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Daiane Solange Stoeberl da Cunha - Programa de Pós-Graduação ...

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71geral que primam por reforçar o divórcio entre a chama<strong>da</strong> produção cultural e ascondições materiais que engendram a própria cultura.To<strong>da</strong>via, a construção <strong>de</strong> uma proposta educacional firma<strong>da</strong> numa concepçãocrítica, po<strong>de</strong>ria colaborar para que o hiato entre o conceito e a práxis emancipadoranão seja tão gran<strong>de</strong>. Não se trata somente <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong> escrever, mas <strong>de</strong> ummodo <strong>de</strong> pensar a educação e agir em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.A práxis pe<strong>da</strong>gógica na Educação musical, não po<strong>de</strong> mais se aquietar diante<strong>da</strong> dissimulação do processo ‘formativo’ atual, que se compraz com a semicultura enão à formação emancipatória. Contemplam-se, portanto, os subsídios <strong>da</strong> chama<strong>da</strong>teoria crítica apresentados anteriormente, principalmente os <strong>de</strong> Adorno, os quaisestabelecem um projeto <strong>de</strong> educação que assume como compromisso central a suaauto-crítica.Não há como negar: à educação cabe papel fun<strong>da</strong>mental nesse projeto, épor meio <strong>de</strong>la que se conquistou a <strong>de</strong>mocratização <strong>da</strong> cultura, e assim, o homem foilibertado <strong>da</strong>s amarras tradicionais <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Neste novo contexto, o qual sechama <strong>de</strong> progresso, mas que na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, é a instrumentalização <strong>da</strong> razão, apseudo-individuali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a semiformação, que a reflexão crítica surge como toma<strong>da</strong><strong>de</strong> consciência dos mecanismos ocultos trazidos pela Indústria Cultural e ponto <strong>de</strong>parti<strong>da</strong> para a reinvenção <strong>da</strong> utopia que po<strong>de</strong>rá conduzir o homem por novoscaminhos.3.4 A MUSICALIZAÇÃO NOS HORIZONTES DA TEORIA CRÍTICANas análises realiza<strong>da</strong>s até aqui, compreen<strong>de</strong>-se que a escola é o local on<strong>de</strong>a educação musical po<strong>de</strong> suplantar a <strong>de</strong>bilitação <strong>da</strong> cultura e <strong>da</strong> própria música. Épor meio <strong>da</strong> educação que se tem a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reverter o quadro <strong>de</strong><strong>de</strong>cadência musical, no entanto, os mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>generação afetam a própriaeducação, e a instituição chama<strong>da</strong> escola transforma-se em ambiente propício aessa massificação <strong>da</strong> música, como analisa Adorno: “Nas queixas usuais acerca <strong>da</strong><strong>de</strong>cadência do gosto, há certos motivos que se repetem constantemente. Taismotivos estão presentes nas consi<strong>de</strong>rações rançosas e sentimentais <strong>de</strong>dica<strong>da</strong>s àatual massificação <strong>da</strong> música, consi<strong>de</strong>rando-a como <strong>de</strong>generação” (HORKHEIMER;ADORNO, 1986, p. 80). O anseio por uma educação esclarecedora, remete a um

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