producing packaging, writing andprinting paper. Costs are in conformitywith what was projected, whereby weprepared a 10-year forecast.By VCPO PAPEL - Junho <strong>2009</strong>11


Atividades ABTCPABTCP´s ActivitiesÉ hora de garantir presença noGuia de Compras <strong>2009</strong>/2010O Guia de Compras <strong>Papel</strong> e Celulose ABTCPé referênciano setor. Portanto, as empresas que querem dar visibilidade paraseus produtos e serviços não podem ficar de fora deste importantebanco de dados. A edição <strong>2009</strong>/2010 do Guia, a ser lançada emoutubro, tem como grande novidade o fato de que a publicação,além da tradicional versão impressa, estará disponível on-line,facilitando sua difusão e a consulta dos usuários. Quem quiseraumentar ainda mais a exposição de sua marca poderá anunciarnos novos espaços de divulgação publicitária, que contarão combanners estrategicamente localizados.Para participar desta edição, sua empresa deve fazer a adesãoaté 17 de julho de <strong>2009</strong>. Não perca tempo! Entre em contatoagora mesmo com a Central de Relacionamento da ABTCPpelo e-mail relacionamento@<strong>abtcp</strong>.org.br ou pelos telefones(11) 3874-2720/2738.Galeria do SetorArAuco e StorA enSo Adquirem operAçõeS dA ence no uruguAiResultado de uma transação de US$ 343 milhões, a Arauco e a Stora Ensofizeram a aquisição conjunta de aproximadamente 130 mil hectares de terrase plantações, além de outras operações do grupo espanhol, nas regiões centrale oeste do Uruguai. Juntas, as duas empresas possuem agora 255 mil hectaresde terrenos florestais na região.FAcepA conclui modernizAçãoA fabricante paraense de papel tissue acaba de concluir a modernização desua Máquina de <strong>Papel</strong> 4, de 2,6 m de largura, que agora pode produzir comvelocidade de até 1.500 m/min. O fornecimento, realizado pela Voith, incluiuum novo formador, denominado Crescent Former, e nova caixa de entradaMasterjet II T. O investimento totalizou cerca de US$ 2,5 milhões.inovAção e competitividAde nA exponormA <strong>2009</strong>Com o objetivo de disseminar a normalização técnica a todos os setoresprodutivos do País, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) vempromovendo desde 2007 o Exponorma, evento que reúne congresso, seminários,minicursos e uma exposição. Neste ano, o Exponorma ocorre de 13 a 15 de outubro,em São Paulo, e tem como tema Normalização, Inovação e Competitividade.Mais informações no site www.exponorma.com.O PAPEL - Maio <strong>2009</strong>12indúStriA gráFicA diScute queStõeS AmbientAiSA Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica) Regional São Paulo criouo Grupo Empresarial Ambiental, o GE-Ambi, que pretende debater os problemascomuns do setor ligados ao meio ambiente, à fiscalização, a assuntos que envolvama Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e às certificaçõesambientais. O grupo será coordenado por Silvio Roberto Isola, presidente doConselho Diretivo da ABTG (Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica).inScriçõeS AbertAS pArA o prêmio Finep de inovAçãoA premiação, que reconhece os esforços inovadores realizados por empresas einstituições de ciência e tecnologia brasileiras, já está com as inscrições abertaspara suas etapas regionais. Neste ano, os candidatos concorrem, em cincocategorias, a até R$ 29 milhões em financiamentos pré-aprovados pela Finep(Financiadora de Estudos e Projetos), do Ministério da Ciência e Tecnologia. Oregulamento pode ser lido no site http://www.finep.gov.br/premio.chAmAdA de trAbAlhoS dA pAperex-<strong>2009</strong>O tema deste ano da conferência técnica do evento que será realizado em NovaDélhi, na Índia, é Crescimento e Competitividade da Indústria de <strong>Papel</strong>: Estratégiase Tecnologias. O Paperex-<strong>2009</strong> acontece entre os dias 4 e 6 de dezembro.Os resumos dos trabalhos técnicos devem ser enviados até 4 de julho.


O PAPEL - Maio <strong>2009</strong>CADERNO ABPOColuna ABPO ABPO ColumnO papelão onduladono mundo em 2008Por Paulo Sérgio Peres, presidente da AssociaçãoBrasileira do <strong>Papel</strong>ão Ondulado (ABPO)E-mail: abpo@abpo.org.brA International CorrugatedCase Association (ICCA) divulgourecentemente as estatísticasmundiais da indústria do papelãoondulado em 2008. As vendasglobais de embalagens de papelãoondulado cresceram 1% em 2008quando comparadas a 2007.Na Ásia, apesar da crise do finaldo ano, houve aumento de 5,5%. Acontribuição maior, mais uma vez,foi da China/Hong Kong, cujasvendas aumentaram 11,3%. Logo aseguir posicionaram-se Indonésia,com crescimento de 5,8%, e Índia,com 2,5%. As maiores quedas foramas do Japão (2,9%), de Taipei(2,3%) e das Fili<strong>pi</strong>nas (1,7%).As entregas da Europa recuaram1,7%. Apesar do desempenhonegativo do continente europeu, foramdestaques positivos a Turquia,com crescimento de 5,1%, os CIS,com 5%, e a Grécia, com 3%. Asmaiores quedas foram as da Suécia(9,8%), da Dinamarca (8,5%) e daBélgica (6,9%).A América do Norte registrouqueda de 3,6%. Os Estados Unidosrecuaram 3,9%, enquanto o Canadáteve queda de 2,5% e o México decresceu1,5%.A África cresceu 2,8%, e a Oceania,1,4%, graças ao desempenhopositivo de 1,7% da Austrália eapesar da queda de 0,2% da NovaZelândia .As Américas do Sul e Centralcresceram 1,7%. A Argentina apresentouaumento de 3,8% em suasvendas, enquanto o Chile recuou0,8% e os países da América Centralcresceram 1,9%.Como sabemos, as vendas físicasdo Brasil cresceram 0,9% em toneladase 1,1% em m² . Vale destacarque essas estatísticas mundiais têmcomo base as vendas em m².Com esse quadro global, a Ásiaaumentou ainda mais sua liderançano mercado mundial, passando para43% de participação, seguida da Europa(26%) e da América do Norte(23%). Fecham o mercado global asOs 10 maiores fabricantesmundiais de papelãoondulado em 20081º - China/Hong Kong2º - Estados Unidos3º - Japão4º - Alemanha5º - Itália6º - França7º - Índia8º - Espanha9º - Brasil10º - Reino UnidoAméricas do Sul e Central, com 5%,e a África e a Oceania, com 3%.Pela primeira vez depois demuitos anos, os Estados Unidosperderam a liderança mundial paraa China/Hong Kong.14


Artigo ABPOABPO ArticleEm<strong>pi</strong>lhamento colunarPara especificar a resistência à compressãode uma embalagem de papelãoondulado, vários fatores são considerados.Esses fatores, tendo-se em conta suas influênciaspercentualmente, são multiplicadose irão compor um fator que chamamos de“fator de segurança”. Estamos analisando,aqui, o em<strong>pi</strong>lhamento colunar, um dosmultiplicadores na obtenção do fator desegurança. A análise abaixo considerauma regra prática que, embora leve emconsideração todos os fatores que atuamno ciclo de distribuição da embalagem,destaca a possibilidade de se usar um em<strong>pi</strong>lhamentomisto na paletização e/ou noarmazenamento das embalagens.Quando se em<strong>pi</strong>lham embalagens,formando uma coluna, isto é, uma embalagemque cobre toda a superfície de outraembalagem da camada inferior, diz-se quese trata de um em<strong>pi</strong>lhamento colunar. Emoutras palavras, colunar é o em<strong>pi</strong>lhamentoem que as arestas verticais da embalagemsobreposta estão alinhadas verticalmentecom aquelas arestas correspondentes daembalagem da camada inferior.Esse tipo de em<strong>pi</strong>lhamento permiteuma distribuição uniforme do peso daembalagem de cima sobre a da camadainferior. O mesmo não ocorre se em<strong>pi</strong>lhamosas embalagens num arranjo cruzado,ou seja, com as sobrepostas posicionadas a90° em relação às das camadas inferiores,exceção feita, somente, se as dimensões –comprimento e largura – forem iguais, istoé, se a embalagem tiver “base” quadrada.O em<strong>pi</strong>lhamento cruzado é muitousado por questões de estabilidade da <strong>pi</strong>lha,pois permite uma “amarração” entreas camadas de embalagens no palete.O em<strong>pi</strong>lhamento colunar, entretanto,oferece ao projetista a oportunidade de economizarna especificação do papelão onduladoa ser usado para a fabricação da caixa.Como regra geral, a resistência à compressãode uma embalagem de papelão ondulado,quando em<strong>pi</strong>lhada colunarmente, é obtidamultiplicando-se o número de embalagenssobrepostas à primeira, isto é, sobre aquelaque ocupa a primeira camada do palete, porquatro e pelo peso bruto da embalagem – (n-1)4p. Se as embalagens, entretanto, estiveremem<strong>pi</strong>lhadas num arranjo cruzado, o númerode embalagens sobrepostas à primeira éPor Juarez Pereira,assessor técnico da ABPOE-mail: abpo@abpo.org.brBANCO DE IMAGENS ABTCPmultiplicado por seis e pelo peso bruto daembalagem – (n-1)6p. Isso equivale a dizerque a embalagem, quando em<strong>pi</strong>lhadanum arranjo cruzado, precisa ser maisresistente e, portanto, terá custo maior.Nesses casos, sugere-se um em<strong>pi</strong>lhamentomisto: as primeiras camadasem<strong>pi</strong>lhadas de forma colunar e, a partir decerto número de camadas, alterar o arranjopara um em<strong>pi</strong>lhamento cruzado. Quantascamadas devem ser em<strong>pi</strong>lhadas de formacolunar? Resolvendo a equação abaixo,podemos chegar ao número de embalagensa serem em<strong>pi</strong>lhadas colunarmente:(n-1)4p = (n-x)6ponde x é o número de embalagens aserem em<strong>pi</strong>lhadas colunarmenteSimplificando, chegamos a:x = (n + 2) / 3Assim, as embalagens em em<strong>pi</strong>lhamentocolunar e aquelas em em<strong>pi</strong>lhamentocruzado apresentarão a mesmaresistência à compressão, de modo aconferir ao em<strong>pi</strong>lhamento a estabilidadeque se espera durante a movimentação.Hoje, este procedimento é já usado,mas com base na sensibilidade de quemdefine o em<strong>pi</strong>lhamento. Portanto, o cálculoaqui apresentado é uma sugestãointeressante para os projetistas de embalagensde papelão ondulado.O PAPEL - Abril Junho 2006 <strong>2009</strong>15CADERNO ABPO


Coluna BracelpaOportunidades para o BrasilO clima de otimismo sobre a capacidadede a indústria se ajustar, no longoprazo, marcou o quarto CEOs RoundtableMeeting, encontro promovido peloInternational Council of Forest and PaperAssociations (ICFPA) no dia 28 de maioem Londres. Representando 12 países,inclusive o Brasil, 20 presidentes deindústrias de base florestal avaliaram acrise econômica mundial e as perspectivasdo setor de celulose e papel para ospróximos 15 anos.Ficou claro que um dos efeitos da criseserá a mudança geopolítica no fluxo da produção,do emprego e do ca<strong>pi</strong>tal do setor decelulose e papel. Esse novo cenário deveráfavorecer o Brasil, principalmente por causada produtividade das florestas plantadasde pínus e eucalipto e pelo fato de o Paísser referência mundial em manejo florestal.Fechamento de fábricas no hemisfério Norte– muitas delas obsoletas – e busca pormatéria-prima de melhor qualidade, entreoutros motivos, poderão ser favoráveis àsindústrias instaladas no Brasil.Os CEOs também avaliaram a concessãode benefícios pelos governos dealguns países para enfrentar o atual momentoeconômico. Muitas vezes de caráterprotecionista, esses subsídios, segundoeles, podem agravar o comércio internacional,ao causar profundas distorçõesna concorrência e inibir o investimentonecessário à recuperação da economia.Os presidentes debateram, ainda, anecessidade de se buscar inovação nos modelosde negócios do setor, demonstrandoconfiança quanto à adaptação da indústriaaos novos tempos, sobretudo quando a populaçãomundial questiona modelos globaisde negócios diante do contexto econômico eambiental. Como o consumidor está optandopor produtos ambientalmente corretos,que atendam às suas necessidades semdesperdiçar os recursos naturais, terão sucessoapenas as indústrias que respeitaremos ciclos da natureza.Nesse sentido, as empresas de todoo mundo deverão se esforçar para obterBracelpa Columncertificações florestais, que comprovama transparência das atividades e o compromissodo setor com a sustentabilidade,dando segurança ao consumidor final parautilizar produtos da indústria de celulosee papel. Como afirmou Antonio MacielNeto, presidente da Suzano e representantedo Brasil na reunião, “mais umavez o Brasil se fortalece nesse cenário,pois as certificações abrangem a maioriadas empresas instaladas no País. Essa émais uma vantagem brasileira em relaçãoà concorrência”Mudanças climáticas – Durante oencontro também foi elaborado o posicionamentomundial do setor de baseflorestal em relação à Conferência dasPartes (COP-15) das Nações Unidas, emCopenhague (Dinamarca), evento duranteo qual se fará a revisão do Protocolo deKyoto, em dezembro. O ICFPA defenderáque a nova versão do documento reconheçaem suas disposições os benefíciosde todos os tipos de florestas, incluindoas plantadas – já existentes ou novas,resultantes de medidas de florestamentoe de reflorestamento.Além de mostrar a eficácia das florestasna mitigação das mudanças do clima,principalmente pelo sequestro de carbono,o posicionamento do ICFPA destaca queas indústrias de base florestal fornecemmaterial de construção favorável ao clima,como fibras de celulose e combustívelrenovável, além de outros benefícioseconômicos, ambientais e sociais, comobiodiversidade, conservação do solo eredução da pobreza.Nesse contexto, as partes precisam incorporara gestão sustentável das florestasno cerne da Redução de Emissões para oDesmatamento e Degradação (REDD) esimplificar o reconhecimento de projetosde Mecanismo de Desenvolvimento Limpo(MDL). O documento destaca ainda a importânciade as florestas plantadas serem realocadasem áreas não florestadas (incluindoa compensação ambiental), assegurando, aomesmo tempo, a integridade ambiental.Por Elizabeth de Carvalhaes,presidente executiva da AssociaçãoBrasileira de Celulose e <strong>Papel</strong> (Bracelpa)E-mail: faleconosco@bracelpa.org.brDivulgação BracelpaEm resumo, o setor defenderá, nareunião de Copenhague, que a indústriade produtos florestais pode oferecerrespostas para muitas das questõesambientais que a humanidade enfrentaatualmente. Nesse sentido, é precisodifundir que a produção sustentáveldas empresas de base florestal contribuipara a prosperidade em áreas rurais eque atividades econômicas baseadas nagestão sustentável das florestas reduzemo desmatamento e a degradação florestal.Além disso, processos industriais baseadosno ciclo natural do carbono ajudam adiminuir as emissões de gases do efeitode estufa, enquanto o uso de materiaisrenováveis, recicláveis e que retornamà natureza pode satisfazer as necessidadesda sociedade sem sobrecarregara natureza.Até a reunião, há muito trabalho a serfeito para fortalecer essas mensagens, e osrepresentantes do setor, em todos os níveisda indústria, precisam estar envolvidos nodebate e na divulgação desses temas. ABracelpa concentrará esforços para que ogoverno e a sociedade brasileira apoiem edefendam essas mensagens na revisão doProtocolo de Kyoto.O PAPEL - - Abril Junho 2006 <strong>2009</strong>17CADERNO BRACELPA


18O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>CADERNO BRACELPAReportagem BracelpaAcordos entre países dão impulsoàs exportaçõesTrabalhando com o governo e as empresas, a Bracelpa atua na busca denovas oportunidades no mercado externo para os produtores nacionais decelulose e papel e na defesa dos segmentos mais sensíveisPor Marina FaleirosAs negociações internacionaishoje não são mais regidas apenas pelointeresse particular de uma empresa. Épreciso participar ativamente dos acordosde mercado firmados por governoscom países e blocos comerciais – nocaso do Brasil, o Mercosul – e saberde que forma é possível tirar proveitodas vantagens conquistadas ou, ainda,avaliar a entrada de concorrentes emuma área essencial para os produtoresnacionais. Para garantir uma atuaçãopositiva do setor de celulose e papelneste campo, a Bracelpa ampliou,há cerca de um ano, a atuação nasnegociações comerciais, levando osinteresses dos associados para a esferagovernamental e, em alguns casos, trabalhandopleitos específicos de gruposde empresas.A mais recente negociação internacionalcom participação da Bracelpa,assinada em 30 de abril com a Argentina,teve como objeto a exportação depapel de imprimir e escrever. “Enquantoalguns segmentos estão sofrendoforte resistência dos argentinos, osetor conseguiu renovar o acordo, quevenceria em 30 de setembro, por maisdois anos, mantendo a cota máxima deexportação do Brasil em 50 mil toneladasdesse papel por ano, sem cortes”,explica Francisco Saliba, diretor deNegociações Setoriais da Bracelpa.A importância de uma associaçãosetorial forte é crucial para que osinteresses do Brasil sejam mantidos.No caso da renovação do acordo coma Argentina, a negociação foi feita,primeiro, entre as associações dosetor – Bracelpa e Asociación de Fabricantesde Celulose y <strong>Papel</strong> (AFCP)–, que definiram entre si os termos donovo documento, depois chanceladospelos respectivos governos. “Esteé um setor de ca<strong>pi</strong>tal intensivo, noqual os investimentos são muito altos,por menor que seja o projeto. Osacordos permitem fazer projeções,para que tanto os brasileiros comoos argentinos invistam na busca dequalidade permanente e, também,possam competir em igualdade decondições”, afirma Osvaldo Vassalo,presidente da AFCP.Também ficou estabelecido queas exportações brasileiras de papelde imprimir e escrever não serãoincluídas em nenhum regime de licençasnão automáticas de aprovação,medida adotada recentemente pelogoverno argentino. “Isso significaque todos os dados aduaneiros sãopreenchidos via internet e não épreciso ficar à espera de autorizaçãopara a comercialização, que,em muitos casos, supera 60 dias”,conta Saliba. Além disso, duranteas negociações a Bracelpa exigiu, deforma explícita, que a nação vizinhacontrole as importações de papéis daChina e Indonésia, que muitas vezessão negociados a preços abaixo domercado.Mas, na maioria das negociações,a busca por mercados internacionaisenvolve medidas já discutidas porblocos econômicos ou acordos já estabelecidosentre países. Por conta disso,a Bracelpa participa ativamente da CoalizãoEmpresarial Brasileira (CEB),criada pela Confederação Nacionaldas Indústrias (CNI) para incentivara participação do empresariado nasestratégias brasileiras de inserção internacional.“É essa entidade que nosdireciona e dá informações sobre novosacordos ou revisões, dialogando com asassociações setoriais em busca de consenso”,diz Elizabeth de Carvalhaes,presidente executiva da Bracelpa.De acordo com Eliane Fontes, diretorado Departamento de NegociaçõesInternacionais do Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio(MDIC), nenhum país tem, hoje, condiçõesde negociar acordos de formaisolada, já que integram blocos comerciais.“Isso traz suas complicações, jáque a sensibilidade do Brasil à entradade produtos é diferente da do Uruguai edo Paraguai, por exemplo, no caso dosparticipantes do Mercosul”, diz.A diretora afirma que a CEB temfeito um trabalho muito bom ao definira posição brasileira no mercado externoe que associações como a Bracelpatêm sido muito atuantes na busca deum maior diálogo entre o governo e asempresas. “Esses acordos ampliam asopções de entrada de bens e serviçosbrasileiros em outros países, mas épreciso que cada setor fique atento,pois, em contrapartida, o Brasil terá


de ampliar o acesso ao seu mercado.Também é necessário que as empresastenham conhecimento pleno do que énegociado, para poderem aproveitartodas as vantagens,” reforça Eliane.Novos acordos em vistaA Bracelpa está envolvida em quatroacordos para a inserção de produtosde celulose e papel brasileiros em outrasregiões.Na esfera do Mercosul, o país-alvodo setor, neste momento, é o Marrocos.O início das negociações e a troca delistas de produtos de interesse estãoprevistas para o segundo semestredeste ano. Na negociação, o setor aindaapresentará 17 produtos considerados“sensíveis”, ou seja, que precisamser protegidos da entrada excessivade importados. Acordos desse porteexigem, ainda, que todos os cuidadoscom o mercado interno sejam tomados.No caso do Marrocos, como o setorpropõe reciprocidade total – ou seja,os impostos que forem retirados noMarrocos terão o mesmo tratamentono Brasil –, é preciso evitar a invasãode produtos com preços inferiores aoda indústria nacional. “O Marrocos nãopossui um parque industrial forte, mastem convertedores de papel. Por isso,negociaremos que pelo menos 50% dematéria-prima utilizada seja origináriadesse país, para evitar, por exemplo,que o Brasil importe com isenções e,depois, receba papel convertido compreço menor do que o encontrado aqui”,explica Elizabeth.Nas relações comerciais bilaterais,iniciadas antes da criação do Mercosul,a Bracelpa busca negociar coma Colômbia, baseando-se no Acordode Complementação Econômica nº59. “O governo brasileiro pediu a revisãoe o setor foi consultado sobre apossibilidade de redução de tarifas emquatro produtos, sobre os quais nãohá problema de corte total de taxas –termo conhecido tecnicamente comodesgravação total”, explica a presidenteda Bracelpa. Em troca, o Brasiltrabalha com a lista de 21 produtosdo setor de papel e celulose para osquais existe interesse de exportaçãopara a Colômbia, também sem tarifas.O acordo está parado no momento,já que o governo colombiano está emnegociações com os Estados Unidos.Elizabeth de Carvalhaes explica queessa é uma prática do comércio internacional:fecha-se, primeiro, umacordo com o mercado prioritário – nocaso da Colômbia, os Estados Unidos–, para só depois se analisarem propostascom outros países.O Peru é outro país com o qual aBracelpa trabalha possibilidades deinserção de celulose e papel nacionais,depois de ter sido procurada por duasempresas brasileiras interessadas emexportar para aquele mercado. Naavaliação do atual acordo entre os doispaíses, em busca de formas para propora entrada do setor na negociação,estão sendo levantados dados sobre osmelhores produtos a serem exportadospara o Peru e quais produtos desse paístêm potencial de importação pelo Brasil.“Esse trabalho mostrou que foram fechadosacordos em melhores condições comoutros países, como o Chile e os EstadosUnidos, com os quais há, inclusive, umacordo de livre comércio. Assim, temostodo o interesse em reduzir nossas tarifas”,afirma Elizabeth de Carvalhaes.Participar dessas negociações,na avaliação da Bracelpa, é muitoimportante para expandir o mercadobrasileiro de celulose e papel. “Acapacidade de produção nacional émaior do que a de absorção das vendasinternas. Por isso é tão essencial aproveitartodas as chances de melhoriade nosso comércio lá fora”, completa.Além disso, em cada negociação osetor também promove a sustentabilidadee a produtividade das florestasplantadas, reforçando sua imagem dereferência mundial, o que sempre podegerar novos negócios.Em relação ao México, o Brasilpediu, em 2008, a revisão do Acordode Complementação Econômica nº 53,já que o país estava interessado apenasem quatro setores, que não envolviamcelulose e papel. “Mas no final do anopassado o México decidiu por umaredução unilateral de taxas porque precisavade insumos para sua indústria,e isso já favoreceu o setor. Como nãotemos obrigação de reciprocidade nenhuma,as negociações estão suspensasenquanto este cenário se mantém,pois o modelo atual é mais vantajosopara o Brasil”, conclui a presidenteexecutiva da Bracelpa.CADERNO BRACELPAO PAPEL - - Abril Junho 2006 <strong>2009</strong>19


BRACELPA REPORTAgreements betweencountries boost exportsWorking together with government and companies, Bracelpa looks for newopportunities in offshore market for the Brazilian pulp and paper producersand acts in assisting the most sensible segmentsBy Marina FaleirosToday international negotiationsare not only ruled by particular interestof a company. There is need to beactive in market agreements signedby governments with countries andtrade blocks – in the case of Brazil,this block is the Mercosur – and alsoknow how to use current advantagesor evaluate the entrance of competitorsin essential areas for Brazilianindustrial producers. In order to keepa positive performing in the pulp andpaper sector, almost one year agoBracelpa has increased its presencein trade negotiations, taking members`interests to the government and,in some cases, working in specificpleas of groups of companies.The latest international negotiationBracelpa took part in was signedlast April 30 with Argentina, whichissue was printing and writing paperexports. “While some segments havebeen facing strong resistance by theArgentineans, our sector renewed theagreement, with due date on September30, for two years more, maintaining theprevious maximum amount of Brazilianexports of 50,000 tons/year of thisgrade of paper, with no cuts”, saysFrancisco Saliba, manager of SectorialNegotiations at Bracelpa.The importance of a strong sectorassociation is essential for the assuranceof Brazil’s interests. In the caseof this agreement renewal with Argentina,negotiation was first made betweensector’s associations – Bracelpaand Asociacion de Fabricantesde Celulose y <strong>Papel</strong> (AFCP) – thatestablished new document terms, thencertified by both governments. “Thisis a sector with intensive ca<strong>pi</strong>tal,where investments are very high, evenfor a small project. Agreements allowprojections for Brazilians and Argentineansto invest in permanent quality,and, also, likewise competition”, saysOsvaldo Vassalo, president of AFCP.Another point established wasthat Brazilian exports of printing andwriting paper will not be includedin any of the non automatic rule approvalsystem, a measure recently adoptedby the Argentinean government.“It means that all custom data arefilled in via Internet. Thus avoidingthe waiting for authorization for thetrading action, which, in many cases,exceeded 60 days”, says Saliba. Additionally,during negotiations Bracelpaclearly required Argentina to controlpaper imports from China and Indonesia,many times products traded ata price lower than that of the market.But in most negotiations, searchingof international markets includesmeasures already discussedby economic blocks or agreementsalready established between countries.That is why Bracelpa activelyparticipates in the Coalizão EmpresarialBrasileira (CEB – BrazilianEntrepreneurs Coalition), createdby the Confederação Nacional dasIndústrias (CNI - Brazilian NationalConfederation of Industries) to incentiveentrepreneurs in Brazilianstrategies for international insertion.“This entity leads us and offers usinformation on new agreements orrevisions, talking to sectorial associations,seeking for agreements”says Elizabeth de Carvalhaes, CEOof Bracelpa.According to Eliane Fontes,manager of the International NegotiationsDepartment of the Ministryof Development, Industry andCommerce (MDIC), at present timethere is no country able to negotiateagreements alone, as all of themare members of trade blocks. “Ofcourse, it put forward complications,as Brazil’s acceptance of productis different from that of Uruguay orParaguay, for example, in the case ofMercosur’s members”, says.She also says that CEB has beenworking properly when defining Brazilianposition in external market, andthat associations like Bracelpa havebeen active in establishing a better dialoguebetween government and companies.“These agreements increaseoptions for Brazilian goods and servicesto enter in other countries, buteach sector must be cautious, becauseO PAPEL - Abril Junho 2006 <strong>2009</strong>21CADERNO BRACELPA


