39diferencia<strong>da</strong>; e um aluno <strong>de</strong> piano <strong>de</strong> um conservatório tradicional <strong>de</strong> música, queestu<strong>da</strong> compositores clássicos e eruditos, em um repertório que varia entre Bach eVilla-Lobos. Contudo sua educação musical num currículo extremamente fechado,não possibilita que ele saiba analisar outros estilos musicais, inclusive a músicaouvi<strong>da</strong> por ele mesmo pelo rádio e pela televisão.Dessa maneira, o que <strong>de</strong>terminará a presença <strong>da</strong> formação ou <strong>da</strong>semiformação é a profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> crítica <strong>da</strong> experiência musical proporciona<strong>da</strong> aoindivíduo. No entanto, a educação musical na era <strong>da</strong> Indústria Cultural, tem secaracterizado como reprodutiva por seus objetivos equivocados, um <strong>de</strong>les é arealização <strong>de</strong> uma educação imediatista.Adorno afirma que o plano <strong>da</strong> experiência <strong>de</strong> qualquer aprendizado <strong>de</strong>veestar situado na combinação entre a preparação imediata e o horizonte <strong>de</strong>orientação. Segundo ele, quando se admite um certo equilíbrio entre aquilo que seapren<strong>de</strong> no momento e sua utilização futura, há esclarecimento.Vários são os exemplos que po<strong>de</strong>m ser citados <strong>de</strong> ambientes educacionaisem que esse equilíbrio é <strong>de</strong>terminante, como os cursos profissionalizantes, oscursinhos pré-vestibulares, entre outros. No entanto, no plano <strong>da</strong> experiência, aquitido como i<strong>de</strong>al para o aprendizado esclarecedor, encontram-se todos os ambientese momentos educacionais, é nestes que se encontra uma <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>senfrenta<strong>da</strong> pelos professores, mas exerci<strong>da</strong> pela maioria <strong>de</strong>les: a ênfase noresultado.Na educação musical, pais e alunos querem perceber o resultado doaprendizado <strong>de</strong> forma instantânea: o aluno, já na primeira aula, <strong>de</strong>seja tocar certamúsica (que normalmente não condiz com o nível <strong>de</strong> aprendizado em que está); ospais mostram expectativas referentes aos filhos tocarem melodias com fluência, oque se quer, portanto, é o resultado imediato, certamente, agem assim por nãocompreen<strong>de</strong>r como se dá o processo <strong>de</strong> aprendizagem.Infelizmente, os professores, para respon<strong>de</strong>r a essa exigência, a<strong>da</strong>ptam-se aela buscando métodos que dêem resultados mais rápidos. Po<strong>de</strong>-se citar os métodos<strong>de</strong> aprendizagem rápi<strong>da</strong>, como os que são intensamente aplicados no ensino <strong>de</strong>teclado. Sabe-se que a invenção dos instrumentos eletrônicos revolucionou amúsica e o seu ensino, o teclado tornou-se um instrumento musical <strong>de</strong> fácil acesso
40e, <strong>de</strong> forma massiva, tem conquistado espaço nos ambientes familiares e escolares.A ampla oferta <strong>de</strong> recursos eletrônicos, sons e ritmos, possibilita um aprendizadomais rápido, contudo superficial. É claro que esta não é a única possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seapren<strong>de</strong>r a tocar o instrumento, no entanto, tem sido a mais utiliza<strong>da</strong>: o aluno recebeum treinamento básico para ‘manusear’ o instrumento, o que resulta em um trabalhoestritamente mecânico, <strong>de</strong> forma que o uso <strong>da</strong> criativi<strong>da</strong><strong>de</strong> é substituído pelo uso <strong>da</strong>representação, resultando em uma formação reprodutiva, uma semiformação.Nesse processo <strong>de</strong> ensino os objetivos reais <strong>da</strong> educação musical sãosubstituídos por objetivos equivocados, infelizmente, a pressa <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong>resultados claros, impe<strong>de</strong> que a aprendizagem musical cumpra sua vocação:...a aprendizagem musical contribui para o <strong>de</strong>senvolvimento cognitivo, psicomotor,emocional e afetivo e, principalmente, para a construção <strong>de</strong> valores pessoais esociais <strong>de</strong> crianças e jovens. O papel <strong>da</strong> educação musical nas escolas é o <strong>de</strong>expandir o universo musical dos alunos, oferecendo a eles o acesso à diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>práticas e <strong>de</strong> manifestações musicais locais, regionais e multiculturais e aoportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, se <strong>de</strong>sejarem, <strong>de</strong> seguir a carreira profissional em música.(HENTSCHKE, 2004, p 24)Insere-se nesta discussão outro problema que vem assolando o ensino: aindústria <strong>de</strong> materiais didáticos, como as apostilas, os livros e as revistas que sãoelaborados em gran<strong>de</strong> escala, visando a gran<strong>de</strong> massa e que homogeneizam oensino, pois reproduzem sem renovação as mesmas músicas, as mesmasativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. É a razão iluminista presente na burguesia que se repete, a valorização<strong>da</strong> dimensão instrumental, em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> emancipatória. Transformando opensamento em ferramenta a serviço do progresso, esta razão instrumentalcaracteriza-se pela técnica, pelo saber fazer, seu objetivo é a reprodução amplia<strong>da</strong>que gere capital, para isso, o homem <strong>de</strong>ve dominar a natureza e então por meio <strong>de</strong>ladominar o próprio homem.Observou-se, na análise do processo <strong>de</strong> conversão <strong>da</strong> formação em semiformação,quais foram as conseqüências <strong>da</strong> instrumentalização <strong>da</strong> razão na forma <strong>da</strong> ciênciado capitalismo transnacional. Ao invés <strong>de</strong> sermos apenas tutelados pelas or<strong>de</strong>nsadvin<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s instituições religiosas, atualmente, submetemo-nos mais do que nuncaaos comandos dos produtos semiculturais, veiculados pela pseudo<strong>de</strong>mocratização<strong>da</strong> produção simbólica. (ZUIN, 1999, p. 119)
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