59uma vez, a arte é admiti<strong>da</strong> como conteúdo a ser trabalho superficialmente.Questiona-se, portanto, a vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tal disciplina, qual seria seu real objetivo.Ain<strong>da</strong>, na proposta do Curso são especifica<strong>da</strong>s as Matrizes Curriculares <strong>de</strong>ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s habilitações oferta<strong>da</strong>s por ele e seu respectivo ementário. Cabe aqui,observar que apenas a habilitação em Educação Infantil traz em seu currículo umadisciplina que contempla a música, a qual recebe a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> As diferenteslinguagens artísticas: verbal, corporal, plástica e musical e tem como propostaementar: “Propor diferentes modos <strong>de</strong> ver, compor interpretar e reproduzir areali<strong>da</strong><strong>de</strong> nas linguagens artísticas – forma – tempo – espaço – a partir do ver, dosaber e do fazer”.( UNICENTRO, 2004, p. 25)Da mesma forma em que se analisou a disciplina oferta<strong>da</strong> a todos osacadêmicos, analisa-se essa que é apenas oferta<strong>da</strong> aos acadêmicos que optampela habilitação <strong>de</strong> educação Infantil. O conteúdo proposto já no título <strong>da</strong> disciplina eespecificado em sua ementa é muito amplo para ser abor<strong>da</strong>do em apenas duasaulas semanais, durante um ano <strong>de</strong> estudo.Nesse currículo, não há disciplinas optativas, o que ocorre em outrasuniversi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. As disciplinas estão to<strong>da</strong>s pré-<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s e não há como optar por umaou por outra, além <strong>da</strong>s que estão lista<strong>da</strong>s na matriz curricular do Curso.Nota-se que a proposta para o Curso não foge <strong>da</strong>quilo que a teoria críticatraz, como pressuposto para a docência que se distingue como emancipatória,elementos como a formação do professor reflexivo (i<strong>de</strong>m p. 11), a valorização <strong>da</strong>perspectiva contextualiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> ensino (p. 15), a critici<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação ao contextoeducacional em que a formação se insere (p. 13). Tais elementos <strong>de</strong>monstram umapreocupação em realizar uma formação emancipatória. Dessa maneira, po<strong>de</strong>-se<strong>de</strong>duzir por uma análise <strong>de</strong>sse documento, que os pressupostos teóricos e osobjetivos <strong>de</strong>finidos pelo Curso po<strong>de</strong>m ser favorecedores <strong>de</strong> uma educaçãoesclarecedora, entretanto, não é especificado, <strong>de</strong> maneira mais objetiva, <strong>de</strong> queforma essa formação po<strong>de</strong> ser realmente qualifica<strong>da</strong> como crítica na era <strong>da</strong> indústriacultural, vê-se a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se realizar essa especificação.Levantar elementos sugeridos pela Teoria Crítica, válidos para uma proposta<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores numa perspectiva emancipatória, em que estes seriam
60formados criticamente e se tornariam agentes <strong>de</strong>ssa formação, é possível <strong>de</strong> serrealiza<strong>da</strong>.Esses elementos são indicadores para construção <strong>de</strong> uma práxis pe<strong>da</strong>gógicaemancipatória nos cursos <strong>de</strong> Pe<strong>da</strong>gogia, os quais são sistematizados mediantes umtriplo objetivo: formar pesquisadores e pessoal qualificado para refletir sobre osistema educacional, preparar professores aptos a lecionar as matérias pe<strong>da</strong>gógicasque faziam parte do currículo <strong>da</strong>s Escolas Normais e capacitar o pessoalespecializado para a gestão do sistema escolar, como administradores, orientadorese supervisores escolares. No Curso <strong>de</strong> Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> UNICENTRO, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>Estadual do Centro-Oeste, a base comum do currículo está em formar para omagistério <strong>da</strong>s séries iniciais, para, então, posteriormente, formar nas habilitações.Nota-se, portanto, que os três objetivos mais gerais dos cursos <strong>de</strong> Pe<strong>da</strong>gogia,partem <strong>de</strong> um principal: formar o educador.A sóli<strong>da</strong> formação do educador exige domínio <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> conhecimentocom as quais trabalhará, seja na matemática, no português, na geografia, nabiologia ou nas artes. Os cursos <strong>de</strong> pe<strong>da</strong>gogia não po<strong>de</strong>m negligenciar anecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma sóli<strong>da</strong> formação geral em ca<strong>da</strong> área, sem o conhecimento,ninguém po<strong>de</strong> ensinar ou orientar os alunos na aprendizagem.É clara a importância <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área do conhecimento. Esta pesquisa, não tema intenção <strong>de</strong> valorizar somente a educação musical, em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong>s outrasáreas, <strong>de</strong> forma que a análise realiza<strong>da</strong> <strong>da</strong> Proposta Pe<strong>da</strong>gógica do Curso <strong>de</strong>Pe<strong>da</strong>gogia caberia também em outros estudos que tivessem como enfoque outrasáreas do conhecimento, to<strong>da</strong>via, essa pesquisa enfoca a formação do educador naárea do conhecimento musical e tem o curso <strong>de</strong> Pe<strong>da</strong>gogia como formador <strong>de</strong>steprofissional, não do especialista em música, mas do educador <strong>da</strong> Educação Infantil e<strong>da</strong>s séries iniciais que tem a música como área do conhecimento a ser trabalha<strong>da</strong>,por ele, com os alunos. Salienta-se, portanto, que a superficial formação musical dope<strong>da</strong>gogo no Curso <strong>de</strong> Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> UNICENTRO, negligencia a importância doconhecimento musical, necessário ao educador, para a formação <strong>da</strong> audiçãomusical, do gosto pela Boa Música, <strong>da</strong> atitu<strong>de</strong> reflexiva em relação ao que se ouve eprincipalmente para a formação musical emancipadora, na era <strong>da</strong> Indústria cultural.
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DAIANE SOLANGE STOEBERL DA CUNHAEDU
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Dedico este trabalho a minha filhaF
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SUMÁRIORESUMO.....................
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6necessário questionar qual o pape
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