22- Junho <strong>2009</strong>CADERNO BRACELPABrazil will have to enlarge access toits market. It is also necessary companiesto have full knowledge aboutwhat has been negotiated, thereforeallowing to take maximum possibleadvantages”, says Eliane.New agreeMeNts plaNNedBracelpa is involved in four agreementsfor placing Brazilian pulp andpaper products in other regions. Togetherwith Mercosur, target countryfor this sector is now Morocco. Beginningof negotiations and exchange ofinterest products lists are planned forthe second half of this year. In this negotiation,the sector will also present17 products considered “sensible”,that is, goods needing protectionagainst excessive imports admittance.Such agreements also require greatattention in relation to the domesticmarket. In Morocco case, because thesector proposes full reciprocity - thatis, taxes taken away in Morocco are tohave the same treatment in Brazil -, itis important to avoid products at lowerprices than the ones of the nationalindustry. “There is no strong industrialpark in Morocco, but there are paperconverters, so we will negotiate so asto state that at least 50% of the rawmaterial used should originate from theexporter country, in order to avoid, forexample, that Brazil imports with exemptions,and then receives convertedpaper at a price lower than the domesticone”, says Elizabeth.In bilateral commercial relationsstarted before Mercosur`s creation,Bracelpa is trying to negotiate withColombia, based on Economic ComplementationAgreement, n. 59. “Braziliangovernment required revision and thesector was asked about the possibilityto reduce rates of four products,which are not problematic for a fulltaxes cut – technically referred as “totaldisencumberment”,explains. In return,Brazil works with alist with 21 productsof paper and pulp thatare of Colombia interest,also without taxes.This agreementis ceased now asColombian governmentis carrying outnegotiations with theUnited States. Elizabethde Carvalhaesexplains that thisis a common practicein internationaltrade. First a dealis completed with apriority market – theUnited States, in thecase of Colombia -,and then proposalsof other countriesare examined.Bracelpa also intends to expandBrazilian paper and pulp exports toPeru, after received consultationsfrom two Brazilian companies interestedin exporting to that market.The current agreement between thetwo countries has made efforts tofind ways to get the participation ofthis sector in negotiations, consideringneeded data about what is moreconvenient for exports to Peru andwhich Peruvian products could thenbe imported by Brazil. “This workshowed that agreements were dealt inbetter conditions in other countries,like Chile and the United States, betweenwhich also there is a free tradeagreement. Thus, we are fully interestedin reducing our rates”, saysElizabeth de Carvalhaes.For Bracelpa, taking part in thesenegotiations is very important to expandBrazilian paper and pulp markets.“Brazilian production capacityis higher than the domestic absorptioncapacity, being therefore vital totake every chance for improving ourforeign trade”, says. Additionally, ineach negotiation the sector also promotessustainability and productivityof the planted forest, reinforcing itsworld reference image, which may alwaysgenerates new business.Concerning Mexico, in 2008Brazil requested a revision of theEconomic Complementation Agreement,n. 53, as the country wasinterested in only four sectors, notincluding pulp and paper. “But bythe end of last year, Mexico decidedfor a unilateral reduction of taxesbecause the need of supplies for itsindustry, and this already made thescenario favorable to our sector. Asreciprocity is not mandatory, negotiationsare inactive while this situationcontinues, the current modelbeing convenient to Brazil”, saysthe CEO of Bracelpa.


Atividades BracelpaBracelpa ActivitiesDireto de BrasíliaDurante a reunião do Grupo de Acompanhamento da Crise, realizada no dia 13de maio, no Ministério da Fazenda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestougrande interesse pela proposta do setor para o Programa Nacional do Livro Didático(PNLD), que sugere a distribuição de cadernos para alunos. A iniciativa pode beneficiar cercade 48 milhões de estudantes. A Bracelpa também enfatizou que a criação de linhas de segurode crédito para exportação é fundamental para a manutenção das operações das empresas.No encontro, o presidente anunciou importantes medidas:• criação, por meio de medida provisória, de um Fundo Garantidor de Crédito, de R$ 4 bilhões,destinado principalmente às pequenas e às médias empresas interessadas em adquirir bens deca<strong>pi</strong>tal, as quais deverão pagar ao fundo taxa de 0,5% sobre o valor da operação contraída;• redução do custo de transferência de recursos do BNDES para os bancos, que passará do atualmentepraticado de TJLP mais 2,5% para TJLP mais 1% – o que refletirá na redução do spread dos bancos.Ainda nesse encontro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a criação de um Eximbank para linhasde seguro de crédito para exportação, o que consiste em importante medida para o setor.CADERNO BRACELPACombustíveisA Bracelpa avalia, juntamente com entidades de outros setores industriais, medidas contra o aumento abusivo do preçodo óleo combustível – só em abril, os valores praticados pela Petrobrás foram reajustados em 14%. Além da negociação como governo federal e a própria Petrobrás, o setor avalia a possibilidade de importar tanto óleo combustível quanto diesel e jáiniciou consultas a traders sobre a viabilidade da operação. Além disso, as entidades analisam questões logísticas, comocapacidade portuária de estoque e custos de transporte dos portos até as fábricas.1sextoTidland.indd 1 03/06/<strong>2009</strong>Reunião no ParanáEm fórum promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Elizabeth de Carvalhaes apresentouaos integrantes do Sindicato das Indústrias de <strong>Papel</strong> e Celulose do Paraná (Sinpacel) e representantes das empresas do setorque atuam nesse Estado um panorama da crise econômica e seus reflexos no setor – no Brasil e no mundo. O objetivo doencontro, realizado em 14 de maio, foi elaborar um plano de ação que envolva empresas, entidades do setor, a Fiep e o poderpúblico na busca de soluções para questões que atualmente afetam a produção local de celulose e papel.Encontro setorialO debate de medidas específicas para aumentar a competitividade do papel no mercado doméstico foi o principal assunto da reuniãorealizada em 15 de maio entre representantes de associações congêneres do setor – ABTCP, Abre, ABPO, Abraf, Abigraf Nacionale Regional São Paulo, ANJ, Andipa, CBL, Abrelivros, Aner e Anave. Promovido pela Bracelpa, esse foi o segundo encontro setorialem <strong>2009</strong>. A iniciativa tem também como objetivo estabelecer estratégias conjuntas de ação para enfrentar a crise econômica.Defesa comercialEmpresas brasileiras já podem comercializar papel A4 para a África do Sul sem que os importadores paguem tarifasadicionais na transação. Em maio, a Divisão de Defesa Comercial do Ministério das Relações Exteriores (MRE) confirmouà Bracelpa que o País foi retirado do direito antidum<strong>pi</strong>ng da África do Sul contra as exportações de papel A4, com data retroativaa 27.11.2003. Além desses documentos, o site da OMC (www.wto.org) publicou os dois últimos relatórios semestraisda África do Sul que confirmam a revogação dessas medidas no dia 4 de junho de 2008.Cenário mundial do mercado de celuloseA Bracelpa, em parceria com a Risi, promoveu, no dia 19 de maio, a palestra Cenário mundial do mercado de celulose,proferida por Kurt Schaefer, vice-presidente e economista-chefe para o mercado de celulose da consultoria. Ao apresentaruma visão geral do mercado após o início da crise – destacando a falta de crédito internacional, o aumento de estoques e ofechamento de fábricas no hemisfério Norte –, Schaefer reforçou que a China terá papel decisivo no mercado de celulosenos próximos anos. “As exportações de papel da China para os Estados Unidos e a Europa estão acima do esperado, masabaixo do potencial desses mercados, que, em <strong>2009</strong>, registrarão queda do Produto Interno Bruto”, afirmou.O PAPEL - - Abril Junho 2006 <strong>2009</strong>23Textos: Bracelpa


Reportagem de CapaSustentabilidade é obanco de imagens <strong>abtcp</strong>caminho, não o fimO PAPEL - Junho <strong>2009</strong>Ter uma visão ampla e cuidarnão apenas do bom desempenhofinanceiro dos negócios, mas tambémda sociedade e do meio ambiente,é essencial para as empresas quedesejam ser perenes e lucrativas.Embora especialistas apontem que omarketing ainda é maior que a açãonesse campo, muitas empresas, aexemplo de fabricantes de celulosee papel, já estão no rumo certoquando se trata de sustentabilidadePor Marina Faleiros24


Autilização dos recursosda Terra já é maior doque sua capacidade dereposição. Segundorelatório da consultoria AmericanaGlobal Footprint Network, em 2005a ação humana já excedia em 31%o limite sustentável do planeta. Astaxas de uso de solo e dos recursosnaturais, bem como a poluição,só continuaram a elevar-se desdeentão, ocasionando previsões deque, até 2030, se o atual ritmo decrescimento de população e consumose mantiver, será necessárioo equivalente a dois planetas parasustentar a raça humana.Diante desse cenário dramático,a necessidade de mudança tem feitoque muitas empresas busquem modelosde produção baseados na sustentabilidade,ou seja, que contemplemuma visão mais ampla dos impactosdo negócio no meio ambiente e nasociedade, permanecendo, ao mesmotempo, financeiramente saudáveis.No setor de celulose e papel, quetem atividade intrinsecamente ligadaaos recursos naturais e desempenhaum importante papel social no País, apreocupação com o tripé sociedade–economia–meio ambiente é evidente,com constantes investimentos paramantê-lo em equilíbrio. Segundo relatórioda Bracelpa, em 2007 o setorinvestiu US$ 585 milhões nas áreas deeducação, saúde e educação ambiental.Os projetos de fomento florestal,que permitem distribuição de rendapara pequenos produtores e servemcomo grande exemplo da ligação entreos elos social, financeiro e ambientaldentro do segmento, somaram 16.400propriedades em 344 mil hectares.Investir no desenvolvimento sustentável,no entanto, não é tarefa fácil,e o desafio vai muito além de colocarprojetos ambientais e sociais em prática.Para a consultora Jodie Thorpe,da organização inglesa Sustainability,o conceito de sustentabilidade é vistode várias formas dentro das mais variadasempresas, gerando divergênciasde trabalhos. “Para nós, a sustentabilidadese relaciona com dois conceitosfundamentais: primeiro, é necessáriogerir seu negócio de forma a mantera existência dele, o que envolve acontinuidade da sociedade, da economiae do meio ambiente; segundo,as empresas precisam ser capazes dedar respostas transparentes sobre seusimpactos de produção”.De acordo com a especialista,muitas empresas já se autodenominamsustentáveis em suas propagandas,o que é um grave erro: “As companhiasque realmente entendem oconceito e tentam fazer a coisa certadizem ‘estamos mudando’, ‘estamostentando’ e mostram um plano demetas para que outros decidam se elasestão tomando o caminho certo”.É essa a visão da VotorantimCelulose e <strong>Papel</strong>, empresa vencedorado prêmio Destaques do Setor 2008da revista O <strong>Papel</strong> na categoria ResponsabilidadeSocial. “Eu diria que aempresa está no caminho da sustentabilidade,mas ainda não chegamoslá, já que os conceitos precisam estartotalmente incorporados na rotina daempresa, algo que leva tempo, poisas pessoas precisam ser envolvidas,treinadas e sensibilizadas”, dizUmberto Cinque, gerente-geral deSustentabilidade da VCP.A Irani Celulose é a única empresado setor que figurou entre as Top10 do ranking Leading Reports, divulgadono final de 2008 pela Sustainabilitye pela Fundação Brasileirapara o Desenvolvimento Sustentável(FBDS). O estudo, que analisou 300empresas, teve por objetivo mostrarquais empresas disponibilizavam informaçõesmais transparentes sobresua atuação. “Nosso relatório segueuma metodologia muita rígida, quenos permite acompanhar de pertonossos índices”, diz Odivan Cargnin,diretor administrativo-financeiroe de Relações com Investidores daIrani Celulose.Cargnin também enxerga quenão existe empresa sustentável, massim “empresa comprometida comsustentabilidade”. Ele comenta:“Existem indicadores em que vocêpode recuar e terá de trabalhar paracorrigir. Por isso, ter um mapa detodas as ações é importante, paramanter o foco do trabalho”.O programa Poupança Florestal, da VCP, incentiva pequenos produtoresa plantarem eucaliptos e estimula a preservação da mata nativaDivulgação vcpO PAPEL - Abril Junho 2006 <strong>2009</strong>25


O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>26Divulgação SustainabilityJodie Thorpe: “A sustentabilidade real é intrínseca ao negócio esobrevive às crises”Não são todas as empresas, porém,que conseguem atingir essenível de maturidade. “No Brasil, acada ano são investidos R$ 3 bilhõesna área de Responsabilidade Social,mas isso não tem sido o suficientepara melhorar nossos indicadoressociais e ambientais”, afirma GiovanniBarontini, sócio da FábricaÉthica Brasil e membro do Núcleo deEstudos do Futuro da PUC/SP.Apesar dos conceitos muitasvezes ainda não bem definidos, Jodie,da Sustainability, acredita quea sociedade não pode se arriscar aapenas criticar empresas de formainjusta, porque ainda não fazemtudo direito. “Sustentabilidade é umajornada sem fim, e as empresas nãosão perfeitas, mas estão decididas afazer mudanças sérias e devem serencorajadas a isso”, afirma.Mão na massaAs oportunidades de as empresasdesenvolverem projetos que buscamo desenvolvimento sustentável sãoinúmeras. Para Jodie, o trabalho dosfabricantes de papel e celulose e deoutros setores são muito importantespara o Brasil, onde não faltam exemplosde empresas responsáveis, comoa Natura e o Banco Real. Ela aponta,porém, que ainda existem desafiossubstanciais, como os altos níveis depobreza e desigualdade social, alémde uma fraqueza institucional dogoverno do País. “Assim, mesmo quealgumas empresas brasileiras estejamfazendo mais do que norte-americanasou europeias no mesmo setor,realmente não fazem o suficiente paramudar tudo, até porque os obstáculossão muito maiores também.”Dentro do segmento de papel ecelulose, as ações ambientais são asmais reconhecidas, já que a principalmatéria-prima é a floresta. “A necessidadeda madeira faz que o setor sejamuito sensível às questões de meioambiente e que se destaquem projetosrelacionados ao reflorestamento”,diz Cinque, da VCP.Para Cargnin, da Irani, o setor,mesmo sem fazer nada, já contribuipara o meio ambiente, por utilizaruma matéria-prima renovável. “Mastemos de sair do básico e ir além,pois, embora o uso das florestas faciliteem muito nossa vida, temos deavaliar nossos impactos em geraçãode gases, no uso da água e de produtosquímicos e na própria melhorade produtividade para poder produzirmais com menos.”Para unir os <strong>pi</strong>lares da sustentabilidade,Cinque explica que a VCPtrabalha em diversas frentes. Na parteque contribui para geração de lucros einclusão social, por exemplo, investeno Poupança Florestal, programaque incentiva pequenos produtores aplantarem eucaliptos e estimula a preservaçãode mata nativa também naspequenas fazendas. “Além disso, o projetodo Corredor Ecológico do Vale doParaíba, que gera renda para trabalhosvoltados ao meio ambiente, tem a metade recuperar 150 mil hectares de áreadesmatada em dez anos”, conta.Na área de ecoeficiência, a VCPbusca uma produção mais limpa,gerando produtos de forma maisracional e sem perdas para o meioambiente. Para isso, segue desde 2005a Declaração Internacional sobreProdução mais Limpa do Programadas Nações Unidas para o Meio Ambiente(Pnuma). A VCP também foi aprimeira empresa do setor a receber ocertificado Carbon Footprint em todaa sua cadeia, controlando cada umadas emissões de gás carbônico, desdea produção de celulose até o transportede mercadorias. “O que se mede é gerenciadodepois”, afirma Cinque.Por conta disso, ele diz que omapeamento contou, inclusive, comas emissões do transporte marítimo –que são elevadas – para descontar dovolume de carbono sequestrado pelasflorestas. Segundo seu relatório, aempresa resgata 3,69 toneladas de carbonopara cada tonelada de celuloseproduzida. “Este tipo de ação mostrao compromisso com a questão da mudançaclimática, pois nosso cliente nãopaga a mais por esse trabalho.”A meta da empresa também não


é a de manter esses conceitos apenasdentro de seus negócios. “O grandedesafio é que a responsabilidade sejapraticada no dia-a-dia da empresa eque consigamos expandir isso paraos clientes”, diz. Nesta linha, a VCPdesenvolveu um modelo de ecoeficiênciapara gráficas em parceria com oSenai e dá cursos gratuitos para seusclientes, incluindo aulas sobre reduçãode desperdício e consumo consciente.“Já trabalhamos com seis gráficas,multiplicando nosso conhecimentona cadeia, além de termos feito outrasparcerias com fornecedores e ONGs.”Na área financeira, Cinque dizque a sustentabilidade precisa seruma parte sempre analisada, já que aempresa está listada no SustainabilityIndex da Dow Jones, a bolsa de valoresamericana, e no Índice de SustentabilidadeEmpresarial (ISE) da Bovespa.“Nós sentimos diferença, e o acionistaestá sempre tomando decisões muitoligadas às práticas de sustentabilidade.Por isso, também fazemos parte doCarbon Disclosure Project, o CDP, omaior banco mundial de informaçõessobre emissão de carbono”, diz.O relatório social da Irani Celulosefoi destacado no ranking daSustainability. Conforme Cargnin,isso foi possível porque a empresasempre encarou seus desafios desustentabilidade de forma técnica ecoesa. “Se alguém olhar nosso relatório,verá que é bem técnico”, diz. Eleexplica que existe uma metodologia,são feitas auditorias e a empresa estásempre em busca de certificações.Além disso, todos os indicadorestêm metas econômicas. “Não é algoplástico ou de propaganda, para serusado como marketing, mas sim detransparência com o mercado.”As grandes mudanças dentro daIrani, conta, começaram em 2003,com a troca de gestão da companhia,que iniciou convicta de que ocaminho da sustentabilidade era omais correto. “O modelo de negóciospautado nisso é muito mais de serambientalmente correto, mas faz quea empresa se torne mais competitiva,já que, por trás desse conceito, estãocustos melhores, margens mais vantajosase um modelo de gestão maiscompleto”, explica o diretor.Entre os exemplos de mudançadentro da empresa está a geração decréditos de carbono, com os quais aempresa obteve, em 2008, US$ 5,1milhões. Para alcançar esse número,Detalhamento das emissões da VCP: passo importante para conquistar o Carbon FootprintÁrea industrialTORASVUM VUB EEEXTRATORA JE2PREP. DE MADEIRADIGESTORLINHA DE FIBRASCELULOSECAVACOSBIODIEE VUM VUB EEVUMVUBEEEXTRATORA JE3Rejeito da depuraçãoCH4VUMVUBEEFORNOS CAL CAL 2 E 2 3E 3CAUSTIFICAÇÃOATERROUTILIDADESEEVUMBIO7AEEEE(Dregs + Gritz + Cinza)(Lodo primário + Lodo biológico)TG02 / TG03TG = Turbo geradorVSA = Vapor saturado de altaGTV = Caldeira de biomassaCBC = Caldeira a gás natural ou óleoHRSG = Ciclo combinado de forçaRECUPERAÇÃOVUMDESCARTEVUBPROCESSOSECUNDÁRIOCALDEIRA REC. 3BIO3AEEEVAPORAÇÃOVUMPROCESSOPRINCIPALVUBFSNFERTILIZANTEVUMGLPGÁSLIQUEFEITODE PETRÓLEOVUBEECALDEIRA REC. 4DIDIESELGNGNGNGNEECBC 80EEHRSGTG04ELETRICIDADEBIOBIOBIOMASSAVSA85 bar3AÓLEO 3A7AGNTG01VSA41 barGTVBIOGN3AVUMCH4ÓLEO 7A GÁS NATURAL METANOEEVBUVUMVAPORÚMIDO DEMÉDIAEEVUBVAPORÚMIDO DEBAIXAO PAPEL - Abril Junho 2006 <strong>2009</strong>27


a Irani conta com dois projetos queseguem as premissas do Mecanismode Desenvolvimento Limpo, aprovadaspela Organização das NaçõesUnidas, sendo um para cogeraçãode energia e outro de tratamento deefluentes. “Outras áreas em que sempretrabalhamos é a redução do consumoespecífico de água por tonelada de produto,além de menor uso de químicosna produção”, diz Cargnin.No aspecto social, a empresa procuratrabalhar de dentro para fora, ouseja, pensando primeiro nos colaboradorese nas comunidades em seuentorno. “Temos projetos de educaçãovoltados para funcionários, investimentosnas vilas em que eles morame parcerias com os governos locais.”Para avaliar seu impacto na região, aempresa chegou a fazer uma pesquisapara ouvir todos os vizinhos da fábrica.Como exemplo de ação nessa pesquisa,Cargnin conta que um moradorafirmou ter medo dos caminhões daRelatório social da Irani está entre os 10 melhores do País segundoranking da Sustainabilityempresa, pois eles passavam muitorá<strong>pi</strong>do em frente à casa dele, fato quefoi comunicado à parte de logística.“Muita coisa na sustentabilidade émuito fácil e simples de ser feita, masignoramos ou não conhecemos.”Em outras áreas, como a industrial,em que se faz necessária a alocaçãode ca<strong>pi</strong>tal, a empresa se focouna redução de consumo de energiapor tonelada de papel. “Hoje a matrizenergética da empresa é 80% própriae limpa, vinda de uma pequena centralhidrelétrica e biomassa. Agora,temos o objetivo de chegarmos a100%”, espera o executivo.Divulgação IraniO PAPEL - Junho <strong>2009</strong>28Sustentabilidade também é filosofiaCuidar do planeta é algo que já se tornou intrínseco aos negócios há algumas décadas. Primeiro com obras sociais, depois com achamada Responsabilidade Social, a filosofia de se trabalhar pensando no futuro ganha cada vez mais adeptos. A sustentabilidade éa nova onda, na tentativa de minimizar impactos ambientais e sociais mantendo-se lucrativo.Para especialistas da área, no entanto, ainda é preciso haver uma nova definição sobre o tema. Jodie Thorpe, da Sustainability, afirmaque algumas pessoas ainda acham que sustentabilidade é apenas manter projetos sociais, o que na verdade é apenas um “marketingsocial”. Ela explica que muitos desses investimentos são válidos, mas não podem ser chamados de sustentáveis, já que quase semprenão o são. “Eles acabam quando o presidente ou algum líder da empresa vai embora ou quando existe uma crise econômica, comoesta de agora. A sustentabilidade real é intrínseca ao negócio e sobrevive às crises”, conclui.Segundo Giovanni Barontini, da PUC/SP, a teoria do filósofo Ken Wilber é uma das que precisam ser levadas em conta pelas companhiaspara que seus trabalhos em torno da sustentabilidade sejam efetivos. O filósofo defende um modelo de representação darealidade em quatro quadrantes complementares: interior do indivíduo (que envolve valores pessoais), exterior do indivíduo (seu comportamentoem sociedade), interior coletivo (como uma empresa trabalha seus valores internamente) e exterior coletivo (que inclui asestruturas e as ferramentas de controle criadas pelas empresas, como relatórios sociais e indicadores). “As ações de ResponsabilidadeSocial das empresas não têm dado muitos resultados justamente porque trabalham apenas um quarto da realidade, que é o exteriorcoletivo, ou seja, seguem normas do Ethos e ganham prêmios por projetos, mas ainda não trabalham a consciência dos indivíduos ea transformação da cultura das organizações”, avalia.O consultor Homero Santos, da Fractalis – Renovação Empresarial, compartilha a mesma o<strong>pi</strong>nião: “Antes de mudar práticas, épreciso mudar mentalidades; é necessário ter uma visão do todo para que a prática tenha sentido sistêmico. Caso contrário, pode seperder como um custo sem retorno ou meramente como uma ação de efeito esporádico”, diz.De acordo com ele, a sustentabilidade forte é aquela que não só cria meios de proteger o que já foi devastado, mas também quereconhece que os recursos fornecidos pela natureza são insubstituíveis. “Temos de partir da nossa inserção no mundo natural parareconstruir nossa economia. A mudança só será efetiva se houver uma nova ética em que o planeta faz parte da nossa vida e não éalgo somente a ser explorado”, diz. Para ele, se uma ação social é feita apenas por conveniência, não é uma ação que permanece.“É preciso que haja consciência de que as coisas têm uma interligação muito maior do que se imagina. Isso não é uma conversaesotérica. Se estudarmos Biologia, Ecologia e a história humana, percebemos que entre tudo existe um elo, que, se está fraco, podeser quebrado um dia”, diz Santos.


