Daiane Solange Stoeberl da Cunha - Programa de Pós-Graduação ...

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12.07.2015 Views

CONSIDERAÇÕES FINAISNosso princípio básico sempre foi:pessimismo teórico, e otimismo prático.(Horkheimer)Este estudo sobre a educação musical, que teve como percurso uma rápidapassagem pelas origens das práticas musicais e de seu ensino, prosseguindo rumoà compreensão histórica da presença da música na educação e à exploração umpouco mais ampla a respeito das práticas de ensino que, hoje, concretizam-se nasociedade determinada pelas relações de consumo, sobretudo a perda da aura naarte produzida dentro das regras da Indústria Cultural e, chegando, por fim, a umaanálise da formação docente para uma práxis emancipatória da educação musicalna educação infantil, teve como ponto de partida algumas inquietações a respeitodas práticas adotadas em relação ao espaço ocupado pela música no ambienteescolar.A educação musical, presente na escola, é analisada, primeiramente, comouma questão político-pedagógica, pois a sua concretização foi e ainda édeterminada pelas questões político-educacionais. Na obrigatoriedade do ensino demúsica e/ou na não-obrigatoriedade de uma disciplina específica, a influência sobretoda e qualquer prática educativa relacionada à música na escola, vem,primeiramente, fundamentada nas propostas educacionais elaboradas pelosgovernos e, essas se fundamentam em pressupostos teóricos que norteiam todaproposta e estabelecem o ensino que se pretende realizar.Toda prática educativa parte de uma concepção prévia de educação. Nahistória da educação musical, o conceito de educação esteve ligado à diferenciaçãode classe social, de forma que a elitização do conhecimento musical há muito temexcluído a grande parte dos estudantes do privilégio de aprender música. Aobrigatoriedade do ensino de música na escola, estabelecida na era Vargas,caracterizou a popularização da aprendizagem musical, denotando a conceituaçãode educação como um direito de todos, no entanto, da maneira como se impôs o

84ensino de música em todas as escolas do Brasil, o direito de todos se caracterizoumais ainda num dever de todos. Mais tarde, o agrupamento da música às outraslinguagens artísticas, numa mesma disciplina escolar - a Educação Artística –objetivando uma aprendizagem artística integral, na verdade, teve a superficialidadecomo característica principal da prática educativa realizada pelo professorpolivalente.Na Educação Infantil, o desenvolvimento integral da criança caracteriza umaeducação global que inter-relacione os conhecimentos. A concepção de educaçãoque se considera necessária na prática educativa musical, na educação infantil, é aeducação como formação humana. Segundo esta conceituação, a educação musicalna educação infantil, constitui-se num plano integrado às outras linguagens artísticase aos conhecimentos a serem trabalhados com as crianças, no entanto, isso nãosignifica que as atividades musicais devam ser postas no plano da diversão ou aindasejam realizadas práticas musicais com o fim nelas mesmas, como o cantar apenaspor cantar, ou ouvir músicas para passar o tempo, ou ainda, e a mais alienante detodas as práticas musicais presentes na escola hoje, ensinar as crianças a cantar edançar somente as músicas que fazem sucesso nos meios de comunicação demassa.Com a influência da idéia e da prática do consumo, as pessoas deixam devalorizar a música de qualidade e acabam sendo educadas a gostar do produtomusical típico da modernidade, pobre em sua estrutura rítmica e melódica e queincita aos discursos medíocres sobre o sexo, produzindo condições dedisciplinarização, deformando a aprendizagem musical e cumprindo objetivos deuma prática educacional reprodutiva.A educação musical tem se realizado em meio a inúmeras dificuldades, aprincipal delas é a influência da Indústria Cultural na formação humana, os meios decomunicação de massa têm decidido pelo estilo musical que se ouve dentro daescola, de maneira que a educação musical assume um papel de reprodução dedeterminados padrões musicais, contribuindo para a decadência do gosto musical,de tal forma que não se possibilite uma educação musical para emancipação.Em relação a essa problemática educacional, investigou-se as possíveiscontribuições dos teóricos da chamada Escola de Frankfurt. Na relação entre

84ensino <strong>de</strong> música em to<strong>da</strong>s as escolas do Brasil, o direito <strong>de</strong> todos se caracterizoumais ain<strong>da</strong> num <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> todos. Mais tar<strong>de</strong>, o agrupamento <strong>da</strong> música às outraslinguagens artísticas, numa mesma disciplina escolar - a Educação Artística –objetivando uma aprendizagem artística integral, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, teve a superficiali<strong>da</strong><strong>de</strong>como característica principal <strong>da</strong> prática educativa realiza<strong>da</strong> pelo professorpolivalente.Na Educação Infantil, o <strong>de</strong>senvolvimento integral <strong>da</strong> criança caracteriza umaeducação global que inter-relacione os conhecimentos. A concepção <strong>de</strong> educaçãoque se consi<strong>de</strong>ra necessária na prática educativa musical, na educação infantil, é aeducação como formação humana. Segundo esta conceituação, a educação musicalna educação infantil, constitui-se num plano integrado às outras linguagens artísticase aos conhecimentos a serem trabalhados com as crianças, no entanto, isso nãosignifica que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s musicais <strong>de</strong>vam ser postas no plano <strong>da</strong> diversão ou ain<strong>da</strong>sejam realiza<strong>da</strong>s práticas musicais com o fim nelas mesmas, como o cantar apenaspor cantar, ou ouvir músicas para passar o tempo, ou ain<strong>da</strong>, e a mais alienante <strong>de</strong>to<strong>da</strong>s as práticas musicais presentes na escola hoje, ensinar as crianças a cantar e<strong>da</strong>nçar somente as músicas que fazem sucesso nos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>massa.Com a influência <strong>da</strong> idéia e <strong>da</strong> prática do consumo, as pessoas <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong>valorizar a música <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e acabam sendo educa<strong>da</strong>s a gostar do produtomusical típico <strong>da</strong> mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong>, pobre em sua estrutura rítmica e melódica e queincita aos discursos medíocres sobre o sexo, produzindo condições <strong>de</strong>disciplinarização, <strong>de</strong>formando a aprendizagem musical e cumprindo objetivos <strong>de</strong>uma prática educacional reprodutiva.A educação musical tem se realizado em meio a inúmeras dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, aprincipal <strong>de</strong>las é a influência <strong>da</strong> Indústria Cultural na formação humana, os meios <strong>de</strong>comunicação <strong>de</strong> massa têm <strong>de</strong>cidido pelo estilo musical que se ouve <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>escola, <strong>de</strong> maneira que a educação musical assume um papel <strong>de</strong> reprodução <strong>de</strong><strong>de</strong>terminados padrões musicais, contribuindo para a <strong>de</strong>cadência do gosto musical,<strong>de</strong> tal forma que não se possibilite uma educação musical para emancipação.Em relação a essa problemática educacional, investigou-se as possíveiscontribuições dos teóricos <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Frankfurt. Na relação entre

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