“Aumento da produção de celulose?Conte com o apoio do metsoDNA CR.”Trabalhando há anos com a Celbi, produtora de celulose em Portugal, a Metso foi escolhidapara ser o principal fornecedor de tecnologia e sistemas de automação para a expansão emodernização da fábrica. A implementação da automação utilizando o Sistema de ControleDistribuído “metsoDNA CR” como solução foi vital para o sucesso da modernização.“A parceria entre Celbi e Metso garantiu o sucesso da modernização e a ajudou a alcançar odobro da produção de celulose”, agradeceu João Mota gerente de engenharia da Celbi.O metsoDNA CR é uma solução completa de automação e informação que asseguraum melhor controle dos processos e resultados. Inclui todos os controles de processo,equipamentos, qualidade, acionamentos e otimização em uma mesma plataforma.www.metso.com/automation


Cover StorySustainability is the way,not the endHaving a comprehensive vision and caring not only about a company’s good financial performance, but alsoof society and the environment, is essential for companies looking to be profitable and around for a long time.And, although specialists point out that marketing is still bigger than actions in this field, many companies,like pulp and paper makers, are already on the right path when the subject matter is sustainabilityBy Marina FaleirosThe utilization of Earth’s resourcesis already greater thanthe ability to replenish them.According to a report issued by U.S.consulting firm Global Footprint Network,in 2005 human action alreadyexceeded the planet’s sustainable limitby 31%. Land and natural resourcesutilization rates, as well as increasedpollution only continued to increasesince then, and the forecast for is thatby 2030, if the current population andconsumption growth rate continuesthe same, we will need two planets tosustain the human race.Given the dramatic scenario, theneed for change has led many companiesto pursue sustainable production models,that is, that contemplate a broad vision ofbusiness impacts on the environment andsociety, while at the same time continuingto be financially sound.In the pulp and paper sector, whichactivities are intrinsically linked to naturalresources and play an importantsocial role in the country, the concerntowards this tripod – society, economicsand environment – is evident, andthe investments for maintaining it inbalance are constant. According to aBracelpa report, in 2007 the sectorinvested US$ 585 million in areas suchas education, health and environmenteducation. Forest development projects,which provide for income distributionamong small producers and are a bigexample of the connection between thesocial, financial and environmentallinks within the segment, totaled 16.4thousand properties on 344 thousandhectares of land.Investing in sustainable development,however, is not an easy task, andthe challenge goes way beyond puttingsocial and environmental projectsO PAPEL - Junho <strong>2009</strong>By Irani30Irani’s social report is top 10 in Brazil, according to Sustainability


into practice. According to consultantJodie Thorpe, from the British organizationSustainability, the concept ofsustainability is perceived in variousways among all sorts of companies,generating work discrepancies. “Forus, sustainability relates to two fundamentalconcepts. The first is that it isnecessary to run one’s business so as tomaintain its existence, which involvesthe continuity of society, economy andthe environment. The second is thatcompanies need to be able to providetransparent answers about their productionimpacts”.According to the specialist, manycompanies self appoint themselvessustainable in their advertising, whichis a serious mistake: “Companies thattruly understand the concept and try todo the right thing say ‘we are changing’,‘we are trying’ and show a targetplan so that others decide whether thecompany is on the right track”.This is the vision of VotorantimCelulose e <strong>Papel</strong>, which won the 2008O <strong>Papel</strong> Industry Award in the Socialresponsibility category. “I would saythat the company is on the path towardssustainability, but we have not yet gottenthere, since the concepts need to betotally incorporated in the company’sroutine and that takes time, sincepeople need to be involved, trainedand have awareness”, says UmbertoCinque, VCP’s General Manager ofSustainability.In turn, Irani Celulose is the onlycompany in the sector that enteredLeading Report’s Top 10 ranking, divulgedin the end of 2008 by Sustainabilityand the Brazilian SustainableDevelopment Foundation (FBDS). Thestudy encompassed 300 companiesand aimed to show which companiesprovided transparent information abouttheir business activities. “Our reportfollows a very strict methodology thatallows closely monitoring our indices”,says Odivan Cargnin, Irani Celulose’sAdministrative-Financial and InvestorsRelations Director.He also believes that there areno sustainable companies, but rather“companies committed to sustainability”,he said. “There are indicatorsthat you can push back and will haveto work on to correct, that’s why havinga map of all one’s actions is importantfor maintaining focus on the work beingcarried out”.However, not all companies are ableto achieve this level of maturity. “InBrazil, R$ 3 billion are invested annuallyin Social responsibility, but this hasnot been sufficient to improve our socialand environmental indicators”, saysGiovanni Barontini, partner at FábricaÉthica Brasil and member of PUC/SP’sStudies of Future Nucleus.In s<strong>pi</strong>te of concepts many times notyet being well defined, Jodie, from Sustainability,believes that society cannotrisk just criticizing companies in anunfair manner because they still don’tdo everything right. “Sustainability isan unending journey and companiesare not perfect, but they are decided tomake serious changes and should beencouraged to do so”, he said.Getting down to businessThe opportunities for companies todevelop projects that seek sustainabledevelopment are plenty. According toJodie, the work of pulp and paper makers,as well as of other sectors, is veryimportant for Brazil, and examples ofresponsible companies include Naturaand Banco Real, among many others. Shepoints out, however, that there are stillmajor challenges to be addressed, suchas the high level of poverty and socialinequality, in addition to the Braziliangovernment’s institutional weakness. “Assuch, even though some companies in thecountry are doing more than American orEuropean ones in the same sector, theyreally don’t do enough to change everything,especially because the obstaclesare much bigger too.”Environmental actions are mostrecognized within the pulp and papersector, since the main raw material isthe forest. “The need for wood makesthe sector highly sensitive to environmentalissues and reforestation projectsto stand out”, says Cinque from VCP.According to Cargnin at Irani,without doing anything the sector alreadycontributes to the environmentsince it utilizes a renewable naturalresource. “But we must do more thanjust the basic, since even though the useof forests facilitates our life considerably,we need to assess our impacts ingenerating gases, using water, chemicalproducts and even improve productivityin order to produce more with less.”In joining the <strong>pi</strong>llars of sustainability,Cinque explains that VCPworks various fronts. With regards tothe part that helps generate profitsand social inclusion, for example, itinvests in the Forest Savings Program,which encourages small producers toplant eucalyptus trees and stimulatesthe preservation of native forests alsoat small farms. “In addition, the Valedo Paraíba Ecologic Corridor projectgenerates income for environmentallyorientedwork and aims to recuperate150 thousand hectares of area that’sbeen cut down in ten years”, he said.In the ecoefficiency area, VCP seekscleaner production, producing goods ina more rational manner without damagingthe environment. For such, since2005 the company has been followingthe United Nations Environment Program’s(UNEP) International Declarationon Cleaner Production. VCP wasalso the first company in the sector toreceive Carbon Footprint certificationin its entire chain, controlling all CO 2emissions, from pulp production to thetransporting of goods. “What you measureyou then manage”, said Cinque.On account of this, he said the map<strong>pi</strong>ngeven included ocean transportemissions, which are considerable, todiscount from the carbon sequesteredby forests. According to the company’sreport, it rescues 3.69 tons of carbon foreach ton of pulp produced. “This typeof action demonstrates the commitmenttowards climate change matters, sinceour clients don’t pay anything extra forthis type of work.”The company’s goal is not limited toonly maintaining these concepts in itsown business. “The main challenge isfor responsibility to be practiced in thecompany’s daily activities and extendthis frame of mind to clients”, he said.For such, VCP developed an ecoefficiencymodel for printing companiesin partnership with Senai and offerscourses to clients at no cost, includingclasses on how to reduce waste and onconscientious consumption. “We haveO PAPEL - Junho <strong>2009</strong>31


O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>32already worked with six printing companies, multiplyingour knowledge within the chain, in addition to partneringwith suppliers and NGOs.”In the financial area, Cinque says that being sustainableneeds to be an aspect that’s always analyzed, since the companyis listed on the Dow Jones Sustainability Index and Bovespa’sCorporate Sustainability Index (ISE). “We feel the difference andshareholders are always making decisions that are closely tiedto sustainability practices. That’s why we are also part of theCarbon Disclosure Project (CDP), which is the largest databaseworldwide of information on carbon emissions”, he said.In turn, Irani Celulose’s social report was included inSustainability’s ranking. According to Cargnin, this wasmade possible because the company has always faced itssustainability challenges in a technical and coherent manner.“If you look at our report, you will see that it is highlytechnical”, he said. Cargnin explains that there exists amethodology, audits are performed and the company isalways pursuing new certifications, in addition to all indicatorspossessing financial targets too. “It is not anythingplastic or advertising oriented to be used as marketing, butrather a transparency approach towards the market.”He says that the major changes at Irani started back in2003, when the company’s management changed and they wereconvinced that the path of sustainability was the best way to go.“The business model based on this positioning involves muchmore than simply being environmentally correct. It makes thecompany become more competitive since, behind this concept,there are better costs, greater margins and a more completemanagement model”, explained the director.Examples of change in the company include the generationof carbon credits, from which the company obtainedUS$ 5.1 million in 2008. In order to achieve this figure, thecompany possesses two projects that follow Clean DevelopmentMechanism (CDM) premises, approved by the UnitedNations: one for cogeneration and the other for waste treatment.“Other areas we always focus on is to reduce specificconsumption of water per ton of paper, as well as using lesschemicals in the production process”, said Cargnin.On the social aspect side, the company seeks to workfrom the inside to the outside, that is, thinking first aboutthe employees and surrounding communities. “We haveeducation projects for employees, investments in neighborhoodswhere they live and partnerships with local governments.”In order to assess their impact in the region, thecompany carried out a survey among all neighbors of themill. Cargnin tells of example of action stemming from thissurvey, in which one resident said he was scared of thecompany’s trucks, since they drove by his home too fast,whereby the logistics area was informed about this fact. “Alot of things in sustainability are very easy and simple todo, but we tend to ignore or are not aware of them.”In other areas, like the industrial, in which ca<strong>pi</strong>talinvestment is necessary, the company has been focusing onreducing energy consumption per ton of paper. “Today, thecompany’s energy grid is 80% clean and produced internally,coming from small hydroelectric and biomass plants. Theobjective now is to reach 100%”, hopes the executive.


Série Especial “Cenários e Perspectivas Setoriais” - Artigo 2Visão e estratégia defuturo da ABTCPAutores*:Marcos AvóRicardo AltmannO PAPEL - Junho <strong>2009</strong>34Ao longo de seus mais de 40 anosde história, a ABTCP conquistou umaposição relevante no setor de papel ecelulose brasileiro, obtendo destaquee respeito internacionais. Atualmente,conta com cerca de 1.100 associados,executa diferentes atividades técnicas ede articulação entre os stakeholders dacadeia de papel e celulose e promoveum dos mais importantes eventos domundo para essa cadeia produtiva.Reconhecendo que a Associação jávivenciou vários momentos distintosnessas quatro décadas e atenta à dinâmicarecente do contexto e à perspectivade novas mudanças, a atual Diretoriada ABTCP sentiu a necessidadede olhar seriamente para o longo prazodo setor, de modo a estabelecer as rotasestratégicas corretas para manter e reforçara relevância da instituição.Para tanto, decidiu desenvolver umplanejamento estratégico para os próximos15 anos, demonstrando claramente,segundo Elidio Frias, membrodo Conselho Executivo da ABTCP, apreocupação da entidade com as demandasde toda a cadeia produtiva nacionalde papel e celulose, que, “a cadaano, ganha mais destaque no cenáriointernacional”, frisa o diretor.No segundo semestre de 2008,o trabalho foi, então, desenvolvido.Construímos, em conjunto com a Diretoriae o staff da casa, uma estratégiade médio e longo prazo para a ABTCP.A motivação fundamental do projeto*Referências dos Autores / Authors’ references:Lunica Consultoria - e-mails: marcos@lunica.com.br e ricardo@lunica.com.brfoi dar um salto temporal e de qualidadena estratégia da Associação, superandoas práticas já implantadas, derealizar planejamentos estratégicos tradicionaisfocados no curto prazo (umano). Objetivou-se chegar a diretrizescapazes de funcionar como eixos estratégicosao longo da gestão atual e,também, das próximas, tanto para aDiretoria Executiva como para o ConselhoExecutivo.O método para a construção dessasdiretrizes foi pensado para atenderàs necessidades específicas da Associação.Parte relevante do conteúdogerado se originou de ampla interaçãocom os profissionais e especialistasdo setor: mais de 70 entrevistas foramrealizadas, envolvendo diretores, gerentes,pesquisadores e técnicos dasempresas da cadeia, executivos deTEMAS CENTRAISE ALTERNATIVASDIAGNÓSTICODE AMBIENTEEXTERNO eINTERNO(SWOT ANALYSIS)(ponto de partida)(armas, fraquezas ecampo de atuação atual)HOJESEQUÊNCIA MACRO DEAÇÕESDETALHAMENTOCURTO PRAZO(encaminhamento da estratégia)ESTRATÉGIABOTTOM-UP(recursos)(PRIORIZAÇÕES)Planos de Contingência e Gestão Continuada“MÉDIO PRAZO”(3 - 5 anos)ESTRATÉGIATOP-DOWNESTRATÉGIA PROPOSTAoutras associações e congêneres internacionais,membros da DiretoriaExecutiva, dos Conselhos Executivoe Diretor, além de executivos da AB-TCP e diretores divisionários.Ao longo de todo o processo, reuniõesde tomada de decisão e reorientaçãoforam realizadas com a Diretoriada casa (seguindo um método detrabalho conhecido como DecisionDialogue Process). Por fim, um elementorelevante do processo foi o uso,adaptado, da metodologia de elaboraçãode estratégias por cenários, nascidana década de 1970 na Shell (RoyalDutch Shell). A Figura 1, a seguir,apresenta a lógica geral de elaboraçãoda estratégia, na qual ficam claras asdiferentes fontes de insumos (comoos quatro cenários) que contribuírampara a estratégia proposta.ALTERNATIVASPOTENCIAIS DEMÉDIO/LONGOPRAZOSFigura 1. Lógica de elaboração da estratégia da ABTCPObjetivos Estratégicos eEstatuto da Associação(referência parao avanço futuro)Brazilian BigPulpGigante da Celulosee do <strong>Papel</strong>Desafios àCompetitividadeMundo DigitalCENÁRIOS2023 TempoCompetências-chavee riscosligados acada futuro


Um ponto fundamental dessa figuraé compreender a posição temporal daestratégia que se propôs: não se tratade uma estratégia para daqui a 15 anos(2023), mas sim de uma referência estratégicapara o médio prazo (de trêsa cinco anos), que deve ser perseguidapor meio de ações objetivas desde já,para sua concretização. Os cenários de15 anos são apenas um dos insumospara a construção dessa estratégia, aolado de outros elementos, como osdiagnósticos interno e externo, os objetivosestratégicos e as alternativassobre os temas centrais.Entre os primeiros resultados obtidos,destacam-se os diagnósticos dosambientes interno e externo à Associaçãoe os cenários para o setor em 2023.Sobre o ambiente interno, foramidentificados os atributos e elementoscom os quais a organização poderácontar na execução da estratégia, queconstituem, numa linguagem da áreade Estratégia, os principais recursosda Associação. Em síntese, apontamosseis recursos diferenciadores:• Quadro de associados: a representatividadee também seu tamanhofortalecem a capacidade de networkingda Associação, algo fundamentalpara sua atuação;• Acesso a conhecimento: conselheiros,consultores, profissionaisdo setor, personalidades notáveis,aposentados são acessados em diferentescircunstâncias;• Congresso técnico: o histórico docongresso e sua ligação com a AB-TCP é um legado importante naparte técnica do setor;• Exposição anual: trata-se de umdos maiores fóruns mundiais de integraçãode fabricantes e fornecedores,na dimensão técnica, e elementofundamental para o modelode atuação da Associação;• Gestão administrativa e financeira:oferece condições específicas parao avanço das ações da Associação.Apresentou evolução notável nopassado recente;• Referência internacional: a ABTCPé reconhecida por suas congêneresinternacionais como benchmark degrande destaque.O diagnóstico do ambiente externodestacou elementos centrais da dinâmicarecente e atual do setor, sugerindoas condições do contexto, em modificação,no qual a Associação atua. Algunsdos principais fatores de mudançaidentificados, em nível macro, foramos seguintes:• Novos investimentos do setor emcapacidade produtiva: há diversosinvestimentos novos do setor, concluídos,semiexecutados ou anunciados,algo que pode modificarprofundamente a posição do Brasilno quadro competitivo mundial;• Reforço da atuação brasileira emcelulose: entre os investimentos, háclaro destaque para a produção decelulose, em que o País conta comvantagens comparativas importantesem relação ao papel;• Atuação em novas regiões do País:os investimentos novos anunciadosrepresentam mudanças na distribuiçãoregional da produção brasileira(citem-se Estados como Bahia,Maranhão e Mato Grosso do Sul,por exemplo);• Processo de profissionalização dagestão de empresas e outras associaçõesdo setor: empresas de diferentesportes se encontram em processode transformação e aprimoramentoprofissional de suas gestões,com impactos significativos emsuas formas organizacionais, deprocessos e recursos humanos;• Globalização e movimento de consolidaçãodas empresas do setor eem sua cadeia: percebem-se diversoscasos que ilustram isso (VCP eAracruz são apenas um exemplo deconsolidação de enorme dimensão),além da expectativa de que casos defusão e aquisição se multipliquem,ainda que não se possa prever a extensãoreal dessa tendência;• Mudança tecnológica e maior ênfaseem inovação e sustentabilidade:por pressões competitivas, assimcomo tem ocorrido em diversosoutros setores, a atenção à inovação,a mudanças de tecnologia e aaspectos de sustentabilidade tem seapresentado mais intensa. O foconesse sentido está colocado sobre acadeia produtiva como um todo erequer uma abordagem sistêmica.Adicionalmente, foi mapeado ofuturo do setor. Com o apoio de técnicaespecializada, foram construídosquatro cenários distintos: “BrazilianBig Pulp”, “Gigante da Celulose e do<strong>Papel</strong>”, “Desafios à Competitividade”e “Mundo Digital”. Tais cenários sãodiferentes futuros possíveis e servemde apoio à discussão da estratégia. Naprática, o futuro pode (e, provavelmente,irá) se apresentar como umacomposição dos diferentes cenários,e não exatamente como qualquer umdos previstos. Os cenários construídosneste trabalho foram divulgados e debatidosem mais detalhes na edição demaio/<strong>2009</strong> da revista O <strong>Papel</strong>.O conjunto de todos esses resultadospermitiu o entendimento do contextorecente da Associação, além depossíveis futuros do setor, e deu basepara priorizar, em conjunto com a Diretoria,alguns temas centrais para aestratégia da ABTCP. “Este trabalhoveio consolidar ainda mais as basespara o alinhamento das questões de relevânciaestratégica na ABTCP, sobretudono momento atual, de profundastransformações na sociedade. Tratar ascomplexidades dos cenários examinados,a partir de uma metodologia queintegra o vasto conhecimento internoda Associação, adquiridos ao longo deseus 40 anos, com as inovações trazidaspela Lunica Consultoria, permitiuà ABTCP dar um salto de qualidade nopresente”, comenta Umberto Cinque,diretor de Planejamento Estratégico daABTCP.A formulação da estratégia de médio-longoprazo da Associação teveinício, fundamentalmente, a partir deO PAPEL - Junho <strong>2009</strong>35


debates aprofundados sobre tais temas.Em termos práticos, eles constituíramo caminho pelo qual o conteúdo daestratégia proposta começou a ganhardensidade e multiplicidade de alternativas.Os seis temas foram priorizados porrazões distintas, conforme a Figura 2,vista mais abaixo.Os objetivos da Associação foramreforçados e revisados, destacando-sea promoção da tecnologia, a representatividadeda Associação perante o setor,a articulação técnica e tecnológicaem toda a cadeia, a capacidade de contribuirpara a estratégia tecnológica dosetor e a sustentabilidade financeira e aeficiência da Associação. “O resultadodeste trabalho reflete a percepção dosdiferentes stakeholders da cadeia decelulose e papel; portanto, tem enormevalor para a ABTCP e deve guiarsua condução ao longo dos próximosanos”, frisa Alberto Mori, presidenteda ABTCP.Considerando os elementos já mencionadose a partir de debates e refinamentossucessivos, foram concebidassete diretrizes estratégicas que sintetizamos principais elementos da estratégiaproposta para a ABTCP:1. Priorização temática, com focoem busca de resultado técnico dealto nível, mantendo relacionamentointernacional e com o eloflorestal: esta diretriz correspondea uma ideia fundamental paraa atuação sustentada e relevanteda ABTCP num horizonte de médioe longo prazos Propõe-se umaatuação mais focada sobre temasselecionados (exemplos possíveis:energia e produtividade, entre outros),de forma orientada a resultados,alinhada com as necessidadesdo setor e respectivo comprometimentodas duas partes (Associaçãoe empresas/profissionais do setor)para sua realização. Um conjuntode temas técnicos específicos édefinido, em conjunto com o setor,e renovado de tempos em tempos,para orientar a alocação de recursose esforços da ABTCP. Tal solução,baseada em boas práticas de instituiçõestécnicas em âmbito internacional,procura gerar resultados2.de alto nível na área técnica, searafundamental da Associação. Todoo esforço de comissões técnicas eprojetos específicos deve se orientarpelos temas priorizados, e osresultados gerados (exemplo: positionpapers de alto nível) devemser amplamente divulgados. A diretriztambém deve causar impacto,com o tempo, na atuação da DiretoriaExecutiva, e mesmo do ConselhoExecutivo, que devem priorizaros temas, estabelecer metas claras,prover os recursos (humanos, porexemplo) necessários e acompanhare cobrar resultados.Atuação na capacitação de RH,incluindo atração de novos profissionais:nesse campo, propõe-seque a ABTCP atue tanto como articuladoraquanto como fornecedorade soluções de formação e treinamentode RHs do setor, com ênfasena primeira função (articulação).A articulação pode ocorrer na demanda(integração de públicos distintos– de diferentes empresas, porexemplo) e na oferta (integração deCapacitação de RecursosHumanos / TreinamentoExposição e CongressoQuadro Associativo eRepresentatividadeSurgiu como uma demandafundamental de curto e médioprazos de diversosentrevistados.Recurso relevante da ABTCP.Questão desafiadora para aABTCP num contexto demudanças como a atual.Atuação Técnicae NacionalRelação comassociações da cadeiaInternacionalização dosetor e da ABTCPO PAPEL - Junho <strong>2009</strong>A relevância técnica da ABTCPpara o setor é chave.Novos investimentos sinalizam maiordisperção geográfica,pelo Brasil todo.Movimentos da Bracelpa e outrasassociações são relevantes edevem ser acompanhados. Açõessinérgicas podem ser incentivadas embenefício de toda a cadeia.Questão carente de debateQuestão carente de debatena Associação36Figura 2. Temas centrais iniciais para a formulação da estratégia da ABTCP


3.4.docentes provenientes de diferentesinstituições, sejam universidades,empresas ou outras organizações).A atuação em cursos de pequenaduração (básicos ou especializados)também é proposta, em funçãode demandas específicas do mercado.Soluções de e-learning são umademanda recorrente, mas devemser avaliadas em mais detalhes,uma vez que sua implantação podeser cara e desafiadora. A atração denovos profissionais pode ser feitapor meio de visitas, apresentaçõese eventos curtos anuais promovidosem escolas superiores e técnicas,com coordenação direta da ABTCP(um benchmark natural nessa searaé a associação finlandesa PI, queconta com ampla experiência nessetipo de ação).Aperfeiçoamento da gestão e relacionamentocom o quadro associativo(toda a cadeia): em síntese,propõe-se uma relação mais pró-ativae próxima da ABTCP em relaçãoa seus associados − pessoas físicasou jurídicas. A ideia fundamental éa implantação, gradativa, de conceitosde CRM (Customer RelationshipManagement), visando aprimorara representatividade da ABTCP nosetor e do setor na ABTCP, tanto emtermos quantitativos quanto qualitativos.O desafio da gestão de públicosdispersos geograficamente podeser enfrentado com mais facilidadecom a adoção dessa base conceitual,em conjunto com instrumentos deinteratividade virtual.Aprimoramentos na governança:entende-se que a lógica de governançacomo um todo (envolvendoo acesso à rede de profissionais dosetor), sem prejuízo de eventuaismudanças mais radicais, pode serorientada para facilitar e estimulara participação de alto nível de pessoaldo setor nas atividades técnicase de gestão de interesse da AB-TCP. Entre as formas práticas deexecutar isso está a participação de5.6.profissionais das empresas do setorem atividades de temas prioritários,conforme proposto na primeira diretrizdesta lista.Defesa ativa do congresso/exposiçãopara que se torne referênciainternacional e busca de diversificaçãode receitas: propõe-se queo evento anual da ABTCP, incluindoo congresso e a exposição, sejavalorizado em seus aspectos maispositivos (capacidade de articulaçãotécnica e de atração de profissionais,além de outros) e fortalecidaa busca por ações inovadoras,no próprio evento ou em outrasiniciativas que representem umbom atendimento ao setor. Maisuma vez, a priorização temática(primeira diretriz acima) tem poderde influência sobre este aspecto(ajudando a definir temas e estabelecendofocos técnicos dos eventos,de tempos em tempos).Contribuições crescentes paraa estratégia tecnológica do setorem médio prazo: além da atuaçãotécnica a partir de temas prioritários,entende-se que seria relevantea ABTCP incrementar a prática demanifestar e utilizar suas posiçõessobre temas tecnológicos estratégicos,com finalidade de atrairbenefícios para o setor. Esse tipode ação pode ser realizada comstakeholders relevantes (governo,outras associações, financiadores,fornecedores e empresas do setorem si, por exemplo) ou mesmo opúblico em geral. Isso tende a ganharforça conforme novos resultadostécnicos especializados surjamcom profundidade e frequência(algo estimulado pela diretriz 1).Exemplos de tó<strong>pi</strong>cos que poderiamser alvo de posicionamento do setor:consumo e matriz energéticosdo setor, uso de recursos naturaispelas empresas do setor e impactosambientais, entre outros. Existeamplo campo para se debater, emalto nível, o futuro das tecnologiasdo setor, e a ABTCP pode ser ativapromotora desse tema.7. Eficiência na gestão, sustentabilidadefinanceira e estrutura enxuta:recomenda-se a busca pelaprodutividade técnica, o uso deestruturas enxutas e a aplicação derecursos de gestão que auxiliem asustentabilidade financeira da Associaçãoao longo do tempo.Tais diretrizes, que sintetizam a estratégiaproposta para a ABTCP, podemser entendidas como referências paraas ações da Associação num horizontede três a cinco anos, ou seja, as açõesda ABTCP, num conjunto, pelo menosno horizonte de médio prazo, devemser coerentes com o cumprimento dasdiretrizes propostas.Analogamente, as diretrizes podemser entendidas como ilhas pouco habitadas(ou desertas) no meio de um oceanoe que são o destino prioritário paraembarcações que saem da terra firmesob os cuidados de um conquistador.A ABTCP deve ser capaz, ao longodesse tempo, de continuamente enviarembarcações de tripulantes para as seteilhas propostas, de modo que seja capazde povoá-las. Os caminhos podemvariar e ser tortuosos, o mar pode estarmais ou menos turbulento, a velocidadee a aceleração das viagens podemnão ser as mesmas todas as vezes, masas ilhas lá estão e devem ser os alvosde conquista.O olhar de 15 anos para a frente(pelos cenários) procura assegurar queas ilhas a serem conquistadas tenhamimportância num futuro mais longo.Tal horizonte temporal é coerente comum setor que se baseia em investimentosde longo prazo.Além das diretrizes propostas, algunselementos complementares podemser adicionados à estratégia, taiscomo: necessidade de enxergar cadavez mais intensamente a cadeia produtivade celulose e papel como um todo;intensificação do relacionamento como elo florestal, outras associações nacionaisda cadeia (em especial com aO PAPEL - Junho <strong>2009</strong>37


Bracelpa) e congêneres internacionais;e o entendimento da ABTCP comolocus relevante para networking nacadeia. Nesse último tó<strong>pi</strong>co, deve-sedestacar a lacuna que a ABTCP cobreao gerar condições para o networkingtécnico, entre profissionais de diferentesempresas e gerações, permitindo atroca de experiência e a atração de novosRHs para o setor.A Figura 3, a seguir, representavisualmente os principais elementosda estratégia proposta para a ABTCP,incluindo as sete diretrizes e as observaçõesfeitas.Além da proposição das diretrizesestratégicas, o trabalho apoioua ABTCP na elaboração de um planogeral de implementação que estabeleceuuma sequência de grandes etapas, comresultados intermediários crescentes,na linha das diretrizes estratégicas.Posteriormente, o staff da casa construiu,juntamente com o debate do orçamentoanual, um plano coerente deações de curto prazo.A flexibilidade da proposta deestratégia apresentada é um dos pontosfortes dos resultados. Nos diasde hoje, estar estrategicamente preparadopara o médio-longo prazosignifica ser flexível para enfrentaros diferentes futuros que podem seapresentar no contexto em que umaorganização atua. Diferentemente da(antiga) visão de que tudo pode serplanejado e previsto e de que as estratégiasdevem ser rígidas, as abordagensmodernas para estratégias delongo prazo estabelecem os grandescaminhos a serem seguidos, considerama incerteza em seu bojo e permitemque decisões sejam ajustadas aolongo de sua implementação. A reflexãoestratégica com base nos cenáriospermitiu tal tipo de resultados.De todo o processo, uma observaçãoimportante: a construção deestratégias para associações é fundamentalmentediferente do que sepratica comumente em empresas, emfunção de diversos fatores: a lógicade governança é muito específica e amultiplicidade de stakeholders tornao processo mais complexo, além dofato de a obtenção de lucros financeirosnão estar entre os objetivos principaisda organização.O direcionamento estratégico propostovisa manter a ABTCP atualizadacom o desenvolvimento do setor e valorizartanto o sócio individual comoas contribuições da Associação para asempresas do setor. As mudanças vivenciadaspelo setor sugerem um processode passagem para um novo estágiode competitividade, tanto em termosinternos quanto internacionais, com oBrasil passando a desempenhar novospapéis na geopolítica setorial. Nessecontexto, a ABTCP tem os desafiosde se manter relevante para o setor ede agregar valor para seus associados.“Os resultados do desenvolvimento donosso planejamento estratégico assegurarãoo sucesso da ABTCP diantedos desafios do futuro, quaisquer quesejam eles”, acredita Cinque.P&C E FORNECEDORES(apoio a desafios, visandocompetitividade)CAPACITAÇÃO DE RH(articulação e divulgação)NETWORKINGDIÁLOGO FLORESTAL EINTERNACIONAL(facilitação e know howseletivo)TECNOLOGIA / TÉCNICA(referência, articulação e difusão)O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>EXCELÊNCIA EMCOMUNICAÇÃO ERELACIONAMENTOESTRUTURAENXUTA E GESTÃOEFICIENTESUSTENTABILIDADEFINANCEIRAPRIORIZAÇÃOTEMÁTICA TÉCNICA38Figura 3. Principais elementos da estratégia da ABTCP orientada para o futuro – referência para o médio prazo (3-5 anos)


Artigo TécnicoPEER-REVIEWED ARTICLEInfluência das variáveis de processo naetapa Ep do branqueamento ECFInfluence of process variables of ECF Epbleaching stageEste artigo foi publicado originalmente no Suplemento Técnico O <strong>Papel</strong>/Ciadicyp, anexo à edição de fevereiro/2007 da revista O <strong>Papel</strong>This article was originally published in the Technical Supplement O <strong>Papel</strong>/Ciadicyp, attached to the February/2007edition of O <strong>Papel</strong> magazineAutores/Authors*: Claudia Marcela MéndezMaria Cristina ÁreaPalavras-chave: Branqueamento ECF, estágio alcalino,peróxido de hidrogênio, polpas kraftKeywords: Alkaline stage, ECF bleaching, kraftpulps, hydrogen peroxideRESUMOAs polpas kraft são de branqueamento difícil, pois quea lignina residual não se dissolve em um só estágio de aplicaçãode compostos clorados, sendo necessários múltiplosestágios e uma quantidade expressiva de reagentes para aobtenção de altos níveis de alvura. A inclusão de peróxidode hidrogênio no último estágio alcalino do branqueamentoECF (Elemental Chlorine Free) de polpas kraft é atualmenteuma prática comum, pois incrementa a alvura e sua estabilidade,além de preservar a viscosidade das polpas e melhorara qualidade dos efluentes.O presente trabalho consistiu em avaliar as variáveisde processo do estágio Ep de uma polpa kraft de <strong>pi</strong>nho.Foi inicialmente aplicado um desenho fatorial fracionado,utilizando-se como variáveis a temperatura (72ºC – 90ºC), opH inicial (10,5 e 11,5), a concentração inicial de H 2O 2(0,2%e 0,4% sobre polpa a.s. – absolutamente seca) e dois tipos dequelantes (DTPA e DTPMPA) a 0,025% sobre polpa a.s. Foisimulado branqueamento em laboratório com consistênciade 10% e com tempo de residência de 1h.As variáveis significativas para as propriedades ópticasdas polpas foram: a temperatura, a concentração inicial deH 2O 2e o pH. Com os primeiros dois fatores foi aplicadoum desenho experimental tipo central composto (CentralABSTRACTKraft pulp bleaching is difficult, since residuallignin does not dissolve in a single stage with chlorinatedcompound application. Multiple stages using asignificant amount of reagents are necessary to obtainhigh levels of brightness. The inclusion of hydrogenperoxide in the last alkaline stage of the ECF (ElementalChlorine Free) bleaching of kraft pulps is atpresent common practice, as it increases brightnessand its stability, besides preserving pulp viscosity andimproving the quality of the effluents.The objective of this work consisted in evaluatingthe process variables of the Ep stage of a <strong>pi</strong>ne kraft pulpbleaching process. A fractionated factorial design wasinitially applied, using as variables the temperature (72ºC– 90ºC), the initial pH (10.5 and 11.5), the initial concentrationof H 2O 2(0.2% and 0.4% on o.d. pulp – oven-drypulp), and two types of chelants (DTPA and DTPMPA) at0.025% on o.d. pulp. A laboratory bleaching was simulatedat 10% consistency and 1h residence time.Temperature, initial concentration of H 2O 2, and pHwere the significant variables for the optical pulp properties.An experimental Central Composite Design (CCD)of two factors at five levels was applied with the first two*Referências dos Autores / Authors’ references:Mestrado em Ciências da Madeira, Celulose e <strong>Papel</strong> – Faculdade de Ciências Exatas, Químicas e Naturais - Universidade Nacional de Misiones, Posadas,Misiones - ArgentinaMaster’s degree in Wood, Pulp, and Paper Sciences – Faculty of Exact, Chemical and Natural Sciences – National University of Misiones, Posadas, Misiones –ArgentinaE-mail: m_c_area@fceqyn.unam.edu.arO PAPEL - Junho <strong>2009</strong> O PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 39-47 JUN <strong>2009</strong>39


O PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 39-47 JUN <strong>2009</strong>O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>40Composite Design: CCD) de dois fatores e cinco níveis,com um total de 11 experimentos (8 + 3 repetições doponto central para a determinação do erro puro), sendoestabelecida uma relação NaOH (% sobre polpa a.s.) / H 2O 2(% sobre polpa a.s.) fixa e igual a 3, para manutenção daalcalinidade.Para cada uma destas experiências foram realizados branqueamentoscom tempos diferentes (5, 10, 20, 45, 90, 180 e240 minutos). Foram obtidos valores de alvura superiores a89% ISO com concentrações iniciais de 0,25% sobre polpaa.s. e 0,39% sobre polpa a.s. de H 2O 2a 81ºC, e com 0,35%sobre polpa a.s. de H 2O 2inicial a 90ºC e 72ºC, com 180minutos de branqueamento. A concentração inicial de peróxidode hidrogênio foi significativa aos diferentes tempos dereação. Aos 45 minutos de reação (o normalmente praticadona indústria para esse estágio), as alvuras máximas foramobtidas com as seguintes condições: T = 81ºC com 0,39%sobre polpa as de H 2O 2inicial e T = 90ºC com 0,35% sobrepolpa a.s. de H 2O 2inicial. De se observar, contudo, que apolpa submetida a essas últimas condições apresentou maiorreversão de alvura.INTRODUÇÃOO objetivo principal do branqueamento é aumentar aalvura das polpas, seja por eliminação ou por modificaçãode constituintes das polpas brutas, como lignina, resinas,íons metálicos, hidratos de carbono não-celulósicos e outrasimpurezas.Uma planta tí<strong>pi</strong>ca de branqueamento de polpas químicasconsiste de vários estágios, podendo alternar condições ácidas(ClO 2) e alcalinas (NaOH, H 2O 2, e/ou O 2).A utilização do cloro, que desde 1774 vinha sendo aplicadocomo agente alvejante, tem sido eliminada das plantasde branqueamento por gerar compostos orgânicos cloradosprejudiciais ao meio ambiente e á saúde do homem. Osprocessos que não utilizam gás cloro são denominados ECF(Elemental Chlorine Free) [1].O estágio alcalino do branqueamento ECF de polpas kraftpode ser reforçado com peróxido de hidrogênio. O efeito branqueadordo H 2O 2tem sido geralmente atribuído à ação oxidantedo ânion perhidroxila (HOO - ), que reage com os grupos carbonilasconjugados (cromóforos) para produzir aldeídos e ácidoscarboxílicos incolores. No entanto, sua eficácia é muitas vezesreduzida por reações concorrentes. [2-3].Uma destas reações corresponde à decomposição do H 2O 2catalisada pela presença de alguns íons metálicos - principalmenteMn, Fe, Cu - que reduzem a concentração de íonsperhidroxila. Para que isso não aconteça são adicionadosagentes quelantes (EDTA, DTPA, DTPMPA, etc.), que atuamcapturando os íons metálicos do meio, aumentando, assim, oganho de alvura. O silicato de sódio estabiliza adicionalmentee tampona a solução de peróxido de hidrogênio [4].factors, totalling 11 experiments (8 + 3 central pointrepetitions for pure error determination), a fixed NaOH(% on o.d. pulp) / H 2O 2(% on o.d. pulp) ratio equal to 3having been establishing to maintain the alkalinity.Bleaching processes at different times (5, 10, 20,45, 90, 180, and 240 minutes) were carried out foreach of these experiments, and brightness valueshigher than 89% ISO were obtained at initial concentrationsof 0.25% on o.d. pulp and 0.39% on o.d.pulp of H 2O 2at 81ºC, and with 0.35% on o.d. pulp ofinitial H 2O 2at 90ºC and 72ºC, at 180 minutes’ bleaching.The initial concentration of hydrogen peroxidewas significant at the different reaction times. At 45minutes’ reaction (as usually put into practice by theindustry for this stage), the maximum brightness valueswere obtained under the following conditions: T= 81ºC at 0.39% on o.d. pulp of initial H 2O 2, and T= 90ºC at 0.35% o.d. pulp of initial H 2O 2. However,it should be observed that the pulp submitted to theselast conditions presented higher brightness reversion.INTRODUCTIONThe main purpose of the bleaching process is to increasepulp brightness, either by elimination or modificationof raw pulp constituents, such as lignin, resins, metalions, non-cellulosic carbon hydrates, and other impurities.A ty<strong>pi</strong>cal chemical pulp bleaching plant consists of severalstages, and acid conditions (ClO 2) can be alternatedwith alkaline (NaOH, H 2O 2, and/or O 2) ones.The use of chlorine, which was being applied asbrightening agent since 1774, has been eliminated fromthe bleaching plants due to the fact that it generates chlorinatedorganic compounds harmful to the environment andto the human health. The processes in which no chlorinegas is used are called ECF (Elemental Chlorine Free) [1].The alkaline kraft pulp ECF bleaching stage may bereinforced with hydrogen peroxide. The bleaching effectof H 2O 2has been generally attributed to the oxidizingaction of the perhydroxyl anion (HOO - ), which reactswith the conjugated carbonyl groups (chromophors)to produce aldehydes and colourless carboxylic acids.However, its effectiveness is often reduced by concurrentreactions [2-3].One of these reactions corresponds to the decompositionof H 2O 2, catalysed by the presence of some metal ions− especially Mn, Fe, Cu − which reduce the concentrationof perhydroxyl ions. To prevent this from occurring,chelating agents (EDTA, DTPA, DTPMPA, etc.) areadded thereto, which act by capturing the metal ions fromthe medium, thus increasing the gain in brightness. Thesodium silicate stabilizes additionally and buffers the hydrogenperoxide solution [4].


Os estudos de impacto ao meio ambiente do EDTA edo DTPA indicam que, embora ainda não constituam riscomaior, um seu teor elevado nos efluentes pode causara remoção de metais pesados do solo e dos sedimentos,estendendo, assim, o ciclo de vida dos metais na água.Por isso, procura-se substituí-los por compostos maisdegradáveis (ácidos hidroxicarboxílicos, fosfonatos,etc.). A dificuldade principal no branqueamento de polpasé a determinação de quais as condições ótimas quepossibilitem o máximo de alvura com o menor consumode H 2O 2[5-6].As principais variáveis do processo de branqueamentosão: consistência da polpa, concentração inicial de peróxido,alcalinidade, temperatura e tempo de retenção [1-2].Nas operações de branqueamento, as concentraçõesde compostos que absorvem luz são reduzidas quimicamente,produzindo-se polpas que reflitam mais luz.A brancura - ou whiteness - é uma medida exata darefletância da luz visível azul (comprimento de onda de457 nm). O comportamento da luz difusa que retorna àsuperfície é dependente do número de oportunidades queela tem para se dispersar e mudar de direção antes deser absorvida. As probabilidades de absorção e mudançade direção são denominadas k e s, onde o coeficiente deabsorção (k) é proporcional à concentração de cromóforose o coeficiente de dispersão (s) – ou scattering – édeterminado pelas dimensões da fibra e pelo grau deentrelaçamento entre fibras. O valor da alvura e a relaçãoentre os coeficientes k/s se relacionam através da equaçãode Kubelka-Munk.O objetivo deste trabalho é de avaliar as variáveis deprocesso do estágio Ep de uma polpa kraft de <strong>pi</strong>nho.EXPERIMENTOFoi utilizada polpa coletada do estágio D 1de umaseqüência de branqueamento DE opD 1E pD 2, e foi simuladoo branqueamento de um estágio Ep. Trabalhou-se com50 g de polpa seca para cada branqueamento, a umaconsistência de 10%. A mistura com o licor de branqueamentofoi feita com batedeira manual dotada depalhetas de aço inox. As amostras foram colocadas emsacos plásticos, fechados hermeticamente e levados àtemperatura adequada em banho termostatisado agitadomecanicamente.As experiências foram desenvolvidas em duas partes. Aprimeira parte consistiu de um desenho fatorial fracionado2 4-1 , de resolução IV (8 experiências), com quatro variáveisde processo: temperatura (72ºC – 90ºC), pH (10,5 – 11,5),H 2O 2inicial (0,2% sobre polpa a.s. – 0,4% sobre polpa a.s.) equelantes (DTPA e DTPMPA), ambos a 0,025% sobre polpaa.s.) [7]. As combinações dos tratamentos são mostradasna Tabela 1.The studies of EDTA and DTPA impact on the environmentindicate that, although they do not yet pose a risk ofhigher proportions, a high content thereof in the effluentsmay cause heavy metals to be removed from the soil andfrom the sediments, thus extending the life cycle of the metalsin the water. For this reason, one tries to replace themwith more easily degradable compounds (hydroxycarboxylicacids, phosphonates, etc.). The main difficulty in pulpbleaching is to determine the optimum conditions makingit possible to achieve the maximum possible brightness atthe lowest consumption of H 2O 2[5-6].The main bleaching process variables are: pulp consistency,initial concentration of peroxide, alkalinity, temperature,and retention time [1-2].In bleaching operations, the concentrations of lightabsorbing compounds are chemically reduced, producingpulps reflecting more light. Whiteness − or brightness − isan exact measure of the reflectance of the visible blue light(wave length of 457 nm). The behaviour of the diffuse lightreturning to the surface is dependent on the number ofopportunities it is given to disperse and change directionbefore being absorbed. The probabilities of absorption andchange of direction are designated by k and s, where thecoefficient of absorption (k) is proportional to the concentrationof chromophors, and the dispersion coefficient (s)– or scattering – is determined by the fiber dimensions andthe degree of fiber interlacement. The brightness value andthe relationship between k/s coefficients correlate throughKubelka-Munk equation.The purpose of this work is to evaluate the processvariables of the Ep stage of a <strong>pi</strong>ne kraft pulp bleachingprocess.EXPERIMENTPulp collected from D 1stage of a DE opD 1E pD 2bleaching sequence was used and the bleaching of anEp stage was simulated. 50 g of dry pulp was usedfor each bleaching, carried out at 10% consistency.The mixture with the bleaching liquor was performedby means of a manual beater equipped with stainlesssteal blades. The samples were placed in plasticbags, hermetically sealed and brought to the suitabletemperature in a mechanically agitated thermostatizedbath.The experiments were developed in two parts. Thefirst one consisted in a fractionated factorial design2 4-1 , of resolution IV (8 experiments), with four processvariables: temperature (72ºC – 90ºC), pH (10.5– 11.5), initial H 2O 2(0.2% on o.d. pulp – 0.4% ono.d. pulp) and chelants (DTPA and DTPMPA), both at0.025% on o.d. pulp) [7]. The treatment combinationsare shown in Table 1.O PAPEL - Junho <strong>2009</strong> O PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 39-47 JUN <strong>2009</strong>41


Tabela 1. Combinações de tratamentos do Desenho Fatorial Fracionado para o branqueamento Ep / Table 1. Treatment combinationsof the Fractionated Factorial Design for Ep bleaching stageExperiência nºTemperatura (ºC) HpH2O 2inicial (% sobre polpa a.s.) QuelanteExperiment n.Temperature (ºC) Initial H 2O 2(% on o.d. pulp)Chelant1 10,5 72 0,20 DTPMPA4 11,5 72 0,20 DTPA7 10,5 90 0,20 dtpa8 11,5 90 0,20 dtpmpa3 10,5 72 0,40 dtpa2 11,5 72 0,40 dtpmpa5 10,5 90 0,40 dtpmpa6 11,5 90 0,40 dtpaNota: O tempo de branqueamento das experiencias foi de 1 hora / Note: Each bleaching experiment lasted 1 hourO PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 39-47 JUN <strong>2009</strong>O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>42Na segunda parte foram consideradas as variáveis significativasque surgiram das análises dos resultados da primeiraparte. Foi aplicado um Desenho Central Composto (CCD)de dois fatores: temperatura (72ºC – 90ºC) e H 2O 2inicial(0,15% sobre polpa a.s. – 0,35% sobre polpa a.s.), com trêsrepetições do ponto central (ver Tabela 2).Para cada ponto do desenho CCD foram feitos branqueamentoscom tempos diferentes de duração (5, 10, 20, 45,90, 180 e 240 minutos). Foi estabelecida uma relação fixa deNaOH (% sobre polpa a.s.) / H 2O 2(% sobre polpa a.s.) iguala 3, para a fixação do pH inicial em 11,5, e uma concentraçãoconstante de 0,025% de quelante DTPMPA, utilizado paraseqüestrar os íons que poderiam catalisar a decomposiçãodo peróxido de hidrogênio.Ao término do tempo de reação, tanto nas experiênciasda primeira como da segunda parte, os sacos plásticos foramretirados do banho e as polpas centrifugadas e neutralizadascom metabissulfito de sódio até pH 6. No licor residualforam determinados o pH final e o peróxido residual. Asfolhas de polpa foram preparadas conforme norma TAPPI218, para a devida medição da alvura e da relação entre oscoeficientes k/s.In the second part, the significant variables resultingfrom the analyses of the results obtained in the first partwere considered and a Central Composite Design (CCD)of two factors − temperature (72ºC – 90ºC), and initialH 2O 2(0.15% on o.d. pulp and 0.35% on o.d. pulp) − wasapplied, with three central point repetitions (see Table 2).Bleaching processes with different periods of duration(5, 10, 20, 45, 90, 180, and 240 minutes) were appliedfor each point of the CCD design. A fixed NaOH (% ono.d. pulp) / H 2O 2(% on o.d. pulp) ratio equal to 3 wasestablished, in order to fix the initial pH at 11.5, as wellas a constant concentration of 0.025% of DTPMPA chelant,used to remove the ions which might catalyse thehydrogen peroxide decomposition.As the reaction time was over, both in the experimentsof the first and the second part, the plastic bags wereremoved from the bath and the pulps were centrifugedand neutralized with sodium metabisulphite to pH 6. Theend pH and the residual peroxide were determined in theresidual liquor. The pulp sheets were prepared accordingto TAPPI standard 218, for the due measurement of thebrightness and the ratio between coefficients k/s.Tabela 2. Combinações de tratamentos do Desenho Central Composto (CCD) / Table 2. Treatment combinations of the Central CompositeDesign (CCD)Experiência nº / Experiment n. Temperatura (ºC) / Temperature (ºC)H 2O 2inicial (% sobre polpa a.s.)Initial H 2O 2(% on o.d. pulp)4 72,0 0,157 90,0 0,159 72,0 0,355 90,0 0,358 68,3 0,253 93,7 0,2510 81,0 0,112 81,0 0,396 81,0 0,2511 81,0 0,251 81,0 0,25


RESULTADOS E DISCUSSÃOAs propriedades da polpa inicial, coletada do estágioD 1, foram:viscosidade =15,9 cpalvura = 83,7% ISOk/s = 1,59∙10 -2RESULTS AND DISCUSSIONThe properties of the initial pulp, collected fromD 1stage, were as follows:viscosity = 15.9 cpbrightness = 83.7% ISOk/s = 1.59∙10 -2Os resultados obtidos no desenho fatorial fracionadoforam processados analisando a significação (p) de cadavariável estudada (Tabela 3).Conforme os valores da Tabela 3, é possível observarque o tipo de quelante aplicado no branqueamento nãoproduz efeitos significativos. O pH afeta significativamentetodas as variáveis dependentes, enquanto que atemperatura não influi significativamente no pH final nemna viscosidade. A carga inicial de peróxido de hidrogênioé significativa para alvura, pH final, k/s, viscosidade eperóxido residual.Nas experiências desta primeira parte, o maior índicede alvura (89,6% ISO) foi obtido nas seguintes condições:pH = 11,5, T = 90ºC, H 2O 2inicial = 0,4% base polpa a.s. eDTPA como quelante. Coincidentemente, é a experiência queapresentou o maior consumo de peróxido.Na segunda parte do trabalho foram obtidos os resultadosque podem ser vistos na Tabela 4.A Figura 1 reproduz gráfico das alvuras obtidas apartir dos 45 minutos de reação (o tempo normalmentepraticado na indústria para esse estágio). A reversão decor das polpas em relação às alvuras obtidas é mostradana Figura 2. A Figura 3 exibe a evolução da alvura coma temperatura e o peróxido inicial para 45 e 240 minutosde branqueamento.Os mais altos valores de alvura foram obtidos com 81ºCe 0,39% sobre polpa a.s. de H 2O 2inicial (experiência 5),(Figura 1). Todavia, como pode ser visto na Figura 2, a polpasubmetida a essas condições apresentou reversão maiordepois de 9 meses de armazenamento em ambiente escurocom temperatura e umidade adequadas.The results obtained from the fractionated factorialdesign were processed by analysing the significance(p) of each variable studied (Table 3).According to the values shown in Table 3, it is possibleto observe that the type of chelant applied to thebleaching process does not produce any significanteffects. The pH affects significantly all dependentvariables, while the temperature does not influencesignificantly the end pH or the viscosity. The initialhydrogen peroxide charge is significant for brightness,end pH, k/s, viscosity, and residual peroxide.In the experiments of this first part, the highest brightnessindex (89.6% ISO) was obtained under the following conditions:pH = 11.5, T = 90ºC, initial H 2O 2= 0.4% on o.d. pulpand DTPA as chelant. Coincidentally, this is the experimentwhich presented the highest consumption of peroxide.The results obtained in the second part of thework are shown in Table 4.Figure 1 reproduces the graph of brightness valuesobtained from 45 minutes’ reaction onwards (the periodof time usually practiced in the industry for this stage).The pulp colour reversion with regard to the brightnessvalues obtained is shown in Figure 2. Figure 3 presentsthe brightness evolution at the temperature and the initialperoxide for 45 and 240 minutes’ bleaching.The highest brightness values were obtained at81ºC and 0.39% on o.d. pulp of initial H 2O 2(experiment5), (Figure 1). However, as it can be seen in Figure2, the pulp submitted to these conditions presentedhigher reversion after 9 months’ storage in dark environmentat suitable temperature and moisture.Tabela 3. Valores de (p) para cada uma das variáveis estudadas (desenho fatorial fracionado) / Table 3. Values of (p) for each of thevariables studied (fractionated factorial design)Variável independenteIndependent variablepHTH 2O 2QuelanteChelantBrancuraBrightnesss(p=0.0106)s(p=0.0219)s(p=0.0043)ns(p>0.05)pH finalEnd pHs(p=0.0283)ns(p>0.05)s(0.0109)ns(p>0.05)k/ss(p=0.0169)s(p=0.0356)s(p=0.0069)ns(p>0.05)Viscosidade (cp)Viscosity (cp)s(p=0.009)ns(p>0.05)s(p=0.0016)ns(p>0.05)H 2O 2residual(% base polpa a.s.)Residual H 2O 2(% on o.d. pulp)s(p=0.0371)s(p=0.0194)s(p=0.0121)ns(p>0.05)H 2O 2consumido (%)H 2O 2consumed (%)s(p=0.0189)s(p=0.0153)ns(p>0.05)ns(p>0.05)O PAPEL - Junho <strong>2009</strong> O PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 39-47 JUN <strong>2009</strong>43


Tabela 4. Efeito da temperatura e do H 2O 2inicial na alvura, k/s e peróxido residual / Table 4. Effect of temperature and initial H 2O 2on brightness, k/s, and residual peroxideExper. nºExper. n.Tempo (min)Time (min)H 2O 2res.(% sobrepolpa a.s.)Res. H 2O 2(% on o.d. pulp)Alvura(% ISO)Brightness(% ISO)k/sExper. nºExper. n.Tempo (min)Time (min)H 2O 2res.(% sobrepolpa a.s.)Res. H 2O 2(% on o.d. pulp)Alvura(% ISO)Brightness(% ISO)k/sO PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 39-47 JUN <strong>2009</strong>O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>441 5 0,207 86,47 0,010594 6 5 0,197 85,85 0,01167010 0,188 86,36 0,010772 10 0,193 86,88 0,00991520 0,173 87,37 0,009129 20 0,169 87,64 0,00871645 0,141 87,56 0,008837 45 0,118 88,18 0,00792990 0,099 88,15 0,007965 90 0,077 88,71 0,007191180 0,049 88,91 0,006923 180 0,028 89,02 0,006778240 0,032 89,05 0,006732 240 0,077 88,77 0,0071032 5 0,294 86,87 0,009931 7 5 0,116 86,36 0,01077210 0,271 87,55 0,008852 10 0,104 86,41 0,01068720 0,237 87,75 0,008551 20 0,092 87,13 0,00951345 0,161 89,12 0,006641 45 0,077 87,94 0,00827790 0,092 89,41 0,006278 90 0,051 88,07 0,008080180 0,023 89,90 0,005674 180 0,024 88,59 0,007355240 0,005 89,83 0,005757 240 0,014 88,86 0,0069833 5 0,190 86,81 0,010021 8 5 0,214 86,08 0,01126410 0,168 87,11 0,009545 10 0,212 86,54 0,01047620 0,138 87,31 0,009222 20 0,205 86,99 0,00972945 0,078 88,19 0,007915 45 0,158 87,34 0,00918390 0,035 88,52 0,007451 90 0,144 88,26 0,007808180 0,003 88,35 0,007688 180 0,095 88,70 0,007205240 0,003 88,36 0,007674 240 0,084 88,74 0,0071514 5 0,125 85,82 0,011724 9 5 0,285 86,82 0,01000410 0,122 86,36 0,010772 10 0,283 87,33 0,00919920 0,116 86,55 0,010451 20 0,260 87,61 0,00876945 0,103 87,04 0,009657 45 0,215 88,39 0,00763290 0,084 86,80 0,010037 90 0,155 88,64 0,007286180 0,060 87,90 0,008336 180 0,093 89,34 0,006366240 0,056 88,16 0,007951 240 0,055 89,71 0,0059085 5 0,264 87,33 0,009191 10 5 0,098 86,37 0,01075510 0,226 87,93 0,008284 10 0,092 86,83 0,00999620 0,176 88,32 0,007723 20 0,084 87,15 0,00948145 0,099 88,95 0,006864 45 0,072 87,62 0,00875490 0,028 89,14 0,006622 90 0,065 87,58 0,008807180 0,003 89,43 0,006253 180 0,052 88,07 0,008080240 0,002 89,30 0,006410 240 0,038 88,11 0,00803011 5 0,200 87,28 0,00927710 0,199 87,92 0,00829920 0,177 88,28 0,00778745 0,130 88,94 0,00688390 0,100 89,45 0,006221180 0,046 90,06 0,005485240 0,020 89,94 0,005626


AlvuraAlvuraBrightness9190898887868545 min90 min180 min240 min841 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11Experiência nºExperiência nºExperiment n.Figura 1. Comparação de alvuras entre experiências em função do tempo de reação / Figure 1. Brightness comparison betweenexperiments as a function of reaction timePB = Polpa Branqueada / PB = Bleached PulpPBPB recentementerecentementePB recentlyPBPB armazenadaarmazenadadurantedurante9 meses9 mesesPB stored during 9 months9089AlvuraBrightnessAlvura8887868584Figura 2. Comparação da alvura original das polpas com a alvura revertida / Figure 2. Comparison of the original pulp brightnesswith the reverted brightnessH 2O 2inicial (% base polpa a.s.)H 2O 2initial (%odp)0.450.40.350.30.250.20.150.1Figura 3. Alvura em função da carga de H 2O 2inicial (% base polpa a.s.) e da temperatura para (a) 45 minutos e (b) 240 minutosde tempo de branqueamento / Figure 3. Brightness as a function of the charge of initial H 2O 2(% on o.d. pulp) and temperature for (a) 45minutes, and (b) 240 minutes’ bleaching time831 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11AlvuraBrightness Blancura87.087.387.687.988.288.588.889.189.489.768 72 76 80 84 88 92 96Temperatura Temperatura ( (ºC)o C) / Temperature (°C)(a)PBExperiência= Polpa BranqueadanºExperiência nºExperiment n.H 2O 2inicial (% base polpa a.s.)H 2O 2initial (%odp)0.450.40.350.30.250.20.150.168 72 76 80 84 88 92 96Temperatura (ºC)Temperatura ( o C) / Temperature (°C)(b)AlvuraBrightness Blancura88.088.388.688.989.289.589.890.1O PAPEL - Junho <strong>2009</strong> O PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 39-47 JUN <strong>2009</strong>45


(X 0,0001)9792878277726772 7578818487900,150,19 0,230,270,310,35k/sTemperaturaTemperaturePeróxido (% base polpa a.s.)Peroxide (% on o.d. pulp)(X 0.0001)90k/s87848178757272.0 90.0 0.15 0.35Temperatura Peróxido (% base polpa a.s.)Temperature Peroxide (% on o.d. pulp)Figura 4. Relação k/s em função da carga de H 2O 2inicial (% sobre polpa a.s.) e da temperatura para 45 minutos de tempo de branqueamento/ Figure 4. k/s ratio as a function of the charge of initial H 2O 2(% on o.d. pulp) and temperature for 45 minutes’ bleaching timeConsumo de peróxido de hidrogênio (%)Consumption of hydrogen peroxide (%)10090807060504030201001 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1145 min90 min180 min240 minExperiência nº / Experiment n.Figura 5. Consumo de H 2O 2(%) em diferentes tempos de reação de branqueamento / Figure 5. Consumption of H 2O 2(%) at differentbleaching reaction timesO PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 39-47 JUN <strong>2009</strong>O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>46De se observar que a alvura aumenta com o tempo deresidência, geralmente a valores altos de temperatura e concentraçãoinicial de peróxido de hidrogênio (Figura 3a), comexceção de algumas experiências onde, com 240 minutos, aalvura diminui devido à pouca quantidade de peróxido residualno licor de branqueamento. Nessa extensão de tempo ocorreinteração entre temperatura e concentração de peróxido dehidrogênio inicial (Figura 3b). Somente a concentração inicialde peróxido de hidrogênio foi significativa nos diferentestempos de reação, enquanto que a temperatura teve influênciasignificativa na alvura aos 20, 45 e 180 minutos de reação.No que se refere ao quociente k/s, a carga inicial de H 2O 2continua exercendo influência significativa em todos os temposde branqueamento, enquanto que a temperatura é significativasomente aos 45 minutos, com efeito quadrático na carga deperóxido, como pode ser visto na Figura 4. O maior decréscimode k/s é obtido neste caso com temperaturas e concentrações deperóxido inicial elevadas.Quanto ao consumo de H 2O 2(%) em algumas condições,como T = 90ºC e 0,35% sobre polpa a.s.de H 2O 2, aos 90minutos foi consumida 90% da carga inicial de peróxido(Figura 5). Para além dos 180 minutos de reação algumasIt should be observed that brightness increases as afunction of residence time, in general at high values oftemperature and initial concentration of hydrogen peroxide(Figure 3a), except for some experiments where,at 240 minutes, brightness decreases due to the smallamount of residual peroxide in the bleaching liquor. Inthis period of time an interaction occurs between temperatureand initial concentration of hydrogen peroxide(Figure 3b). Only the initial concentration of hydrogenperoxide was significant at the different reaction times,while the temperature had significant influence onbrightness after 20, 45, and 180 minutes’ reaction.As far as k/s quotient is concerned, the initial chargeof H 2O 2continues to exert a significant influence at allbleaching times, while the temperature is only significantafter 45 minutes, with quadratic effect on the peroxidecharge, as it can be seen in Figure 4. The highest decreasein k/s is obtained in this case at high temperatures and initialconcentrations of peroxide.With regard to the consumption of H 2O 2(%) undersome conditions, as T = 90ºC and 0.35% on o.d. pulp ofH 2O 2, 90% of the initial charge of peroxide was consumed


experiências terminaram com escasso residual de peróxido,principalmente aquelas trabalhando com altas temperaturas(T = 93,7ºC, experiência 3) ou com cargas iniciais deH 2O 2altas (T = 81ºC e 0,39% sobre polpa a.s. de H 2O 2,experiência 2 e T = 90ºC e 0,35% sobre polpa a.s. de H 2O 2,experiência 5) .Comparando as Figuras 1 e 5, pode ser observadoque, geralmente, o maior ou menor consumo teve relaçãodireta com a obtenção de maior ou menor alvurada polpa, excetuada a experiência em que se trabalhoucom temperatura máxima, 93,7ºC, caso em que o altoconsumo não produziu alvura maior, evidenciando queparte do peróxido consumido deveu-se à decomposiçãodo produto. Outra exceção ocorreu ao se trabalhar comT = 72ºC e H 2O 2inicial = 0,35% sobre polpa a.s. (experiência9), visto que o consumo de peróxido não foi elevado,mas o ganho de alvura foi importante, alcançandovalores semelhantes àqueles das condições T = 90ºC,H 2O 2inicial = 0,35% sobre polpa a.s. (experiência 5) e180 minutos de reação.A temperatura e a carga inicial de peróxido de hidrogêniotêm influência significativa no consumo de H 2O 2, em todosos tempos de reação.after 90 minutes (Figure 5). Beyond 180 minutes’ reaction,some experiments ended with scarce peroxide residual,mainly those performed at high temperatures (T = 93.7ºC,experiment 3), or high initial charges of H 2O 2(T = 81ºCand 0.39% on o.d. pulp of H 2O 2, experiment 2, and T =90ºC and 0.35% on o.d. pulp of H 2O 2, experiment 5) .When comparing Figure 1 with Figure 5, it can beobserved that in general the higher or lower consumptionbore direct relation to the achievement of higher orlower pulp brightness, except for the experiment conductedat maximum temperature (93.7ºC), in which casethe high consumption did not produce higher brightness,evidencing that a part of the peroxide consumed was dueto product decomposition. Another exception occurredwhen operating at T = 72ºC and initial H 2O 2= 0.35% ono.d. pulp (experiment 9), since the consumption of peroxidewas not high, but the gain in brightness was significant,reaching values similar to those obtained under thefollowing conditions: T = 90ºC, initial H 2O 2= 0.35% ono.d. pulp (experiment 5) and 180 minutes’ reaction.The temperature and the initial charge of hydrogenperoxide exert a significant influence on the consumptionof H 2O 2, at all reaction times.CONCLUSÕES• As alvuras máximas, aos 45 minutos de reação, foramobtidas nas seguintes condições: T = 81ºC e 0,39% sobrepolpa a.s. de H 2O 2inicial e T = 90ºC e 0,35% sobrepolpa a.s. de H 2O 2inicial, embora essas polpas tenhamapresentado maior reversão natural (1,5% a 2% ISO).• Ao se trabalhar com temperaturas muito altas ocorreaumento no consumo de peróxido de hidrogênio devidoà sua decomposição, e não a reações de branqueamento.• Altas cargas iniciais de H O favorecem o branqueamentodas polpas.2 2• A diferença máxima de alvura obtida entre os 45 e os240 minutos de reação foi de 1,5% ISO.AGRADECIMIENTOSOs autores desejam agradecer a assistência do Dr. FernandoFelissia e ao Laboratorio PROCyP.CONCLUSIONS• The maximum brightness values, at 45 minutes’reaction, were obtained under the following conditions:T = 81ºC and 0.39% on o.d. pulp of initialH 2O 2, and T = 90ºC and 0.35% on o.d. pulpof initial H 2O 2, although these pulps have presentedhigher natural reversion (1.5% to 2% ISO).• When operating at too high temperatures there occursan increase in hydrogen peroxide consumption due toits decomposition, and not to bleaching reactions.• High initial charges of H O favour pulp bleaching.2 2• The maximum difference in brightness, obtainedbetween 45 and 240 minutes’ reaction, correspondedto 1.5% ISO.ACKNOWLEDGEMENTSThe authors wish to acknowledge Dr. Fernando Felissia’sassistance, as well as that of Laboratorio PROCyP.Referências / References1. García Hortal, J.A. e Vidal Lluciá, T., Ch. 1: Introducción en blanqueo de pastas en la industria papelera, pp.1-25, ETSIIde Terrasa, Ed. Publicación de la Universidad Politécnica de Cataluña (1984).2. Dence, C.W. e Reeve, W. Ch. 10: Hydrogen Peroxide Bleachin, Section IV: The technology of chemical pulp bleaching, emPulp Bleaching, Principles and Practice, pp.413-431. Ed., TAPPI PRESS, (1996).3. Van Lierop, B., Jiang, Z.H., Chen, J., Argyropoulos, D.S. e Berry, R.M., On the Efficiency of Hydrogen Peroxide Use in ECFBleaching”, JPPS, 26(7), 255-259 (2000).4. Bambrick, D.R., The effect of DTPA on reducing peroxide decomposition, Tap<strong>pi</strong> Journal, 6, 96-100 (1985).5. Rämö, J. e Sillanpää, M., Degradation of EDTA by hydrogen peroxide in alkaline conditions, J. Cleaner Production, 9, 191-195(2001).6. Rämö, J., Hydrogen peroxide-metals-chelating agents; interactions and analytical techniques, Thesis. University of Oulu,Finlandia, (2003).7. Programa de Investigación de Celulosa y <strong>Papel</strong>, F.C.E.Q.y N., UNAM, Dequest application in ECF bleached kraft pulps, 3ºreport: Applying Dequest in alkaline stages of Alto Paraná S.A. bleaching process, outubro (2003).O PAPEL - Junho <strong>2009</strong> O PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 39-47 JUN <strong>2009</strong>47


Artigo TécnicoPEER-REVIEWED ARTICLECinética do estágio Ep no branqueamentoECF de polpas kraftKinetics of Ep stage in kraft pulp ECF bleachingEste artigo foi publicado originalmente no Suplemento Técnico O <strong>Papel</strong>/Ciadicyp, anexo à edição de fevereiro/2007 da revista O <strong>Papel</strong>This article was originally published in the Technical Supplement O <strong>Papel</strong>/Ciadicyp, attached to the February/2007edition of O <strong>Papel</strong> magazineAutores/Authors*: Claudia Marcela MéndezMaria Cristina ÁreaPalavras-chave: Branqueamento ECF, cinética, cromóforos,estágio alcalino, peróxido de hidrogênio, polpas kraftKeywords: Alkaline stage, chromophors, ECFbleaching, hydrogen peroxide, kinetics, kraft pulpsO PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 48-56 JUN <strong>2009</strong>O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>48RESUMOÉ objetivo do branqueamento eliminar os grupos responsáveispela cor das polpas. Esses grupos cromóforos sãoeliminados ou transformados por meio de reações químicas.Nos estágios alcalinos reforçados com peróxido de hidrogênioa reação se realiza entre os grupos cromóforos e o ânionperhidroxila (HOO - ).Neste trabalho foi estudada a cinética do estágio Ep nobranqueamento de uma polpa kraft de <strong>pi</strong>nho, com sequênciade branqueamento: DE 0D 1EpD 2. Foram utilizadas amostrasindustriais coletadas ao final do estágio D 1,A simulação dobranqueamento do estágio Ep foi feita em laboratório. Ascondições de trabalho foram: temperaturas entre 68,3ºC e93,7ºC, concentrações iniciais de H 2O 2entre 0,11% sobre polpaa.s. (absolutamente seca) e 0,39% sobre polpa a.s., e relaçãode NaOH% sobre polpa a.s. / H 2O 2% sobre polpa a.s. iguala 3, com o objetivo de se manter a alcalinidade. Em todasas amostras foi aplicado como quelante 0,025% sobre polpaa.s. de DTPMPA, isso para evitar reações de decomposiçãodo peróxido de hidrogênio catalisadas pela presença de íonsmetálicos. Nos licores de branqueamento foram medidos pH eperóxido de hidrogênio consumido após 5, 10, 20, 45, 90, 180e 240 minutos de reação. Ao mesmo tempo, foram medidas asalvuras e os coeficientes de absorção de luz nas polpas.ABSTRACTThe purpose of bleaching is to eliminate the groupsresponsible for pulp colour. These chromophoricgroups are eliminated or transformed by means ofchemical reactions. In alkaline stages reinforced withhydrogen peroxide, chromophoric groups react withperhydroxyl anion (HOO - ).This work has studied the kinetics of Ep stage ina <strong>pi</strong>ne kraft pulp bleaching plant with bleaching sequenceDE 0D 1EpD 2, using for this purpose industrialsamples collected at the end of D 1stage. Ep stagebleaching simulation was laboratory conducted attemperatures ranging from 68.3ºC to 93.7ºC, initialconcentrations of H 2O 2between 0.11% on o.d. (ovendry)pulp and 0.39% on o.d. pulp, and NaOH% ono.d. pulp / H 2O 2% on o.d. pulp ratio equal to 3, inorder to maintain alkalinity. 0.025% on o.d. pulp ofDTPMPA was applied to all samples as chelant, toavoid hydrogen peroxide decomposition reactions,catalysed by the presence of metal ions. In the bleachingliquors, pH and consumed hydrogen peroxidewere measured after 5, 10, 20, 45, 90, 180, and 240minutes’ reaction, as well as brightness values and thecoefficients of light absorption of the pulps.*Referências dos Autores / Authors’ references:Mestrado em Ciências da Madeira, Celulose e <strong>Papel</strong> – Faculdade de Ciências Exatas, Químicas e Naturais - Universidade Nacional de Misiones, Posadas,Misiones - ArgentinaMaster’s degree in Wood, Pulp, and Paper Sciences – Faculty of Exact, Chemical and Natural Sciences – National University of Misiones, Posadas, Misiones –ArgentinaE-mail: m_c_area@fceqyn.unam.edu.ar


Os resultados indicam que a cinética é complexa, sendoobservadas duas fases, como mínimo, no estágio Ep doprocesso de branqueamento (a primeira mais rá<strong>pi</strong>da que asegunda). A primeira fase pode ser considerada de primeiraordem relativamente à concentração de cromóforos. Parauma dada concentração de peróxido de hidrogênio inicial(0,15% sobre polpa a.s. e 0,25% sobre polpa a.s.) o valorda constante de velocidade aumenta com a temperatura.As reações concorrentes, de decomposição do peróxido dehidrogênio, se fazem mais importantes quando a temperaturaselevadas.INTRODUÇÃOA utilização de peróxido de hidrogênio, como agentede branqueamento de polpas kraft, teve forte crescimentonos últimos anos como meio de reduzir o uso de compostosclorados no processo de branqueamento sem redução dosníveis de alvura já alcançados.O efeito alvejante do H 2O 2tem sido geralmente atribuídoà ação oxidante do ânion perhidroxila (HOO - ) [1, 2], produtoda reação entre peróxido e álcali (equação 1), que reagenucleofilicamente com os grupos carbonilas conjugados,cromóforos (C), formando aldeídos e ácidos carboxílicosincolores (P) (equação 2).The results indicate that kinetics is complex, andtwo stages are observed as a minimum in the Ep stageof the bleaching process (the first one faster than thesecond one). As far as chromophor concentration isconcerned, the first stage can be considered as a firstorder reaction. For a given initial concentration ofhydrogen peroxide (0.15% on o.d. pulp and 0.25% ono.d. pulp), the value of the velocity constant increasesas a function of temperature. The concurrent reactions(hydrogen peroxide decomposition) become more importantat higher temperatures.INTRODUCTIONThe use of hydrogen peroxide as kraft pulp bleachingagent increased very much in the last years, as ameans of reducing the use of chlorinated compoundsin the bleaching process without reducing the brightnesslevels already attained.In general, the brightening effect of H 2O 2has beenattributed to the oxidizing action of perhydroxyl anion(HOO - ) [1, 2], a product of the reaction of peroxide withalkali (equation 1), which reacts nucleophilically with theconjugate chromophoric carbonyl groups (C), forming aldehydesand colourless carboxylic acids (P) (equation 2).H 2 O 2+ HO-HOO - + OH 2 (1) H 2 O 2 HO-+ HOO - + H 2 O(1)HOO - + C P (2)HOO - + C PContudo, sua eficácia é frequentemente diminuída porreações concorrentes, sendo uma delas sua decomposiçãoem água e oxigênio quando em meio alcalino (equação 3).O mecanismo destas decomposições em meio alcalino aindanão está muito claro.HOO H 2 O 2HO-- H 2 O + O++ 2 HOO H 2 O 2HO-- H 2 O + O++ 2(3)(3)Os outros produtos que podem sofrer decomposição,(HO - ) e o ânion superóxido (O 2-), se originam de reações emcadeia de radicais livres catalisados pelo íon hidroxila. Estesradicais atacam as fibras de celulose, reduzindo a viscosidadeda polpa (equação 4).H 2 O 2 + HO - HOO - + H 2 OHOO - + H 2 O 2HO • + O 2•-HO • + O 2•-+ H 2 OHO • + O 2(4)However, its effectiveness is often reduced by concurrentreactions, one of which is its decompositionin water and oxygen when it is in an alkaline environment(equation 3). The mechanism of such decompositionin alkaline environment is not yet very clear.The other products that may undergo decomposition,(HO - ) and the superoxide anion (O 2-), originatefrom chain reactions of free radicals catalysed by thehydroxyl ion. These radicals attack pulp fibers, reducingpulp viscosity (equation 4).H 2 O 2 + HO - HOO - + H 2 OHOO - + H 2 O 2HO • + O 2•-HO • + O 2•-+ H 2 OHO • + O 2(2)(4)O PAPEL - Junho <strong>2009</strong> O PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 48-56 JUN <strong>2009</strong>Entretanto, sabe-se que esses radicais podem contribuir,However, it is well-known that these radicals can49


em certa medida, para a deslignificação e o branqueamentoda polpa [3].Um equilíbrio adequado do pH produz branqueamentoeficiente, ao mesmo tempo resguardando a resistência das fibras.As reações que ocorrem entre o licor de branqueamentoe a polpa são muito complexas (sistema heterogêneo), especialmenteem polpas químicas, onde a lignina foi modificada.Por este motivo, polpas químicas têm maior quantidade detrabalhos publicados em comparação a pastas mecânicas.Algumas reações de decomposição do H 2O 2são catalisadaspela presença de íons metálicos - principalmente Mn, Fe,Cu - provenientes da madeira, o que reduz a concentração deíons perhidroxila. Para que isso não aconteça, são adicionadosagentes quelantes - EDTA, DTPA, DTPMPA, etc. - queatuam capturando os íons metálicos do meio não eliminadosnos estágios precedentes de dióxido de cloro. A aplicação desilicato de sódio também estabiliza e tampona a solução deperóxido de hidrogênio [4, 5].Para a descrição da reação de eliminação de cromóforosdurante branqueamento com peróxido alcalino em pastasde alto rendimento, alguns autores têm formulado de formaglobal a seguinte equação cinética [6, 7]:contribute to a certain extent to delignification andpulp bleaching [3].A suitable pH balance results in efficient bleaching,protecting fiber strength at the same time. The reactionsoccurring between the bleaching liquor and the pulp arevery complex (heterogeneous system), especially as faras chemical pulps are concerned, where lignin was modified.For this reason, a larger number of works have beenpublished on chemical than on mechanical pulps.Some H 2O 2decomposition reactions are catalysed by thepresence of metal ions − mainly Mn, Fe, Cu − originatingfrom wood, which reduces the concentration of perhydroxylions. To prevent this from happening, chelating agents −EDTA, DTPA, DTPMPA, etc. − are added thereto, whichact by capturing the metal ions from the environment, whichhave not been eliminated in the preceding chlorine dioxidestages. Applying sodium silicate also stabilizes and buffersthe hydrogen peroxide solution [4, 5].To describe the chromophor elimination reactionduring alkaline peroxide bleaching of high-yieldpulps, some authors have globally formulated the followingkinetic equation [6, 7]:dCdt−ck [ H O ] [ OH ] n nOH −−c− =. Ck [ H O ] [ OH ] n nOH −− =. C22totaldCdt22totalO PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 48-56 JUN <strong>2009</strong>O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>50Nessa equação, a velocidade é função de uma constantede velocidade (que por sua vez varia com a concentraçãoinicial de H 2O 2[8]), a concentração de peróxido de hidrogênio,o pH e a concentração de cromóforos. No caso, n OH - e n Cvariam de 0,38 a 0,73 e 4,5 a 5 respectivamente, dependendoda natureza da polpa.O processo de branqueamento pode ser dividido em trêsfases. Uma primeira fase em que os químicos são misturadoscom a polpa. A segunda, quando a temperatura da polpaé estável e em equilíbrio com o meio (de pseudo primeiraordem relativamente à concentração de cromóforos), e umafase final ou residual muito diferente da anterior. Isso acontecetanto em pastas mecânicas [2, 9, 10] como em polpasquímicas [11].O controle e otimização de um processo químicoindustrial requerem o desenvolvimento de um modelomatemático baseado, geralmente, em um estudo cinético.Deste, resulta uma equação que fornece a velocidade deconsumo ou formação de algum componente-chave, comofunção da temperatura e a concentração de reagentese produtos. Neste trabalho foi estudada a cinética doestágio Ep em função da concentração de cromóforos– compostos que absorvem luz, mediante medições dealvura ou k/s (relação entre os coeficientes de absorçãoe de dispersão da luz), relacionadas mediante a equaçãode Kubelka-Munk.In the above equation, speed is a function of avelocity constant (which in turn varies with the initialconcentration of H 2O 2[8]), the concentration of hydrogenperoxide, pH, and the concentration of chromophors.In the case in question, n OH - and n Crangefrom 0.38 to 0.73 and from 4.5 to 5, respectively, dependingon the nature of the pulp.The bleaching process can be divided into threestages: a first stage, in which the chemicals are mixedwith the pulp; a second one, when the pulp temperatureis stable and in equilibrium with the environment(of pseudo first order with regard to the concentrationof chromophors), and a final, or residual, stage, verydifferent from the previous one. This occurs in bothmechanical [2, 9, 10] and chemical pulps [11].The control and optimization of an industrial chemicalprocess require the development of a mathematical model,based, in general, on a kinetic study, resulting therefroman equation which provides the consumption speed or formationof some key component, as a function of temperatureand concentration of reagents and products. The presentwork has analysed the kinetics of Ep stage as a functionof the concentration of chromophors – light absorbingcompounds −, by means of measurement of brightness ork/s (ratio between the coefficients of light absorption anddispersion), correlated through Kubelka-Munk equation.


EXPERIMENTOForam utilizadas amostras de 50 g de polpa seca, coletadaao final do estágio D 1de uma sequência de branqueamentoDE 0D 1EpD 2.Foi elaborado um Desenho Central Composto (CCD)experimental com dois fatores e três repetições do pontocentral, com temperatura e concentração de peróxido comovariáveis independentes, que resultou em 11 combinaçõesde tratamentos (Tabela 1).As condições de branqueamento foram: relação de NaOH(% sobre polpa a.s.) / H 2O 2(% sobre polpa a.s.) igual a 3 (pHinicial de 11,5), concentração constante de quelante DTPMPAde 0,025% sobre polpa a.s., (este um sequestrante de íonscatalisadores da decomposição do peróxido de hidrogênio),e as condições de temperatura e concentração de peróxidode hidrogênio inicial resultantes do desenho. Para cada pontodesse desenho foram feitos branqueamentos com temposvariados (5, 10, 20, 45, 90, 180 e 240 minutos).As amostras e o licor de branqueamento foram misturadose homogeneizados em batedeira elétrica com palhetas deaço inox. A mistura foi posta em sacos plásticos, selados, ecolocados em banho termostatisado agitado mecanicamente,na temperatura correspondente.Depois de concluído o tempo de branqueamento, asamostras foram retiradas e o licor residual analisado mediantemedições de pH final e peróxido residual. A polpa branqueadafoi neutralizada com metabissulfito de sódio para pH 6e foram então preparadas folhas conforme norma ISO 3688(1977), para os ensaios ópticos.EXPERIMENTSamples of 50 g of dry pulp, collected at the end ofD 1stage of a DE 0D 1EpD 2bleaching sequence, wereused.An experimental Central Composite Design (CCD)was worked out, with two factors and three centralpoint repetitions, having temperature and concentrationof peroxide as independent variables, which resultedin 11 treatment combinations (Table 1).The bleaching conditions were as follows: NaOH (%on o.d. pulp) / H 2O 2(% on o.d. pulp) ratio equal to 3 (initialpH 11.5), constant concentration of DTPMPA chelantof 0.025% on o.d. pulp (the latter a sequestrant of ionscatalysing the hydrogen peroxide decomposition), and theconditions of temperature and initial concentration of hydrogenperoxide resulting from the design. Bleaching processesof varied duration (5, 10, 20, 45, 90, 180, and 240minutes) were carried out for each point of this design.The samples and the bleaching liquor were mixed andhomogenized in an electric beater equipped with stainlesssteel blades. The mixture was put in plastic bags, whichwere sealed and placed into a mechanically agitated thermostatizedbath, at the corresponding temperature.As the bleaching time was over, the samples wereremoved and the residual liquor analysed by measuringthe end pH and residual peroxide. The bleachedpulp was neutralized with sodium metabisulphite topH 6 and then pulp sheets were prepared according toISO 3688 (1977), intended for optical testing.Tabela 1. Combinações de tratamentos do Desenho Central Composto (CCD)/ Table 1. Treatment combinations of the Central CompositeDesign (CCD)Nº da experiênciaExperiment n.Temperatura (ºC)Temperature (ºC)H 2O 2inicial(% sobre polpa a.s.)Initial H 2O 2(% on o.d. pulp)4 72,0 0,157 90,0 0,159 72,0 0,355 90,0 0,358 68,3 0,253 93,7 0,2510 81,0 0,112 81,0 0,396 81,0 0,2511 81,0 0,25O PAPEL - Junho <strong>2009</strong> O PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 48-56 JUN <strong>2009</strong>1 81,0 0,2551


RESULTADOS E DISCUSSÃOAs propriedades da polpa inicial, coletada do estágioD 1, foram:RESULTS AND DISCUSSIONThe properties of the initial pulp, collected from D 1stage, were as follows:viscosidade = 15,9 cpalvura = 83,7% ISOk/s = 1,59∙10 -2viscosity = 15.9 cpbrightness = 83.7% ISOk/s = 1.59∙10 -2O PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 48-56 JUN <strong>2009</strong>O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>52A eliminação dos grupos cromóforos foi determinada pormeio do coeficiente de absorção k 457nm do espectro de refletânciadifusa ou, então, estimada indiretamente utilizando arelação entre o coeficiente de absorção e o de dispersão daluz, k/s, calculado com as medições de alvura por meio daequação de Kubelka-Munk. Considerado que não se esperaque nessas condições ocorram mudanças no coeficiente dedispersão s, esta estimativa foi suficiente para o escopo doestudo em questão, condição confirmada pela realizaçãode correlação linear (Figura 1) entre k 457nm (medido porespectro de refletância difusa) e relação k/s (calculado apartir da alvura).Com os dados de cada ponto do desenho foram elaboradosgráficos onde é indicada a cinética de decomposição doperóxido de hidrogênio e da remoção de cromóforos (k/s)durante o branqueamento (Figuras 2 e 3).Trabalhando com a mesma temperatura e variando aconcentração inicial de peróxido de hidrogênio, foramobtidas as maiores reduções em valores de k/s quandoutilizadas concentrações de peróxido mais altas (Figura2). Nas experiências realizadas com a mesma concentraçãode peróxido de hidrogênio inicial, a decomposiçãodo peróxido cresce com a temperatura (figura 3a). Contudo,esta diferença não é muito evidente na reduçãode k/s (Figura 3b). Não foi também possível constatark/s0,0120,0110,010,0090,0080,007R 2 = 0,93820,0060,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35k 457 457nm nm(m (m 2 /kg) 2 /kg)Figura 1. k/s vs. k457 nm (condições de branqueamento: 10%de consistência; pH = 11,5; 0,25% H 2O 2sobre polpa a.s. e T =81ºC) / Figure 1. k/s vs. k 457 nm(bleaching conditions: 10% consistency;pH = 11.5; 0.25% H 2O 2on o.d. pulp, and T = 81ºC)The chromophoric group elimination was determinedeither by means of the coefficient of absorption k 457nm ofthe diffuse reflectance spectrum, or indirectly estimated byapplying the ratio between the coefficient of light absorptionand that of light dispersion, k/s, calculated with brightnessmeasurement by means of Kubelka-Munk equation. Consideringthat no changes are expected to occur in the coefficientof dispersion s under these conditions, this estimation wassufficient for the scope of the study in question, a conditionwhich was confirmed by carrying out a linear correlation(Figure 1) between k 457nm (measured by diffuse reflectancespectrum) and k/s ratio (calculated from brightness).Based on the data of each point of the design, graphswere worked out, where the kinetics of hydrogen peroxidedecomposition and chromophor removal (k/s) during thebleaching process are indicated (Figures 2 and 3).Operating at the same temperature and varying theinitial concentration of hydrogen peroxide, the highestreductions in k/s values were obtained when higherconcentrations of peroxide were used (Figure 2). In theexperiments conducted at the same initial concentrationof hydrogen peroxide, per oxide decomposition increasesas a function of temperature (figure 3a). However, thisdifference is not very evident as far as reduction in k/s isconcerned (Figure 3b). Nor was it possible to find out ak/s0,0180,0160,0140,0120,010,0080,0060,0040,00200 40 80 120 160 200 240Tempo Tempo (min) / Time (min) (min)Figura 2. Cinética de remoção de cromóforos a 81ºC / Figure 2.Kinetics of chromophor removal at 81ºC0,39% sobre polpa a.s. de H 2O 20.39% on o.d. pulp of H 2O 20,25% sobre polpa a.s. de H 2O 20.25% on o.d. pulp of H 2O 20,11% sobre polpa a.s. de H 2O 20.11% on o.d. pulp of H 2O 2


0.30.018H 2O 2(% sobre polpa a.s.)H 2O 2(% on o.d. pulp)0.250.20.150.10.0593,7ºC81ºC68,3ºCk/s0.0160.0140.0120.010.00893,7ºC81ºC68,3ºC(a)00 40 80 120 160 200 240Tempo (min) (min) / Time (min)(b)0.0060 40 80 120 160 200 240Tempo (min)Tempo (min) / Time (min)9089Alvura % (ISO)Brighrness% (ISO)888786858493,7ºC81ºC68,3ºC(c)830 40 80 120 160 200 240Tempo Tempo (min) (min) / Time (min)Figura 3. a) cinética de decomposição do H 2O 2, b) cinética de remoção de cromóforos, c) cinética de branqueamento com 0,25%sobre polpa a.s. de H 2O 2inicial / Figure 3. a) kinetics of H 2O 2decomposition; b) kinetics of chromophor removal;aumento notável de alvura com a temperatura (Figura3c). Decorridas duas horas de branqueamento ocorreuinversão das curvas, obtendo-se alvura maior em temperaturaintermediária.A alvura aumenta com o tempo de reação, desde que hajaquantidade suficiente de peróxido de hidrogênio no processode branqueamento.Foi possível observar que nas curvas de alvura vs. tempoou de k/s vs. tempo ocorre um forte aumento de alvura duranteos primeiros 20 a 45 minutos de reação, logo diminuindoa velocidade do branqueamento. Isso indica que o processode branqueamento pode ser dividido em, no mínimo, duasfases, sendo a primeira mais rá<strong>pi</strong>da (maior inclinação) e asegunda mais lenta.A primeira fase da reação pôde ser ajustada a umareação de primeira ordem relativamente à concentraçãode cromóforos (C). O processo pôde ser representadocomo:dC − =dtkC(5)c) kinetics of bleaching at 0.25% on o.d. pulp of initial H 2O 2significant increase in brightness as a function of temperature(Figure 3c). After two hours of bleaching hadelapsed, a curve inversion occurred and higher brightnesswas obtained at an intermediate temperature.Brightness increases as a function of the reactiontime, provided there is a sufficient amount of hydrogenperoxide in the bleaching process.It was possible to observe that the curves representingbrightness vs. time, or k/s vs. time, show a substantialincrease in brightness during the first 20 to 45 minutes ofreaction, and the bleaching speed decreases right away.This indicates that the bleaching process can be dividedinto two stages as a minimum, the first of which is faster(steeper slope) and the second one slower.The first reaction stage could be adjusted to afirst order reaction with regard to the concentrationof chromophors (C). The process could be representedas:dC − =dtkC(5)O PAPEL - Junho <strong>2009</strong> O PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 48-56 JUN <strong>2009</strong>53


onde k é a constante de velocidade da reação de primeiraordem e t é o tempo de reação. A equação integrada entreos limites t = t e t = 0 pode ser expressa como:where k is the velocity constant of the first order reaction,and t is the reaction time. The equation integratedbetween limits t = t and t = 0 can be expressed as:C t= exp(lnC0− kt)(6)= exp(lnC0− kt)C t(6)onde C 0é a variável C a t = 0. Os cromóforos responsáveispela cinética do branqueamento podem ser representadospor (C t- C ∞) onde C ∞é C a t = ∞ [2]. A equação 6 pode serescrita como:where C 0is the variable C at t = 0. The chromophorsresponsible for the bleaching kinetics can be representedby (C t- C ∞), where C ∞is C at t = ∞ [2]. Equation6 can be written as:Ct= C exp(ln ' ∞+ C − k.t)(7)C C + exp(ln C' − k.t)ot= ∞o(7)onde: C’ 0= C 0- C ∞where: C’ 0= C 0- C ∞Por exemplo, a 81ºC e 0,39% sobre polpa a.s. de H 2O 2(Figura 3a), k = 0,327 min -1 , k/s = 0,0506 a t = ∞ (ou o mínimovalor de k/s atingido na primeira fase). Com estes valores éobtida a seguinte expressão:For example, at 81ºC and 0.39% on o.d. pulp ofH 2O 2(Figure 3a), k = 0.327 min -1 , k/s = 0.0506 at t = ∞(or the minimum value of k/s attained in the first stage).With these values, the following expression is obtained:k / s = 0,00751 + exp( −5,06+ 0,327. t)k / s = 0,00751 + exp( −5,06+ 0,327. t)Pelo que k/s responsável pela cinética é e -5,06 =0,006345.So that k/s responsible for kinetics is e -5.06 =0.006345.O PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 48-56 JUN <strong>2009</strong>O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>54As demais experiencias produziram os valores mostradosna Tabela 2.A Tabela 2 evidencia que, para uma mesma concentraçãode peróxido inicial (0,15% e 0,25% sobre polpaa.s.), a constante de velocidade da reação aumenta coma temperatura. Isso não se produz a 0,35% sobre polpaa.s., possivelmente devido ao fato de a reação de decom-Tabela 2. Valores de constante de velocidade / Table 2. Values of velocity constantTemperatura (ºC)Temperature (ºC)H 2O 2inicial(% sobre polpa a.s.)Initial H 2O 2(% on o.d. pulp)The remaining experiments yielded the valuesshown in Table 2.In Table 2 it is evidenced that for the same initialconcentration of peroxide (0.15% and 0.25% on o.d.pulp), the velocity constant of the reaction increasesas a function of temperature. This does not occur at0.35% on o.d. pulp possibly due to the fact that thek cromóforos* (min -1 )k chromophors* (min -1 )68,3 0,25 0,2757281900,15 0,2890,35 0,3560,11 0,3340,25 0,3220,25 0,3430,39 0,3270,15 0,3460,35 0,34993,7 0,25 0,442* k cromóforosé a constante de velocidade k / * k chromophorsis the velocity constant k


k/s0,0180,0160,0140,0120,010,0080,0060,0040,002072ºC90ºC0 60 120 180 240Tempo Tempo (min) / Time (min) (min)(a)H 2O 2(g/L)0,180,160,140,120,10,080,060,040,02072ºC90ºC0 60 120 180 240Tempo Tempo (min) /(min)Time (min)k/s0,0180,0160,0140,0120,010,0080,0060,0040,002072ºC90ºC0 60 120 180 240H 2O 2(g/L)0,450,40,350,30,250,20,150,10,05072ºC90ºC0 60 120 180 240Tempo Tempo (min) / Time (min) (min)(b)Tempo Tempo (min) / (min) Time (min)Figura 4. Valores de k/s e concentração de H 2O 2vs. tempo para: (a) 0,15% sobre polpa a.s. de H 2O 2inicial e (b) 0,35% sobre polpaa.s. de H 2O 2inicial / Figure 4. Values of k/s and concentration of H 2O 2vs. time for: (a) 0.15% on o.d. pulp of initial H 2O 2, and (b) 0.35% ono.d. pulp of initial H 2O 2posição do peróxido para oxigênio ou radicais livres amaiores temperaturas ser mais rá<strong>pi</strong>da, não permitindosua reação com os cromóforos. Isso é observado nosgráficos da Figura 4, onde os valores de k/s diminuemcom o aumentar da concentração de peróxido de hidrogênio.Todavia, as concentrações não diferem muito aotrabalhar a 90ºC e a 72ºC.Como resultado desse comportamento mecanístico, aaltas temperaturas se faz difícil a obtenção de valores deconstantes de velocidade que não estejam alteradas pelareação concorrente em questão. Contudo, foi possívelchegar a um valor de energia de ativação para esta fasecomo sendo de 4,6 kcal/mol para 0,25% sobre polpa a.s.de H 2O 2inicial e de 2,48 kcal/mol para 0,15% sobre polpaa.s. de H 2O 2inicial.No presente, está se trabalhando para estabelecer acinética de branqueamento em função da concentraçãode cromóforos e da concentração do ânion perhidroxila.Nesse sentido, podemos informar que foram obtidas asordens de reação de ambos reativos, para a primeira fasede reação.reaction of peroxide decomposition to oxygen or freeradicals at higher temperatures is quicker and doesnot allow its reaction with the chromophors. This canbe observed in the graphs of Figure 4, where the valuesof k/s decrease as the concentration of hydrogenperoxide increases. However, the concentrations donot differ much, whether the operating temperature is90ºC or 72ºC.As a result of this mechanistic behaviour, at hightemperatures it becomes difficult to obtain values ofvelocity constants that are not altered by the concurrentreaction in question. However, it was possible to reacha value of activation energy for this stage as being 4.6kcal/mol for 0.25% on o.d. pulp of initial H 2O 2, and2.48 kcal/mol for 0.15% on o.d. pulp of initial H 2O 2.At present, studies are being conducted to establishthe bleaching kinetics as a function of the concentrationof chromophors, as well as of the concentration ofthe perhydroxyl anion. In this respect, we can informthat the reaction orders of both reactants were obtainedfor the first reaction stage.O PAPEL - Junho <strong>2009</strong> O PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 48-56 JUN <strong>2009</strong>55


CONCLUSÕES• A concentração de peróxido de hidrogênio duranteo período estudado diminuiu em maior medida quea concentração de cromóforos. Isso viria confirmarque o peróxido de hidrogênio é consumido por duasreações paralelas: uma de decomposição (ou reaçãode concorrência) e outra de branqueamento. Esta últimaparece ser a mais lenta a altas temperaturas.• A cinética de branqueamento pode ser dividida emduas fases como mínimo, sendo a primeira fasede primeira ordem em relação à concentração decromóforos.• Durante os primeiros 20 - 45 minutos de reação oganho de alvura é muito importante (4%-5% ISO),diminuindo notavelmente na fase seguinte (~ 1,5%ISO).• Temperaturas elevadas causam consumo excessivode peróxido de hidrogênio em reações não-alvejantes(decomposição).AGRADECIMENTOSOs autores desejam agradecer a assistência do Dr. FernandoFelissia e ao Laboratorio PROCyP.CONCLUSIONS• The concentration of hydrogen peroxide duringthe analysed period decreased to a greaterextent than the concentration of chromophors,confirming that the hydrogen peroxide is consumedby two parallel reactions: a decompositionreaction (or concurrence reaction), and ableaching reaction. The latter seems to be theslower one at high temperatures.• The bleaching kinetics can be divided into two stagesas a minimum, the first stage being of first orderwith regard to the concentration of chromophors.• During the first 20 - 45 minutes of reaction, thegain in brightness is very significant (4%-5%ISO), decreasing substantially in the followingstage (~ 1.5% ISO).• High temperatures cause excessive consumptionof hydrogen peroxide in non-brightening reactions(decomposition).ACKNOWLEDGEMENTSThe authors wish to acknowledge Dr. Fernando Felissia’sassistance, as well as that of Laboratorio PROCyP.O PAPEL vol. 70, num. 06, pp. 48-56 JUN <strong>2009</strong>O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>56Referências / References1. Andreasson, P., The corrosion of titanium in hydrogen peroxide bleaching solutions, Proceedings of the 8 th InternationalSymposium on Corrosion in the Pulp and Paper Industry, Suecia, 119, 1995.2. - Xu, E.C., H 2O 2Bleaching of Mechanical Pulps. Part I: Kinetics and Mechanism, J. Pulp Paper Sci. 26 (10) 367-376, 2000.3. Tubino, M., Filho, O.M., Branqueamento seletivo com peróxido de hidrogênio: estudos cinéticos e mecanísticosvisando a catálise inteligente, O <strong>Papel</strong>, (2) 44-54, 1998.4. Rämo, J., Sillampää, M., Degradation of EDTA by hydrogen peroxide in alkaline conditions, J. Cleaner Production,9, 191-195, 2000.5. Rämö, J., Hydrogen peroxide-metals-chelating agents; interactions and analytical techniques, Tesis. pp 18-25.,University of Oulu, Finlandia, 2003.6. Abbot, J., Ginting, Y.A., Development of kinetic models for alkaline peroxide bleaching, J. Pulp Paper Sci. 18(3) 85-92, 1992.7. Liu, S., Chemical kinetics of alkaline peroxide brightening of mechanical pulps, Chemical Engineering Science,58, 2229-2244, 2003.8. B. van Lierop, Z.-H., Jiang, J. Chen, D.S. Argyropoulos, R.M. Berry, On the Efficiency of Hydrogen PeroxideUse in ECF Bleaching, J. Pulp Paper Sci. 26(7): 255-259, 2000.9. Xu, E.C., “H O Bleaching of Mechanical Pulps. Part II: pH and Temperature, J. Pulp Paper Sci. 26 (11) 407-2 2413, 2000.10. Xu, E.C., Hoddenbagh, M., Alkaline Peroxide Bleaching of Aspen Chips, Part I: Kinetics, Mechanism and Thermodynamics,J. Pulp Paper Sci. 29 (5) 155-158, 2003.11. Ch. 7, Blanqueo con Peróxido pp.185-189, García Hortal, J.A. y Vidal Lluciá, T., ETSII de Terrasa, Ed. Publicaciónde la Universidad Politécnica de Cataluña (1984)


INFORME TÉCNICOTechnical ReportBenchmarking ambiental na indústria decelulose e papelEnvironmental benchmarking in the pulpand paper industryAutor/Author: Dórian L. Bachmann *IntroduçãoA responsabilidade ambiental já deixou de ser um objetivode marketing e passou a representar uma condiçãode sobrevivência das empresas. As exigências legais e aforça das comunidades podem levar a grande prejuízose mesmo ao fechamento de plantas, caso os requisitosambientais e de sustentabilidade não sejam obedecidospelas organizações. Aspectos ambientais na indústriapapeleira são objeto, inclusive, de disputas entre países,já que emissões hídricas e atmosféricas não respeitam asfronteiras nacionais. Como agravante, a população emgeral associa a indústria papeleira a desmatamentos e aomau uso do solo, ainda que o setor só utilize florestasplantadas e contribua com uma parcela consideráveldas reservas florestais preservadas. Assim, a indústriatem de agir em duas frentes: primeiro, usar as melhorestecnologias comercialmente disponíveis, com o propósitode gerar o mínimo prejuízo ambiental; segundo, divulgaros baixos impactos gerados e a contribuição ambientaloferecida à sociedade.O Projeto Indicadores ABTCP colabora nesse processopelo levantamento periódico de indicadores de desempenhoque permitem a comparação de resultados, inclusiveambientais, e a identificação de áreas para melhoria. Oconhecimento, por exemplo, de que outra empresa consegueproduzir quantidade semelhante de celulose com umconsumo significativamente menor de água serve de incentivopara a busca de tecnologias e soluções que permitamreproduzir os bons resultados do concorrente. Entretanto,para viabilizar as comparações, é preciso que os levantamentossejam feitos com medidas tomadas em basessemelhantes. Para isso, os trabalhos de benchmarking sãofeitos com o uso de métricas padronizadas e avalizadaspelas comissões técnicas da ABTCP. Embora criados parabenchmarking, os indicadores ABTCP estão sendo adotadospor algumas empresas do setor em seus processosinternos de gestão. A descrição completa da metodologiade cálculo dos indicadores padronizados – inclusive os nãodescritos neste trabalho – pode ser encontrada nos sitesda ABTCP e da Bachmann & Associados.*Referências do Autor / Author’s references:Bachmann & Associados Ltda. - www.bachmann.com.br - E-mail: bachmann@bachmann.com.brBachmann & Associados Ltd. - www.bachmann.com.br - E-mail: bachmann@bachmann.com.brIntroductionEnvironmental responsibility has gone from being amarketing objective to become a condition of survivalfor companies. Legal requirements and the power ofcommunities may lead to serious losses and even theclosing down of plants if environmental and sustainabilityrequirements are not met by organizations. Environmentalaspects in the paper industry are also theobject of disputes among countries, since water andatmospheric emissions do not respect national borders.To make things worse, the population in general associatesthe paper industry with deforestation and thepoor utilization of soil, des<strong>pi</strong>te the sector only makinguse of planted forests and contributing to a considerableportion of protected forest reserves. As such, theindustry must act on two fronts. First, use the best technologiescommercially available, with the objective ofgenerating the least environmental damage possible.And second, divulge the low impacts generated and theenvironmental contribution offered to society.The ABTCP Indicators Project assists in this processof periodically gathering performance indicatorsthat allow comparing results, including environmental,and identifying areas for improvement. By knowing, forexample, that another company is capable of producinga similar quantity of pulp with a water consumptionsignificantly smaller serves as incentive in pursuingtechnologies and solutions that permit matching thegood results of a given competitor. However, in orderto allow for comparisons, it is necessary that studiesbe conducted on the same basis. For such, benchmarkingstudies are carried out using standardized metricsand approved by ABTCP’s technical committees. Eventhough they were created for benchmarking purposes,ABTCP’s indicators are being adopted by some pulpand paper companies in their internal managementprocesses. The complete description of the calculationmethodology of standardized indicators, includingthose not exemplified in this report, can be found in theABTCP and Bachmann & Associados websites.O PAPEL - Abril Junho 2006 <strong>2009</strong>57


Principais indicadores ABTCP de meio ambiente- Consumo específico de água- Volume específico de efluentes- Geração de resíduos sólidos- Consumo específico de energia elétricaPara exemplificar, seguem alguns resultados de levantamentosrealizados com dados de fábricas de celulose e depapel conduzidos recentemente pela ABTCP e pela Bachmann& Associados. Do mesmo modo que nos relatóriosfornecidos às empresas participantes e demais interessados,a origem dos dados foi mantida sob sigilo.Consumo específico de águaO indicador Consumo Específico de Água permite avaliara eficiência na utilização de água no processo de fabricaçãode celulose e papel. A medida inclui toda a água fresca alimentadana fábrica, inclusive na área de utilidades, com afinalidade de fornecer uma avaliação mais completa.Consumo Específico de Água (CEA)CEA = Volume de águaProdutoOnde:Volume de água – quantidade de água fresca alimentadano processo, no período considerado, em m 3 .Produto – quantidade de papel para venda (toneladas)ou de celulose produzida (toneladas de celulose seca aoar ), no período considerado.Fábricas de papelEm levantamento de dados de 2006, com 28 fábricas, agrande dispersão dos resultados, que variaram de 3,4 a 91,3m 3 /t de papel, evidencia que muitas empresas têm bastanteespaço para melhorias. Naturalmente, as comparações devemser feitas levando-se em conta os processos usados e os tiposde papéis produzidos, como mostrado na Figura 1.ABTCP main environmental indicators- Specific consumption of water- Specific volume of effluents- Solid waste generated- Specific consumption of electricityFor exemplification purposes, provided below aresome recent results of studies conducted by ABTCPand Bachmann & Associados based on data from pulpand paper mills. The origin of data was maintainedconfidential.Water specific consumptionThe Water Specific Consumption indicator assessesefficiency regarding the use of water in thepulp and paper production process. For purposes ofproviding a more complete analysis, the measure includesall the fresh water fed into the mill, includingin the utilities area.Water Specific Consumption - WSCSWC = Amount of waterProductWhere:Amount of Water – amount of fresh water fed into the process,for the period under analysis, in cubic meters (m 3 ).Product – amount of paper for sale (in tons) or pulpproduced (tons of air-dried pulp), for the period underanalysis.Paper MillsIn a 2006 study comprising 28 mills, the considerabledispersion in results, which varied from 3.4 to 91.3 m 3 /t ofpaper, shows that many companies have a lot they can improveon. Naturally, comparisons must be done taking intoaccount the processes being used and the types of paperproduced, as demonstrated in Figure 1.Tissue / Tissue(2)15,723,5Escrever / Writing(2)6,7 22,8O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>58Imprimir / Printing(7)Cartão / Paperboard(2)Embalagem / Packaging(13)Outros / Others(2)12,4 61,118,6 42,33,4 91,336,1 90Nota: os valores entre parênteses indicamo número de fábricas na amostraFonte: Bachmann & Associados; ABTCP.Análise comparativa do desempenho defábricas de papel: 2006. Curitiba, 2007.Note: The numbers in parentheses indicatethe number of mills in the sampleSource: Bachmann & Associados; ABTCP.Comparative analysis of paper mill performance:2006. Curitiba, 2007.Figura 1 – Consumo de água na fabricação de papel, em m 3 /t / Figure 1 – Water consumption in paper production, in m 3 /t


Tabela 1 – Consumo específico de água, em m 3 /t / Table 1 – Water specific consumption, in m 3 /tMínimo / Minimum Máximo / Maximum Média / Average Média 20% / Average 20%Geral (28 fábricas) / Overall (28 mills) 3,4 91,3 28,6 6,4Tissue (2 fábricas) / Tissue (2 mills) 15,7 23,5 19,6 -Escrever (2 fábricas) / Writing (2 mills) 6,7 22,8 14,8 -Imprimir (7 fábricas) / Printing (7 mills) 12,4 61,1 34,8 13,5Cartão (2 fábricas) / Paperboard (2 mills) 18,6 42,3 30,5 -Embalagem (13 fábricas) / Packaging (13 mills) 3,4 91,3 23,2 4,4Outros (2 fábricas) / Others (2 mills) 36,1 90,0 63,1 -Nota: a “Média 20%” corresponde à média dos 20% melhores resultados da amostra e é uma boa referência inicial para benchmarkingNote: the “Average 20%” corresponds to the average of the 20% best results in the sample, and represents a good initial reference for benchmarkingCuriosamente, tanto a fábrica que apresentou o maiselevado consumo específico de água (91,3m 3 /t) quanto aque teve o menor (3,4 m 3 /t) produzem papel de embalagem.Além do tipo de papel, outros fatores são importantes. Porexemplo, a economia de escala torna os investimentos parareaproveitamento de água nas fábricas maiores mais atrativose, portanto, mais comuns.Na amostra, apenas 28% das fábricas apresentaram consumode água menor que 15 m 3 /t – referência apresentadapela Comissão Européia como limite superior para a maioriados produtos.Fábricas de celuloseNo levantamento-<strong>pi</strong>loto, com dados de 2007, o ConsumoEspecífico de Água para as fábricas de celulose variou entre22,8 e 119,8 m 3 /tsa. A média, ignorando os valores extremos(22,8 e 119,8 m 3 /tsa), que são bastante diferentes dos demais,ficou em 40,5 m 3 /tsa. Esse valor está bem situado em relaçãoà faixa de 40 a 55 m 3 /tsa, apontada como compatível comas melhores práticas estabelecidas para unidades com oprocesso kraft.Curiously enough, the mill that presented the highestspecific water consumption (91.3 m 3 /t) and the lowestconsumption (3.4 m 3 /t) produce packaging paper. In additionto type of paper, other factors are also important.For example, economies of scale make investments forreutilizing water in larger mills more attractive and,therefore, more common.In the sample, only 28% of mills presented a waterconsumption level lower than 15 m 3 /t – reference presentedby the European Commission as the upper limitfor the majority of products.Pulp millsIn the <strong>pi</strong>lot study using 2007 data, the Water SpecificConsumption for pulp mills varied between 22.8and 119.8 m 3 /adt. The average, ignoring extreme values(22.8 and 119.8 m 3 /adt), which differ considerably fromremainder values, amounted to 40.5 m 3 /adt. This valueis well situated in relation to the 40 to 55 m 3 /adt range,deemed compatible with “Best Practices” for kraft processunits.120,0100,080,060,040,020,00,0F4 F7 F9 F1 F6Fonte: Bachmann & Associados;ABTCP. Análise Comparativa doDesempenho de Fábricas deCelulose 2007: Estudo-<strong>pi</strong>loto.Curitiba. 2008.Source: Bachmann & Associados;ABTCP. Comparative Analysis ofPulp Mill Performance in 2007:Pilot Study. Curitiba, 2008.O PAPEL - Abril Junho 2006 <strong>2009</strong>Figura 2 – Consumo de água na fabricação de celulose, em m 3 /tsa / Figure 2 – Water consumption in pulp production, in m 3 /adt59


Volume específico de efluentesEste indicador mede o volume de efluentes líquidosgerados na produção de uma tonelada de celulose. Assim,valores menores indicam resultados melhores.Volume Específico de EfluentesEfluente específico = Volume de efluenteProdutoOnde:Volume de efluente – quantidade total de efluentes líquidosdescartados pelo processo, no período considerado, em m 3Celulose – quantidade de celulose especificada paravenda, produzida no período considerado, em toneladasde celulose seca ao arA Figura 3 mostra a grande variação de resultados existenteentre as plantas da amostra, que incluiu fábricas decelulose para mercado e fábricas integradas com a produçãode papel. Os resultados foram apresentados em m 3 /tsa paraas fábricas de celulose e em m 3 /t (t de papel + tsa de celulose)para as fábricas integradas.O volume específico de efluentes é sensível à sazonalidadedas preci<strong>pi</strong>tações pluviométricas, mas, como a comparação cobriuos dados de um ano, esse problema foi minimizado. Entretanto,as características climáticas regionais podem influenciaros resultados, já que em muitas fábricas ainda não existe umaseparação completa entre água de chuva e água de processo.As diferenças de geração de efluentes entre as fábricasSpecific volume of effluentsThis indicator measures the volume of effluents generatedin the production of one ton of pulp. As such, lowervalues represent better results.Specific Volume of EffluentsSpecific effluent = Volume of effluentProductWhere:Volume of effluent – total amount of effluents disposedfrom the process, for the period under analysis, in m 3Pulp – specified quantity of pulp for sale, produced inthe period under analysis, in tons of air-dried pulpFigure 3 shows the significant variation in resultsamong plants included in the sample, which includespulp mills for the market and mills integrated with theproduction of paper. The results are presented in m 3 /adtfor pulp mills and in m 3 /t (t of paper + adt of pulp) forintegrated mills.The specific volume of effluents is sensitive to therain and dry seasons. However, since the comparisoncovered data for an entire year, this problem was minimized.Nonetheless, regional climate characteristics mayinfluence results, since many mills do not fully separaterainwater from process water.The differences in effluents generation among the sam-140,0120,0Fábricas de Celulose / Pulp MillsFábricas Integradas / Integrated Mills100,080,0O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>60,040,020,00,0F5 F8 F10 F14 F7 F11 F9 F1 F6Fonte: Bachmann& Associados; ABTCP.Análise Comparativado Desempenho deFábricas de Celulose 2007:Estudo-<strong>pi</strong>loto. Curitiba. 2008.Source: Bachmann& Associados; ABTCP.Comparative Analysis ofPulp Mill Performancein 2007:Pilot Study.Curitiba. 2008.60Figura 3 – Volume específico de efluentes, em m 3 /t / Figure 3 – Specific volume of effluents, m 3 /t


Tabela 2 – Consumo de água e volume de efluentes em fábricas de celulose, em m 3 /tsa / Table 2 – Consumption of water and volume ofeffluents in pulp mills, in m 3 /adtFábrica / Mill F4 F7 F9 F6 F1 F14 MédiaConsumo Específico de ÁguaSpecific Consumption of WaterVolume Específico de EfluentesSpecific Volume of Effluents119,8 48,3 37,7 22,8 35,4 80,0 57,3- 41,3 33,5 18,4 31,1 64,0 37,7Diferença / Difference - 7 4,2 4,4 4,3 16 -Nota: apesar de ser integrada, a fábrica F14 informou os consumos separados de água das etapas de produção de celulose e de papelNote: In s<strong>pi</strong>te of being integrated, mill F14 informed the consumption of water separately in pulp and paper production processesTabela 3 – Consumo de água e volume de efluentes em fábricas integradas, em m 3 /t / Table 3 - Consumption of water and volume of effluentsin integrated mills, in m 3 /tFábrica / Mill F11 F5 F8 Média / AverageConsumo Específico de Água / Specific Consumption of Water 68,6 145,5 132,6 115,6Volume Específico de Efluentes / Specific Volume of Effluents 35,5 123,0 112,0 90,2Diferença / Difference 33,1 22,5 20,6 25,4de celulose da amostra (Tabela 2) são razoáveis, indo de18,4 a 64,0 m 3 /tsa, com a média em 37,7 m 3 /tsa. Esse valorestá na faixa de 30 a 50 m 3 /tsa, considerada compatível comas melhores práticas, segundo a Comissão Européia. Aindaassim, há bastante espaço para melhoria, pois uma plantasueca (SCA Östrand Mill) registrou uma geração específicade efluentes líquidos (mistura dos processos kraft e CTMP)de apenas 8 m 3 /tonelada de celulose.As diferenças entre o Consumo Específico de Água e oVolume Específico de Efluentes (Tabelas 2 e 3) evidenciamque as fábricas integradas têm uma menor recuperação daágua usada no processo. Como o volume de efluentes é, emgeral, proporcional ao consumo de água, o esforço para reduziro consumo de água também reduz o impacto ambientale o custo do tratamento dos efluentes.ple’s pulp mills (Table 2) are reasonable, ranging from 18.4up to 64.0 m 3 /adt, with the average being 37.7 m 3 /adt. Saidvalue falls within the 30 to 50 m 3 /adt range, consideredcompatible with best practices according to the EuropeanCommission. Nonetheless, there’s considerable room forimprovement, in view that Swedish SCA Östrand Mill registereda specific volume of effluents (mix of kraft and CTMPprocesses) on only 8 m 3 /ton of pulp.The differences between Waster Specific Consumptionand Specific Volume of Effluents (Tables 2 and 3) show thatintegrated mills have a smaller recovery of water used inthe process. Since the volume of effluents is generally proportionalto water consumption, the effort to reduce waterconsumption also reduces environmental impact and thecost of effluents treatment.Considerações finaisOs resultados dos levantamentos de benchmarks, periodicamenterealizados pela ABTCP, em parceria com aBachmann & Associados, mostram que as fábricas brasileirasde celulose e de papel apresentam desempenhos bastante diferentes,inclusive nos aspectos ambientais. Assim, enquantoalgumas apresentam parâmetros de classe mundial, outrasainda têm um longo caminho a percorrer.O conhecimento dos resultados alcançados por outrasempresas também serve para balizar o estabelecimento demetas realistas e, muitas vezes, incentivam a busca de tecnologiase práticas de gestão que permitam o alcance de umdesempenho excepcional. Também mostra os pontos ondea organização já tem resultados de qualidade, nos quais osinvestimentos não têm a mesma prioridade.Final considerationsThe results of benchmarking studies periodicallyconducted by ABTCP, in partnership with Bachmann& Associados, show that Brazilian pulp and papermills present very different performances, including interms of environmental aspects. As such, while somemills present world class parameters, others still havea long way to go.Knowledge of results achieved by other companiesalso serves to establish realistic goals and, manytimes, stimulate the pursuit of technologies and managementpractices that allow achieving outstandingperformance. It also shows where an organizationalready achieves quality results, where investments donot have the same priority.O PAPEL - Abril Junho 2006 <strong>2009</strong>61


Notas Explicativas da administração àsdemonstrações financeiras em 31 de dezembro de2008 e de 2007 - Em reais1. CONTEXTO OPERACIONALA associação se destina a servir desinteressadamente acoletividade, sem remunerar por qualquer forma, os cargos de suadiretoria executiva, conselhos diretor, executivo, fiscal, deliberativose consultivos, e que não distribui lucros, bonificações ou vantagensa dirigentes, mantenedores ou associados, sob nenhuma forma oupretexto, e os aplica integralmente na consecução dos seusobjetivos sociais, que são os seguintes:a) congregar todos os que, dedicam suas atividades à indústria e àtecnologia da cadeia produtiva de celulose e papel, nas suasdiferentes modalidades;b) promover o progresso da tecnologia de celulose e papel, visandoo aperfeiçoamento dos seus processos de produção, transformaçãoe acabamento, a melhoria de sua qualidade e de sua utilização;c) promover, incentivar e realizar pesquisa, desenvolvimento eensaios laboratoriais, de interesse da indústria de celulose e papel,individualmente ou em convênio com outras entidades ligadas doBrasil ou do exterior;e) realizar congressos, exposições, seminários e reuniões,promovendo nessas ocasiões a apresentação de relatórios,trabalhos e publicações. Promover reuniões técnicas em que sejamdebatidos assuntos de interesse para o desenvolvimento daindústria de celulose e papel nacional, ou apoiar movimentos que sefizerem nesse sentido;f) promover a educação e desenvolvimento de recursos humanos,nos diversos ramos da indústria de celulose e papel;g) coletar e divulgar informações técnicas, estatísticas ou outras deinteresse do setor de celulose e papel;h) manter um centro de informações técnicas especializado;i) editar revistas e livros técnicos ou publicar outro periódico deinteresse de setor de celulose e papel;j) elaborar normas técnicas na área de celulose e papel;k) desenvolver e difundir tecnologias de gestão da qualidade, derecursos humanos, de competividade e ambiental, conforme critériosda ISO - International Organization For Standardization e do PNQ -Prêmio Nacional de Qualidade, considerando a tecnologia decelulose e papel;l) promover a defesa, preservação do meio ambiente e promoção dodesenvolvimento sustentável, através de eventos técnicos edivulgação em revista ou publicação técnica;m) promover a defesa e conservação do patrimônio histórico eartístico, juntamente com empresas do setor;n) administrar, na qualidade de curador, exposições permanentes emuseus destinados à preservação da memória e evoluçãotecnológica do setor de celulose e papel.2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASAs demonstrações financeiras foram elaboradas com base naspráticas contábeis no Brasil, as quais abragem a LegislaçãoSocietária, os Pronunciamentos, as Orientações e as Interpretaçõesemitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC.Na elaboração das demonstrações de 2008, a entidade adotou pelaprimeira vez as alterações na legislação societária introduzidas pelaLei nº 11.638 aprovada em 28 de dezembro de 2007, com asrespectivas modificações introduzidas pela Medida Provisória nº449de 3 dezembro de 2008.A Lei nº 11.638/07 e a Medida Provisória 449/08 modificam a Lei nº.6.404/76 em aspectos relativos a elaboração e divulgação dasdemonstrações financeiras.3. PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEISa) Adoção inicial da Lei nº. 11.638/07A entidade optou por elaborar balanço patrimonial de transição em1º de janeiro de 2008 que é o ponto de partida da contabilidade deacordo com a Legislação Societária modificada pela Lei nº.11.638/07 e pela Medida Provisória nº. 449/08. As modificaçõesintroduzidas pela referida legislação, caracterizam-se comomudança de prática contábil, não havendo ajustes de impacto noresultado na data de transição.a) Apuração do superávit do exercícioAs receitas e despesas são reconhecidas pelo regime decompetência de exercícios.b) Ativos e passivos circulantesOs ativos circulantes são demonstrados pelos valores de realização,incluindo, quando aplicável, os rendimentos auferidos.Os passivos circulantes são demonstrados por valores conhecidosou calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos encargosincorridos.c) Ativo ImobilizadoDemonstrado pelo valor do custo de aquisição, acrescido decorreção monetária até o exercício de 1995 e reavaliação realizadano exercício de 2006.A partir do exercício de 2007, a entidade passou a depreciar os seusbens.d) Patrimônio SocialComposto pelos resultados obtidos ao longo do período deexistência da entidade e não tem ca<strong>pi</strong>tal social.AtivoCirculanteBens numeráriosBancos conta movimentoAplicações financeirasContas a receber de clientesDemais circulantesTOTAL Ativo CirculantePermanenteImobilizadoDepreciação acumuladaTOTAL Ativo PermanenteTOTAL GERAL DO ATIVORECEITAS OPERACIONAISContribuições associativasEventos<strong>Revista</strong>MarketingDoaçõesConsultorias e assessoriasOutrasTOTAL Contas da ReceitaDESPESAS OPERACIONAISOrdenados e encargosAssessoriasSede própriaPassagens e estadiasExpedienteEventos<strong>Revista</strong> “O <strong>Papel</strong>“Doações bolsas de estudosDepreciaçãoOutrasTOTAL Contas da DespesaRESULTADO FINANCEIROReceitasDespesasTOTAL Resultado FinanceiroRESULTADO OPERACIONALSUPERÁVIT DOS EXERCÍCIOSBALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO - Em Reais20083.53975.4166.979.883739.95670.6167.869.4105.229.204 5.123.688(527.468) (254.101)4.701.73612.571.14620081.458.5085.474.328721.78768.935473.256164.453732.7419.094.008(2.880.050)(812.164)(360.374)(374.239)(87.164)(2.778.336)(964.931)(187.870)(274.441)(546.100)(9.265.669)791.699(180.528)611.171439.510439.51020072.300374.2076.546.182877.49931.7127.831.9004.869.58712.701.487DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DOS EXERCÍCIOSFINDO EM 31 DE DEZEMBRO - Em ReaisAlberto MoriPresidente20071.218.0035.208.6211.034.21879.796599.98220.083481.1828.641.885(2.422.287)(362.657)(412.241)(295.900)(58.038)(2.763.245)(1.161.257)(713.506)(254.101)(390.490)(8.833.722)786.161(237.864)548.297356.460356.460PassivoCirculanteFornecedoresObrigações tributáriasObrigações trabalhistas e sociaisProvisão de férias e encargosReceitas antecipadasTOTAL Passivo CirculantePATRIMÔNIO SOCIALSuperávit acumuladosReservas de reavaliaçõesSuperávit dos exercíciosTOTAL Patrimônio SocialTOTAL GERAL DO PASSIVO200889.13112.52889.238229.808724.2281.144.93310.525.078461.625439.51011.426.21312.571.146DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DOPATRIMÔNIO SOCIAL200776.2754.37063.002155.9021.415.2351.714.7849.894.177736.066356.46010.986.70312.701.487SuperávitsReservaAcumulados Dos exercícios de Reavaliação TotalEM 1º DE JANEIRO DE 2.007 8.397.734 1.242.342 990.167 10.630.243Transferência1.242.342 (1.242.342) - -Reserva de reavaliação254.101 - (254.101) -Superávit do exercício- 356.460 - 356.460EM 31 DE DEZEMBRO DE 2.007Transferência9.894.177356.460356.460(356.460)736.066-10.986.703-Realização da reserva de reavaliação 274.441 - (274.441) -Superávit do exercício- 439.510 - 439.510EM 31 DE DEZEMBRO DE 2.008 10.525.078 439.510 461.625 11.426.213DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXAFINDOS EM 31 DE DEZEMBRO - Em ReaisFLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS 2008Superávits dos exercíciosDepreciação e amortizaçãoCusto residual de ativos imobilizados baixadosSuperávit / (Déficit) conciliadoVARIAÇÕES NOS ATIVOS E PASSIVOSContas a receber de clientesDemais contas a receberFornecedoresObrigações tributáriasObrigações trabalhistas e sociaisProvisão de férias e encargosReceitas antecipadasDisp. líquidas ger. p/ atividades operacionaisFluxos de caixa das ativid. de investimentosAquisição de imobilizadoAUMENTO DAS DISPONIBILIDADESNo início do exercícioNo fim do exercícioMarlene Ferraz1-SP.152.355/09 TC439.510274.4418.221722.172137.543(38.904)12.8568.15826.23673.906(691.007)250.960(114.811)136.1496.922.6897.058.838136.1492007356.460254.101-610.561(253.981)37.859(248.911)(418)18.99956.256428.000648.374(168.618)479.7566.442.9336.922.689479.756Lairton Leonardi1º Secretário Tesoureiro4. APLICAÇÕES FINANCEIRASComposta por aplicações em fundo de investimento, remuneradasde acordo com as taxas de mercado praticadas e permitidas por lei.LM Auditores AssociadosCRC 2SP018.611/0-8Mauricio DiácoliCRC 1SP129.562/0-5


Indicadores de PreçosEconomic DataPREÇOS EM DÓLARES DA CELULOSE SOBEM NACHINA E NA EUROPA, MAS AINDA CAEM NOBRASIL E NOS EUACarlos José Caetano BachaProfessor Titular da ESALQ/USPO mercado mundial de celulose vivenciou, em maio, umcenário misto, com os preços em dólares subindo na China e naEuropa, mas caindo nos Estados Unidos e no Brasil (Gráficos1 e 2). Esse cenário misto ocorre, na Europa, devido à desvalorizaçãodo dólar em relação ao euro, sendo que os preços namoeda europeia diminuíram em maio na comparação com ascotações vigentes em abril, como consequência da recessãoque atinge o continente. Na China, o aumento do preço emdólares da celulose ocorre devido ao bom desempenho que aeconomia chinesa apresenta em relação às mais desenvolvidasdo mundo, atualmente em recessão.A desvalorização do dólar em relação ao euro causou tendênciasdivergentes das cotações em dólares e em euros dospapéis no mercado europeu. Ainda sob os impactos da recessão,há expressiva diminuição da demanda de papéis de embalagemna Europa, o que causa a queda nos preços em euros dessesprodutos. A desvalorização do dólar diante do euro, porém,permitiu que as cotações em dólares desses papéis subissemna Europa em maio em relação às cotações de abril.No mercado interno brasileiro observou-se, em maio,estabilidade dos preços em reais dos papéis de imprimir eescrever e dos papéis-cartão em relação às cotações vigentesem abril. No entanto, houve reduções dos preços médios dospapéis de embalagem dos tipos miolo e testliner. Isso ocorreuapesar de as cotações das aparas marrons, em maio, teremsido idênticas às de abril.Gráfico 1 - Evolução dos preços da tonelada de celulose de fibra longanos EUA e Europa (US$ por tonelada)Tabela 1 - Preços médios da tonelada de celulose na Europa - preço CIF - em dólaresTable 1 - Average prices per tonne of pulp in Europe - CIF price - in dollarsTabela 2 - Preços médios da tonelada de celulose na Europa - preço CIF - em eurosTable 2 - Average prices per tonne of pulp in Europe - CIF price - in eurosTabela 3 - Evolução dos estoques internacionais de celulose (mil toneladas)Table 3 - International pulp inventories (1000 tonnes)Jan/09Jan/09Jan/09Jan/09Tabela 4 - Preços médios da tonelada de celulose e papel-jornal nos EUA - preço CIF - em dólaresTable 4 - Average prices per tonne of pulp and newsprint in USA - CIF price - in dollarsJan/09Jan/09Fev/09Feb/09Fev/09Feb/09Fev/09Feb/09Mar/09Mar/09Abr/09Apr/09Mai/09May/09Celulose de fibra longa / Long fiber pulp 706,84 681,48 656,59 645,87 639,73<strong>Papel</strong>-jornal / Newsprint 736,09 719,27 692,48 668,89 618,45Fonte/Source: FoexNota: o papel jornal considerado tem gramatura de 48,8 g/m 2 / 30 lb./3000 pés 2Mar/09Mar/09Mar/09Mar/09Abr/09Apr/09Abr/09Apr/09Utipulp A 929 856 769 782Europulp B 1.725 1.761 1.667 1.435Mai/09May/09Celulose de fibra curta / Short fiber pulp 427,12 416,34 382,28 366,19 356,79Celulose de fibra longa / Long fiber pulp 464,90 460,92 441,42 439,13 428,09Fonte/Source: FoexJan/09Jan/09Fev/09Feb/09Mar/09Mar/09Abr/09Apr/09Mai/09May/09Celulose de fibra curta / Short fiber pulp 561,10 529,34 500,41 484,59 490,56Celulose de fibra longa / Long fiber pulp 610,68 585,98 577,95 579,51 588,58Fonte/Source: FoexFonte/Source: Foex / Nota: *Valor sujeito a retificação / N.d. - não divulgado / A= estoques dos consumidores europeus / B= estoques nos portos europeusNote: *amount subject to correction; n.a. - data not available. / A = inventories of European consumers / B = inventories in European portsUS$ por tonelada1000,00900,00800,00700,00600,00500,00400,00300,00Tabela 5 - Preços médios da tonelada de celulose na China - em dólaresTable 5 - Average prices per tonne of pulp in China - in dollarsJan/09Jan/09Fev/09Feb/09Mar/09Mar/09Abr/09Apr/09Mai/09May/09Preço / Price 422,04 400,24 391,88 409,04 421,67Fonte/Source: Foexjan/08fev/08mar/08abr/08Europa NBSKFonte: dados da FOEXmai/08jun/08jul/08EUA NBSKago/08set/08out/08nov/08dez/08mêsjan/09fev/09mar/09abr/09mai/09Tabela 6 - Preços médios da tonelada de papéis na Europa - preço delivery - em dólaresTable 6 - Average prices per tonne of papers in Europe - delivery price - in dollarsGráfico 2 - Evolução dos preços da tonelada de celulose de fibra curtana Europa, China e no Brasil (US$ por tonelada)US$ por tonelada900,00800,00700,00600,00500,00400,00300,00jan/08fev/08Fonte: FOEX e CEPEA.Observação: valores mínimos para os praticados no Brasil.mar/08abr/08mai/08jun/08jul/08ago/08set/08mêsout/08nov/08Europa BHKPdez/08jan/09BHKP-cliente pequenofev/09mar/09abr/09China BHKPmai/09BHKP-cliente médioFev/09Feb/09Mar/09Mar/09Abr/09Apr/09Mai/09May/09<strong>Papel</strong> LWC(cuchê) / LWC Paper (couchê) 885,40 909,01 920,58 943,05<strong>Papel</strong> Ctd WF / Ctd WF Paper 886,22 909,59 921,27 954,37<strong>Papel</strong> A-4(cut size) / A-4 Paper (cut size) 1.051,46 1.075,10 1.080,08 1.118,24<strong>Papel</strong>-jornal* / Newsprint* 644,28 673,39 682,66 712,32Kraftliner / Kraftliner 579,82 576,92 556,80 560,78Miolo / Fluting 367,73 358,45 340,61 342,87Fonte/Source: Foex / Nota: *o preço do papel-jornal na Europa é CIFNote: *the price of newsprint in Europe is CIFO PAPEL - Junho <strong>2009</strong>63


Tabela 7 – Preços médios da tonelada de papéis na Europa – preço delivery – em eurosTable 7 – Average prices per tonne of papers in Europe – delivery price – in eurosO PAPEL - Junho <strong>2009</strong>64MERCADO INTERNACIONALEuropaAs expressivas quedas das demandas de papéisna Europa levaram à queda dos preços médiosem euros da celulose em maio, apesar da reduçãodos estoques nos portos europeus. O preço médioem euros da tonelada da celulose de fibra longa(NBSK) diminuiu 2,51% em maio em relaçãoà cotação de abril, e a redução de preços para atonelada de celulose de fibra curta (BHKP) foi de2,57%. No entanto, devido à desvalorização dodólar em relação ao euro, as cotações em dólaresdesses produtos aumentaram 1,57% e 1,23%,respectivamente (Tabelas 1 e 2).A queda de demanda por papéis na Europa foi,nos primeiros cinco meses de <strong>2009</strong>, mais intensivapara papéis de embalagem da linha marrom,como o kraftliner e o miolo, do que para papéis deimpressão, como o cuchê. Observa-se na Tabela7 que os preços em euros do papel LWC poucotêm se alterado desde fevereiro, enquanto o valorda tonelada do kraftliner diminuiu € 48 e o dopapel-miolo recuou € 41,50 de fevereiro a maio.De outro lado, os preços em euros do papel-jornalaumentaram em € 11 por tonelada entre fevereiroe maio (Tabela 7).Devido, no entanto, à apreciação do euro emrelação ao dólar, em especial no mês de maio,os preços em dólares dos papéis cuchê, cut size,jornal, kraftliner e miolo aumentaram nos últimostrês meses na Europa (Tabela 6).EUAA queda de preços da tonelada de celulosede fibra longa nos Estados Unidos mantém-seapesar da recuperação das cotações na Europa nosúltimos dois meses (Gráfico 1). Em maio, o preçomédio da tonelada de NBSK foi de US$ 639,73 nosEstados Unidos, contra US$ 588,58 na Europa.Observa-se que o diferencial de preços entre aEuropa e os Estados Unidos tem se reduzido nosúltimos três meses.No mercado de papel jornal, verifica-se que oproduto tem se valorizado na Europa e se desvalorizadonos Estados Unidos. Comparando-se os dadosdas Tabelas 4 e 6, constata-se que em fevereiro atonelada de papel-jornal nos Estados Unidos custava11,6% mais do que na Europa. Em maio, o mesmoproduto custava 15,2% mais caro na Europa emrelação à sua cotação nos Estados Unidos.ChinaOs efeitos do pacote de estímulo econômicodo governo chinês se fazem sentir no mercado deTabela 10 - Preços médios da tonelada de papel posta em São Paulo - sem impostos - vendas domésticas - em reaisTable 10- Average prices per tonne of paper put in São Paulo - without taxes - domestic sales - in reaisProduto/Product Fev/09 / Feb/09 Mar/09 / Mar/09 Abr/09 / Apr/09 Mai/09 / May/09Cut size 2.750 2.707 2.707 2.707Cartão/Board(resma)/reamCartão/Board(bobina)/reelCuchê/Couchédúplex 2.831 2.831 2.831 2.831tríplex 3.333 3.333 3.333 3.333sólido/solid 3.933 3.933 3.933 3.933dúplex 2.710 2.710 2.710 2.710tríplex 3.203 3.203 3.203 3.203sólido/solid 3.803 3.803 3.803 3.803resma/ream 3.239 3.400 3.400 3.400bobina/reel 3.234 3.395 3.395 3.395<strong>Papel</strong> offset/Offset paper 2.892 2.980 2.980 2.980Fonte/Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USPFev/09 / Feb/09 Mar/09 / Mar/09 Abr/09 / Apr/09 Mai/09 / May/09<strong>Papel</strong> LWC / Cuchê 696,43 693,83 695,76 696,57<strong>Papel</strong> Ctd WF / Off set 697,07 696,23 696,29 693,90<strong>Papel</strong> A-4 / Cut size 827,05 820,69 816,43 813,05<strong>Papel</strong> jornal* 506,79 513,98 516,34 517,90Kraftliner 456,06 440,51 418,95 407,75Miolo / Fluting 290,80 273,80 253,57 249,32Fonte: FOEX / Source: FOEX ; Nota: * o preço do papel jornal na Europa é preço CIF / Note: * the price of newsprint in Europe is CIFTabela 8 - Preços da tonelada de celulose de fibra curta (tipo seca) posta em São Paulo - em dólaresTable 8 - Prices per tonne of short fiber pulp (dried) put in São Paulo - in dollarsVendadomésticaDomesticsalesVenda externaExport salesPreço-lista / List priceCliente médio / Medium-size clientMar/09 / Mar/09 Abr/09 / Apr/09 Mai/09 / May/09Mínimo/Minimum 526 485 483Médio/Average 550 512 502Máximo/Maximum 610 570 540Mínimo/Minimum 480 448 445Médio/Average 560 535 525Máximo/Maximum 618 598 578353 334 n.dFonte: Grupo Economia Florestal - CEPEA /ESALQ/USP e MDIC, n.d. valor não disponível. Source: Group of Forestry Economics - CEPEA and MDICNota: Os valores para venda no mercado interno não incluem impostos /Note: The values for sale on the domestic market do not include taxesVenda domésticaDomestic salesTabela 9 - Preços da tonelada de celulose úmida em São Paulo – valores em dólaresTable 9 - Price per tonne of wet pulp in São Paulo - in dollarsFev/09 / Feb/09 Mar/09 / Mar/09 Abr/09 / Apr/09 Mai/09 / May/09Preço-lista / List price 550 500 475 450Cliente médio / Medium-size client 480 a 500 465 a 475 425 425Fonte/Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USPTabela 11 - Preços médios da tonelada de papel posta em São Paulo - com impostos - vendas domésticas - em reaisTable 11- Average prices per tonne of paper put in São Paulo - with taxes - domestic sales - in reaisProduto/Product Fev/09 / Feb/09 Mar/09 / Mar/09 Abr/09 / Apr/09 Mai/09 / May/09Cut size 3.521 3.466 3.466 3.466Cartão/Board(resma)/reamCartão/Board(bobina)/reelCuchê/Couchédúplex 3.625 3.625 3.625 3.625tríplex 4.268 4.268 4.268 4.268sólido/solid 5.036 5.036 5.036 5.036dúplex 3.470 3.470 3.470 3.470tríplex 4.102 4.102 4.102 4.102sólido/solid 4.870 4.870 4.870 4.870resma/ream 4.148 4.353 4.353 4.353bobina/reel 4.141 4.347 4.347 4.347<strong>Papel</strong> offset/Offset paper 3.703 3.815 3.815 3.815Fonte/Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USP


Tabela 12 – Preços sem desconto e sem ICMS e IPI da tonelada dos papéis miolo, testliner e kraftliner (preços em reais)para produto posto em São Paulo sem ICMS e IPI / Table 12 - Prices without discount for tonne of fluting paper, testlinerand kraftliner for product put in São Paulo - Without ICMS and IPI taxes - in reaisMiolo (R$ portonelada)Capa reciclada(R$ por tonelada)Testliner (R$ portonelada)Kraftliner (R$ portonelada)Fev/09 / Feb/09 Mar/09 / Mar/09 Abr/09 / Apr/09 Mai/09 / May/09Mínimo/Minimum 984 902 861 861Médio/Average 1.138 1.097 1.074 1.067Máximo/Maximum 1.310 1.310 1.310 1310Mínimo/Minimum 1.066 902 961 961Médio/Average 1.143 1.041 1.056 1.056Máximo/Maximum 1.220 1.180 1.150 1.150Mínimo/Minimum 1.690 1.590 1.590 1.550Médio/Average 1.695 1.645 1.645 1.625Máximo/Maximum 1.701 1.701 1.700 1.700Mínimo/Minimum 1.512 1.476 1.320 1.320Médio/Average 1.638 1.602 1.568 1.568Máximo/Maximum 1.877 1.877 1.870 1.870Fonte: Grupo Economia Florestal - Cepea .Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USPTabela 13 – Preços da tonelada de papel kraftliner em US$ FOB para o comércio exterior – sem ICMS e IPI - BrasilTable 13 - Prices per tonne of kraftliner paper for export - Without ICMS and IPI taxes - Brazil - Price FOB - in dollarsExportação(US$ por tonelada)Export(US$ per ton)Importação (US$por tonelada)Imports (US$per ton)Fonte:Aliceweb.Source: AlicewebJan/09 / Jan/09 Fev/09 / Feb/09 Mar/09 / Mar/09 Abr/09 / Apr/09Mínimo/Minimum 364 366 351 329Médio/Average 495 479 474 435Máximo/Maximum 624 624 617 585Mínimo/Minimum 0 0 328 578Médio/Average 0 0 328 578Máximo/Maximum 0 0 328 578Tabela 14 - Preços da tonelada de aparas posta em São Paulo - em reaisTable 14 - Prices per tonne of recycled materials put in São Paulo - in reaisProduto/Product Abril 09 / April 09 Maio 09 / May 09Aparas brancasWhite recycledmaterialAparas marrons(ondulado)Brown materials(corrugated)TipoGrademínimominimummédioaveragemáximomaximummínimominimummédioaveragemáximomaximum1 1.000 1.034 1.100 1.000 1.030 1.1002 500 631 720 500 631 7204 350 419 580 320 408 5801 180 211 250 180 212 2502 150 197 250 150 197 2503 140 180 220 140 180 220Jornal / Newsprint 178 219 300 180 228 300CartolinaFolding Board1 245 255 280 240 245 2602 250 260 270 250 260 270Fonte: Grupo Economia Florestal - Cepea .Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USPTabela 15 – Importações brasileiras de aparas marrons (código NCM 4707.10.00) – ano de <strong>2009</strong>Table 15 – Recycled brown waste papers [Code NCM 4707.10.00] – Brazilian import - Year <strong>2009</strong>Janeiro / 09January / 09Fevereiro / 09February / 09Valor em US$ / US$ Quantidade (em kg) / Amount kg Preço médio (US$ / t) / Average (US$ / t)10.875 125.000 87,0010.875 125.000 87,00Março/09March/0919.575 225.000 87,00Abril/09April/0921.750 250.000 87,00Fonte:Aliceweb.Source: Aliceweb.celulose. Nos dois últimos meses têm ocorridoaltas dos preços da tonelada de celulose na China.Observa-se na Tabela 5 que o preço da toneladade BHKP aumentou US$ 30 nos meses de abrile maio na China.MERCADO DOMÉSTICOPastasA grande flutuação da taxa de câmbio temlevado a situações estranhas. Observa-se naTabela 8 que os preços mínimos pagos em dólarespelos clientes pequenos são superiores aospagos por clientes médios, o que é o esperado.Acontece, no entanto, o inverso para os preçosmédios e máximos pagos por esses clientes. Issoocorre porque os clientes médios têm preferidofixar contratos em reais e, dependendo da taxade câmbio vigente, acabam pagando mais emdólares do que os clientes pequenos, que normalmenteaceitam as cotações em dólares.No Gráfico 2, para efeito de comparação,usaram-se as cotações mínimas em dólarespagas por clientes pequenos e médios paraconfrontá-las com os preços médios praticadosna China e na Europa. Constata-se que o preçomínimo pago em dólares por clientes pequenosno Brasil aproximou-se, em maio, da cotaçãomédia vigente na Europa. No Brasil, o preçomínimo pago em dólares por clientes médios seaproximou da cotação média paga na China.PapéisNos últimos três meses (período de marçoa maio), as cotações em reais dos papéis deimprimir e escrever e dos papéis cartão têm semantido inalteradas (Tabelas 10 e 11), mas ascotações dos papéis de embalagem apresentamtendência de queda. As mais expressivas são paraos papéis-miolo e testliner (Tabela 12).AparasO mercado de aparas apresentou cenáriomisto das cotações de preços em maio. Os preçosdas aparas marrons, da cartolina tipo 2 e dasaparas brancas do tipo 2 permaneceram estáveisem relação aos praticados em abril. Já os preçosdas aparas brancas do tipo 1 caíram ligeiramenteem 0,4%, as brancas do tipo 4 diminuíram 2,6% eos preços das de cartolina do tipo 1 caíram 3,9%em relação a abril. Já os preços das aparas dejornais aumentaram 4,1% (Tabela 14).As importações de aparas marrons se fazemao preço estável de US$ 87 por tonelada nosprimeiros quatro meses do ano (Tabela 15).O PAPEL - Junho <strong>2009</strong>65Confira os indicadores de produção e vendas de celulose, papéis epapelão ondulado no site da ABTCP, www.<strong>abtcp</strong>.org.br.


DiretoriaBoard of DirectorsO PAPEL - Junho <strong>2009</strong>66DIRETORIA EXECUTIVA - Gestão 2008/<strong>2009</strong>Presidente:Alberto MoriVice-Presidente:Lairton Oscar Goulart Leonardi1º Secretário-Tesoureiro:Gabriel José2º Secretário-Tesoureiro:Jair PadovaniCONSELHO DIRETORAlessandra Fabiola B. Andrade/Equipalcool; AlexandreBaron/Clariant; Alexandre Molina/Tesa;Anderson Bonaldi/BASF; André Luis de OliveiraCoutinho/Woodward; Angelo Carlos Manrique/DAG Química; Antonio Claudio Salce/Pa<strong>pi</strong>rus;Aparecido Cuba Tavares/Orsa; Ari A. Freire/ Rolldoctor;Arnaldo Marques/Avebe; Aureo MarquesBarbosa/CFF-Federal; Carlos Alberto Farinhae Silva/Pöyry; Carlos Alberto Fernandes/SKF;Carlos Alberto Jakovacz/ Senai-Cetcep; CarlosAlberto Sanchez Fava/Melhoramentos; Carlos deAlmeida/Alstom; Carlos Renato Trecenti/Lwarcel;Celso Luiz Tacla/Metso; Cesar Augusto de MatosGaia/DOW; Claudia de Almeida Antunes/Dupont;Claudinei Oliveira Gabriel/Schaeffler; CláudioAndrade Bock/Tidland; Darley Romão Pap<strong>pi</strong>/Xerium; Étore Selvatici Cavallieri/Imetame;Francisco F. Campos Valério/Votorantim Celulosee <strong>Papel</strong>; Gilmar Avelino Pires/Prominent; HaruoFuruzawa/NSK; José Alvaro Ogando/VLC; JoséEdson Romancini/Looking; Jatyr Drudi Júnior/Nalco; José Gertrudes/Conpacel; José Joaquimde Medeiros/Buckman; José Luiz Dutra Siqueira/Peróxidos; Jürgen Meier/Evonik Degussa; LiviaSilva Mello/Contech; Luiz Carlos Domingos/Klabin; Luiz Leonardo da Silva Filho/Kemira;Luiz Mário Bordini/Andritz; Luiz Walter Gastão/Ednah;Manoel Moyses Zauberman/Inpal;Marcelo Ronald Schaalmann/Omya; Marco AntonioAndrade Fernandes/Enfil; Marco Aurélioda Fonseca/Xerium; Marcus Aurelius GoldoniJunior/Schweitzer – Mauduit; Nestor De CastroNeto/Voith; Newton Caldeira Novais/H. Bremer;Nicolau Ferdinando Cury/Ashland; OswaldoCruz Jr./Fabio Perini; Paulo Kenichi Funo/Gl&V;Paulo Roberto Bonet/Bonet; Paulo Roberto BritoBoechat/Brunnschweiler; Paulo Roberto ZinslyDe Mattos/TMP; Pedro Vicente Isquierdo Gonçales/Rexnord;Rafael Merino Gomes/Dynatech;Renata Pirozzi/Inlacinox; Reynaldo Barros/CornProducts; Ricardo Araújo do Vale/Biochamm;Robinson Félix/ Cenibra; Rodrigo Vizotto/CBTI;Rosiane Soares/Carbinox; Sérgio Kono/1001;Simoni de Almeida Pinotti/Carbocloro; SoniaPedroso/STI; Valcinei Fernando Bisineli/GoldenFix; Valentin Suchek/Eka Chemicals; VilmarSasse/Hergen; Vinícius Alvarenga/Lyon; WaldemarAntonio Manfrin Junior/TGM; WelingtonCintra/ABB.Conselho Executivo – Gestão 2006/<strong>2009</strong>Carlos Alberto Farinha e Silva/Pöyry Tecnologia;Celso Luiz Tacla/Metso Paper ; Dino Angelo Ranzani/GrupoOrsa; Edson Makoto Kobayashi/Suzano;Elídio Frias/Albany; Francisco Barel Júnior/Santher; Francisco Cezar Razzolini/Klabin; FlorealPromethee Puig/Aracruz; Jeferson Lunardi/Melhoramentos;João Florêncio da Costa/VotorantimCelulose e <strong>Papel</strong>; Luiz Eduardo Taliberti/Cocelpa;Nelson Rildo Martini/International Paper; Nestor deCastro Neto/Voith Paper; Pedro Stefanini/Lwarcel;Roberto Nascimento/Peróxidos do Brasil.DIRETORIAS DIVISIONÁRIASAssociativo: Ricardo da QuintaCultural: Thérèse Hofmann GattiRelacionamento Internacional:Celso Edmundo FoelkelAmérica do Norte: Lairton Cardoso• Canadá: François Godbout• Chile: Eduardo Guedes Filho• Escandinávia: Taavi Siuko• França: Nicolas PelletierMarketing e Exposição: Valdir PremeroNormas Técnicas: Maria Eduarda DvorakPlanejamento Estratégico: Umberto CaldeiraCinqueSede e Patrimônio: Jorge de Macedo MáximoTécnica: Vail ManfrediREGIONAISEspírito Santo: Alberto Carvalho de Oliveira FilhoMinas Gerais: Maria José de Oliveira FonsecaRio de Janeiro: Áureo Marques Barbosa,Matathia PolitiRio Grande do Sul:Santa Catarina: Alceu A. ScramocinCONSELHO FISCAL - Gestão 2008/2011Efetivos:Gentil Godtdfriedt FilhoMauro Antonio CerchiariVanderson VendrameSuplentes:Altair Marcos PereiraFranco PetroccoJeferson DominguesCOMISSÕES TÉCNICAS PERMANENTESAutomação – Ronaldo Ribeiro/CenibraCelulose – Carlos SantosManutenção – Hilário Sinkoc/SKFMeio Ambiente – Nei Lima<strong>Papel</strong> – Julio Costa/SMIComissão Técnica de <strong>Papel</strong> Reciclado – Alfredo LeonRecuperação e Energia – César Anfe/LwarcelRecursos Humanos – Deyzi Weber/SindusRevestimento e Acabamento – Rui Vogt/DowSegurança do Trabalho e Saúde OcupacionalTissue – Edison da Silva CamposCOMISSÕES DE ESTUDO –NORMALIZAÇÃOABNT/CB29 – Comitê Brasileiro de Celulose e <strong>Papel</strong>Superintendente: Maria Eduarda Dvorak (Regmed)Aparas de papelCoord: Manoel Pedro Gianotto (Klabin)Ensaios gerais para chapas de papelão onduladoCoord: Maria Eduarda Dvorak (Regmed)Ensaios gerais para papelCoord: Leilane Ruas Silvestre (Suzano)Ensaios gerais para pasta celulósicaCoord: Daniel Alinio Gasperazzo (Aracruz)Ensaios gerais para tubetes de papelCoord: Hélio Pamponet Cunha Moura (S<strong>pi</strong>ral Tubos)Madeira para a fabricação de pasta celulósicaCoord: Luiz Ernesto George Barrichelo (Esalq)Papéis e cartões dielétricosCoord: Milton Roberto Galvão(MD Papéis – Unid. Adamas)Papéis e cartões de segurançaCoord: Maria Luiza Otero D’Almeida (IPT)Papéis e cartões para uso odonto-médico-hos<strong>pi</strong>talarCoord: Roberto S. M. Pereira (Amcor)Papéis para fins sanitáriosCoord: Ezequiel Nascimento (Kimberly-Clark)Papéis recicladosCoord: Valdir Premero (ABTCP)Terminologia de papel e pasta celulósicaCoord: -ESTRUTURA EXECUTIVAGerência InstitucionalCentral de Relacionamento: Ana Paula Assis eFernanda G. Costa BarrosContas a Pagar: Margareth Camillo DiasCoordenador Administrativo e Financeiro: AbdoGeosef Tufik BandoukCoordenadora de Comunicação: Patrícia CapoCoordenadora de Relações Institucionais: ClaudiaCardenetteDiagramação: Juliana Tiemi Sano SugawaraFinanceiro: Viviane Aparecida Alves SantosGerente Institucional: Francisco Bosco de SouzaRecursos Humanos: Solange Mininel<strong>Revista</strong>s e Publicações: Luciana Perecin eMarina FaleirosRecepção: Ariana Pereira dos SantosTecnologia da Informação: James Hideki HiratsukaZeladoria / Serviços Gerais: Nair Antunes Ramos eMessias Gomes TolentinoGerência TécnicaCapacitação Técnica: Alan Domingos Martins, DenisePeixoto de Araújo e Viviane NunesCoordenadora de Capacitação Técnica:Patrícia Féra de Souza CamposCoordenadora de Eventos: Milena LimaCoordenadora de Normalização: Cristina DóriaCoordenador de Soluções Tecnológicas: Celso PenhaGerente Técnico: Afonso Moraes de Moura


O universo doCONHECIMENTOestáà sua espera na ABTCP.Basta você chegar!Pós-Graduação ABTCP/UFVInscrições até 30 de junho/<strong>2009</strong>Início do curso: 07 de agosto de <strong>2009</strong>Duração do curso: 18 mesesCarga horária: 480 horasA ABTCP, em parceria com a UFV, está com inscrições abertaspara o Curso de Pós-Graduação em Tecnologia de Celulose e<strong>Papel</strong>, em São Paulo-SP.Portanto, se você sente que a sua carreira tem de avançar navelocidade da tecnologia, corra em direção ao seu futuro!Assim, você não será esquecido pelo mercado de trabalho.Disciplinas do Curso:Estrutura anatômica e química da madeiraTecnologia de celuloseQuímica e tecnologia do branqueamento da celuloseCiclo de recuperação química do processo KraftTecnologia do papelPropriedades do papelControle ambiental na indústria de celulose e papelEstatística aplicada à indústria de celulose e papelEmbalagensReciclagem de papéisGestão da produçãoAutomação e controle do processoInformações na ABTCP, tel. (11) 3874-2710e-mail: posgraduacao@<strong>abtcp</strong>.org.br ou acesse www.<strong>abtcp</strong>.org.br

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